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Manual de Identificação,

Diagnóstico e Prevenção de
Falhas em Compressores

Engenharia de Aplicação – Emerson Commercial & Residential Solutions – 2020


Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Manual de Identificação, Diagnóstico e


Prevenção de Falhas em Compressores

Engenharia de Aplicação – Emerson Commercial &


Residential Solutions

Este estudo tem como objetivo caracterizar as principais falhas que


Engenharia
ocorrem em compressores de Aplicação
em campo e investigar suas principais
causas, efeitos nos componentes e as práticas adequadas para
diminuir suas probabilidades de ocorrência ou evitá-los.
Tem como abrangência Compressores Scroll, Compressores
Herméticos a Pistão e Compressores Semi-Herméticos.

Emerson Commercial & Residential Solutions


https://climate.emerson.com/pt-br
Av. Hollingsworth, 325
18087-105 2
Sorocaba – SP
Brasil
Versão 2.0 – Janeiro/2020
Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Índice

1 - INTRODUÇÃO 7

2 – FALHAS EM COMPRESSORES 8

2.1 – IDENTIFICANDO AS FALHAS EM COMPRESSORES 8


2.2 – TIPOS DE FALHAS EM COMPRESSORES 9

3 - RETORNO DE LÍQUIDO (FLOODBACK) 11

3.1 - PRINCIPAIS CAUSAS 11


3.2 - PRINCIPAIS EFEITOS 12
3.3 - PROBLEMAS DECORRENTES 15
3.4 - COMO EVITAR 15

4 - PARTIDA INUNDADA (FLOODED STARTS) 17

4.1 - PRINCIPAIS CAUSAS 17


4.2 - PRINCIPAIS EFEITOS 18
4.3 - PROBLEMAS DECORRENTES 21
4.4 - COMO EVITAR 21

5 - GOLPE DE LÍQUIDO (SLUGGING) 23

5.1 - PRINCIPAIS CAUSAS 23


5.2 - PRINCIPAIS EFEITOS 23
5.3 - COMO EVITAR 27

6 - FALTA DE LUBRIFICAÇÃO 29

6.1 - PRINCIPAIS CAUSAS 29


6.2 - PRINCIPAIS EFEITOS 30
6.3 - PROBLEMAS DECORRENTES 34
6.4 - COMO EVITAR 34

7 - SUPERAQUECIMENTO 36

7.1 - PRINCIPAIS CAUSAS 36


7.2 - PRINCIPAIS EFEITOS 37

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

7.3 - PROBLEMAS DECORRENTES 47


7.4 - COMO EVITAR 47

8 - CONTAMINAÇÃO 48

8.1 - CONTAMINAÇÃO POR UMIDADE 48


8.1.1 – PRINCIPAIS CAUSAS 48
8.1.2 – PRINCIPAIS EFEITOS 48
8.1.3 – COMO EVITAR 52
8.2 - CONTAMINAÇÃO POR IMPUREZAS DO AR 53
8.2.1 – PRINCIPAIS CAUSAS 53
8.2.2 – PRINCIPAIS EFEITOS 53
8.2.3 – COMO EVITAR 55
8.3 - CONTAMINAÇÃO POR ÓXIDOS 55
8.3.1 – PRINCIPAIS CAUSAS 56
8.3.2 – PRINCIPAIS EFEITOS 56
8.3.3 – COMO EVITAR 58

9 - PROBLEMAS ELÉTRICOS 59

9.1 - SOBRECARGA DO MOTOR 59


9.1.1 – PRINCIPAIS CAUSAS 59
9.1.2 – PRINCIPAIS EFEITOS 60
9.1.3 – COMO EVITAR 65
9.2 - ROMPIMENTO DO ENROLAMENTO DO MOTOR ELÉTRICO 65
9.2.1 – PRINCIPAIS CAUSAS 65
9.2.2 – PRINCIPAIS EFEITOS 66
9.2.3 – COMO EVITAR 66

10 – DIAGNÓSTICOS DE DEFEITOS EM SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO 67

11 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 74

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Lista de Figuras

FIGURA 1 - EFEITOS DO RETORNO DE LÍQUIDO ...................................................................................................... 12


FIGURA 2 - EFEITOS DO RETORNO DE LÍQUIDO EM PLACA DE VÁLVULAS DE COMPRESSOR HERMÉTICO ............................. 12
FIGURA 3 - EFEITOS DO RETORNO DE LÍQUIDO - PEÇA RISCADA ................................................................................ 13
FIGURA 4 - EFEITOS DO RETORNO DE LÍQUIDO - EIXO ............................................................................................. 13
FIGURA 5 - EFEITOS DO RETORNO DE LÍQUIDO EM COMPRESSOR SCROLL ................................................................... 14
FIGURA 6 - EFEITOS DO RETORNO DE LÍQUIDO EM COMPONENTE DE COMPRESSOR SEMI-HERMÉTICO .............................. 14
FIGURA 7 - EFEITOS DO RETORNO DE LÍQUIDO EM COMPONENTE DE COMPRESSOR SEMI-HERMÉTICO .............................. 15
FIGURA 8 - EFEITOS DA PARTIDA INUNDADA EM PLACA DE VÁLVULAS DE COMPRESSOR HERMÉTICO ............................... 18
FIGURA 9 - EFEITOS DA PARTIDA INUNDADA EM BIELA DE COMPRESSOR HERMÉTICO ................................................... 19
FIGURA 10 - EFEITOS DA PARTIDA INUNDADA EM COMPRESSOR SCROLL .................................................................... 19
FIGURA 11 - EFEITOS DA PARTIDA INUNDADA EM COMPONENTE DE COMPRESSOR SCROLL ............................................ 20
FIGURA 12 – COMPONENTES DO COMPRESSOR SCROLL DANIFICADOS POR PARTIDA INUNDADA...................................... 20
FIGURA 13 - EFEITOS DA PARTIDA INUNDADA EM COMPONENTE DE COMPRESSOR SEMI-HERMÉTICO .............................. 21
FIGURA 14 - EFEITOS DO GOLPE DE LÍQUIDO EM BIELA DE COMPRESSOR HERMÉTICO .................................................... 24
FIGURA 15 - COMPONENTES DE COMPRESSOR HERMÉTICO QUEBRADOS POR GOLPE DE LÍQUIDO ..................................... 24
FIGURA 16 - EFEITOS DO GOLPE DE LÍQUIDO EM PEÇAS DE COMPRESSOR HERMÉTICO ................................................... 25
FIGURA 17 – COMPONENTES DE COMPRESSOR HERMÉTICO DANIFICADOS POR GOLPE DE LÍQUIDO ................................... 25
FIGURA 18 - EFEITOS DO GOLPE DE LÍQUIDO NO COMPRESSOR SCROLL ...................................................................... 26
FIGURA 19 - EFEITOS DO GOLPE DE LÍQUIDO EM PARTES DO COMPRESSOR HERMÉTICO.................................................. 26
FIGURA 20 - QUEBRA DE COMPONENTE DEVIDO A GOLPE DE LÍQUIDO ........................................................................ 27
FIGURA 21 - PEÇA DE COMPRESSOR SCROLL RISCADA DEVIDO A FALTA DE LUBRIFICAÇÃO ............................................... 30
FIGURA 22 - EFEITOS DA FALTA DE LUBRIFICAÇÃO EM COMPONENTE DE COMPRESSOR SCROLL........................................ 30
FIGURA 23 - EFEITOS DA FALTA DE LUBRIFICAÇÃO NO SCROLL .................................................................................. 31
FIGURA 24 - ATRITO ENTRE PEÇAS DE COMPRESSOR SCROLL DEVIDO A FALTA DE LUBRIFICAÇÃO ...................................... 31
FIGURA 25 - FALTA DE LUBRIFICAÇÃO EM EIXO DE COMPRESSOR SCROLL .................................................................... 32
FIGURA 26 - EFEITOS DA FALTA DE LUBRIFICAÇÃO EM COMPONENTES DO COMPRESSOR HERMÉTICO ................................ 32
FIGURA 27 – COMPONENTE DE COMPRESSOR HERMÉTICO DEFORMADO POR FALTA DE LUBRIFICAÇÃO ............................. 33
FIGURA 28 - EFEITOS DA FALTA DE LUBRIFICAÇÃO EM COMPONENTES DE COMPRESSOR SEMI-HERMÉTICO ....................... 33
FIGURA 29 - EFEITOS DA FALTA DE LUBRIFICAÇÃO EM COMPONENTES DE COMPRESSOR SEMI-HERMÉTICO ....................... 34
FIGURA 30 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO EM PLACA DE VÁLVULAS DE COMPRESSOR HERMÉTICO ............................. 38
FIGURA 31 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO EM PLACA DE VÁLVULAS DE COMPRESSOR HERMÉTICO ............................. 38
FIGURA 32 - COMPONENTE DE COMPRESSOR SCROLL CARBONIZADO DEVIDO AO SUPERAQUECIMENTO ............................ 39
FIGURA 33 – COMPONENTE DE COMPRESSOR SCROLL CARBONIZADO DEVIDO AO SUPERAQUECIMENTO ........................... 39
FIGURA 34 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO EM COMPONENTES DE COMPRESSOR SCROLL ......................................... 40
FIGURA 35 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO EM COMPONENTES DE COMPRESSOR SCROLL ......................................... 40
FIGURA 36 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO NO SCROLL ...................................................................................... 41
FIGURA 37 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO EM COMPONENTE DE COMPRESSOR SCROLL .......................................... 41
FIGURA 38 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO NO SCROLL ...................................................................................... 42
FIGURA 39 - CARCAÇA DE COMPRESSOR SCROLL DANIFICADA POR SUPERAQUECIMENTO ............................................... 42
FIGURA 40 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO NA CARCAÇA DE COMPRESSOR SCROLL .................................................. 43
FIGURA 41 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO NOS COMPONENTES INTERNOS DE COMPRESSOR SCROLL .......................... 43
FIGURA 42 – COMPONENTE DE COMPRESSOR SCROLL DANIFICADO POR SUPERAQUECIMENTO........................................ 44
FIGURA 43 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO NO ÓLEO LUBRIFICANTE ..................................................................... 44
FIGURA 44 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO EM COMPONENTES DE COMPRESSOR SCROLL ......................................... 45
FIGURA 45 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO EM PLACA DE VÁLVULAS DE COMPRESSOR SEMI-HERMÉTICO .................... 45
FIGURA 46 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO EM COMPONENTE DE COMPRESSOR SEMI-HERMÉTICO ............................ 46

