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ISSN 1516-8832

Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero


em Solos Hidromórficos no Rio Grande do
Sul

159 O sorgo granífero é o tipo de sorgo com maior disponibilidade de híbridos no


mercado de sementes e representa 70% do sorgo cultivado no Brasil. Apresenta
boa tolerância à seca e adaptação a uma ampla gama de ambientes. No Rio
Circular
Técnica

Grande do Sul pode ser cultivado em todas as regiões e tem mostrado bom
desempenho como alternativa para uso no sistema de integração lavoura/
pecuária e para produção de massa vegetal, proporcionando maior proteção
do solo contra a erosão, maior quantidade de matéria orgânica disponível e
melhor capacidade de retenção de água no solo, além de propiciar condições
para uso no plantio direto. Além disso, o sorgo granífero pode ainda substituir
parcialmente o milho nas rações para aves e suínos, e totalmente para
ruminantes, com uma vantagem
Foto: Beatriz Emygdio

comparativa de menor custo de


produção e valor de comercialização
menor que o milho (INDICAÇÕES
TÉCNICAS..., 2013).
A área cultivada com sorgo no Brasil
vem crescendo gradativamente nas
Pelotas, RS
Outubro, 2015 últimas quatro décadas e esse aumento
de área é que responde pelo aumento,
também gradativo, da produção
brasileira de sorgo, que passou de
Autores pouco mais de 120 mil toneladas no
Beatriz Marti Emygdio final da década de 1970 para mais
Bióloga, D.Sc. em de 2 milhões de toneladas na última
Produção e Tecnologia
de Sementes, safra (FAO, 2013). Por outro lado, a
pesquisadora da
Embrapa Clima produtividade média brasileira de
Temperado, Pelotas, RS
sorgo evoluiu muito pouco nesse período. O Brasil no final da década de 1970
Cícero De Bezerra já produzia em média 2,3 t ha-1 de sorgo e hoje produz em torno de 2,6 t ha-1
Menezes
Engenheiro- (CONAB, 2013).
agrônomo, D.Sc. em
Fitomelhoramento, Com o objetivo de avaliar o desempenho comparativo de híbridos e variedades
pesquisador da
Embrapa Milho e Sorgo, experimentais/pré-comerciais de sorgo granífero, em diversas regiões
Sete Lagoas, MGl edafoclimáticas do País e gerar informações para determinação do Valor de
Flávio Dessaune Tardin Cultivo e Uso (VCU) desses materiais, um ensaio nacional em rede é conduzido
Engenheiro-
agrônomo, D.Sc. em anualmente, com a coordenação da Associação Paulista de Produtores de
Fitomelhoramento, Sementes (APPS). A rede de ensaios, denominada Ensaio Cooperativo das
pesquisador da
Embrapa Milho e Sorgo, Empresas de Sementes da APPS, conta com a participação de instituições
Sete Lagoas, MG
públicas e privadas de pesquisa, que atuam no desenvolvimento de cultivares
de sorgo.
O ensaio é conduzido nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul e na última safra
também no Piauí e Rondônia. No Rio Grande do Sul o ensaio é conduzido
exclusivamente no município de Capão do Leão, em solos hidromórficos, sob a
responsabilidade da Embrapa Clima Temperado.
O sorgo granífero é o tipo de sorgo com maior disponibilidade de híbridos no
mercado de sementes e representa 70% do sorgo cultivado no Brasil. Apresenta
2 Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero em Solos Hidromórficos no Rio Grande do Sul

