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Interpolação Polinomial

de Lagrange e de Hermite

INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL DE LAGRANGE E DE HERMITE

INTRODUÇÃO

Objetivando a preparação aos métodos de aproximação a serem aplicados à


resolução numérica de equações diferenciais ordinárias com valores no contorno e de
equações diferenciais parciais (o método das linhas), apresentam-se neste capítulo os
métodos de interpolação polinomial de Lagrange e de Hermite. O bom entendimento desses
métodos de aproximação facilitará bastante o aprendizado nos métodos de quadratura
numérica que fundamentam o método. Para consolidar seu entendimento, tais métodos
serão aqui apresentados de forma exaustiva e ilustrados por exemplos simples e de fácil
reprodução.

INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL DE LAGRANGE

Tal interpolação é aqui apresentada já visando suas aplicações no desenvolvimento


das expressões de quadratura numérica, sendo assim aplicada a funções contínuas e
definidas no intervalo [0,+1], caso a variável independente do problema não se apresente
nesta forma torna-se necessário normalizar o intervalo aplicando a simples transformação
 xa
linear : xnormalizado    se o intervalo de definição da variável independente x for [a,b].
ba 
A interpolação polinomial de Lagrange consiste em aproximar uma função contínua e
definida no intervalo [0,+1], f  x  , por um polinômio de grau (m-1) :
Pm-1(x), tal que: Pm1  x j   f  x j  , para j = 1, 2, ..., m ; chamando-se os pontos xi ( i = 1, 2,
..., m) de pontos nodais ou pontos de interpolação.
Esse procedimento pode ser facilmente visualizado na Figura abaixo, em que se
adotam 05 (cinco) pontos nodais aproximando a função por um polinômio de quarto grau.
2

1
f x
k

y int x 0
k

y
i
1

2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x ,x ,v
k k i
Fig. 1- Interpolação Polinomial de Lagrange com 05 Pontos (Quarto Grau)
[Curva contínua: Função Exata-Curva Pontilhada: Função Interpolada-Pequenos Quadrados: Pontos Nodais]

1
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

A forma mais direta, mas não necessariamente a mais simples, de gerar o polinômio
m 1
interpolador: Pm-1(x), que pode ser representado por: Pm1  x    ci  xi , é através da
i 0
m 1
resolução do sistema linear: Pm 1  x j    ci  x ij  f  x j  , para j = 1, 2, ..., m , isto é:
i 0

1 x1 x  x   c0   f  x1  
2
1
m 1
1
     
1 x2 x  x   c1   f  x2  
2 m 1
2
  2
  
       
     
1 xm xm
2
 xmm 1  cm 1   f  xm  
A resolução deste sistema linear fornece os valores dos m coeficientes ci, i = 0, 1, ..., m1.

Exemplo Ilustrativo: Determinar o polinômio interpolador de quarto grau da função:


f ( x)  x  sen  2    x  no intervalo [0,+1], utilizando os seguintes pontos de
interpolação: 0,2 ; 0,4 ; 0,5 ; 0,6 e 0,8.
1 0, 2 0, 22 0, 23 0, 24   c0  
 0, 2  sen  0, 4    

    0, 4  sen  0,8    
1 0, 4 0, 42 0, 43 0, 44   c1  
 
O sistema linear é: 1 0,5 0,52 0,53 0,54   c2    0,5  sen 1, 0    
   
1 0, 6 0, 62 0, 63 0, 64   c3   0, 6  sen 1, 2    


1 0,84  c4  
 0,8 0,82 0,83
 0,8  sen 1, 6    
Ou, numericamente:
1 0, 2 0, 04 0, 008 0, 0016   c0   0, 42532540   0, 62875971
1 0, 4 0,16 0, 064 0, 0256   c   0,37174803  7,50787143
   1    
1 0,5 0, 25 0,125 0, 0625   c2    0, 00000000   c   8, 04344900  .
       
1 0, 6 0,36 0, 216 0,1296   c3   0, 45529650   20, 25516188
1 0,8 0, 64 0,512 0, 4096  c4   0,85065081  22, 68130372 
O polinômio interpolador resultante é representado graficamente abaixo:

f x
k
1
y int x
k

y 0
i

1
0 0.5 1
x ,x ,v
k k i

Fig. 2- Interpolação Polinomial de Lagrange com 5 Pontos (4o Grau) Função: f ( x)  x  sen  2    x 
[Curva contínua: Função Exata -Curva Pontilhada: Função Interpolada [Pequenos Losangos: Pontos Nodais]

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Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

Observa-se na Figura anterior que entre os pontos de interpolação, [0,2 x 0,8] a


aproximação polinomial da função é bastante satisfatória, entretanto para valores de x<0,2 e
de x > 0,8 o erro é bem pronunciado, acentuando-se à medida que se distancia dos mesmos
(nesses casos tem-se na realidade uma extrapolação). Esse comportamento é comum a
todas as formas de interpolação polinomial e sua quantificação será apresentada
posteriormente.
A resolução numérica do sistema linear de equações que define os valores dos
coeficientes da aproximação polinomial nem sempre é preciso, pois, em muitos casos, a
matriz característica do sistema  Ai , j  xij 1 , para i, j = 1,  , m  é mal-condicionada.
Além disso, nesse tipo de cálculo, verifica-se que os valores dos coeficientes da
interpolação são muito elevados (em módulo) e, geralmente, de sinais alternados, tal
comportamento é reforçado com o aumento do grau da aproximação (no Exemplo
Ilustrativo acima apesar do módulo da função ser sempre inferior a 1, os coeficientes da
aproximação - com exceção de c0 - são sempre maiores que 1 - em módulo - e aumentam à
medida que o grau aumenta), tal comportamento é também um indicativo das dificuldades e
imprecisões numéricas associadas ao procedimento. Outro aspecto que deve ser ressaltado
é relativo à utilização posterior da interpolação polinomial, pois o objetivo final do
procedimento é calcular o valor da função em outros pontos que não os utilizados na
aproximação, utilizando informações dos valores da função nos pontos nodais para gerar a
aproximação polinomial. Dessa forma, para atender a este objetivo, não há a necessidade de
se calcular os coeficientes da aproximação, procedendo-se na forma proposta originalmente
por Lagrange, que consiste em representar a interpolação na forma:
Pm 1 ( x)   l j  x   f  x j 
m

j 1

Em que: l j  x  : polinômio em x de grau m1, tal que:


 1 para i  j
l j  xi    i , j   [função  de Krönecker]
0 para i  j
Os polinômios l j  x  , para j = 1, ..., m, são chamados de polinômios base da interpolação
de Lagrange e constituem uma base completa de funções polinomiais de mesmo grau [
grau (m-1)], isto é qualquer polinômio de grau (m-1) pode ser expresso por uma
combinação linear destes polinômios.
Como l j  xi   0 para todo ij, isto é para i = 1, 2, ..., (j1), (j+1), ...,m que são as (m-1)
raízes de l j  x  , logo:

l j  x   C j   x  x1    x  x2   x  x j 1    x  x j 1   x  xm   C j    x  xk  , como:
m

k 1
k j

 x  xk 
lj  xj  1 Cj 
m
1
, resulta em: l j  x      para j =1, 2, ..., m

k 1  x j  xk
  x j  xk 
m
k j

k 1
k j

O procedimento de geração dos m polinômios base da interpolação de Lagrange


pode ser implementado pelo programa em MATHCAD a seguir apresentado.

