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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS - UNIFEMM

Unidade Acadêmica de Ensino de Ciências Gerenciais


Engenharia Ambiental

LÍGIA CARLA SOUZA DE QUEIROZ TEIXEIRA

ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO PARAOPEBA APÓS


ROMPIMENTO DE BARRAGEM

SETE LAGOAS
2019
LÍGIA CARLA SOUZA DE QUEIROZ TEIXEIRA

ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO PARAOPEBA APÓS


ROMPIMENTO DE BARRAGEM

Projeto de pesquisa apresentado ao


curso de Bacharelado em Engenharia
Ambiental, da Unidade Acadêmica de
Ensino de Ciências Gerencias, do
Centro Universitário de Sete Lagoas,
como requisito parcial de avaliação da
disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso.
Área de concentração: análises de água.

Orientador: Professora Janine França


Gonçalves

SETE LAGOAS
2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS – UNIFEMM
Unidade Acadêmica de Ensino de Ciências Gerenciais
Engenharia Ambiental

LÍGIA CARLA SOUZA DE QUEIROZ TEIXEIRA

ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO PARAOPEBA APÓS


ROMPIMENTO DE BARRAGEM

Projeto de pesquisa apresentado ao


curso de Bacharelado em Engenharia
Ambiental, da Unidade Acadêmica de
Ensino de Ciências Gerencias, do
Centro Universitário de Sete Lagoas,
como requisito parcial de avaliação da
disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso.

Sete Lagoas, de 2019.

Aprovada com a nota_____________.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________
ORIENTADOR: Prof.ª Janine França Gonçalves

________________________________________
AVALIADOR:

________________________________________
AVALIADOR:
RESUMO

As águas de classe 3 são muito utilizadas para à pesca amadora, recreação de contato
secundário, dentre outros estabelecidos pela legislação sem haver preocupação
quanto a sua qualidade. No presente trabalho objetivou-se analisar e comparar a
qualidade da água do Rio Paraopeba. O Rio é um rio brasileiro que banha o estado
de Minas Gerais que possui na sua extensão rios afluentes Macaúbas, Betim,
Camapuã e o Manso. O Rio Paraopeba é o principal afluente do Rio São Francisco,
com alguns parâmetros determinados, tanto pela Resolução CONAMA 357/2005
quanto pela Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde. Para isso analisaram-se 3
amostras, no mês de maio, para determinar suas características físico-químicas e
microbiológicas. Os parâmetros físico-químicos estiverem dentre os padrões
estabelecidos pelas normas, a analise microbiológica observa-se alto índice de
contaminação

Palavras-chave: Rio Paraopeba, Rio São Francisco, Resolução CONAMA 357/2005


e Portaria 2914/2011.
ABSTRACT

Class 3 waters are widely used for amateur fishing, recreation of secondary contact,
among others established by legislation without concern for its quality. The objective
of this study was to analyze and compare the water quality of the Paraopeba River.
The Rio is a Brazilian river that bathes the state of Minas Gerais that in its extension
tributaries tributaries Macaúbas, Betim, Camapuã and the Manso. The Paraopeba
River is the main tributary of the São Francisco River, with certain parameters
determined, both by CONAMA Resolution 357/2005 and Portaria 2914/2011 of the
Ministry of Health. For this purpose, 3 samples were analyzed in May to determine
physico-chemical and microbiological characteristics. The physical-chemical
parameters are among the standards established by the standards, the microbiological
analysis shows a high contamination index.

