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Meio Ambiente

4.1 - Os Ecossistemas Estaduais A Caatinga, palavra de origem indígena, significa


"mato branco" (tupi) ou seridó (cariri), referindo-se à
aparência da vegetação no período seco. Existem ou-
tras denominações populares - carrasco, sertão etc.
É a vegetação que caracteriza o semi-árido norte-
As formações vegetais estão diretamente relacionadas riograndense, com uma predominância de 80% da
aos fatores climáticos, ao tipo de solo e ao relevo. No cobertura vegetal do nosso estado.
Rio Grande do Norte, essas,formações vegetais vão O clima Semi-Arido ou Semi-Árido Rigoroso
determinar sete ambientes ecológicos, também que prevalece na maior parte do território estadual,
denominados de ecossistemas: Caatinga, Mata associado a uma constituição predominante de solos
Atlântica, Cerrado, Floresta das Serras, Floresta Ciliar pedregosos: Litólicos Eutróficos e os Brunos não
de Carnaúba, Vegetação das Praias e Dunas e os cálcicos são elementos definidores da flora da caatinga.
Manguezais. Ao longo dos séculos as formações Esses solos são rasos, bem drenados, situados em
vegetais que caracterizavam o Rio Grande do Norte relevo plano a ondulado, originados a partir de
foram vítimas de muitas agressões. Acobertura vegetal diversas rochas, como os calcários, granitos e
primitiva foi quase toda destruída. O que hoje existe é migmatitos como bem representa o mapa da geologia
uma vegetação secundária, apresentando um porte potiguar.
bastante inferior em relação ao passado. A terra pedregosa, calcinada por sucessivos dias
de sol forte e pela ausência ou escassez de chuvas,
gera arbustos ou pequenas árvores. Nos raros períodos
Meio ambiente: conjunto de todas as de chuva, aparece alguma folhagem, que logo cai
condições e influências externas durante a longa estação seca. Nestas condições
climáticas a oferta d' água é sempre crítica, j á que os
circundantes que interagem com um
rios ou riachos presentes nesse ecossistema, de acordo
organismo, uma população ou uma
com o mapa de bacias hidrográficas, são temporários,
comunidade. estando secos na maior parte do ano.

i de solos em panes do chamado sertão aunicí- Cactáceas ê a família da planta típica do sertão norte-riograndense

li
••••••••••••l-
Dunas
Grupo Barreiras
Arenito Açu
Calcário Jandaíra
Rochas do Pré-Cambriano

Fonte: Instituto de Desenvolvimento do Kio(ii'iui(lfi!o Nnrlc - 1975.


Rio Grande dp Norte: Bacias ífidrográficas
N

Rios Perenes

Rio Temporários

BARRAGENS, Lagoas e Açudes

• Cidades

36° W

Fonte:IDEMA, 2000.
Ecossistema é uma unidade funcional que
envolve o conjunto de seres vivos de uma área
(comunidade) e seu ambiente físico (clima, solo
etc) de tal forma que, da integração desses
elementos, estabelece-se um fluxo de energia
entre as partes vivas e não vivas.

As caatingas estão representadas no Rio Gran-


de do Norte por duas formações: a Caatinga
Hipoxerófila ou arbustiva arbórea e a Caatinga
Hiperxerófila ou arbustiva.
A Caatinga Hipoxerófila é formada
predominantemente por árvores e arbustos. Essa
vegetação perde as suas folhas e torna-se ressequida
na época seca. Sem as folhas, as plantas não perdem
água por transpiração e não fazem fotossíntese,
reduzindo o metabolismo; esse fenómeno é chamado
de estivação. Estão localizadas predominantemente no
Agreste do Estado, em áreas de clima Sub-úmido seco
e Semi-árido.
A Caatinga Hiperxerófila trata-se de uma
formação vegetal resistente a grandes períodos de
estiagem, é um tipo de vegetação mais seca, rala, de
porte baixo, de solo pedregoso, raso e pouco fértil. Sisal - cultura típica do semi-árido norte-riograndense

