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I – Identificação

Disciplina Lógica Jurídica


Código TDI9120
Carga horária 36 horas/aula
Créditos 2
Semestre letivo Optativa

II – Ementário

Os conceitos fundamentais de lógica. Os usos da linguagem. Falácias não - formais.


Dedução versus indução. Os raciocínios por analogia. Os silogismos categóricos. O
raciocínio jurídico. A textura aberta da linguagem no direito.

III – Objetivo

Obter noção de lógica formal e a relação com a lógica jurídica. Demonstrar como o
raciocínio produz decisões. Favorecer o conhecimento da lógica jurídica e os principais
aspectos da argumentação jurídica. Demonstrar como se relacionam os discursos jurídicos
com as práticas jurídicas. Fazer com que o discurso jurídico alcance as práticas sociais.
Crítica ao esquematismo, matematização da argumentação e decisão jurídica. Estudo dos
princípios e regras relativos às operações intelectuais efetuadas pelo jurista, na
elaboração, interpretação, aplicação e estudo do direito.

IV – Justificativa

A lógica é a arte de pensar ou “a técnica de bem raciocinar”. Neste sentido, a lógica é um


instrumento fundamental ao jurista para a construção da argumentação (raciocínios) para a
solução de conflitos que atualmente transcendem as fronteiras territoriais. No entanto, essa
classe de argumento se distancia dos raciocínios lógicos dedutivos porque estes são
formais, mecânicos e visam somente conferir validade formal e demonstração lógica da
conclusão. Na elaboração de uma sentença, de uma lei ou de um parecer, o jurista
emprega vários outros métodos (indução, analogia, metáfora, intuição, etc.) não
estritamente lógicos a fim de obter seus propósitos. Dessa forma, a lógica formal não serve
como ferramenta operacional para resolver os conflitos como foi pensada durante séculos.
A razoabilidade no direito mostra-se, neste sentido, imprescindível diante da globalização e
dos novos direitos. Assim, os raciocínios jurídicos devem ser considerados relativos na
medida em que permitem, à aqueles que tem a tarefa de decidir, encontrar boas razões
(normativas, valorativas, políticas, culturais, econômicas) tanto para sustentar uma decisão
quanto a sua oposta, demonstrando que tais silogismos, salvo exceções, não são
procedimentos mecânicos, operacionais e lógicos como imaginavam aqueles que
sustentavam uma compreensão de justiça formal. Neste sentido, admite-se que o papel da
lógica é servir de apoio e não garantia os resultados de decisões. Ao jurista cabe preparar-
se com suas razões, análises e argumentos para obter uma solução mais justa em cada
caso específico, pois a decisão verdadeira, válida, correta, parece impossível. Os casos
não devem se adequar a lógica das normas, mas a lógica das normas aos casos.

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V – Conteúdo Programático

1. OS CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE LÓGICA


1.1. Verdade e validade
1.2. Argumento
1.3. Alegações
1.4. Qualificações e garantias
1.5. Forma lógica
1.6. Apoio e dados

2. OS USOS DA LINGUAGEM
2.1. Funções básicas da linguagem
2.2. Formas do discurso

3. FALÁCIAS NÃO - FORMAIS

4. DEDUÇÃO versus INDUÇÃO

5. OS RACIOCÍNIOS POR ANALOGIA


5.1. O que é analogia
5.2. Relações entre os termos

6. OS SILOGISMOS CATEGÓRICOS
6.1. Quadrado de oposições tradicional
6.2. Método de prova – Diagramas de Venn
6.3. Quadrado de oposições deôntico
6.4. Silogismo jurídico

7. O RACIOCÍNIO JURÍDICO
7.1. A escola da exegese
7.2. A concepção teleológica, funcional e sociológica do direito
7.3. A argumentação jurídica após 1945
7.4. As ofensivas contra a lógica tradicional e a busca de um novo conhecimento da
jurisprudência
7.5. O uso da lógica e os problemas de lacunas e antinomias
7.6. A lógica do razoável
7.7. Direito e retórica

8. A TEXTURA ABERTA DA LINGUAGEM NO DIREITO


8.1. Ambiguidade
8.2. Vaguidade
8.3. A origem do conceito de textura aberta da linguagem
8.4. Os casos difíceis decorrentes da textura aberta da linguagem
8.5. As lacunas e a textura aberta da linguagem
8.6. As contribuições da textura aberta da linguagem para o direito

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VI – Bibliografia Básica

1. ATIENZA, Manuel. As Razões do Direito: teorias da argumentação jurídica. São


Paulo: Landy.
2. COELHO, Fabio Ulhoa. Roteiro de Lógica Jurídica. São Paulo: Saraiva.
3. PERELMAN, Chaïm. Lógica Jurídica: nova retórica. São Paulo: Martins Fontes.

VII – Bibliografia Complementar

1. COPI, Irving Marmes. Introdução à Lógica. São Paulo: Mestre Jou.


2. HART, Herbert L. A. O Conceito de Direito. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
3. LYON, David. Open Texture And The Possibility Of Legal Interpretation. Disponível
em: http://papers.ssrn.com/paper.taf?abstract_id=212328.
4. MORTARI, Cezar A. Introdução à Lógica. São Paulo: Unesp.
5. PERELMAN, Chaïm; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado Da Argumentação: A
Nova Retórica. São Paulo: Martins Fontes.
6. STRUCHINER, Noel. Direito E Linguagem: Uma Análise Da Textura Aberta Da
Linguagem E Sua Aplicação Ao Direito. Rio de Janeiro: Renovar.
7. TOULMIN, Stephen. Os Usos do Argumento. São Paulo: Martins Fontes.

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