Keywords: Paraopeba River, São Francisco River, CONAMA Resolution 357/2005


and Portaria 2914/2011.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................
2.1 A Importância da Água .....................................................................
2.2 A Importância da Qualidade da Água Para o Uso Humano ..........
2.3 Abastecimento de Água ...................................................................
2.5 Parâmetros de Qualidade da Água ..................................................
2.5.1 Parâmetros físicos ............................................................................
2.5.1.1 Cor .......................................................................................................
2.5.1.2 Turbidez ..............................................................................................
2.5.1.3 Sabor e odor .......................................................................................
2.5.1.4 Temperatura ........................................................................................
2.5.1.5 Condutividade elétrica .........................................................................
2.5.2 Parâmetros químicos ........................................................................
2.5.2.1 pH ........................................................................................................
2.5.2.2 Sólidos totais dissolvidos ....................................................................
2.5.2.3 Fósforo ................................................................................................
2.5.2.4 Oxigênio dissolvido .............................................................................
2.5.2.5 Oxigênio consumido ............................................................................
2.5.2.6 Demanda bioquímica de oxigênio .......................................................
2.5.3 Parâmetros biológicos .....................................................................
3 Metodologia.........................................................................................
3.1 Área de Estudo
3.2 Procedimentos Metodológicos
4 Resultados e Discussão
4.1 Temperatura
4.2 pH
4.3 Condutividade elétrica
4.4 Turbidez
4.5 Sólidos Totais Dissolvidos
4.6 Oxigênio Dissolvido
4.7 Oxigênio Consumido
4.8 Microrganismos
5 Conclusão
1 INTRODUÇÃO

“A água é um dos recursos naturais mais intensamente utilizados. É


fundamental para a existência e a manutenção da vida e, para isso, deve estar
presente no ambiente em quantidade e qualidade apropriadas”. (BRAGA et al, 2005)
A água pode ser encontrada sob diferentes formas e é uma das substâncias
mais comuns existentes na natureza, a água cobre cerca de 70% da superfície do
planeta. É principalmente encontrada no estado líquido, formando um recurso natural
renovável por meio do ciclo hidrológico. É essencial que os recursos hídricos possuam
condições físicas e químicas apropriadas para sua utilização pelos organismos.
(BRAGA et al, 2005)
Da água disponível que existe no planeta, distribuem-se em 97,0% em água do
mar, 2,2% em geleiras e 0,8% em água doce, sendo que, desses 0,8%, 97% é água
subterrânea e 3% água superficial. (SPERLING, 2005)
Com o passar do tempo, o uso da água pelo homem vem aumentando cada
vez mais para fins de suas diversas atividades, provocando muitos impactos e
degradação, ficando cada vez mais escarça. As águas dos rios são de grande
importância para a sobrevivência, uma vez que, através dos rios é que são feitas as
captações para destinação do uso humano, e cabe a todos nós, preservar e manter a
qualidade das águas dos nossos rios.
Esse trabalho consiste em um estudo de análises microbiológica e físico-
química da água, que visa identificar a qualidade da água do rio Paraopeba que passa
em várias cidades do estado de Minas Gerais, após o rompimento da barragem de
rejeitos da mineradora Vale, localizada na cidade de Brumadinho.
Seu resultado será de extrema importância para identificar o grau de
contaminação do rio, uma vez que, o rejeito da barragem contém metais pesados que
podem afetar na saúde humana e na vida aquática.
2 REFERENCIAL TÉORICO

2.1 A Importância da Água

Segundo Sperling (2005, p. 17), “a água é o constituinte inorgânico mais


abundante na matéria viva: no homem, mais de 60% do seu peso são constituídos por
água, e em certos animais aquáticos esta porcentagem chega a 98%”.
De acordo com essas porcentagens, somente 0,8% pode ser utilizada mais
facilmente para o abastecimento público, sendo que desta fração somente 3%
encontra-se em forma de água superficial, que é mais fácil de ser extraída. Isso
ressalta a importância de se preservar os recursos hídricos no planeta, e de se tentar
evitar que essa pequena fração mais facilmente disponível seja contaminada.
(SPERLING, 2005)