Ela também se caracteriza por sua grande capacidade


portanto nas áreas mais quentes e secas do semi-ári-
de adaptação à falta de água (ou xerofitismo) através
do norte-riograndense.
de diferentes estratégias. São plantas quase todas A estação chuvosa, também chamada de
espinhosas (bromeliáceas e cactáceas) a justificarem inverno, não é a estação fria, mas é menos quente do
a roupa de couro que no passado os vaqueiros vestiam que o verão. O nordestino usa a palavra inverno não
para arrebanhar o gado nas trilhas abertas na caatinga. para indicar estação fria, de baixas temperaturas, mas
Essa formação vegetal encontra-se nas áreas de clima para designar o período das chuvas. No período seco
Semi-árido e Semi-árido Rigoroso, localizadas de a vegetação da Caatinga torna-se ressequida. Algumas
acordo com o mapa de clima do Rio Grande do Norte, plantas como a barriguda, o xique-xique, a palmatória-
de-espinhos e as coroas de frades retêm água em seus
tecidos por mais tempo que outras. São mecanismos
de suas estruturas para acumular água, servindo de
sustento para o gado e o homem. As suas raízes
profundas são uma forma de buscar água no solo. As
espécies vegetais mais comuns são: o pereiro, o
juazeiro, a catingueira, a jurema-preta, o marmeleiro,
o xique-xique, a macambira, entre outras.
Quanto à Fauna, é composta principalmente
por animais de pequeno porte e adaptados às condi-
Lenha extraída na caatinga no município de Caicó ções locais, como o tatu-verdadeiro, o peba, o preá e
o mocó. Na caatinga ainda vive o primata sagiii-do- mosa até Ceará-Mirim/Maxaranguape, hoje estando res-
nordeste, e um cervídeo, o veado-catingueiro trita numa faixa do Litoral Leste do Estado, a pequenos
(atualmente em processo de extinção). fragmentos em decorrência do intenso desmatamento.
A utilização de queimadas para limpar áreas historicamente para o cultivo da cana-de-açúcar, mas tam-
destinadas a roçados, bem como o aproveitamento bém para a construção civil, para a indústria de móveis e
da madeira na construção civil, nos fornos das pela expansão das cidades litorâneas.
cerâmicas, olarias e padarias, na produção do carvão São florestas perenifólias, e sua ocorrência está
vegetal e na construção de cercas, vêm contribuindo ligada à pluviosidade e à umidade que condicionam a
para o desaparecimento progressivo da vegetação da uma formação vegetal de maior porte e densidade,
caatinga. Os desmatamentos talvez sejam hoje o possibilitando uma variedade de espécies pertencen-
problema ambiental de maior gravidade no estado. tes a várias formas biológicas e extratos, dos quais os
A Mata Atlântica é um ecossistema formado inferiores dependem do extrato superior.
pelo conjunto de vegetais e animais que se estende ao No Rio Grande do Norte, em 1500, época do
longo de toda a costa brasileira, do Rio Grande do descobrimento do Brasil, a área da mata original era
Norte até o Rio Grande do Sul, avançando pelo aproximadamente de 3.000 Km2, 6% da área total
interior, ocupando os Estados do Espírito Santo, Rio do Estado. As primeiras referências sobre a Mata
de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Atlântica brasileira estão na carta de Pêro Vaz de
No Rio Grande do Norte essa mata original- Caminha escrita ao El-Rei de Portugal, ao descrever
mente estendia-se pela costa litorânea, de Baía For- os nativos chamados pelos portugueses de índios.