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

FIGURA 47 - EFEITOS DO SUPERAQUECIMENTO EM COMPRESSOR SEMI-HERMÉTICO .................................................... 46


FIGURA 48 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR UMIDADE NA PARTE INTERNA DE COMPRESSOR SCROLL ............................ 49
FIGURA 49 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR UMIDADE NA PARTE INTERNA DE COMPRESSOR SCROLL ............................ 49
FIGURA 50 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR UMIDADE NO SCROLL ........................................................................ 50
FIGURA 51 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR UMIDADE NO SCROLL ........................................................................ 50
FIGURA 52 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR UMIDADE NO SCROLL ........................................................................ 51
FIGURA 53 - CONTAMINAÇÃO POR UMIDADE EM COMPONENTE DE COMPRESSOR SCROLL ............................................. 51
FIGURA 54 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR IMPUREZAS DO AR EM PLACA DE VÁLVULAS DE COMPRESSOR HERMÉTICO ..... 53
FIGURA 55 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR IMPUREZAS DO AR EM COMPONENTES DE COMPRESSOR SCROLL ................. 54
FIGURA 56 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR IMPUREZAS DO AR EM COMPONENTES DE COMPRESSOR SCROLL ................. 54
FIGURA 57 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR IMPUREZAS DO AR EM COMPONENTES DE COMPRESSOR HERMÉTICO ........... 55
FIGURA 58 - CONTAMINAÇÃO POR ÓXIDOS NO INTERIOR DE COMPRESSOR SCROLL ....................................................... 56
FIGURA 59 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR ÓXIDOS EM PEÇAS DE COMPRESSOR SCROLL ........................................... 57
FIGURA 60 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR ÓXIDOS EM PEÇAS DE COMPRESSOR SCROLL ........................................... 57
FIGURA 61 - EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO POR ÓXIDOS EM PEÇAS DE COMPRESSOR SCROLL ........................................... 58
FIGURA 62 - EFEITOS DA SOBRECARGA NO MOTOR ELÉTRICO DO COMPRESSOR SCROLL ................................................. 60
FIGURA 63 - EFEITOS DA SOBRECARGA NO ENROLAMENTO DO MOTOR ELÉTRICO DO COMPRESSOR SCROLL ....................... 61
FIGURA 64 - EFEITOS DA SOBRECARGA NO ENROLAMENTO DO MOTOR ELÉTRICO DO COMPRESSOR SCROLL ....................... 61
FIGURA 65 - EFEITOS DA SOBRECARGA NO ENROLAMENTO DO MOTOR ELÉTRICO DE COMPRESSOR HERMÉTICO .................. 62
FIGURA 66 - EFEITOS DA SOBRECARGA DO MOTOR ELÉTRICO NO INTERIOR DE COMPRESSOR SCROLL ................................ 62
FIGURA 67 – MOTOR DO SCROLL TOTALMENTE DANIFICADO POR SOBRECARGA ........................................................... 63
FIGURA 68 - MOTOR DO SCROLL TOTALMENTE DANIFICADO POR SOBRECARGA ............................................................ 63
FIGURA 69 - EFEITOS DE SOBRECARGA EM MOTOR DE COMPRESSOR SEMI-HERMÉTICO ................................................ 64
FIGURA 70 - EFEITOS DE SOBRECARGA EM MOTOR DE COMPRESSOR SEMI-HERMÉTICO ................................................ 64

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

1 - Introdução

Compressores são os componentes mais importantes de um sistema de


refrigeração. Sua função é comprimir o fluído refrigerante que foi succionado a
baixa pressão em estado gasoso pelo evaporador na linha de sucção e liberá-
lo em alta pressão, no estado gasoso, na linha de descarga, para que o mesmo
circule no sistema e possa realizar as trocas de calor necessárias para que a
refrigeração ocorra. São fabricados para trabalhar apenas com fluído
refrigerante em estado gasoso, sendo que, a presença deste em estado líquido
causa sérios danos ao sistema e podem levar a quebra do compressor. Seu
projeto é idealizado de forma que o compressor possa funcionar perfeitamente
por muitos anos sem apresentar falhas. Entretanto, para que seu
funcionamento possa ocorrer de forma correta, boas práticas de instalação,
monitoramento e manutenção dos compressores e de todos os outros
componentes de um sistema de refrigeração são necessárias. Antes de instalar
o compressor, é importante atentar-se para todas as especificações,
instruções, recomendações e procedimentos que são disponibilizados pelo
fabricante. Seguir todas estas normas de operação de maneira correta
diminuirá quase a zero a chance do compressor apresentar alguma falha
durante a operação. Este estudo tem como objetivo caracterizar cada um dos
defeitos que podem ocorrer nos compressores, suas principais causas e efeitos
nos componentes, no compressor e no sistema de refrigeração e ar
condicionado em geral, baseados em um histórico de dados e imagens, além
de fornecer boas práticas de refrigeração para evitar que as falhas ocorram.

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

2 – Falhas em Compressores

Compressores normalmente falham devido a problemas no sistema


relacionados a erros de instalação e utilização. Isto não significa que defeitos
de fabricação não possam ocorrer, afinal é um trabalho realizado por seres
humanos, que está sujeito a erros, como esquecimento de um parafuso, torque
inadequado entre outros. Como técnico, existem falhas que efetivamente não
podem ser evitadas, porém o foco deste estudo é identificar quais são as falhas
que podem ser evitadas, e como evitá-las.
O histórico de análise de defeitos e os dados estatísticos mostram que, a maior
parte das causas de quebra em compressores estão relacionadas a defeitos
gerados por erros de instaladores e técnicos de refrigeração, como a instalação
incorreta do compressor, carga inadequada de gás (fluído refrigerante), vácuo
insuficiente, projeto e definição ineficaz das temperaturas de superaquecimento
e sub-resfriamento, controle inadequado das pressões de alta e de baixa,
controle inadequado das temperaturas e falta de atenção aos diagnósticos dos
protetores do motor e aos manuais de operação oferecidos pelo fabricante na
compra de um compressor.

