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ARTIGO

Avaliação do desperdício
by checking the occurrence of loss in
the form of scraps food. To evalua-
te the rest-ingestion rate weighing
was carried out of the meals that

de alimentos em unidade
were served to diners and returned
by them after the meal. Despite the
rest-ingestion rate of the unit is re-
gular according to the literature, the

de alimentação e nutrição
amount of discarded food was very
large and could feed a large number
of people who do not have access to
adequate food, affecting natural re-
sources and promoting food waste.

cidade de Januária, MG. Keywords: Rest-Ingestion. Food


Safety. Hunger.

Raphaela Mota Viana


Licenciada em Ciências Biológicas. INTRODUÇÃO

N
Luiz Carlos Ferreira
as sociedades modernas,
Instituto Federal Norte de Minas Gerais, Laboratório de Microbiologia.
as dificuldades impostas
Januária, MG.
pelos longos deslocamen-
luizcarlos2169@gmail.com tos e a extensa jornada de
trabalho, impedem que um grande
número de pessoas realize refeições
RESUMO regulares em suas residências. Para
uma expressiva camada da popula-
Em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) controlar o desper- ção, a alimentação em estabeleci-
dício é um fator extremamente relevante, pois se trata de uma questão não mentos que servem refeições coleti-
somente ética, mas também econômica. O critério utilizado para avaliar os vas é a única alternativa viável. Estes
restos provenientes dos pratos e/ou bandejas dos consumidores é o índice de estabelecimentos têm como objetivo
resto-ingestão (RI). O presente trabalho buscou avaliar o índice de resto- elaborar e servir refeições adequadas
-ingestão dos alimentos em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) sob o aspecto sensorial, nutricional e
na cidade de Januária, MG, verificando a ocorrência de desperdício na forma segurança, sem exceder os recursos
de sobras de alimentos. Para avaliar o índice de resto-ingestão foi realizada financeiros previamente estabeleci-
a pesagem dos restos das refeições que foram servidas aos comensais e de- dos (DAMASCENO et al., 2002).
volvidas pelos mesmos após o término da refeição. Apesar do RI da Unidade Em uma Unidade de Alimentação e
estar regular (5,48%) de acordo com a literatura, a quantidade de alimentos
Nutrição (UAN) o controle do des-
desprezados foi muito grande (19,08%) e poderia alimentar um elevado nú-
perdício é um fator de grande rele-
mero de pessoas que não tem acesso a uma alimentação adequada, afetando
vância, pois se trata de uma questão
os recursos naturais e fomentando o desperdício alimentar.
não somente ética, mas também eco-
Palavras-chave: Resto-Ingesta. Segurança Alimentar. Fome. nômica e com reflexos políticos,
tendo em vista que o Brasil é um
país onde a fome e a miséria são
ABSTRACT considerados problemas de saúde
pública (RICARTE et al., 2008).
In a Food and Nutrition Units the control the waste is an extremely impor- Desperdiçar é o mesmo que ex-
tant factor, because it is a question not only ethical but also economic. The traviar o que pode ser aproveitado
criteria used to assess the remains from the plates and/or trays of consumers para benefício de outras pessoas,
is the rest-ingestion rate. This study aimed to evaluate the content of rest- de uma empresa ou da própria na-
-ingestion of food in a Food and Nutrition Unit in the city of Januária-MG tureza. A produção diária mundial de

