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CASO PRÁTICO

(MORA/ INCUMPRIMENTO/ IMPOSSIBILIDADE)

A, emigrante no Brasil, celebrou com B, residente na terra natal de ambos, o


seguinte contrato: B consertaria uma parede da casa de A, que ameaçava ruir e, em
troca, A traria do Brasil, nas férias seguintes, a jibóia “666” (assim conhecida depois de
ter sido protagonista de um filme satânico chamado “666”) que B queria colocar no seu
quintal para impor respeito aos filhos do vizinho C.
B fez, de facto, a reparação do muro em que despendeu €1.500.

1.ª Hipótese: A traz a jibóia numa jaula, mas uma passageira envenena-a, à socapa.

IMPOSSIBILIDADE:
Não cumprimento temporário
Não cumprimento definitivo: imputável ao devedor ou não imputável (imp. Objetiva,
subjetiva e inc. definitivo)
799º- Presunção legal de culpa contra o devedor, é o devedor que demonstra

Não imputável 790º e ss (objetiva): caso furtuito/natural ou imputabilidade ao credor


ou 3ºs. Tudo que n cai na esfera do devedor (ou de 3º)

Impossibilidade superveniente que so se verificou depois da celebração do n.j.


Objetiva = objeto da prestação
Absoluta= abrange toda a prestação
Irremediável
Total e definitiva
Efeitos: 790º extinção da obrigação = daquele concreto dever de prestar que ficou
impossibilitado
O que acontece à contraprestação/ destino= Por conta de quem decorre o risco? 795º
e 796 -> 1º ao 796º tenho no meu caso um contrato que transfere um domínio sobre
determinada coisa? NÃO, VOU PARA O 795º (n é um contrato translativo da
propriedade/ d. reais, corre por conta do adquirente. Ex: contrato de compra e venda.)

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795º- credor fica desonerado da obrigação se n a tivesse feito, mas como já fez tem
direito à restituição-> 479º

794º= vantagem/proveito no lugar da coisa que ficou impossibilitada


Ex Sou uma produtora agrícola e tenho de entregar toda a colheita de macas a um
supermercado que as vai vender. Seca e todas as maças ficam más.

Impossibilidade objetiva
Tenho de entregar ao meu credor ou pode o meu credor diretamente reagir contra 3º
(agir envés de mim)
- Propriedade da jiboia é do A.
Dt de receber uma determinada vantagem por não receber a coisa
Se A tiver direito ao CR esse valor vai ser descontado do valor de que o credor tem de
receber 791º

R: Aqui existe uma situação de não cumprimento por impossibilidade. Esta


impossibilidade não é imputável ao devedor (assumindo que o devedor adotou todos
os comportamentos de cuidado exigíveis).

401º/3, 791º

795º/1

479º

Risco- 796º corre por conta do credor (não se aplica)

Distribuição do risco, envolve o risco da contraprestação

2.ª Hipótese: A traz a jibóia numa jaula, mas, ao sentir sobre si os olhares aterrados
dos passageiros, envenena-a.

R: Neste caso em concreto há uma situação de não cumprimento por impossibilidade.
Esta impossibilidade é imputável ao devedor (801º e ss.- a sua génese resulta de um
comportamento censurável do devedor).

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O devedor é responsável como se faltasse culposamente ao cumprimento da
obrigação (801º/1). Como se fosse incumprimento definitivo.

Credor tem dt a uma indemnização por todos os danos sofridos.

Independentemente do direito à indemnização, o credor, se já tiver realizado a


prestação, pode exigir a sua restituição por inteiro (801º/2). Resolução do contrato (tb
há no incump. Definitivo) -> 432 e ssº

Resolução legal = resolução por imp ou incumprimento definitivo (casos previstos na


lei)

Qd resolver um contrato qd n posso fazer-> doutrina pergunta se esta resolução


produz efeitos, pq estamos a falar de relações contratuais continuadas.

