O documento resume o enredo do livro Fahrenheit 451, descrevendo uma distopia onde livros são proibidos e queimados por bombeiros. Montag é um bombeiro que começa a questionar esta sociedade após conversas com Clarisse, que o faz começar a esconder e ler livros. Ele acaba se tornando um foragido após ser denunciado e foge para a Cidade dos Homens Livro, onde livros ainda são preservados.
O documento resume o enredo do livro Fahrenheit 451, descrevendo uma distopia onde livros são proibidos e queimados por bombeiros. Montag é um bombeiro que começa a questionar esta sociedade após conversas com Clarisse, que o faz começar a esconder e ler livros. Ele acaba se tornando um foragido após ser denunciado e foge para a Cidade dos Homens Livro, onde livros ainda são preservados.
O documento resume o enredo do livro Fahrenheit 451, descrevendo uma distopia onde livros são proibidos e queimados por bombeiros. Montag é um bombeiro que começa a questionar esta sociedade após conversas com Clarisse, que o faz começar a esconder e ler livros. Ele acaba se tornando um foragido após ser denunciado e foge para a Cidade dos Homens Livro, onde livros ainda são preservados.
Curso de Bacharelado em Biblioteconomia Matutino – BIBM 2020.1
Maria Carolina Mattos Macêdo Disciplina: Introdução às Ciências Sociais – T.BIBM1 Profa. Teresinha Martins dos Santos Souza “Fahrenheit 451”
Fahrenheit 451 tem lugar em uma cidade que se apresenta, desde as
primeiras cenas, por imagens de uma profusão das mais diferentes antenas nos telhados de todas as casas, em contraste com o fundo em cores fortes, como saídas de telas de TV, misturando como resultado um cenário árido que se exprime em diversos aspectos do filme, tanto nos gestos, feições e olhares dos personagens, quanto nos traços retos das construções e dos carros. A sociedade se define pelo totalitarismo cultural, que associa o conhecimento e o livre pensar a uma praga que se alastra através de um vírus letal que seriam os livros, objeto proibitivo a todo e qualquer indivíduo; tido como algo que, além de inútil, desestabiliza o sujeito, provocando-lhe emoções com as quais não estaria preparado para controlar, o que denotaria para si e para os outros fraqueza, submissão ou, pior, capacidade de mudança de postura frente ao já habitual entorpecimento causado seja pelos ininterruptos e inebriantes programas televisivos, seja pelos comprimidos tomados como drogas lícitas. A violência é uma constante, onde carros passam pelas ruas em alta velocidade, atropelando as pessoas de forma inconsequente, e a ordem é mantê-la à custa da delação daqueles que não obedecem ao padrão, observado nos mínimos detalhes a qualquer desvio facilmente perceptível pelo comportamento de um vizinho, da aparência de sua casa ou de seus costumes. Nesse cenário distópico, Montag, um bombeiro que cumpre suas funções no quartel onde não se apaga fogo, pois nem ele sabe que um dia já foi possível tal inútil tarefa, uma vez que todas as casas da cidade são a prova de fogo e a função primordial da corporação é atear fogo aos livros – instrumento pernicioso ao extremo em uma sociedade tão organizada sob os mais rígidos patamares de sobriedade e obediência – leva sua vida de forma ordeira junto a Linda, sua mulher, que se comporta como toda dona de casa, ocupando-se de coisa alguma além de assistir TV e receber suas amigas para, junto com ela, de forma bastante familiar, interagirem com as “primas”, como são chamadas as apresentadoras dos programas femininos que assistem juntas, pois a programação forma uma espécie de “confraria” a qual todas pertencem. Além dessa programação, o mais excitante é quando o papel de uma peça é distribuído aleatoriamente e há a participação interativa da moradora com uma fala qualquer, como se, de fato, tivesse alguma importância sua interferência, coisa que flagrantemente se percebe que não acontece! O cotidiano parece quase normal, quando o homem chega em casa e pega seu jornal na entrada e se senta para fazer sua leitura enquanto a esposa assiste à TV, não fosse pelo fato de que o jornal em questão é feito de quadrinhos sem balões escritos, pois não há palavra escrita de nenhuma espécie, nessa sociedade, pelo menos legalmente, iletrada. Toda essa apatia começa a ruir quando Montag é