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Ruth Manus
Você pode me dizer “ah, mas quero ver quanto tempo eles vão aguentar
sem ganhar bem, sem pedir dinheiro para os pais.”. Nada disso. A onda é
outra. Venderam o carro, dividem apartamento com mais 3 amigos,
abriram mão dos luxos, não ligam de viver com dinheiro contadinho. O
que eles não podiam mais aguentar era a infelicidade.
E assim nossos pais nos criaram: nos dando todos os instrumentos para
a nossa formação, para garantir que alcancemos o sucesso profissional.
Nos ensinaram a estudar, investir, planejar. Deram todas as ferramentas
de estudo e nós obedecemos. Estudamos, passamos nos processos
seletivos, ocupamos cargos. E agora? O que está acontecendo?
Uma crise nervosa. Executivos que acham que seriam mais felizes se
fossem tenistas. Tenistas que acham que seriam mais felizes se fossem
bartenders. Bartenders que acham que seriam mais felizes se fossem
professores de futevolei.
Será que vamos continuar nos iludindo achando que nossa geração
também consegue medir sucesso por conta bancária? Ou o sucesso, para
nós, está naquela pessoa de rosto corado e de escolhas felizes? Será que
sucesso é ter dinheiro sobrando e tempo faltando ou dinheiro curto e
cerveja gelada? Apartamento fantástico e colesterol alto ou casinha
alugada e horta na janela? Sucesso é filho voltando de transporte escolar
da melhor escola da cidade ou é filho que você busca na escolinha do
bairro e pára para tomar picolé de uva com ele na padaria?