1. Ler o regime todo da resolução


2. Regra geral é 434 retroatividade
3. Mas tem muitas exceções do 435
4. O nosso sistema jurídico consagra.. declaração à contraparte

Pode cumular com pedido de indemnização

Interesse contratual positivo = colocar o lesado/ credor na posição que estaria se o


contrato fosse validamente cumprido. PODE NÃO PODE QUERER RESOLVER O
CONTRAATO E RECEBER COMO SE O CONTRATO FOSSE VALIDAMNETE CUMPRIDO

Interesse contratual negativo = se o contrato nunca chegasse a ser celebrado

Se o credor resolve o contrato o que quer é que o OJ olhe e diga que o contrato
desapareceu.

MC= se há responsabilidade civil há indeminização

801º/2 – 434º restituição

3.ª Hipótese: A, que pensava poder trazer a jibóia consigo, é informado pelas
autoridades portuárias que a mesma, dada a sua perigosidade, devia seguir em
transporte especial, o que custaria €3.000, para além de uma prévia vistoria
veterinária que lhe custaria mais €500. Perante tal, A abandona a jibóia no aeroporto.

R: A obrigação tornou-se mais onerosa do que aquilo que o devedor esperava, pelo
que A abandonou a jiboia, porém isto não é uma situação de impossibilidade. Sit. De

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mora do devedor (requisitos: Possível, manutenção do credor, atraso imputável ao
credor, .., ser líquida). Mora ex re- 805º decorre por decurso do prazo, n tem de existir
interpelação.

Obrigação de indemnizar 804º/1

807º inversão do risco

Fronteiras da impossibilidade. Conj de sit na fronteira: sit de frustração do fim da


prestação

MC: em parte. Regime da impossibilidade 790º aquela especifica prestação fica


exonerada. No entanto, não se aplica o regime do 795º, mantem se a obrigação da
contraprestação.

Não cumprimento eficiente- rentável suportar as cons do incump do que suportar os


custos do incump.

4.ª Hipótese: A é informado, no aeroporto de Lisboa, de que só pode levantar a jibóia


dali a 15 dias, pelo que chega à terra natal sem a mesma.
R: Há uma impossibilidade não imputável ao devedor (790º e ss) A impossibilidade é
temporária, suspende-se nos termos do art. 792º (isenta o devedor de
responsabilidade pela mora). A impossibilidade diz-se temporária quando a prestação
é impedida de modo transitório e o cumprimento é protelado para um momento
posterior.
O 792º/2 ressalva que só se considera temporária quando atenta a finalidade da
obrigação, se mantiver o interesse do credor. Se o adiamento do cumprimento levar
ao desaparecimento completo do interesse do credor ou se a prestação for ligada a um
termo absolutamente fixo, a impossibilidade é CONSIDERADA DEFINITIVA (792º/2),
ASSIM o devedor não incorre em mora no cumprimento e é exonerado da
responsabilidade pelo atraso até à terminação do impedimento.

Contudo, apesar deste preceito, AV e GT têm entendido que a impossibilidade


temporária integra ainda a “impossibilidade de facto”, associada a casos de
impossibilidade devido a casos fortuitos ou totalmente imprevisíveis, não devendo ser
reconduzidos ao 792º/2, já que, como referem os profs por via do 804º/2, o
cumprimento não seria imputável ao devedor.

Portanto, daqui a 15 dias, A deve levantar a jiboia no aeroporto e entregá-la a B.

Impossibilidade temporária-> 808º aplicada analogicamente segundo MC, admite se


que B interpele admonitória o A (tudo se passa como se aplicasse o 790º)

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EXIBILIDADE EM SENTIDO FORTE = vencimento da obrigação

5.ª Hipótese: A considera que transportar uma jibóia é um grande incómodo e não se
preocupa mais com o caso, deparando, à chegada, com a ira de B.

