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Curto-Circuito

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EDITORA AFILIADA
~Sagra~
Luzzatto

É vedada a reproducáo total ou mesmo parcial desta obra


sem o expresso consentimento do Editor.

~ Clube ::d~ditores
~ do RIOGronde do Sul
Geraldo Kindermann
Professor da Universidade Federal de Santa Catarina

Curto-Circuito
za edicáo
Modificada e Ampliada

Porto Alegre, 1997


© de Geraldo Kindermann
1a edicáo: 1992

Direitos reservados para a língua portuguesa


SAGRA LUZZATTO
Livreiros • Editores e Distribuidores
Rua [oáo Alfredo, 448- Cidade Baixa
90050-230 - Porto Alegre, RS - Brasil
Fone (051) 227-5222 Fax (051) 227-4438
http://www.sagra-luzzatto.com.br
E-mai!: sagra@vanet.com.br

Capa: Carlos Alberto Gravina


Desenhos: José Carlos Luiz
Dígítacáo: Rogério Luciano
Editoracáo coordenada pelo Autor
Fotolitos: Prismagraf e Maredi
Supervisao Editorial: Elisa Schein Wenzel Luzzatto

Dados Intemacionais de Catalogacáo na Publicacáo (CIP)


(Cámara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Kindermann,Ceraldo, 1949-
Curto circuito/ Geraldo Kíndermann - 2' edicáo - Porto Alegre: SAGRA LUZZATIO, 1997.

ISBN 85-241-0368-x

1. Circuitoselétricos2. Curto-circuitos 1.Título.

92-0603 CDD-621.3192

Índice para catálogo sistemático:


1. Curto-circuitos : Engenharia elétrica 621.3192
o autor dedica este livro a

sua esposa Maria das Dores

e seus filhos

Katiuze
Krisley
Lucas
AGRADECIMENTOS

o autor agradece em especial ao professor Dinarte Américo Borba, pela revisáo


do texto e contribuicóes técnicas que foram irnportantissimas na lapidecáo deste livro.

Aos professores Jorge Caelho e Jorge Mario Campagnolo, pelas relevantes


discussóes técnicas sobre Curtos-Circuitos nos Sistemas Elétrico de Potencia e de Distribuicáo
de Energie Elétrica.

Ao engenheiro .Joáo Vitor Pereira Pinto, da ELETROBRÁS, pela apresentecéo


e pelas oportunidades proporcionadas. que muito tem contribuido ao enriquecirnento técnico
e profissional do autor.

A Rogério Luciano pelo trabalho de digitacáo do texto.

A José Carlos Luiz pelo arduo trabalho na confeccáo dos desenhos.

Ao professor Renato Carlson. chefe do Departamento de Engenharia Elétrice, pela


confianca, incentivo e facilidades propor-cion ad as para a execucéo deste livro.

A todas as pesscas ligadas ao Grupo de Pesquisa em Plancjamento de Sistemas de


Energra Elét.rica (GPSE\ e ao LABPLAK. que. derem suporte e incentiveram na elaboracáo
do livro.
APRESENTA~ÁO

Como resultado do intercambio que vem senda desenvolvido entre a ELETROBRÁS.


através do Departamento de Desenvolvimento Empresarial e o Departamento de Engenharia
Elét rica da Universidade Federal de Santa Catanna (UFSC), tenho a satisfacáo de aprescntar
o livro CURTO-CIRCUITO, destinado aos alu nos de graduacéo e a engenheiros e técnicos
da área de sistemas elétricos de potencia.

o assunto tem evolufdo tanto a ponto de merecer estudos apropriados para os


técnicos que atuam especificamente na área de distribuicáo de energía elétrica. Neste enfo-
que. a ELETRüBRÁS incluiu o tema nos cursos promovidos para as empresas do Setor de
Energía Elétnca.

Mais urna vez o professor Geraldo Kindermann. do Departamento de Engenha-


ria Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina. desenvolveu urna obra de excelente
qualidade técnica, com base na experiéncia adquirida nos últimos anos de trabalho con-
junto com a ELETROBRÁS, propiciando o aprimoramento dos futuros engenheiros neste
campo. Esta 2!!:. edicáo , mostr a claramente o sucesso desta obra. bem como os livros ATER-
RAMENTO ELÉTRICO. DESCARGAS ATMOSFÉRICAS e CHOQUE ELÉTRICO. todos
import.ant issimos ao setor de Energia Elét.rica.

JOÁO VITOR PEREIRA PINTO


Coordenador dos Cursos de Distribuicáo
Departamento de Desenvolvimento Empresarial da ELETROBRÁS
PREFÁCIO

Os livros sobre. curtos-circuitos, existentes hoje no mercado. sao muito académicos


e evidenciam básicamente a teoria. sem dar motivacáo e oportunidade de aplicacáo prática.
Aliado a este fato. constata-se. também. urna grande dificuldade. no aprendizado de curto-
circuito, principalmente no tocante as componentes simétricas. Particularmente. sobre este
assunto, tem-se verificado urna rejeicáo constante na assimilacáo do Teorema de Fortescue.
Deste modo, procurou-se escrever este livro com o intuito de mostrar esta ferramenta de
maneira clara, fazendo sempre urna correspondencia entre teoria e fenómenos físicos, de
modo que a aplicacáo prática seja evidenciada no sistema elétrico, tanto na protecáo como
no dirnensionarnento de equipamentos.

Procura-se, tambérn, caracterizar a diferenca devido ao tipo de núcleo dos transfor-


madores nas modelagens dos circuitos equivalentes.

Deste modo. espera-se que o livro atinja o objetivo pro pOS LO e contribua eficazmente
na melhoria da qualidade dos cursos técnicos, da greduacéo de engenharia elétrica e no
assessoramento aos profissioriais que labutam na área.

o Autor.
Índice Geral

Representaeáo de Sistemas Elétricos 1


1.1 Introdu~ao..... I
1.2 Diagrama Unifilar de Um Sistema de Potencia 1
1.3 Representacáo por Fase de Um Sistema de Potencia 2
lA Gerador Síncrono 3
1.5 Transformador 3
1.6 Linhas de Transmissáo 5
1.7 Cargas 8
1.8 Diagrama de Impedancia de Um Sistema Elétrico 11
1.9 Valor por Unidade 12
1.10 Valores Base das Grandezas Elétricas do Sistema 13
1.11 Sistema Monofásico. . . . . . . . . . . . . 13
1.12 Sistema Trifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.13 Mudanca de Base de Urna Grandeza (Impedancia) . 16
1.14 Impedancia em pu de Transformador Monofásico de Dais Enrolamentos 17
1.15 Impedancia em pu de Bancos de Transformadores Monofásicos. . . 20
1.16 Impedancia em pu de Transformadores 3/p de Tres Enrolamentos . . . 24
1.17 Hepresentacáo ern pu Por Fase de Um Sistema de Potencia Completo 28
1.18 Vantagens dos cálculos em por unidade . . . . . . . . . . 31

2 Componentes Simétricas 33
2.1 Introdu~ao... 33
2.2 Teorema de Fortescue . 34
2.3 Teorema de Fortescue a Sistemas Trifásicos. 35
204 Sistema Trifásico de Seqüéncia Positiva. 35
2..) Sistema Trifásico de Seqüéncia Negativa .. 37
2.6 Sistema Trifásico de Seqúéncia Zero 38
2.7 Exprcssáo Analítica do Teorema de Fortescue 39
2.8 Componentes de Seqíiencias em Funcáo do Sistema Trifásico Desbalanceado 40
2.9 Teorema de Fortescue cm Termos de Corrente 41
2.10 Analise da Corrente de Seqiiéncia Zero . . . . 42
3 Gerador Síncrono 47
3.1 Introduc;ao... . . 47
3.2 Impedancia de Seqüéncia dos Equipamentos do Sistema. 47
3.3 Gerador Síncrono: O Elemento Ativo do Curto-Circuito. 48
3.4 Teste de Curto-Circuito Trifásico no Gerador Síncrono . 48
3.5 Período Sub- Transitorio da Corrente de Curto-Circuito do Gerador Síncrono 51
3.6 Período Transitório da Corrente de Curto-Circuito do Gerador Síncrono. 52
3.7 Período Permanente da Corrente de Curto-Circuito do Gerador Síncrono 53
3.8 Equacáo da Envoltória das Corren tes de Curto-Circuito 53
3.9 Reatáncia Sub-Transitoria (X") do Gerador Síncrono 55
3.10 Reatáncia Transitória (X') do Gerador Síncrono 55
3.11 Reatáncia Síncrona (X s ) do Gerador Síncrono 56
3.12 Corrente de Curto-Circuito Assimétrica . 56
3.13 Dimensionamento do Disjuntor 57
3.14 Modelo de Seqüéncia Positiva do Gerador Síncrono .58
3.15 Modelo da Seqúéncia Negativa do Gerador Síncrono. 59
3.16 Modelo de Seqiiéncia Zero do Gerador Síncrono 61
3.17 Seqíiéncia Zero de Gerador Síncrono Aterrado com urna Impedancia ZN 62
3.18 O Gerador Síncrono e as Seqüéncias . 64
3.19 Valores Típicos das Reatáncias de Sequéncia do Gerador Síncrono 6.'>
3.20 Motor Síncrono . 67
3.21 Motor Assíncrono 68