Gráfico 1 - Percentual de Análise de retorno de campo

* Estudo baseado em anos de


Defeitos de Fabricação análises de retornos de campo
4%

Sem defeitos
Defeitos do
36% Sistema
60% - Erros de instalação
- Erros de
Manutenção
- Erros de Operação

2.1 – Identificando as falhas em compressores

Quando um compressor apresenta uma falha, o mesmo é enviado para análise


e laudo, que consiste na abertura do compressor para identificação das causas
que puderam levar a falha dos componentes internos e quebra do compressor.

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Geralmente existe mais de um problema que pode ser identificado ao realizar a


análise de um compressor que apresentou falha. É essencial para o técnico
entender as causas, efeitos e razões que podem levar a cada uma destas
falhas, pois quase todas estão relacionadas entre si. Além disso, é necessário
compreender, entre todas as falhas identificadas, qual foi a que efetivamente
levou o compressor a parar de funcionar.
Por exemplo, vamos analisar um estudo de caso. Pegue um compressor
semi-hermético quebrado, que o motor não está funcionando. Uma primeira
análise leva a crer que ocorreu uma falha no motor. Porém, vamos considerar
uma teoria possível: Se este compressor tivesse fluído refrigerante retornando
em estado líquido durante a operação, para onde ele iria? Para o óleo
lubrificante. A bomba de óleo capta, e a medida que o óleo é enviado para o
sistema e se mistura com fluído refrigerante em estado líquido, ele perde suas
propriedades lubrificantes. O fluído refrigerante em estado líquido irá remover a
película de lubrificação das peças, causando danos. Considere os mancais do
compressor. Devido aos efeitos mencionados, a folga dos mancais pode
aumentar, e com o peso do motor não sendo mais suportado pelos mancais ele
irá arrastar, parando de funcionar. Qual foi a causa do problema então?
Retorno de fluído refrigerante em estado líquido no compressor. Logo, o
importante é determinar não o resultado final, mas sim a causa raíz que levou
ao problema.

2.2 – Tipos de falhas em compressores

As falhas nos compressores basicamente estão divididas em falhas elétricas e


mecânicas. Dentre as falhas elétricas estão a sobrecarga do motor,
rompimento ou queima do enrolamento do motor. Dentre as falhas mecânicas,
as principais são o retorno de líquido, golpe de líquido, superaquecimento e
falta de lubrificação. Ainda é possível destacar também as falhas por
contaminação.
Mais de 50% das falhas elétricas são causadas por problemas mecânicos.
Retorno de fluído refrigerante em estado líquido, causa a mistura deste com o
óleo lubrificante, remove a película de lubrificação causando danos nas peças
e eventual falha no motor elétrico. Mais de 60% dos problemas mecânicos
ocorrem devido a falhas no sistema.

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Gráfico 2 – Análise das reais causas de falhas em compressores

Falhas Elétricas
* Estudo baseado em anos de
análises de retornos de campo
Falhas
Mecânicas

A análise de campo compensa?

Comumente é possível encontrar pessoas que identificam uma falha em um


compressor que já está em funcionamento e simplesmente trocam o
compressor por um novo sem ao menos tentar identificar quais foram as
causas da falha. Logo, se erros estiverem ocorrendo durante a instalação,
manutenção e operação, o novo compressor já estará condenado desde o
princípio. A maioria das falhas em compressores podem ser identificadas com
estudos e análises para verificar as causas da quebra do compressor para
evitar ao máximo que as mesmas ocorram no novo modelo substituído.

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

3 - Retorno de líquido (Floodback)

Problema mais comum encontrado nos compressores que sofrem quebra


mecânica. Ocorre quando há retorno de fluído refrigerante em estado líquido ao
compressor, sendo pela sucção ou pela descarga. Este problema ocorre
principalmente quando o superaquecimento do gás na entrada de sucção do
compressor está baixo, permitindo que o fluído refrigerante que sai do
evaporador apresente líquido, sendo que este deveria estar totalmente
evaporado. A presença do fluído refrigerante em estado líquido no compressor
faz com que este se misture ao óleo lubrificante alterando sua capacidade de
lubrificação. O efeito detergente do fluído refrigerante é capaz de remover toda
a película de lubrificação de óleo nas partes móveis do compressor. Logo, esta
perda de lubrificação entre as partes móveis provocará o contato de metal
contra metal, gerando o desgaste e a quebra mecânica das peças, que
caracteristicamente se manifestará de forma progressiva.

3.1 - Principais Causas

- Dimensionamento incorreto da válvula de expansão: Quando a válvula de


expansão é dimensionada de maneira incorreta, a mesma permitirá uma
passagem maior de fluído refrigerante líquido do que o necessário,
principalmente durante o funcionamento em carga parcial
- Não utilização de um aquecedor de cárter, ou utilização incorreta
- Perde de eficiência do evaporador do lado do ar, devido a formação de gelo e
incrustações no mesmo. Havendo um fluxo reduzido de ar através de uma
serpentina de expansão direta, ocorrerá o congelamento das serpentinas. A
presença do gelo isolará a superfície de transferência de calor, impedindo que
ocorra a evaporação correta e completa do fluído refrigerante.
- Superaquecimento calculado incorretamente: Conforme já evidenciado, um
cálculo incorreto do superaquecimento na linha do evaporador pode fazer com
que o fluído refrigerante não seja evaporado completamente, retornando no
estado líquido para o compressor.
- Incorreta distribuição de ar na face da serpentina do evaporador (queima do
ventilador do evaporador). Havendo distribuição incorreta de ar ao longo da
serpentina, pode ocorrer uma temperatura inadequada de sucção, que gera
uma flutuação da válvula de expansão causando o retorno de fluído
refrigerante em estado líquido no compressor.
- Excesso de fluído refrigerante no sistema

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

3.2 - Principais efeitos

- Remoção da película de lubrificação das partes móveis do compressor,


gerando desgaste progressivo e consequentemente quebra mecânica, além de
um ruído excessivo e vibrações anormais. A remoção da película irá gerar os
riscos nas peças devido ao atrito.

Figura 1 - Efeitos do Retorno de Líquido

Figura 2 - Efeitos do Retorno de Líquido em placa de válvulas de Compressor Hermético

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 3 - Efeitos do Retorno de Líquido - Peça Riscada

Figura 4 - Efeitos do Retorno de Líquido - Eixo

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 5 - Efeitos do Retorno de Líquido em Compressor Scroll

Figura 6 - Efeitos do retorno de líquido em componente de Compressor Semi-Hermético

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 7 - Efeitos do retorno de líquido em componente de compressor Semi-Hermético

3.3 - Problemas decorrentes

O retorno de líquido no compressor pode gerar os seguintes problemas:

- Partida Inundada
- Golpe de Líquido

3.4 - Como evitar

- Realizar uma limpeza no sistema para eliminar os ácidos e resíduos


provenientes da contaminação por umidade. Deve-se substitui os filtros
secadores por filtros com alta capacidade de absorção de ácidos e umidade ou
limalhas metalicas dentro do sistema;
- Instalar um filtro secador na linha de sucção do compressor
- Verificar limpeza e fluxo de ar no condensador
- Analisar o funcionamento do sistema, no dispositivo de expansão, no
evaporador e na carga do fluido refrigerante (o superaquecimento deve ser de
5 K a 11 K)

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

- Verificar o superaquecimento do fluido refrigerante na linha de sucção.