boa tolerância à seca e adaptação a uma ampla Nas safras 2010/11 e 2011/12 foram usadas
gama de ambientes. No Rio Grande do Sul pode duas cultivares comerciais como testemunhas,
ser cultivado em todas as regiões e tem mostrado respectivamente 1G 282 e DKB 599, e 1G 282 e
bom desempenho como alternativa para uso no AS 4610. Na safra 2012/13 foram usadas como
sistema de integração lavoura/pecuária e para testemunhas as cultivares 1G 282, 1G 244 e MR 43.
produção de massa vegetal, proporcionando Doze empresas obtentoras de cultivares de sorgo
maior proteção do solo contra a erosão, maior participaram da rede de ensaio nas últimas três
quantidade de matéria orgânica disponível e melhor safras. Apenas sete cultivares foram comuns às
capacidade de retenção de água no solo, além de três safras, outras seis cultivares foram comuns
propiciar condições para uso no plantio direto. às duas primeiras safras (2010/11 e 2011/12) e três
Além disso, o sorgo granífero pode ainda substituir cultivares foram comuns às duas últimas safras
parcialmente o milho nas rações para aves e suínos, 2011/12 e 2012/13, o que impossibilitou uma análise
e totalmente para ruminantes, com uma vantagem conjunta das três safras (Tabela 6). Os ensaios
comparativa de menor custo de produção e valor de foram conduzidos em delineamento experimental
comercialização menor que o milho (INDICAÇÕES de blocos ao acaso com três repetições e parcelas
TÉCNICAS..., 2013). de quatro fileiras de 5 metros de comprimento.
A área cultivada com sorgo no Brasil vem crescendo As avaliações foram realizadas nas duas fileiras
gradativamente nas últimas quatro décadas e esse centrais. As informações quanto à adubação,
aumento de área é que responde pelo aumento, espaçamento entre linhas e datas de semeadura e
também gradativo, da produção brasileira de sorgo, colheita encontram-se na Tabela 1.
que passou de pouco mais de 120 mil toneladas Os genótipos foram avaliados para as seguintes
no final da década de 1970 para mais de 2 milhões características: número de dias da semeadura
de toneladas na última safra (FAO, 2013). Por outro ao florescimento, altura de planta (em cm), teor
lado, a produtividade média brasileira de sorgo de umidade dos grãos na colheita e rendimento
evoluiu muito pouco nesse período. O Brasil no de grãos (em kg ha-1, corrigido para 13% de
final da década de 1970 já produzia em média 2,3 umidade). Procedeu-se à análise da variância e
t ha-1 de sorgo e hoje produz em torno de 2,6 t ha-1 teste de comparação de médias, por safra, para os
(CONAB, 2013). caracteres altura de planta, teor de umidade dos
grãos e rendimento de grãos.
Com o objetivo de avaliar o desempenho
comparativo de híbridos e variedades Para a comparação de médias entre tratamentos
experimentais/pré-comerciais de sorgo granífero, foi aplicado o teste de Scott & Knott, a 5% de
em diversas regiões edafoclimáticas do País e probabilidade de erro. As análises estatísticas foram
gerar informações para determinação do Valor realizadas com o programa Genes, versão Windows
de Cultivo e Uso (VCU) desses materiais, um (CRUZ, 2001).
ensaio nacional em rede é conduzido anualmente, Na safra 2010/11 treze híbridos de sorgo granífero
com a coordenação da Associação Paulista de foram classificados no grupo superior “a”,
Produtores de Sementes (APPS). A rede de ensaios, juntamente com as testemunhas 1G 282 e DKB 599,
denominada Ensaio Cooperativo das Empresas com produtividade acima de 4 t ha-1 (Tabela 3).
de Sementes da APPS, conta com a participação Segundo as Indicações Técnicas para o Cultivo de
de instituições públicas e privadas de pesquisa, Milho e Sorgo no RS (Indicações Técnicas, 2013)
que atuam no desenvolvimento de cultivares de entre os critérios de escolha de uma cultivar de
sorgo. O ensaio é conduzido nos estados do Mato sorgo granífero, deve-se priorizar cultivares com
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, porte entre 1 m e 1,5 m de altura. Entre as cultivares
Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul e na avaliadas na safra 2010/11, apenas uma apresentou
última safra também no Piauí e Rondônia. No Rio porte médio inferior a 1,0 m, no entanto não diferiu
Grande do Sul o ensaio é conduzido exclusivamente estatisticamente das cultivares que apresentaram
no município de Capão do Leão, em solos porte entre 1,04 m e 1,19 m (Tabela 3). A média
hidromórficos, sob a responsabilidade da Embrapa do ensaio para o caráter altura de plantas foi de
Clima Temperado. 118 cm. Quanto ao caráter precocidade, o número
O ensaio é composto por 25 tratamentos, com de dias da semeadura ao florescimento variou de
predominância de cultivares pré-comerciais. 60 a 72 dias, sendo mais precoces as cultivares
Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero em Solos Hidromórficos no Rio Grande do Sul 3

