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BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICACÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
2.° SUPLEMENTO
Publique-se.
SUMARIO
O Primeiro-Ministro, Pascoal Manuel Mocumbi
Conselho de Ministros:
Decreto n.o 28/96:
Aprova a Tabela de Custas no Tribunal Administrativo.
Decreto n.° 29/96: ANEXO
Regulamenta a aplicação da Tabela de Custas do Tri-
bunal Administrativo. Tabela de Custas no Tribunal Administrativo
Publique-se.
Pelo Decreto n.° 2 0 / 9 2 , de 5 de Agosto, foi criado o Regime de Concessão de Estradas e Pontes com portagem
Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia dotado de
personalidade jurídica, autonomia administrativa e finan- T I T U L O I
É alterado o artigo 11 do Decreto n.° 20/92, de 5 de 2. Portagem ou barreira de portagem: a estrutura insta-
Agosto, passando a ter a seguinte redacção: lada numa estrada classificada, ou em intersecção dela,
ou em ponte, onde se paga a laxa de portagem ou ainda
«Artigo 11.° O Fundo é gerido por um Conselho qualquer sistema eléctrico, mecânico ou manual, ou a
de Gestão, nomeado pelo Ministro do Plano e Finan- sua combinação, instalado para aquele mesmo fim.
ças, com a seguinte composição:
3. Taxa de portagem: o valor a pagar e que incide sobre
a) Um representante do Ministério do Plano e as diversas classes de veículos e máquinas pela respectiva
Finanças (Presidente); passagem na barreira de portagem.
4. Sistema de portagem: o conjunto de normas e regras em conformidade com os projectos e caderno
que regulam a instalação física da estrutura onde se paga de encargos aprovados pela autoridade nacional
taxa de portagem, compreendendo: de estradas;
a) As condições da sua operacionalidade e explo- b) Implantação física da barreira de portagem em
ração; condições de funcionamento.
b) A fixação das taxas pagáveis; ARTIGO 7
c) A cobrança e os meios de colecta das taxas; Isenções
d) O destino das receitas e seus fins;
e) As demais situações económico-sociais ligadas ou 1. São isentos de pagamento da taxa de portagem:
decorrentes da portagem. a) O veículo do Presidente da República e os veícu-
los afectos à sua comitiva;
ARTIGO 2 b) Veículos militares;
Objectivo c) Veículos da Polícia;
d) Ambulâncias e pronto-socorros dos serviços de
O presente diploma tem como objectivo estabelecer as incêndios.
regras de concessão para construção, conservação e explo- 2. Além das isenções previstas, os Ministros das Obras
ração, sob o sistema de portagem, de estradas classificadas Públicas e Habitação e do Plano e Finanças têm a facul-
e de pontes do país, construídas ou por construir. dade de, por despacho conjunto, estabelecer outras isen-
ções desde que justificadas.
ARTIGO 3 3. Compete também ao Ministro das Obras Públicas e
Sistema de portagem Habitação, ouvido o Ministro dos Transportes e Comu-
nicações, definir as classes de veículos isentos.
1. Compete ao Ministro das Obras Públicas e Habitação
ARTIGO 8
determinar,por despacho, o estabelecimento do sistema
de portagem em estradas classificadas ou em suas inter- Posto de portagem
secções, e em pontes.
2. Compete igualmente ao Ministro das Obras Públicas O posto de portagem bem como o local onde aquele
e Habitação cancelar a portagem em determinada estrada deve ser construído, deverão obedecer ao condicionalismo
ou ponte. e requisitos estabelecidos pela autoridade nacional de
estradas, nomeadamente quanto ao número de divisões e
ARTIGO 4 cómodos e a natureza dos serviços a prestar.
Domínio público
ARTIGO 9
As pontes e as estradas classificadas, abrangendo os Colecta de portagem
seus nós e ramais de ligação, são do domínio público.
Compete à sociedade concessionária organizar o sistema
de portagem bem como o dimensionamento do respectivo
TÍTULO II posto, proceder à exploração do serviço de portagem em
ordem a que a cobrança seja feita com o maior rigor,
Estrada concessionada comodidade e celeridade para os utentes.
CAPITULO I ARTIGO 1 0
Concessão
ARTIGO 6
ARTIGO 11
Pagamento da taxa de portagem
Objecto e âmbito da concessão
1. Nas estradas classificadas por construir o pagamento 1. A construção, conservação e exploração de estrada
da taxa de portagem só será devido quando se verifiquem classificada e a conservação e exploração de estrada clas-
cumulativamente os seguintes requisitos: sificada existente, sujeitas a portagem, constituirão objecto
a) Conclusão das obras de construção e conservação de concessão do Governo a favor de empresas colectivas
da estrada classificada ou de intersecções dela, constituídas nos termos e pela forma descrita neste decreto.
ARTIGO 16
2. Mediante determinação do Ministro das Obras Públi-
cas e Habitação, as concessões podem compreender uma Modalidades de adjudicação de concessão
ou mais estradas classificadas.
