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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS ENGENHEIRO COELHO (UNASP-EC)

EDITORA UNIVERSITÁRIA ADVENTISTA (UNASPRESS)

CRITÉRIOS PARA A FORMATAÇÃO DE TEXTOS NA IMPRENSA

UNIVERSITÁRIA ADVENTISTA DE SÃO PAULO

Felipe Carmo

ENGENHEIRO COELHO, SP

2016
SUMÁRIO

1 ORIENTAÇÕES GERAIS ..................................................................... 5


1.2 Orientações para a preparação do texto em Word ............................................... 6

1.2 Orientações para a revisão do texto impresso ...................................................... 7

2 TRANSLITERAÇÃO ........................................................................... 9
2.1 Transliteração do hebraico-português ................................................................. 10

2.2 Transliteração do grego-português ....................................................................... 11

3 ABREVIATURAS ............................................................................. 13
3.1 Expressões-chave .................................................................................................... 13

3.2 Siglas ......................................................................................................................... 14

3.2 Antigo e Novo Testamento ..................................................................................... 15

3.3 Referências bíblicas ................................................................................................ 15

3.4 Et cætera ................................................................................................................... 18

3.5 Espírito de Profecia ................................................................................................. 18

4 CAIXA ALTA E CAIXA BAIXA ............................................................ 23


4.1 Caixa baixa................................................................................................................ 23

4.2 Caixa alta .................................................................................................................. 24

4.3 Títulos de livros ........................................................................................................ 25

5 DESTAQUES ................................................................................. 27
5.1 Aspas ......................................................................................................................... 27

5.2 Itálicos ....................................................................................................................... 28

6 NUMERAIS ................................................................................... 30

7 NOMES E FORMAS DE TRATAMENTO ............................................... 32


7.1 Formas de tratamento............................................................................................. 34

7.2 Instituições, entidades e empresas....................................................................... 34


7.3 Museus e galerias de arte ...................................................................................... 35

7.4 Leis e decretos ......................................................................................................... 36

8 CONVERSAÇÕES ........................................................................... 37
8.1 Diálogos..................................................................................................................... 37

8.2 Pensamentos ............................................................................................................ 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 40


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1 ORIENTAÇÕES GERAIS

O objetivo principal deste manual é auxiliar no controle de qualidade do texto

em termos de padronização, segundo as normas estabelecidas pela Unaspress.

Neste quesito, não serão explorados elementos de construção gramatical, ou

qualquer outro relacionado ao funcionamento da língua portuguesa, mas apenas

orientações a respeito do “formato” ou “padrão” dos diferentes elementos que

compreendem um texto.

Os profissionais da redação deverão estar familiarizados com os critérios

apresentados neste manual, sempre cientes de que as regras aqui estabelecidas

não são incontestáveis ou imutáveis. A padronização representará apenas um

conjunto de regras adotadas pela editora para a composição dos elementos do

texto; sempre existirão exceções às regras estabelecidas e muitas outras

observações a serem acrescentadas.

A princípio, deve-se ter em mente que o trabalho com o texto é uma atividade

sincera e cuidadosa. Para que tais virtudes permaneçam no processo da

preparação e da revisão, a editora prefere que todas as alterações estejam visíveis

(tanto em Word quanto em papel impresso) para avaliação e controle do editor-

chefe. Entendemos como “preparação” (ou “editoração”) o trabalho efetuado

apenas por pessoas que já possuem experiência com o texto; ele costuma ser mais

demorado e, normalmente, demanda pesquisa por parte dos envolvidos. Além

disso, entendemos como “revisão” o processo que revê o texto, em termos de

escrita e padronização, a fim de captar falhas oriundas da preparação e da


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diagramação. Este costuma ser feito à caneta, em folha impressa, e pode ser

finalizado com mais rapidez.

Abaixo, seguem as principais orientações para dar início aos processos de

preparação e revisão, respectivamente. A depender do serviço prestado, o

profissional deverá estar atento a elas, tentando seguir cabalmente o que foi

orientado.

1.2 Orientações para a preparação do texto em Word

 Antes de começar o trabalho, ative o comando de controlar as alterações

para que todas as correções feitas no texto sejam salvas;

 Enquanto estiver preparando o texto, deixe as marcas de revisão invisíveis,

para não se confundir. Comentários devem ser feitos exclusivamente em

balões de comentário, e não no corpo do texto;

 Faça uma limpeza prévia no arquivo: elimine espaços duplos, espaços entre

as palavras e os sinais de pontuação, além das duplas pontuações.

Substitua as letras “a” e “o” sobrescritas pelas letras “a” e “o” sublinhadas

e sobrescritas (1ª e 1º);

 Caso o texto traduzido contenha conversões de medidas, elas devem ser

conferidas, além da digitação de números, nomes e palavras estrangeiras

feitas pelo tradutor;

 Depois da limpeza inicial, e ainda antes de ler o texto, o preparador deve

bater todos os parágrafos do texto, para se certificar de que não há saltos


7

de tradução, e de que todo o conteúdo está na sequência em que deveria

estar. Confronte o início e o fim de cada parágrafo com o original,

observando também se cada parágrafo do original e da tradução têm

tamanhos equivalentes;

 Insira uma quebra de página a cada novo capítulo;

 Leia o texto traduzido acompanhado do original, para conferir e

eventualmente apontar soluções para trechos obscuros;

 Estabeleça um código claro para identificar o peso de cada título – e,

consequentemente, das informações. Esta hierarquização não pode ser

deixada para o diagramador. Você pode usar o sistema [T1], [T2], [T3]

diante de cada título ou intertítulo. Assim, [T1] é o primeiro nível de título.

Abaixo dele vem [T2]. E abaixo deste vem [T3];

 Indique com clareza, no corpo do texto, onde devem entrar imagens,

símbolos, citações etc. Para indicar a entrada de uma epígrafe, por exemplo,

deve-se escrever <epígrafe> e pintar esse conjunto de amarelo.