R:-> impossibilidade se o devedor mesmo querendo e com todos os esforços possíveis


n consiga cumprir

Mora do devedor, 804 º ss. (o prazo já decorreu- 805º/1, não se exigindo interpelação
(PARTES FIXARAM UM PRAZO PARA O CUMPRIMENTO) e A tem uma obrigação
pecuniária de indemnizar B pelos prejuízos advenientes da mora, 806º/1. B manteria
ainda o interesse no cumprimento por A, devendo apenas B exigir juros moratórios e
fixar um novo prazo para o cumprimento da obrigação de entrega por parte de A)

804º- obrigação de indemnizar todos os danos

807º= havendo atraso no cump, o devedor passa a responder pela perda da coisa
(INVERSÃO DO RISCO)

DECLARAÇÃO ANTECIPADA DO NÃO CUMPRIMENTO:

6.ª Hipótese: A é assolado por uma enfermidade que não o deixa viajar durante as
férias, pelo que não entrega a jibóia a B.

Impossibilidade subjetiva (791º) e não relativa uma vez que o cumprimento do


contrato se dá com a entrega da jiboia e não com o facto de A ir viajar durante as
férias. A prestação de A não é fungível, podendo, por estar doente, fazer substituir-se
por um mandatário (1157º e ss) ou por um 3º (791º/1, 767º/1).
Se podia se fazer substituir por 3º - legitimidade para cumprimento (767º: a prestação
pode ser feita pelo devedor ou por 3º) Se está doente, em principio tem capacidade
para se fazer substituir. Não há impossibilidade subjetiva!
MC indica que nos casos de impossibilidade relativa devem tentar sempre ser
resolvidos com vista à substituição por 3º no cumprimento, quando essa substituição
não é excessivamente onerosa.

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O facto de A estar doente não faz extinguir a sua obrigação, devendo esta manter-se.
Se A não cumprir, e sendo-lhe este comportamento imputável- 804ºº/2- já que o
mesmo se deveria ter feito substituir, cai em mora- 805º/2, 806º.

Há uma sit de mora do devedor.

7.ª Hipótese: A jibóia morre devido a causas naturais.


R: Impossibilidade superveniente objetiva (790º/1)- Extinção das obrigações atingidas
e à consequente exoneração do obrigado.
-> é objetiva pq n pode ser cumprida por 3º
-> absoluta, n é uma mera impossibilidade relativa relacionada com a dificuldade de o
devedor prestar
-> originada por coisa não imputável ao devedor
-> definitiva
790: A n tem de entregar a jiboia
Casos naturais são sit não imputáveis ao devedor
795º/1: restituição do que já foi prestado ESC (n é preciso analisar os pressupostos-
479º diretamente)
Extingue-se a obrigação de A! A obrigação extingue-se quando a prestação se torna
impossível por causa não imputável ao devedor, foi o que aconteceu tendo em conta
que foi “devido a causas naturais”, deste modo a mesma nem pode ser cumprida por
terceiro, sendo uma impossibilidade absoluta, visto que atingiu o objeto do negocio,
de forma que ninguém possa acordar com aquele objeto.

8.ª Hipótese: A chega a Lisboa com a jibóia, mas B recusa-se a recebê-la porque
mudou de ideias e já não a quer no jardim.
R: O credor entra em mora, art. 813º, há mora do credor quando, ilicitamente ou não,
o credor provoque o atraso do cumprimento. A simples existência da figura da mora
do credor parte do pressuposto de que no cumprimento é necessária a colaboração, e
a carência dessa colaboração pode impedir, temporariamente o cumprimento.
Aplicam-se os requisitos da liquidez, certeza e exigibilidade. * Deste modo, de acordo