[...]" Alguns traziam uns ouriços verdes, de árvores, que na cor queriam parecer de casta-
nheiras, embora fossem muito mais pequenos. E estavam cheios de uns grãos vermelhos, pequeninos
que,f esmagando-se entre os dedos, se desfaziam na tinta muito vermelha de que andavam tingidos.
E quanto mais se molhavam, tanto mais vermelhos ficavam. [...] mata que é tanta e tão grande,
tão densa e tão variada folhagem, que ninguém pode imaginar. [...] entre esse arvoredo. Há lá
muitas palmeiras, de que colhemos muitos e bons palmitos". [...] pero Vaz de caminha
Trechos da carta a El-Rei Dom Manuel.

Donas eir l - :;munho da antiga Mata Atlântica


A sua destruição vem ocorrendo desde o
período colonial com a extração do pau-brasil e em Flora: é o conjunto de espécies vege-
seguida, para dar lugar ao cultivo da cana-de-açúcar, tais características de uma determinada re_-
coco, caju, bem com a urbanização, construção de gião ou período.
estradas, indústrias e a prática do turismo predatório.
Ainda assim, podemos notar a sua fisionomia aves, como a Choca barrada, o Beija-flor, o Aracuá e
exuberante em alguns trechos, no sul da Bahia, norte o raro pássaro Pintor verdadeiro; répteis, o Bico-doce
do Espírito Santo e na Serra do Mar. e o Tejuaçu, além de uma riqueza de insetos herbívoros,
Dos 3.000 Km2 de florestas primitivas no Rio aranhas arborícolas e entre as formigas destaca-se a
Grande do Norte, restam atualmente cerca de 840 Km2 Tocandira,.uma das maiores do mundo e encontrada
de remanescentes florestais, distribuídos geralmente no Parque Estadual das Dunas de Natal.
em pequenos fragmentos em diferentes áreas. A preservação desse ecossistema se deve à
Um dos mais extensos fragmentos de Mata sua importância ambiental, que envolve: regulação e
Atlântica do Rio Grande do Norte é a Mata da Estrela. o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade
Trata-se de uma reserva particular, contando com cerca do solo, controla o clima das cidades e protege as
de 2.040 ha de florestas. Outras áreas estão protegidas encostas das serras e dunas da erosão.
em parques ou reservas, particulares ou públicas, de As Serras são terrenos elevados com fortes
acordo com o quadro abaixo. desníveis e esse ambiente apresenta um ecossistema
bastante diversificado, caracterizado pela
QUADRO l Floresta das Serras, também chamada
PRINCIPAIS ÁREAS REMANESCENTES
brejos de altitude. É composta de vegetais
DE MATA ATLÂNTICA NO RIO GRANDE DO NORTE
de grande porte. Desenvolve-se no Rio
Grande do Norte nas partes mais altas das
serras de topo plano, como as Serras de
Escola das Dunas Extremoz
João do Vale, Santana, Martins, São Miguel
Parque Estadual das Dunas de Natal Natal
e Luiz Gomes, e também numa estreita faixa
Floresta Nacional de Nísia Floresta Nísia Floresta
entre a zona úmida e o Agreste do estado,
Santuário Ecológico de Pipa Tibau do Sul
na região denominada de Borborema
Mata Estrela B aia Formosa
Potiguar. As regiões serranas podem ser
facilmente localizadas no mapa de relevo
A Mata Atlântica se constitui num do Rio Grande do Norte a seguir.
dos ecos sistemas de maior diversidade
biológica do planeta, pois abriga uma flora
e fauna autóctones, com espécies raras,
endémicas, ou seja, que não podem ser
encontradas em nenhuma outra parte e
muitas delas em processo de extinção.
Destacamos das espécies arbóreas de
maior porte:Pau-brasil, Jatobá, Sucupira,
Maçaranduba, Gameleira, Sapucaia, Pau-
ferro, Peroba e a Amescla, além das
orquídeas e trepadeiras.
Quanto à fauna podemos encontrar
mamíferos como o timbu, o gato-maracajá-
de-manchas-pequenas e o macaco guariba; Serra de Portalegre
Rio Grande do Norte: Relevo