4 Transformador 71
4.1 Introducáo . 71
4.2 Transformadores do Sistema Elétrico 71
4.3 Transformador Monofásico de Núcleo Envolvido 72
4.4 Transformador Monofásico de Núcleo Envolvente 72
4.5 Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido . 73
4.6 Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente 73
4.7 Transformador Trifásico Formado por Banco de Transformadores Monofásicos 75
4.8 Impedancia de Seqiiéncia Positiva do Transformador. ts
4.9 Impedancia de Seqúencia Negativa do Transformador 76
4.10 Impedancia de Seqíiéncia Zero do Transformador 76
4.11 Seqúéncia Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente, ou Banco
Monofásico Ligado em 3·Y:. 77
4.12 Seqúéncia Zero do Tran;forma~lor Trifásico de Núcleo Envolve.u e. ou Banro
Monofásico Ligado ern ..::~ - 1':,. 78
4.13 Seqúéncie Zero do Tran~forlllador Trifásico dc' Nnr-k-o Envol vcnt c OH Banco
Monofásico Ligado ern Y-I':,. . 80
4.14 Seqúéncie Zero do Transformador Trifásico do Núcleo Envolvente 0\.1 B"l1[O

Monofásico Ligado cm 1':,. - 1':,. 81


4.15 Seqiiéncia Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente, ou Banco
Monofásico ligado em ';y-y 82
4,16 Seqiiénc¡a Zero do Tran~formador Trifásico de Núcleo Envolvente, ou Banco
Monofásico Ligado em y-y 83
4.17 Seqiiéncia Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente, ou Banco
Monofásico com Impedancia de Aterramento 84
4.18 Quadro Geral dos Circuitos Equivalentes por Fase da Seqiiéncia Zero de Trans-
formadores 34> de Núcleo Envolvente ou Banco Monofásico . 86
4.19 Seqiiéncia Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente, ou Banco
Monofásico com Tres Enrolamentos . . . . 86
4.20 Seqiiéncia Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido . 89
4.21 Seqiiéncia Zera de Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido Ligado em
r-Y'Y::_ 91
4.22 S;qüencia Zero de Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido Ligado em
.L-V-Y . . . . . . . . . . . . . 92
4.23 Seqiiéncia Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido ligado em
J,V-6 . . . . 93
4.24 Quadro Ceral dos Circuitos Equivalentes por Fase da Seqiiéncia Zero de Trans-
formadores Trifásicos do Núcleo Envolvido de Dois Enrolamentos 95
4.25 Sequéncia Zero de Transformadores Trifásicos de Núcleo Envolvido caro Tres
Enrolamentos . . 95
4.26 Deslocamento Angular nas Corrent.es de Seqúéncia Positiva e Negativa no
Transformador 95
4.27 Deslocamento Angular de 0° 95
4.28 Deslocamento Angular de 30° 98
4.29 Autotransformedor 99

Linha de Transmissáo 109


5.1 Introduc;ao... . . 109
5.2 Impedancia de Seqiiencia Positiva da Linha de Transmissáo . 110
5.3 Impedancia de Seqüéncia Negativa da Linha de Transmissáo 111
5.4 Impedancia de Seqüéncia Zero da Linha de Transmissáo 112

Curto-Circuito no Gerador Síncrono 117


6.1 Introducáo . 117
6.2 Curto-Circuitos no Gerador Síncrono 118
6.3 Curto-Circuito Trifásico no Cerador Síncrono 119
6.4 Curto-Circuito Monofásico a Terra no Cerador Síncrono 122
6.5 Curto-Circuito Bifásico no Gerador Síncrono . . . 126
6.6 Curto-Circuito Bifásico a Terra no Gerador Síncrono 131
6. 7 Consideracóes Finais .. . . 135
7 Curto-Circuito no Sistema Elétrico 137
7.1 Introducáo . 1:l7
7.2 Causas das Faltas na Rede Elétrica 138
7.3 Ocorréncia dos Defeitcs no Sistema Elétrico 140
'7.4 Ocorrénciaa dos Tipos de Curto-Circuito no Sistema de Energia Elétrica 140
7.5 Curto-Circuito Permanente. 141
7.6 Curto-Circuito Temporário . 141
7.7 Ocorréncia de Curtos-Circuitos Permanente e Temporério , 142
7.8 Curto-Circuito no Sistema de Energía Elétrica 143
7.9 Cargas. 149
7.10 Exemplo de Cálculo de Curto-Circuito no Sistema Elétrico 151
7.11 Impedancia no Ponto de Curto-Circuito. 173
7.12 Resistencia do Arco Elótrico 179
7.13 Transformador de Aterramento 180
7.14 Filtro de Corrente de Seqiiéncia Zero 183
7.15 Filtro de Tensáo de Seoiiencia Zero Usando o Tereiário do TP cm Delta Abert.ol86
7.16 Exercício Proposto 187

8 Curto-Circuito em Sistemas de Distr-ibuicáo de Energia Elétrica 189


8.1 Introducáo . 189
8.2 Sistema de Distribuicáo radial Simples 189
8.3 Sistema de Dist nbuicéo Radial Multi-Aterrado . 190
8.4 Curto-Circuito 3m no Sistema Radial 190
8.5 Curto-Circuito 26 no Sistema Radial 192
8.6 Curto-Circuito leí> - terr a no Sistema Radial. 193
8.7 Curto-Circuito 1o - ierra Mínimo no Sistema Radial 194
8.8 Correntes Assirnétricas 195
8.9 Fator de Assimetria .. 196
8.10 Exernplo Completo de Curto-Circuito no SIstema de Distribuicáo 197

A Equacóes Básicas de Circuito Elétrico 201


A.1 Representacáo de um circuito simples 201
A.2 Representacáo da Carga 202
A.2.1 Barra 1<1> 202
A.2.2 Barra 36 203

B Transformacáo /':, ;-4 Y 205


B.l Transformacáo 6 Y 205

C Operador iJ. 207


C.1 Operador iJ. 207

D Parámetros de Cabos Elétricos 209


Bibliografia 213
Capítulo 1

Representacáo de Sistemas Elétricos

1.1 Introducáo
a
Atualmcnte, devido necessidade de garantir a continuidade de suprimento ao mer-
cado, os sistemas elétricos operam interligados, formando redes complexas que, neste tra-
balho, seráo designados simplesmente de sistema elétrico.
Deste modo, tanto 50b o ponto de vista da opcrecáo quanto do plancjamento. de
curto, médio e longo prazos, o comportamento do sistema deve ser acompanhado sisr.emati-
camente. Assim, para mantel' um histórico permanentemente atualizndo, analisar o com-
a
parlamento frente contingencias e altcracóes , diagnosticar e prever efeitos de medidas a
serern adot.adas. planejar ampliacócs e altcracóes de configu racáo. o sistema clétrico eleve ser
criterlosemente representado at ravés de urna modelagem adequad a 800 tipo de estudo a ser
realizado.
Para estudos de protecéo, por exernplo, valores das ccrrcntcs de curto-circuito (lf,-
ver áo ser calculadas. Port a nto, cada componente do sistema dcvc ser modelado e represen-
tado sob a ática do seu comport amento frente á.s cor rentcs de curto. Esta modelagcm ('.
relativamente simples devido as simpli'lcacóes fcitas nos circuitos eqnlvalentes dos compo-
nentes, A adcquacáo da rnodr-legcm para cst udos de curto-circuito é [cita com a ut.ilizecáo
a
de componentes simétricos, o quc leva obt cncéo de tres modelos do sistema: de seqiióncies
positiva, negativa e zcro.

1.2 Diagrama Unifilar de Um Sistema de Potencia


Como o sistema opera nonnalmr-ntr- ('<juilibrado, suhstit ui-sr- su a reprt-se-nt.acáo t ri.
fásica, por uma rcprcscnt acéo simbólica, conhecida romo diagrama unifilar.
Os elementos do sistema. no diagrama unifilar. séo reprcsent ados por símbolos, onck-.
por excmp!o, as linhas de transmisséo trifásicas sao rt-prosout adas por 11m único traro. lrn
exr-mplo de diagrama u ni lilar ¡, epn-scnt ado na figura 1.'2.1,
A import áncie do diagrama unifilar é apresr-nt ar rlarau U'lltt' a topologia P, ("011-
CAPÍTULO 1. REPRESENTA(;AO DE SISTEMAS ELÉTRlCOS

&H;.fO_' L.T
- t------------------\
~-t-.

Figura 1.2.1: Diagrama Unifilar

cisamente, os dados significativos do sistema de potencia. O diagrama unifilar pode conter


informacóes diferentes, dependendo do tipo de estuda desejado, como por exemplo, diagrama
unifilar para Fluxo de Potencia, Curto-Circuito, Estabilidade e Protecáo,

1.3 Representacáo por Fase de Um Sistema de Po-


t.éncia
Em sistemas equilibrados, representa-se urna única fase do Sistema em Y equivalen-
te, ondc cada elemento (gcrador, transformador, linha de transmissáo, etc) é representado
pelo seu circuito equivalente por fase 1 conectado aos outros elementos de acordo com a
topologia do diagrama unifilar. No circuito equivalente por fase em Y, representa-se urna
fase corn retorno por um suposto tia neutro. Como o sistema 3tP equilibrado, nao passa
é

corrcnte pelo fio neutro. Ver equacáo 1.3.1.

(1.3.1)
o fio neutro aparece no modelo apenas para viabilizar o retorno da corrente de fase.
COIll a finalicladc de formar o diagrama de impedancia, é necessário fazer a rnode-
Iagen: por fase de cada elemento que cornpóe o diagrama unifilar do sistema, o que será visto
a seguir.

1.4 Gerador Síncrono


o
modelo por fase do gerador síncrono, do ponto de vista da protecáo, para o estudo
de curto-circuito, é apresentado na figura 1.4.1.