1.2 Orientações para a revisão do texto impresso

 Antes de ler o texto, o revisor da primeira prova deve bater todos os

parágrafos com o texto final da preparação. O objetivo desse procedimento

é verificar se nenhuma parte do texto se perdeu na diagramação/paginação

do livro;
8

 Confira o título do livro e o nome do autor em todas as ocorrências (falso

rosto, rosto, página de créditos, cabeços [se houver]);

 Confira o sumário, padronizando os nomes de partes e capítulos que

aparecem ali com a forma como aparecem no miolo do livro. Confira o

número das páginas;

 Caso haja gráficos e tabelas, confronte-os com o original ou com o arquivo

final da preparação. É muito comum haver erros de composição nesses

casos, em especial se houver números, que devem ser conferidos dígito por

dígito;

 Caso haja notas bibliográficas (de rodapé ou de fim), confira todas antes de

ler o texto principal, prestando atenção especial à sua padronização;

 Depois de fazer toda a conferência, comece a ler o texto. Todas as correções

deverão ser feitas à caneta no livro impresso, utilizando-se dos símbolos de

correção adotados pela editora (ver capítulo 9).


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2 TRANSLITERAÇÃO

Visto que diversos artigos ou livros da área de teologia carregam termos em

grego, hebraico ou aramaico, todas as palavras lidas em uma dessas três línguas

serão transliteradas – com a importante exceção de artigos ou livros que dependam

da forma original das línguas mencionadas para o desenvolvimento de sua

argumentação. A transliteração dos termos será realizada com base no alfabeto

latino e sempre deverá aparecer no texto em itálico. Por exemplo: a palavra

hebraica ‫ חָ כְ מָ ה‬ocorrerá no texto como ḥākemāh.

Existem dois tipos de transliteração: 1) aquelas que pretendem representar

apenas o aspecto sonoro da palavra (ou sua utilização tradicional); e 2) aquelas

que procuram representar, de forma latinizada, todas as peculiaridades possíveis

encontradas no idioma de origem, de maneira a “encarnar” no alfabeto latino tanto

o som quanto as representações de seus grafemas. Poderia ser o caso, por

exemplo, da palavra ‫“( יִ ְש ָראֵ ל‬Israel”), aonde Yisrael seria uma transliteração

fonética, e objetiva, da palavra; e Yiśrāʼēl quando transliterada literalmente para o

alfabeto latino.

Visto que algumas palavras do grego ou do hebraico possuem

transliterações tradicionais, preocupadas apenas com a sonoridade, é preferível

que permaneçam da mesma forma em determinados contextos. Por exemplo: Torá,

Yom Kipur, Shabat. O caráter do texto definirá qual das duas transliterações acima

serão utilizadas, sendo que o texto deverá apresentar apenas um tipo de

transliteração.
10

2.1 Transliteração do hebraico-português

Tabela 1 - Transliteração hebraico-português (BR)

Consoante Transliteraçã Pronúncia


s o
‫א‬ ʼ - (como o “h” na palavra hospital)
‫ּב‬ b b
‫ב‬ ḇ v
‫ּג‬ g g (nunca com som de “dj”, mesmo antes dos fonemas “i”
e “e”)
‫ג‬ ḡ g (nunca com som de “dj”, mesmo antes dos fonemas “i”
e “e”)
‫ּד‬ d d
‫ד‬ ḏ d
‫ה‬ h r (aspirado no início ou meio de palavras e sem som no
final)
‫ו‬ w v
‫ז‬ z z
‫ח‬ ḥ rr (como na palavra carro)
‫ט‬ ṭ t
‫י‬ y i
‫ּכ‬ k c
‫כ‬/‫ך‬ ḵ rr
‫ל‬ l l
‫מ‬/‫ם‬ m m
‫נ‬/‫ן‬ n n
‫ס‬ s ss
‫ע‬ ‘ - (como o “h” na palavra hospital)
‫ּפ‬ p p
‫פ‬/‫ף‬ f f
‫צ‬/‫ץ‬ ṣ ts
‫ק‬ q q
‫ר‬ r som (como na palavra ópera)
11

‫ש‬ ś ss
‫ׁש‬ š ch
‫ּת‬ t t (nunca com som de “tch”, mesmo antes dos fonemas “i”
e “e”)
‫ת‬ ṯ t
Vogais Transliteraçã Pronúncia
o
ַ‫ב‬ a a
ַ‫ב‬ ā a
ַ‫ב‬ e e
ֵַ‫ב‬ ē e
ִַ‫ב‬ i i
‫בִ י‬ î i
ַ‫ב‬ o o
ַ‫ב‬ ō o
‫ֹו‬ ô o
ַ‫ב‬ u u
‫ּו‬ û̂̂̂ u
ַ‫ב‬ ǒ o
ַ‫ב‬ ǎ a
ַ‫ב‬ ě e
ְַ‫ב‬ xe e
Fonte: (KIRSCHBAUM; LANGER; ARAÚJO; FRAIMAN BLATITA, 2009).

2.2 Transliteração do grego-português

Tabela 2 – Transliteração grego-português (BR)

Maiúsculas Minúsculas Pronúncia Transliteração


A α a a
B β b b
Γ γ g (gue) g, nn
Δ δ d d
E ϵ e (breve) e
Z ζ dz z
12

H η e (longo) ē
ϴ θ th th
I ι I i
K κ k k
Λ λ l l
M μ m m
N ν n n
Ξ ξ x (cs) x
O ο o (breve) o
П π p p
P ρ r r
Σ ς s s
T τ t t
Y υ u (francês) y (u em casos de
ditongo)
Φ φ f ph
X χ ch (alemão) ch
Ψ ψ os ps
Ω ω o (longo) ō
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3 ABREVIATURAS

As abreviaturas, na maioria das ocasiões, serão utilizadas no texto para o

benefício da fluidez da leitura. Nem todos os termos e expressões no texto

aparecerão na íntegra em todas as ocasiões. A depender da extensão destes, os

mesmos deverão ser abreviados de acordo com as normas que se seguem.