experimentais BIOM 01 e HLS 114. A cultivar foram XBX 3030, XBX 3012 e ALCS 06, com 80 ou
mais tardia foi ALCS 06, com 72 dias. Quando se mais dias para o florescimento (Tabela 4). A análise
analisa a precocidade com base na velocidade estatística não revelou diferença significativa para
de perda de umidade nos grãos, por ocasião da teor de umidade nos grãos.
colheita, verifica-se que houve uma excelente Os dados de precipitação pluviométrica durante o
correspondência entre este caráter e o número de período de condução dos experimentos encontram-
dias da semeadura ao florescimento, já que, de se na Tabela 2. Nas safras 2010/11 e 2012/13 a
maneira geral, as cultivares que apresentaram um distribuição de chuvas foi relativamente homogênea
maior número de dias para o florescimento também durante o período de cultivo, totalizando uma
apresentaram maior teor de umidade na colheita precipitação de 599,9 mm para a safra 2010/11
(Tabela 3). e de 680,7 mm para a safra 2012/13. Já a safra
Na safra 2011/12 quatorze híbridos de sorgo 2011/12 foi marcada por forte estiagem, com
granífero foram classificados no grupo superior “a”, apenas 400,6 mm acumulados durante o período
juntamente com as testemunhas 1G 282 e AS4610, de condução do experimento. Em todas as safras,
com produtividade acima de 6,3 t ha-1 (Tabela 4). sempre que necessário, o experimento foi irrigado,
Quanto ao caráter altura de plantas apenas a especialmente no mês de janeiro.
cultivar BMX-01 apresentou porte médio inferior Na safra 2010/11 treze híbridos de sorgo granífero
a 1,0 m, diferindo estatisticamente das demais foram classificados no grupo superior “a”,
(Tabela 4). As cultivares XBX 3012, XBX 3030 e juntamente com as testemunhas 1G 282 e DKB 599,
Embrapa 0307171 apresentaram altura de planta com produtividade acima de 4 t ha-1 (Tabela 3).
acima do limite considerado ótimo para a cultura, Segundo as Indicações Técnicas para o Cultivo de
respectivamente 198 cm, 173 cm e 152 cm. Milho e Sorgo no RS (Indicações Técnicas, 2013)
O número de dias da semeadura ao florescimento entre os critérios de escolha de uma cultivar de
variou de 62 a 83 dias, sendo mais precoces sorgo granífero, deve-se priorizar cultivares com
as cultivares experimentais ATX 002010, porte entre 1 m e 1,5 m de altura. Entre as cultivares
Embrapa 0306037, BMX-1, BMX-2 e BMX-3, com avaliadas na safra 2010/11, apenas uma apresentou
florescimento até 65 dias. As cultivares mais tardias porte médio inferior a 1,0 m, no entanto não diferiu

Tabela 1. Dados de adubação (base e cobertura), espaçamento entre linhas e datas de semeadura e colheita
do ensaio Sorenpe de sorgo granífero, nas diferentes safras, no município de Capão do Leão, RS. Embrapa
Clima Temperado, Pelotas, RS, 2013.
Safra Adubação N em cobertura Espaçamento Data de Data de
Base (kg ha-1) (kg ha-1) Entre linhas (cm) semeadura colheita
2010/11 300 (10-20-20) 350 (ureia) 70 15/12/2010 10/05/2011
2011/12 450 (10-20-10) 370 (ureia) 70 05/12/2011 11/05/2012
2012/13 430 (10-20-20) 300 (ureia) 50 09/12/2012 23/05/2013