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Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

Lagrange ( zxm)  for j  0  m  1


l 1
j
for i  0  m  1
 z  xi 
l  l   if j  i
j jx x
 j i
l
Outra forma de expressar os polinômios interpoladores de Lagrange pode ser feita
através da definição do polinômio nodal, que é o polinômio de grau m e que se anula em
todos os pontos nodais, assim: Pnodal ( x)  C te   x  x1    x  x2   x  xm  , em que Cte é
m
P ( x)
uma constante arbitrária, note que em vista de:  x  x   C  x  x 
k 1
k te
nodal
e
j
k j

dPnodal ( x)
 P ( x)  dx  (x j )
 x j  xk   xlim
m Pnodal

xj
 te nodal   , pode-se expressar:
k 1
k j

 
x j C  x  x
j  

C te
C te
Pnodal ( x)
l j  x  para j =1, 2, ..., m, em que:
 x  x j   Pnodal
 (x j )
m
Pnodal ( x)  C te   x  x1    x  x2   x  xm   C te    x  xk  .
k 1
Como a Cte se encontra presente no denominador e numerador da última expressão, pode-se
pnodal ( x)
sempre considerar: l j  x   para j =1, 2, ..., m, em que:
 x  x j   pnodal
 xj 
m
pnodal ( x)   x  x1    x  x2   x  xm     x  xk 
k 1
Exemplo Ilustrativo: No exemplo anterior, tem-se: x1 =0,2; x2 = 0,4; x3 = 0,5; x4 = 0,6 e
x5=0,8.
Assim:
l1  x  
 x  0, 4    x  0,5   x  0, 6    x  0,8   x  0, 4    x  0,5   x  0, 6    x  0,8
 0, 2  0, 4    0, 2  0,5   0, 2  0, 6    0, 2  0,8 0, 0144
20 445 2425 2 2875 3 625 4
l1  x    x x  x  x
3 9 18 18 9

l2  x  
 x  0, 2    x  0,5   x  0, 6    x  0,8    x  0, 2    x  0,5   x  0, 6    x  0,8
 0, 4  0, 2    0, 4  0,5   0, 4  0, 6    0, 4  0,8 0, 0016
595 2625 3
l2  x   30   x  975  x 2   x  625  x 4
2 2

4
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

l3  x  
 x  0, 2    x  0, 4    x  0, 6    x  0,8   x  0, 2    x  0, 4    x  0, 6    x  0,8
 0,5  0, 2    0,5  0, 4    0,5  0, 6    0,5  0,8 0, 0009
128 4000 14000 2 2000 3 10000 4
l4  x    x x  x  x
3 9 9 9 9

l4  x  
 x  0, 2    x  0, 4    x  0,5   x  0,8    x  0, 2    x  0, 4    x  0,5   x  0,8
 0, 6  0, 2    0, 6  0, 4    0, 6  0,5   0, 6  0,8 0, 0016
1575 2 2375 3
l4  x   20  215  x  x   x  625  x 4
2 2

l5  x  
 x  0, 2    x  0, 4    x  0,5   x  0, 6    x  0, 2    x  0, 4    x  0,5   x  0, 6 
 0,8  0, 2    0,8  0, 4    0,8  0,5   0,8  0, 6  0, 0144
5 335 650 2 2125 3 625 4
l5  x    x x  x  x
3 18 9 18 9
Resultando em:
 20 128 5 
P4 ( x)    f (0, 2)  30  f (0, 4)   f (0,5)  20  f (0, 6)   f (0,8)  
 3 3 3 
 595 2625 
  30  f (0, 2)   f (0, 4)  975  f (0,5)   f (0, 6)  625  f (0,8)   x 
 2 2 
 1575 2375 
  20  f (0, 2)  215  f (0, 4)   f (0,5)   f (0, 6)  625  f (0,8)   x 2 
 2 2 
 20 128 5 
   f (0, 2)  30  f (0, 4)   f (0,5)  20  f (0, 6)   f (0,8)   x3 
 3 3 3 
5 335 650 2125 625 
   f (0, 2)   f (0, 4)   f (0,5)   f (0, 6)   f (0,8)   x 4
3 18 9 18 9 
Substituindo os valores da função em cada um dos pontos nodais na expressão acima,
obtém-se os mesmos valores dos coeficientes do polinômio interpolador.
Apesar de essa forma aparentar ser mais complexa que a anterior, a mesma é obtida
sem a resolução do sistema linear de equações algébricas. Além disso, os mesmos
polinômios base podem ser utilizados para interpolar qualquer função contínua no
intervalo, bastando calcular os valores da função em cada um dos pontos nodais.


Outra propriedade interessante dos polinômios interpoladores de Lagrange pode ser


obtida quando se aplica a interpolação polinomial à função; f  x   x k para k = 0, 1, 2,...,
(m-1), então como neste caso a interpolação é exata, de (II.22), tem-se:
m
x k   l j  x   x kj , para k = 0, 1, 2, ..., (m-1)
j 1

Algebricamente, os polinômios de Lagrange podem ser interpretados como as


incógnitas deste sistema linear de equações no qual o elemento da linha k e coluna j da
matriz característica é x kj e no qual o elemento k do vetor das constantes é: x k .

5
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

Para ilustrar esta observação, adota-se m=2, assim: com k=0: l1  x   l2  x   1 e com k=1:
x1  l1  x   x2  l2  x   x , resultando no sistema algébrico linear:
1 1   l1  x    1   l1  x   1  x2 1  1  1  x2  x 
x       
 1 x2  l2  x    x  l2  x   x2  x1   x1
 1   x  x2  x1  x  x1 

ERRO NA INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL DE LAGRANGE

Do conceito de interpolação polinomial de Lagrange, tem-se que o valor da


aproximação polinomial de grau (m-1), Pm-1(x), é igual ao valor da função f(x) nos pontos
nodais, isto é o erro da interpolação é nulo nos m pontos nodais, o que permite inferir que a
forma do erro da aproximação é: Erro( x)  f ( x)  Pm1 ( x)  pnodal ( x) ( x)
Para determinar a expressão de ( x) , procede-se de maneira semelhante à utilizada na
análise do resíduo de expansões em séries de potências, definindo-se a função:
Q (t )  f (t )  Pm1 (t )  pnodal (t ) ( x) .
Note que a função Q(t) se anula em (m+1) valores de t que são: x1 , x2 , ... , xm e x (um valor
genérico do argumento original). Desta forma, pelo Teorema do Valor Médio, a derivada da
função Q(t) se anula pelo menos m vezes no interior do intervalo das raízes [intervalo I
composto pelos valores de t contidos entre (a) x e xm caso x < x1 - extrapolação ; (b) x1 e xm
caso x1  x  xm - interpolação- ; (c) x1 e x caso x >xm - extrapolação ], isto é:
dQ(t ) df (t ) dPm 1 (t ) dpnodal (t )
   ( x) tem pelo menos m raízes em I;
dt dt dt dt
dQ(t ) d 2Q(t )
a derivada da função , , anula-se pelo menos m-1 vezes no intervalo I, isto é:
dt dt 2
d 2Q(t ) d 2 f (t ) d 2 Pm 1 (t ) d 2 pnodal (t )
   ( x) contém pelo menos m-1 raízes em I.
dt 2 dt 2 dt 2 dt 2
Induzindo a expressão para a i’ésima derivada de Q(t), resulta que:
d i Q(t ) d i f (t ) d i Pm 1 (t ) d i pnodal (t )
   ( x) contém pelo menos m+1i raízes em I, com
dt i dt i dt i dt i
i variando de 0 a m.
Para o último valor de i (isto é: i = m), resulta:
d mQ(t ) d m f (t ) d m Pm 1 (t ) d m pnodal (t )
   ( x) anula-se pelo menos 1 (uma) vez em I,
dt m dt m dt m dt m
d m Pm 1 (t )
como :  0 [ Pm 1 (t ) é um polinômio em t de grau (m-1)] e
dt m
d m pnodal (t ) 1 d m pnodal (t )
 ( m )!  o coeficiente de t m
em p nodal (t ) é igual a 1   1
dt m (m)! dt m
d mQ(t ) d m f (t )
obtém-se:    m  !( x) contém pelo menos 1 (uma) raiz em I, seja essa
dt m dt m
d mQ(t ) 1  d m f (t ) 
raiz , isto é:  0 , resultando na expressão: ( x) 
 m !  dt m  t 
.
dt m t 