2.2 A Importância da Qualidade da Água Para o Uso Humano

Nas águas naturais são encontradas inúmeras impurezas, muitas são inócuas,
poucas desejáveis e algumas são muito perigosas. As impurezas nocivas que são
encontradas na água são os vírus, bactérias, parasitos, substâncias tóxicas e, até
mesmo, elementos radioativos. (RICHTER e NETTO, 1991)
Quando as águas dos mananciais estão contaminadas, faz com que a água do
manancial seja impossibilitada para o uso do abastecimento humano. A modificação
da qualidade da água aumenta o problema de escassez, que é um dos problemas
referentes a qualidade da água. (BRAGA et al, 2005)
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 80% de todas as
doenças que se expande nos países em desenvolvimento são resultantes de uma
água sem qualidade. (RICHTER e NETTO, 1991)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 25 milhões de pessoas


no mundo morrem por ano em virtude de doenças transmitidas pela água,
indica também que nos países que estão em desenvolvimento 70% da
população rural e 25% da população urbana não possuem abastecimento
adequado de água potável. (BRAGA et al, 2005, p. 74)

Além de todas as doenças que podem ser transmitidas pela água, existem
casos que podem ocorrer em consequência de substâncias tóxicas ou nocivas
presentes na água. (RICHTER e NETTO, 1991)
O abastecimento humano é tido como o mais importante, dentre os vários tipos
de usos da água, já que o ser humano necessita de uma oferta conveniente de água
para sua sobrevivência. (BRAGA et al, 2005)
A qualidade de vida de todos os seres humanos é essencialmente relativa à
água, já que ela é usada para o funcionamento adequado de seu organismo e para
várias outras atividades. (BRAGA et al, 2005)
Para que não haja danos à saúde humana, a água que é usada para o
abastecimento doméstico deve estar livre de organismos patogênicos e substâncias
tóxicas. (BRAGA et al, 2005)
Os organismos patogênicos são aqueles que são capazes de transmitir
doenças para o ser humano, seja pela ingestão ou pelo contato com a água
contaminada, sendo eles bactérias, vírus, parasitas, protozoários, que podem causar
doenças como a hepatite, disenteria, cólera, febre tifoide e outras. (BRAGA et al, 2005)
A água potável é aquela que se caracteriza pela qualidade da mesma, que de
maneira nenhuma prejudica à saúde e nem danos aos sentidos. (BRAGA et al, 2005)

2.3 Abastecimento de Água

Segundo Heller e Pádua (2010, p. 531), “os sistemas de abastecimento de


água, tem-se como objetivo final disponibilizar água potável aos usuários, de forma
contínua e em quantidade e pressão adequadas”.
Para que o abastecimento de água possa fornecer água potável, é composto
por instalações e equipamentos. Para que a água possa apresentar qualidade
adequada para o consumo humano, deve estar de acordo com o que determina o
dispositivo legal em vigor no país. O dispositivo legal que determina os parâmetros é
a Portaria nº 518/GM de 25.04.2004, do Ministério da Saúde, que determina os
procedimentos e as reponsabilidades que devem ser seguidas, referentes ao controle
e à vigilância da qualidade da água para que possa ser usada para consumo humano
e seu padrão de potabilidade. (BRAGA et al, 2005)
“O Padrão de Potabilidade define o limite máximo para cada elemento ou
substância química, não estando ali considerados eventuais efeitos sinérgicos entre
elementos ou substâncias”. (BRAGA et al, 2005, p. 105)
2.5 Parâmetros de Qualidade da Água

Dentre os vários componentes existentes na água, e que modificam o seu grau


de pureza, podem ser representados, de uma maneira ampla e simplificada, em
termos das suas características físicas, químicas e biológicas. (SPERLING, 2014)
Segundo Sperling (2005, p.26), “a qualidade da água pode ser representada
através de diversos parâmetros, que traduzem as suas principais características
físicas, químicas e biológicas”.

2.5.1 Parâmetros físicos

As principais características físicas da água são: cor, turbidez, sabor e odor,


temperatura e condutividade elétrica, normalmente essas características são fáceis
de determinar. Esses parâmetros são fundamentais para determinação do uso da
água, principalmente para a apuração de indicação de sua qualidade. (LARSEN,
2010)

2.5.1.1 Cor

De acordo com Sperling (2005, p. 27), cor é responsável pela coloração na


água.