- - - - - - - ,,
jX;; I
CIRCUITO I
I
EQUIVALENTE G I
I
I
I I
L J

Figura 1.4.1: Modelo por Fase do Gerador Síncrono

Observe que o modelo é, simples mente, urna reatáncia sub-transitória do eixo-direto,


em série COID a fonte de tensáo, o que vale também para o motor síncrono. No Capítulo 3
será analiaado mais profundamente o comportamento do gerador síncrono sob curto-circuito.

1.5 Transformador
o circuito equivalente por fase do transformador em Y, com as imped áncias referidas
a um determinado lado. está indicada na figura 1.5.1.

Onde:

R¡, R2 Resisténcias e1étricas dos enrolamentos primarios e secundarios:

Xl, X 2 Reatáncias equivalentes, representando os fiuxos dispersos nas bobinas do transfor-


mador;

X m Reatáncia equivalente de magnerizacáo, representando o fluxo resultante no núcleo ne-


cessário a operecáo normal do transformador;
R j Resistencia elétrica equivalente que produz a mesma perda no núcleo (perdas por histe-
rese mais as perdas por correntes parasitas).
CAPiTULO i REPRESENTA<;i.o DE SiSTEMAS ELÉTRiCOS

r-- - - - - - - - - - - - - - - - - - - ¡
I I
I
i
I R, R2 :
I I
I I
I I
I I
I I
I
I
------------------~

Figura 1.5.1: Circuito Equivalente por Fase do Transformador

Para efeito de cálculo de curto-circuito usado cm protecáo. este modelo é complexo.


A corrcnte que flui para o curto-circuito é grande, portanto , a eorrente de derivacáo, isto él
a corrente de magnctizacáo do núcleo. pode ser desprezeda resultando o modelo da figu-
ra 1.5.2.

r-- -~----------,

I I
I I

XT =X,+ X2
Por fa se
RT =R1 + Rz

• I I •
IL -II

Figura 1.5.2: Modelo por Fase do Transformador

Saliente-se que com a elevacéo da tensáo do sistema, a rel acáo XTI R T aumenta. No
cálculo de curto-circuito pode-se dcsprezar R T na modelagem do circuito equivalente por
fase, sendo que a corrente de curto-circuito praticamente limitada somente pela reat áncia
é

XT .
Já em Distribuicáo. a relacáo XT/ RT dirninui com a tensáo. e a resistencia RT
contribui acentuadamente na oposicáo a corrente de curto, portanto ela será considerada.
1.6 Linhas de Transmissáo
As Linhas de Transmissáo transportam a energía do gerador até próximo do con-
sumidor. Dependencia do local da geracéo e do consumo, elas podem ter comprimentos
variados, e por este motivo) apresentam modelos distintos.

al Linhas de Transmissáo Curtas


Adotam-se modelos de impedancia série eujo circuito equivalente por fase eo da
figura 1.6.1.

I ------ - - -- ---,I
I
I I
I VV' &.QQQ; 1
I R I
I LT jX LT
I I ZLT=R LT + jXLT
I I
I I
• I I
IL _____ I
- - - - - - - - - -l

Figura 1.6.1: Modelo por Fase da Linha de Transmisséo Curta

o comprimento que caracteriza urna Linha de Tre.nsmissáo curta, depende do seu


nível de tensáo. O comprimento máximo cm funcáo da tensáo da linha de u-ansrnissáo é

dado na tabela 1.6.1.


Linha Transmissáo Curta
Tensao de Linha (VL) Comprimento Máximo (L)
VI, < 150kV 80 km
150kV:':: VI, < 400kV 40 km
VL>400kV 20 km

Tabela 1.6.1: Linha Transrnissáo Curta

b) Linhas de Transrnissáo Médias


É usual, neste caso. a utilizacáo do modelo 7r ou T.
No modelo z-. os capacitores Shunt est.áo nas extremidades da impedancia sérico Ver
figura 1.6.2.

Onde:
CAPÍTULO 1. REPRESENTA9AO DE SISTEMAS ELÉTRICOS

Figura 1.6.2: Modelo". da Linha de Transmissáo Média

y é a admitáncia total da linha de transmisséo

A figura 1.6.3 apresenta o modelo T de urna linha de trensmissáo rnédia.

i LT
--2-


Figura 1.6.3: Modelo T da Linha Transmissáo Média

Os comprimentos característicos de urna Linha de Transrnissáo média, em relacáo a


tensáo da linha, sao apresentadas na tabela 1.6.2.

Linha Transrnissáo Média


Tensáo de Linha (VL) Comprimento Máximo (L)
VL < 150kV 80km :'ó L :'ó 200km
150kV :'ó V L < 400kV 40km :'ó L :'ó 200km
VL > 400kV 20km < L < lOOkm

Tabela 1.6.2: Linha Transrnissáo Media

e) Linhas de Transmisaáo Longas


A representecáo é mais complexa. Pode-se entretanto fazer um modelo 7( idéntico
ao das LT's médias, apenas com os valores de Z e Y corrigidos pelas expressóes abaixo:

, senh(¡ . 1)
Zcon'¡g;do = Z "l. l (1.6.1)

, tangh:L,}
Ycorrigido = y~ (1.6.2)
2

Onde:

---+ comprimento da Linha de Transrnissáo

"t --+ constante de propagacáo, dado pela expressáo 1.6.3

(1.6.3)

y admit.áncia Shunt por unidade de comprirnento

Z ---+ impedancia série por unidade de comprimento

Do ponto de vista de Curto-Circuito, dependendo do caso, pode-se efetuar algumas


simplificacóes, como, por exernplo, desprezar as reatáncias Shunt.. Normalmente os valores
da resistencia série sao bern menores do que a reatáncia série da Linha de Transmissáo para,
tensóes elevadas. Para tensóes baixas o valor da resistencia é significativa.
Assim o circuito equivalente por fase de urna linha de transmissáo é o da figura 1.6.4.

r---------------,
I I

• I W' &QQ.Q;: •
: R LT jXLT:
I I
I I
• I I •
IL ..JI

Figura 1.6.4: CIrcuito Equivalente por Fase de Urna Linha de Transmissáo


CAPiTULO 1 REPRESENTA(:,10 DE SISTEMAS ELÉTRlCOS

1.7 Cargas
Cargas elétricas no diagrama de impedancia, para cálculo de curto-circuito, podem
ser despreaadas ou nao. dependencia do tipo, temanho e importancia no sistema.
Para caracterizar melhor a contribuicáo da carga no curto-circuito: faz-se urna
análise do diagrama unifilar da figura 1.7.1.

Resistiva

Í c rga - - - - - - - l
I
+ I
I I
: VR Rcarga :
I I
I I
L -1I

Figura 1.7.1: Diagrama Unifilar e o Respectivo Diagrama de Impedancia

A corrente de carga, em regirnc permanente de operacéo é obtida pela expressáo

. Ee
I C
r1.T g cr, = j(Xc + X T + X LT ) + Rcarga
A RCrJ.rga, pode representar, por exemplo, a carga total de urna cidade. portanto o
seu valor é grande; isto é:

(l7.1)
Assim, a jCClr.Qr1.: fica

. Ee
¡carga = R r1.T 9
(1.7.2)
C a

Portanto. a Rcarga que está limitando a corren te de carga torga.


é

Conseqiienternentc, os fasores Ea e u.;


est áo praticamente em fase. como mostra
o diagrama da figura 1.7.2. isto porque Q:' pequeno. é

Considerando um curto-circuito 3cp na barra da carga, na figura 1.7.3, a corren te de


curto é dada pela expressáo 1.7.3.
VR

Figura 1.7.2: Diagrama Fasorial

ice
+

R cargo

Figura 1.7.3: Curto-circuito 3qi na Barra da Carga

. EG
00 (L7.3)
1 = J(XG+XT+X LT )
A corrente de curto-circuito é grande, país é limitada apenas pelas reatáncias série
da fase do gerador. transformador, Linha de 'Iransmissáo, isto é, X G + X T + X LT .
Assim,

(L7.4)

Além do mais, o fasor ice está defasado de 90° do fasor tensáo EGo Ver o diagrama
fasorial da figura 1.7.4.
Pode-se concluir que, co m o curto-circuito na barra de carga, a t.ensáo caí a zero, e a
carga deixa de existir, ou seja, nao Iomece eorrente ao Curto. Na vcrdade, o que ocorre é que
a Rcarga, representa n-malhas de carga e toda energía magnética no lado da carga é dissipada
nas n-malhas de carga. Isto significa que desprezar a carga, represente urna simplificacáo na
modelagem.
10 CAPíTULO 1. REPRESENTAQAO DE SISTEMAS ELÉTRlCOS
EG

ice
Figura 1.7.4: Diagrama Fasorial do Curto-Circuito

Será visto tambérn, que a carga poderá ser considerada como urna impedancia nos
modelos de sequéncia positiva, negativa e zero. Isto modificará muito pouco a corrente de
curto, porque as impedancias equivalentes de Thévenin, de cada modelo de sequéncia, será
a impedancia de carga em paralelo com as reatáncias série dos geradores, transformadores
e LTs. Como estas reatáncias sao muito pequen as em relacáo a impedancia equivalente
da carga, o valor da impedancia resultante do paralelo será muito próximo das reatáncias
lirnitadoras do Curto. Ver figura 1.7.5.