3.1 Expressões-chave

Não raro, um texto apresentará um termo ou uma expressão-chave de uso

contínuo. Essas expressões corriqueiras, por serem repetidas constantemente,

podem tornar a leitura maçante e, por isso, devem ser abreviadas. No entanto, a

expressão escolhida, antes de ser abreviada, deverá ser exposta na íntegra, por

extenso, com a indicação entre parênteses de que, a partir de então, será

apresentada de outra maneira. No exemplo abaixo, a expressão “Igreja Adventista

do Sétimo Dia” foi apresentada pela primeira vez na íntegra, mas é precedida de

sua abreviação entre parênteses:

A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) crê que suas raízes na


história remontam a tempos distantes. Dessa forma, a IASD
retrocede não apenas ao movimento milerita das décadas de 1830
a 1840, porém mais longe: a Wesley e aos reavivamentos
evangélicos do século 18.
14

Abreviações dessa natureza só poderão ser aplicadas a termos recorrentes;

elas deverão ser fieis à forma proposta no início do texto. Além disso, consideramos

desaconselhável a utilização de sinônimos que, porventura, façam referência à

expressão abreviada (no caso do exemplo acima, “igreja” ou “denominação”), a

não ser que a coesão textual esteja bem construída no texto. Será interessante,

contudo, que os títulos que carregam a mesma expressão as por extenso, em vez

de sua versão abreviada.

3.2 Siglas

Há pelo menos dois tipos de siglas: as puras e as mistas. As chamadas

“siglas puras” (ou “não silabáveis”) representam a expressão que, quando

abreviada, necessita ser soletrada pelo leitor. Essas siglas ocorrerão normalmente

em caixa alta, como, por exemplo: ABL, URSS, FGTS, IBGE etc. As “siglas mistas”

(ou “silabáveis”), por sua vez, atuam quando a expressão necessita ser,

literalmente, pronunciada, como se o leitor se deparasse como uma palavra

comum. As siglas mistas, assim, ocorrerão em ocasiões como: Unicamp, Unasp,

Fiesp, Funai, Banespa, Incra etc. Ainda assim, é importante estar atento às siglas

que possuem características peculiares, e não se encaixam estritamente nas

definições acima. Essas siglas normalmente possuem formas oficiais, com UnB,

CNPq, MinC, MoMA etc. No caso de siglas estrangeiras, opta-se pela forma

original, sem tradução, exceto nos casos de uso consagrado.


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3.2 Antigo e Novo Testamento

A editora dá preferência à utilização das formas abreviadas das expressões

“Antigo Testamento” e “Novo Testamento”: respectivamente AT e NT. O uso de

tais abreviaturas, contudo, ocorrerá apenas no texto corrido, a fim de que conferir

fluidez à leitura. Por outro lado, a utilização das expressões na íntegra, por extenso,

ocorrerá normalmente em títulos e subtítulos, ou em ocasiões onde seja necessária

a ênfase nos termos que compõem a expressão, a saber, “antigo”1 e “testamento”.

3.3 Referências bíblicas

Há diferença na abreviação das referências bíblicas. Para os livros do AT e

NT do cânone protestante, a editora utilizará a mesma abreviação oferecida pela

tradução de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil, 2a edição,

preparada pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB, 1993). Ela será aplicada a ambos

os testamentos, conforme as tabelas abaixo. Quando apresentados sem a

abreviação, é preferível que o nome dos livros ocorra sem o complemento “São”,

como: “São Mateus” ou “São Lucas”.2

1
Para a redação dos textos, é preferível a expressão “Antigo Testamento” a “Velho Testamento”. Em alguns
casos mais específicos, pode-se dizer “Bíblia Hebraica” (ou BH), como alusão ao AT.
2
Embora não esteja relacionada aos textos bíblicos, é igualmente preferível omitir o complemento de nomes
como [Santo] Agostinho ou [São] Francisco de Assis, entre outros, a fim de evitar interpretações equivocada a
respeito da opinião do texto sobre o personagem referido.
16

Tabela 2 – Abreviações de livros no AT

Gênesis Gn Eclesiastes Ec
Êxodo Êx Cântico dos Cânticos Ct
Levítico Lv Isaías Is
Números Nm Jeremias Jr
Deuteronômio Dt Lamentações de Jeremias Lm
Josué Js Ezequiel Ez
Juízes Jz Daniel Dn
Rute Rt Oséias Os
1 Samuel 1Sm Joel Jl
2 Samuel 2Sm Amós Am
1 Reis 1Rs Obadias Ob
2 Reis 2Rs Jonas Jn
1 Crônicas 1Cr Miquéias Mq
2 Crônicas 2Cr Naum Na
Esdras Ed Habacuque Hc
Neemias Ne Sofonias Sf
Ester Et Ageu Ag
Jó Jó Zacarias Zc
Salmos Sl Malaquias Ml
Provérbios Pv

Tabela 3 – Abreviação de livros no NT

Mateus Mt 1 Timóteo 1Tm


Marcos Mc 2 Timóteo 2Tm
Lucas Lc Tito Tt
João Jo Filemon Fm
Atos dos Apóstolos At Hebreus Hb
Romanos Rm Tiago Tg
1 Coríntios 1Co 1 Pedro 1Pe
2 Coríntios 2Co 2 Pedro 2Pe
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Gálatas Gl 1 João 1Jo


Efésios Ef 2 João 2Jo
Filipenses Fp 3 João 3Jo
Colossenses Cl Judas Jd
1 Tessalonicenses 1Ts Apocalipse Ap
2 Tessalonicenses 2Ts

As referências bíblicas serão abreviadas apenas quando ocorrerem entre

parênteses. Quando houver menção ao livro no texto corrido, esta deverá ocorrer

em sua forma original. Por exemplo: “E, levantando-se Pedro, foi com eles” (At

9:39). E, em outra ocasião: “Atos 9:39 alega ‘e, levantando-se Pedro, foi com elesʼ”.