A cor de uma amostra de água está associada ao grau de intensidade que a


luz sofre ao atravessa-la (e esta redução dá-se por absorção de parte da
radiação termomagnética), devido à presença de sólidos dissolvidos,
principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico. Dentre os
coloides orgânicos, podem ser mencionados os ácidos húmicos e fúlvico,
substancias naturais resultantes da decomposição parcial de compostos
orgânicos presentes em folhas, dentre outros substratos. (CETESB, 2009)

Existem alguns compostos inorgânicos que causam cor na água. Os mais


comuns são óxidos de ferro e manganês, que são excessivos em vários tipos de solos.
É importante lembrar que a coloração, realizada na rede de monitoramento, baseia-
se principalmente na observação visual do técnico de coleta no momento da
amostragem. (CETESB, 2009)
Esse parâmetro não oferece risco à saúde humana, mas os consumidores
podem argumentar a sua confiabilidade. (SPERLING, 2005)
“Deve-se distinguir entre cor aparente e cor verdadeira. No valor da cor
aparente pode estar incluída uma parcela devida à turbidez da água. Quando esta é
removida por centrifugação, obtém-se cor verdadeira”. (SPERLING, 2005, p. 27)

2.5.1.2 Turbidez

A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de intensidade


que um feixe de luz sofre ao atravessa-la (esta redução dá-se por absorção
e espalhamento, uma vez que as partículas que provocam turbidez nas águas
são maiores que o comprimento de onda da luz branca), devido à presença
de sólidos em suspensão, tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila)
e detritos orgânicos, tais como algas e bactérias, plâncton em geral etc.
(CETESB, 2009, p. 5)

Quando estamos em estações chuvosas, as erosões das margens dos rios que
é aumentada pelo uso inadequado do solo, é um tipo de fenômeno que resulta no
aumento da turbidez das águas e que necessita de manobras operacionais, tais como
no aumento nas dosagens de coagulantes e auxiliares, nas Estações de Tratamento
de Águas. Este exemplo indica também o caráter sistêmico da poluição ocorrendo
inter-relações ou transmissão de problemas de um ambiente para o outro. (CETESB,
2009)
“Os constituintes que são responsáveis pela turbidez são os sólidos em
suspensão, sua origem natural são as partículas de rocha, silte, argila, algas e outros
microrganismos”. (SPERLING, 2005, p. 28)
Sperling (2005, p. 28), ressalta que “a turbidez não traz inconvenientes
sanitários diretos. Porém, é esteticamente desagradável na água potável, e os sólidos
em suspensão podem servir de abrigo para microrganismos patogênicos”.

2.5.1.3 Sabor e odor

As características de sabor e odor são consideradas em conjunto, pois


geralmente a sensação de sabor origina-se do odor. São de difícil avaliação,
por serem sensações subjetivas, causadas por impurezas dissolvidas,
frequentemente de natureza orgânica, como fenóis e clorofenóis, resíduos
industriais, gases dissolvidos etc. (RICHTER e NETTO, 1991, p. 29)
A aeração pode ser eficaz no tratamento da água, quando existe problemas
relacionados com sabor e odor. Em alguns casos, pode ser necessária a utilização de
outro tratamento, como o carvão ativado, para adsorção dos compostos que causam
o odor. (RICHTER e NETTO, 1991)

2.5.1.4 Temperatura

Richter e Netto (1991, p. 30), afirmam que “a temperatura da água tem


importância por sua influência sobre outras propriedades: acelera reações químicas,
reduz a solubilidade dos gases, acentua a sensação de sabor e odor”.

2.5.1.5 Condutividade elétrica

De acordo com Richter e Netto (1991, p. 30), “a condutividade elétrica depende


da quantidade de sais dissolvidos na água e é aproximadamente proporcional à sua
quantidade. Sua determinação permite obter uma estimativa rápida do conteúdo de
sólidos de uma amostra”.