Figura 1.7.5: Considerando a Carga

A impedancia equivalente de Thévenin vista pelos terrninais "a" e "b' será:

(1.7.5)
11

E será esta a impedancia limitadora das correntes de seqüéncia positiva, negativa e


zero, de acordo com o respectivo modelo.

1.8 Diagrama de Impedancia de U m Sistema Elétrico


Como os modelos de todos os elementos que compóem o sistema elétrico já es tao
definidos, o diagrama de impedancia do sistemaelétrico é obtido fazendo o circuito equivalen-
te por fase do sistema. Para isto, basta ligar ero cascara os circuitos equivalentes individuais,
de acordo com a topo logia indicada no diagrama unifilar. Assim, por exemplo, o diagrama
de Impedancia por fase do sistema 3<1> apresentado no seu diagrama unifilar da figura 1.2.1.
está apresentado na figura 1.8.1.

Figura 1.8.1: Circuito Equivalente de Impedancia

Este circuito é apenas urna fase do sistema em Y do diagrama unifilar apresentado.


O tia de retorno pode ser representado pelo terra ou entáo por urna linha ligando os terras.
As impedancias indicadas na figura 1.8.1, podern ter seus valores representados de
duas maneiras, que sao:

• Valores originais ern Ohms, transferidos a um mesmo nivel de tensáo .

• Valores originais em Ohms, transformados em pu em relacáo a urna base conveniente


e adequada.
12 CAPíTULO 1. REPRESENTAc;AO DE SISTEMAS ELÉTRlCOS

a
A primeira alternat.i va é u-abalhosa e complicada. levando ocorréncia sistemática
de erras. A segunda alternativa é adequada e seu s detalhes seráo analisados nos itens sub-
seqüentes.

1.9 Valor por Unidade


Geralmente em todas as íorrnulacóes, cálculos, etc. as grandezas envolvídas tero
impliei tamente como base o valor l.
Quando se deseja. para urna ou varias grandezas, usar corno valor unitario um
número pré-est abelecido .¡:. 1, todos os valores destas grandezas ficam medidos em relacáo ao
numero pré-fixado. Esta alteracáo, dependenda do caso, produz facilidades. A formulacao
usando esta medida é conhecida por resclucáo por unidade (pu ), paciendo ser usada cm
qualquer ramo da ciencia.
Específicamente cm Engenharia Elétrica, o uso da rcpresentacáo do sistema de E-
nergia Elétrica em pu produz varias vantagens na simplificacáo da modelagern e resolucáo
Jo sistema. Estas vant.agens seráo vistas no decorrer deste capitulo.
VALOR POR UNIDADE (pu): é a relacáo entre o valor da grandeza e o valor base
da mesma grandeza, escolhido como referencia.

valor real da grandeza


valor pu = valor base da grandeza (1.9.1 )

Exemplo 1.9.1:
Referir as tensóes abaixo em pu, usando arbitrariamente como BASE o valor de
120kV.

a) V¡ = 126kV

"1. = 126
120 = 1,05pu

b) V, = 109kV
109
V, = 120 = O, 90Spu

e) V3 = 120kV
V3 = 120 = lpu
120
d) V. = 500kV
V = 500 = 4 17pu
4 120 '
13

1.10 Valores Base das Grandezas Elétricas do Siste-


ma
Cada ponto do sistema elétrico fica caracterizado por quatro grandezas:

• tensáo elétrica (V)

• corrente elétrica (1)

• potencia aparente (S)

• impedancia (Z)

Observe-se que, conhecendo apenas duas destas grandezas, as outras duas ficam
também definidas através das equacóes apresentadas no Apéndice A. Basta, entáo, escolher
como base, apenas duas dessas grandezas. É cornum, cm Sistema de Potencia, escolher corno
bases a Tensáo (Vbale ) e a Potencia Aparente (Sb(.ue), ficando, conseqiienternente, fixadas as
bases de corrente e de irnpedáncia para o nivel de tensáo correspondentc.

1.11 Sistema Monofásico


É o caso de redes 1 <1> ou transformadores 1<1>.
Cálculo da corrente base (h.,,):

(1.11.1 )

Onde:

Vba1e --+ tensáo base da fase no nivel de tensáo considerado;

SbaJt - . potencia aparente base;

hale --+ (afrente base no nivel de tensáo da ~'íH1U'

Cálculo de Impedancia base (26" ,, ) :

(1.11.2)
14 CAPiTULO 1. REPRESENTACAO DE SISTEMAS ELÉTRlCOS

1.12 Sistema Trifásico


Um sistema trifásico (3<,1» de potencia envolve cargas e transformadores ligados ero 6
e y. Os cálculos de curto-circuitos, para protecáo, sao feitos usando componentes simétricas,
que sáo equilibradas. Deste modo, pode-se analisar apenas urna única ~.
Portanto, toda a representacáo de um sistema trifásico em pu é feito numo. única
fase do Sistema em Y equivalente. Ver figura 1.12.1.

I base

Figura 1.12.1: Modelo em Y equivalente

Onde:

S6a.Je Potencia aparente base do sistema trifásico, ou seja, é a soma das potencias aparentes
base de cada fase.

(1.12.1)

V6." -> tensáo base de linha a linha, ou v3 vezes a tensáo base de fase do Y equivalente.

(1.12.2)

Vbl -> tensáo base de fase


15

Cálculo da Corrente de Base (ha,,)


A corrente base éa mesma da linha do sistema trifásico original e da fase do Y
equivalente.

SlJaJf
1ba"e=~ (1.12.3)
v 3'V¡a ,e

Cálculo da Impedancia Base (Zba,,)


A impedancia base de um sistema trifásico, é sempre a impedancia da fase do sistema
trifásico em Y equivalente.
Assirn:

Como pela figura 1.12.1:

Vba" = V3V,¡
Z _ v'a"
ese - V3h."
b

Utilizando a expressáo 1.12.3 1 tern-se que

(1.12.4)

É interessante notar que as expressóes 1.11.2 e 1.12.4, sao aparentemente iguais, A


primeira expresséo relaciona valores bases de um sistema monofásico, sendo que a segunda
relaciona os valores bases de um sistema trifásico.

Exemplo 1.12.1: Urn sistema de potencia 391, tem como base IOOMV A e 230kV. Determi-
nar:

a) Corrente base
1 -~-~-2'1
base -V3V,a" - V3. 230k - o , 02A
b) Impedancia base
Z = v"~,, = (230k)' = 5290
ba$c Sbase 100M
16 CAPiTULO 1. REPRESE,~'lAi;;AO DE SISTEMAS ELÉTillCOS

el Adrnitáncia base

lb"" = _1_ = ~ = 1, 89.1O- 3Siemcns


Zb." 529
d) Corrente I = 502, 04A em pu
I 502,04
I pu = Iba" = 251, 02 = Zpu
el Impedancia Z = 264." -t- jl058 0 em pu

. Z 264,5 -¡- j1058 .


Zpu = Zbm = 529 = 0.5 +}2 [p1l)

1) Em pu, a impedancia de urna Linha de Transmissáo de 230kF com 52.9km de


comprimento, tendo o.5~ por fase.

o
ZLT = O,,, km .52, 9km = 26,450

Zu," = ~:~, = 2~;:5 = O. 05p1l

1.13 Mudanca de Base de U ma Grandeza (Impedan-


cia)
Geralmente os dados de placa dos transformadores nao coincidcm com a base na
qual o sistema está sendo calculado. A mudanca de base da impedancia do transformador
deverá ser efctuada como segue.

Xa Base 1, tem-se

(1.13.1)
Já na Base 2. tcm-sc

(1.13.2)
17

Igualando-se as equacóes I.I3.l e 1.13.2, obtém-sc

ZP4
a
= z.,
1
(Vb,,,,)' Sbm,
V oalit ;¡ Sbasf:¡
(1.13.3)

Na prét.ica. costuma-se usar a expressáo 1.13..1, ande é fei t.a urna mudanca da base
velha para a base nova:

(1.13.4 )

Exemplo 1.13.1: A placa de um gerador síncrono apresenta os seguintes dados: 50~i\1VA,


13,8kV e X ~ 20S"{.,. Calcular a reat áncie da máquina em pu referida a urna nova base de
100MVA e 13,2kV.

Dados;

x = O,20pu { Vb",mm,' = 13,SkV m uuun cn


~
X _? {
novo - .
Vbn",o = 13,2kV
Sb","" = 100MV A
Sbnomma! = 50J\1V A

X no tJo = 0,44 pu na base nova

1.14 Impedancia em pu de Transformador Monofásico


de Dois Enrolamentos
Um transformador monofásico de dais enrolamcntos. está representado na figura
1.14.1.
o cnrolarncnto de maior tcnsáo (AT-¡ será denominado de prirnario. e o enrulamento
de menor tensáo (RT j será o secundario
O transformador epresent.e nutnericumcntc duas impedancias vistas pelos seus res-
pectivos cnrolamentos. Estas sao obtidas atreves do tradicional teste de curto-circuito. Pelo
teste, obtérn-se as duas impedancias abaixo:

ZAT ~ Impedancia vista pelo lado de AT.


18 CAFtrULO 1 REPRESEJ>TA9AO DE SISTEMAS ELÉTRICOS

Figura 1.14.1: Transformador Monofásico de Dais Enrolamentos

ZBT - Impedáncia vista pelo lado de BT.

Devido a
relacáo de transformacáo do transformador, ele apresenta duas tensóes
MiE., urna para o lado de AT e outra para o lado BT. Geralmente as tensóes base e a
potencia base sao os próprios dados de placa do transformador. Assim:

II¡,BT = VN BT

Sbale = 5/1."
Onde:

II¡,AT e V'BT sao as tensóes bases do lado de AT e BT do transformador.