Tabela 2. Precipitação pluviométrica mensal* (mm) e respectivas normais durante o período de cultivo do
sorgo granífero em solos hidromórficos, no município do Capão do Leão, RS, nas safras 2010/11, 2011/12 e
2012/13. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2013.
Safra/mês Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
2010/11 75,3 65,7 90,9 144,4 111,5 118,3
2011/12 53,7 73,6 171,9 49,0 52,4 5,1
2012/13 175,1 69,2 177,3 27,6 147,4 84,1
Normal** 103,2 119,1 153,9 97,4 100,3 100,7
*: Estação Agroclimatológica de Pelotas (Capão do Leão)
**: As médias (normais) apresentadas referem-se ao período de 1961/1990.
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estatisticamente das cultivares que apresentaram maneira geral, as cultivares que apresentaram um
porte entre 1,04 m e 1,19 m (Tabela 3). A média maior número de dias para o florescimento também
do ensaio para o caráter altura de plantas foi de apresentaram maior teor de umidade na colheita
118 cm. Quanto ao caráter precocidade, o número (Tabela 3).
de dias da semeadura ao florescimento variou de Na safra 2011/12 quatorze híbridos de sorgo
60 a 72 dias, sendo mais precoces as cultivares granífero foram classificados no grupo superior “a”,
experimentais BIOM 01 e HLS 114. A cultivar juntamente com as testemunhas 1G 282 e AS4610,
mais tardia foi ALCS 06, com 72 dias. Quando se com produtividade acima de 6,3 t ha-1 (Tabela 4).
analisa a precocidade com base na velocidade Quanto ao caráter altura de plantas apenas a
de perda de umidade nos grãos, por ocasião da cultivar BMX-01 apresentou porte médio inferior
colheita, verifica-se que houve uma excelente a 1,0 m, diferindo estatisticamente das demais
correspondência entre este caráter e o número de (Tabela 4). As cultivares XBX 3012, XBX 3030 e
dias da semeadura ao florescimento, já que, de Embrapa 0307171 apresentaram altura de planta

Tabela 3. Dados de adubação (base e cobertura), espaçamento entre linhas e datas de semeadura e colheita
do ensaio Sorenpe de sorgo granífero, nas diferentes safras, no município de Capão do Leão, RS. Embrapa
Clima Temperado, Pelotas, RS, 2013.

