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A estratégia do Rei Felipe II, o desembarque de Manoel Mascarenhas Homem, a fundação da Fortaleza
dos Reis Magos; nossos bairros; as igrejas, os palácios, ruas e avenidas; os equipamentos para o desenvol-
vimento; a devoção e a cultura do povo.
Começa, com este fascículo, a ser contada a Nova História de Natal, um projeto que resulta da discus-
são e de um trabalho que se prolongou por mais de um ano. Nasceu do esforço dos que fazem este jornal.
da definição dos patrocinadores - que acreditaram nos critérios e seriedade do produto - e, em particular,
do nosso Projeto Ler/DN Educação sempre diligente em agregar ao esforço da boa informação, instru-
mentos que sejam efetivamente úteis ao acervo didático de nossas escolas e dos estudantes.
O Diário de Natal, com mais este projeto, reafirma seu compromisso com os leitores, com o Rio Grande
do Norte e com a educação, priorizando os valores da terra, seguindo o destino traçado por Assis
Chateaubriand, ao criar os Associados, e reafirmado com ênfase, pelo Presidente do grupo, jornalista
Paulo Cabral. Um dever que o Diário de Natal está realizando.
Albimar Furtado
Diretor Geral
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cada huã das ditas villas e ao
mesmo tempo que se fizeram
as tais villas ou cada huã delias
lhe lymytaram e asynaram
logo termo para ellas e depois
nam puderam da terra que asy
tiverem dado per termo fazer
mais outra villa sem mynha
licença". (Malheiro, Carlos et
alii - 3° v: MCMXXiV:309-310).
É importante ressaltar que,
desta orientação surgiram,
entre 1532 e 1650, trinta e sete
vilas e cidades, das quais
apenas sete foram construídas
diretamente por conta da
Coroa. Há outro aspecto da
política urbanizadora de
Portugal no século XVI, em
relação ao Brasil, que não
devemos olvidar: defender o
território colonial contra as
incursões francesas. Este
objetívo está explícito na
mencionada carta de Diogo de
Gouveia a D. João III,
aconselhando o seguinte: "sete
a oito povoações seriam
bastante para defender a - terra
que não vendam o brasil a
Felipe -l|, Rei.da Espanha, teve povoações que nesa dita terra ninguém e não o vendendo as
•.importante papel na expulsão fizerem e lhe a elles parecer
ífjps holandeses e no surgimento naus não hão de querer ali ir
;da cidade de Natal que o deuem ser as quaes se para voltarem vazias". (Tapajós,
chamaram villas e teram Vicente - Op. cit. p. 44).
termo e juriçam lyberdades e A parte do território
O poder de fundar vilas e :;: jnijas de villas segundo foro e nacional ocupada atualmente
cidades era uma das costume de meus Reynos e pelo Estado do Rio Grande do
prerrogativas que o Governo isto porem se entenderá que Norte foi doada por D. João III
Português outorgou aos poderá fazer todas as vyllas a dois donatários: João de
donatários. A título de que quysere das povoações Barros e Aires da Cunha.
ilustração, vejamos na carta de que estyuere ao longo da costa O primeiro era alto
doação da Capitania de da dita terra fyrme e dos rios funcionário do governo e
Pernambuco ao donatário que se navegarê por que celebrizou-se como
Duarte Coelho como se dentro da terra fyrme pelo historiador das conquistas
expressou El. Rei: "Outrosyme sertam as nam poderam fazer portuguesas no Oriente; e o
apraz que o dito capitam e menos espaço de seys legoas segundo era um valente fidalgo
governador e todos seus de huã e outra pêra que se que se notabilizou na defesa
subçesores posam per sy fazer posam ficar ao menos três do reino de Portugal lutando
\illas todas e quaesquer legoas de terra de termo a contra corsários e piratas.