VNAT e VNBT sao as tensóes nominais de lado de AT e BT do transformador.

SN potencia aparente nominal do transformador

(1.14.1 )

Referindo a ZAT para o lado de BT, usando a relacáo de transformacáo, tern-se

(1.14.2)

ou
19

Substituindo na equacáo 1.14.1, tem-se

(1.14.3)

ZTlpu) = ZBT(pu) = ZATlpu) (1.14.4)


Conclusáo: Em um transformador. o valor em pu no lado da baixa ou da alta tensáo é
o meSIDO. Assim, apresenta-se um só valor na pla~ do transformador, evitando apresentar
dais valores em Ohms. Esta é urna das vantagens da representacáo p.u ..

Exemplo 1.14.1: Um transformador monofásico de 20MV A de 69/13, SkV, possui urna


impedancia de O,762íl no lado de BT.

a) Qual o valor da impedancia em pu


ZBT ZBT 0,762
ZTlpu) = - - - = -¡;,--- = (13"k)' = O.OSpu
ZbcueBT .....!!.JJ:L. 20M
Sbo.u

b) Achar a impedancia no lado de AT.

Primeira maneira:

ZAT VNAT
= (- V ) 2 ZBT = (-69k )2
- 0,762 = 19,05íl
NBT 13,8k
Segunda Maneira:
(69kj2
ZAT = ZTlpu)Z'AT = 0,08 20M = 19,05íl
e) Qual o valor da impedancia em pu do transformador, numa nova base de
30MV A com tensóes nominais do Transformador.

Z - 008 (13.8k)2 30M - O 12 u


T.~~p") - , l3,8k 20M - • p
Exemplo 1.14.2: Cm transformador monofásico de lOMV A de 69/13,8kV, com 8% de
reatáncia, Calcular:

a)ZBT
(13. 8k)2 1 523fl
Z BT = Z Tlpu) Z''''BT = O,0 S~ = .
20 CAPiTULO 1. REPRESDITM;AO DE SISTEMAS EtETRlCOS

1.15 Impedancia em pu de Bancos de Transformado-


res Monofásicos
Muit.as vczes um transformador 3m é cornposto por 3 transformadores 11>1 formando
um banco. A impedáncie de placa de cada unidade lo é referida a sua potencia nominal e
tensócs nomin a.is.
Quando trés unidades 1dJ sao interligadas formando um banco em 6 ou em Y ligados
a urna redc 3<;&, su a placa fice mudada para:

V,(31)) é ditada pela ligacéo ero t::. ou ero Y.

Os dados de placa do transformador l c estáo apresentados na figura 1.15.1, e as


bases sao as suas próprías características nominais.

Figura 1.15.1: Transformador Monofásico

Os transformadores 1(j) podern ser conectados formando diversas combinacócs de


bancos :le'>. A seguir ser áo aprescnt.ados os dados de placas dos bancos 3¡p, originados das
combinacóes dos transformadores 1Q.

a) Bancos 3<1> em Y - Y

BASE:
5 6(31)) = 356(11))
VbAT (3q\) = .)3~6AT(lqJ)
VbBT(3q\) = .)3'b87 (16)
X..JL X..JL
X T jast T jase (1151)
T(30)PU = X b(3<1» = V:
r
(3; ) . .
8&(3<,6)

A reatáncia do Transformador 34> cm pu. representada pela reatáncia da fase do Y


equivalent e, é a propria reat.áncia do transformador la), Assirn, a expressáo 1.15.1, fica
21

(1.15.2)

(1.15.3)
Verifica-se que o valor em pu nao mudou do transformador l¡p para o Banco 31i,
somente os valores bases faram adaptados a nova ligacáo.

b) Bancos 3<tJ em [:, - [:,

BASE:
8 b(3<tJ) = 35,(11')

VbAT(3<t» = VbAI(I,p)

ViBT(3<t» = VbB T (1 <t»

Para o cálculo em pu é neressario transformar a ligacáo 6. cm seu Y equivalente.


A impedancia do enrolamento do transformador 16. é a impedancia da fase do .6..
Ver figura 1.15.2.

Figura 1.15.2: Tr ansformacáo A - y

A análise da rransíorrnacáo 6. - Y está no Apéndice B.


Como as impedancias de cada fase do 6. sao iguais a impedancia do transformador
(11'). as impedancias de cada fase do Y equivalente sáo iguais. e podem ser calculadas pela
expresséo 1.15.'1.
22 CAPíTULO 1. REPRESENTA9AO DE SISTEMAS ELÉTRICOS

. z;
ZY=T (1.15.4 )

Nota-se que o angula das impedancias do 6 e Y sao iguais.


Para obter a reatáncia do transformador em pu, deve-se calcular a reatáncia da fase
do transformador em Y equivalente.

(1.15.5)

Substituindo os valores para o transformador lc/J, tero-se

XT(3,plPU = XT(l,p)PU

O valor da reatáncia do transformador é o mesrno, apenas 08 valores bases foram


adaptados as ligacóes.

e) Bancos 34> em Y - 6

BASE:
S,(34)) = 3S.(I4»
\lby = v'3VBT(li1>j
\lb"" = \lbAT(I4»
Analisando pelo lado do Y, recai-se no mesmo caso da ligacáo em Y - Y. Analisando
pelo lado do 6, recai-se no mesmo caso da liga~ao em 6 - 6.

Conclusáo. O valor em pu da impedancia do transformador 14> e do Banco é a mesma, nao


importando o tipo de liga~iio:

Exemplo 1.15.1: Trés transformadores Id> de 50MVA e 132,8/138kV, com rea.táncia de


O,1pu, sao interligados formando um banco Y - 6. O lado BT da unidade 14> é ligado em
Y, e o lado AT do 14> em 6.

a) Qual a placa do Banco?


23

Dados do exemplo na figura 1.15.3 e 1.15.4.

AT

B Figura 1.15.3: Transformador 1~

230kV.h 132, 8kV


1
13SkV
1 ¡ b
AT BT

Figura 1.15.4: Ligacéo do Banco em Y - l;

Placa do Banco
S,(3~) = 150MV A
V'AT(3.) = 230kV
V'BT(3.) = 138kV
XT = 0.1pu
Pode-se observar que houve troca na denominacáo de AT e BT ao serem realizadas as ligacóes
do banco 3~.

b) Qual o valor da impedancia do lado AT do transformador 1~ em fl

Z (1-") = X ( )V.~T(1~) = 0,1(138k)' = 38 088fl


AT '1' T pu S,(1~) 50M '
24 CAPíTULO 1 REPRf;SENTA('AO DE SISTEMAS ELÉTRICOS

e) Qual o valor da impedancia do lado /', do transformador 3"

Fazendo o mesmo cálculo usando PUl aplicando-se a expressáo 1.15.4

d) Qual o valor da impedancia do lado Y do transformador 3",

, O,1.(230k)'
Zy = X T \ P1J )Z' "" AT(3<p) = 150M = 35,260

1.16 Impedancia em pu de Transformadores 3cb de


Tres Enrolamentos
o transformador ~~Q de 3 enrolamentos interliga 3 nÍveis de tensác diferentes do
Sistema Elétrico: O seu diagrama unifil ar é apresentado na figura 1.16,1.

Primórlo
H~H S,,"""'"O
AT ~BT MT

Terciario

Figura 1.16.1 : Transformador 3¡p de 3 Enrolamentos

Os nÍveis de tensác sao denominados:

• Alta Tensáo (AT) - Enrolamento Primario

• Média Tensáo (MT) - Enrolamento Secundario

• Haixa Tensáo (BT) - Enrolamento Terciario

Cada lado é compost o por 3 bobinas.


O transformador 3~ de 3 enrolamentos pode ser utilizado para ligar 3 sistemas
elétricos com níveis de tensáo distintos. como rnostra a figura 1.16.2.
Pode-se, t ambérn, usar o terciario ligado em 6 como filtro de seqiiencia zero, em
aplicacóes a protecáo. Neste caso o terciario deve operar a vazio. isto é, nao alimentar carga.
25
USINA DE USINA DE
PASSO
FUNDD- RS
-:;::===:Jl_...::~:::-J::C===:::;--:SAL
1I ro
OSORIO- PR

13BKV

Figura 1.16.2: Exemplo da Aplicacéo do Transformador a 3 Enrclamentos

o transformador de tres enrolamentos é o elo da Iigecác de tres sistemas elétncos


com níveis de tensáo diferentes. Em relacéo a curto-circuito, considera-se apenas a ocorrencia
de curto-circuito em urna das linhas conectadas ao transformador de 3 enrolamentos. pois
a possibilidade de dois curtos ocorrerem simultaneamente em linhas distintas é muito re-
mota. Port.anto. levando istc em considcracéo. a corren te do curto passa pelo transformador
usando sempre dais enrolamentos. Assim. a impedancia de curto-circuito do transformador
de 3 enrolamentos ~ obt.ida através de ensaio de curto-circuito) usando-se apenas dois dos
enrolernentos, enquanto o outro fica a vazio, isto é, com seus t erminais abertos.
O ensaio segue a mesma rotina dos testes para transformadores de dois enrolamentos.
Para o caso de transformador de 3 enrolamentos. o ensaio é feito de acordo corn a t.abela
1.16.1.