Havendo golpe de líquido, o superaquecimento tenderá a 0K (zero k) (o efeito
líquido remove todo o filme de lubrificação das partes móveis do compressor);
- Verificar se há longas paradas do compressor. Se houver poderá estar
ocorrendo partidas inundadas (A diluição do óleo lubrificante com o fluido
refrigerante ocorre durante as paradas prolongadas do compressor, fazendo
com que ele perca grande parte das suas qualidades de lubrificação)
- Após a instalação do compressor no sistema, pressurizar com nitrogênio e
realizar testes de vazamento. Evacuar o sistema com mínimo de 500 microns

- Verificar se há longas paradas do compressor. Se houver poderá estar


ocorrendo partidas inundadas (A diluição do óleo lubrificante com o fluido
refrigerante ocorre durante as paradas prolongadas do compressor, fazendo
com que ele perca grande parte das suas qualidades de lubrificação);

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

4 - Partida Inundada (Flooded Starts)

Este defeito ocorre quando há migração do fluído refrigerante geralmente


durante as paradas do compressor, sendo resultado da condensação de fluído
refrigerante na parte do sistema com temperaturas menores.
Quando o fluído refrigerante se condensa nos locais com temperaturas mais
baixas, o que geralmente ocorre no compressor, o mesmo que circula como
vapor é retido em forma de líquido até que o sistema entre em equilíbrio com a
pressão e temperatura do fluído refrigerante.
Em um sistema de refrigeração, o compressor é o último componente a esfriar
durante uma parada, e o último a se aquecer, devido a suas peças em sua
maioria serem construídas de ferro fundido. Logo, uma vez que a temperatura
ambiente esteja elevada, o compressor será, após várias horas de parada do
sistema, o componente com a maior temperatura.
Com isso, o fluído refrigerante condensado se aloja no compressor e tende a
se misturar com o óleo lubrificante, tendendo a diluí-lo. Novamente, esta
mistura fará com que o óleo perca suas propriedades lubrificantes,
ocasionando, como já descrito, problema posteriores no compressor.

4.1 - Principais causas

- Migração do fluído refrigerante para o compressor, que irá irá se condensar


quando o compressor estiver como o componente de menor temperatura do
sistema
- Falhas dos ventiladores do evaporador e condensador

- Falhas na válvula de expansão

- Excesso de fluído refrigerante no sistema

- Retorno de fluído refrigerante em estado líquido no sistema: O retorno de


fluído refrigerante em estado líquido causa o resfriamento excessivo do bloco
do compressor, que gera migração do fluído refrigerante que causará a partida
inundada quando o sistema é ligado novamente

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

4.2 - Principais efeitos

- Ocorrerá a diluição do óleo lubrificante, que gera a perda da capacidade de


lubrificação do mesmo, principalmente durante a partida do compressor,
causando o contato de metal com metal gerando o desgaste e entre as peças
móveis do compressor e possíveis travamentos. Este contato entre as peças
móveis do compressor pode, além disto, gerar um ruído excessivo, possíveis
quebras das peças e vibrações anormais

- Espumação, se houver fluído refrigerante em estado líquido dentro do


compressor durante sua partida, o óleo pode ser carregado em grande
quantidade para fora do compressor na forma de espuma, o que irá causar
uma perda temporária de lubrificação.

- Empenamento das palhetas das placas de válvulas

Figura 8 - Efeitos da Partida Inundada em Placa de Válvulas de Compressor Hermético

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 9 - Efeitos da Partida Inundada em Biela de Compressor Hermético

Figura 10 - Efeitos da Partida Inundada em Compressor Scroll

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 11 - Efeitos da Partida Inundada em componente de Compressor Scroll

Figura 12 – Componentes do Compressor Scroll danificados por partida inundada

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 13 - Efeitos da partida inundada em componente de Compressor Semi-Hermético

4.3 - Problemas decorrentes

A partida inundada no compressor pode gerar os seguintes problemas:


- Golpe de Líquido

- Problemas de Lubrificação

4.4 - Como evitar

- Utilizar um aquecedor de cárter.

- Realizar a limpeza do sistema para eliminar os ácidos e resíduos


provenientes da contaminação por umidade. Deve-se substituir os filtros
secadores por filtros com alta capacidade de absorção de ácidos e umidade ou
limalhas metalicas dentro do sistema;
- Instalar um filtro secador na linha de sucção do compressor
- Verificar limpeza e fluxo de ar no condensador

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

- Analisar o funcionamento do sistema, no dispositivo de expansão, no


evaporador e na carga do fluido refrigerante (o superaquecimento deve ser de
5 K a 11 K)
- Verificar principalmente o superaquecimento do fluido refrigerante na sucção,
se houver golpe de líquido, este superaquecimento tenderá a 0K (zero k) (o
efeito líquido remove todo o filme de lubrificação das partes moveis do
compressor)
- Verificar se há longas paradas do compressor. Se houver poderá estar
ocorrendo partidas inundadas (A diluição do óleo lubrificante com o fluido
refrigerante ocorre durante as paradas prolongadas do compressor, fazendo
com que ele perca grande parte das suas qualidades de lubrificação)
- Após a instalação do compressor no sistema, pressurizar com nitrogênio e
realizar testes de vazamento. Evacuar o sistema com mínimo de 500 microns
- Verificar se há longas paradas do compressor. Se houver poderá estar
ocorrendo partidas inundadas (A diluição do óleo lubrificante com o fluido
refrigerante ocorre durante as paradas prolongadas do compressor, fazendo
com que ele perca grande parte das suas qualidades de lubrificação);

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

5 - Golpe de Líquido (Slugging)

Uma vez que exista a presença de grande quantidade fluído refrigerante em


estado líquido no compressor, óleo lubrificante ou uma mistura dos dois dentro
dos cilindros, o pistão não conseguirá expedi-lo, durante um curto período de
tempo, pela válvula de descarga durante a compressão. Logo, este efeito
causará uma pressão excessiva no interior do cilindro.
Esta pressão hidrostática criará excessivas cargas no pistão, que irá transmiti-
lo através da biela e virabrequim e mancal principal, até que um dos
componentes não aguente e falhe mecanicamente
Além disso, o contínuo retorno de fluído refrigerante no estado líquido no
compressor causado pelo superaquecimento inadequado também gera uma
refrigeração do bloco do compressor. Logo, quando o compressor é desligado,
o fluído refrigerante em estado líquido que fica retido no bloco resfriado do
compressor causa um golpe de líquido quando o mesmo é ligado novamente.
Com este ciclo de liga e desliga, que geralmente ocorrem diversas vezes em
sistemas de climatização, inúmeros golpes de líquido ocorrerão durante um dia
de funcionamento do compressor.

5.1 - Principais causas

- Retorno de fluído refrigerante em estado líquido no compressor


- Partida Inundada
- Falta de lubrificação
- Excesso de fluído refrigerante no sistema
- Excesso de óleo lubrificante no sistema

5.2 - Principais efeitos

- Quebra mecânica das partes do compressor, devido ao mesmo tentar


comprimir líquido

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 14 - Efeitos do Golpe de Líquido em biela de compressor hermético

Figura 15 - Componentes de compressor hermético quebrados por golpe de líquido

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 16 - Efeitos do Golpe de Líquido em peças de compressor hermético

Figura 17 – Componentes de compressor hermético danificados por golpe de líquido

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 18 - Efeitos do golpe de líquido no Compressor Scroll

Figura 19 - Efeitos do golpe de líquido em partes do compressor hermético

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 20 - Quebra de componente devido a golpe de líquido

5.3 - Como evitar

- Fazer a limpeza do sistema para eliminar os ácidos e resíduos provenientes


da contaminação por umidade, substituindo os filtros secadores por filtros com
alta capacidade de absorção de ácidos e umidade ou limalhas metalicas dentro
do sistema
- Instalar um filtro secador na linha de sucção do compressor

- Verificar limpeza e fluxo de ar no condensador

- Analisar o funcionamento do sistema, no dispositivo de expansão, no


evaporador e na carga do fluido refrigerante (o superaquecimento deve ser de
5 K a 11 K)

- Verificar principalmente o superaquecimento do fluido refrigerante na sucção,


se houver golpe de líquido, este superaquecimento tenderá a 0K (zero k) (o
efeito líquido remove todo o filme de lubrificação das partes moveis do
compressor)

- Verificar se há longas paradas do compressor. Se houver poderá estar

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

ocorrendo partidas inundadas (A diluição do óleo lubrificante com o fluido


refrigerante ocorre durante as paradas prolongadas do compressor, fazendo
com que ele perca grande parte das suas qualidades de lubrificação)

- Após a instalação do compressor no sistema, pressurizar com nitrogênio e


realizar testes de vazamento. Evacuar o sistema com mínimo de 500 microns
- Verificar se há longas paradas do compressor. Se houver poderá estar
ocorrendo partidas inundadas (A diluição do óleo lubrificante com o fluido
refrigerante ocorre durante as paradas prolongadas do compressor, fazendo
com que ele perca grande parte das suas qualidades de lubrificação)

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

6 - Falta de Lubrificação

Os problemas de lubrificação, nesta análise descritos de forma diferente das


falhas de lubrificação causadas pelo retorno de líquido ou partida inundada no
compressor, consistem no não retorno do óleo lubrificante ao cárter do
compressor, impedindo assim a lubrificação correta ou arrefecimento adequado
das peças do compressor, que gerará um calor excessivo e desgaste das
peças mecânicas.
Se grandes quantidades de óleo forem retidas quando em carga mínima, o óleo
poderá voltar como um golpe de líquido quando o compressor voltar a trabalhar
em capacidade elevada.