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com o artigo 816º o credor em mora indemnizará o devedor das maiores despesas que
este seja obrigado a fazer com o oferecimento infrutífero da prestação e a guarda e
conservação do respetivo objeto.
PRESUME SE A CULPA DO CREDOR OU NÃO? ML: não há um dever jurídico do credor
participar no cumprimento e não se presume a culpa qd o credor recusa.
MC: existe um dever de colaboração no cumprimento que resulta nos princípios de
boa fe, qd se olha para o regime da mora do credor é sancionatória do credor,
agravamento dos riscos que correm por conta do credor. Pode se presumir a culpa do
credor ente prante uma não colaboração do cumprimento
(na mora do devedor 804º- 799º)

* PRESSUPOSTOS IGUAIS A DA MORA DO DEVEDOR


1. Exigibilidade (forte) da prestação: a mora só surge depois de alcançado o prazo em
que a prestação devia ser efetivada. VENCIMENTO
2. Certeza: ausência de dúvidas sobre a existência da obrigação. Discute-se se é um
pressuposto, porque se o devedor acha que não é devedor não vai cumprir. Segundo o
MC a certeza não é um pressuposto, mas é relevante.
3. Liquidez: latamente, a determinação da prestação – não seria exigível a prestação de
conteúdo não determinado ou não conhecido. Saber o quanto que é devido, podemos
falar de obrigações de dare ou facere. 805/3.
4. Possibilidade -> Prestação possível
Imputabilidade ao credor pode se colocar como pressuposto.

Mora do credor (B)


B, sem motivo justificado, recusa-se a aceitar a prestação por parte de A (813º). Não
existe fundamento legitimo para a recusa pq B refere que “mudou de ideias e já não a
quer no jardim”. Omissão de cooperação, pelo credor, sem motivo justificado, já que A
efetuou a prestação, tal como estipulado e da forma como lhe competia para o efeito.
MC-> refere que a cooperação funda-se nos deveres acessórios, decorrentes da boa fe
na execução dos contratos.

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Quanto aos efeitos na mora do credor, AC refere que as várias normas estabelecidas
pelo legislador traduzem o intuito de harmonizar 2 princípios: o de que o vinculo
obrigacional deve substituir, n obstante mora e o de que a posição do devedor deve
ser agrada por esse facto atribuído ao credor (equilíbrio de interesses)
841 n se aplica
814,
815
816- A pode ter direito a indeminização po parte de B, pelas maiores despesas que
este esteja obrigado a fazer com o oferecimento infrutífero da prestação e aguarda e
conservação do respetivo objeto
A teve um enorme prejuízo com a viagem, bem como com a conservação e o
transporte da jiboia.
PEREIRA COELHO- questiona-se se havendo culpa do credor B a indeminização é
suscetível de ir alem das maiores despesas do 816º.
A mora do credor expurgar-se-á qd o mesmo cumprir a obrigação.

764º/1 – qd a prestação deve ser feita em lugar diverso ou o devedor é incapaz

Variante: Como B não quis receber a jibóia, A levou-a para casa. No dia seguinte, a
jibóia parece apática e mexe-se pouco. Como A não está familiarizado com estes
animais, apesar de perceber que a jibóia não está bem, não atribui importância ao
sucedido. A meio dessa tarde, a jibóia morre. A fica desolado, até porque tinha gasto
dezenas de euros a comprar alimentação e brinquedos para a jibóia.

Efeitos da mora do credor:


- 816º obrigação de indemnizar
DESLOAÇÃO, TEMPO PERDIDO- custos frutíferos da prestação assim como os custos da
guarda da coisa

- atenuação da responsabilidade do devedor, presunção de culpa

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APARTIR DA MORA APENAS RESPONDE PELO SEU DOLO. SE A DEIXA MORRER A JIBOIA
HÁ NEGLIGENCIA. ETEM DE INDEMNIZAR PELOS DANOSM DECORRENTES, COMO B
ESTÁ EM MORA A SO RESPONDE SE ESTIVER EM DOLO!
O nosso devdor deve intenção de provocar a morte da jiboia?- dolo direto
Ponderou a possibilidade da ocorrência do dano e atuou conformando se com essa
possibilidade-> dolo eventual

A NÃO É RESPONDAVEL PQ NÃO INCORREU EM DOLO

Responsável pelos frutos que o proprietário diligente teria percebido 1270º =


responsável pelos frutos que foram apenas percebidos ...