6
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

Concluindo-se que o erro da interpolação polinomial é dado por:


1  d m f (t )  m
Erro( x)     p  x  , sendo  algum ponto de I e: p ( x )    x  xi  :
 m !  dt m  t  nodal nodal
i 1

um polinômio em x de grau m
O erro da aproximação polinomial é assim constituído pelo produto de dois termos:
1  d m f (t ) 
 e (ii) pnodal  x  , o primeiro desses termos depende inerentemente
 m !  dt m  t 
(i)

da função que se está aproximando, independente da seleção dos pontos nodais; já o


segundo termo, que é o próprio polinômio nodal, depende exclusivamente da seleção dos
pontos nodais, seu valor (em módulo) pode ser minimizado segundo critérios bem
definidos.
Analisando a expressão acima, chegam-se as seguintes conclusões:
(a) o Erro da interpolação para funções polinomiais de grau inferior a m é nulo, pois:
d m f (t )
 0 para todo valor de t;
dt m
(b) se f(x) for uma função polinomial de grau m com coeficiente de xm igual a cm o erro da
interpolação será: Erro( x)  cm  pnodal  x  ;
(c) se f(x) for uma função polinomial de grau n > m então o erro da interpolação é:
Erro( x)  qn  m ( x)  pnodal  x  , em que :qn  m ( x) é um polinômio em x de grau n-m .
A Eq. (II.6) é também útil para a análise dos limites superiores do erro da
interpolação, esse tipo de análise é ilustrada no exemplo a seguir.
Exemplo Ilustrativo: Analise o valor máximo do erro na interpolação de 4o grau da função:
f ( x)  sen  2    x  no intervalo [0,+1], utilizando os seguintes pontos de interpolação:
0,2; 0,4; 0,5; 0,6 e 0,8.
d 5 f ( x) d 5 f ( x)
Da expressão de f(x) verifica-se que: 5
 32   5
 cos  2    x   5
 32   5 , o
dx dx
32   5
que permite concluir que: Erro( x)   max pnodal ( x) , mas o max pnodal ( x) ocorre
5!
nos limites do intervalo, isto é em x =0 e em x=+1 quando: pnodal (0)  pnodal (1)  0, 0192 ,
32   5
logo: Erro( x )   0, 0192  1,566821 para 0  x  1.
5!
A seguir, representa-se o gráfico de f(x) versus x (curva contínua) e de fap(x), obtido por
interpolação de Lagrange com os cinco pontos apresentados, versus x (curva pontilhada),
apresentando também ao lado os valores dos erros em x=0 e em x=1.

7
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

1 res( 0 ) = 1.12257

Y res( 1 ) = 1.12257
k
0
Y ap
k

2
0 0.5 1
X
k

Fig. 3- Interpolação Polinomial de Lagrange com 5 Pontos (4o Grau) da Função: f ( x )  sen  2 x 
[Curva contínua: Função Exata - Curva Pontilhada: Função Interpolada com pontos 0,2; 0,4; 0,5; 0,6 e 0,8]
Note que os valores reais do erro em x=0 e em x=1 são ambos inferiores (em
módulo) ao valor máximo previsto pela análise da expressão do resíduo, Eq.(II.6). O alto
valor do módulo do resíduo em x=0 e em x=1 se deve ao fato de o valor da função
aproximada nestes pontos ser obtida por extrapolação. Uma melhoria significativa pode ser
obtida utilizando os pontos x=0 e x=1 como pontos de interpolação, além de 0,25; 0,50 e
0,75. As curvas da função exata e da função aproximada são neste caso apresentadas na
figura abaixo, representando-se ao lado os valores numéricos dos extremos do resíduo e dos
previstos pela expressão do resíduo.
2

max = 0.093913 res( max) = 0.180758


1
Max = 0.906088 res( Max) = 0.180758
Y
k
sol = 0.088892 cte . p nodal ( sol ) = 0.289398
0
Y ap
k Sol = 0.911108 cte . p nodal ( Sol ) = 0.289398

2
0 0.5 1
X
k

Fig. 4- Interpolação Polinomial de Lagrange com 5 Pontos (4o Grau) da Função: f ( x)  sen  2 x 
[Curva contínua: Função Exata - Curva Pontilhada: Função Interpolada com pontos 0; 0,25; 0,5; 0,75 e 1]
Exemplo Proposto: Analise o valor máximo do erro na interpolação de 4o grau da função:
f ( x)  exp( x) no intervalo [0,+1], utilizando os seguintes pontos de interpolação: 0,2; 0,4
; 0,5; 0,6 e 0,8. Refaça o exemplo adotando como pontos de interpolação : 0 ; 0,25 ; 0,50 ;
0,75 e 1e compare com os resultados anteriores.


AVALIAÇÃO DE DERIVADAS NUMÉRICAS ATRAVÉS DA INTERPOLAÇÃO


POLINOMIAL DE LAGRANGE

Nos itens anteriores se utilizou a interpolação polinomial de Lagrange apenas para


calcular os valores aproximados da função em pontos distintos dos pontos nodais, isto é:

8
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

f ( x)  Pm 1 ( x)   l j  x   f  x j  , em que: l j  x  : é um polinômio em x de grau m1,


m

j 1

pnodal ( x)
expresso por: l j  x   para j =1, 2, ..., m , sendo:  j  pnodal
 (x j ) e
 x  x j   j
m
pnodal ( x)   x  x1    x  x2   x  xm     x  xk 
k 1
A expressão anterior pode também ser utilizada para calcular o valor numérico aproximado
das derivadas primeira e segunda da função f  x  em cada ponto nodal, isto é, os valores
df ( x) d 2 f ( x)
de: e para i = 1, 2, ..., m . Utilizando a interpolação de Lagrange para
dx xi dx 2 xi

o cômputo dessas derivadas:


 df ( x)  d l j ( x)
A ij  f  x j 
m
dPm1 ( x)
 dx     Aij 
dx x
 xi dx xi j 1  i
 2  em que :
 B  d l j ( x)
2 2
 d f ( x)  d Pm1 ( x)  B  f  x 
m

 dx 2 dx 2
 ij
 ij
j
dx 2 x
 xi xi j 1
 i

Os termos Aij e Bij podem ser calculados se derivando sucessivamente a expressão de l j (x)
rearranjada na forma:
 x  x j   l j  x   pnodal ( x) , assim:
j
dl j  x 
x  x 
j
dx
 l j  x 
1 dpnodal ( x)
j

dx
; (a)

d 2l j  x  dl j  x  1 d 2 pnodal ( x)
x  x 
j
dx 2
 2
dx

j

dx 2
(b)

e
d 3l j  x  d 2l j  x  1 d 3 pnodal ( x)
x  x 
j
dx3
 3
dx 2

j

dx3
(c)

Adotando x  xi  x j em (a) e em vista de: l j  xi   0 e  i  pnodal


 ( xi ) , tem-se:

d l j ( x) i 
Aij    para xi  x j .
dx x   xi  x j    j 
i  
d l ( x) 1 d 2 pnodal ( x)
Adotando x=xj em (b), tem-se: Ajj  j   .
dx x 2   j dx 2 x j j

9
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

1 d 2 pnodal ( x)
Adotando x  xi  x j em (b) tem-se:  xi  x j   Bij  2  Aij   , mas:
j dx 2 x i

2 2

 2  i  Aii  2   xi  x j   Aij  Aii , pois:
d pnodal ( x) 1 d pnodal ( x)
 2   i  Aii então: 
dx 2
x i
j dx 2
x
j i

i
2  
  xi  x j   Aij , logo: Bij 
d l j ( x) 1
 2  Aij  Aii 
  para xi  x j .
j dx 2 x  i
 xi  x j  
d l j ( x)
2
1 d 3 pnodal ( x)
Adotando x=xj em (c), tem-se B jj    .
dx 2 xj
3  j dx3 x j

 i 
  para j  i
d l j ( x)   ( xi  x j )   j 
Resumindo: Aij   ,e
dx  1 d pnodal ( x)
2