1. A adjudicação pode abranger uma ou mais estradas.
2. A adjudicação da concessão pelo Governo pode re-
ARTIGO 12
vestir as seguintes modalidades:
Constituição da empresas concessionárias
a) Negociação particular pela qual o Governo proce-
1. As empresas concessionárias constituem-se sob a derá a negociação autónoma após a prospecção
forma de sociedade comercial anónima de responsabili- de potenciais concorrentes;
dade limitada, com ou sem participação social do Estado. b) Concurso restrito através do qual a selecção dos
2. A participação social do Estado não poderá ser infe- concorrentes será precedida de um processo de
rior a dez por cento do capital social. pré-qualificação;
3. O capital social destas sociedades, representado em c) Concurso público por meio de propostas em carta
acções nominativas ou ao portador, deverá sempre corres- fechada.
ponder, no mínimo, a dez por cento do custo dos lanços
da estrada, objecto da concessão. 3. As duas primeiras modalidades aplicar-se-ão, em
4. No fim de cada exercício realizar-se-á um apura- geral, aos casos que exijam a captação de elevados inves-
mento para o efeito de assegurar a proporcionalidade do timentos, o domínio de tecnologia desenvolvida ou a com-
capital social com os investimentos efectuados no empre- participação de parceiros económicos de comprovada expe-
endimento. riência empresarial, sem prejuízo, porém, do recurso ime-
5. A constituição, organização, funcionamento e registo diato ao concurso público.
das sociedades concessionárias deverão observar as pres- 4. Compete ao Ministro das Obras Públicas e Habitação
crições da legislação comercial aplicável. determinar, mediante anúncio prévio, a modalidade de
adjudicação escolhida, dirigir o processo de adjudicação e
ARTIGO 13 seleccionar o concorrente vencedor.
Objecto social das concessionárias 5. No caso de ausência do regulamentação específica,
da competência do Ministro das Obras Públicas e Habita-
1. As sociedades concessionárias terão por objecto prin- ção, às diferentes formas de adjudicação previstas neste
cipal a construção, conservação e exploração de estradas decreto aplicar-se-ão, com as necessárias adaptações, as
classificadas no país, sujeitas a portagem. disposições do Decreto n.° 28/91, de 21 de Novembro,
2. Sem prejuízo do estipulado no número anterior, as quanto a negociação particular e concurso restrito, e as
sociedades concessionárias poderão: disposições do Decreto n.° 21/89, de 23 de Maio, quanto
ao concurso público.
a) Concorrer a novas concessões no domínio das
estradas e pontes; ARTIGO 17
b) Desenvolver outras actividades conexas ou com- Autorização s outorga do contrato de concessão
plementares à actividade principal, desde que
devidamente autorizadas. 1. Para o efeito de autorização do contrato de concessão
aplicam-se, com as necessárias adaptações, as regras de
ARTIGO 14 competência estabelecidas nas alíneas b) e c) do n.° 1 do
Integração de estrada construída artigo 15 do Regulamento da Lei de Investimento, apro-
vado pelo Decreto n.° 14/93, de 21 de Junho, com as
1. As estradas classificadas construídas pelo Estado alterações aprovadas pelo Decreto n.° 36/95, de 8 de
quando sejam integradas na concessão, serão entregues Agosto.
com todos os seus pertences à sociedade concessionária 2. O contrato de concessão será outorgado pelo Minis-
nas datas a fixar no contrato de concessão. tro das Obras Públicas e Habitação.
2. As estradas referidas no número anterior serão entre-
gues à sociedade concessionária no estado em que se ARTIGO 18
encontrarem no momento da entrega a efectuar pela auto- Prescrições contratuais
ridade nacional de estradas mediante acto de entrega a
que se anexarão as peças escritas e desenhadas julgadas O contrato de concessão deverá conter, pelo menos, as
necessárias para definir com precisão os limites dos terre- prescrições seguintes:
nos e as obras entregues à concessionária.
3. O melhoramento, a manutenção e exploração dessas a) Valor total do empreendimento, com a indicação
estradas passarão, desde a data da respectiva entrega, a dos valores parcelares das diversas fases dos
constituir encargo exclusivo da concessionária. trabalhos a executar;
b) O prazo da concessão;
ARTIGO 15 c) O plano e o projecto da obra concessionada, nor-
Cobrança de portagem em estrada construída mas de construção e caderno de encargos, com
indicação dos acessos à estrada e da localização
1. A cobrança de portagem em estrada classificada cons- do posto de portagem;
truída pelo Estado só poderá ser efectuada pela concessio- d) As taxas de portagem aplicáveis, conforme as clas-
nária após a instalação e funcionamento da portagem. ses dos veículos e das máquinas e do volume
2. Compete à sociedade concessionária realizar, à sua de tráfego;
custa, as alterações que se torne necessárias introduzir na e) Os prazos faseados do cumprimento da obra;
portagem para adaptá-las às condições específicas de reali- f) Os riscos assumidos pela sociedade concessionária
zação da cobrança. e respectivo seguro, natureza e valor;
g) Prestação de caução até 10 por cento do valor da ARTIGO 2 3
Reversão Reversão
ARTIGO 4 1
1. As obras realizadas e os bens compreendidos no
Subconcessão e trespasse estabelecimento da concessão e, bem assim, as áreas de
1. É vedada à sociedade concessionária sublocar ou tres- serviço e instalações que as compõem, os terrenos, os pos-
passar a concessão sem prévia autorização do Ministro tos de portagem e os seus maquinismos e instrumentos, as
das Obras Publicas e Habitação. casas da guarda e do pessoal da exploração, os escritórios
2. Em caso de subconcessão, os direitos e obrigações e outras dependências e cómodos de serviços e também
da anterior concessionária consideram-se transmitidos para quaisquer bens ligados à concessão que pertençam à con-
a nova sociedade concessionária, assumindo esta também cessionária, reverterão para o Estado no termo da con-
os deveres, obrigações e encargos que eventualmente lhe cessão, livres de quaisquer ónus ou encargos.
