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Acionamento de Maquinas Eletricas
Acionamento de Maquinas Eletricas
ACIONAMENTO DE
MÁQUINAS ELÉTRICAS
Renato Kazuo Miyamoto
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020
2
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Henrique Salustiano Silva
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Mariana Gerardi Mello
Revisor
Ana Paula Zanatta
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-65-87806-01-3
CDD 621.31
____________________________________________________________________________________________
Jorge Eduardo de Almeida CRB: 8/8753
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
3
ACIONAMENTO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS
SUMÁRIO
Introdução ao acionamento de máquinas rotativas__________________ 05
4
Introdução ao acionamento de
máquinas rotativas
Autoria: Renato Kazuo Miyamoto
Leitura crítica: Ana Paula Zanatta
Objetivos
• Capacitar o profissional para identificar e analisar
circuitos de acionamentos de máquinas elétricas.
5
1. Introdução ao acionamento de máquinas
elétricas
6
• Quando há um motor de baixa potência. Franchi (2013) define
uma potência máxima de 10 CV para a máquina (observar a
concessionária de energia local). Nesse caso, é possível mitigar as
elevadas amplitudes do pico de corrente de partida.
7
Figura 1 – Comportamento das correntes trifásicas em MIT via
partida direta
8
os mais usuais, podemos citar a partida estrela-triângulo, chave
compensadora e partidas eletrônicas (soft-starters e inversores de
frequência) (PETRUZELLA, 2013).
9
Figura 2 – Comparativo das correntes e dos conjugados em partida
direta e estrela-triângulo: (a) Relação de corrente e (b) Relação de
conjugado
(a) (b)
10
sobrecarga, três contatores, três fusíveis com retardos e relé de
tempo. O autotransformador de partida é constituído por um núcleo
ferromagnético constituído por chapas de aço silício curto-circuitadas
no topo. Os enrolamentos trifásicos estão dispostos ao redor das
chapas e seus terminais inferiores são conectados em Y. Ao longo da
extensão dos enrolamentos, há alguns taps operacionais com tensões
proporcionais a 50%, 65% e 80% da tensão de alimentação nominal,
conforme ilustra a Figura 3.
(a) (b)
Fonte: (a) adaptada de Franchi (2013, p. 169); (b) adaptada de Chapman (2013, p. 115).
11
Figura 4 – Comparativo das correntes e dos conjugados em partida
direta e autocompensada: (a) Relação de corrente e (b) Relação de
conjugado
(a) (b)
12
o Controlador Lógico Programável (CLP) e o inversor de frequência.
Esse último, por sua versatilidade e dinamismo, permitiu o uso de MITs
para controle de velocidade em substituição aos MCCs empregados
anteriormente (CHAPMAN, 2013).
13
Figura 5 – Contatos de um contator.
14
Figura 6 – Diagrama de comando e potência para uma partida direta
15
de todas as bobinas predispostas abaixo dela no diagrama, ou seja,
desenergiza todo o circuito.
16
gráfica com os símbolos usados em circuitos de acionamento. O
referido software possui licença gratuita e a possibilidade de simulação
de circuitos de acordo com a Figura 8. A vantagem desse software
é a facilidade de implementação de circuitos de acionamento,
dispondo de dispositivos de proteção, contatores, temporizadores,
autotransformadores, inversores de frequência e CLPs, além da
interação com o usuário com a possibilidade de simulação dos
acionamentos.
17
O software ATPDraw pode ser utilizado para a modelagem de sistemas
elétricos que contenham circuitos de acionamentos. Trata-se de uma
ferramenta versátil, muito útil em simulações em que os acionamentos
utilizam soft-starters e inversores de frequência.
18
Figura 9 – Curva de conjugado versus velocidade
2 R2
termo I 2 refere-se à potência no entreferro.
s
A Figura 10 ilustra o circuito equivalente de uma máquina de indução.
A partir de um modelo equivalente, é possível estimar o valor do
conjugado, por exemplo. Também podemos estimar os valores das
correntes I1 e I 2 , que são as correntes de estator e de rotor refletidas
ao estator, respectivamente. Com o valor da corrente de estator,
19
podemos realizar o dimensionamento de dispositivos de acionamento e
de proteção para a partida desta máquina.
