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MANUAL MSD
Versão para Profissionais de Saúde
Deficiência de folato
(Ácido fólico)
A deficiência de folato é comum. Pode resultar de ingestão inadequada, má absorção e uso de vários fármacos. A
deficiência produz anemia megaloblástica (indiferenciável daquela decorrente de deficiência de vitamina B12).
Deficiência materna aumenta o risco de defeitos do tubo neural ao nascimento. A confirmação do diagnóstico
requer testes laboratoriais. Medida de hipersegmentação dos neutrófilos é sensível e prontamente disponível.
Tratamento com folato oral geralmenteé bem-sucedido.
O folato (ácido fólico) é acrescentado a grãos enriquecidos nos EUA e no Canadá. Também existe em uma
variedade de carnes e verduras, especialmente nos legumes folhosos verdes, nas frutas e nas vísceras (p. ex.,
fígado), mas sua biodisponibilidade é maior em forma de suplemento ou em alimentos enriquecidos do nos
alimentos in natura (ver tabela Fontes, funções e efeitos das vitaminas).
Os folatos estão envolvidos na maturação de eritrócitos e na síntese de purinas e pirimidinas. São necessários
para o desenvolvimento do sistema nervoso fetal. A absorção ocorre no duodeno e na parte superior do jejuno.
Ocorre circulação êntero-hepática do folato.
Suplementos de folato não protegem contra doença coronariana ou acidente vascular encefálico (embora eles
reduzam os níveis de homocisteína); evidências atuais não dão suporte a relatos de que a suplementação de
folato aumenta ou diminui o risco de vários tipos de câncer. Atualmente, qualquer papel do uso suplementar
de folato, metiltetra-hidrofolato ou L-metilfolato, ou do teste de mutações no gene 5,10-metilenotetra-
hidrofolato redutase (MTHFR) em pacientes com depressão é incerto.
O limite superior para o folato é 1.000 mcg; doses diárias mais altas (até 4 mg) são recomendadas para
mulheres que tiveram um lactente com defeito no tubo neural. O folato é, essencialmente, não tóxico.
Mulheres que tomam contraceptivos orais e anticonvulsivantes podem precisar tomar suplementos de ácido
fólico para manter a eficácia do controle de natalidade.
Sua deficiência pode resultar da inadequação da biodisponibilidade e do aumento da excreção (ver tabela
Causas da deficiência de folato).
Cozimento prolongado destrói o folato, predispondo a uma ingestão inapropriada. A ingestão de folato é, às
vezes, inadequada (p. ex., no alcoolismo). Os estoques hepáticos fornecem suprimento por somente alguns
meses.
Nos EUA e no Canadá, muitos cereais integrais são enriquecidos com folato, minimizando o risco de deficiência.
Deficiência de folato durante a gestação aumenta o risco de defeitos do tubo neural fetal e, talvez, outros
defeitos cerebrais.
A deficiência é provável se o folato sérico for < 3 mcg/L ou ng/mL (< 7nmol/L). Folato sérico reflete o estado de
folato, a menos que a ingestão tenha aumentado ou diminuído recentemente. Se a ingestão tiver sido alterada,
o nível de folato dos eritrócitos reflete melhor os estoques teciduais de folato. Níveis de < 140 mcg/L ou ng/mL
(< 305 nmol/mL) indicam estado inadequado.
Além disso, o aumento do nível de homocisteína sugere deficiência tecidual de folato (mas seus níveis também
são alterados pelas vitaminas B12 e B6, por insuficiência renal e fatores genéticos). Nível normal do ácido
metilmalônico pode diferenciar a deficiência de folato da deficiência de vitamina B12 porque os níveis desse
ácido se elevam na deficiência de vitamina B12, mas não na deficiência de folato.
Para gestantes a IDR é de 600 mcg/dia. Para mulheres que tiveram feto ou lactente com defeito do tubo neural,
recomendam-se doses de 4.000 mcg/dia, começando 1 mês antes da concepção (se possível) e continuando até
3 meses depois da concepção.
Pontos-chave
Mais comumente, a deficiência de folato resulta de ingestão reduzida (p. ex., por causa de
alcoolismo), demanda aumentada (p. ex., em virtude da gestação) e absorção prejudicada (p. ex.,
por causa de fármacos ou deficiências de má absorção).
Cozimento prolongado destrói o folato, mas muitas fontes dietéticas são suplementadas com
folato.
Medição dos níveis séricos de folato e vitamina B12 em pacientes com anemia megaloblástica.
Para tratar a deficiência, administrar aos pacientes 400 a 1000 mcg de folato suplementar por via
oral uma vez ao dia.
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