2.5.1.6 Metais pesados

2.5.2 Parâmetros químicos


Através das análises químicas da água que pode ser determinado de modo
mais preciso e explicado as características da água e assim se tem uma vantagem
maior para se analisar as propriedades de uma amostra. (RICHTER e NETTO, 1991)
As análises são de extrema importância, tanto do ponto de vista sanitário como
econômico. Algumas análises permitem avaliar o grau de poluição de uma fonte de
água, como a determinação de cloretos, nitritos e nitratos, e teor de oxigênio
dissolvido. (RICHTER e NETTO, 1991)

2.5.2.1 pH

De acordo com Sperling (2005, p. 30), o conceito de pH é potencial


hidrogeniônico. “Representa a concentração de íons hidrogênio H+ (em escala
antilogarítmica), dando uma indicação sobre a condição de acidez, neutralidade ou
alcalinidade da água. A faixa de pH é de 0 a 14”.

O termo pH é usado universalmente para expressar a intensidade de uma


condição ácida ou alcalina de uma solução. Mede a concentração do íon
hidrogênico ou sua atividade, importante em cada fase de tratamento, sendo
referido frequentemente na coagulação, floculação, desinfecção e no controle
de corrosão. (SPERLING, 2005, p. 30)

2.5.2.2 Sólidos totais dissolvidos

De acordo com Infoaguas (2016, s. p.)

os sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece como


resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma
temperatura pré-estabelecida durante um tempo fixado. Em linhas gerais, as
operações de secagem, calcinação e filtração são as que definem as diversas
frações de sólidos presentes na água (sólidos totais, em suspensão,
dissolvidos, fixos e voláteis). Os sólidos dissolvidos fixos correspondem a
porção dos sólidos ou dissolvidos que resta após a ignição ou calcinação a
550-600°C após uma hora. Também denominado resíduo fixo.

2.5.2.3 Fósforo

Normalmente o fósforo apresenta-se nas águas naturais, em virtude das


descargas dos esgotos sanitários. A matéria orgânica fecal e os detergentes em pó
utilizado no uso doméstico formam a principal fonte. Em alguns efluentes industriais,
o fósforo é encontrado em grandes quantidades, como os de indústrias de fertilizantes,
pesticidas, químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e
laticínios. Outro fator que pode provocar uma grande presença de fósforo em águas
naturais é a água drenada em áreas agrícolas. (CETESB, 2009)
Sperling (2005, p. 37) afirma que

o fósforo na água apresenta-se principalmente nas formas de ortofosfato,


polifosfato e fóforo orgânico. Os ortofosfatos são diretamente disponíveis
para o metabolismo biológico sem necessidade de conversões a formas mais
simples. Os polifosfatos são moléculas mais complexas com dois ou mais
átomos de fósforo.

2.5.2.4 Oxigênio dissolvido

Um dos ensaios mais importantes no controle de qualidade da água é a


determinação do teor de oxigênio dissolvido. A presença de oxigênio nas águas
superficiais provém da quantidade e tipo de matéria orgânica instáveis que a água
possui. A água pode conter uma quantidade pequena de oxigênio, por causa da sua
baixa solubilidade. (RICHTER e NETTO, 1991)
“A presença de oxigênio na água, especialmente em companhia do dióxido de
carbono, constitui-se em um significativo fator a ser considerado na prevenção da
corrosão de metais ferrosos (canalizações e Caldeiras)”. (RICHTER e NETTO, 1991)

2.5.2.5 Oxigênio consumido

“A determinação do oxigênio Consumido (OC) fornece a quantidade de material


orgânico, que é oxidável nas condições impostas durante o ensaio”. (CETESB, 2009)
Para que possa ser definido as alterações da qualidade da água a ser tratada
e indicado a afetividade do processo aplicado, é necessário que se tenha a informação
sobre a quantidade do oxigênio dissolvido, além disso, para que possa identificar o
desenvolvimento de microrganismo nas unidades de tratamento. (CETESB, 2009)
2.5.2.6 Demanda bioquímica de oxigênio

De acordo com a Cetesb (2009, p. 10), a demanda bioquímica de oxigênio é “é


a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por
decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável.