Na referência a livros classificados como “pseudoepígrafos” ou “apócrifos”

(seja do cânone católico ou de outras versões), o nome do livro sempre ocorrerá

na íntegra, por extenso, dentro ou fora dos parênteses. Por exemplo: “não digas: É

o Senhor que me faz pecar, porque ele não faz aquilo que odeia” (Eclesiástico

15:11). Ou: “Eclesiásticos 15:11 aconselha: ‘não digas: É o Senhor que me faz

pecar, porque ele não faz aquilo que odeiaʼ”. A depender do caráter da

argumentação do texto, será necessário esclarecer a versão utilizada como

alternativa, já que todas as citações bíblicas de nossa editora se utilizam da

tradução de João Ferreira de Almeida. Neste caso, a referência estará

acompanhada da versão especificada: (At 9:39, NVI) ou Atos 9:39 (NVI). Ainda

assim, há quem prefira utilizar-se de uma tradução pessoal. Para tais casos, o texto

deverá estar acompanhado da expressão “tradução livre” entre parênteses. Por

exemplo: “Consagra o jovem no princípio de seu caminho, para que, quando velho,

ele seja persuadido a desistir dele” (Pv 22:6, tradução livre).


18

3.4 Et cætera

O termo “etc.” corresponde à forma abreviada do latim et cætera, que

significa “e outras coisas mais” ou “e os restantes”. Visto que a expressão carrega

“et” na sua construção, a tendência atual é evitar a utilização da vírgula antes do

termo, justamente por carregar a conjunção “e” de forma implícita na abreviatura.

Assim, não há motivos para escrever “A, B, C e etc.”, visto que, literalmente,

significaria “A, B, C ‘eʼ e os restantes”, mas “A, B, C etc.” O termo, contudo, não

deve ser utilizado como referência a pessoas; para tanto, costuma-se utilizar et

alii, abreviada como et al. (“e os outros”).

3.5 Espírito de Profecia

Embora a editora não se utilize das abreviações dos títulos do Espírito de

Profecia no texto, o conhecimento deles é importante para os profissionais da

redação, caso exista a necessidade de reconhecê-los no processo de tradução ou

preparação. A lista abaixo contém os títulos originais e os títulos em língua

portuguesa; ambas as informações estão atualizadas e foram conferidas pela Casa

Publicadora Brasileira.
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Títulos em português Títulos originais


AA Atos dos apóstolos AA Acts of the apostles, The
BF Batalha final, A
BS Beneficência social WM Welfare ministry
CC Caminho a Cristo SC Steps to Christ
CJN Cartas a jovens namorados LYL Letters to Young lovers
CBV Ciência do bom viver, A MH Ministry of healing, The
CE Colportor-Evangelista, O CH Colporteur ministry
CLE Como lidar com as emoções
CSP Como surgiu o pecado
CSx Conduta sexual TSB Testimonies on sexual behavior,
adultery and divorce
CPPE Conselhos aos pais, professores e CT Counsels to parentes, teachers and
estudantes students
CI Conselhos para a igreja Counsels for the church
CES Conselhos sobre Escola Sabatina CSW Counsels on Sabbath School work
CAF Conselhos sobre administração
financeira
CSE Conselhos sobre educação CE Counsel on education
CM Conselhos sobre mordomia CS Counsels on stewardship
CMM Conselhos sobre a obra médico
missionária
CRA Conselhos sobre regime alimentar CD Counsels on diet and foods
CS Conselhos sobre saúde Counsels on health
CSS Cristo em seu santuário Christ in his sanctuary
CT Cristo Triunfante (MM, 2002) CTr Christ triumphant (MM)
CD Cuidado de Deus (MM, 95) OFC Our father cares (MM)
DTN Desejado de todas as nações, O DA Desire of ages, The
DT Deserto da tentação, No Com Confrontation
Ed Educação Ed Education
DD Este dia com Deus (MM, 80) TDG This day with God (MM)
Ev Evangelismo EV Evangelism
EF Eventos finais LDE Last days events
Ex Exaltai-O (MM, 92) LHU Lift him up (MM)
FO Fé e obras FW Faith and works
FV Fé pela qual eu vivo, A (MM, 59) FLB Faith I live by, The (MM)
FD Filhas de Deus DG Daughters of God
20

FF Filhos e filhas de Deus (MM, 56) SD Sons and daughters of God (MM)
Foi por você
FEC Fundamentos da educação cristã FE Fundaments of christians education
FLC Fundamentos do lar cristão
GC Grande conflito, O GC Great controversy between Christ
and Satan, The
HR História da redenção SR Story of redemption, The
INP Idade não é problema RY The retirement years
IR Igreja remanescente, A Remnant church, The
JMM Jesus, meu modelo (MM, 2009) BLJ To be like Jesus
JP Jóias do pensamento Gems of thought
LA Lar adventista, O AH Adventist home, The
LVN Lições da vida de Neemias Lessons from the life of Nehemiah
LiC Liderança cristã ChL Christian leadership
LC Lugares celestiais (MM, 68) HP In heavenly places (MM)
MDC Maior discurso de Cristo, O MB Thoughts from the Mount of
Blessing
Mar Maranata, o Senhor vem (MM, 77) Mar Maranatha, the Lord is coming (MM)
MG Maravilhosa graça (MM, 74) AG God´s amazing grace (MM)
MS Medicina e salvação MM Medical ministry
MEsp Mensageiro da esperança
MJ Mensagem aos jovens MYP Messages to Young people
ME1 Mensagens escolhidas – v. 1 1SM Select messages – v. 1
ME2 Mensagens escolhidas – v.2 2SM Select messages – v. 2
ME3 Mensagens escolhidas – v. 3 3SM Select messages – v. 3
MCP1 Mente, caráter e personalidade – v. Mind, caracter and personality – v. 1
1
MCP2 Mente, caráter e personalidade – v. Mind, caracter and personality – v. 2
2
MCH Minha consagração hoje (MM, ML My life today (MM)
89/53)
MMU Ministério médico-missionário Science of metropolitan medical
urbano missionary evangelism
MP Ministério pastoral MP Pastoral ministry
MC Ministério para as cidades Ministry to the cities
Mús Música: sua influência na vida do Music: its role, qualities, and
cristão influence
21