Referências Bibliográficas
20
FRANCHI, C. M. Acionamentos Elétricos. 5. ed. São Paulo: Érica, 2013.
21
Variação de velocidade com
controle escalar
Autoria: Renato Kazuo Miyamoto
Leitura crítica: Ana Paula Zanatta
Objetivos
• Capacitar o profissional para a identificação de
técnicas de controle escalar de velocidade em
máquinas elétricas rotativas.
22
1. Introdução ao acionamento com velocidade
variável
23
comparada aos métodos tradicionais que utilizam válvulas de controle
(MOHAN, 2017).
24
chaveamento para os semicondutores da Unidade de Processamento de
Potência (UPP) (UMANS, 2014).
25
Em sistemas de acionamento com velocidade regulável, conhecimentos
multidisciplinares em teoria de máquinas elétricas, eletrônica de
potência, teoria de controle e microeletrônica são necessários. Conceitos
sobre modelagem de sistemas mecânicos e sensores também são
necessários, pois, geralmente, uma parte mecânica do processo deve
ser alterada para a alocação de sensores e atuadores para a melhoria
de processos produtivos. Além do mais, o comportamento da carga se
altera quando há relação de engrenagens ou polias, por exemplo.
V
f constante). Entretanto, essa técnica não possibilita um controle
26
2. Controle de velocidade em máquinas de
indução
27
À medida que o motor aumenta sua velocidade, os valores ôhmicos
das resistências podem ser alterados – é comum que sejam reduzidos
até serem curto-circuitados, pois, assim, haverá o máximo rendimento
na velocidade nominal. No entanto, inserir as referidas resistências
em série com o enrolamento do rotor bobinado acarreta uma redução
da eficiência da máquina em baixas velocidades, devido às perdas
atribuídas a elas (MOHAN, 2017).
28
Na Figura 3(a), as bobinas estão ligadas de modo a produzir um campo
de quatro polos, e, em 3(b), a corrente na bobina a’–a’ foi invertida.
Geralmente, essa inversão é feita por meio de um contator, gerando
simplicidade e baixo custo. O resultado então é um campo de dois polos.
Lembrando que, nesse caso, não são aplicados resistores externos ou
elementos de eletrônica de potência; assim, a máquina só altera entre
duas velocidades síncronas.
Esta técnica aplica uma redução da tensão de linha, que pode ocorrer a
partir da utilização de transformadores ou autotransformadores (variac),
para o ajuste da velocidade. Segundo Umans (2014), o conjugado
interno desenvolvido por uma máquina de indução é proporcional ao
quadrado da tensão de alimentação nos enrolamentos do estator, ou
seja, uma redução da tensão de alimentação acarreta uma diminuição
do conjugado da máquina.
2
ω s= .ω e (1)
polos
29
em que ω s é a velocidade síncrona (em rad/s); ω e é a frequência angular
da excitação elétrica aplicada. A referida frequência é definida como
ω e = 2π f e , em que f e é a frequência aplicada à armadura.
1 qV1,2eq ( R2 / s)
Tmec = [ ] (2)
s ( R1,eq + ( R2 / s)) 2 + ( X 1,eq + X 2 ) 2
30
conjugado não se altera, mas se desloca sobre o eixo de velocidade,
como ilustra a Figura 4(a) (UMANS, 2014). Em termos práticos, os efeitos
de R1,eq devem ser considerados, pois implicam diretamente no valor de
escorregamento. Se considerarmos R1,eq na equação (2), percebemos
que o conjugado de partida reduz (Figura 4(b)), se compararmos com a
Figura 4(a), além de as formas das curvas também se alterarem (UMANS,
2014).
(a) (b)
31
Existem técnicas de controle de velocidade em malha fechada em que
o ajuste da frequência elétrica é feito utilizando um controle direto
de conjugado. Uma outra maneira consiste em utilizar inversores
de frequência, os quais convertem, de constantes para variáveis, a
amplitude e a frequência da tensão da rede. Ao variar a frequência da
tensão de alimentação, por consequência há a alteração da velocidade
do campo girante, resultando na mudança da velocidade mecânica do
motor.
f e B pico
Va = Vno min al (3)
f no min al Bno min al
Se a frequência da tensão de armadura ( f e ) for variada e a amplitude da
tensão se mantiver constante, ou seja,Va = Vno min al, tem-se:
f
B pico = no min al Bno min al (4)
fe
Percebe-se que, a partir da análise da equação (4), a densidade máxima
de fluxo ( B pico ) é inversamente proporcional à frequência de operação.