r&y\ •
/ // / ^ Macfa

Pico do Cabugi - 590 m


Apodi A

Serra Preta - 720 m f


A /x -J Serra do Bodo -687 m
J ^-^^
SetaajPprtàlegre
~ - 703 m
-Pau d>fetros - - Serrado
t ^A. \ 7 .«,/ Maracujá -69 1
/^ierra Marcelino / :^i^~ __^
Vieira - 585 m Séírk dHkarSis^TóO Sèrra da \s NOVOS
A V . \' 607 >r ^ arganta-719 rr>—^ •
Serra d
Serra Jaçanà'-^t662 m

XyjSerra Nâr» -?fhri^( í2^


SerrO^Baniguda - 602 m -N A

LEGENDA

F l Planícies Fluviais
dZI Planície Costeira
l l Depressão SubHtorânea
LT~] Depressão Sertaneja
í l Tabuleiros Costeiros
PFH Chapada da Serra Verde
[ \a do Apodi
ESCALA EU l Planalto da Borborema
A Maiores altitudes
25 25 50 km

Fonte: Instituto de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte - 1975.


A sua flora está fortemente relacionada ao tipo encontradas na porção sudeste do Rio Grande do
lê clima e ao relevo, podendo ser típica de caatinga Norte, em Canguaretama, Baía Formosa. Tibau do
irbórea no Sertão, com predominância de Pereiros, Sul e Pedro Velho e também na porção nordeste,
Marmeleiros e Aroeiras ou ainda caracterizadas por próximo a Touros (ver mapa de vegetação). Sua
brmações associadas à Mata Atlântica, como os devastação vem se dando principalmente para o
irejos de altitude nas serras úmidas do Rio Grande suprimento de lenha às cidades próximas e
Io Norte, com predominância das espécies Mulungu, também para dar lugar às monoculturas da cana-
iabiá e Jatobá. Dessa forma percebe-se uma relação de-açúcar, coco, caju e à expansão urbana, de
treta do porte e das características desse tipo de maneira que poucas são as áreas originais de
«egetação com os diferentes tipos de climas apresentados cerrado no Rio Grande do Norte.
10 mapa de clima potiguar.
Quanto à fauna, é composta por inúmeras A Floresta Ciliar de Carnaúba, também
spécies de aves, como o Galo-de-campina, o Gavião chamada de mata de galeria, é um domínio vegetal
je-de-serra, o Concriz, as Rolinhas e Juritis. Em face formado pela palmeira carnaúba. Ocorrem nas
Ia ação antrópica está reduzida em quase sua totali- baixadas mais úmidas e nas várzeas dos rios Apodi-
lade, pela extração da madeira para obtenção da le- Mossoró e Piranhas-Açu (ver mapa de vegetação e
iha ou ainda pela agricultura de subsistência. hidrografia). Envolve árvores de grande porte, iso-
ladas ou agrupadas e entremeadas por uma vegeta-
Os Cerrados são conhecidos regionalmente ção herbácea não muito densa, ocorrendo sobre so-
fcnbém como "tabuleiros" ou "tabuleiros costeiros ou los arenosos num relevo de plano a suave ondulado.
korâneos". O aspecto fitofisionômico característico Pode ocorrer também em pequenas várzeas da zona
ao de árvores tortuosas, esparsas, e intercaladas por úmida costeira oriental.
•D manto inferior de gramíneas e principalmente a É um tipo de vegetação que se adapta bem aos
resença de dois extratos, um arbóreo-arbustivo, com solos de várzea, mesmo aqueles salinos (ver mapa de
iementos isolados ou em grupos formando ilhas de solos), daí sua destruição para aproveitamento de
; - ^ tacão como a mangabeira, a lixeira, o cajueiro; e áreas para a produção de sal, dada sua localização
•n herbáceo ralo e descontínuo, caracterizado nas várzeas terminais ou nos estuários. Essa formação
Ricamente por gramíneas (capim). vegetal é derrubada também para a extração de
O Cerrado ocupa os baixos platôs (tabuleiros) madeira. Vale ressaltar que uma quantidade expressiva
í? Litoral Oriental, ocorrendo em manchas muitas dessa mata de carnaúbas foi submersa com a
rzes associadas com vegetação de restinga e caatinga. construção da barragem Armando Ribeiro.Gonçahes.
eas mais extensas dessa vegetação podem ser nas várzeas dos rios Piranhas-Açu.

