Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
"MESTRE EM LETRAS".
FLORIANÓPOLIS
19 90
ii
TELMA MA R I A RE M O R HILBÉRT
título de
MESTRE EM LETRAS
V
Prof ? Dr? M a n a Lucia de vBarros Camargo
Coordenadora do Curso de Pós-Graduação
em Lit eratura Brasileira
BANC A EXAMINADORA?
A
(
À Jb g jJiiQ L ^
Prof? Dr? Maria do Carmo Campos
_____Q i » y - < X ( b.
Prof? Dr? Zahidé Lupinacci Muzart
PARA M I N H A MÃE sempre incansável
em sua dedicação.
AGRADECIMENTOS
sa durante o curso.
todas as horas.
OBRIGADO!
V
Sérgio Sant'Anna
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
C O N C L U S Ã O ... .................................................... 69
ANEXO 86
INTRODUÇÃO
do texto.
testatório.
sões de Ralfo.
1. A FICÇÃO DAS CONFISSÕES
se mes mo de uma a u t o b i o g r a f i a ? ^
funcionamento.
(...) - Nome ?
- Ralfo.
- De quê?
- De nada - eu respondo, uma fração de
segundo antes da primeira bofetada do baixi
nho gordo, que esmaga o cigarro contra minha
8
boca (...)
- Ralfo da Silva - eu i n v e n t o , com voz
chorosa. (Grifos nossos) (CR, p . 115)
uma mã e ficcional.
de, Ralfo pode ser q ual q u e r um, e por isso, assume todas as
faces:
/
10
Q|lCâ) •
sintomáticas.
11
mada:
confere:
(...)
- Idade?
- vi n t e e seis anos — èu respondi de
pressa, embora não tivesse a menor ce rte
za (...) (CR, p . 115)
/
12
acontece:
representação, no fingimento:
tes que cedem, vol unt ar iam ent e ou não, seus escritos a Ral
/
13.
cial".
em Ralfo:
fo) e de s i .
Numa voz t e a t r a l i z a d a .
to Bispo de Hipona.
I
1&
nãrio.
/
17
de:
não se mantém.
po.
19.
par eci a difuso, vai aos poucos ficando mais claro, diferen
rária.
questão.
vros.
naquele momento.
mo-nos para tanto, dos pressupostos acerca dos gêneros de ficção em prõ ■
( 21 )
sa de Northrop Frye . Tudo foi resultado da escrita de R a l f o . Como
prio, independente:
sa.
ca em Dostoiévski.
gem que ele finge ser. Tudo faz parte do teatro que o e scr i
tor real arma para brincar, como se o texto fosse só uma au
o bufo.
e t c .).
1 idade.
vo de realismo literário.
do por Ralfo.
31
resco:
ra de aventuras.
aventuras:
mesmo, ritualizado.
tor bufo. Nada há que ele não seja capaz de alcançar com sua
farsa. Acima de tudo, nessa forma humana que assume a rep re
Ralfo precisa lutar pela sua subsistência. Seu gosto pela boa
0 pícaro:
O vilão:
O herói dionisíaco:
O canastrão:
O cinico e debochado:
dora:
mos estar perante uma obra conc eb ida sob um discurso da Pai
xa" , e t c .) .
matéria literária.
livro:
ras .
Dentro disso, Ralfo figura uma "R ess ur eiç ão ", renascimento e
crever.
/
45
lização contemporânea.
parte do mundo.
"nostalgia do futuro".
de Trabalho":
ça:
ra".
de retratos de identidade e n a c i o n a l i s m o s :
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
(2 )
L E J È U N E , Philippe. "Le Pacte autobiographique". In: Poéti
que , 59 r e t , 1984. p . 416-431.
(3)
L E J E U N E , Philippe. "A tob iog r a p h y in the third Person".
In: New literary history. Vol.IX, number 1. Autumn,
1977. p . 27-51.