Ou seja, quanto mais a frequência diminuir, mais a densidade de fluxo
aumenta. Tal fato pode resultar na saturação da máquina, devido ao
aumento das perdas no núcleo e aos valores das correntes se elevarem
para manter a densidade de fluxo alto (UMANS, 2014).
32
Na equação (5), verifica-se que uma operação com fluxo constante se
dá ao mantermos uma relação constante entre a tensão de armadura
e a frequência. Chamamos esse método de operação com tensão/
frequência constante. O range de operação dessa técnica pode ser
mantido a partir do valor da frequência nominal, abaixando até que a
queda de tensão sobre a resistência de armadura possua contribuição
significativa da tensão aplicada.
V
Logo, para concluirmos, a utilização da técnica f é comum no setor
industrial em controles escalares em MITs, quando as aplicações
não exigirem alto desempenho e, portanto, podem ser empregadas
com estratégias de controle simples e de baixo custo. O princípio
de funcionamento é realizar o controle simultâneo da tensão e da
frequência de estator visando aproveitar a máxima capacidade
de conjugado por unidade de corrente do motor, e, para que isso
seja possível, deve-se manter o fluxo de entreferro constante,
independentemente da variação de carga (PETRUZELLA, 2013).
33
Figura 5 – Diagrama de blocos para o controle de velocidade em
malha fechada
34
os quais serão enviados ao inversor. A Figura 6 ilustra a referida técnica
implementada em software de simulação.
35
segundos, a referência foi alterada para 112 rad/s. Para essa simulação,
o conjugado de carga considerado foi de 60% do nominal.
36
A partir da análise da Figura 8, percebe-se que a técnica é eficaz
independentemente da carga aplicada ao eixo, podendo ser
implementada quando não há necessidade de respostas rápidas a
comandos de conjugado e velocidade, pois há um transitório até a
estabilização. Sua utilização deve-se à sua simplicidade e ao fato de que
a grande maioria das aplicações não requer alta precisão e/ou rapidez
no controle da velocidade.
Referências Bibliográficas
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH,
2013.
FRANCHI, C. M. Acionamentos Elétricos. 5. ed. São Paulo: Érica, 2013.
MIYAMOTO, R. K.; GOEDTEL, A.; CASTOLDI, M. F. A proposal for the improvement of
electrical energy quality by energy storage in flywheels applied to synchronized grid
generator systems. International Journal of Electrical Power & Energy Systems,
[s.l.], v. 118, jun. 2020.
MIYAMOTO, R. K. Conexão à rede elétrica de um gerador de indução com
rotor em gaiola de esquilo acoplado a um volante inercial. 2017. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Elétrica) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Cornélio Procópio, 2017.
MOHAN, N. Máquinas Elétricas e Acionamentos: curso Introdutório. São Paulo:
LTC, 2017.
PETRUZELLA, F. Motores Elétricos e Acionamentos. 5. ed. São Paulo: Érica, 2013.
UMANS, S. D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2014.
37
Acionamentos com controle
vetorial de velocidade
Autoria: Renato Kazuo Miyamoto
Leitura crítica: Ana Paula Zanatta
Objetivos
• Capacitar o profissional para a identificação de
técnicas de controle vetoriais de velocidade em
máquinas elétricas rotativas.
38
1. Controle de velocidade vetorial
39
Assim, modelar matematicamente, em especial o comportamento
transitório da máquina, é uma tarefa complexa. Para isso, é utilizada
uma técnica para que haja uma redução no número de variáveis das
expressões matemáticas, projetando o sistema de coordenadas, que é
trifásico, em um plano ortogonal (ONG, 1998; MIYAMOTO, 2017).
40
vetoriais, que são divididas em controle direto de conjugado e controle
por campo orientado.