ãf carnaúba no município de Açu Mata de carnaúba em torno da lagoa de Apodi

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A carnaúba, também chamada de "árvore da providência" ou "árvore da vida", é uma


das plantas típicas do Sertão nordestino. Os índios cariris chamavam-na de "anachi-cariri". O
pesquisador Jorge Marcgrav (séc. XVII) chamou-lhe caranaíba, do que resultaram carnaíba,
carnaubeira e carnaúba. Era uma das principais fontes de matéria-prima usada pelos índios tupis,
que passaram aos portugueses seus conhecimentos sobre o seu uso.
Tudo dela se aproveita: a cera que reveste as folhas da carnaúba tem grande aplicação
industrial, sendo usada na fabricação de ceras industriais, domésticas e de graxas lubrificantes. É
usada, ainda, como matéria-prima para a fabricação de discos fonográficos, filmes fotográficos,
papel carbono e sabonetes; a palha é utilizada para a confecção de chapéus, esteiras e cestos. A
população local aproveita o seu tronco para construir cercas, telhados e suas folhas para recobrir
o teto; o fruto é utilizado na alimentação; as raízes, depois de fervidas, são transformadas em
remédios; as sementes são torradas, moídas e consumidas como bebida.

As Dunas são um ecossistema frágil diante das


ações modificadoras impostas pelos homens, compro-
metendo o equilíbrio ecológico e uma função impor-
tante para as populações desses espaços, que é a
recarga das águas subterrâneas. É constituída pela
acumulação de areias, denominadas Quartzosas
Distróficas Marinhas, depositadas pela ação dos ven-
tos provenientes dos solos desestruturados, classifi-
cados no mapa de solos do Rio Grande do Norte,
(ver mapa de Solos na pág. 51)
A cobertura vegetal que se fixa nas dunas,as
Vegetações das Praias e Dunas são essencialmen-
te rasteiras, resistentes às condições ambientais: umi- •BBBBfiJ
dade, nutrientes escassos e evaporação intensa. As Vegetação característica de praias e dunas
plantas mais conhecidas são o Bredo de Praia, a Sal-
sa-Roxa e a Ameixa. À medida que se afasta da praia,
subindo as dunas, a vegetação aumenta de porte, sur-
gindo arbustos que às vezes formam matas fechadas
ou de pouca densidade, como exemplo o Guajiru,
espécie bastante comum.
Sua localização se estende ao longo de toda a
costa, de Baía Formosa, no Litoral Oriental até Tibau
no Litoral Norte.
Os principais impactos sobre essa vegetação
estão intimamente relacionados à urbanização com a
retirada da cobertura vegetal, desestabilizando as du-
nas, provocando o assoreamento de rios, riachos e
lagoas. Degradação das dunas pela retirada de areia

B»^
Rio Grande do Norte: Solos

30'

LEGENDA

[~~j Arenosos (Areia quartzosa, Latossolo vermej^tamarelo, regossol)


gm Argilosos (Podzólico vermetho-amarelo./vertisol)/
Pedregosos (Solos litólicos eutróficos, bfwwnao cálcico)
[|^J Salinos (Solonchak solonétzico, solontz solodizado, planosol solódico)
^m Várzea (Solos aluviais eutróficos)
1^:1 Sedimentares (Cambisol-eutrófico)
1^::^ Orgânicos (Solos Grey)
^B Calcáreos (Rendana)
gm Mangues (Solos indiscriminados de mangue)