Teste !\ . I Aplica-se Tcnsáo Curto-Circuito Fica aberto I Medo-se I


1 I primário I secundario terciario I z; ,
2 '¡ primario terciario secundário ! Zp'
3 ¡ secund ário I
terciário primário i Z"
Tabela 1.16.1: Scqúéncia da Medicáo

Onde:

Zp.~ --jo Impedancia aprescntada pelo transformador de 3 en rolament.os , a curto-circuito no


secundario com aliment.acáo pelo primario. ou seja. a impedancia do primaric ao
é

secundario referida ao primário.

z; --Jo Impedancia a. curto-circuito no terciario com alirnentacáo pelo primario.

z; --¡. Impedancia a curto-circuito no terciario com alirnent.acáo pelo secundario, Oll seja, é
a impedancia do secundario ao terciario referida ao secundário.
26 CAPjTULO 1 REPRESENTA(:AO DE SISTEMAS ELÉTRICOS


Ne utro '-------- t•
Figura 1.16.3: Circuito Equivalente por Fase em Y

As impedancias z.; Zp'5 e 2M nao sao adequadas para se compor um circuito equi-
valente por fase. A melhor represent.acáo por fase é o esquema cm Y de urna única fase
como indica na figura 1.16.3.
05 valores de ZPl z, e z, sao obtidos, repetindo-se os testes dos ensaios de curto-
circuito indicados na Tabela 1.16.1. Assirn, tem-se

teste n.! --+ Zps = z, + ZJ


teste n.2 ~ = z; z, + z, (1.16.1)
teste n.3 ---+ ¿,H = z, + z,
Resolvendo, para explicitar z; z, e z; teremos
z, = ~(Zp,+ i; - Z,tl
z, = ~(tp,+ z. - tp,) (1.16.2)
Z, = HZp, + Z" - t p,)
As expressóes 1.16.2 só sao válidas se todos os valores estiverem em pu na mesma
base, ou se todos os valores das impedancias em (O) estiverem transferidas a uro só enrola-
mento.
Por imposicáo do modelo da figura 1.16.3, algum valor obtido pela expressáo 1.16.2
pode ficar negativo. Isto nao representa fisicamente nada, pois do ponto de vista do curto-
circuito, a impedancia de oposicáo obtida pela soma das impedáncias, isto él
é z,
+ Z;,;
z, z;
z; + OU Z;, + que sao sempre positivas.
Todas as consideracóes formadas neste itero. sao também válidas para transformador
monofásico de 3 enrolamentos.
De um modo geral. a sistemática apresentada também é válida para qualquer trans-
formador de "ti" enrolamentos.

Exemplo 1.16.1:
27

Enrolamento Tensáo Nominal de Linha Potencia Nomina}


Primáno 14,85kV 15MVA
Secundario 66,00kV 15MVA
Terciario 4,80kV 5.25MVA

Tabela 1.16.2: Valores Nomináis

Os valores nominais de urn transformador 34> de 3 enrolamentos estáo indicados na


Tabela 1.16.2.
Após a realizacáo dos eneaios de curto-circuito efetuados em laboratorio, os valores
das impedancias obtidas foram transformados em índices percentuais, e estáo indicados
abaíxo.
testen.1 ~ Zp, = 6,9%em14,85kVel5MVA
teste n.2 ~ Zp, = 5,6% em 14, 85kV e 5, 25MV A
teste n.3 ~ Z., = 3,8% em 66k Ve 5, 25MV A
Obs.. Note que nos testes n.2 e 3 a poténcia de referéncia no teste foi de 5. 25MVA. porque
o terciário foi curto-circuitado e a Icc(3rjJ) no enrolamento do terciario tero que ser limitada
a sua capacidade nominal.

Resoluc;iio
ZPII,Zpt e z; tem que estar em pu na mesma base.
Base adotada
S,.., = 15MVA
{ Vbas~ = tensóes norninais dos respectivos enrolamentos

z; = JO,069pu já está na própria base.


No cálculo de z;
há necessidade de mudanca de base.

i
p'
='0056 (14.85k)' 15M
jv ; 14,85k 5.25M z; = JO, 16pu
Mudanca de base também ero z;
z; = jO,038 (~~~)' 5~~;: z, = JO, 109pu
Portante. como os valores de Zptl ZpJ e z;
estáo numa mesma base, é possível
utilizar a expressáo 1.16.2. Assim, após as substituicóes, tero-se

z, = ~(j0, 069 + jO.16 - JO, 109)


28 CAPíTULO 1. REPRESENTAC;:i,O DE SISTEMAS ELÉTRICOS

. 1
Z, = 2()O, 069 + jO, 109 - JO,16)
. 1
Zt = 2(j0, 16 + jO, 109 - JO,069)

z, = JO, 06pu
Z, = jO, 009pu
z; = JO, lp11
O diagrama de impedancia por fase é o da figura 1.16.4.

p _ .&Q.Q.Q¡~r-m
j O'06~_9
·

S
t

jO,1
Ne u t ro
• •
Figura 1.16.4: Circuito Equivalente por Fase

1.17 Representac;ao em pu Por Fase de U m Sistema


de Potencia Completo
Urn Sistema de Potencia é formado pela conexáo de vários componentes (Geradores,
Transformadores, LTs, Cargas, etc). que tem suas impedancias próprias por fase em níveis
de tensáo diferentes devido a relacáo de transformacáo dos transformadores.
Os valores. das impedancias no diagrama de impedancia do sistema de potencia,
podern ser dados de dois modos:

• todas as impedancias cm Ohm referidas a um mesmo nível de tensáo .

• todas as impedancias transformadas em pu numa única base.

Esf.a última alternativa é a mais simples, por tanto adotada mundialmente. O pro-
cedimento para escolher a base a ser usada no sistema de potencia é mostrado a seguir.

a) Selecáo da base de potencia aparente


Adota-sc para todo o Sistema urna única poténcia base (5,",,),
29

b) Selecáo da t.ensáo base


Escolhe-se urna Tensáo Base de urn certo nÍve1 de Tensáo, que fixa através da relacáo
de cransformacéc dos transformadores as tensoes base nos out.ros niveis de tenséo. Portante.
a cada nível de tensáo do sistema corresponde a um valor base de tensáo.
A seqúencia do cálculo para transformar as impedancias dos elementos do sistema
e1étrico cm pu é feito a partir do nível de tenséo da tensáo base adotada inicialmente.

Exemplo 1.17.1:
Fazer o diagrama de impedáncia do sistema da figura 1.17.1, usando como base as
características nomináis do gerador síncrono G l .

10MVA
13,BKV

Y Xj"120J0
X=16%
2
Xo"'5%

t5MVA
138/13,2 KV
XT;12%

X1LT240n

Xo =16 0 n
LT 20MVA
20MVA
lB KV
1'38t18KV
x,=13%
X T2'IO"'lc.
XZ"18%
xo~ 4
%

Figura 1.17.1: Diagrama Unifilar

o diagrama contém dados de seqúencia negativa e zero, cujos parámetros seráo


vistos nos r ap itulos subseqiientes.
Para resolver o exemplo. usar semente os parámetros denotados pelo Índice 1.

Gerador Síncrono (;1:

Vb."G = 13,8kV
13 ase { 1 ,
So." = 30Mv A

Xl = O,15pu está na própria base


3ü CAPITULO 1. REPRESENTAQAO DE SISTEMAS ELÉTRICOS

Transformador TI;
Mudanca de base no lado t3.. usando a expressáo 1.13.4, tem-se

13 , 2k ) ' 30M
XT'naaa = 0.10 ( 13,Sk . 35M = 0,07Spu

Linha de Transmissiio be:


Cálculo da tensáo base no nível de tensáo da linha de transmissáo, Pela relacáo do
transformador TI , tem-se

13Sk ) ( 13Sk )
V.a"LT" = ( 13.2k Vb."G, = 13,2k .13, Sk = 144, 27kV

Impedancia base é calculada usando a expressáo 1.12.4.

zb4.l1eLT,,~ = (144,27k)' = 693 790


30M '

90
X 1LT « = 693,79 = O,129pu
Linha de Transmissiio ce:

X 40 O O"
lLT" = 693.79 = , Olpu

Transformador T,:
Mudanca de base usando o lado de AT, da expressáo 1.13.4, tern-se

138k )' 30M


XT'n~. = 0.10 ( 144,27k 20M = O,137pu

Garador Síncrono G,:


Cálculo da tensáo base no nivel de tensáo do gerador síncrono G,. Pela relacáo do
transformador T2 1 tem-se

Vb"'G, = U388~) ·V.."LT" = (/3S~) .144,27kV = lS,82kV

Efetuando-se a mudanca de base, tero-se

X 'G
"000
=0.13 (~)'
18,82k
30M = O 178 u
20M ' p
31

Transformador T 3 :
Mudanca de base no lado de AT do Transformador T3 .

