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É considerado por Henry Mintzberg como tendo exercido uma influência na doutrina
do management tão importante quanto Peter Drucker nesta última metade do
século XX. O Nobel da Economia de 1978 está, ainda, no ativo, graças a uma
excelente saúde, aos 84 anos. A internet e a web não têm, para ele, segredos. O
correio eletrônico é uma ferramenta diária da sua comunicação, graças à qual esta
entrevista foi possível.
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analisar as consequências do próprio saber que detém. Especialmente, há sérios
limites para poder predizer o futuro e as reações dos outros às suas decisões.
H.S. - O que eu afirmo é que não é possível saber todas as alternativas que estão
disponíveis para a tomada de decisão - muitas destas próprias oportunidades estão
por descobrir ou desenhar, e as decisões têm de ser tomadas, apesar de tudo,
depois de apenas se ter tido em linha de conta uma ínfima fração daquelas
possibilidades. Portanto, quando alguns economistas afirmam que as pessoas
racionais atuam no sentido de maximizar, não só estão a falar de algo que não se
encaixa com fatos observáveis, como não estão a ajudar em nada a que se tomem
boas decisões - ou seja, decisões que possam resolver problemas do mundo real
que enfrentamos, mesmo que estas soluções nunca sejam ótimas no sentido literal
do termo. As decisões que tomamos satisfazem, não otimizam!
H.S. - Há, de fato, uma tendência muito comum para se inventarem buzzwords e
modismos em torno delas - contudo, ressalve, que as palavras que são usadas em
tais jogos semânticos, por vezes, têm um significado muito importante, que, aliás,
não é capturado pela moda. Veja o caso dos fractais - são objetos matemáticos
muito interessantes que nos dizem como um sistema complexo aumenta ou diminui
proporcionalmente. Quanto ao caos - o caos é uma propriedade de muitos sistemas
dinâmicos não-lineares que é fundamental para se determinar se é ou não possível
predizer o futuro de tais sistemas a partir dos dados atuais, e com que exatidão.
Quanto a agir em paralelo - devo lembrar que isso é exatamente para o que
servem as organizações! Nós humanos só conseguimos dar atenção a um assunto
de cada vez (e os telemóveis não alteraram isto em nada!). Quando muitas coisas
têm de ser tomadas em consideração ao mesmo tempo...criamos as organizações.
Mas essa linguagem de fractais e não-lineares é algo que o comum dos gestores
não entende...
H.S. - Justamente, não julgo que essas buzzwords ajudem o que quer que seja,
exceto quando são usados no seu significado técnico real e no contexto de sólidas
teorias sobre como funcionam os sistemas complexos - como o são as organizações
e as economias. Estas teorias têm de lidar com coisas tão comezinhas e velhas
como saber a forma de dividir um padrão de atividade complexo entre sub-
organizações, como criar canais de comunicação efetiva e políticas de comunicação
entre elas, como atribuir responsabilidades de tomada de decisão entre elas, etc..
Aliás, canais de comunicação é algo que hoje está em ebulição com a expansão da
web e o uso do correio eletrônico. Qual o seu impacto na tomada de decisão?
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contida através de regras muito rígidas de prioridade e de exploração das
possibilidades de descentralização e independência. Nada na chamada revolução da
informação - e essa é mais uma buzzword da moda - aumenta o meu e o seu
número de horas disponíveis durante o dia para exercer a nossa atenção. Um bom
design organizativo deve equilibrar as vantagens da transmissão da informação
com o tempo que cada um tem disponível para a absorver.
Fonte
A gestão não é a arte de otimizar. Disponível em:
<http://www.gurusonline.tv/pt/conteudos/simondigest.asp>. Acesso em: 07 fev.
2006.