815º- risco

Como se sai da mora do credor?


- credor tardiamente se apresenta para cumprir
- se o credor n quiser colaborar, tem de se dar uma forma de o devedor se exonerar da
obrigação. PODE DE 2 FORMAS:
-> consignação do depósito (841º) = o devedor deposita a coisa devida numa entidade
terceira (Em Portugal: caixa geral de depósitos) que guarda a coisa até o credor se
oferecer para colaborar
-> nem todas as prestações são depositáveis (de facere- de facto por ex): aplica-se
analogicamente o 808º interpelação indemonitoria. Apartir daquela data o devedor
está exonerado.

Segundo o artigo 816º o credor em mora indemnizará o devedor das maiores


despesas que este seja obrigado a fazer e B ao não receber a jiboia, fez com que A
gaste dezenas de euros a comprar alimentação e brinquedos. Outro dos efeitos da
mora é a transferência do risco, art. 815, que é o mais relevante para o caso
concreto. Existe deste modo impossibilidade superveniente, porque a jiboia morre.
E deste modo a situação já não é imputável ao devedor, art. 790/1, visto que
considerei que não existe dolo por parte de A, porque este segundo o padrão do
homem médio, não tinha diligencia suficiente para perceber que a cobra estava
doente e para fazer algo quanto a isso. Deste modo, B tem que indemnizar A, visto
que o risco corre por conta de B.

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Transferência do risco da coisa devido à mora do credor.
Os efeitos da mora do credor, aqui relevantes para o caso, é, desde logo, a obrigação
de indemnização a que o devedor tem direito - Artigo 816.º. B, ao não querer receber
a jibóia, fez com que A tivesse despesas decorrentes do oferecimento infrutífero da
prestação (desde logo, apesar do caso não o referir, com o transporte da jibóia). Para
além disso, é referido que B até tinha gasto dezenas de euros a comprar alimentação e
brinquedos para a jiboia".
Tem-se entendido (GALVÃO TELLES) que a responsabilidade do credor face ao
devedor, aquando da existência de mora creditoris, é um caso de responsabilidade
pelo sacrificio, já que o credor, é discutido, não tem o dever de aceitar a prestação do
devedor. O sacrífico seria, portanto, as maiores despesas em que A incorreu com a
rejeição do cumprimento por B.
Galvão Telles, Pessoa Jorge, Calvão da Silva, Antunes Varela, extraem do Artigo 762.º2
o dever do credor colaborar no cumprimento. Os professores extraem do referido
artigo com base nos "deveres acessórios, resultantes da boa fé, no cumprimento dos
contractos"
Acresce ainda que, apesar de não ser aplicado no caso, é bom relembrar o segundo
efeito da mora é a atenuação da responsabilidade do devedor. Apesar de nos termos
do Artigo 798.º o devedor responder perante o credor por falta culposa de
cumprimento, presumindo-se a sua culpa - Artigo 799.° -, a partir do momento em que
o credor entra em mora, a responsabilidade do devedor atenua-se, respondendo este
apenas pelo seu dolo - Artigo 814 - e, em relação aos proventos da coisa, apenas
responde pelos que efetivamente tiverem perecido; para além disso, durante a mora
do credor, a dívida deixa de vencer juros, quer legais quer convencionais.