6.1 - Principais causas

- Ciclagem curta (muitas partidas do compressor durante um curto


espaço de tempo), dificultando a circulação do fluído refrigerante ao
longo do sistema e impedindo o retorno suficiente de óleo lubrificante ao
compressor, podendo gerar até espumação.

- Longos períodos de funcionamento com carga mínima, não permitindo


a circulação adequada de óleo lubrificante, pois o óleo retorna diluído no
fluído refrigerante.

- Projeto inadequado de tubulações, sendo que a má disposição de


sifões de óleo na saída dos evaporadores ou no início de tubulações
ascendentes da linha de sucção, falta de inclinação da linha de sucção
em direção ao compressor ou inclinação no sentido oposto em
tubulações horizontais, desenhos ou seleções inadequadas dos
diâmetros da linha de sucção, não permitem o retorno de óleo
lubrificante junto com fluído refrigerante ao sistema

- Partida Inundada, conforme descrito, se houver fluído refrigerante em


estado líquido dentro do compressor durante a partida, o óleo pode ser
carregado em grande quantidade para fora do compressor na forma de
espuma, resultando em problemas de lubrificação

- Superaquecimento excessivo, no qual a falta de gás impede a


circulação correta de óleo lubrificante no sistema
- Entupimento do filtro de óleo devido a impurezas

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

6.2 - Principais efeitos

- Falta de óleo no cárter do compressor, que irá impedir a correta lubrificação


dos mancais dos componentes móveis

Figura 21 - Peça de compressor Scroll riscada devido a falta de lubrificação

Figura 22 - Efeitos da falta de lubrificação em componente de compressor Scroll

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 23 - Efeitos da falta de lubrificação no Scroll

Figura 24 - Atrito entre peças de compressor Scroll devido a falta de lubrificação

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 25 - Falta de lubrificação em eixo de compressor Scroll

Figura 26 - Efeitos da falta de lubrificação em componentes do compressor hermético

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Figura 27 – Componente de compressor hermético deformado por falta de lubrificação

Figura 28 - Efeitos da falta de lubrificação em componentes de Compressor Semi-Hermético

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Figura 29 - Efeitos da falta de lubrificação em componentes de Compressor Semi-Hermético

6.3 - Problemas decorrentes

A falta de lubrificação no compressor pode gerar os seguintes problemas:


- Golpe de Líquido, devido ao retorno do óleo retido ou excesso de óleo
- Superaquecimento excessivo, gerado pelo aquecimento do compressor

6.4 - Como evitar

- Verificar o nível de óleo do compressor

- Verificar limpeza e fluxo de ar no condensador

- Analisar o funcionamento do sistema, no dispositivo de expansão, no


evaporador e na carga do fluido refrigerante (o superaquecimento deve ser de
5 K a 11 K)

- Verificar principalmente o superaquecimento do fluido refrigerante na sucção,


este superaquecimento deve ser de 5K a 11K (o efeito líquido remove todo o
filme de lubrificação das partes moveis do compressor)

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

- Verificar se há longas paradas do compressor. Se houver poderá estar


ocorrendo partidas inundadas (A diluição do óleo lubrificante com o fluido
refrigerante ocorre durante as paradas prolongadas do compressor, fazendo
com que ele perca grande parte das suas qualidades de lubrificação) nesse
caso adicionar resistência de Carter no compressor

- Analisar o funcionamento do sistema, no dispositivo de expansão, no


evaporador e na carga do fluido refrigerante (o superaquecimento deve ser de
5 K a 11 K)

- Após a instalação do compressor no sistema, pressurizar com nitrogênio e


realizar testes de vazamento. Evacuar o sistema com mínimo de 500 microns

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7 - Superaquecimento

Gerado por conta de alta temperatura na descarga do compressor. Ocorre


principalmente quando se trabalha com um valor elevado do superaquecimento
do fluído refrigerante na saída do evaporador e entrada da sucção do
compressor. As temperaturas elevadas de descarga irão afetar a viscosidade
do óleo, podendo inclusive carboniza-lo. O efeito da carbonização do óleo
lubrificante pode ser evidenciado pela coloração escura do mesmo.
A diminuição na viscosidade do óleo ocasionará uma diminuição da resistência
da película lubrificante, que poderá causar o atrito entre as partes mecânicas
do compressor, gerando assim um desgaste e possíveis quebras.
Além disso, o superaquecimento pode ocasionar carbonização das peças do
compressor.

7.1 - Principais causas

- Altas temperaturas de descarga


- Alta temperatura de retorno de gás, proveniente de isolamento incorreto
- Perda de fluído refrigerante no sistema
- Alta razão de compressão, que pode ser causado por altas pressões, baixas
pressões ou ambos. No caso de altas pressões, pode ser causa pelo
condensador estar bloqueado ou sujo, recirculação do ar condensador,
operação irregular do ventilador do condensador, sobrecarga de fluído
refrigerante, presente de fluídos condensáveis no sistema ou condensador com
baixa densidade. No caso de baixas pressões, pode ser proveniente de uma
seleção incorreta do produto, dispositivo de expansão desajustado, perda de
carga do fluído refrigerante ou queda de pressão da linha de sucção.
- Baixa carga de fluído refrigerante
- Controle de capacidade do motor abaixo do limite projetado
- Restrições da linha de fluído refrigerante
- Contaminação por umidade, obstrução de linha
- Cada uma destas causas geram um baixo fluxo de massa do fluído
refrigerante, gerando assim um aquecimento do compressor
- Falhas dos ventiladores do condensador, devido não ocorrer suficiente
transferência de calor do fluído refrigerante para o ar

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

- Falhas no condensador, por incrustações que podem impedir uma


transferência correta de calor, gerando aquecimento excessivo

- Falhas na válvula de expansão, um dispositivo de expansão subdimensionado


pode gerar uma elevada restrição ao fluxo de fluído refrigerante, alterando
assim a troca de calor no evaporador

- Problemas de lubrificação que geram calor e aquecem o fluído refrigerante e


o compressor

7.2 - Principais efeitos

- Perda da viscosidade do óleo que acarreta na falta de lubrificação das partes


móveis do compressor, gerando um desgaste intenso, aderência de
componentes e carbonização do óleo

- Carbonização de peças mecânicas devido ao calor

- Quebra de peças mecânicas por mudanças de propriedades devido ao calor

- Desgaste de peças mecânicas devido a expansão térmica

- Superaquecimento do compressor

- Queima do motor elétrico

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 30 - Efeitos do superaquecimento em placa de válvulas de compressor hermético

Figura 31 - Efeitos do superaquecimento em placa de válvulas de compressor hermético

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 32 - Componente de compressor Scroll carbonizado devido ao superaquecimento

Figura 33 – Componente de compressor Scroll carbonizado devido ao superaquecimento

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Figura 34 - Efeitos do superaquecimento em componentes de compressor Scroll

Figura 35 - Efeitos do superaquecimento em componentes de compressor Scroll

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Figura 36 - Efeitos do superaquecimento no Scroll

Figura 37 - Efeitos do superaquecimento em componente de Compressor Scroll

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Figura 38 - Efeitos do superaquecimento no Scroll

Figura 39 - Carcaça de compressor Scroll danificada por superaquecimento

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Figura 40 - Efeitos do superaquecimento na carcaça de compressor scroll