A DBO é normalmente considerada como a quantidade de oxigênio


consumido durante um determinado período de tempo, numa temperatura de
incubação específica. Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de
incubação de 20°C é frequentemente usado e referido como DBO 5,20.
(CETESB, 2009, p. 10)

A razão do aumento em termo da DBO num corpo d’água é causada pelos


despejos de natureza predominantemente orgânica. Devido ao alto teor de matéria
orgânica presente, pode induzir ao completo esgotamento do oxigênio na água,
causando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática. (CETESB,
2009)

2.5.3 Parâmetros biológicos

Segundo Sperling (2005, p. 43), “os microrganismos desempenham diversas


funções de fundamental importância, principalmente as relacionadas com a
transformação da matéria dentro dos ciclos biogeoquímicos”.
Um fator que possui grande significado para os sistemas de abastecimento de
água, é a presença dos organismos dentre as impurezas das águas. (RICHTER e
NETTO, 1991)
Alguns desses organismos podem provocar doenças e ser a causa de
epidemias, como por exemplo, os protozoários, vírus e certas bactérias, que são
patogênicos. (RICHTER e NETTO, 1991)
A ocorrência de sabor e odor desagradáveis se dá pela ocorrência de
organismos como algumas algas, ou por distúrbios em filtros e outras partes do
sistema de abastecimento. (RICHTER e NETTO, 1991)
Através de exames bacteriológicos e hidrobiológicos que são determinadas as
características biológicas das águas e a partir do primeiro é que se destaca a pesquisa
do número de coliformes. (RICHTER e NETTO, 1991)
Através de alguns processos e de técnicas adequadas, conta-se o número total
de bactérias existentes na amostra, obtendo-se o resultado em número de bactérias
por centímetro cúbico da amostra de água. (RICHTER e NETTO, 1991)
Richter e Netto (1991, p. 37), afirma que,

um número elevado de coliformes de bactérias não é obrigatoriamente


indicativo de poluição; variações bruscas nos resultados dos exames podem
ser interpretados como poluição; águas pouco poluídas geralmente
apresentam resultados expressos por números baixos.

Os coliformes são aquelas bactérias que geralmente habitam nos intestinos dos
animais superiores. Quando é encontrada na água, indica a possibilidade de
contaminação por esgotos domésticos. Porém, não é toda água que contêm
coliformes significa que está contaminada e, como tal, podem veicular doenças de
transmissão hídrica. (RICHTER e NETTO, 1991)
Os exames bacteriológicos que determinam a presença de coliformes são
usados para controle de sistemas de abastecimento de água, e assim determinando
a eficiência do tratamento. (RICHTER e NETTO, 1991)
3 METODOLOGIA

3.1 Área de estudo

O rio Paraopeba corta parte do estado de Minas Gerais, sua nascente está
situada no sul do estado no município de Cristiano Otoni, sua foz está na represa de
Três Marias, no município de Felixlândia, fazendo parte dos afluentes principais do rio
São Francisco. Seu comprimento é de 510 km, passando por 35 municípios e sua
bacia ocupa 13.643 km². Os rios que formam o sistema Paraopeba são: rio Betim,
ribeirão Serra Azul e rio Manso (FIG 1).
Figura 1.Imagem área do Rio Paraopeba.

Fonte: Google,2019.

3.2 Procedimentos Metodológicos

Foram coletadas 3 amostras em recipientes estéreis, levadas e analisadas no


laboratório de Química e Bioquímica e Biologia do Centro Universitário de Sete
Lagoas – UNIFEMM. Coletou –se no dia 04/05/2019.
Foram analisados parâmetros físico-químicos de Oxigênio Consumido (OC),
Oxigênio Dissolvido (OD), Sólidos Totais Dissolvidos (STD), pH, Turbidez,
Condutividade Elétrica (CE), e microbiológico.
As metodologias adotadas para os parâmetros OD, OC, STD e seguiram os
procedimentos descritos por Macêdo (2005).
Para a determinação dos parâmetros físicos, Temperatura, pH, turbidez e
condutividade elétrica, foram utilizados aparelhos disponíveis no laboratório do
UNIFEMM.
Para a quantificação microbiológica, utilizou-se o meio AGN Cromogênico-
Fluorogênico para detecção e enumeração de coliformes, a contagem das colônias a
realizada através do cálculo, para a identificação da quantidade de colônias presentes
na água:(Número de colônias x 10) ÷ diluição = UFC em ml.
Após o término de coletas e análises laboratoriais, os dados obtidos foram
analisados, tratados e comparados com as legislações vigentes e fazer uma avaliação
do grau de impacto do curso d’água
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1. Resultados dos Parâmetros físico-químicos