FL AP U Rendimento
Variedade Obtentor
(dias) (cm) (%) (Kg ha-1)
1G 282 (T) Dow Agroscience 67 144 a 18 b 5.580 a
HLS117 Helianthus 68 138 a 17 c 5.281 a
50A30 Agromen 66 115 c 18 b 5.265 a
DKB 599 (T) Dekalb 67 119 c 18 b 5.155 a
XBX 3018 Semeali 69 126 b 18 b 4.892 a
V02008 Atlantica Sementes 65 127 b 17 c 4.810 a
CMSXS 382 Embrapa 67 118 c 18 b 4.790 a
ASEXP 01007 Agroeste 65 114 c 16 d 4.748 a
DKBX 07835 Dekalb 68 110 c 18 b 4.684 a
ASEXP00656 Agroeste 68 118 c 18 b 4.599 a
AGXP 07104 Agroceres 69 108 c 18 b 4.437 a
CMSXS 383 Embrapa 66 114 c 17 c 4.434 a
BIOM 02 Biomatrix 65 137 a 17 c 4.406 a
50A50 Agromen 68 119 c 18 b 4.251 a
XGN 03704 Agromen 67 115 c 17 c 4.171 a
AGXP 07044 Agroceres 66 104 c 17 c 3.897 b
A 9735 R Nidera 67 126 b 18 b 3.857 b
BIOM 01 Biomatrix 60 118 c 16 c 3.640 b
HLS 114 Helianthus 60 147 a 18 b 3.612 b
XBX 3010 Semeali 70 104 c 17 c 3.526 b
SHX-410 Atlântica Sementes 66 95 c 17 c 3.216 b
GXN O3627 Agromen 66 118 c 17 c 3.096 b
1G 244 Dow Agroscience 66 104 c 18 b 2.980 b
ALCS 06 Cati 72 110 c 22 a 2.687 b
XGN14611 Agromen 64 109 c 14 e 2.464 b
Média geral 67 118 17 4.179
CV (%) 8,1 3,7 19,4
*:médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade de erro.
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acima do limite considerado ótimo para a cultura, anteriores, para o caráter rendimento de grãos,
respectivamente 198 cm, 173 cm e 152 cm. os genótipos foram separados em dois grupos:
genótipos com produtividade acima de 4, 9 t ha-1
O número de dias da semeadura ao florescimento
no grupo superior, juntamente com as testemunhas
variou de 62 a 83 dias, sendo mais precoces
1G 282 e 1G 244, e genótipos com produtividade
as cultivares experimentais ATX 002010,
abaixo desse valor, no grupo inferior, juntamente
Embrapa 0306037, BMX-1, BMX-2 e BMX-3, com
com a testemunha MR43 (Tabela 5).
florescimento até 65 dias. As cultivares mais tardias
foram XBX 3030, XBX 3012 e ALCS 06, com 80 ou
O número de dias da semeadura ao florescimento
mais dias para o florescimento (Tabela 4). A análise
variou de 62 a 76 dias, sendo mais precoces as
estatística não revelou diferença significativa para
cultivares experimentais ATX 0753 e MR43, com
teor de umidade nos grãos.
florescimento até 62 dias. As cultivares mais tardias
Na safra 2012/13, da mesma forma que nas safras foram 50A70 e Catissorgo, com 76 dias para o

Tabela 4. Dados médios* de altura de planta (AP), número de dias da semeadura ao florescimento (FL),
porcentagem de umidade na colheita (U) e rendimento de grãos a 13% de umidade de híbridos de sorgo
granífero, no ensaio Sorenpe conduzido em solos hidromórficos, Capão do Leão, RS, na safra 2011/12.
Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2013.
FL AP U Rendimento
Variedade Obtentor
(dias) (cm) (%) (Kg ha-1)
1G 282 (T) Dow Agroscience 67 144 a 18 b 5.580 a
HLS117 Helianthus 68 138 a 17 c 5.281 a
50A30 Agromen 66 115 c 18 b 5.265 a
DKB 599 (T) Dekalb 67 119 c 18 b 5.155 a
XBX 3018 Semeali 69 126 b 18 b 4.892 a
V02008 Atlantica Sementes 65 127 b 17 c 4.810 a
CMSXS 382 Embrapa 67 118 c 18 b 4.790 a
ASEXP 01007 Agroeste 65 114 c 16 d 4.748 a
DKBX 07835 Dekalb 68 110 c 18 b 4.684 a
ASEXP00656 Agroeste 68 118 c 18 b 4.599 a
AGXP 07104 Agroceres 69 108 c 18 b 4.437 a
CMSXS 383 Embrapa 66 114 c 17 c 4.434 a
BIOM 02 Biomatrix 65 137 a 17 c 4.406 a
50A50 Agromen 68 119 c 18 b 4.251 a
XGN 03704 Agromen 67 115 c 17 c 4.171 a
AGXP 07044 Agroceres 66 104 c 17 c 3.897 b
A 9735 R Nidera 67 126 b 18 b 3.857 b
BIOM 01 Biomatrix 60 118 c 16 c 3.640 b
HLS 114 Helianthus 60 147 a 18 b 3.612 b
XBX 3010 Semeali 70 104 c 17 c 3.526 b
SHX-410 Atlântica Sementes 66 95 c 17 c 3.216 b
GXN O3627 Agromen 66 118 c 17 c 3.096 b
1G 244 Dow Agroscience 66 104 c 18 b 2.980 b
ALCS 06 Cati 72 110 c 22 a 2.687 b
XGN14611 Agromen 64 109 c 14 e 2.464 b
Média geral 67 118 17 4.179
CV (%) 8,1 3,7 19,4
*:médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade de erro.
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florescimento. A análise estatística não revelou apresentaram porte dentro dos limites considerados
diferença significativa para teor de umidade nos ideais para a cultura (entre 1,0 m e 1,5 m).
grãos (Tabela 5).
Analisando-se o conjunto das três safras, o melhor
Quanto ao caráter altura de plantas, da mesma desempenho médio foi obtido na safra 2011/12,
forma que na safra 2011/12, apenas a cultivar BMX- em que o rendimento médio de grãos foi 6,3 t ha-1,
01 apresentou porte médio inferior a 1,0 m. No contra 4,1 t ha-1 e 5,1 t ha-1, respectivamente, das
entanto não diferiu estatisticamente de cultivares safras 2010/11 e 2012/13. Interessante observar que
que apresentaram porte entre 1,0 m e 1,08 m o melhor desempenho foi obtido justamente na
(Tabela 5). Todas as demais cultivares avaliadas safra em que houve uma forte estiagem (Tabela 2),