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alimentos é suficiente para alimentar de ensino na cidade de Januária, MG, (kg) das sobras prontas após servir
toda população do planeta, entretanto, que distribui cerca de 500 refeições as refeições foi dividido pelo peso
a fome ainda faz parte do cotidiano de diárias no almoço. O cardápio ser- da refeição distribuída, multiplican-
muitas pessoas, evidenciando que o vido na Unidade de Alimentação e do o resultado por 100. O consumo
problema não é a falta de alimento e Nutrição avaliada era composto por per capita por refeição (kg) foi cal-
sim o acesso (VAZ, 2006). Diante da um prato principal, duas guarnições, culado dividindo o peso da refeição
problemática exposta de que o resto dois acompanhamentos, um refresco distribuída pelo número de refeições
alimentar é um dos fatores que leva e uma sobremesa. O sistema de dis- servidas. Para saber quantas pesso-
ao aumento dos custos e desperdício, tribuição das refeições foi caracteri- as poderiam ser alimentadas com os
expressando também a insatisfação e/ zado como self service parcial com restos, o peso dos restos foi dividido
ou hábitos errôneos dos comensais, porcionamento do prato principal e pelo consumo per capita.
ocorre a necessidade de avaliar o índi- sobremesa. Os resultados da análise da por-
ce resto-ingestão para propor medidas Foram realizadas cinco amostra- centagem média de sobras e restos
corretivas que venham a beneficiar as gens dos restos alimentares, durante foram submetidos à análise de vari-
empresas e os consumidores (BAR- cinco dias consecutivos de segunda a ância e as médias comparadas pelo
DINI e CRUZ, 2014). sexta-feira, sendo que para o cálculo Teste de Tukey, ao nível de 5% de
Uma forma de avaliar os restos do desperdício, os restos dos alimen- probabilidade.
provenientes dos pratos dos consumi- tos foram pesados em balança digital
dores é o índice de resto-ingestão, que Geraka® com capacidade mínima de RESULTADOS E DISCUSSÃO
demonstra a relação entre o resto de- 50 gramas e máxima de 100 kg. Para
volvido nos pratos pelos comensais e obtenção do peso das refeições ser- Na Tabela 1 são apresentados os
a quantidade de alimentos fornecidos vidas, todos os alimentos foram pe- resultados da porcentagem média
expressos em percentual (ALMEIDA sados e o valor dos seus recipientes de sobras e restos. De acordo com
et al., 2006). O controle do resto-in- descontados. Castro (2003), valores de restos en-
gestão visa avaliar a adequação das Todos os alimentos produzidos fo- tre 10% e 15% são considerados RE-
quantidades preparadas em relação às ram pesados antes de serem servidos GULARES, quando o resultado dos
necessidades de consumo, o porciona- e ao término da refeição foi realizada restos apresenta-se acima de 10% em
mento na distribuição e a aceitação do nova pesagem das sobras para ob- coletividades sadias, pressupõe-se
cardápio, sendo aceitáveis como per- tenção do total servido, onde o peso que os cardápios estão inadequados,
centual de resto ingestão, em coletivi- da refeição distribuída (kg) é igual por serem mal planejados ou mal
dades sadias, taxas inferiores a 10% ao total produzido menos as sobras executados.
(MAISTRO, 2007). O resto-ingestão prontas (kg) após servir as refeições. Na primeira amostragem foi ob-
é um dos fatores que contribui para Os valores obtidos dos restos foram servado um alto percentual de sobras
elevação dos custos e desperdício em provenientes da área de devolução de 27,44%, sendo o feijão o maior
uma UAN pois, quanto maior o índi- das bandejas e utensílios, com seus responsável por esse elevado núme-
ce de rejeito, maior é a insatisfação respectivos pesos desconsiderados. ro; o cardápio foi composto também
da clientela. Diante deste contexto, Todos os ossos, guardanapos e pa- por frango assado com molho bran-
surge a necessidade de técnicas que litos foram retirados para que não co, possivelmente esses dois tipos de
contribuam para redução do desper- influenciassem no cálculo do índice preparações em um mesmo cardápio
dício e melhor utilização dos alimen- de resto-ingesta (RI). Também foi não agradaram os comensais, o que
tos (COSTA et al., 2009). O presente calculado o número de pessoas que justificaria a alta quantidade de so-
trabalho buscou avaliar o desperdício poderiam ser alimentadas com as so- bras. O valor do percentual de sobras
de alimentos em uma UAN da cidade bras. da quarta amostragem foi de 20,63%,
de Januária, MG, dando enfoque ao Para o cálculo do peso da refeição se mostrando acima dos padrões re-
resto-ingestão. distribuída (kg), o total produzido foi comendados, podendo ser atribuído
subtraído das sobras (kg) após ser- esse alto valor ao prato principal do
MATERIAL E MÉTODOS vir as refeições. A porcentagem de dia, que foi Strogonoff, uma vez que
resto-ingestão foi calculada dividin- o mesmo não foi bem aceito pelo pú-
A pesquisa foi realizada em um do o peso do resto pelo peso da re- blico, devido ter sobrado desta pre-
restaurante escolar, que atende alunos feição distribuída, sendo o resultado paração nos pratos.
do ensino médio e superior, além de multiplicado por 100. Para o cálculo A avaliação diária das sobras é
servidores de uma instituição pública da porcentagem de sobras, o valor uma medida que pode ser utilizada