(4)
A palavra personagem o r i g ina -se do verbete latino persona
tns, m a s c a r a d o . In: CUNHA, Antonio Geraldo da. Di cionário
Etimológico da Língua P o r t u g u e s a . Rio de Janeiro, Nova
Fronteira, 1982.
(6 )
LEJEUNE, Philippe. "Le Pacte aut o-b i o g r a p h i q u e ". In:
P o é t i q u e , 59 set. 1984. p . 416-431.
(7)
RAMOS, Tania Regina Oliveira. Memórias: uma o p o rtu ni dad e
p o é t i c a . Tese Doutorad, Rio de Janeiro, PUC, 19/04/90.
(8 )
"0 Filho Pródigo". Esta parábola, narra a histór ia de um
filho que reivindica sua parte na herança paterna, d esper
diça-a, ficando na mais completa miséria. Volt a ã casa de
seus pais, pede perdão e é recebido com alegria e festas.
In: Bíblia Sagrada, Lucas 15,11-32. p . 6 6 .
(9) - -
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo D ic ionário da
Língua P o r t u g u e s a . 2.ed. Rio de Janeiro, 1986. p . 1585.
(1 2 ) - - - '
CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário. Etimologico______da
Língua P o r t u g u e s a . Rio de Janeiro, Nova F r o n t e i r a ,1982.
p . 205-206.
(13) - -
PINA, S.J. Ambrosio de. In: Introdução as Confissoes de
Santo A g o s t i n h o . 10.ed. Porto, Livraria Apostolado da
Imprensa, 19 81. p . 11-2 4.
55
(1 C \
Orelhas da 1? edição de Ralfo (Cf. anexo).
(17) ~ - ~
O conceito de geraçao u t i l i z a d o e resultado da noçao de
experiência moderna formulado por Marshall Berman, e do
conceito de geração conceb id a por Antônio Cândido, res
pectivamente em: Tudo que é sólido desmancha no a r . Trad.
Carlos Felipe M o i s e s , 2.ed. Sao Paulo, Companhia das Le
tras, 1987. p. 15., e "O s ignificado de Raízes do Brasil".
In: Raízes do B r a s i l . 19.ed. Rio de Janeiro, José Oly m-
pio, p.xxxix.
(19) ~
Os "Filhos de Oswald" - Referimo-nos ao artigo "Paixao
Oswaldiana" de Júlio Carlos Duarte. Onde o autor bati
zou com esta denominação a parte mais criativa da litera
tura dos anos 70. In: I d é i a s , n? 65, JB, 26/12/87. p . 10.
(2 2 )Ibid., p . 307.
(25)
Monologismo - visão artística tradicional em que a voz do
narrador ressoa mais alto que as outras vozes existentes
no texto, produzindo um fechamento'-ideológico.
Dialogismo - percepção artística do discurso enquanto tro
ca de enunciados, ou seja, de diálogos.
(2.6)
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da Poética de Dostoiévski.
Trad. Paulo Bezerra, Rio de Janeiro, Editora Forense
Universitária, 1981. p . 3.
Ibid. , p. 3.
(28)
Radulfo ou Ralfo - lobo do conselho - nome que remete aos
Provérbios 24.6 - "Com medidas de prudência farás a g ue r
ra, na multidão de conselheiros está a vitória"; 24.7 -
"Para o insensato é árdua a sabedoria. In: OLIVEIRA L EI
TE, Norberto de. Nomes e Significados. Grande Dicionário
Etimológico de Nomes P r ó p r i o s . Curitiba, Ediçao do Au
tor, s/d.
(29) - - -
Numa das citações, tambem aparece a alusao a peça "Seis
Personagens ã procura de um autor" de Luigi P i r a n d e l l o ,ou
seja"(...) Porque sou Ralfo, o personagem, ã procura de
seus acontecimentos".