Outro dos efeitos da mora é a transferência do risco - Artigo 815. Essa transferência do
risco é invertida e justifica-se no caso presente. Primeiro, porque a prestação de torna
supervenientemente impossível (a jibóia morre). Segundo, porque, tornando-se
impossível supervenientemente, essa situação não é imputável ao devedor (Artigo
790.º1, relembre-se, a jibóia parece adoentada e, certamente, A não teria diligência
suficiente, tendo em conta um padrão de um homem médio, para perceber que a
cobra estaria doente, portanto, jamais poderia ser responsável por via de
responsabilidade contratual - por falta de culpa - e, portanto, o critério do dolo da
parte final do Artigo 815, como situação que faz recair o risco sobre o devedor, não
está preenchido). GALVÃO TELLES refere que a lei estabelece um padrão de diligência
quase nulo do devedor, em caso de mora do credor, devendo aqui entender-se que a
responsabilidade não ocorrerá apenas em caso de dolo, mas por grave negligência.
MENEZES LEITÃO refere que, estando o credor em mora, não se aplicará o Artigo 799.°,
cabendo antes ao credor em mora demonstrar que o devedor actuou
intencionalmente e com dolo.

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Indeminização de B a A, será por conta de B que o risco correrá, n tendo este direito à
redução da contraprestação- 815º/2

9.ª Hipótese: No transporte da jibóia, um funcionário do aeroporto bate


violentamente com a jaula, provocando a morte do animal.
Impossibilidade objetiva imputada a 3º
795º, 794

De acordo com o artigo 790º a obrigação extingue-se quando a prestação se torna


impossível por causa não imputável ao devedor, existindo uma impossibilidade
objetiva no caso concreto. A impossibilidade é considera superveniente, visto que se
concretiza na vigência da relação obrigacional, extinguindo a prestação como
mencionado. A impossibilidade superveniente de uma prestação diz-se inimputável
ao devedor quando, cumulativamente:
1. Ela não tenha advindo de uma atuação culposa, de uma conduta destinada a
inviabilizar a prestação ou da inobservância dos deveres de cuidado.
2. Ela não tenha ocorrido numa área em que o risco coubesse, por inteiro, ao
devedor.
3. O próprio devedor não tenha assumido a garantia do resultado da prestação.
Tendo em conta que B já arranjou a parede, de acordo com o artigo 795, tem o
direito de exigir a restituição da prestação, na medida do enriquecimento sem causa.

Em princípio, quando a prestação se torna impossível, por facto não respeitante ao


devedor, verifica-se impossibilidade superveniente, conduzindo à extinção da
obrigação - artigo 790.°
Em face da presunção de culpa constante do art. 799.°/1 do CC. é ao devedor que
compete demonstrar que a impossibilidade não lhe é imputável.
Pode afirmar-se que o caso fortuito constitui uma forma de exoneração da
responsabilidade do devedor. Repare-se que no caso foi um "funcionário do
aeroporto" que provocou a morte do Animal.
Em regra, se a prestação se impossibilitar em virtude de atuação de um terceiro ocorre
impossibilidade superveniente e, em consequência disso, a extinção do dever de
prestar e a liberacão do devedor.
Para que tal se verifique é necessário que o devedor não tenha ele mesmo provocado
o incidente que deu origem à inexecução da prestação (de facto, A nada fez para
provocar a morte da Jibóia).

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Este regime é o que resulta da articulação entre os artigos 790.° e seguintes e 798. e
seguintes do CC.
Com o caso fortuito referido não se confunde com a não realização da prestação
decorrente da intervenção de um terceiro ligado ao devedor, que este
voluntariamente introduz no esquema obrigacional.
Neste ponto, a lei equipara o incumprimento à impossibilidade de cumprimento por
causa imputável ao devedor, que pode decorrer tanto de um ato doloso, como de
mera culpa.
Assim, a prestação também se pode tornar impossível devido a fato de uma pessoa
que atua pelo devedor, caso em que este igualmente responde, não se aplicando
então o art. 790.° CC, mas o Artigo 800.
Por conseguinte, a extinção da obrigação nos termos do art. 790. CC pressupõe que o
terceiro não seja auxiliar do devedor: "há a distinguir os terceiros que nada têm a ver
com a obrigação, daqueles que são chamados a colaborar no cumprimento, quer como
auxiliares do devedor. quer como auxiliares do credor
Isto porque de fato o devedor responde pela atuação dos terceiros aos quais recorreu
para o cumprimento. Contudo, nesta situação, A não poderá responder pelos atos
praticados pelo funcionário.