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no controle do desperdício, visto ainda não ser zero, o valor encontra- resto-ingestão em UAN na cidade
que o aumento do índice do resto do estava dentro do limite aceitável. de Tubarão em Santa Catarina e ob-
alimentar está diretamente ligado ao Valor semelhante foi encontrado por servaram resultados aproximados ao
planejamento inadequado do número Negreiros et al. (2009), em estudo re- do presente estudo. Na quinta amos-
de refeições produzidas, frequência alizado em uma UAN localizada no tragem foi observada uma diferença
diária dos comensais, treinamen- município do Rio de Janeiro, onde a do resto-ingesta de 18,5%, resultado
to dos manipuladores de alimento média do índice de resto alimentar classificado como péssimo segun-
quanto à produção e porcionamento, foi de 8%. Rodrigues et al. (2010) do Vaz (2006). O elevado percentual
utensílios utilizados inadequadamen- também observaram valores aproxi- do RI pode ter ocorrido devido ao
te, preparações compatíveis com os mados ao do primeiro dia de avalia- cardápio do dia ser composto por
hábitos alimentares dos comensais ção do presente estudo, em sua pes- carne bovina cozida, sugerindo que
e eficiência na produção de alimen- quisa realizada em UPR (Unidade o preparo adotado para esse tipo de
tos, verificando-se a má aparência ou Produtora de Refeição) no município alimento não teve uma boa aceitação
apresentação das preparações (NE- de São Paulo, encontrando um valor pelos comensais, uma vez que as ou-
GREIROS et al., 2009). Os registros médio de resto ingestão de 6,5%, tras preparações do dia eram comuns
dos pesos das quantidades de sobras apontando como causa principal a a outros dias da semana como arroz,
servem como subsídios para implan- falta de planejamento da produção feijão e salada de verduras.
tar medidas de redução de desper- dos alimentos. Cale e Spinelli (2008) sugerem
dícios e otimização da produtivida- Na segunda, terceira e quar- que medidas corretivas para mini-
de dos gêneros alimentícios (VAZ, ta amostragens, os valores do res- mização de resíduos devem ser fei-
2006). to mantiveram-se regular de tas a partir de um monitoramento
Na Tabela 1 pode ser observado acordo com Castro (2007), que constante, definindo as estratégias de
que o percentual de restos da primei- estipula entre 10% e 15% valores redução dos resíduos, criando indica-
ra amostragem foi de 8,6%, podendo regulares para coletividade sadia. dores próprios para a unidade e ca-
ser classificado como BOM de acor- Bardini e Cruz (2014) realizaram pacitando seus colaboradores sobre a
do com Maistro (2000), apesar de estudo de determinação do índice de necessidade de evitar o desperdício.

Tabela 1 - Porcentagem média de sobras e restos em uma Unidade de Alimentação e Nutrição na cidade de Januária-MG.
Amostragem Nº de pessoas atendidas % Sobras % Restos
1 448 27,44a 8,6a
2 502 0,08b 13,7ab
3 516 10,01ab 14,4ab
4 490 20,63a 13,49ab
5 373 0,14b 18,5b
DMS - 19,08 5,48
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo Teste de Tukey (p < 0,05). DMS (Diferença
Mínima Significativa). Fonte: Elaborada pelos autores, 2016.

Tabela 2 - Consumo per capita e número de pessoas que poderiam ser alimentadas com o desperdício em Unidade de Alimentação e
Nutrição da cidade de Januária, MG.
Peso dos restos Nº de pessoas que poderiam ser alimentadas
Amostragem Consumo per capita (kg)
(kg) com o desperdício
1 0,56 21,6 38
2 0,6 41,7 69
3 0,77 57,2 74
4 0,52 34,5 66
5 0,45 31,6 70
Média 0,58 37,32 63
Fonte: Elaborada pelos autores, 2016.