(32)
BAKHTIN, Mikhail. Questões de Literatura e Estética. A
Teoria do R o m a n c e . Trad. Aurora Fornoni Bernardini et
â l . São Paulo, Ed. U N E S P / H u c i t e c , 1988 . p . 278.
(33)
1 . Op.cit., p . 90.
(34)
LEVER, Maurice. "Le Mythe du foi". Magazine L i t t e r a i r e ,
auõt, 1981. s/p.
2- AS CONFISSÕES DA FICÇÃO
Fernando Brant
"Circo"
rias), 1989*.
isso.
61
Sérgio Sant'Anna
"Junk-box"
ro").
to fértil, demo ns tra que ela não foi um impedimento par a que
se escrevesse:
época:
Mas por que essa fertilidade, ponto de int er
rogação? Não seria porque os escritores, além
de ocuparem um espaço aberto pela censura no
teatro, cinema e. música, teriam encontrado
na ditadura um exce len te ponto de referência,
ponto de interrogação e p a r á g r a f o .(5)
as ãs avessas:
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
(2 ) " -
BERMAN, Marshall. Tudo que e solido desmancha no a r . Tra
dução de Carlos Felipe M o i s é s , 2. ed^ São Paulo, Compa
nhia das Letras, 1987.
í3) -
SANT'ANNA, Sérgio. Um Romance de G e r a ç a o . Rio de J a n e i
ro, Civilização Brasileira, 1977.
^Ib. Op.cit., p. 6 6 .
(5)
Ib. Op.cit., p . 6 6 .
^^Ib. O p . c i t . , p . 66-7.
^Ib. O p . c i t . , p . 67.
Ib. Op.cit., p . 6 8 .
Ib. Op.cit., p .6 8 .
(Cf. anexo).
(13) - -
S A N T 'ANNA, Sergio. Um Romance de G e r a ç a o . Rio de Janei
ro, Civilização Brasileira, 1977. p. 49.
(14)i b . ,o p . c i t ., p . 48.
CONCLUSÃO
cebid a p o r um imaginário.
como aquele que con tinua vivo, é um herói que não m o r reu de
0 1 /1 0 /8 8 . p.8 .
neiro , 26/06/88. p . 5.
03/88. p . 5.
A _ - '
ANGELO, Ivan. Com as maos na linguagem do Poder". Folhã I lus
86. p.6 .
0 1 /8 8 . p.3.
ria, 1981.
UNESP/Hucitec, 1988.
1982. p . 31-39.
08/05/83. p . 7-8.
p. 8-9.
ense, 1985.
tiva, 1981.
p . 13-40.
20/02/88. p . 6-7.
L t d a . , 19 84.
07/88. p . 4.
1979. p . 49-52.
liense, 1984.
nabara, 1986.
JB, 09/01/88.
p . 6-7.
1983.
77
258.
tras, 1989.
26/05/85. p,2.
51*
1984. p . 416-431.
1981. s/p.
JB, 27/12/87. p . 4.
Zahar, 19 81.
10/88. p . 3.
19.
09/09/89. s/p.
JB, 07/03/87. p . 5.
Vida, 1988.
Estória, 19 69.
1980.
Brasileira, 1980.
1987.
p. 8 .
tras, 1989.
ra, 19 81.
1989. p . 11-23.
In: Que Horas S ã o ? São Paulo, Comp an hia das Letras, 1987.
p . 11-28.
Achiamé, 1984.
Fronteira, 1988.
JB, 13/11/88.
ADENDO:
Autor.
BIBLIOGRAFIA SOBRE O AUTOR
1981. p . 137-145.
p. 15-16.
Neto.
tor.
167-178. . . . . . .
p . 43-67.
ANEXO
UM D. QUIXOTE
coletivo.
"nosso herói" poderá ser deportado para uma cidade com o nome
da paródia da paródia.
ticamente devorado, talvez propor ci ona ndo com isso a seu cria-
das c i n z a s '".