...,,,...l.,,, ,„.... I M U

\;

Os Manguezaís são um ecossistema costeiro expansão de suas atividades. Os manguezais que fi-
composto por vegetais essencialmente arbóreos, e cam mais próximos das áreas urbanas são
ocorrem na zona de transição entre os ambientes indevidamente utilizados como depósitos de lixo.
terrestre e marinho. Característicos de regiões tropicais
e subtropicais da terra, estão sujeitos ao regime das
marés. Os solos são salinos e ricos em matéria orgânica.
O Manguezal ocorre nas margens de baías,
enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e
reentrâncias costeiras, onde haja encontro das águas
dos rios e do mar, ou diretamente exposto à linha da
costa.
A cobertura vegetal, ao contrário do que acontece
nas praias arenosas e nas dunas, instala-se em substratos
de formação recente, de pequena declividade, sendo
inundados altemadamente por água salgada e por água
Fazendas de camarão no estuário do rio Potengi
doce. As espécies mais encontradas são o mangue
manso, mangue ratinho e o mangue vermelho ou
sapateiro. A riqueza biológica desse ecossistema IMPORTÂNCIA DOS MANGUEZAIS:
costeiro faz com que essas áreas sejam os grandes
"berçários" naturais de várias espécies de organismos
• Desempenha importante papel como
marinhos. depósito de matéria orgânica e nutrientes,
A fauna é composta principalmente de
funcionando como um depurador ambiental.
caranguejos e ostras, além de camarões, siris e
moluscos. Peixes, aves e outros animais migram para • É no mangue que peixes, moluscos, e
os manguezais apenas durante a época da reprodução,
crustáceos encontram as condições ideais
depositando ali seus ovos, e os filhotes permanecem no para reprodução, funcionando como
local até estarem desenvolvidos o suficiente para deixar
berçário, criadouro e abrigo para várias
o manguezal e completar seu ciclo de vida no mar. espécies da fauna marinha e terrestre, de
No Rio Grande do Norte, de acordo com o
valor ecológico e económico.
mapa de vegetação, os manguezais mais
representativos estão distribuídos ao longo do Litoral
• Sua manutenção é vital para a
Oriental: Curimataú/Cunhaú, Potengi, Ceará-Mirim,
subsistência das comunidades pesqueiras que
Nísia Floresta/Papeba/Guaraíra e ao longo do Litoral
vivem em seu entorno.
Norte: Apodi/Mossoró, Açu e Guamaré/Galinhos.
Esses remanescentes apresentam-se em faixas estreitas
• A vegetação de mangue serve para fixar
e descontínuas, acompanhando paredões de salinas
as terras, impedindo assim à erosão e ao
ou em bosques ribeirinhos pouco adensados.
mesmo tempo estabilizando a costa.
Apesar de protegidos por lei, os manguezais
vêm sendo desmaiados há muito tempo. A atividade
salineira e a carcinicultura são os principais • As raízes do mangue funcionam como
responsáveis pela sua destruição, respectivamente filtro na retenção dos sedimentos.
para a construção de cristalizadores e viveiros.
Portanto, a situação de preservação dos manguezais • Constitui importante banco genético
é bastante conflitante, haja vista o setor económico para a recuperação de áreas degradadas.
persistir em utilizar os solos indiscriminadamente para
IHBBP
Rio Grande do Norte: Vegetaç

Nova Cruz

Vegetação de Caatinga
Cerrados
Floresta Litorânea ou Mata Atlântica
BUI Manguezais
IHI Floresta das Serras
' l Floresta Ciliar de Carnaúba
Vegetação das Praias e dunas

Fonte: Instituto de Desenvolvimento do Rio Cjnmdc do N orle - 197S.

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