NAV Nossa alta vocação (MM, 62) OHC Our high calling (MM)
OE Obreiros evangélicos GW Gospel workers
OAO Olhando para o alto (MM, 83) UL The upward look (MM)
OC Orientação da criança CG Child guidance
OP Outro poder, O CW Counsels to writers and editors
PC Para conhecê-lo (MM, 65) TMK That I may know him (MM)
PJ Parábolas de Jesus COL Christ´s object lessons
PP Patriarcas e profetas PP Patriarchs and prophets
PC Perto do céu FH From the heart
PE Primeiros escritos EW Early writings of Ellen G. White
PR Profetas e reis PK Prophets and kings
RR Reavivamento e seus resultados Revival and beyond
RV Reavivamento verdadeiro True revival
RP Recebereis poder, E (MM, 99) YRP Yes hall receive power (MM)
RC Refletindo a Cristo (MM, 86) RC Reflecting Jesus (MM)
San Santificação SL Sanctified life, The
SC Serviço cristão ChS Christian service
SPJ Só para jovens
Te Temperança Te Temperance
TI1 Testemunhos para igreja – v. 1 1T Testemonies – v. 1
TI2 Testemunhos para igreja – v. 2 2T Testemonies – v. 2
TI3 Testemunhos para igreja – v. 3 3T Testemonies – v. 3
TI4 Testemunhos para igreja – v. 4 4T Testemonies – v. 4
TI5 Testemunhos para igreja – v. 5 5T Testemonies – v. 5
TI6 Testemunhos para igreja – v. 6 6T Testemonies – v. 6
TI7 Testemunhos para igreja – v. 7 7T Testemonies – v. 7
TI8 Testemunhos para igreja – v. 8 8T Testemonies – v. 8
TI9 Testemunhos para igreja – v. 9 9T Testemonies – v. 9
TM Testemunhos para ministros TM Testemonies to ministers and gospel
workers
TS1 Testemunhos seletos – v. 1 1TT Testimony treasury – v. 1
TS2 Testemunhos seletos – v. 2 2TT Testimony treasury – v. 2
TS3 Testemunhos seletos – v. 3 3TT Testimony treasury – v. 3
VA Verdade sobre os anjos TA Truth about angels, The
VJ Vida de Jesus SOJ Story of Jesus, The
VE Vida e ensinos CET Christian experience and teaching of
EGW
22

VC Vida no campo CL Country living


VF Vidas que falam (MM, 71) CC Conflict and courage (MM)
ViC Visões do Céu Hvn Heaven
23

4 CAIXA ALTA E CAIXA BAIXA

Em muitas ocasiões é necessário fazer distinção entre a natureza de alguns

termos utilizando-se da “caixa alta” ou da “caixa baixa” para a primeira letra de

uma expressão. Por questões de padronização, a editora preferiu aplicá-las apenas

nas ocasiões explicadas abaixo. Contudo, é importante enfatizar que, a depender

do material editado, o uso de caixa alta ou baixa poderá ser alterado. Disto

dependerá da função delas no texto, assim como das preferências do autor da obra;

toda a exceção deverá ser comunicada aos preparadores e aos revisores.

Obviamente, os exemplos abaixo não representam, mesmo em conjunto, o

“ponto final” para a sistematização de todos os casos que exigirão o formato de

caixa alta ou caixa baixa. No entanto, nos quadros que se seguem, apresentam-se

as ocorrências mais corriqueiras, assim como exemplificam as dúvidas mais

frequentes. Preparador e revisor do texto deverão tentar reconhecer um “padrão”,

mesmo que nas entrelinhas, e aplicá-lo às situações mais variadas da melhor

forma possível.

4.1 Caixa baixa

Ciências e disciplinas teologia, medicina, direito, história, matemática etc.


Movimentos culturais e cristianismo, romantismo, surrealismo, ateísmo etc.
filosóficos
Comunidades filosóficas e igreja católica, igreja adventista, comunidade
religiosas espírita etc.
24

Tribos e povos3 guaranis, hebreus, mesompotâmicos, inuítes,


gregos etc.
Meses do ano janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho
etc.
Estações do ano primavera, verão, inverno etc.
Comemorações anuais páscoa, natal, quaresma, bumba-meu-boi, carnaval
etc.

Regiões geográficas4 mesopotâmia, mediterrâneo etc.

Fatos históricos segunda guerra mundial, reforma protestante etc.


Cargos, funções e profissões presidente, rei, papa, prefeito etc.
Substantivos próprios comuns eva sedutora, castanha-do-pará, palma-de-santa-
rita etc.

Também serão utilizadas no texto corrido: 1) após a utilização de dois

pontos; 2) após a utilização dos sinais de interrogação ou exclamação com função

de vírgula (por exemplo: “Deus! ó, Deus!”).

4.2 Caixa alta

Instituições5 Centro Universitário Adventista de São Paulo etc.

Prêmios Assad Bechara, Prêmio Nobel, Gourmand Awars etc.

Marcas e modelos6 Coca-Cola, Nike, Porche, Fusca etc.

Pontos cardeais Norte, Sul, Nordeste etc.

3
E obras especializadas em antropologia conservam-se os critérios dos antropólogos, ou seja, nomes de tribos
em caixa alta e baixa, sem flexão e não aportuguesados.
4
Algumas exceções podem ocorrer no caso de regiões com nome composto, como “alto Egito” ou “baixo Egito”.
5
Exceto preposições e conjunções.
6
Os “nomes de batismo” dos veículos de transporte, inclusive foguetes e sondas espaciais, deve ser grafado em
itálico. Por exemplo: Titanic.
25

Continentes, países e África, Brasil, Argentina, Inglaterra, São Paulo etc.

estados7

Astros8 Sol, Lua, Saturno, Urano etc.

Divindades9 Jeová, Deus, Espírito Santo, Sidarta Gautama (ou Buda)


etc.
Livros sagrados10 Bíblia, Alcorão, Livro de Mórmon etc.
Livros bíblicos Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Mateus, Marcos
etc.

Logradouros públicos11 Rua Augusta, Avenida Brasil, Praça da Sé etc.

Acidentes geográficos Cabo Verde, Costa do Marfim, Floresta Negra etc.