A t, A r i i -\r das tentativas que
S2---S
Um barco que veio da quinhentos", sem dos 1982: 272). Por
Paraíba trazendo alimentos nossos morrerem mais de conseguinte, a conquista
para as tropas de Feliciano três índios tabajaras". No do Rio Grande do Norte por
Coelho noticiou que, no segundo combate, os Manoel Mascarenhas e
porto de Búzios, um navio tabajaras "mataram mais Feliciano Coelho foi
francês estava de cento e cinquenta violentíssima. Ao todo,
desembarcando gente. potiguares". Do lado dos foram mortos mais de dois
De imediato, Manoel portugueses, morreram mil índios potiguares contra
Mascarenhas partiu para lá apenas seis brancos. reduzidas baixas nas tropas
levando "toda a gente de (Vicente do Salvador, Frei - dos conquistadores.
cavalo que havia, e trinta
soldados arcabuzeiros e
muitos índios, e deu nas
choupanas em que os
potiguares estavam já
comerciando com eles,
onde mataram treze e
cativaram sete e três
franceses, porque os mais
embarcaram e fugiram no
batel, e outros a nado."
(Vicente de Salvador, Frei -
1982:270).
No dia 24 de junho de
1598, Manoel Mascarenhas
entregou o forte a Jerônimo
de Albuquerque, que jurou
defendê-lo a qualquer
custo. No dia seguinte,
Mascarenhas pernoitou na
aldeia de Camarão, "onde Parte Interna
da Fortaleza dos Reis Magos
Feliciano Coelho estava
com o seu arraial
aposentado, e no dia A dupla missão
seguinte se partiram todos
para a Paraíba com muita de Manoel Mascarenhas
paz e amizade". Antes de
deixarem o território norte- Quando D. Francisco de Sousa, Governador-Geral do Brasil,
rio-grandense, as tropas mandou Manoel Mascarenhas Homem ao Rio Grande do Norte,
destes dois conquistadores encarregou-o de realizar duas grandes tarefas: construir uma
travaram ainda dois fortaleza e fundar uma cidade. Senão, vejamos o texto do Frei Vicente
combates, nos quais do Salvador referente a este assunto: "Encomendou-lhe muito que
sobressaiu-se o índio Tavira
logo fosse lá fazer uma fortaleza e uma povoação". (1982 :267).
pela sua bravura e
agilidade na luta. No
primeiro confronto, entre
mortos e cativos ficaram
"mais de mil r
A construção da
Fortaleza dos Reis Magos
Durante os séculos 14 e partir do século 15, quando feitas "à moda de estrela",
15, a defesa das cidades os militares adaptaram o permitiam tanto à
medievais da Europa era uso da pólvora à artilharia artilharia como à infantaria
feita mediante o emprego dos canhões, as fortalezas armada abrir fogo sobre as
de dois elementos substituíram o fosso e a fileiras das f orças Q
Í
conjugados: a muralha e o muralha. (DÉstaing, Valerie- atacantes de qualquer lado
fosso. Isto dificultava Anne Giscard -1989:328) onde pudessem aparecer".
enormemente o assalto do -rinbra Munford que (Munford, Lewis -
inimigo à cidadela. Mas, a essas novas fortificações, v.I:1961:95)
s
f
(J
ara consolidar a
1 colonização
portuguesa em
território potiguar,
os portugueses, depois de
muitas conversações,
conseguiram fazer um
acordo de paz com os índios,
fato ocorrido em junho de
1599. Feito isto, o passo
seguinte foi a fundação da
cidade de Natal. É verdade
que, antes, junto à Fortaleza,
já existia um arraial. Afirma
o historiador Hélio Galvão
que "há mesmo referência a
esse primeiro povoado e
algumas cartas holandesas o
indicam. Uma pequena
povoação satélite, que logo
deve ter desaparecido.
Compreende-se que os
primeiros povoadores, ainda
sem morada fixa,
procurassem as
proximidades da
construção: tinham com
quem se comunicar e
estariam seguros". (Galvão,
Hélio - 1979:33).
Quanto à fundação de
Natal há uma controvérsia
que envolve três aspectos: o
fundador, a data de
fundação e o nome da
cidade. T
I - Quanto ao fundador
Há três correntes que se debatem em torno da questão
PRIMEIRA CORRENTE
SEGUNDA CORRENTE
í?"