Figura 41 - Efeitos do superaquecimento nos componentes internos de compressor Scroll

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Figura 42 – Componente de compressor Scroll danificado por superaquecimento

Figura 43 - Efeitos do superaquecimento no óleo lubrificante

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Figura 44 - Efeitos do superaquecimento em componentes de compressor Scroll

Figura 45 - Efeitos do superaquecimento em placa de válvulas de Compressor Semi-Hermético

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Figura 46 - Efeitos do superaquecimento em componente de Compressor Semi-Hermético

Figura 47 - Efeitos do superaquecimento em Compressor Semi-Hermético

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7.3 - Problemas decorrentes

- Queima das peças do compressor


- Perda de lubrificação

7.4 - Como evitar

- Dimensionar corretamente o superaquecimento

- Realizar a carga correta de fluído refrigerante no sistema

- Realizar um vácuo adequado no sistema

- Utilizar sempre o óleo indicado pelo fabricante

- Verificar o estado adequado dos tubos capilares, temperatura do óleo e


descarga

- Verificar se o controle de capacidade do compressor está regulado


corretamente

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8 - Contaminação

A contaminação é outro problema que pode causar a quebra do compressor, e


pode ser gerada por 3 diferentes razões que serão abordadas a seguir.

8.1 - Contaminação por umidade

A contaminação está diretamente relacionada com a presença de umidade no


sistema, proveniente de práticas inadequadas de instalação e manutenção
(falta de cuidado, falta de equipamentos incorretos e principalmente falta da
realização de um vácuo adequado no sistema)

Uma vez que há umidade no sistema, ocorre o fenômeno que chamamos de


“Copper Plating”, ou cobreamento, que é o resultado da mistura de umidade,
fluído refrigerante e óleo lubrificante que reagem quimicamente entre si e
acabam atacando as tubulações de cobre. A cor avermelhada do sistema é o
indício deste problema. Além disso, uma vez que isto ocorre, o óleo perde suas
propriedades lubrificantes, o que acaba gerando um desgaste entre as peças.

O cobreamento surge em duas fases. Primeiramente o cobre é dissolvido nos


subprodutos de uma reação entre óleo e fluído refrigerante, conforme exposto
acima. A quantidade de cobre dissolvido é determinada pela natureza do óleo,
pela temperatura e pela presença de impurezas. Na segunda fase, o cobre
dissolvido é depositado nas partes metálicas, por uma reação eletroquímica.

8.1.1 – Principais causas

- Vácuo incorreto no sistema durante a instalação, que pode gerar a presença


de ar e umidade no sistema

- Manuseio incorreto dos óleos lubrificantes do compressor durante a


manutenção, permitindo contato com a umidade

8.1.2 – Principais efeitos

- Cobreamento dos componentes metálicos resultando em desgaste,


emperramento e consequente quebra mecânica dos componentes

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

- Oxidação, corrosão e decomposição do fluído refrigerante

- Calor excessivo devido a fricção

- Desgaste das superfícies de contato

Figura 48 - Efeitos da contaminação por umidade na parte interna de compressor Scroll

Figura 49 - Efeitos da contaminação por umidade na parte interna de compressor Scroll

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 50 - Efeitos da contaminação por umidade no Scroll

Figura 51 - Efeitos da contaminação por umidade no Scroll

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 52 - Efeitos da contaminação por umidade no Scroll

Figura 53 - Contaminação por umidade em componente de compressor Scroll

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

8.1.3 – Como evitar

- Certificar-se da realização de um vácuo correto no sistema, conforme


especificações a seguir. O vácuo é a condição de um local completamente
vazio, sem a presença de quase nenhum tipo de matéria, seguindo as
condições recomendadas, de pressões absolutas na ordem de 500 µm

- Selecionar uma bomba de vácuo adequada

- Certificar-se que não existe vazamento no sistema. O nível de vácuo deve ser
mantido sem qualquer aumento significativo durante um intervalo de 30
minutos com a bomba de vácuo desligada.
- Fazer a limpeza do sistema para eliminar os ácidos e resíduos provenientes
da contaminação por umidade, substituindo os filtros secadores por filtros com
alta capacidade de absorção de ácidos e umidade ou limalhas metalicas dentro
do sistema
- Instalar um filtro secador na linha de sucção do compressor
- Analisar o funcionamento do sistema, no dispositivo de expansão, no
evaporador e na carga do fluido refrigerante (o superaquecimento deve ser de
5 K a 11 K)
- Verificar principalmente o superaquecimento do fluido refrigerante na sucção,
se houver golpe de líquido, este superaquecimento tenderá a 0K (zero k) (o
efeito líquido remove todo o filme de lubrificação das partes moveis do
compressor)
- Verificar se há longas paradas do compressor. Se houver poderá estar
ocorrendo partidas inundadas (A diluição do óleo lubrificante com o fluido
refrigerante ocorre durante as paradas prolongadas do compressor, fazendo
com que ele perca grande parte das suas qualidades de lubrificação
- Após a instalação do compressor no sistema, pressurizar com nitrogênio e
realizar testes de vazamento. Evacuar o sistema com mínimo de 500 microns

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8.2 - Contaminação por impurezas do ar

Contaminação causada pela presença de materiais estranhos, tais como


sujeira, fluxo de solda, ou produtos químicos que se juntam com o ar,
resultando em desequilíbrios químicos que provocam ruptura das moléculas de
óleo. Este efeito, aliado ao calor proveniente das altas temperaturas de
descarga do sistema e de temperaturas devido ao aumento de fricção, pode
resultar na formação de ácidos, incrustações ou ambos.

8.2.1 – Principais causas

- Ar com impurezas introduzido no sistema durante a instalação ou manutenção


da tubulação aliada a altas temperaturas
- Manuseio incorreto de óleos lubrificantes do compressor durante a
manutenção aliada a altas temperaturas

8.2.2 – Principais efeitos

- Formação de ácidos e incrustações (lodo) que aumentam a fricção e geram


desgaste.

Figura 54 - Efeitos da contaminação por impurezas do ar em placa de válvulas de compressor hermético

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 55 - Efeitos da contaminação por impurezas do ar em componentes de compressor Scroll

Figura 56 - Efeitos da contaminação por impurezas do ar em componentes de compressor Scroll

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Figura 57 - Efeitos da contaminação por impurezas do ar em componentes de compressor hermético

8.2.3 – Como evitar

- Fazer a limpeza do sistema para eliminar os ácidos e resíduos provenientes


da contaminação por umidade, substituindo os filtros secadores por filtros com
alta capacidade de absorção de ácidos e umidade ou limalhas metalicas dentro
do sistema
- Instalar um filtro secador na linha de sucção do compressor
- Verificar limpeza e fluxo de ar no condensador

8.3 - Contaminação por óxidos

Contaminação que ocorre quando o calor aplicado pelo maçarico é realizado


na presença de ar. Estes óxidos se acumulam no filtro de óleo, causando um
entupimento no filtro de óleo, que poderá gerar perda de lubrificação.

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

8.3.1 – Principais causas

- Calor aplicado pelo maçarico na presença de ar

- Uso de aditivos e/ou produtos químicos que prometem tapar furos em


sistemas de refrigeração e ar condicionado

8.3.2 – Principais efeitos

- Oxidação nas peças

- Entupimento do filtro de óleo causando perda de lubrificação

Figura 58 - Contaminação por óxidos no interior de compressor Scroll

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 59 - Efeitos da contaminação por óxidos em peças de compressor Scroll

Figura 60 - Efeitos da contaminação por óxidos em peças de compressor Scroll

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Figura 61 - Efeitos da contaminação por óxidos em peças de compressor Scroll

8.3.3 – Como evitar

- Fazer a limpeza do sistema para eliminar os ácidos e resíduos provenientes


da contaminação por umidade, substituindo os filtros secadores por filtros com
alta capacidade de absorção de ácidos e umidade ou limalhas metálicas dentro
do sistema

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9 - Problemas Elétricos

Os problemas elétricos nos compressores estão relacionados com o motor e/ou


com as conexões elétricas. As falhas elétricas podem ser de diversos tipos,
porém todas elas, de acordo com seu nível de gravidade irão danificar e
queimar o motor e seus enrolamentos. Estão relacionadas com sobrecarga do
motor, rompimento dos enrolamentos, tensão de operação muito elevada, ou
muito baixa. Cada modelo de compressor tem uma faixa de tensão, corrente e
fases que o mesmo está projetado para trabalhar. Uma vez que essas faixas
são excedidas, ou quando se trabalha com um valor muito inferior, ou até
mesmo quando há um curto, um problema elétrico será gerado no motor do
compressor.
Pode ocorrer uma queima geral e uniforme dos enrolamentos do motor, ou uma
queima localizada, geralmente resultante de um sistema sujo ou de outros
danos, uma queima de meio enrolamento, que ocorre quando metade de cada
enrolamento é queimada, além das queimas monofásica com as duas fases
queimadas e da monofásica primária, com apenas uma fase queimada.