Comparador Histerese Φ
Três níveis (conjugado)
arctg( ) ia ib
ψsref
+
-
ψsα ψsβ
Comparador Histerese
Dois níveis (fluxo) Td
Modelo
ψsαβ Motor
41
são entradas da “Tabela Vetores”, que é uma tabela setorizada que
estabelece um sinal de saída para o inversor a partir da comparação dos
dados de entrada.
42
Figura 3 – Tipos de Controle Orientado de Campo
43
reduzindo o desempenho do controlador. Então, a modulação PWM é
obtida por meio da estimação das componentes de fluxo, conjugado e
velocidade, em um sistema de malha fechada, conforme ilustra a Figura
4 (ONG, 1998; KRISHNAN, 2001).
Controlador de Controlador de
Transformação ibs + Inversor
velocidade conjugado -
dq0 para abc PWM
ids ics
λdr + +
- -
Limitador de Controlador de ρ
enfraquecimento fluxo
de campo λdr,est
Orientação do
Estimador de fluxo de campo λmd Motor
conjugado
iqs,est Indução
λmq
ωm T
44
1.2.2 Controle por orientação de campo indireto (IFOC)
45
eixo em quadratura de referência ( iq ,ref ), valor este fundamental para a
efetivação do controle IFOC.
46
Figura 6 – Esquemático de um controle IFOC
47
Figura 7 – Gráfico do comportamento da velocidade
48
necessário para vencer o momento de inércia (1 pu). O segundo pico
ocorre no instante em que a referência de velocidade é o dobro da inicial
(2 pu). Já o conjugado eletromecânico negativo é justificado por uma
redução brusca de velocidade (120 para 10 rad/s).
49
a partir dos parâmetros internos e das equações dinâmicas do motor. A
Figura 9 ilustra o comportamento do sistema quando o motor parte com
carga nominal; após instantes, é inserido um degrau de carga no seu
eixo.
50
aceleração do motor, rapidamente corrigida. A Figura 10 ilustra o
comportamento do conjugado inserido na máquina, a qual parte com
conjugado nominal e, no instante 2 segundos, 60% da carga é retirada.
51
implementação, principalmente em baixas velocidades, quando as
demais técnicas de controle ainda não obtêm respostas eficientes.
Referências Bibliográficas
CASTOLDI, M. F. Protótipo virtual da estratégia DTC aplicada a motores de
indução usando linguagem VHDL. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Elétrica) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São
Carlos, 2006.
KRISHNAN, R. Electric motor drives: modeling, analysis and control. Campinas:
Pearson, 2001.
MIYAMOTO, R. K. Conexão à rede elétrica de um gerador de indução com
rotor em gaiola de esquilo acoplado a um volante inercial. 2017 Dissertação
(Mestrado em Engenharia Elétrica) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Cornélio Procópio, 2017.
MOHAN, N. Máquinas Elétricas e Acionamentos: Curso Introdutório. São Paulo:
LTC, 2017.
ONG, C. M. Dynamic Simulations of Electric Machinery: Using Matlab – Simulink.
Londres: Pearson, 1998.
UMANS, S. D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2014.
WEG. Eficiência Energética–Índices de rendimento. 2020. Disponível em: https://
www.weg.net/institutional/BR/pt/solutions/energy-efficiency/efficiency-index.
Acesso em: 22 de mar. 2020.
52
Controle de velocidade em
máquinas de corrente contínua
Autoria: Renato Kazuo Miyamoto
Leitura crítica: Ana Paula Zanatta
Objetivos
• Capacitar o profissional para a identificação de
técnicas de controle de velocidade em máquinas de
corrente contínua (MCC).
53
1. Introdução ao acionamento de MCCs
54
Figura 1 – Circuito equivalente de uma MCC
(a)
(b)
Fonte: adaptada de Chapman (2013, p. 467).
Ea = Kφωm (1)
V=
T Ea ± I a Ra (2)
55
em que Pm é a potência eletromagnética ( Pm = Ea I a ) e ωm é a velocidade da
máquina. É possível observar, então, que, para realizar o controle de
velocidade e/ou conjugado, pode-se alterar a tensão gerada e a corrente
de armadura por meio das técnicas de controle que serão abordadas na
próxima seção.
