Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Das quatro emoções básicas descritas pela psicologia: alegria, tristeza, raiva e medo, somente não se
tem registro de um sentimento de alegria diante da Morte.
O conceito de singular está associado ao conceito de particular; são,
porém, coisas distintas.
O particular é oposto ao conceito de universal.
O particular concerne a um indivíduo: “isto lhe é particular”; o que não
pertence a todos os indivíduos de uma só espécie; o que é eminente,
destacado, notório. Afasta-se do imperativo categórico por fugir das
convenções ético-morais pré-estabelecidas, ou por não atrelar-se à
necessariedade da visão unívoca; persegue, no entanto, a eminência, a
ruptura; é contestatário, beligerante.
O singular refere a single, solteiro, aquilo que cria um indivíduo, aquilo
que um indivíduo é, não divisível, coeso, uno, único em sua espécie, aspecto,
semblante; a singularidade como não correspondência, como dessemelhança.
A singularidade denota, então, o raro, a estranheza, a surpresa.
Tem, por outro lado, duas conotações, enfrentadas.
A conotação encomiástica do singular o considera como único,
extraordinário, excelso.
A conotação pejorativa como estranho, perturbador, chocante, esquisito.
Esta estranheza, esta perturbação, este choque devem ser condição da
obra artística para representação da Morte, estará canalizada por:
Perdas e Consolações; na verdade não há morte, ela não existe
como algo que acontecerá; metafisicamente existe o antes e o
depois, por isso é que se lida com o preparo e a perda. A morte
acontece somente como uma ideia cíclica, de reinício, de
reconstrução, isto permite o preparo, a aceitação, a calma e o
sofrimento contido diante da perda, do que já não mais será;
Pesares e Melancolias; representando a perda do objeto de amor,
no sentido freudiano; o luto nos permite recuperar o objeto, a
melancolia nos submerge num estado de irrevogabilidade, sem
possibilidade de volta atrás, daí ser um atalho para o suicídio: o
objeto de amor (o objeto libidinal, psicanaliticamente falando), não
é recuperável. A imagem da Melencoliah, de Albrech Durher,
representa com bastante precisão este estado: a criatura alada
absorta em pensamentos que dá as costas à luz, acompanhada
de um anjo com um semblante pesaroso e de um cão inerte;
Ausências; indicando a nostalgia pelo amor que nunca se teve e
melancolia por aquele que se perdeu;
A presença ausente; o lamento pela ausência, pela mudança, a
obstinação à perda;
Moral e Destino; que reflete as atitudes, as virtudes (a fama da
visão medieval) e a sina do mesmo fim para todos.
Estas são algumas das maneiras de se representar a morte na Arte.
BIBLIOGRAFIA