9.1 - Sobrecarga do motor

A sobrecarga no motor pode resultar na queima completa do motor elétrico, e


na maioria das vezes ocorre quando o compressor está na posição parada. No
momento em que o motor é energizado, as solicitações elétricas e mecânicas
sobre os enrolamentos são mais fortes. Se nesta ocasião, a tensão for baixa ou
o compressor estiver mecanicamente travado, o motor se queimará se os
componentes de proteção não forem acionados a tempo

9.1.1 – Principais causas

- Temperatura de descarga do fluído refrigerante muito elevada

- Falta de fase elétrica: A falta de uma das fases de um motor trifásico faz com
que ele atue como se fosse um motor monofásico. Isto faz com que as duas
fases resultantes trabalhem com corrente excessiva. Se os relés de sobrecarga
não desligarem o motor rapidamente, estas duas fases se queimarão

- Sub tensão

- Sobre tensão

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- Travamento por falha mecânica

- Ciclagem curta, que gera um superaquecimento do motor elétrico

9.1.2 – Principais efeitos

- Queima do enrolamento e posteriormente do motor elétrico como um todo,


resultando na parada total do compressor.

- Derretimento do verniz e deposição sobre o motor

Figura 62 - Efeitos da sobrecarga no motor elétrico do compressor Scroll

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 63 - Efeitos da sobrecarga no enrolamento do motor elétrico do compressor Scroll

Figura 64 - Efeitos da sobrecarga no enrolamento do motor elétrico do compressor Scroll

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 65 - Efeitos da sobrecarga no enrolamento do motor elétrico de compressor hermético

Figura 66 - Efeitos da sobrecarga do motor elétrico no interior de compressor scroll

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 67 – Motor do scroll totalmente danificado por sobrecarga

Figura 68 - Motor do scroll totalmente danificado por sobrecarga

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Figura 69 - Efeitos de sobrecarga em motor de Compressor Semi-Hermético

Figura 70 - Efeitos de sobrecarga em motor de Compressor Semi-Hermético

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

9.1.3 – Como evitar

- Utilizar o compressor nas faixas adequadas de tensão

- Verificar o funcionamento correto dos protetores do motor

- Estar atento aos diagnósticos do protetor

9.2 - Rompimento do enrolamento do motor elétrico

Ocorre quando fragmentos de metal resultantes de falhas mecânicas podem


ficar alojadas nos enrolamentos do motor. Estes fragmentos podem funcionar
como ferramentas de corte, causando danos aos isolamentos do mesmo. Este
defeito pode surgir apenas meses após a ocorrência da falha mecânica que
originou o fragmento.

Outra forma de danificar de forma pontual o enrolamento do motor é com a


sobre correção do fator de potência (correção feita pela utilização dos
capacitores no quadro elétrico) que irá ocasionar um pico de tensão.

9.2.1 – Principais causas

- Ponto queimado (curto circuito) causado por um fragmento metálico interno do


compressor

- Baixa tensão de linha

- Perda de fluído refrigerante

- Pressão de descarga elevada

- Umidade no sistema

- Ruptura do isolamento do motor resultado de um esforço normal (variações


de temperatura causam expansão maior do cobre do que do isolamento)

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

- Picos de tensão resultante da sobrecorreção do fator de potência (estes


equipamentos trabalham sobre potência no motor elétrico, quando a correção
feita com o uso de capacitores ultrapassa o estabelecido pelo fabricante do
compressor, causando o aquecimento localizado do enrolamento e gerando a
queima.

9.2.2 – Principais efeitos

- Queima do motor elétrico que acarreta total parada do compressor

9.2.3 – Como evitar

- Utilizar o compressor nas faixas adequadas de tensão

- Verificar o funcionamento correto dos protetores do motor

- Estar atento aos diagnósticos do protetor

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

10 – Diagnósticos de defeitos em sistemas de Refrigeração

Sintoma Possível Causa Solução


1 – Linha desconectada 1 – Fechar a chave de
ou interruptor aberto partida ou interruptor

2 – Fusível ausente ou 2 – Substituir o fusível


queimado

3 – Protetor de 3 – Consultar a seção


sobrecarga desarmado de eletricidade
1 - Compressor não
parte 4 – Controle de peso na 4 – Consertar ou
posição aberta substituir o controle
Ausência de zumbido
elétrico característico 5 – Controle desligado 5 – Reposicionar o
devido a local frio controle

6 – Fiação inadequada 6 – Comparar a


ou solta instalação elétrica com
o diagrama
1 – Instalação elétrica 1 – Comparar a
inadequada instalação elétrica com
o diagrama

2 – Baixa tensão para a 2 – Determinar e corrigir


unidade a razão

3 – Capacitor de partida 3 – Determinar a


2 - Compressor não defeituoso substituir a razão
parte
4 – Relé falhando em 4 – Determinar e corrigir
Presença de zumbido fechar a razão, se necessário
elétrico característico,
mas o protetor de 5 – Motor do 5 – Substituir o
sobrecarga dispara compressor apresenta compressor
um enrolamento aberto
ou em curto

6 – Problema mecânico 6 – Substituir o


no compressor compressor

7 – Fluído refrigerante 7 – Adicionar um


em estado líquido no aquecedor de cárter ou
compressor acumulador

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Sintoma Possível Causa Solução

1 – Instalação elétrica 1 - Comparar a


inadequada instalação elétrica com
o diagrama

2 – Baixa tensão para a 2 - Determinar a razão e


unidade corrija.

3 – Relé falhando em 3 - Determinar a razão e


abrir substitua se necessário.

4 – Capacitor de 4 - Determinar a razão e


marcha defeituoso substitua

5 - Pressão de descarga 5 - Verificar a válvula de


excessivamente alta fechamento de
3 - Compressor dá descarga, um possível
partida mas o excesso de carga ou se
enrolamento de partida há resfriamento
não se desconecta insuficiente no
condensador

6 - Motor do compressor 6 - Substituir o


apresenta um compressor
enrolamento aberto ou
em curto

7 - Problema mecânico 7 - Substituir o


interno no compressor compressor
(travado).
1 - Corrente adicional 1 - Comparar a
passando pelo protetor instalação elétrica com
de sobrecarga. o diagrama.

2 - Baixa tensão para a 2 - Determinar a razão e


4 - Compressor dá unidade (ou corrija.
partida e funciona, mas desbalanceamento, se
faz ciclos curtos no trifásico).
protetor de sobrecarga.
3 - Protetor de 3 - Verificar a corrente,
sobrecarga defeituoso substituir o protetor

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Sintoma Possível Causa Solução


4 - Capacitor de marcha 4 - Determinar a razão e
defeituoso substitua.

5 - Pressão de descarga 5 - Verificar a


excessiva ventilação, restrições no
meio de resfriamento,
obstruções no sistema
de refrigeração

6 - Pressão de sucção 6 - Verificar a


(Continuação) muito alta possibilidade de uso
inadequado. Use uma
4 - Compressor dá unidade mais potente.
partida e funciona, mas
faz ciclos curtos no 7 - Compressor muito 7 - Verificar a carga de
protetor de sobrecarga quente — gás de fluido refrigerante.
retorno quente (Conserte o
vazamento.) Adicione
fluido refrigerante, se
necessário.

8 - Motor do compressor 8 - Substituir o


tem um enrolamento em compressor.
curto

1 - Contatos do relé não 1. Limpar os contatos


funcionam ou substituir o relé, se
adequadamente necessário.

