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Aconselhamento genético pré-natal


Por Jeffrey S. Dungan
, MD, Northwestern University, Feinberg School of Medicine
Última modificação do conteúdo set 2021

O aconselhamento genético pré-natal deve ser oferecido para todos os pais em potencial, de preferência antes
da concepção, com o intuito de avaliar os fatores de risco de doenças congênitas. Algumas precauções para
ajudar a prevenir defeitos ao nascimento (p. ex., evitar teratógenos, tomar ácido fólico suplementar.) são
recomendadas para todas as mulheres que planejam engravidar. Os pais com fatores de risco são
aconselhados sobre possíveis resultados e opções de avaliação genética. Se os exames identificarem algum
distúrbio, devem-se discutir as possibilidades de reprodução.

As opções reprodutivas pré-concepção são

Contracepção

Inseminação artificial, se o homem for o portador

Doação de oócitos, se a mulher for a portadora

Fertilização in vitro (FIV) com testes genéticos pré-implantação dos embriões

As opções reprodutivas pós-concepção são

Interrupção da gestação

Transferir os cuidados do parto para um centro terciário com serviços neonatais mais extensos

Utiliza-se o teste genético pré-implantação (TGP) para identificar defeitos genéticos em embriões criados por
meio de fertilização in vitro antes de serem implantados. Pode ser feito se um casal tem alto risco de certas
doenças mendelianas ou anormalidades cromossômicas. Há 3 formas de TGP:

TGP-M: teste à procura de anormalidades monogênicas (i.e., de um único gene)

TGP-A: teste para aneuploidia

TGP-RE: testes para rearranjos estruturais como translocações desequilibradas


As informações apresentadas no aconselhamento genético devem ser simples e livres de jargão para que
casais ansiosos possam compreendê-las. A repetição frequente pode ser necessária. Aos casais deve ser dado
um tempo para que fiquem sozinhos e formulem perguntas. Há informações disponíveis na internet
(www.acog.org) para muitos problemas comuns (p. ex., idade materna avançada, abortos espontâneos
habituais, história anterior de fetos com defeitos no tubo neural, história anterior de fetos com trissomia) (ver
Fatores de risco de complicações na gestação).

Muitos casais (p. ex., aqueles com fatores de risco suspeitos ou declarados) beneficiam-se das informações e
testes opcionais propostos pelo especialista. Se uma anormalidade fetal é suspeita, as pacientes podem ser
encaminhadas para atendimento contínuo em um centro especializado em cuidados neonatais.

(Ver também a página Princípios gerais da genética médica.)

Fatores de risco para doenças congênitas


  
Existe risco de anormalidades genéticas em todas as gestações. Dentre os nascidos vivos, a incidência é de
0,5% para doenças cromossômicas numéricas ou estruturais

1% para doenças de gene único (mendelianas)

1% para doenças de múltiplo genes (poligênicos)


Entre os natimortos, essas taxas são maiores.

A maior parte das malformações envolvendo um único sistema (p. ex., defeitos do tubo neural, deformidades
cardíacas congênitas) resulta de herança poligênica ou multifatorial (i. e., também influenciada por fatores
ambientais).

O risco de ter um feto com cromossomopatias é maior nos casais que já tiveram um feto ou lactente com
cromossomopatia anterior (reconhecida ou não identificada), exceto em alguns tipos específicos (p. ex., 45,X;
triploide; rearranjos cromossômicos de novo). As cromossomopatias são mais prováveis em:

Abortos espontâneos durante o 1º trimestre (50 a 60%)

Fetos com a malformação importante (30%; 35 a 38% se incluídas as anormalidades submicroscópicas)

Natimortos (5%)
Raramente, um dos pais tem uma cromossomopatia que aumenta o risco de cromossomopatia fetal. Pode-se
não suspeitar de cromossomopatias paternas assintomáticas (p. ex., anormalidades equilibradas, como certas
translocações e inversões). É possível suspeitar-se de um rearranjo cromossômico equilibrado dos pais, se o
casal já teve abortos espontâneos recorrentes, infertilidade ou filhos com malformações.

A probabilidade de uma doença cromossômica fetal aumenta à medida que a idade materna aumenta porque
as taxas de não disjunção (falha dos cromossomos em se separarem de uma maneira normal) durante a
meiose são mais altas. Entre os nascidos vivos, a taxa é de

0,2% aos 20 anos

0,5% aos 35 anos

1,5% aos 40 anos

14% aos 49 anos


A maior parte das cromossomopatias decorrentes de idade materna avançada envolve um cromossomo extra
(trissomia), principalmente a trissomia do cromossomo 21 (síndrome de Down). Idade dos pais > 50 anos
também aumenta o risco de algumas variantes gênicas espontâneas dominantes (previamente chamadas de
mutações), como acondroplasia, nos descendentes.

Algumas doenças cromossômicas são submicroscópicas e, portanto, não identificadas pelo cariótipo
tradicional. As anomalias cromossômicas submicroscópicas, às vezes chamadas variantes do número de cópias,
ocorrem independentemente dos mecanismos de não disjunção relacionados à idade. A incidência precisa
dessas anomalias não está clara, mas ela é maior em fetos com anormalidades estruturais. Um estudo
multicêntrico patrocinado pelo Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human
Development (NICHD) demonstrou uma incidência de 1% de variantes do número de cópias clinicamente
relevantes em fetos com cariótipos normais independente da indicação para testes e uma incidência de 6% em
fetos com anomalias estruturais (1).

Suspeita-se de doença autossômica dominante, se houver história familiar em mais de uma geração; doenças
autossômicas afetam igualmente homens e mulheres. Se um dos pais tiver uma doença autossômica
dominante, há risco de 50% de transmissão para a prole.

Para que um transtorno autossômico recessivo seja expressado, um descendente deve receber a variante
patogênica do gene para esse transtorno de ambos os pais. Os pais podem ser heterozigotos (portadores) e,
caso sejam, são geralmente clinicamente normais. Se ambos os pais são portadores, a prole (homens ou
mulheres) tem até 25% de risco de ser homozigoto para a variante do gene patogênico e, portanto, de ser
afetada por ele; 50% têm probabilidade de serem heterozigotos e 25% têm probabilidade de serem
geneticamente normais Se somente o irmão e nenhum outro parente for afetado deve-se suspeitar de doença
geneticamente normais. Se somente o irmão e nenhum outro parente for afetado, deve se suspeitar de doença
autossômica recessiva. A probabilidade de ambos os pais portarem o traço da mesma doença recessiva
autossômica aumenta, à medida que forem consanguíneos.

Como as mulheres têm dois cromossomos X e os homens apenas um, transtornos recessivos ligados ao X são
expressos em todos os homens portadores da variante gênica patogênica. Tais doenças são normalmente
transmitidas por mulheres heterozigotas clinicamente normais (portadoras). Assim, para cada filho de uma
mulher portadora, o risco de ter a doença é de 50% e, para cada filha, o risco de ser portadora é de 50%.
Homens afetados não transmitem o gene para seus filhos, mas transmitem para todas as filhas, que serão
portadoras. Os homens não afetados não transmitem o gene.

  
Referências em relação a fatores de risco para transtornos
congênitos

1. Wapner RJ, Martin CL, Levy B: Chromosomal microarray versus karyotyping for prenatal diagnosis. N Engl
J Med 367:2175-2184, 2012.

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