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É necessário, para evitar o desperdí- considerados aceitáveis valores quantidade de alimentos desprezados
cio, um planejamento correto do nú- entre 7 e 25 g de resto por pessoa. O é muito grande, afetando os recursos
mero de refeições, envolvendo toda desperdício de alimentos gerado pela naturais e contribuindo para o au-
a equipe para traçar metas atingíveis UAN pesquisada é relevante. Com os mento do desperdício de alimentos e
de controle de sobras, capacitação e restos dos alimentos acumulados de poderia alimentar um grande número
conscientização da equipe, preparar todas as amostragens seria possível ali- de pessoas que não tem acesso a uma
alimentos aos poucos sempre que mentar aproximadamente 266 pessoas. alimentação adequada.
possível e manter uma excelente Em um país como o Brasil, onde exis-
apresentação dos pratos (AUGUSTINI tem inúmeras famílias com dificulda- REFERÊNCIAS
et al., 2008). O resto deve ser avaliado des de acesso a uma boa alimentação,
não somente do ponto de vista econô- qualquer situação de desperdício de ALMEIDA, FQ; CORRÊA, TAF; SOARES,
mico, mas também em relação à falta alimentos é inaceitável. Podem ser FBSA. Índice de resto-ingestão antes e
de integração com o cliente pois, se os usadas no combate ao desperdício de durante a campanha contra o desper-
alimentos estiverem bem preparados, o alimentos, medidas como campanhas dício, em uma unidade de alimentação
resto deverá ser algo muito próximo de direcionadas aos clientes, para o con- e nutrição. Rev Hig Alimentar, v.21,
zero (RICARTE et al., 2008). trole de restos, que os conscientizem n.14, p.64-73, 2006.
Para Ricarte et al. (2008), seria in- de que eles próprios estão inseridos
AUGUSTINI, VCMA; kishimoto, p; tes-
teressante uma avaliação da bateria de no processo de redução do desperdí-
caro, tc; almeida, fqa. Avaliação
cardápios, substituindo preparações cio (AUGUSTINI et al., 2008).
do índice de resto-ingesta e sobras em
repetitivas, além de averiguar as prefe- A produção de alimentos e a ges-
Unidade de Alimentação e Nutrição
rências da clientela. Para tanto, deve- tão de uma cozinha industrial envol-
(UAN) de uma empresa metalúrgica
-se realizar, constantemente, estudos vem diversos serviços e pessoas, fun-
na cidade de Piracicaba-SP. Simbio-
de aceitação, de forma a tentar sempre cionários, comensais e fornecedores,
-Logias, v.1, n.1, p.99-110, 2008.
melhorar o atendimento. Uma condi- sendo fundamental, nesse contexto,
ção fundamental para o bom desem- o respeito e preservação dos recursos BARDINI, MMV; CRUZ, A. Determinação
penho das Unidades de Alimentação naturais, que representa uma obriga- do índice de resto-ingestão em Unida-
e Nutrição é o planejamento adequado ção mundial. Experiências aplicadas de de Alimentação e Nutrição do muni-
do volume de refeições a ser preparado. demonstram a redução significativa cípio de Tubarão, Santa Catarina. Rev
Questões como o número de comen- dos custos fixos quando são desen- Hig Alimentar, v.45, p.53-57, 2014.
sais, o cardápio do dia e até mesmo a volvidos trabalhos para redução do CALE, L; Spinelli, MGN. Controle dos
estação climática devem ser considera- consumo de água, energia elétrica, resíduos: responsabilidade social do
das antes de ser definida a quantidade geração de lixo e coleta seletiva. A nutricionista. Nutrição Profissional,
de alimento a ser preparada, a fim de busca por um serviço de alimentação v.4, n.19, p.32-38, 2008.
evitar sobras. Algumas UAN, visando auto-sustentável será o grande desa- CASTRO, MHCA. Resto-Ingesta e acei-
atender as preferências dos clientes e fio das próximas gerações em prol da tação de refeições em uma Unidade
consequentemente reduzir os índices preservação do planeta (MONTEI- de Alimentação e Nutrição. Rev Hig
de RI, passaram a utilizar o cardápio RO e BRUNA, 2004). Alimentar, v.17, n.114/115, p.24-28,
interativo, que é um instrumento ela- 2003.
borado para que o comensal indique COSTA, VSC; CRUZ, MC; NEGREIROS,
numa lista com três opções, aquela que CONCLUSÃO AB. Índice de rejeitos em unidade de
ele desejaria consumir na semana se- alimentação e nutrição localizada no
guinte (CASTRO et al., 2003). O controle do resto-ingesta é im- município do Rio de Janeiro-RJ. Rev
Na Tabela 2 podem ser observados prescindível em uma UAN e carac- Hig Alimentar, v.23, n.176-177, 2009.
os resultados referentes ao cálculo teriza-se como instrumento útil não
DAMASCENO, VO; VIANNA, VRA; VIAN-
do consumo per capita em gramas e só para o controle do desperdício dos
NA, JM; LACIO, M; LIMA, JRP; NOVA-
do número de pessoas que poderiam alimentos, mas também como um in-
ES, JS. Condições higiênico-sanitárias
ser alimentadas com o desperdício na dicador de qualidade, visto que um
de “self-services” do entorno da UFPE
UAN durante o período de realização menor percentual de resto significa
e das saladas cruas por elas servidas.
deste estudo. maior aceitabilidade dos comensais
Rev Hig Alimentar, v.16, n.102-103,
O valor do resto por pessoa observa- ao cardápio.
p.74-78, 2002.
do no presente estudo foi em média de Apesar do RI da unidade estar re-
79 g e, de acordo com Vaz (2006), são gular de acordo com a literatura, a MAISTRO, LC. Estudo do índice de resto