Concluindo, apenas a inexecução da obrigação devido a ato de terceiro estranho à


mesma, sendo tal ato imprevisível e inevitável para o devedor, é que é equiparada ao
fato fortuito ou de força maior, exonerando o devedor (PESSOA JORGE).
Neste sentido, sendo o funcionário um terceiro estranho ao devedor, equiparar-se-á a
situação a um caso fortuito. Assim, a sua obrigação de entrega da jibóia extinguir-se-á
por via do Artigo 790º, já que a causa da morte da jibóia não lhe é imputável.

TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA

Celebração de um contrato de prestação de serviços


1. Identificar a cláusula contratual (CLAÚSULA PENAL): 810º e ss
809º= renúncia antecipada aos direitos do credor, nula a cláusula
MC: tem uma visão mais expansiva do 809, manifestação de um princípio geral de
irrenunciabilidade antecipada de direitos
Protege o credor de si próprio
Convenção das partes mediante a qual concordam que em caso de mora ou
incumprimento definito fixa ....
Moratória= na mora, interpretação do contrato. Pensada para atraso
Compensatória= incump definitivo

Stricto sensu= caracter penal/sancionatório, em caso de incump definito ou mora,


pode o credor exigir o cump e o pagamento da cláusula penal

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Liquidação antecipada de danos= mais comuns, partes no momento de o contrato
dizer que se existir ... paga-se 10, 20 ou 30. O que as partes combinaram, fixaram
811º/1
811º/2 -> no silencio das partes o valor devido
Em princípio não se indemniza o dano excedente
811º/3: n pode resultar deste art, uma exigencia de que o credor demonstre
concretamente os danos que foram sofridos, nem se admite que o credor mostre que
os danos foram menores que os aplicados na cláusula penal, assim seria uma inversão
do ónus da prova.
AT: o sentido desta disposição é aplica-se as sit em que as partes tenham
convencionado no 811º/2 não pode exceder o que se pede????
MC, ML: não se pode aplicar a todos os tps de claúsula penal, stricto sensu pq nesse
caso não faria snetido 812º a redução equitativa da cp, APENAS PARA A CP DE
LIQUIDAÇÃO ANTECIPADA DE DANOS

812º-> Redução equitativa da CP, regra geral automática, porem as partes podem ter
convencionado uma cp desajustada. Pode ser reduzida pelo tribunal, manifestamente
excessiva MC: -cp que em que se obriga o pagamento do dobro ou mais; em que o
valor devido seja ultrapassado os limites da usura 1146º

CASO CONCRETO:
Não há incum definitivo mas mora do devedor
Purgação da mora
Cp não é moratória neste caso!
Só pode pedir uma indemnização em termos moratórios

2. Exceção de não-cumprimento: 428º e ss


Bilaterais= sinalagmáticos
Funcional -> existe pq existe a sua prestação
- prestação e contraprestação ao mm tempo. (Ex: Pode não se pagar o preço enquanto não
entregar a coisa ou vice versa) Quem tem cumprir em 1º lugar está a incorrer a ...
428º-> ML: para que a invocação seja legitima tem de existir uma relação de sucessão (quem
invoca a exceção do incump não pode ser o 1), causalidade (visa motivar a contraparte a
cumprir); proporcionalidade (exceção n pode ser desproporcional)