venham a ser impostos para autorização do trespasse. 2. Exceptuam-se do disposto no número anterior, a ma-
quinaria, a aparelhagem e os respectivos- acessórios que
ARTIGO 4 2 pertençam à sociedade concessionária, utilizados na cons-
Rescisão da concessão trução e conservação de estrada concessionária, e que
continuarão a pertencer-lhe.
1. Em caso de incumprimento, por parte da sociedade
concessionária, das obrigações que lhe são impostas pelo
contrato de concessão, o Ministro das Obras Públicas e T Í T U L O III
Habitação poderá rescindir o referido contrato de conces-
são pelos fundamentos seguintes: Concessão de pontes
a) Abandono da construção, conservação ou explo- ARTIGO 4 6
ração da concessão; Caracterização da concessão
b) Não cumprimento de obrigações assumidas após
a aplicação da multa, nos termos prescritos no 1. A construção, conservação e exploração de pontes
contrato de concessão; existentes ou por construir no país, ficando sujeitas a por-
tagem, pode também constituir objecto de concessão pelo b) Aprovar qualquer alteração justificada aos docu-
Governo a favor de sociedade concessionária. mentos referidos na alínea anterior;
2. A concessão pode abranger uma ou mais pontes, cuja c) Aprovar os espaços necessários à execução das
construção, conservação e exploração pode ser objecto ou obras objecto da concessão, incluindo os desti-
de concessão própria ou integrada em concessão de estrada, nados a acompanhamentos do pessoal, parquea-
constituindo neste caso uma única concessão. mento de máquinas e viaturas afectas às obras,
instalação de armazéns, casas da guarda, etc.;
ARTIGO 4 7
d) Fiscalizar a manutenção de rotina e periódica pela
Regime jurídico concessionária da estrada ou da ponte conces-
sionada;
1. As normas do presente decreto aplicam-se, com as
necessárias adaptações quando seja caso disso, às conces- e) Controlar, fiscalizar e decidir todos os demais
sões de pontes existentes ou por construir, com excepção aspectos relevantes relacionados com a adjudi-
do disposto nos artigos 33, 34, 36, 37, 49 e 50 deste cação da concessão, a execução do respectivo
decreto. contrato e com a gestão e exploraçao do estabe-
lecimento da portagem;
2. E, porém, aplicável também o disposto no artigo 37
e seus números desde que tenha sido, ou venha a ser, f) Exercer todas as demais competências que lhe são
acordado com a concessionária. conferidas neste decreto.
3. Sem prejuízo das competências das instituições espe-
cializadas, a concessionária deve assegurar o serviço de ARTIGO 4 9
guarda e vigência da ponte, do respectivo posto de por- Indemnização a terceiros
tagem e da area de serviço e, bem assim, prestar socorro
aos utentes quando necessário. Serão sempre da exclusiva e inteira responsabilidade da
4. Na criação de áreas de serviço junto das pontes, sua sociedade concessionária, as indemnizações que sejam
dimensão, natureza de instalações e de serviços que se pro- devidas a terceiros em consequência de qualquer activi
põem proporcionar, atender-se-á fundamentalmente à loca- dade decorrente da concessão ou por força dos contratos
lização da ponte, ao seu significado no contexto da rede de empreitada ou de subempreitada que a concessionária
viária onde está implantada e ao volume c características celebrar com terceiros.
do tráfego. ARTIGO 50
5. A circulação de velocípedes é isenta de taxa de por- Inaplicabilidade das taxas de travessia
tagem na travessia de pontes com portagem
Iniciada a cobrança da portagem em estrada classifi-
T I T U L O IV cada, os seus utentes estão isentos de pagar taxas de
travessia, designadamente as previstas no Decreto n.° 3 0 /
Disposições finais / 9 2 , de 5 de Outubro.
ARTIGO 51
ARTIGO 4 8
Regulamentação
Competências da autoridade nacional de estradas
Compete ao Ministro das Obras Públicas e Habitação
1. Para os efeitos do presente decreto, compete à auto- aprovar a regulamentação do presente decreto
ridade nacional de estradas:
a) Fiscalizar o processo de excecução do empreendi- ARTIGO 52
mento cometido à sociedade concessionária e a Entrada em vigor
sua conformidade com o plano, caderno de
encargos e projectos aprovados; O presente decreto entra imediatamente em vigor