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ingestão em serviços de alimentação. de alimentação e nutrição localizada RODRIGUEZ, AC; FIGUEIREDO, F; HOR-
Nutr em Pauta, v.8, n.45, 2000. no município do Rio de Janeiro, RJ. NM, V; PINTO, CLS; FREIBERG, CK;
MONTEIRO, RZ; BRUNA, GC. Projetos Rev Hig Alimentar, v.23, n.176-177, ALMEIDA, FQA. Análise do Índice de
para atualização de espaços destina- 2009. Resto- Ingestão e de Sobras de uma
dos a serviços profissionais de ali- RICARTE, MPR; fé, mabm; santos, UAN localizada no Município de São
mentação. Cad de Pós-Graduação ihvs; lopes, akm. Avaliação do Paulo, SP. Rev Hig Alimentar, v.24,
em Arquitetura e Urbanismo, v.4, n.1, desperdício de alimentos em uma n.185, p.22-25, 2010.
p.31-46, 2004. Unidade de Alimentação e Nutrição Vaz, CS. Restaurantes: controlando
NEGREIROS, AB; CRUZ, MC; COSTA, Institucional em Fortaleza-CE. Saber custos e aumentando lucros. 2ª ed.
VSC. Índice de rejeitos em unidade Científico, v.1, n.1, p.158-175, 2008. Brasília, Metha, 2006.

Protocolo inédito para produção de mudas de mandioca em larga


escala.

Novo método de multiplicação de mudas de mandioca livres de doenças, resis-


tentes à seca e com boa qualidade genética deverá atender ao pequeno produtor.
Desenvolvido por pesquisadores da Rede de multiplicação e transferência de ma-
teriais propagativos de mandioca com qualidade genética e fitossanitária (Reniva),
a tecnologia permite a reprodução do material em larga escala e de maneira eco-
nomicamente viável.
Iniciado em 2011 na Bahia, o projeto Reniva visa a solucionar uma das dificulda-
des dos pequenos produtores de mandioca – a de encontrar material propagativo
(mudas) de qualidade para a lavoura − e logo foi encampado pelo Plano Brasil sem
Miséria (PBSM). A parceria estabelecida entre a Embrapa e o Instituto Biofábrica
de Cacau (IBC) em torno do projeto gerou um procotolo inédito no mundo para
produção de mandioca em larga escala. A mandiocultura tem grande importância
social por ser alternativa para pequenos produtores na geração de renda e segu-
rança alimentar. 
O processo de produção tem início no Laboratório de Virologia da Embrapa
Mandioca e Fruticultura, com a indexação (análise laboratorial que verifica a pre-
sença ou não de vírus na planta) das duas viroses que ocorrem no Brasil. As
plantas básicas livres de pragas e doenças são, então, encaminhadas para o IBC,
onde são multiplicadas in vitro. A inovação está na forma como são aclimatizadas.
Hoje o IBC mantém estoque permanente de 200 mil mudas em produção — a
capacidade é para 8,8 milhões de mudas. O IBC foi criado para produzir mudas
de cacau e acabou inovando, com novos produtos, fruteiras, essências florestais
etc., e aí entrou o Reniva, que foi incorporado ao processo. (Embrapa Mandioca e
Fruticultura, abr/2-17)

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