XT'.ooo
138k
= 0,12 ( 144,27k
)2 30M
15M = O, 219pu

Motor Síncrono (M):


Cálculo da tensáo base no nivel de tensáo do motor síncrono (M).

v.b."M -- (13.2k) V.
138k
_ (13.2k)
b."LT" - 138k
k
144,27 = 13,8kV

Fazendo mudan ca de base:

x -O 12(13.8k)' 30M
lM. ooo - , 13.8k
O
10M = ,36pu

o diagrama unifilar por fase do sistema coro os respectivos valores ero pu está na
figura 1.17.2.

e jO,219 d
a b

iO,15 jO,078 jO,129

Neutro == Terra

Figura 1.17.2: Diagrama Ünifilar por Fase do Exemplo 1.17.1

1.18 Vantagens dos cálculos em por unidade


As mais significativas vantagens do uso de valores ero pu nos sistemas elétricos, estáo
apresentadas a seguir.
32 CAPíTULO 1. REPRESENTA (:"1 O DE ~¡ISTEMAS ELETillCOS

• simplifica os cálculos. porque todos os valores ern pu estéo relacionados ao mesmo


percentual,

• quando os cálculos sao feitos em Pu- nao há necessidade de referir todas as impedancias
a urn mesmo nivel de tensáo , pois. urna determinada impedancia sempre tern o rr-esmo
valor, nao importando o nivel de tensáo cm que se encontra (Z(p'U) = ~). Para
cada nivel de tensáo, ternos um valor diferente Z(O), mas varia também Zba!Je- de tal
forma que a relacáo é scmpre a mcsma:

• os fabricantes de equipamentos elétricos, tais como geradores, motores, transformado-


res, etc, nos fornecem nas placas desses equiparnentos. os valores das impedancias em
valores percentuais dos valores nominais do equiparnento:

• as impedancias de equiparnentos como transformadores (caso mais típico) do mesmo


tipo, mas coro potencias muito diferentes, apresent am quase sempre o mesmo valor
quando express as em Pu ou percentual;

• modifica todos os transformadores para urna relecéo de transforrnacáo de] 1, essim


o transformador nao precisa ser representado no diagrama de impedancia:

• necessit a de apenas o valor em pu da impedancia do transformador, sem referir a


qualquer lado (enrolarnento):

• os valores em pu de cquipamcnt.os variem em urna faixa relativarnente estreit a. en-


guanto os seus valores reais variarn cm faixas arnplas:
Capítulo 2

Componentes Simétricas

2.1 Int.roclucáo
Os curto-circuitos em sistemas clétricos de potencia geram desbalanceamentos, difi-
cultando os cálculos e as simulacóes da ocorréncia.
Por nao existir ferramenta analítica adequada, inicialmente, os estudos e análises de
comportamento dos sistemas as diversas solicitecóes e ocorréncies eram feitas em réplicas
miniaturizades. as vezes construídas no próprio pátio das empresas. Isto. evidentemente,
trazia muitas dificuldades. principalmente pelo fato de o modelo reduzidc ter que acompanhar
as mudencas e manobras do sistema original.
O caminho para a cbtencáo de urna ferrementa analítica que facilit.asse áqueles
estudos comecou a ser explorado em 1895. No estudo dos motores monofásicos foi lancada a
idéia de decompor o campo magnético est.acionerio pulsatório, gerado pelo estator. em dais
campos girando simultaneamente em direcóes apostas.
a motor monofásico pode girar para a esquerda ou para a direite dependendo do
impulso de partida, que faz com que o rotor se amarre a um dos dais campos rotativos,
estabelecendo conseqiientemente. o sentido de rotacéo.
Em 1915~ Leblanc imaginou decompor as correntcs trifásicas desequilibradas em tres
grupos que seriam produzidos por tres campos magnéticos, da seguinte maneira:

• um campo magnético girando em urna direcáo:

• um campo magnético girando em urna direcáo aposta;

• um campo magnético estático, pulsatório.


Estas idéias criaram carpo e, aind a em 19L1, o Dr. C,L. Fortescue. conseguiu for-
mular urna ferramcnta analítica muito poderosa, propondo, de rnancira genérica, a decorn-
posicáo de qualquer sistema de "n'' fases desequilibradas nas suas respectivas componentes
simétricas equilibradas.
A forrnulacáo proposta por Fortescue, foi mais tarde, adaptada e aplicada aos ele-
mentos que compóern o sistema elétrico de potencia. Isto possibilitou a aplicacáo de todas

33
34 CAPITULO 2. COMPONENTES SIMÉTRICAS

as técnicas já conhecidas e dominadas de circuitos trifásicos equilibrados aos sistemas des-


balanceados pelos curto-circuitos. através das componentes simétricas.
Posteriormente corn o advento do computador digital, simulacóes no sistema elétrico
viraram retinas.

2.2 Teorema de Fortescue


Fortescue, at.ravés do teorema intitulado de "Método de componentes simétricas
aplicado a solucáo de circuitos polifásicos", estabeleceu que um sistema de "n' fasores de-
sequilibrados pode ser decomposto ern "n" sistemas de fasores equilibrados, denominadas
componentes simétricas dos faso res originais. A expressáo analítica geral para um sistema
desequilibrado com n fases é dado por:

Va = V~o + i'·~l + i~2 + i 1a 3 + + l/a, + + Varn_l)


ji¡ = Vbo+ Vb, + i;, + ji¡, + + ji¡¡ + + Vb,n_,)
~ = ~o + ~, + i~, + ~, + + V" + + V"n_n (22.1)

o sistema desequilibrado original de seqíiéncia de fase a, b. e, ... ,n é representado


pelos seus n fasores Val Vb , i~l"" i~. que giram em velocidade síncrona na freqíiéncia da
rede polifásica.
Cada um dos fasores. conforme equacáo 2_2.1 é decomposto em n fesores. designados
por componentes de seqiiéncia zero, 1. 2, 3... k ... n - 1. Com isto se obtém uro conjunto de n
sistemas equilibrados, Gil seja, os n sistemas de seqiiencias descritas a seguir.
Cada seqiiéncia é ccmpost.a de n fasores equilibrados, isto él de mesmo módulo e
igualmente defasados.
A defasagem Eh de dois fasores consecutivos do sistema de seqúéncia k-ésima, é dada
por:

(2.2.2)

Assim, tem-se os sistemas de:

seqüencia zero: é o conjunto de n fasores f~o 1(;'0' i/CO: '


" Vno de mesmo módulo e em fase,

girando no mesmo sentido e velocidade síncrona do sistema original de n fases.

ib
seqíiéncia 1: é o conjunto de n fasores ,'~l' 1, i:~l"'" i~l de mesmo módulo, com defasa-
- - mento de ~, girando no mesmo sentido e velocidade do sistema polifásico original.
35

seqüencia 2: éum conjunto de n fasores, V(l2' ~~b2' ~2 " ' , Vn2, de mesrnos módulos. com
defasamento entre si de 2 (~), girando no mesmo sentido e velocidad e síncrona do
sistema original.

seqüencia k-ésima: é uro conjunto de n fasores 1-~.l:' Vb.l:' i 'CJc, · · · , Vn.l:' de mesmo módulo,
coro defasamento entre si de k (~), girando no mesmo sentido e velocidade síncrona
do sistema original.

Observe-se, que fisicamente o sentido da seqiiéncia 2, ou de todas as seqiiéncias de


ordem par: tem os seus conjuntos de seqüéncia girando contrarios aos da seqúéncia L ou de
ordem ímpar. Esta é a real interpretacáo física. É o que ocorre de fato no Sistema, pois as
seqíiéncias de ordem par geram campos girantes contrarios aos do sistema original. Como
apresentado no Teorema de Fortescue, no entanto, todas as seqúéncias giram no mesmo
sentido. Isto é obtido permutando coerentemente as fases das seqüéncias pares. de modo a
possibilitar o equacionamento e as oper acóes com os fasores.
Note-se que pelo teorema de Fortescue. a denominacáo de seqúencia, que é um
conjunto de fasores balanceado. é referida quando dais fasores sucessores tero a mesma
defasagem angular, mas o conjunto dos n fasores nao precisarn necessariamente formar um
sistema simétrico.
Semente os sistemas polifásicos, coro n igual a um número ímpar 1 teráo sempre
os sistemas de seqiiencia em perfeita simetria dos íasores. Já o de ordem par. nao terá a
sirnetria, seráo apenas mantidas as defasagens entre dais fasores consecutivos.

2.3 Teorema de Fortescue a Sistemas Trifásicos


A íormulacáo de Fortescue é. válida para qualquer sistema com n fases, mas como
o sistema elétrico adotado internacionalmente é o trifásico, íar-se-a um aprofundarncnto no
sentido de dominar todas as peculiaridades do Teorema aplicado ao sistema trifásico.
O teorema de For tescue. aplicado a
redes trifásicas, fica assim formulado: "Urr:
sistema 3cP de tres faso res desbalanceados pode ser decomposto em tres sistemas 3~ de tres
fasores balanceados chamados de componentes simétricas de seqiiéncia positiva. negativa e
zero". As definicóes de seqúéncia positiva, negativa e zero seráo vistas a seguir.