KíV
Vista parcial da
Praça André de
Albuquerque, nc
início do Séculc
XX, vivendo seu
primeiro
momento de
arborização
II - Quanto à data da
fundação da Cidade
A maioria cidade continua sendo 25 levantada recentemente
esmagadora dos de dezembro de 1599. Sem por Olavo de Medeiros
historiadores afirma prova documental Filho, quando diz: "A
que a cidade de inequivocada, não seria Cidade dos Reis pode ter
Natal foi fundada no dia 25 possível extirpar a tradição sido fundada no dia 6 de
de dezembro de 1599. quatro vezes secular. "(1979: janeiro de 1600, no dia de
Como disse Hélio Galvão, 33). Fora desta data há, Reis...". (Medeiros Filho.
"a data da fundação da apenas, hipótese como a Olavo de- 1991:32)
III - Quanto ao
nome de Natal
uma cidade
que teve vários
locativos nos seus
£
primeiros anos de
existência. Frei Vicente do
Salvador fala em "Cidade dos
Reis". Por sua vez, Melchior
Estácio do Amaral, narrando
o naufrágio da nau Sant lago,
ocorrido em 1602, usou outra
denominação: "Neste Rio
Grande, que dista da Paraíba
quarenta léguas, se viu esta
peregrina gente em aperto,
por falta de mantimentos (...)
Acharam a nova Cidade de
Sant' lago, que ali se
principia, e tem já três casas
de pedra e cal..." (Medeiros
Filho, Olavo de -1991:31).
Ora, naquela época, Portugal
continuava sob o domínio
espanhol. Por isso, "Cidade
cidade de Natalf
de Santiago" seria uma
Quase todos os historiadores que estudaram o assunto
homenagem ao padroeiro da
Espanha. Na realidade, este afirmaram que a Cidade tem este nome em homenagem ao
locativo não criou raízes nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, em cuja data natalícia a
porque, apesar de Portugal cidade foi fundada. No entanto, diz o padre historiador, Serafim
estar subordinado ao Leite: "Nenhum deles acertou. Chamou-se Natal, porque foi esse o
domínio espanhol de então, a tempo em que a armada entrou na barra do Rio Grande do Norte.
nossa colonização era
Apesar da cidade só começar depois, perpetuou-se, no seu nome, a
totalmente portuguesa.
O nome "Cidade do recordação daquele fato." (Leite, Serafim - v.l:1938:256, nota 1). Nas
Natal" ou "de Natal", ou duas versões, o nascimento de Cristo é o ponto de convergência
simplesmente "Natal", e o para a escolha do topónimo NATAL.
que fez tradição ao longo
dos séculos. No entanto, o
topónimo "natal" só veio a
aparecer em 1614, no Auto de Pernambuco, Alexandre Geográfico do Rio Grande
de Repartição das Terras do de Moura, aos 21 de do Norte, Natal,
Rio Grande do Norte, fevereiro de 1614. (Revista Typographia do Instituto.
realizado pelo capitão-mor do Instituto Histórico e vol.VII, n ° l e 2 ) .
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Século XVII
nalisando os com mercados Castelo de Keulen, em
primeiros anos de abundantes e fáceis." homenagem ao diretor da
vida da cidade de (Cascudo, Luís da Câmara Companhia das índias
«Natal, o - 2a edição, 1980 : 37). Ocidentais, que viera na
historiador Câmara Cascudo Em 1630, preparando a expedição conquistadora.
inferiu: "Os trinta e quatro invasão holandesa, o Não construíram, em Natal,
anos de cidade, 1599-1633, espião flamengo, Adriano nada de importante para a
foram lentos, difíceis, Verdonck descreveu Natal posteridade da nossa
paupérrimos. Interessava ao assim:"....a cidade tem civilização. Deixaram, sim,
Rei o forte, a situação cerca de trinta ou quarenta um legado de exploração, de
estratégica, o ponto militar casas de palha e barro; mas massacres religiosos e
de defensão territorial. os habitantes mais destruição. Ao se retirarem
Raríssimas mulheres abastados dos arredores em 1654, destruíram a
brancas. Cidade apenas no vivem habitualmente nos capelinha primitiva,
nome. Uma capelinha de seus sítios e vêm à cidade existente na Praça André de
taipa forrada de palhas e os aos domingos para ouvir Albuquerque e tocaram fogo
moradores viviam missa; os habitantes de nos seus livros.
