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A religião pode ser entendida como o sistema de crenças e rituais ligado com seres,
poderes e forças sobrenaturais. A religião é um universal da cultura, isto é, é um
fenómeno inerente a todas as culturas. Ela pode afirmar a solidariedade social de um
grupo humano, mas também a inimizade mais acérrima. A religião relaciona o homem
com o sobrenatural, embora não seja fácil distinguir-se o natural do sobrenatural.
Diferentes culturas conceituam os entes sobrenaturais de maneira diferente.
Em Mocambique são, pelas suas tradições cultuais, profundamente religiosos; o
fenómeno da religião faz parte da sua vida quoditiano, no entanto, destaca-se o Islão
como campo fértil na cultura tradicional moçambicana influenciada pela colonização
em virtude de não ser uma religião dogmática, maleável quando necessário, apenas
intransigente nas questões que são a essência da religião.
E m Moçambique, os ritos de iniciação para uma mulher são condições para assumir
seus papéis na sociedade, isto é os ritos de iniciação são vistos como o baptismo cristão.
Sem baptismo todo o ser humano é pagão. Não tem direito ao céu. No sul, homem que
não lobola a sua mulher perde o direi to à paternidade, não pode realizar o funeral da
esposa nem dos filhos. Porque é um ser inferior. Porque é menos homem. Filhos
nascidos de um casamento sem lobolo não têm pátria. Não podem herdar a terra do pai,
muito menos da mãe. Filhos ficam com o apelido materno. Há homens que lobolaram
suas esposas depois de mor tas, só para lhes poderem dar um funeral condigno. Há
homens que lobolaram os filhos e os netos já crescidos, só para lhes poder deixar
herança. Mulher não lobolada não tem pátria. É de tal maneira rejeitada que não pode
pisar o chão paterno nem mesmo depois de mor ta.
As diferentes fases da vida são caracterizadas pelos ritos que Arnold Van Gennep
definiu como “ritos de passagem”, nestes ritos o individuo transita de uma fase do ciclo
vial à fase sucessiva num conexo rico de símbolos e de imagens. A sacralidade de cada
momento é protegida por uma série de de proibições e de normas positivas.
Os ritos de passagem são ritos que acompanham qualquer mudança de lugar, de estado,
de posição e de idade da pessoa e são marcados por três fases fundamentais: fases de
separação, de marginalização e de incorporação.