COLETA (04/05/2019)
Parâmetros
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 VMP
Temperatura 24 27 25 -

pH 6 6 6 6a9
Condutividade
Elétrica (µs) 78,4 89,8 96,6 100 µS/cm
Turbidez
(UNT) 18 17 21 100 UTN
Sólidos Totais
Dissolvidos
29,1 34,2 28,7 500 mg/L
(mg/L)
Oxigênio
Dissolvido Não Inferior a
3,8 4,1 3,9 4,0 mg/L
(mg/L)
Oxigênio
Consumido
2,9 2,7 3,7 -
(mg/L)
*VMP - Valor máximo permitido de acordo com a Resolução CONAMA 357 de 17 de
março de 2005 para águas de classe 3.
Fonte: A autora, 2019
4.1 Temperatura

A temperatura, medida no ato da coleta não apresentou valores altos que


diferencie muito da temperatura ambiente, e a legislação comparada, não especifica
os valores máximos ou mínimos encontrados nas análises.

Grafico 1 - Temperatura

Fonte: A autora,2019
4.2 pH

O pH observado na coleta encontra no valor mínimo permitido, pois os valores


a Resolução CONAMA 357 de 2005, que determina entre 6 a 9, dessa forma e
necessária avaliação continuada dos valores de pH do corpo hídrico avaliado
representados no (GRAF. 2).

Gráfico 2 – Valores de pH.

Fonte: A autora,2019
4.3 Condutividade elétrica

A Condutividade se relaciona com a presença de íons e de sais dissolvidos em


água e a legislação ambiental não especifica, valores para a condutividade elétrica,
mas seguimos os padrões da CETESB /SP, que determina padrões até 100 µS / cm,
mas valores acima deste padrão não indicam índices de contaminação no corpo
hídrico, apenas pode se determinar que o mesmo vem recebendo quantidades altas
de contaminantes. Os valores obtidos para condutividade elétrica variaram bastante
pelo fato de que a primeira analise os valores foram abaixo de 1,0 µS, porem nas
outras analises alguns pontos, os valores foram acima do padrão indicado, (GRAF.3).

Gráfico 3. Resultados das análises de Condutividade Elétrica (µS)

Fonte: A autora,2019
4.4 Turbidez

Os valores encontrados para a turbidez estão representados no (GRAF. 4), a


turbidez apresentou uma oscilação durante os pontos amostrados entre 5,95 a 33,4
NTU, porém a resolução CONAMA 357/05, determina valores máximos até 100 NTU,
desse modo o corpo, apresenta dentre os padrões estabelecidos pela legislação
vigente, sim o corpo não indica contaminação local.

Gráfico 4. Resultados das análises de Turbidez (NTU)

Fonte: A autora,2019
4.5 Sólidos Totais Dissolvidos

O parâmetro de Sólidos Totais Dissolvidos se relaciona com a condutividade.


Os valores encontrados nos pontos, oscilarem entre 1,46,18 mg/L a 26,4 mg/L,
representados no (GRAF. 5). Os valores amostrados indicam que a quantidade de
STD em água está dentre dos padrões permitidos pela resolução CONAMA 357/2005
que determina para classe 3 o valor máximo de 500 mg/L. A diferença dos níveis de
sólidos totais dissolvidos pode ser por precipitação de água ou até mesmo agitação
do corpo hídrico, e a sua presença pode indicar a incorporação ao líquido de materiais
que se dissolveram em água

Grafico 5. Resultados das análises de Sólidos Totais Dissolvidos.

Fonte: A autora,2019
4.6 Oxigênio Dissolvido (OD)

A concentração de oxigênio dissolvido (OD) analisada está representada no


(GRAF. 6). Os valores encontrados apenas o ponto 2, não esteve inferior ao limite
estabelecido pela legislação, os demais pontos foram abaixo, porém quase atingiram
o limite determinado, sendo necessário realizar monitoramentos do corpo hídrico
quanto ao padrão encontrado.