espalhados nos sítios ao toda essa jurisdição, num Somente em 1660, o Padre
redor, plantando roças, raio de seis a nove milhas, Leonardo Tavares construiu
caçando, colhendo frutos não excedem a 120 ou 130 outra Igreja, de taipa, no
nos tabuleiros, pouca homens, na maioria mesmo local, à sua custa. No
criação de gado que se camponeses ignorantes e final do século, foi construída
desenvolveria grosseiros". (Medeiros uma Igreja de pedra e
vertiginosamente a ponto Filho, Olavo de -1991:64) alvenaria. Adiante,
de ter 20.000 cabeças em Os holandeses abordaremos
1633, e as pescarias, de governaram o Rio Grande detalhadamente este assunto.
anzol, rede e curral. Havia o do Norte entre 12 de É oportuno lembrar que
sal colhido nas marinhas do dezembro de 1633 até oito anos depois da retirada
outro lado do rio, Igapó, fevereiro de 1654. Durante dos holandeses, Natal elegeu
Aldeia Velha, antigas estes 21 anos, eles mudaram o primeiro Senado da
malocas dos potiguares. O o nome de Natal para Nova Câmara aos 16 de abril de
peixe salgado e seco foi Amsterdã, assim como a 1662, conforme relata
um dos produtos mais Fortaleza dos Reis Magos Câmara Cascudo na História
rapidamente divulgados, recebeu a denominação de da Cidade do Natal, p.6i T
A Praça André de
Albuquerque, na década "fle
20, tendo ap^eftiro o
primeíffi^coreto
z
-g
-s Século XVIII
áT^ omente no século Santo António e da onde funcionou, no térreo, o
XVIII foi que Natal Conceição." (1991:70). Senado da Câmara, e no
t começou a adquirir Foi ao longo do século andar superior, a Cadeia da
::llb«ss^ uma fisionomia XVIII que se ergueram três Cidade. Este edifício, que
urbana tradicional. Os dois Igrejas, sendo duas na ficava na Praça André de
bairros primitivos - Cidade Cidade Alta e uma na Albuquerque, foi construído
Alta e Ribeira - se Ribeira. Verdade é que, na entre 1767 e 1770. (Vide
consolidaram no seu espaço Cidade Alta, em 1714, foi Medeiros Filho, Olavo de -
geográfico, surgindo, assim, construída a Igreja de Nossa Op. cit. p.131).
as primeiras ruas. Segundo o Senhora do Rosário dos Quanto à população de
historiador Olavo de Pretos e a Igreja de Santo Natal, no século XVIII, os
Medeiros Filho, "até o ano de António, em 1763. Na dados são escassos. Informa
1700, parece ter havido duas Ribeira, foi erguida a Igreja Câmara Cascudo que em
ruas em Natal: a primeira do Senhor Bom Jesus das 1759, a cidade tinha
corresponde à que fica Dores, em 1774. Além destas "quatrocentas braças de
defronte à Matriz, na atual edificações religiosas, comprido e de largo
Praça André de Albuquerque; memórias vivas de um cinquenta, com cento e
a segunda, o caminho do rio passado distante, no século dezoito casas." História da
de beber água, as atuais ruas XVIII foi construído o prédio Cidade do Natal, p.75).
Século XIX
urante o século
XIX, Natal avança
lentamente no
seu perfil
urbano. Por causa da
Guerra de Secessão (1860-
65) nos Estados Unidos, a
Inglaterra deixou de
comprar algodão a este
país, e voltou-se para os
mercados do Egito e do
Brasil. Este fato contribuiu
enormemente para a
expansão da cotonicultura
potiguar, permitindo que se
realizasse um aumento
significativo nas rendas do
Estado. Este crescimento
económico possibilitou
efetivamente a realização
de maiores investimentos
na capital potiguar, tanto
pelo poder público quanto algumas casas de cada lado. : O Cemitério do
pela iniciativa privada. Em Alecrim, o primeiro
A cidade não é calçada em de Natal, onde estão sepultados
linhas gerais, mostraremos parte alguma e anda-se personagens ilustres da
agora como a paisagem sobre uma areia solta, o que história da cidade, como o
urbana de Natal se ex-governador Pedro Velho.