 2   para j  i
xi

dx 2
 i xi

  1 
 2  A   A   para j  i
( xi  x j ) 
ij ii
d 2l j ( x )  
Bij  
dx 2 x  1 d 3 pnodal ( x)
 3   para j  i
i

dx3
 i xi

Nota-se que, para calcular os valores das derivadas da aproximação em cada um dos
pontos nodais, não é necessário gerar os polinômios interpoladores de Lagrange sendo
apenas necessário calcular as três primeiras derivadas do polinômio nodal em cada um dos
pontos nodais.
Para executar este procedimento de forma iterativa, Villadsen & Michelsen (1978)
sugerem o procedimento.
Para i  1 ,  , m e j  1 ,  , m
 pi , j   xi  x j   pi , j 1 com pi ,0  1

 qi , j   xi  x j   qi , j 1 +pi , j -1 com qi ,0  0


 ri , j   xi  x j   ri , j 1 +2  qi , j -1 com ri ,0  0

 si , j   xi  x j   si , j 1 +3  ri,j-1 com si ,0  0
dpnodal ( x) d 2 pnodal ( x) d 3 pnodal ( x)
Em que: = qi , m , =ri ,m e  si ,m .
dx xi dx 2 x
dx 3
x
i i

10
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

A sub-rotina que calcula as três primeiras derivadas do polinômio nodal (normalizado)


programada em MATHCAD é mostrada a seguir:

derivadas ( x m)  for i  1  m
Ii1
p1
q0
r0
s0
for j  1  m
tx x
i j
s  t  s  3 r
r  t  r  2 q
q  t q  p
p  t p
Res q
I 0
Res r
I 1
Res s
I 2

Exemplo Ilustrativo: Calcular numericamente os valores das derivadas primeiras e


segundas da função f ( x)  x  sen  2    x  nos pontos: 0,2; 0,4; 0,5; 0,6 e 0,8. a partir da
aproximação polinomial de 40 grau utilizando estes mesmos pontos como pontos nodais.
Comparar estes valores com os valores exatos.
Adotando o procedimento descrito em (II.9) e (II.10), determinam-se as matrizes:
12 ,5000 45,0000 53,3333 22 ,5000 1,6667
 0,5556 12 ,5000 17 ,7778 5,0000 0,2778
A   0,2083 5,6250 0,0000 5,6250 0,2083
0,27778 5,0000 17 ,7778 12 ,5000 0,5556
 1,6667 22 ,5000 53,3333 45,0000 12 ,5000
e
111,1111  675,0000 977,7778  450,0000 36,1111
 19,4444 0,0000  88,8889 75,0000  5,5556

B    1,3889 112,5000  222,2222 112,5000  1,3889
 
 5,5556 75,0000  88,8889 0,0000 19,4444
 36,1111  450,0000 977,7778  675,0000 111,1111
Baseados nestes valores, calculam-se:
d 2 f ( x) d 2 P4 ( x)
  Ai , j  f  x j  e  Bi, j  f  x j 
5 5
df ( x) dP ( x)
 4  
dx xi dx xi j 1 dx 2 x dx 2 x j 1
i i

para i = 1, 2, 3, 4 e 5.

Apresentando os resultados em forma tabelada, tem-se:

11
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

i xi df ( x) dP4 ( x) d 2 f ( x) d 2 P4 ( x)
dx xi dx xi dx 2 x dx 2 x
i i

1 0,2 1,9316 2,5867 15,1079 29,5061


2 0,4 2,7502 2,8430 23,2941 21,1512
3 0,5 4,4429 4,3863 8,8858 8,8085
4 0,6 4,3168 4,4232 11,7282 8,9778
5 0,8 1,2049 2,1998 36,0854 60,8807
Nota-se uma grande discrepância entre os valores exatos e aproximados das
derivadas primeira e segunda (sobretudo neste último caso) nos pontos 0,2 e 0,8, apenas os
valores das derivadas primeira e segunda no ponto central (x = 0,5) são calculados com
uma precisão razoável. Tais resultados, entretanto, não caracterizam a inadequação do
procedimento para todas as funções, mas pode indicar que a função f ( x)  x  sen  2    x 
é muito mal aproximada por uma função polinomial.
Investigando-se os valores das duas primeiras derivadas nos mesmos pontos para a
função f(x) = exp(x), obtém-se os seguintes resultados.

i xi df ( x) dP4 ( x) d 2 f ( x) d 2 P4 ( x)
dx xi dx xi dx 2 x dx 2 x
i i

1 0,2 0,8187 0,8187 0,8187 0,8168


2 0,4 0,6703 0,6703 0,6703 0,6705
3 0,5 0,6065 0,6065 0,6065 0,6065
4 0,6 0,5488 0,5488 0,5488 0,5486
5 0,8 0,4493 0,4493 0,4493 0,4510
Verificando-se uma grande melhoria na estimação das duas primeiras derivadas, nos
pontos considerados, em comparação com as estimações da função anterior.


INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL DE HERMITE

A interpolação polinomial de Hermite consiste em aproximar uma função contínua


e definida no intervalo [0,+1], f(x), por um polinômio de grau (2m-1) :
dP2 m 1  x  df  x 
P2m-1(x), tal que: P2 m 1  x j   f  x j  e  , para j = 1, 2, ..., m ; sendo
dx x
dx x
j j

os pontos xi ( i = 1, 2, ..., m) os pontos nodais ou pontos de interpolação.


Esse procedimento pode ser visualizado na Figura a seguir, onde se adotam três
pontos nodais aproximando a função por um polinômio de quinto grau.

12
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

f x
k

y int x 0
k

y
i

1
0 0.5 1
x ,x ,v
k k i
Fig. 5- Interpolação Polinomial de Hermite com 03 Pontos (50 Grau)
[Curva contínua: Função Exata - Curva Pontilhada: Função Interpolada- Pequenos Quadrados: Pontos Nodais]
A forma direta de gerar o polinômio interpolador: P2m-1(x), representado por:
2 m 1
P2 m 1  x    c x
i 0
i
i
, é através da resolução do sistema algébrico linear:
2 m 1 2 m 1
P2 m 1  x j    ci  xij  f  x j  e P2m1  x j    i c  x i
i 1
j  f   x j  , para j = 1, 2, ..., m
i 0 i 0

 1 x1 x12  x12 m1   f  x1  


 2 m 1   
x2   f  x2  
2
 1 x2 x2 
      c0    
 2 m 1    
 1 xm xm 
2
xm   c1   f  xm  
0  
1 2 x1   2m  1  x12 m  2      f   x1  
     
0 1 2 x2   2m  1  x22 m  2  c2 m 1   f   x2  
       
   
 0 1 2 xm   2m  1  xm2 m  2   f   xm  
A resolução do sistema algébrico linear acima fornece os valores dos coeficientes ci , para i
= 0, 1, ..., 2m1.
Exemplo Ilustrativo: Determinar o polinômio interpolador de Hermite de 5o grau da função
f ( x)  x  sen  2    x  no intervalo [0,+1], utilizando os seguintes pontos de
interpolação: 0,2; 0,5 e 0,8.
 0, 2  sen  0, 4  
 
 0,5  sen 1, 0  
1 0, 2 0, 22 0, 23 0, 24 0, 25   c0   
 5     0,8  sen 1, 6  
1 0,5 0,52 0,53 0,54 0,5   c1  
sen  0, 4  
1 0,8 0,82 0,83 0,84 0,85  c2   2   0, 2  cos  0, 4   
 4 
  2 0, 2 
0 1, 0 2  0, 2 3  0, 22 4  0, 23 5  0, 2   c3   
0 1, 0 2  0,5 3  0,52 4  0,53 5  0,5 4 
c   2   0,5  cos 1, 0  
sen 1, 0   
  
