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1.

a) Analise e diferencie a religião dos rituais na cultura moçambicana

A religião pode ser entendida como o sistema de crenças e rituais ligado com seres,
poderes e forças sobrenaturais. A religião é um universal da cultura, isto é, é um
fenómeno inerente a todas as culturas. Ela pode afirmar a solidariedade social de um
grupo humano, mas também a inimizade mais acérrima. A religião relaciona o homem
com o sobrenatural, embora não seja fácil distinguir-se o natural do sobrenatural.
Diferentes culturas conceituam os entes sobrenaturais de maneira diferente.
Em Mocambique são, pelas suas tradições cultuais, profundamente religiosos; o
fenómeno da religião faz parte da sua vida quoditiano, no entanto, destaca-se o Islão
como campo fértil na cultura tradicional moçambicana influenciada pela colonização
em virtude de não ser uma religião dogmática, maleável quando necessário, apenas
intransigente nas questões que são a essência da religião.
E m Moçambique, os ritos de iniciação para uma mulher são condições para assumir
seus papéis na sociedade, isto é os ritos de iniciação são vistos como o baptismo cristão.
Sem baptismo todo o ser humano é pagão. Não tem direito ao céu. No sul, homem que
não lobola a sua mulher perde o direi to à paternidade, não pode realizar o funeral da
esposa nem dos filhos. Porque é um ser inferior. Porque é menos homem. Filhos
nascidos de um casamento sem lobolo não têm pátria. Não podem herdar a terra do pai,
muito menos da mãe. Filhos ficam com o apelido materno. Há homens que lobolaram
suas esposas depois de mor tas, só para lhes poderem dar um funeral condigno. Há
homens que lobolaram os filhos e os netos já crescidos, só para lhes poder deixar
herança. Mulher não lobolada não tem pátria. É de tal maneira rejeitada que não pode
pisar o chão paterno nem mesmo depois de mor ta.

Portanto Os rituais, então, propiciam as passagens acontecerem: Nascimento, puberdade


social, casamento, paternidade, progressão de classe, especialização de ocupação, mor
te. A cada um desses conjuntos acham-se relacionadas cerimónias cujo objecto é
idêntico, fazer passar um indivíduo de uma situação determinadas a outra situação
igualmente determinada.
b) Analise os ritos de transição como uma prática sociocultural.

As diferentes fases da vida são caracterizadas pelos ritos que Arnold Van Gennep
definiu como “ritos de passagem”, nestes ritos o individuo transita de uma fase do ciclo
vial à fase sucessiva num conexo rico de símbolos e de imagens. A sacralidade de cada
momento é protegida por uma série de de proibições e de normas positivas.

Os ritos de transição ou de passagem correspondem a um processo de profundo


transformação da personalidade. Neles o individuo faz experiencia global de vida,
encontra o valor absoluto da existência e descobre a sua própria responsabilidade social.

Os ritos de passagem são ritos que acompanham qualquer mudança de lugar, de estado,
de posição e de idade da pessoa e são marcados por três fases fundamentais: fases de
separação, de marginalização e de incorporação.

2. a) Analise as formas de casamento consoante a região

Considerando a residência pos-nupcial, temos diversos casamentos, hoje em fase de


extinção:

 A estrutura mais simples é a conjugal, formada pelos pais e filhos, na qual a


protecção se confia a um so homem, numa unidade residencial autonoma, que
chamamos neo-local, em que os esposos abandonam as respectivas famílias e
passam a residir numa nova residência.
 O casamento defenido patrilocal, a esposa passa a morar na casa do pai do
esposo. Nesse caso, a família é cosiuida por homem, a sua esposa ou esposas e
os seus filhos homens adulos com as respectivas esposas e filhos. Ficam sempre
juntos, os filhos de sexo masculino. O resultado dessa formação são os grupos
de colaboração masculina, jerarquicamente organizados. A norma exige que as
mulheres residem na casa onde moram os maridos.

 O casamento matrilocal é aquele em que o esposo passa a morar na casa da mãe


da esposa. Esta família é composta prela mulhar, seu marido e filhos menores, as
filhas com os seus esposos e filhos. As mulheres ficam juntas toda a vida na
mesma residência, segundo a norma “uxorocal”, isto é, os maridos opassam a
residir na casa das suas esposas.
 Outros casos que se apresentam à observação do antropólogo são: o casamento
ambilocal, nos casos que não há normas estabelecidas soibre a residência do
novo casal; o casamento “natolocal”, isto é, cada um dos cônjuges permanece na
residência onde nasceu, pelo que a forma de matrimónio não implica o abandono
da residência de origem; e o caso chamado “matriocal”, que não é verdadeiro
casamento, e que consiste em que uma mulher passa a morar sob a protecção de
um irmão ou um filho adulto, que ainda cuida dos filhos que ela gerou de
relações livres.

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