Formas de tratamento12 Dr., Dra., Sr., Sra., Prof., Profa., Pr., Exmo., Ilmo etc.
Antonomásticos Patriarca da Independência, Águia de Haia etc.13
Pseudônimos Tristão de Athayde, João do Rio etc.
Nomes dinásticos os Braganças, os Cardosos etc.14

4.3 Títulos de livros

A editora optou por manter em caixa baixa todas as iniciais das palavras

contidas no título de um livro, com exceção da primeira – mesmo nas edições em

inglês. Por exemplo: Portadores de luz: história da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

7
Além disso, é importante ressaltar que cidades e regiões devem ser pesquisados com cuidado. É comum
encontrar formas inglesas em textos em português, como “Basel de Burma” (que são, na verdade, Basileia e
Birmânia, respectivamente). Deve-se tomar cuidado com o artigo antes desses nomes. Usa-se o artigo definido
diante de nomes de regiões e de vários países, sendo mais raro diante de cidades.
8
A não ser quando utilizados em frases com sentido comum, como “Hoje o sol está brilhando”.
9
Escreve-se, porém, em caixa baixa o nome de entidades mitológicas coletivas: faunos, ninfas, sereias etc. Os
pronomes referentes a Deus ocorrerão em caixa baixa, com exceção de “Ele”, que ocorrerá sempre em caixa
alta; nenhuma outra referência a Deus, seja em relação aos seus atributos ou elementos de coesão textual, serão
colocados em caixa alta (por exemplo, “alguém”, “criador”, “salvador” etc.).
10
Termos sinônimos mormente utilizados como referência à Bíblia (Escrituras, Palavra etc.) deverão igualmente
ocorrer em caixa alta.
11
Isso ocorrerá para logradouros em todas as línguas.
12
Só serão grafados em caixa alta quando o título acompanhar o nome pela qual a pessoa é conhecida. Do
contrário, ocorrerá em caixa baixa (doutor, senhor, senhora etc.).
13
No plural, contudo, ocorreriam como “patriarcas da Independência” e “águias de Haia”.
14
Em nomes que designam dinastias em formas adjetivas, usam-se minúsculas: “a dinastia dos carolíngios.”
26

Como pode ser notado, apenas o nome da instituição e a inicial da primeira palavra

permaneceram em caixa alta, conforme a lista acima. Ou seja, algumas palavras

de fato permanecerão em caixa alta (como “Bíblia”, “Deus”, “Espírito Santo” etc.)

de acordo com as listas supracitadas. Essa preferência não ocorrerá apenas no

texto corrido, mas igualmente nas referências bibliográficas.


27

5 DESTAQUES

Um “destaque” diz respeito a termos, expressões ou citações que exigem

atenção especial em determinado texto, dentro de uma determinada construção;

ou seja, são elementos diferenciados que demandam distinção. Abaixo,

encontram-se enumerados dois tipos principais de destaque: a utilização das

aspas e do itálico15. Muito embora enumerados em seções distintas, os diferentes

destaques poderão ocorrer em duas categorias ao mesmo tempo.

5.1 Aspas

É importante saber distinguir a utilização das aspas no texto a fim de que o

seu uso não seja banalizado e de que sua função seja perceptível. Existem dois

tipos de aspas: as “aspas simples”, reconhecidas por apresentarem apenas um

único traço ( ‘ ); elas ocorreram apenas quando houver citação dentro de citação.

Em todos os outros casos, o tipo mais utilizado são as “aspas duplas”, identificadas

por carregarem dois traços. Elas poderão ser utilizadas principalmente nas

seguintes ocasiões:

15
Vez ou outra, o itálico é substituído pelo negrito. Isso não irá ocorrer nos livros editados pela Unaspress: o
negrito não será utilizado como destaque nos textos da editora.
28

Reforço Isso ocorre em razão da chamada “guerra fiscal”;


Ironia Quem espalhou a fofoca foi a sua “amiga”;
Referência a uma A palavra “key” significa “chave” em português;
palavra
Citação direta A presidente Dilma Rousseff alegou: “Vamos deixar a meta
aberta”;
Manchetes “Inflação sobe 5%”; “Governador discute crise hídrica”;
Capítulos de um livro No capítulo “O mundo em que se iniciou o adventismo”...

No caso de citações, as aspas serão utilizadas antes do ponto quando a

citação faz parte da frase do autor. Em outro caso, ela ocorrerá depois do ponto

quando a citação representa uma frase inteira. Por exemplo:

Antes do Henry Lack apresenta a ideia da voz em “expansão” e não de voz em


ponto “mudança”.
Depois do Henry Lack alega: “a ideia é de voz em ‘expansãoʼ e não de voz em
ponto ‘mudançaʼ.”

5.2 Itálicos

Os itálicos, igualmente, deverão ser apontados com cuidado. Do contrário, o

uso descabido deles poderá confundir o leitor quanto às ocasiões necessárias e

desnecessárias para a sua utilização. Sites, blogs e redes sociais, por outro lado,

não aparecerão no texto como destaque (seja entre aspas ou com itálico); eles
29

ocorrerão em redondo e caixa alta, por exemplo: Facebook, Google, Terra etc. Em

suma, neste caso, os itálicos ocorrerão nas situações que se seguem:

Expressões Marília teve um insight; Esta é uma condição sine qua non;

estrangeiras16

Livros e obras Ellen G. White escreveu O grande Conflito; Picasso pintou

artísticas17 Guernica;

Periódicos É necessário assinar a revista Escola Adventista;


Filmes e álbuns Assisti o filme A última batalha; Escutei o álbum Ilhabela;
musicais
Programas de rádio ou Estreiou o programa HiperLinkados; Escutei As mais pedidas
TV na rádio;
Nomes de batismo Titanic, Conte Grande, Caravelle, Columbia, Galileu etc.;
Ênfase de tom Vá tomar banho já; eu disse que não quero falar sobre isso;
Efeito didático As colunas esculpidas com formas humanas chamam-se
cariátides;
Nomenclatura Handroanthus impetiginosus; Piper nigrum etc.;
científica
Trilogias A triologia O senhor dos anéis; a triologia De volta para o
futuro;

