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Atividade 2- Direito Romano

ENVIAR ATÉ DIA 26 DE NOVEMBRO POR EMAIL E PREPARAR APRESENTAÇÃO ORAL (3min)
Quanto à separação das funções do Poder, descreve o Legislativo no período do Principado.
Período do Principado: 27 a.C.- 285
Apesar da tentativa de teorizar o modelo, já iniciada por Cícero, o Principado não passou
de uma forma pragmática de governar assente no exemplo de Augusto e sujeito às
características pessoais do titular do poder político. Logo, o pendor subjetivo, do titular do
poder, sobrepunha-se sempre às tentativas de objetivar o regime em normas e instituições
jurídico-políticas.
Octávio (augusto) exerceu o poder político supremo, a partir de 43 a.C., através de um
Triunvirato em que ele era o centro, com um mandato de cinco anos, depois renovado para
um novo de igual período de tempo, e clara exceção ao que resultava da Constituição
republicana. Em 33 a.C., esgotado o modelo do triunvirato como modelo de exercício do poder
universal (rerum omnim- “Todas as coisas”), Augusto declara-se prínceps por consensos
universorum (“Consentimento unânime de todos”).
Triunvirato- Governo exercido por três homens detinham absoluta autoridade, dividiram entre
si o governo do império, ficando cada um com responsabilidades sobre uma determinada
parcela do território (Marco António; Lépido e Octávio/ Augusto César)
Logo, o pragmatismo de Augusto levou-o a “constitucionalizar” um poder exercido de
facto, de forma universal e absoluta, enquanto vencedor da guerra civil, recorrendo a um
expediente retórico, de natureza política- o consensos universorum- sem qualquer base ou
fundamento jurídico. Assim com constância anual, a partir de 31 a.C., Augusto renova sem
oposição os seus poderes de cônsul único, com exercício que se estendia, numa atitude sem
precedentes, isto é, a todo o território de Roma, assim como exercia também o comando
supremo dos exércitos.
Augusto concentrava os poderes em si próprio, com a justificação senão haver outra
alternativa para manter as instituições ainda existentes em Roma.
No Verão de 23 a.C. abandona-se o modelo político de exercício de uma magistratura
consular única e atípica, que até aqui durava na sua titularidade, para um novo figurino
político-institucional em que o Senado lhe outorga os poderes plenos do Estado, já que
recebera dos comitia plebis a tribunicia potestas vitalícia (para toda a vida) e dos comitia
centuriata o imperium proconsulare maius (Que lhe dava o poder de comandar os exércitos de
Roma, e de administrar e fiscalizar, pessoalmente, não apenas as províncias imperiais como as
senatoriais).
Deu-se o início a um regime que concentrava todos os poderes nas mãos de um só homem:
o prínceps/ imperator/ augustus.
Augusto usava o título de imperator que significava que ele era o titular do poder único e
os poderes supremos era só deles, ou seja, que ele os exercia em exclusivo.
Já os títulos de prínceps e de augustus relacionam-se na concentração de poderes reunidos
na tradição romana na figura do chefe único e cada vez mais absoluto de Roma.
O imperium consulare e a potestas censória não devem ser entendidos como poderes
conferidos ao prínceps em permanência, mas apenas como uma possibilidade de aquisição dos
mesmos, legitima no plano constitucional, em circunstâncias prefixadas e rigorosamente
avaliadas.
Assim, o Principado como um regime de primus inter pares (“Primeiro entre
semelhantes”) é o que melhor caracteriza este período da história do Direito Romano, no
plano político, porque possibilitou a um só homem de decidir sozinho sobre todos os aspetos
da vida Romana até aí dispersos pelas magistraturas, numa rigorosa separação assente em
regras e impedimentos marcados pelo cursus bonorum, que determinou o fim da possibilidade
de um ius criado pela auctoritas dos jurisprudentes permanecer separação da lex imposta pelo
imperium dos políticos.
A partir do século I, os senatusconsultos são fonte mediata de direito, sobretudo através
do edicto pretor. Este por meio do edicto criava o verdadeiro Direito, pois concedia actiones
próprias, as actiones praetoriae (atividades principais), e ter actio (ação) e ter ius (direito).
Desde o início do principado, os senatusconsulta já são fonte imediata de Direito, mas só
começaram a ter força legislativa a partir do principado. Isto à primeira vista parece muito
estranho, uma vez que Augusto, logo desde o início, procurou concentrar no prínceps todos
os poderes. Mas na realidade, tratava-se de mais um estratagema da excecional sagacidade
política de Augusto. Permitindo que o Senado figurasse na nova constituição política como
órgão legislativo. Foi atribuída competência legislativa, transferiu-se do povo para o senado
o poder de fazer leis e uma vez que o poder legislativo se encontrasse no Senado, o Prínceps
esforçou-se para lhe imprimir as suas diretrizes e comandar, portanto, as resoluções
senatorias. Mais facilmente captava os senadores do que o povo.
Com o passar do tempo, os senatusconsulta deixam de ser a expressão da vontade
autónoma e independente do senado para se converterem numa expressão da vontade do
principe, passando a ser designados de “orationes principis in senatu habitae” (Os discursos
do Princípe foram realizados no Senado). Deste modo, a legislação senatorial passa a ser
apenas uma forma do prínceps legislar. A orato (prínceps apresentava-se perante o senado e
propunha um discurso) perde todo o seu carácter de proposta apresentada ao senado, para
adquirir o carácter de um verdadeiro edicto do imperador. – Exemplo: Edicto Perpetuum de
Adriano

Beatriz Sousa
Nº 66637

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