Tabela 5. Dados médios* de altura de planta (AP), número de dias da semeadura ao florescimento (FL),
porcentagem de umidade na colheita (U) e rendimento de grãos a 13% de umidade de híbridos de sorgo
granífero, no ensaio Sorenpe conduzido em solos hidromórficos, Capão do Leão, RS, na safra 2012/13.
Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2013.
FL AP U Rendimento
Variedade Obtentor
(dias) (cm) (%) (Kg ha-1)
AGXBG08888 Agroeste 71 113 b 11.3 a 6.538a
1G282 (T) Dow Agroscience 68 120 a 11.1 a 6.147a
XBX 6315 Semeali 71 116 b 11.3 a 6.066a
A9755R Nidera 71 109 b 12.0 a 5.801a
Embrapa 0307541 Embrapa 75 106 c 12.8 a 5.755a
XBX 6302 Semeali 75 110 b 12.2 a 5.742a
50A50 Agromen 73 110 b 13.0 a 5.732a
AGXBG16525 Agroeste 75 112 b 12.1 a 5.672a
BMX-1 Biomatrix 67 107 c 10.8 a 5.636a
ASXBG10029 Agroeste 71 115 b 10.7 a 5.565a
50A70 Agromen 76 111 b 12.8 a 5.429a
Embrapa 0307421 Embrapa 68 97 c 11.1 a 5.376a
S12G088W Agromen 75 106 c 10.4 a 5.351a
1G244 (T) Dow Agroscience 70 104 c 11.1 a 5.337a
BMX-4 Biomatrix 67 111 b 11.0 a 5.197a
Embrapa 0307343 Embrapa 71 100 c 11.9 a 5.017a
ATX0753 Atlântica Sementes 62 111 b 11.4 a 4.948a
Embrapa 0843008 Embrapa 69 115 b 12.4 a 4.709b
MR43 (T) Atlântica Sementes 62 101 c 11.2 a 4.642b
XBX 6310 Semeali 73 109 b 11.2 a 4.627b
CATISSORGO Cati 76 125 a 11.2 a 4.584b
S12G090V Agromen 72 104 c 11.8 a 4.073b
DKXBG13127 Dekalb 71 108 c 11.3 a 3.880b
A9735R Nidera 74 112 b 11.2 a 3.256b
BMX-2 Biomatrix 65 105 c 11.3 a 3.168b
Média geral 71 109 11,6 5.130
CV (%) 4,5 9,7 18,4
*:médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade de erro.
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reforçando a tolerância à seca dos genótipos de 2,4 t ha-1, respectivamente para as safras 2010/11,
sorgo avaliados. Há que se considerar ainda que 2011/12 e 2012/13 (CONAB, 2013). Esses rendimentos
na safra 2011/12 o ensaio recebeu maiores níveis médios observados são, no entanto, muito baixos,
de adubação e o plantio foi antecipado, em relação quando comparados à média de produtividade
aos demais (Tabela 1). Na safra 2010/11, quando brasileira (que tem oscilado entre 2,6 e 2,8 t ha-1) e à
se obteve o pior desempenho médio, aplicou-se o média de produtividade da Argentina (superior a 4,5
menor nível de adubação de base e a semeadura foi t ha-1), que figura entre os grandes produtores de
a mais tardia. sorgo e apresenta os maiores rendimentos médios
de grãos de sorgo (FAO, 2013).
Sabe-se que as condições de manejo, como época
de semeadura, nível de tecnologia, disponibilidade
hídrica, adubação e espaçamento entre linhas Com base nos resultados obtidos é possível
influenciam fortemente o desempenho dos verificar que grande parte dos genótipos avaliados
genótipos. No entanto, não é possível desconsiderar apresentam excelente potencial de rendimento de
que grande parte das variações observadas entre grãos e que os baixos rendimentos observados no
as diferentes safras são inerentes ao potencial estado do RS certamente não podem ser atribuídos
genético das cultivares avaliadas em cada uma à falta de cultivares adaptadas.
delas. Embora existam cultivares comuns às
Para cultivo em solos hidromórficos recomenda-
três safras, grande parte das cultivares avaliadas
se as cultivares 1G 282 e 50A50, classificadas no
diferem de uma safra para outra. Na Tabela 6 é
grupo superior nas três safras e a cultivar 50A70
possível identificar as cultivares comuns, avaliadas
classificada no grupo superior nas safras 2011/12
nas diferentes safras.
e 2012/13. Estas cultivares, além de excelente
As produtividades médias observadas no RS nas potencial de rendimento de grãos, também
últimas três safras foram de 2,5 t ha-1, 1,9 t ha-1 e demonstraram estabilidade de produção.