16
Deve-se estar atento às expressões que provavelmente já fazem parte do léxico da língua portuguesa, como,
por exemplo : internet, shopping, marketing, show, rock etc.
17
A editora costuma traduzir os títulos de livros e obras artísticas em inglês. A tradução aparecerá entre aspas e
colchetes, por exemplo: Light bearers, a history of the Seventh-Day Adventist church [“Portadores de luz: história
da Igreja Adventista do Sétimo Dia”]. Além disso, os títulos de coleções permanecem em redondo entre aspas,
como: “Os melhores contos da literatura brasileira”, ou “Grandes nomes da literatura inglesa”.
30

6 NUMERAIS

Em obras especializadas, em que unidades de medida ou tempo são usadas

com frequência, todos os valores devem ser grafados em algarismos. Em situações

normais, quando os numerais fizerem referência a quantidades, dá-se preferência

à forma por extenso aos algarismos se puderem ser escritos com apenas uma

palavra, por exemplo: um, dois, dez, onze, doze etc. No geral, por outro lado, não

se iniciam frases com algarismos. Para os outros casos, deverão ocorrer como

algarismos: 21, 23, 44 etc. Além disso, para quantidades acima de mil, é preferível

que ocorram a partir do seguinte critério: 2 mil anos; 2.200 anos18; 1 milhão de anos.

É importante salientar que, para fins estéticos, quando vários números aparecem

em um mesmo trecho, todos deverão ser grafados como algarismos. No geral, a

padronização dos números contidos no texto deve seguir as recomendações

abaixo:

Idades Sempre em algarismos (2 meses, 42 anos etc.);


Medidas Em algarismos com medida abreviada (2 m, 74 m2
etc.);
Porcentagem Em algarismos com o símbolo (43% etc.);
Frações Grafadas por extenso (um terço, três quartos
etc.);
Horários Em algarismo com o símbolo (19h, 21h30 etc.);
Moedas Em algarismo (R$ 20 milhões, US$ 1,15 etc.).
Datas19 A exemplo de: 4 de junho de 1989;
Décadas Preferencialmente “1960”, em vez de “anos 60”.

18
Isso não ocorrerá quando o numeral referenciar uma data (1998, 1898, 2016 etc.).
19
Isso será alterado nas referências bibliográficas, em ABNT. Nessas ocasiões, as datas ocorrerão da seguinte
forma: 4 jun. 1989.
31

Todas as referências a século deverão aparecer em números arábicos, como

“no século 19”. Em obras traduzidas, as unidades de peso e medida deverão ser

convertidas para o sistema métrico em utilização no Brasil.

Em textos hieráticos, dogmáticos, solenes altamente formais (convites e

participações relativos a acontecimentos sociais), literatura requintada, poesia,

canções, títulos de obras literárias, de artes plásticas ou de episódios históricos,

os cardinais e os ordinais devem ser escritos por extenso.


32

7 NOMES E FORMAS DE TRATAMENTO

A editora prefere que sejam traduzidos os nomes de papas, reis, rainhas,

personagens bíblicos e personalidades históricas que possuam uma forma

consagrada na língua portuguesa. Os títulos que seguem os respectivos nomes

(“papa”, “rei”, “rainha” etc.), contudo, devem ocorrer em caixa baixa. A única

exceção será atribuída ao nome dos “santos”, a fim de que o título em caixa baixa

não seja confundido como a opinião do autor a respeito da canonicidade de um

indivíduo.

Papas papa João Paulo XXIII, papa João Paulo II, papa Bento XVI etc.
Reis rei Henrique VIII, rei Luís XVI, rei Salomão, rainha Isabel II etc.
Santos20 Santa Marcelina, Santo Agostino, São Pedro, São Longuinho
etc.
Personagens Adão, Eva, Noé, Abraão, Sara, Raquel, Jesus Cristo, Pedro,
bíblicos Paulo etc.
Personagens Platão, Aristóteles, João Calvino, Martinho Lutero, João Hus
históricos etc.

As alcunhas, por outro lado, deverão ser grafadas em caixa alta, separadas

por vírgulas, a fim de destacá-las como referência popular ao personagem, por

exemplo: dona Maria I, a Louca; Átila, o Huno; Alexandre, o Grande etc. Ademais,

20
É imprescindível estar atento à tradução do nome de cada santo mencionado: Saint James (em inglês), Saint
Jacques (em francês), San Giacomo (em italiano) e Santiago (em espanhol), por exemplo, representam o mesmo
santo na língua portuguesa: São Tiago. Escreve-se o termo “Virgem” com a primeira letra em caixa alta, quando
em menção à Maria, na teologia católica (ou mesmo Maria Santíssima, Nossa Senhora, Santa Mãe de Deus, a
depender da expressão exigida pelo texto).
33

quando o nome próprio carregar consigo uma preposição (em qualquer língua), ela

deverá ser grafada em caixa baixa quando junto do pronome ou da forma de

tratamento; e em caixa alta quando isolada, por exemplo:

Leonardo da Vinci nasceu na Itália;


Ele não gostava de Da Vinci;
Charles de Gaulle visitou o Brasil em 1964;
Foi De Gaulle quem disse que o Brasil não era um
país sério.

Deverão ser mantidos na forma comum inglesa (ou língua original) os nomes

de:

Personagens de Harry Potter, Jay Gatsby, Hercule Poirot, Catharine


ficção21 Earnshaw etc.
Entidades Brahma, Shiva, Krishna, Vishnu etc.
mitológicas

A partir de 1979, a maior parte dos nomes próprios chineses passou a ser

grafada de acordo com o pinyin, o sistema de romanização oficial chinês. Teng

Hsio-ping virou Deng Xiaoping; Chu Em lai tornou-se Xu Enlai, e assim por diante.

No Brasil, continuamos a utilizar as grafias:

21
Ainda assim, entre os clássicos, existe nomes já consagrados no português, como Ulisses, Orestes, Medeia,
Lancelote, Percival, dom Quixote etc.
34

Mao Tsé-Tung em vez de Mao


Zedong;
Pequim em vez de Beijing;
Xangai em vez de Shangai;
Cantão em vez de Guangzhou;
Nanquim em vez de Nanjing;
Hong Kong em vez de Xianngang.