4
  2 0,5 
0 1, 0 2  0,8 3  0,82 4  0,83 5  0,84   c5   
 sen 1, 6  
 2   0,8  cos 1, 6   
 2 0,8 

13
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

Ou, numericamente:
1 0, 2 0, 04 0, 008 0, 0016 0, 00032  c0   0, 4253254   c0   0,35225549 
1 0,5 0, 25 0,125 0, 0625 0, 03125   c   0, 0000000   c   4,96315397 
   1    1  
1 0,8 0, 64 0,512 0, 4096 0,32768  c2   0,85065081 c2   51, 0962438 
       
0 1, 0 0, 40 0,120 0, 0320 0, 00800   c3   1,93162836   c3   152, 79666262 
0 1, 0 1, 00 0, 750 0,5000 0,31250  c4   4, 44288294  c4   164, 21527662 
         
0 1, 0 1, 60 1,920 2, 0480 2, 04800   c5   1, 20497295   c5   57,87556516 
Representado graficamente abaixo:
1

f x 0.5
k

y int x 0
k

y
i
0.5

1
0 0.5 1
x ,x ,v
k k i

Fig. 6- Interpolação Polinomial de Hermite com 3 Pontos (5o Grau)-Função: f ( x )  x  sen 2x
[Curva contínua: Função Exata-Curva Pontilhada: Função Interpolada-Pequenos Losangos: Pontos Nodais]

Observa-se na Figura acima que entre os pontos de interpolação, isto é: 0,2  x 


1,0 a aproximação polinomial da função é bastante satisfatória, entretanto para valores de
x<0,2 o erro da aproximação é mais pronunciado (compare com a Fig. 2).
O procedimento de determinação direta dos coeficientes da interpolação polinomial
de Hermite apresenta as mesmas limitações já apresentadas na interpolação polinomial de
Lagrange. No presente caso, a aproximação polinomial pode ser calculada segundo um
procedimento semelhante ao de Lagrange, e que é apresentado a seguir.
Visando satisfazer as 2m especificações impostas, propõe-se a forma:
P2 m1 ( x)   g j  x  , em que: g j  x  = l j  x     f  x j   a j  x  x j   para j= 1,...,m são
m
2

j 1

polinômios em x de grau 2  m  1 , que satisfazem a:


 f  x j  para i  j
i-) g j  xi   
 0 para i  j
dg  x   d l j  x  
ii-) j  l j  x    2   f  x j   a j   x  x j    a j  l j  x   que para x  xi  x j é
dx  dx   
nulo e para x  x j , resultando em:
dg j  x 
 f   x j   2  Ajj  f  x j   a j  a j  f   x j   2  Ajj  f  x j  .
dx xj

14
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

Obtendo-se:


P2 m 1 ( x)   l j  x    f  x j    f   x j   2  Ajj  f  x j     x  x j  
m
2

j 1
(A)
dl j  x 
Em que: Ajj 
dx xj

  x  x j   l j  x   nodal
pnodal ( x) p ( x)
Em vista de: l j  x    (xj ) .
, em que:  j  pnodal
 j  (x  x j ) j
O que permite expressar (A) na forma:
 m l  x  
P2 m 1 ( x)   l j  x    f  x j     f   x j   2  Ajj f ( x j )   j
m
2
  p ( x) , em que:
j 1  j 1  j  nodal
dl j  x  m
Ajj   ( x j ) e pnodal ( x)   x  x1    x  x2   x  xm     x  xk 
,  j  pnodal
dx xj k 1

É importante analisar os graus dos dois termos do membro direito da ultima expressão
assim:
 f  x j  : polinômio em x de grau 2  m  2 ;
m

 l  x 
2
(a) Termo: j
j 1

 m l j  x  
(b) Termo:   f   x j   2  Ajj f ( x j )     p ( x)  qm 1  x   pnodal ( x) é um
 j 1  j  nodal
polinômio em x de grau 2  m  1 resultante do produto de um polinômio em x de grau
m  1 , qm 1  x  , por um polinômio em x de grau m,
m
pnodal ( x)   x  x1    x  x2   x  xm     x  xk  , o polinômio nodal.
k 1

Outra forma da interpolação de Hermite pode ser obtida se colocando em (A) os


termos f(xj) e f   x j  em evidência, resultando em:

f ( x)  P2 m 1 ( x)   s j  x   f  x j    r j  x   f   x j  , em que:
m m

j 1 j 1

s j ( x)  1  2  Ajj  ( x  x j )   l j  x   e r j ( x)  ( x  x j )  l j  x   [para j =1, 2, ..., m] são


2 2

polinômios de grau 2  m  1 em x e l j  x  e Ajj tem o mesmo significado apresentado na


interpolação de Lagrange.

Exemplo Ilustrativo:No exemplo anterior, tem-se: x1 =0,2; x2 = 0,5 e x3 = 0,8.Assim:


 x  1/ 2    x  4 / 5  5  4  13  x  10  x 2  A  d l1  x   5
l1  x  
1/ 5  1/ 2   1/ 5  4 / 5 9
  11 dx
0,2

 x  1/ 5   x  4 / 5   4  4  25  x  25  x 2  A  d l2  x   0
l2  x  
1/ 2  1/ 5  1/ 2  4 / 5 9
  22 dx
0,5

15
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

 x  1/ 5   x  1/ 2   5  1  7  x  10  x 2  A  d l3  x   5
l3  x  
 4 / 5  1/ 5   4 / 5  1/ 2  9
  33 dx
0,8

Determinando-se:
25 5
s1 ( x)   (10  x  1)   4  13  x  10  x 2  e r1 ( x)    5  x  1   4  13  x  10  x 2  ;
2 2

81 81
s2 ( x)    4  25  x  25  x 2  e r2 ( x)    2  x  1   4  25  x  25  x 2  ;
16 2 8 2

81 81
25 5
s3 ( x)    9  10  x   1  7  x  10  x 2  e r3 ( x)    5  x  4   1  7  x  10  x 2 
2 2

81 81
Os gráficos desses polinômios são mostrados abaixo.

0.8
s1 xk 
0.05
r1 xk 

s2 xk  r2 xk 
0.6
0
s3 xk 0.4 r3 xk 

0.2  0.05

0
0.2 0.4 0.6 0.8 0.2 0.4 0.6 0.8
xk xk

Resultando em:
  x  0,5    x  0,8     x  0, 2    x  0,8  
2 2

P5 ( x)  10  x  1    f (0, 2)     f (0,5) 


 0,18   0, 09 
  x  0, 2    x  0,5     x  0,5    x  0,8  
2 2

  9  10  x     f (0,8)  ( x  0, 2)     f (0, 2) 
 0,18   0,18 
  x  0, 2    x  0,8     x  0, 2    x  0,5  
2 2

 ( x  0,5)     f (0,5)  ( x  0,8)     f (0,8)


 0, 09   0,18 


ERRO NA INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL DE HERMITE

De forma semelhante à interpolação polinomial de Lagrange, chega-se à seguinte


expressão do erro na interpolação polinomial de Hermite:
1  d 2 m f (t ) 
  pnodal  x   , sendo  algum ponto de I e :
2
Erro( x)   
 2m !  dt  t 
2m

m
pnodal ( x)    x  xi  : um polinômio em x de grau m.
i 1
Analisando a expressão acima, chegam-se às seguintes conclusões:
(a) o erro da interpolação é nulo para funções polinomiais em x de grau inferior a 2m, pois:
d 2 m f ( x)
 0 para todo valor de x;
dx 2 m

16
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

(b) se f(x) for uma função polinomial em x de grau 2m em que c2m é o coeficiente de x2m,
então o erro da interpolação será: Erro( x)  c2 m   pnodal  x   ;
2

(c) se f(x) for uma função polinomial em x de grau n > 2m então o erro da interpolação
será:
Erro( x)  qn  2 m ( x)   pnodal  x   , em que :qn  2 m ( x) é um polinômio em x de grau n-2m
2

Exemplo Ilustrativo: Analise o valor máximo do erro na interpolação de 5o grau da função:


f ( x)  sen  2    x  no intervalo [0,+1], utilizando os valores da função e de sua derivada
nos pontos : 0,2; 0,5 e 0,8.
d 6 f ( x) d 6 f ( x)
Da expressão de f(x) verifica-se que:   64   6
sen  2    x    64   6 . O
dx 6 dx 6
64   6
que permite concluir que: Erro( x) 
2 2
max pnodal ( x) , mas o max pnodal ( x) ocorre
6!
nos limites do intervalo, isto é, em x=0 e em x=+1, cujo valor é:
64 6
pnodal (0)  pnodal (1)  0, 0064 , logo: Erro( x)  0,0064  0,5469 para 0  x  1.
2 2

6!