56
1.1.1 Controle da corrente de campo
57
Para essa aplicação, apenas uma corrente unidirecional de campo é
necessária; portanto, há apenas uma chave e um diodo de “roda livre”,
e, se considerarmos ideais, a tensão média no enrolamento de campo é
dada por:
v f = D.VCC (4)
58
estende a motores em configuração série, derivação e compostos. Caso
a MCC não esteja em configuração série, o resistor deve ser ligado entre
o campo em derivação e o circuito de armadura, e não entre o motor e a
linha.
59
Figura 3 – Variação do método de resistência de armadura em MCC
60
Figura 4 – Configurações típicas de controle por tensão de armadura
61
Em uma região de operação em que a velocidade da MCC é inferior à
velocidade base, o conjugado é limitado a um valor constante devido
ao fato da não alteração do fluxo e da corrente de armadura, conforme
observa-se na Figura 5(a). Já quando a velocidade da MCC é superior
à velocidade base, a tensão e a corrente máximas de armadura são
constantes. Esse fato implica em uma potência constante, conforme
pode-se observar na Figura 5(b).
62
é comparada a uma velocidade referência ( ωref ) no bloco do controlador.
Nele, estão contidos a lógica de controle, os algoritmos de aproximação,
os controladores Proporcional-Integral e a eletrônica de potência
responsável pela modulação do sinal de acionamento. As entradas do
motor CC são a tensão de armadura, a corrente de campo e o conjugado
de carga (CHAPMAN, 2013).
Assim, fica claro que nessa técnica de duplo controle também é possível
implementar um controle de conjugado, conforme será abordado no
item 1.2.
Tmec = K f I f I a (6)
Tmec = K m I a (7)
63
em que K f é uma constante que depende dos parâmetros construtivos
da máquina e K m é a constante de conjugado. Analisando as equações
(6) e (7) fica evidente que o conjugado varia de acordo com a corrente
de armadura ( I a ). O controle dessa corrente pode ser realizado
empregando eletrônica de potência (modulação PWM ou ponte H, por
exemplo) (UMANS, 2014).
Ia ωm
Controladorde
Controlador Motor CC
deconjugado
conjugado
If
Controlador
ωref de velocidade
64
Além disso, a velocidade desejada na MCC pode ser alcançada
controlando a tensão terminal de armadura, a resistência de armadura
e o fluxo magnético. A técnica da resistência de armadura é mais
comumente utilizada em sistemas de tração. Essas resistências podem
ser alteradas até um curto-circuito para aumentar a tensão do terminal
e elevar a velocidade da máquina. Já a técnica que emprega o controle
de fluxo de entreferro geralmente é aplicada em circuitos com ligação
de enrolamentos independentes, que tipicamente são acionados com
valor de corrente de campo nominal, com o objetivo de maximizar o
conjugado. Quando o sistema opera com enfraquecimento de campo
(região com potência constante), há uma redução natural do conjugado
(FITZGERALD; KINGSLEY; UMANS, 2006) .
65
Quando a tensão e a corrente de armadura são aplicadas no mesmo
plano, mantendo o fluxo de entreferro constante, tem-se a operação
no quadrante I, no qual os valores de conjugado e velocidade são
positivos, elucidando a operação da máquina como motor com rotação
em determinado sentido (vamos adotar o sentido horário de rotação)
(KRISHNAN, 2001).
66
Sistemas de unidade de transporte, que necessitam de alteração do
sentido de rotação da MCC, podem estar alocados nos quadrantes I e
III. Se for necessária uma regeneração, esse sistema opera nos quatro
quadrantes. Já em sistemas de içamento, geralmente a MCC opera em
todos os quadrantes.
Referências Bibliográficas
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: AMGH,
2013.
FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY, C. J.; UMANS, S. D. Máquinas Elétricas com
introdução à eletrônica de potência. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
KRISHNAN, R. Electric Motor Drivers–Modeling, analysis and control. New Jersey:
Pearson, 2001.
MOHAN, N. Máquinas Elétricas e Acionamentos: Curso Introdutório. São Paulo:
LTC, 2017.
UMANS, S. D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2014.
67
Bons estudos!
68