encontrado na volta para casa no trem por Clarisse, a primeira personagem a surgir com expressão, vontade própria e atitude no filme! No transporte em que todos olham para o nada com seus olhos vazios, ela se dirige a Montag e imediatamente fala com ele, que não apenas se surpreende (embora seu rosto não aparente surpresa, como sempre), como responde francamente que ela pode falar ainda que ele, de antemão já saiba que “não conseguirá pensar no que poderá lhe responder”, fato, uma vez que não está acostumado a pensar por si mesmo pois nunca foi provocado a nenhuma reação que não estivesse preparado para reagir. Clarisse tem dúvidas e essas demandam respostas não prontas, pois a capacidade de resolver alguma coisa através da razão (conceito de raciocínio), não é uma atribuição dada àqueles que são privados pelo poder do despertar da consciência, que nos é dada pela leitura e pela conquista do conhecimento através da troca, do diálogo, da compreensão do que se lê. Os repetidos encontros com Clarisse provocam em Montag uma mudança de postura que começa pela curiosidade pelos livros, e a começar a esconder alguns exemplares em cada incursão nas casas em que vai queimá-los, tarefa que também passa a incomodá-lo, o que o leva a atritos em casa com sua esposa e suas amigas, chegando a ler um trecho de um livro, que provoca emoção em uma das mulheres, fazendo-a chorar, chocando o grupo e causando não apenas sua separação como a denúncia “anônima” de sua atitude por sua esposa, o que o leva a uma armadilha em sua própria casa, no incidente em que ateia fogo ao capitão ao encontrarem livros em sua residência e passa a ser um foragido. Clarisse já havia fugido por ter sido denunciada pela vizinha, já que, estranhamente, na casa em que morava com seu tio, exceção feita a todas da redondeza, não havia uma antena, e é para lá que ele é levado por ela para buscar um importante documento, em que constam os nomes de todos os amigos do tio e que precisa ser destruído. Nesse encontro ela confidencia a ele para onde vai; um lugar que o tio lhe havia instruído, a cidade dos homens livro: lugar para onde cada homem que decorou um livro fugiu, para que, assim que possível, um dia pudesse ditar seu conteúdo para que fosse impresso e lido por todos que não tiveram a oportunidade de ter toda a biblioteca destruída pelos bombeiros em mãos, como a da mulher que preferiu ser queimada viva com a sua, do que entrega-la ao poder dos “homens de bem” para fazerem-lhe mal. Antes de partir Montag passa por cada bombeiro e deixa um livro, a fim de que todos sejam incriminados, e só então pega a mesma trilha que lhe foi indicada por Clarisse e chega à cidade dos homens livro, onde já é esperado como um herói! Leva consigo um livro que também vai decorar a fim de participar do futuro da nova sociedade do futuro, uma sociedade barulhenta e movimentada, aonde idas e vindas de conversas e histórias, conhecimentos, filosofia, história, poesia, romances e toda sorte de Literatura abre mentes e ideias, criando o futuro a partir de gerações, mesmo aquelas Línguas que vão morrendo, como o avô que ensina o neto na beira do rio/leito de morte, para que se perca nenhum saber. Em Fahrenheit 451 o contexto político do período está diretamente ligado ao poder que é extirpado com a destruição dos livros e sua capacidade de ampliar o conhecimento através da multiplicidade de ideias, sentimentos, criatividade, filosofar sobre o ser e o estar no mundo; e o grupo que hegemonicamente detém o poder fez desse instrumento sua arma de dominação daqueles que subjugou, mesmo os que não sabiam a razão de sua cega obediência em sua ingenuidade, como é o caso de Montag, que obedece de forma legalista, obedece porque é lei, “corta a grama porque é permitido cortar a grama, pois se fosse proibido cortá-la ficaria observando-a crescer”, como respondeu ao capitão, quando assim foi perguntado. A mesma ingenuidade de Clarisse, que, em sua simplicidade, duvida, porque assim aprendeu com seu tio; não a não ser ingênua, mas a duvidar porque é bom pensar, e raciocinar faz crescer antenas invisíveis onde não se tem os limites de uma TV de plasma como totem na parede da sala ininterruptamente ligada e as páginas dos livros têm movimentos muito mais interessantes desobedientes.