A seguir, representa-se o gráfico de f(x) versus x (curva contínua) e de fap(x), obtido por
interpolação polinomial de Hermite com os três pontos apresentados, versus x (curva
pontilhada), apresentando também ao lado os valores dos erros em x=0 e em x=1.

f x 1
k Erro em x=0 : -0,1935
y int x 0 Erro em x=1 : +0,1935
k

y
i
1

2
0 0.5 1
x ,x ,v
k k i

Fig. 7- Interpolação Polinomial de Hermite com 3 Pontos (5o Grau)Função: f ( x )  sen  2    x 


[Curva contínua: Função Exata-Curva Pontilhada: Função Interpolada com pontos 0,20; 0,50 e 0,80]

De forma semelhante à apresentada no exemplo ilustrativo da interpolação de Lagrange,


investiga-se a melhoria da interpolação utilizando x=0 e x=1 além de x=0,5 como pontos de
interpolação, neste caso pode se estimar um valor superior do módulo do erro através de
64   6
(II.15), resultando em: Erro( x) 
2
max pnodal ( x) , no presente caso o polinômio
6!

17
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

dpnodal ( x)
nodal é pnodal ( x)  x   x  0,5    x  1  x3  1,5 x 2  0,5 x   3x 2  3x  0,5 que
dx
 1 
se anula nos pontos: 0,5 1   em que pnodal ( x)  0, 0481 . Assim:
 3
64   6
max pnodal ( x)  0, 0023 e Erro( x)   0, 0023  0,1978 para 0  x  1.
2

6!
A representação gráfica dessa nova aproximação é mostrada na Figura a seguir.
2

f x 1
k Erros máximos (em módulo) em x=0,1766 e
y int x 0 em x=0,8234 , com o valor de 0,03915
k

y
i
1

2
0 0.5 1
x ,x ,v
k k i
Fig. 8- Interpolação Polinomial de Hermite com 3 Pontos (5o Grau)Função: f ( x )  sen  2    x 
[Curva contínua: Função Exata-Curva Pontilhada: Função Interpolada com pontos 0; 0,50 e 1]
Exemplo Proposto: Analise o valor máximo do erro na interpolação de 5o grau da
função: f ( x)  exp( x) no intervalo [0,+1], utilizando os valores da função e de sua
derivada nos seguintes pontos de interpolação: 0,2; 0,5 e 0,8. Refaça o exemplo adotando
como novos pontos de interpolação : 0 ; 0,50 e 1e compare com os resultados anteriores.


INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL MISTA DE LAGRANGE/HERMITE

A interpolação polinomial mista de Lagrange/Hermite será definida como sendo a


aproximação de uma função contínua e definida no intervalo [0,+1], f  x  , por um
polinômio em x de grau 2  m , P2 m  x  , satisfazendo a: P2 m  x j   f  x j  e P2m  x j   f   x j 
nos pontos de interpolação internos, isto é, para j  1, 2,  , m e, além disso, uma das duas
possibilidades abaixo:
(a) P2 m  x0   f  x0  , em que x0 = 0 [extremidade inferior é também ponto de
interpolação];
(b) P2 m  xm1   f  xm1  , em que xm+1 = 1 [extremidade superior é também ponto de
interpolação].
A interpolação polinomial mista de Lagrange/Hermite pode também ser definida como a
aproximação de uma função contínua e definida no intervalo [0,+1], f  x  , por um
polinômio em x de grau 2  m +1, P2 m 1  x  , satisfazendo a: P2 m1  x j   f  x j  e

18
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

P2m1  x j   f   x j  nos pontos de interpolação internos, isto é, para j  1, 2,  , m e, além


disso; P2 m 1  x0   f  x0  , em que x0 = 0 e P2 m 1  xm 1   f  xm1  , em que xm+1 = 1
[extremidades inferior e superior são também pontoa de interpolação].

INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL MISTA DE LAGRANGE/HERMITE: usando a


extremidade inferior como ponto de interpolação
A forma direta de gerar o polinômio interpolador: P2m (x), representado por:
2m
P2 m  x    ci  xi , é através da resolução do sistema algébrico linear:
i 0

P2 m  x j    ci  xij  f  x j  para j  0, 1, 2, ..., m e


2m

i 0
,
P2m  x j    i  ci  x  f   x j  para j  1, 2, ..., m
2m
i 1
j
i 0

1 0 0  0   f 0 
   
 1 x1 x12  x12 m   f  x1  
 1 x2 x22  x22 m   c0   f  x2  
     
      c1    
1 x xm2  xm2 m        f  xm  
 m
  
0 1 2 x1  2  m  x12 m 1  c2 m 1   f   x1  
0  
1 2 x2  2  m  x22 m 1  c2 m   f   x2  
 
       
 2 m 1   
0 1 2 xm  2  m  xm   f   xm  
A resolução do sistema algébrico linear acima fornece os valores dos coeficientes ci , para i
= 0, 1, ..., 2m.

Fundamentado na interpolação de Hermite, chega-se a:


2
 p ( x)  m
P2 m ( x)   nodal   f  x0    g j  x  
 pnodal (0)  j 1

Em que: pnodal ( x)   x  x1    x  x2   x  xm  [o polinômio nodal considerando


exclusivamente os pontos internos de interpolação] e
g j  x  =  l j  x     f  x j   a j   x  x j   , para j= 1,..., m são polinômios em x de grau
x 2

xj
2m, que devem satisfazer a:
 f  x j  para i  j
i-) g j  xi    (já satisfaz!); ii-) g j  x0   g j  0   0 (já satisfaz!);
 0 para i  j
dg j  x
iii-)  f   x j    i , j , calculando a derivada:
dx x
i

19
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

dg j  x   x d l  x  l j  x   
   f  x j   a j   x  x j    a j   l j  x  
x
 l j  x     2   j 
dx   x j dx x j  xj 
dg j  x
para: x  xi  x j  0 pois l j  xi   0 quando i  j (já satisfaz!);
dx x
i

dg j  x  1  1
para : x  x j ,  f   x j    2  Ajj    f  x j   a j  a j  f   x j    2 Ajj    f  x j 
dx x
j
 x j   x j 
Assim, o polinômio P2m(x) é expresso por:
2
 p ( x) 
P2 m ( x)   nodal   f  x0  
 pnodal (0) 
2    1  
  l j  x     f  x j    f   x j    2  Ajj    f ( x j )   ( x  x j ) 
m
x
 (B)
j 1 x j  x j  
  
dl j  x 
em que: Ajj   (x j )
e  j  pnodal
dx xj

Usando na expressão acima a propriedade:  x  x j   l j  x  


pnodal ( x)
, obtém-se:
j
 pnodal ( x) 
2
 m   1  l j  x  
   
m
x
     
2
P2 m ( x)     f x   l
 j x 
  f x    f  x   2  A   f ( x j 
)   x  pnodal ( x)
 x j    j  x j 
0 j j jj
 pnodal (0)  j 1 x j
 j 1  
É importante analisar os graus dos três termos do membro direito da última expressão,
assim:
2
 p ( x) 
(a) Termo:  nodal   f  x0  polinômio em x de grau 2  m ;
 pnodal (0) 
(b) Termo:   l j  x    f  x j  : polinômio em x de grau 2  m  1 ;
m
x 2

j 1 x j

 m   1  l j  x  
 
(c) Termo:   f  x j   2  Ajj   f ( x j )  
x j 
  x  pnodal ( x)  qm 1  x   x  pnodal ( x)
 j 1     j  x j 
é um polinômio em x de grau 2  m resultante do produto de um polinômio em x de grau
m  1 , qm 1  x  , por um polinômio em x de grau m  1, x  pnodal ( x) . Esse último polinômio
pode ser interpretado como um novo polinômio nodal, pois x=x0=0 passou a ser também

um ponto de interpolação, isto é: pnodal  x    x  x0    x  x1     x  xm   x  pnodal ( x) .
Colocando em (B) os termos f  x j  e f   x j  em evidência, resulta:
2
 p ( x) 
f ( x)  P2 m ( x)   s j  x   f  x j    r j  x   f   x j  , em que: s0  x    nodal  ,
m m

j 0 j 1  pnodal (0) 