Gráfico 6. Resultados das análises de Oxigênio Dissolvido.

Fonte: A autora,2019
4.7 Oxigênio Consumido (OC)

O oxigênio consumido e determinado pela quantidade de material orgânico


presente em água, que é oxidável, e a CONAMA 357/2005 não determina padrões
para a OC,verificou-se que nos pontos 1 e 2, os valores foram abaixo de 3 mg/L,
assim observou-se que houve baixa movimentação do corpo hídrico nos locais
avaliados, representados no (GRAF. 7).

Gráfico 7. Resultados das análises de Oxigênio Consumido.

Fonte: A autora,2019
4.8 Microrganismos

A tabela de caracterização dos microrganismos (TAB.2) lista quais os


microrganismos encontrados, suas características e o número médio de unidade de
formação de colônia encontrada no meio utilizado, sendo feita uma média
relacionando a diluição da amostra e outra não diluída.

Tabela 2.Caracterização da 1º coleta das colônias de microrganismos em Meio AGN


– cromogênico e fluorogênico.
Número médio de UFC/ml
Características
Microrganismos Coleta (04/05/2019)
das colônias
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

Coliformes Diferentes 0 1000 8000


tonalidades de violeta

Fonte: A autora,2019

Segundo as análises e valores descritos na tabela, e de acordo com a


Resolução Conama 3657 de 2005 para classe 3, o uso de recreação de contato
secundário nas amostras não deverá ser excedido um limite de 2500 coliformes termo
tolerantes por 100 mililitros. Verificamos que apenas o ponto 3 esteve acima do limite
estabelecido.
5. CONCLUSÃO

Os resultados dos parâmetros físico-químicos analisados foram comparados


com a Resolução CONAMA 357 de 2005, todas as análises ainda se encontram nos
padrões determinados pela legislação vigente.
A Resolução 2914 de 2011 do ministério da saúde para as águas de interesse
para consumo humano e abastecimento foi comparada com os parâmetros
microbiológicos, mas pelas análises realizadas os resultados apenas o ponto 3 está
fora do limite estabelecido.
Dessa forma, é necessário a avaliação mais detalhada dos pontos analisados
para que possamos assim verificar e avaliar novamente o corpo hídrico, se tratando
que houve um grande impacto ao qual atingiu o Rio Paraopeba. Assim será necessário
realizar mais estudos para definir o grau de impacto causado.
REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. M. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação: noções


práticas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

BEUREN, I. M. (Org) Como organizar Trabalhos Monográficos em Contabilidade:


teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

BRAGA, Benedito et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo:


Pearson, 2005. 318 p.

CETESB. Qualidade das águas interiores no estado de São Paulo. São Paulo-SP.
Séries relatórios. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br>. Acessado em: 20
maio 2016.

Estudo de caso: bacia contribuinte ao reservatório do rio verde, região metropolitana


de Curitiba, PR. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
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GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

HELLER, L; PÁDUA, V. L. Abastecimento de água para consumo humano. 2. ed. Belo


Horizonte: UFMG, 2010. 419-872 p.

INFOAGUAS. Sólidos totais dissolvidos. Disponível em:


<http://www.infoaguas.com.br/modulos/canais/descricao.php?cod=49&codcan=4>.
Acessado em: 19 maio 2016.

WIKIPEDIA. Rio Paraopeba. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Paraopeba>. Acessado em: 28 março 2019.

LARSEN, D. Diagnóstico do saneamento rural através de metodologia participativa.


RICHTER, C. A; NETTO, J. M. A. Tratamento de água: tecnologia atualizada. São
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SPERLING, M. V. Estudos e modelagem da qualidade da água de rios. 2. ed. Belo


Horizonte: UFMG, 2014. 588 p.

SPERLING, M. V. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3.


ed. Belo Horizonte: UFMG, 2005. 452 p.

VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 5. ed. São


Paulo: Atlas, 2004.

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