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Outras sit- qd há perda de beneficio do prazo (429º) sit em que a sit financeira do devedor
degrade se que o credor deixa de ter a certeza que não vai haver cumprimento da obrigação??
Devedor tinha de cumprir em 1 lugar, mas se tinha a poss de interpelar a contraparte para
cumprir, só em termos contratuais tem de cumprir em 1 lugar
So se pode dizer q não se cumpre prestação sinalagmáticas das incumpridas
CASO PRÁTICO: não existe o sinalagma
Ar limpa tem de receber no 1 trimestre pq limpou no 1º trimestre, e ss

Ar limpa tem formas de tutela -> mora de devedor das contas certas
Obrigação de indemnizar – 806º juros supletivamente (comerciais) civis 4& ao ano
Se quiser deixar de limpar pq existiu mora da contra parte
Por via de exceção do não cumprimento não pode

Arlinda deveria interpelar indemnitoriamente a contas certas 808º/1


Se continuar mm com a interpelação- incump definitivo
832º e ss- resolução é vinculada
835º - qd n é possível
Interesse contratual positivo ou int contratual negativo

Nunca existe perda objetiva de it pq existe uma obrigação pecuniária

INCUMPRIMENTO
1. Mora de devedor e credor e pressupostos
2. Como se sai em sit de mora = arlimpa n quer limpar

4. MORA DO CREDOR 813º


Pressupostos
Culpa ou não
Devedor que acha que como o credor estava em mora nada tem a fazer, não é coisa de
extinção da obrigação!
Qd o credor quiser colaborar ...
Se ele n quiser ficar nesta sit de incerteza: interpelar
.. incump definitivo e ai sim naquele trimestre especifico não tem obrigação de limpar

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SE O CREDOR COLABORASSE ERA VIAVEL O CUMPRIMENTO OU NÃO? – SIM não há
impossível
ML: viagem turística com guia turisco, aquele que contratou fica doente e n sobem à
montanha. Se o credor colaborasse era poss? Sim ent mora

Mesmo que o credor colaborasse n era viável o cump da obrigação ->


INCUMPRIMENTO

TESTE:
30 de junho do mesmo ano= vencimento da obrigação, data em que a obrigação se
trona exigível em sentido forte
CP moratória
Mora do devedor 804º, 805º/2 / a) ex re
Exigências do banco= em principio não é interpelação monitória
Prazo razoável de acordo com o bom sensu, o que devedor precisaria para remover os
obstáculos
Tentar resolver o contrato= resolução impossível e ilícita
CP moratória
Para se poder exigir cumulativamente a cp moratória tem de ter natureza
sancionatória, se tiver n há obstáculo. Se n tiver natureza sancionatória n se pode
pedir os danos excedentes
Sanção pecuniária compulsória
Ofereceu se para purgar a mora.
É possível segundo MC que seja o devedor que fixe um prazo para cumprir, vincular
um prazo. Pode ser o credor ou devedor.
Calvário democrático

SUBHIPOTESE:
Cump imperfeito/defeituoso= cump que formalmente surge como .. de uma prestação
devida mas n satisfaz o interesse do credor
Violação do art. 662º/2? Dos deveres acessórios de proteção
O credor pode:
- compreende no momento do cump ou antes que é defeituoso e algo falha,
recusando a prestação RECUSA DA PRESTAÇÃO PELO CREDOR 763º = devedor não
tenha cumprido

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Regra geral é realização integral
Se for realizada parcial o credor pode recusar

- credor aceita pq provavelmente n percebe. Defeitos podem se revelar de forma


superveniente ou posterior.
Pode Credor n se importar e nada dizer – renunciar a sua poss de proteger
Dação em cumprimento
Credor recebeu desconhecia e n tolera: pedir indemnização pelos prejuízos causados
ou pedir a reparação ou substituição da coisa (tecnicamente igual pq a restituição em
espécie nos cump defeituosos vai ser igual a reparação)
MC: pode pedir anulação do cump = mora de cump definitivo e devolve aquilo que foi
prestado

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