7.1 Formas de tratamento

As formas de tratamento deverão ocorrer em caixa alta em todas as

ocasiões. A regra não terá exceção para as mesmas formas no inglês, alemão ou

francês; o contrário ocorrerá apenas para as formas de tratamento em espanhol e

italiano.

Mister (Mr.), Sir, Lord, Lady, Mrs., Miss22


Herr, Frau, Fräulein
Monsieur, Madame, Mademoiselle
Vossa Majestade, Sua Exelência, Vossa Alteza, Vossa
Senhoria
señor, señora, signore, signora

7.2 Instituições, entidades e empresas

22
Só serão grafados em caixa alta quando o título acompanhar o nome pela qual a pessoa é conhecida. Do
contrário, ocorrerá em caixa baixa (sir, mister, lord etc.).
35

Quando referenciadas, as instituições deverão ocorrer me caixa alta. Porém,

quando mencionadas no texto como um elemento para a coesão textual, a

instituição deverá ocorrer em caixa baixa. Nessa ocasião, a referência não será

inteiramente especificada, e funcionará apenas como uma menção à instituição já

apresentada no texto.

Ministério da Educação “Participou do ministério de Pedro


I”
Partido Comunista “Foi decisão do partido”
Polícia Militar “A polícia de São Paulo”
Assembleia Nacional “Com direito a voto na
assembleia”
Igreja Adventista do “Entrou na igreja adventista para
Sétimo Dia orar”
Universidade de São Paulo “Cursava a universidade”
República “Alugou um quarto na república”
Exército “O exército de Alexandre, o
Grande”

7.3 Museus e galerias de arte

Traduzidos ou não, no todo ou em parte, ocorrerão conforme o uso. Os

nomes de salas de castelos e museus ficam em caixa alta (por exemplo: Salão Oval,

Salão Verde, Galeria de Espelhos etc.). Estes também devem ser traduzidos. Por

exemplo: Museu do Ipiranga, Museu do Louvre, Galeria degli Uffizi, Museu

Britânico etc.
36

7.4 Leis e decretos

Deverão aparecer em caixa alta, exceto preposições e conjunções. Isso não

ocorrerá, contudo, em termos de leis da física, ou relacionadas a outras matérias

(como “lei de Newton”, “lei da selva” ou “lei da oferta e da procura”). Por exemplo:

Lei de Segurança Nacional, Decreto-lei no 576, Lei do Ventre Livre etc.


37

8 CONVERSAÇÕES

Embora a editora trabalhe com materiais majoritariamente acadêmicos, não

é incomum em alguns deles a ocorrência de elementos característicos da

narrativa– às vezes quando o autor pretende contar uma experiência pessoal; ou

quando o texto necessita utilizar-se de um exemplo de conversação cotidiana.

Compreende-se que poderão ser distinguidos pelo menos dois tipos de

“conversações”: uma em forma de diálogo entre os personagens e outra em forma

de monólogos de pensamento.

8.1 Diálogos

Os diálogos ocorrerão sempre iniciados por um travessão (“–”) após a marca

do parágrafo. Em caso de citações diretas, como frequentemente ocorre com textos

bíblicos, não deverá ser feita nenhuma alteração. Em traduções, deve-se evitar o

uso de travessões com valor de parênteses nas ocasiões em que o leitor poderá

ser confundido. Nesse caso, eles devem ser eliminados e a frase deve ser

reconstruída com outros elementos ou pontuação diferenciada. Ainda nas

traduções, evita-se o uso corriqueiro das reticências depois das interpolações em

diálogos, em especial se elas forem curtas.

Em todo caso, os diálogos ocorrem como se segue:

– Vamos até lá – ela disse.


38

– Veja, Luzia – ela gritou –, há uma pessoa na estrada!


– Não pode ser, é cedo demais.
– Não custa verificar – ela a atalhou. – Vou até lá.

Quando a fala de um personagem se estender por mais de um parágrafo, os

parágrafos subsequentes serão iniciados como aspas, fechando-as apenas no final

do último parágrafo da fala. Por exemplo:

– Hoje vou lhe contar uma história – disse o avô.


“Era uma vez um menino que vivia muito infeliz em seu casebre de
madeira, junto com o pai e a madrasta.
“Certa noite de tempestade em que não conseguia dormir, o menino
ouviu a conversa dos pais, que dormiam na cama ao lado, e o que
ele escutou encheou-o de medo.”

Em casos de falas isoladas, usam-se as aspas referidas com o imperfeito ou

mais-que-perfeito:

“Não sei se voltarei algum dia a Roma”, dissera ela antes da partida.
“Estarei a esperá-la sempre”, ele respondera, e nunca mais se
encontraram.

Em caso de verbos de elocução: 1) O pronome pessoal pode aparecer antes

ou depois do verbo: “Chegarei tarde”, ele disse; “Chegarei tarde”, disse ele. É

importante enfatizar que 2) se o autor dispensar o uso do verbo que indica a ação,

respeite essa característica. Em traduções, caso haja muitas repetições do verbo

“dizer”, procure alterná-lo com outro.


39

8.2 Pensamentos

Os pensamentos ocorrerão com ou sem aspas em obediência ao original.

Deve-se prestar atenção à pontuação, conforme o exemplo abaixo:

“O dinheiro acabou”, ela pensou. Teria de pedir novamente a seus


pais.
“O dinheiro acabou”, ela pensou, “e terei de pedir novamente a
meus pais”.
Ela pensou: “o dinheiro acabou e terei de pedir novamente a meus
pais.”
40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SBB. A Bíblia sagrada: tradução João Ferreira de Almeida: revista e atualizada no


Brasil. 2 ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

KIRSCHBAUM, S.; LANGER, E. R.; ARAÚJO, R. G. de; FRAIMAN BLATITA, D.


Transliteração do hebraico para os leitores brasileiros. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2009.

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