obrigou alguns habitantes a
enriqueceu ao longo deste
fazerem calçadas de tijolos
século XIX.
ante suas moradas. Esse
Em primeiro lugar,
lugar contará seiscentos ou
vejamos a descrição que o século XIX, a paisagem
setecentos habitantes." E urbana de Natal começou
viajante inglês, Henry Koster
sobre a Ribeira, esta foi a sua a se enriquecer com vários
nos deixou dos dois bairros
da Cidade, quando por aqui impressão: "É situada nas prédios. Assim, em 1856, o
passou em 1810. Sobre a margens do rio e as casas Presidente da Província,
Cidade Alta, escreveu ele: ocupam as ribas meridionais António Bernardo de
"Consiste numa praça e não há, entre elas e o rio, Passos, para socorrer as
cercada de residências, senão a largura da rua. Essa vítimas da cólera-morbos,
rendo apenas o pavimento parte pode conter duzentos que estava dizimando a
lérreo, as Igrejas que são a trezentos moradores e aí cidade, construiu o prédio
três, o palácio, a Câmara e residem os negociantes do do Hospital de Caridade
prisão. Três ruas Rio Grande. "(Koster, Henry - imóvel ocupado
desembocam nesia quadra 2a:1980:76). atualmente pela Casa do
mas elas não possuem senão A partir de meados do Estudante. T
E para sepultar os mortos Fiscal, hoje Memorial Teatro Carlos Gomes,
desta epidemia, ele Câmara Cascudo. chamado atualmente Teatro
construiu o Cemitério do No último quartel do Alberto Maranhão.
Alecrim, inaugurando-o em século XLX, o bairro da Finalmente, em 1897, a
abril de 1856. Ribeira enriquece a sua Intendência Municipal de
Três anos depois, surgiu paisagem com a construção Natal realizou um censo
na paisagem da cidade o do prédio da Estação da demográfico. Pessoas
edifício do velho Atheneu Great Western, inaugurado idóneas e de prestígio na
Norte Rio-Grandense, na em 28 de setembro de 1881. cidade fizeram a coleta dos
então Rua da Cruz, depois, Em 1889, o porto começou a dados nos dois bairros de
aAvenida Junqueira Aires e deixar de ser um sonho para Natal, isto é, Cidade Alta e
hoje, Largo Junqueira Aires. A ser uma realidade. Ribeira, assim como nos
obra foi iniciada pelo Em julho de 1888, Juvino arrabaldes. O resultado final,
Presidente da Província, Barreto inaugurou a Fábrica para toda a capital, foi o
Frederico Augusto Pamplona Natal, de fiação e tecidos, a seguinte: Natal possuía
e concluída pelo Presidente primeira do Rio Grande do 2.470 casas e 10.392
Nunes Gonçalves. Norte, situada no local onde habitantes. Apenas, 55
Em 1869, a Ribeira atualmente existe o prédio estrangeiros moravam na
ganhou o Cais 10 de Junho, da Caixa Económica Federal. cidade dos Reis Magos;
chamado depois de "Cais E do outro lado, em data 58,27% de toda a população
Pedro de Barros" e, no aproximada a esta, ele eram analfabetas e, apenas,
século XX, "Cais Tavares de ergueu a sua residência, 784 habitantes eram de cor
Lira". Em 1872, o Presidente casarão enorme, onde, negra. (A República -14 de
da Província, dr. Olinto José desde 1936, funciona o março de 1897).
Meira concluiu a construção Colégio Salesiano. Mas, segundo Câmara
do Palácio do Tesouro, atual Visando proporcionar a Cascudo, "no último ano do
Palácio Potengi, na Cidade Natal um status de século XIX Natal estava com
Alta. Também neste bairro, metrópole, o governador a população de 16.056."
em 1875, foi construído o Joaquim Ferreira Chaves, em (Cascudo, Luís da Câmara -
prédio da Delegacia 1896, iniciou a construção do 2a:1980:76).