20
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

x 2 
  1 
s j  x   l j  x    1   2  Ajj    ( x  x j )  para j  1, 2,  , m e
 x j 
xj   
x
r j  x    l j  x    ( x  x j ) todos polinômios em x de grau 2m.
2

xj

INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL MISTA DE LAGRANGE/HERMITE: usando a


extremidade superior como ponto de interpolação

A forma direta de gerar o polinômio interpolador: P2m (x), representado por:


2m
P2 m  x    ci  xi , é através da resolução do sistema algébrico linear:
i 0

P2 m  x j    ci  xij  f  x j  para j  1, 2, ..., m, m  1 e


2m

i 0
,
P2m  x j    i  ci  x  f   x j  para j  1, 2, ..., m
2m
i 1
j
i 0

 1 x1 x12  x12 m   f  x1  
   
 1 x2 x22  x22 m   f  x2  
      c0    
     
 1 xm xm2  xm2 m   c1   f  xm  
  
1 1 1  1       f 1 
 
0 1 2 x1  2  m  x12 m 1  c2 m 1   f   x1  
   
0 1 2 x2  2  m  x22 m 1  c2 m   f   x2  
       
   
0 1 2 xm  2  m  xm2 m 1   f   xm  
A resolução do sistema algébrico linear acima fornece os valores dos coeficientes ci , para i
= 0, 1, ..., 2m.

Fundamentado na interpolação de Hermite, chega-se a:


2
m
 p ( x) 
P2 m ( x )   g j  x    nodal   f  xm 1 
j 1  pnodal (1) 
Em que: pnodal ( x)   x  x1    x  x2   x  xm  e
1 x
g j  x =  l j  x     f  x j   a j   x  x j   , para j= 1,..., m são polinômios em x de
2

1 xj
grau 2m, que devem satisfazer a:
 f  x j  para i  j
i-) g j  xi    (já satisfaz!); ii-) g j  xm 1   g j 1  0 (já satisfaz!);
 0 para i  j

21
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

dg j  x
iii-)  f   x j    i , j , calculando a derivada:
dx xi

dg j  x    1  x  dl j  x  l j  x    1 x  
 l j  x     2  
       f  x j   a j   x  x j    a j     l j  x  
dx    1  x j  dx 1  x j   1 x j  
dg j  x
para: x  xi  x j  0 pois l j  xi   0 quando i  j (já satisfaz!);
dx xi

dg j  x  1   1 
para : x  x j ,  f   x j    2  Ajj    f  x j   a j  a j  f   x j    2  Ajj    f  xj 
dx x 
 1  x j 
 
 1  x j 
j

Assim, o polinômio P2m(x) é expresso por:


2    
m    
1 x 
  l j  x     f  x j    f   x j    2  Ajj 
1
P2 m ( x)      f ( x j )   ( x  x j )  

j 1  1  x j 1 xj
      
2
 p ( x) 
  nodal   f  xm 1  (C)
 pnodal (1) 
dl j  x 
em que: Ajj   (x j )
e  j  pnodal
dx xj

Usando na expressão acima a propriedade:  x  x j   l j  x  


pnodal ( x )
, obtém-se:
j
 1 x 
2
p ( x) 
  l j  x    f  x j    nodal
m
P2 m ( x )      f  xm 1  
2


j 1  1  x j   pnodal (1) 
 m   1   l j  x  
    f   x j    2  A jj    f ( x j )    1  x   pnodal  x 
 j 1 

 1  x j

 
  j 1  x j  
É importante analisar os graus dos três termos do membro direito da última
expressão, assim:
m 
1 x 
(a) Termo:    l j  x    f  x j  : polinômio em x de grau 2  m  1 ;
2

 

j 1  1  x j 
2
 p ( x) 
(b) Termo:  nodal   f  xm 1  : polinômio em x de grau 2  m ;
 pnodal (1) 
(c) Termo:   f   x j    2  Ajj  1   f ( x j )   l j  x    1  x   pnodal  x   qm1  x   1  x   pnodal ( x)
m 

  j 1  x j  
  1 xj 
 j 1  
é um polinômio em x de grau 2  m resultante do produto de um polinômio em x de grau
m  1 , qm 1  x  , por um polinômio em x de grau m  1, 1  x   pnodal ( x) .
Esse último polinômio pode ser interpretado como um novo polinômio nodal, pois x=xm+1=
1, passou a ser também um ponto de interpolação, isto é:

22
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite


pnodal  x    x  x1     x  xm    x  xm1    1  x   pnodal ( x) .
Colocando em (C) os termos f  x j  e f   x j  em evidência, resulta:
m 1
f ( x)  P2 m ( x)   s j  x   f  x j    r j  x   f   x j  , em que:
m

j 1 j 1

 1 x  2   1  
s j  x     l j  x    1   2  Ajj    ( x  x j )  para j  1, 2,  , m ,
 1 x 1 xj
 j     
 1 x 
2
 p ( x) 
sm 1  x    nodal  e r j  x      l j  x    ( x  x j ) todos polinômios em x de grau
2

1 x
 pnodal (1)   j 
2m.

INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL MISTA DE LAGRANGE/HERMITE:usando ambas as


extremidades como pontos de interpolação

A forma direta de gerar o polinômio interpolador: P2m+1(x), representado por:


2 m 1
P2 m 1  x    c x
i 0
i
i
, é através da resolução do sistema algébrico linear:
2 m 1
P2 m 1  x j    c x i
i
j  f  x j  para j  0, 1, 2, ..., m, m  1 e
i 0
2 m 1
,
P2m 1  x j    i c  x i
i 1
j  f   x j  para j  1, 2, ..., m
i 0

1 0 0  0 0   f  0 
   
 1 x1 x12  x12 m x12 m 1   f  x1  
 1 x2 x22  x22 m x22 m 1   c0   f  x  
 
2 
  
         1 
c   
1 x      
f  xm  
2 m 1
 xm  xm
2 2m
xm  

m

1 1 1  1 1  c2 m 1   f 1 

  2m     f x 
   1 
2 m 1
 0 1 2 x1  2  m  x1 2  m  1  x1   c2 m

0 1 2 x2  2  m  x2 2 m 1
2   m  1  x2 2m 
c2 m 1   f   x2  
   
        
0 2   m  1  xm2 m    
 1 2 xm  2  m  xm2 m 1  f  xm  
A resolução do sistema algébrico linear acima fornece os valores dos coeficientes ci , para i
= 0, 1, ..., 2m+1.