Tabela 6. Cultivares de sorgo granífero comuns às safras 2010/11, 2011/12 e 2012/13 e respectivos nomes
experimentais.

Safra
2010/11 2012/13
2011/12
1G 244 1G 244 1G 244
1G 282 1G 282 1G 282
50A50 50A50 50A50
A9735R A9735R A9735R
ALCS 06 ALCS 06 Catissorgo
BIOM 01(HS) BMX-1 BMX-1
BIOM 02(HS) BMX-2 BMX-2
AGXP 07044 AGXP 07044
XBX 3018 XBX 3018
GXN O3627 GXN O3627
XGN 03704 XGN 03704
XGN14611 XGN14611
DKXBG13127 DKXBG13127
50A70 50A70
Embrapa 0307343 Embrapa 0307343
8 Avaliação de Cultivares de Sorgo Granífero em Solos Hidromórficos no Rio Grande do Sul

Referências
CONAB. Comparativo de área, produção e
produtividade (milho): Avaliação da safra agrícola
2012/13: Décimo segundo levantamento, 2013.
Disponível em: <http://www.conab.gov.br>. Acesso
em: 11 nov. 2013.

CRUZ, C. D. Programa Genes: versão Windows;


aplicativo computacional em genética e estatística.
Viçosa: UFV, 2001. 648 p.

INDICAÇÕES TÉCNICAS PARA O CULTIVO DO


MILHO E DO SORGO NO RIO GRANDE DO SUL:
safras 2013/2014 e 2014/2015. Pelotas: Embrapa
Clima Temperado, 2013. 124 p. Organizado por
Beatriz Marti Emygdio, Ana Paula Schneid Afonso da
Rosa e Mauro César Celaro Teixeira.

FAO. Faostat database. 2013. Disponível em: <http://


faostat.fao.org/site/567/default.aspx#ancor>. Acesso
em: jan. 2014.

Circular Exemplares desta edição podem ser adquiridos Comitê de Presidente: Ana Cristina Richter Krolow
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Normalização bibliográfica: Marilaine Schaun Pelufê
Editoração eletrônica: Jaqueline Jardim (estagiária)
1ª edição
1ª impressão (2015): 30 exemplares

CGPE 11952

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