2 - Operação 2.
prolongada no ciclo de
partida devido a:
a. Determinar a razão e
5 - Capacitor de partida a. Baixa tensão para a corrigir.
aberto, em curto ou unidade.
queimado b. Substituir.
b. Relé inadequado.
c. Corrigir utilizando o
c. Carga de partida recolhimento de gás, se
muito alta necessário.

3 - Determinar a razão
3 - Ciclos curtos em para os ciclos curtos
excesso

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Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Sintoma Possível Causa Solução


4 - Capacitor 4 - Determinar o
(Continuação) inadequado tamanho correto e
substituir.
5 - Capacitor de partida
aberto, em curto ou
queimado
1 - Capacitor 1 - Determinar o
inadequado tamanho correto e
substituir
6 - Capacitor de marcha
aberto, em curto ou 2 - Tensão 2 - Determinar a razão e
queimado. excessivamente alta na corrigir.
linha (110% da máxima
nominal).

1 - Relé incorreto. 1 - Verificar e substituir.

2 - Ângulo de 2 - Remontar o relé na


montagem incorreto. posição correta.

3 - Tensão da linha 3 - Determinar a razão e


muito alta ou muito corrigir.
baixa.

4 - Excesso de ciclos 4 - Determinar a razão e


curtos. corrigir.
7 - Relé defeituoso ou
queimado
5 - Relé sendo 5 - Remontar
influenciado pela rigidamente.
vibração de um suporte
solto

6 - Capacitor de marcha 6 - Substituir pelo


incorreto. capacitor adequado.

1 - Válvula de expansão 1 - Reajustar a válvula


superdimensionada ou ou substituir por uma
permitindo a passagem válvula menor.
8 - Linha de sucção de fluid refrigerante.
congelada ou 2 - Limpar a válvula de
transpirando 2 - Válvula de expansão partículas estranhas.
presa na posição aberta Substituir

70
Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Sintoma Possível Causa Solução


3 - Ventilador do 3 - Determinar a razão e
(Continuação) evaporador não está corrigir.
funcionando.
8 - Linha de sucção
congelada ou 4 - Sobrecarga de fluido 4 - Ajustar a carga.
transpirando refrigerante

1 - Obstrução no 1 - Substituir a peça.


desidratador ou no filtro
de cesto.
9 - Linha de líquido
congelada ou
transpirando 2 - Válvula de bloqueio 2 - Abrir a válvula
de líquido (válvula completamente.
principal) parcialmente
fechada
1 – Sistema sem fluído 1 – Verificar se há
refrigerante vazamentos no sistema

2 – Compressor não 2 – Substituir


está comprimindo

10 - Compressor 3 – Filtro secador 3 – Substituir


funciona, mas não há obstruído
refrigeração
4 – Tubo capilar 4 – Substituir
obstruído

5 – Umidade no sistema 5 – Recarregar gás


1 – Operação do 1 – Substituir
termostato intermitente

2 – Relé defeituoso 2 – Substituir

3 – Escoamento de ar 3 – Remover as
sobre o condensador obstruções
obstruído
11 - Compressor
executa ciclos curtos 4 – Tensão baixa 4 – Verificar a tensão

5 – Ventilador do 5 – Consertar ou
condensador inoperante substituir

71
Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Sintoma Possível Causa Solução

1 – Vibração da 1 – Ajustar a tubulação


tubulação

2 – Ruído interno do 2 – Substituir


compressor

3 – Compressor 3 – Ajustar
vibrando na moldura do
gabinete

4 – Bandeja de 4 – Apertar
evaporação de água
solta

5 – Tampa de 5 – Substituir
12 - Ruído excessivo compartimento de
máquinas traseiro
faltando

6 – Compressor 6 – Reduzir ou remover


operando em alta as obstruções
pressão de descarga
devido a obstrução do
escoamento de ar sobre
o condensador

7 – Motor do ventilador 7 – Substituir, se


do condensador necessário
inoperante

1 – Compressor sub- 1 – Rever o projeto e


dimensionado substituir o compressor
por um de maior
capacidade, se
necessário

2 – Vazamentos no 2 – Identificar o local de


sistema vazamento e consertar
13 - Pressão de sucção
alta 3 – Controle de 3 – Substituir ou
Capacidade inadequado consertar

4 – Carga alta de fluído 4 – Diminuir a carga do


refrigerante no sistema sistema

72
Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

Sintoma Possível Causa Solução

1 – Baixa carga de 1 – Ajustar o controle de


fluído refrigerante no capacidade ou
sistema aumentar o diferencial
do pressostato de baixa

2 – Evaporador sub- 2 – Verificar o projeto e


dimensionado substituir se necessário

14 - Pressão de sucção 3 – Ventilação do 3 – Substituir ou


baixa evaporador com defeito consertar ventilador

4 – Queda de pressão 4 – Substituir a linha de


muito grande no sucção ou o
evaporador e/ou linha evaporador, se
de sucção necessário

5 – Acúmulo de 5 – Remover o acúmulo


lubrificante no de lubrificante
evaporador

1 – Carga de fluído 1 – Completar o fluído


refrigerante muito baixa refrigerante

15 - Temperatura de 2 – Defeitos na linha de 2 – Verificar e consertar


sucção alta líquido ou nos
componentes

3 – Superaquecimento 3 – Consertar ou
de válvula de expansão substituir
muito alto

1 – Superaquecimento 1 – Consertar ou
da válvula de expansão substituir
16 - Temperatura de muito baixo
sucção baixa
2 – Bulbo de válvula de 2 – Consertar ou
expansão termostática substituir
posicionado
incorretamente

73
Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

11 – Referências Bibliográficas

Miller, Rex ; R. Miller, Mark. Ar-Condicionado e Refrigeração. 2º Edição. Rio de


Janeiro: Editora LTC. 2017

Silva, José de Castro. Refrigeração Comercial. Climatização Industrial. 2º


Edição. São Paulo. Editora Leopardo. 2013

Da Costa, Ennio Cruz. Refrigeração. 3º Edição. São Paulo. Editora Blucher.


1982

Basseto, Izeds Felipe Facchini. Estudo de confiabilidade de compressores


semi-herméticos de sistemas de refrigeração. 2007.157 Páginas. Universidade
de São Paulo – USP

Boletins Emerson – Encontrados no Software PSS (Product Selection


Software) e no Aplicativo AE Bulletins: Ambos disponíveis para download
no site da Emerson e nas lojas de aplicativos mobile:

AE1187 – Section 10 - Copeland – Application Engineering Bulletin - The Effect


of Electrical Components on Motor Protection

AE1267 – Section 10 – Copeland – Application Engineering Bulletin - Potential


Nuisance Field Problem with Impedance Lockout Relays on Solid State
Protected Compressors

AE1212 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin - Design


Consideration for Refrigerant Receivers

AE1214 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin - High


Pressure Controls

AE1233 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin - Non-


Standard Application of Copeland™ Compressors

74
Manual de Identificação, Diagnóstico e Prevenção de Falhas em Compressores

AE1234 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin - Low


Ambient Compressor Operation

AE1235 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin - Parallel


Compressor Operation

AE1238 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin -


Application of Immersion Type Crankcase Heaters

AE1260 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin -


Compressor Overheating

AE1268 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin


Compression Ratio As It Affects Compressor Reliability

AE1282 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin - Oil


Additives

AE1284 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin - Switching


Refrigerants in Field Installations

AE1320 – Section 17 – Copeland - Application Engineering Bulletin - Oil


Management for Scroll Compressors in Parallel Applications

AE1105 – Section 24 – Copeland - Application Engineering Bulletin - Principles


of Cleaning Refrigeration Systems

AE1068 – Section 25 – Copeland - Application Engineering Bulletin - Air Cycle


Testing of Reciprocating Compressors

AE1290 – Section 25 – Copeland - Application Engineering Bulletin - Use of


Reclaimed Refrigerant in Copeland Compressors

AE1371 – Section 25 – Copeland - Application Engineering Bulletin -


Compressor Shipping Damage

75
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Anotações

76
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Engenharia de Aplicação - Copeland


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Versão 2.0 – Janeiro/2020

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