Fundamentado na interpolação de Hermite, chega-se a:


2 2
 p ( x)  m
 p ( x) 
P2 m 1 ( x)   nodal   1  x   f  x0    g j  x    nodal   x  f  xm 1 
 pnodal (0)  j 1  pnodal (1) 

23
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

Em que: pnodal ( x)   x  x1    x  x2   x  xm  e
x  1  x 
g j  x =  l j  x     f  x j   a j   x  x j   , para j= 1,..., m são polinômios em x
2

x j  1  x j  
de grau 2m+1, que devem satisfazer a:
 f  x j  para i  j
i-) g j  xi    (já satisfaz!); ii-) g j  x0   g j  0   0 (já satisfaz!);
 0 para i  j
iii-) g j  xm 1   g j 1  0 (já satisfaz!);
dg j  x
iv-)  f   x j    i , j , calculando a derivada:
dx xi

dg j  x   x  1  x  d l j  x  1  2  x   l j  x   x  1  x  
 l j  x     2       f  x j   a j   x  x j    a j   l j  x 
x j  1  x j  x j  1  x j   x j  1  x j 
 
dx dx 
dg j  x
para: x  xi  x j  0 pois l j  xi   0 quando i  j (já satisfaz!);
dx xi

dg j  x  1 2  xj 
para : x  x j ,  f   x j    2  Ajj    f  xj   aj 
dx xj  x j  1  x j  

 1 2  xj 
a j  f   x j    2  Ajj    f xj 
 x j  1  x j  
Assim, o polinômio P2m+1(x) é expresso por:
2
 p ( x) 
P2 m 1 ( x)   nodal   1  x   f  x0  
 pnodal (0) 
 x  1 x    1 2  xj   
 
  f  x j    f   x j    2  Ajj    f  x j    x  x j  
m

 x  1  x   l  x 
2

x j  1  x j  
(D)
j
    
j 1 j j 
2
 p ( x) 
  nodal   x  f  xm 1 
 pnodal (1) 
dl j  x 
em que: Ajj  e  j  pnodal
 (x j )
dx xj

Usando na expressão acima a propriedade:  x  x j   l j  x  


pnodal ( x)
, obtém-se:
j

24
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

x  1  x 
2 2
 p ( x)   p ( x) 
 l j  x    f  x j    nodal   x  f  xm 1  
m
P2 m 1 ( x)   nodal   1  x   f  x0   
2

 pnodal (0)  j 1 x j  1  x j   pnodal (1) 

x  1  x  l j  x     1 2  xj   
   f   x j    2  Ajj    f  x j     x  1  x   pnodal  x 
m
  x  1  x    j   x j  1  x j    
j 1 j j
  
É importante analisar os graus dos três termos do membro direito da última
expressão, assim:
m 
1 x 
(a) Termo:     l j  x    f  x j  : polinômio em x de grau 2  m  1 ;
2


j 1  1  x j 
2
 p ( x) 
(b) Termo:  nodal   f  xm 1  : polinômio em x de grau 2  m ;
 pnodal (1) 
(c) Termo:   f   x j    2  Ajj  1   f ( x j )   l j  x    1  x   pnodal  x   qm1  x   1  x   pnodal ( x)
m 

 j 1 
 
 1 xj    j 1  x j  
é um polinômio em x de grau 2  m resultante do produto de um polinômio em x de grau
m  1 , qm 1  x  , por um polinômio em x de grau m  1, 1  x   pnodal ( x) .
Esse último polinômio pode ser interpretado como um novo polinômio nodal, pois x=xm+1=
1, passou a ser também um ponto de interpolação, isto é:

pnodal  x    x  x1     x  xm    x  xm1    1  x   pnodal ( x) .
Colocando em (D) os termos f  x j  e f   x j  em evidência, resulta:
m 1
f ( x)  P2 m 1 ( x)   s j  x   f  x j    r j  x   f   x j  , em que:
m

j 0 j 1

 1 x  2    1  
s j  x     l j  x    1   2  Ajj    ( x  x j )  para j  1, 2,  , m ,
 1 xj 1 xj
     
 1 x 
2
 p ( x) 
sm 1  x    nodal  e r j  x      l j  x    ( x  x j ) todos polinômios em x de grau
2

 1 x
 pnodal (1)   j 
2m.

ERRO NA INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL MISTA DE LAGRANGE/HERMITE:usando a


extremidade inferior como ponto de interpolação

De forma semelhante à interpolação polinomial de Lagrange, chega-se à seguinte


expressão do erro na interpolação polinomial mista de Lagrange/Hermite:
1  d 2 m 1 f (t ) 
 x   pnodal  x   , onde  é algum ponto de I e:
2
Erro( x)   
 2  m  1!  dt 2 m 1
 t 
m
pnodal ( x)    x  xi  : polinômio de grau m.
i 1
Analisando a expressão acima, chegam-se as seguintes conclusões:

25
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

(a) o erro da interpolação é nulo para funções polinomiais de grau inferior a 2  m  1 , pois:
d 2 m 1 f (t )
 0 para todo valor de t;
dt 2 m1
(b) se f  x  for uma função polinomial de grau 2  m  1 cujo coeficiente de x2m+1 é c2m+1
então o erro da interpolação será: Erro( x)  c2 m 1  x   pnodal  x   ;
2

(c) se f  x  for uma função polinomial em x de grau n > 2  m  1 então o erro da


interpolação será: Erro( x)  qn  2 m 1 ( x)  x  [ pnodal  x  ]2 , em que :qn  2 m1 ( x) é um
polinômio em x de grau n  2  m  1 .

ERRO NA INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL MISTA DE LAGRANGE/HERMITE:usando a


extremidade superior como ponto de interpolação
De forma semelhante à interpolação polinomial de Lagrange, chega-se à seguinte
expressão do erro na interpolação polinomial mista de Lagrange/Hermite:
1  d 2 m 1 f (t ) 
  x  1   pnodal  x   , onde  é algum ponto de I e:
2
Erro( x)   
 2  m  1!  dt 2 m 1
 t 
m
pnodal ( x)    x  xi  : polinômio de grau m.
i 1
Analisando a expressão acima, chegam-se as seguintes conclusões:
(a) o erro da interpolação é nulo para funções polinomiais de grau inferior a 2  m  1 , pois:
d 2 m 1 f (t )
 0 para todo valor de t;
dt 2 m1
(b) se f  x  for uma função polinomial de grau 2  m  1 cujo coeficiente de x2m+1 é c2m+1
então o erro da interpolação será: Erro( x)  c2 m 1  x   pnodal  x   ;
2

(c) se f  x  for uma função polinomial em x de grau n > 2  m  1 então o erro da


interpolação será:
Erro( x)  qn  2 m 1 ( x)   x  1  [ pnodal  x  ]2 , em que :qn  2 m 1 ( x) é um polinômio em x de
grau n  2  m  1 .

ERRO NA INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL MISTA DE LAGRANGE/HERMITE:usando as


extremidades inferior e superior como pontos de interpolação

De forma semelhante à interpolação polinomial de Lagrange, chega-se à seguinte


expressão do erro na interpolação polinomial mista de Lagrange/Hermite:
1  d 2 m 2 f (t ) 
 x   x  1   pnodal  x   , onde  é algum ponto de I e:
2
Erro( x)   
 2  m  2 !  dt 2 m 2
 t 
m
pnodal ( x)    x  xi  : polinômio de grau m.
i 1
Analisando a expressão acima, chegam-se as seguintes conclusões:
(a) o erro da interpolação é nulo para funções polinomiais de grau inferior a 2  m  2 , pois:

26
Interpolação Polinomial
de Lagrange e de Hermite

d 2 m  2 f (t )
 0 para todo valor de t;
dt 2 m 2
(b) se f  x  for uma função polinomial de grau 2  m  2 cujo coeficiente de x2m+2 é c2m+2
então o erro da interpolação será: Erro( x)  c2 m  2  x   x  1   pnodal  x   ;
2

(c) se f  x  for uma função polinomial em x de grau n > 2  m  2 então o erro da


interpolação será: Erro( x)  qn  2 m  2 ( x)  x   x  1  [ pnodal  x  ]2 , em que :qn  2 m  2 ( x) é um
polinômio em x de grau n  2  m  2 .

27

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