Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
publicado
na edição 69
MAR/ABR 2019
Leonardo Ferreira
CEO da Confraria Corporativa – Consultoria e Treinamentos, é graduado em
Administração de Empresas e mestrando em Engenharia de Produção e de Manufatura
pela Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), com MBA em Gestão Empresarial e pós-graduação em Gestão Industrial.
Especialista em Gestão pela Qualidade, Produtividade e Logística, Lean Manufacturing e
Black Belt Seis Sigma, possui experiência de 20 anos em gestão empresarial, trabalhando
e prestando serviços junto a empresas nacionais e multinacionais. Professor universitário,
escritor e palestrante na área de gestão e educação, é membro do Grupo de Excelência
em Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística (Gelog) do Conselho Regional de
Administração do Estado de São Paulo (CRA-SP), e membro e representante técnico do
Instituto Paulista de Excelência em Gestão (IPEG).
leonardo.ferreira@confrariacorporativa.com.br
74 www.revistamundologistica.com.br
Gerenciar as informações nos sentidos a montante e a
jusante é fundamental para um melhor resultado na cadeia
de suprimentos. Porém, como identificar as informações
estratégicas, mediante uma grande quantidade de dados
entre os elos da cadeia? A utilização de recursos de
tecnologia da informação se faz necessário, visando à
agilidade e à qualidade na tomada de decisão. Dentro dessa
proposta, a Business Intelligence tem se mostrado uma
solução factível e viável, no ambiente corporativo.
75
A base da BI considera a cadeia de valor (Figura 2) e, com o uso da Tec- Nesse processo, é necessário co-
nologia da Informação (TI), faz acontecer o fluxo esboçado na Figura 1. A letar as informações internas e ex-
cadeia de valor ou value chain teve a sua primeira abordagem por meio de ternas, considerando a organização
Porter (1985), atribuindo elementos-chaves para uma vantagem competiti- como um ser vivo e em interação
va dentro das organizações. O modelo subdivide os elementos em ativida- com outras empresas e com o mer-
des primárias, que são as essenciais para o atendimento das necessidades cado. O destino desses dados tran-
dos clientes, e atividades de apoio, que, como o próprio nome descreve, sacionais é intermediado por meio
serve para auxiliar a execução das atividades primárias. de um Extract Transform Load
Infraestrutura da empresa
((ETL) extração, transformação e
planejamento, financiamento, relações institucionais carga dos dados), que é uma siste-
ATIVIDADES DE
MARGEM
VALOR
Componentes, maquinário, materiais de consumo, serviços refinada, formatada e dimensiona-
Aquilo pelo que
LOGÍSTICA
DE ENTRADA
OPERAÇÕES
(produção)
LOGÍSTICA DE MARKETING E
SAÍDA VENDAS
SERVIÇO
PÓS-VENDA
os compradores da (Figura 4).
estão dispostos
(inbound) (outbound) a pagar.
•Recebimento Transformação Distribuição Motivação e Suporte COMPLEXIDADE DAS
•Armazenagem de insumos
•Manuseio de em produto
do produto
acabado
facilitação dos
clientes para a
ao cliente,
resolução de INFORMAÇÕES DE BI
materiais
•Almoxarifado
acabado adquisição do
produto
reclamações,
assistência Outro ponto relevante que deve
•Controle de técnica
estoque ser considerado é que quanto maior
•Devoluções
o valor gerado pelas análises, maior
ATIVIDADES PRIMÁRIAS será a complexidade em obtê-las.
Figura 2: Cadeia de valor. Fonte: Adaptado de Porter (1985, apud Christopher, 2012). Veja na Figura 5 a relação entre o
valor agregado e a complexidade de
Na Figura 3, é possível visualizar a interação entre a cadeia de valor e a informações de BI.
BI, na qual algumas ferramentas de TI são utilizadas para a coleta de dados Não há dúvida de que o poder de
e transformação da informação, em que são ilustrados os sistemas Enterpri- Business Intelligence pode aumen-
se Resource Planning ((ERP) planejamento dos recursos da empresa), Cus- tar consideravelmente o valor do
tomer Relationship Management ((CRM) gestão do relacionamento com o gerenciamento da cadeia de supri-
cliente) e Supply Chain Management ((SCM) software de gerenciamento da mentos (SCM). Entretanto, tradicio-
cadeia de suprimentos), em âmbitos operacional e tático. nalmente, a integração entre o SCM
Essas informações são encaminhadas a um data warehouse (armazém e a BI não é tão fácil de se alcançar.
de dados), que concentra as informações referentes às atividades da orga- Ferramentas analíticas geralmente
nização de forma consolidada. Os softwares de BI geram informações para não são plug and play com o SCM,
a tomada de decisão. tornando complexa a integração.
BI
Plug and Play ou tec-
nologia ligar e usar foi
Data warehouse Níveis
gerencial e
criada em 1993, com o
estratégico
B2B, objetivo de fazer com que
B2C,
B2B, SCM EDI o computador reconheça
EDI e configure automatica-
Clientes e
Fornecedores CRM consumidores mente qualquer dispo-
ERP Nível
sitivo que seja instalado,
operacional facilitando a expansão
Atividades segura dos computado-
da cadeia Suprimentos Produção Logística de Vendas e Pós-venda
de valor saída marketing res e eliminando a confi-
guração manual.
Figura 3: Sistemática da BI.
76 www.revistamundologistica.com.br
no ciclo da cadeia de suprimentos,
relacionamento com o consumidor,
entre outros fatores, que aumentam
a competitividade da empresa, fren-
te à concorrência. A BI é justamen-
te o meio de gerar a agilidade nesse
processo de informação e decisão
dentro do SCM.
Figura 4: ETL.
77