2.4 Sistema Trifásico de Seqíiéncia Positiva


É um conjunto de 3 rasares balanceados. ou seja, de mesmo módulo, defasados de
120°1 com a seqiiencia de fase idéntica a do sistema 34Joriginal desbalanceado.
Nota~ao:Índice 1 representa sequencia positiva.
O diagrama fasorial do sistema trifásico de seqiiéncia positiva está na figura 2.4.l.
O sistema trifásico original tem urna seqüéncia de fase, que por conveniencia será re-
presentada por abe, cujos fasores giram na velocidade síncrona (Woriginal)' O sistema trifásico
CAPITULO 2. COMPONENTES SIMÉTRICAS

Ojb,c, = Sequénclo positiva

CAl, =CAl Síncrona

b,
Figura 2.4.1: Seqiiéncia Positiva

de seqúéncia positiva deve ter tres fasores abe, na mesma seqíiencia e velocidade síncrona do
sistema original.
Esta condicáo é simulada colocando um observador, figura 2.4.1, que ve as pontas
dos fasores girando na seqiiéncia abe, isto é, positiva.
Supondo que os tres fasores da figura 2.4.1 sejarn tensóes, e como sao por definicéo
equilibradas, pode-se escrever:

(2.4.1)

Em módulo, elas sao iguais, isto é:

(2.4.2)

As outras tensóes foram expressas em Iuncáo de VIl I , porque o sistema é equilibrado,


entáo basta analisar urna única fase.
Em vez de usar o termo 1L1.1.Qo, é praxe, substituir este número complexo por urna
representacáo literal, batizada de a, conhecida como operador rotacional. Assim,

a= lLíN' (2.4.3)

é interpretado como uro operador que aplicado a um fasor, gira- o de 1200 no mesrno sentido
da rotecáo indicada pela velocidade Wt da seqiiéncie positiva.
37

Na forma quadrangular o operador a vale:

(2.44)

As diversas combinacóes envolvendo o operador a.


estáo no Apéndice C.
Assim a expressáo 2.4.1 colocada em termos do operador a fica:

Val
i-b
1 = á
2
.Vo.¡ (2.4.5)
Ve1 = á.V al

2.5 Sistema Trifásico de Seqiiéncia Negativa


É um conjunto de 3 fasores equilibrados, girando Duma seqúencie de fase contraria a
do sistema original des balanceado, cm velocidade síncrona contrária a da seqüéncía positiva.
Notacáo: Índice 2 representa seqíiencia negativa.
O diagrama fasorial do sistema trifásico de seqüéncia negativa é o da figura 2.5.1.

Figura 2..5.1: Seqüéncia Negativa Real

Para possibilitar as operacóes algébricas com fasores, os fasores da seqíiéncia ne-


gativa deveráo girar no mesmo sentido da seqiiéncia positiva. Assim, o diagrama fasorial
modificado fica o da figura 2.';.2.
38 CAP,TULO 2. COMPONENTES SIMETRICAS

o2 e 2 ;;= Sequencio negativo

w,
.02.
Figura 2.5.2: Seqiiéncia Negativa Modificada pelo Teorema de Fortescue

Note-se que do ponto de. vista do observador nao houve nenhuma rnudanca. É exa-
tamente isto que acorre no enrolamento de urna máquina síncrona, Gil de UID transformador.
Portanto, para fazer esta adaptacáo, há necessidade de trocar a denominacáo de
dois fasores. isto é, trocar o fasor b pelo c. Na prática. trocando duas fases de um motor
trifásico de inducáo, o mesmo inverte a sua rotacáo.
Colocando-se os fasores tensáo em funcáo da tensáo da fase a, tem-se

(t~2
VD2 =a'~2 (2.5.1)
Ve2 = a2 .i7a2

2.6 Sistema Trifásico de Seqúéncia Zero


É um conjunto de 3 fasores iguais, em fase, girando no mesmo sentido da seqíiencia
do sistema original desbalenceado , isto é, da seqiiencia positiva.
Notacáo: Índice Zero representa scquéucia zero.
O diagrama fasorial do sistema trifásico de seqíiéncia zero, é o da figura 2.6, l.
Em termos de tensáo, os fasores de seqúencia zero ficam

(2.6.1)
39

Figura 2.6.1: Seqúencia Zero

Todas as consideracóes e forrnulacóes faram feitas para tensáo, o mesrno poderia ser
feito para as correntes que percorrem as fases do sistema trifásico.

2.7 Expressáo Analítica do Teorema de Fortescue


Com as definicóes apresentadas nos itens anteriores, pode-se colocar o 'Teorema de
Fortescue em representacáo analítica.
Como já foi dito. um sistema trifásico desequilibrado é cornposto por tres sistemas
trifásicos equilibrados de seqíiéncia zero, positiva e negativa. Portanto, fazendo a super-
posicáo dos tres sistemas equilibrados, obtém-se como resultado real o sistema desbaianceado
original. A expressáo analítica do teorema de Fortescue é:

Va = i'~o + Val + Va:.


V, = v" + tb, + v" (2.7.1)
i = i~o -t- \Ie l +V
r
c e2
..........-.. --....-- --...-.. ~
A BCD

A = Sistema trifásico desequilibrado

B = Sistema trifásico equilibrado de seqíiencia zero

e = Sistema trifásico equilibrado de seqüéncia positiva

D = Sistema trifásico equilibrado de seqúencia negativa

A expressáo 2.7.1 mostra claramente o teorema de Fortescue. Como os sistemas


trifásicos de seqiiencia sáo equilibrados basta entáo fazer todo o estudo em relacáo a urna
fase ¡la".
Usando as expressóes 2.4.5, 2.5.1, 2.6.1, de modo a colocar todas as tensóes em
funcáo da fase "a" 1 a expressáo 2.7.1 fica
40 CAPITULO 2. COMPONENTES SIMÉTRICAS

Va = ~'~o + Val + l~~2


¡:'í, = i'~o + a2~1 + alla, (2.7.2)
Ve = i ao+ aVal + il2 Va 2
í

OU, mais claramente, em forma matricial

[
~:
~
] = [~ a'
1 a
~
a2
] [ t::i-;.2 ] (2.7.3)

Representando a matriz por T, tem-se

T = [¡ :' t] (27.4)

Té urna matriz quadrada 3x3, conhecida como matriz transformacáo das compo-
nentes de seqúéncia nos fasores originais do sistema desbalanceado.

Exemplo 2.7.1: Dados tres conjuntos 3<;\ de seqúencia positiva, negativa e zero, (Figura 2.7.1),
aplicando a expressáo 2.7.1, obter graficamente o conjunto de fasores 3<;\ desbalanceados.

Figura 2.7.1: Exemplo Gráfico do Teorema de Fortescue

2.8 Componentes de Seqiiéncias em Funcáo do Sis-


tema Trifásico Desbalanceado
Para obter as componentes de seqiiéncia, ern funcáo do sistema desbalanceado; deve-
se, determinar o inverso do indicado na expressáo 2.7.2. Manipulando-se a expressáo 2.7.2 de
41

modo a explicitar, isto é, isolar os termos de Vao, Val e V a2


em funcáo dos valores verdadeiros
Va, Vb e Ve, tern-se

(2.8.1)

Ou, em representacáo matricial,

[ '~O':'0' ] -_ ~ [ 1
Vo ,
3 1
1
(28.2)

Portante, define-se

T- ' = ~ 1 1
1 a
1]
,,' (2.8.3)
3 [ 1 ,,' a
Senda T- 1 a matriz inversa de T, ou seja, é a matriz tr ansforrnacáo dos fasores
originais verdadeiros de fase nos raso res componentes de seqúéncia.
A matriz inversa T- 1 , também poderla ser obtida por qualqucr processc de inversáo
de matriz, aplicado diretamente na matriz T.

2.9 Teorema de Fortescue em Termos de Corrente


Toda apresentacáo do teorema de Fortescue Coi formulada cm termos do Iasor tensáo,
no entanto, o mesmo se aplica aos tres fasores de corrente do sistema trifásico dcsbalanccado.
Isto porque as operacóes das matrizes de transforrnacáo T e T- 1 , podem ser aplicadas a
qualquer conjunto de rasares 3~.
Assim, para as correntes da expressáo 2.7.3, obtem-sc

(2.9.1 )

E da expressáo 2.8.2 , obt em-se

(29.2)
42 CAP,TULO 2. COMPONENTES SIMÉTRICAS

2.10 Análise da Corrente de Seqíiéncia Zero


A Seqíiéncia Zero tern urna característica muito peculiar, de extrema singularidade.
cm que os fasores estáo cm fase, mesrno assim recebe a denomiuacáo particular de sistema
trifásico balanceado.
Seu estudo merece destaque porque sua interpretacác de extrema importancia.
é

As conclusóes obtidas produzem interpret.acóes físicas. com aplicacáo direta a protecáo do


sistema elétrico.
Da expressáo 2.9.2, explicitando o fasor i.; tem-se

(2.10.1)

Com a expressáo 2.10.1, pode-se analisar os seguintes casos:

a) Sistema trifásico terminando cm Y aterrado ou com neutro.


É o ca.'io de urna carga equilibrada Gil nao, ou de um transformador ligado cm Y-::::L
A figura 2.10.1 mostré a Iigacáo. "

la

Figura 2.10.1: Carga Ligada em Y--;¡,.

Aplicando a Primeira Lei de Kirchhoff no nó da estrela, tem-se

(2.10.2)
Substituindo em 2.10.1, tem-se

(2.10.3)
43

1sto significa que só pode existir corrente de Seqiiéncia Zera cm um sistema com
Neutro Gil Aterrado.

b) Sistema trifásico em Y nao aterrado e desbalanceado


É o caso de urna carga em Y desbalanceada ou carga balanceada efou transformador
com urna fase aberta. A ligacáo está apresentada na figura 2.10.2.

Figura 2.10.2: Carga Ligada em Y

Aplicando-se a Primeira Lei de Kirchhoff no nó, tem-se

Substituindo na expressáo 2.10.1, obtém-se

(2104)

Portante. de acordo com a conclusáo do ítem "a", como o sistema nao está ater-
rado, nao haverá possibilidade de ter corrente de seqüéncia zero. Note-se que a corrente de
seqúencia (iao ) precisa de um circuito fechado, para que possa circular.

e) Sistema trifásico em D. desbalanceado


Caso de carga em Ó des balanceado ou ligacáo do transformador em 6 com urna
fase aberta.
A figura 2.10.3 mostra a ligacáo.
Neste caso, aplicando a Primeira Lei de Kirchhoff no "Super NÓ1' l isto
é.a sorna das
correntes que entram no "Super r..;ó" é igual a soma das carrentes que saem. Assim,
44 CAPfTULO 2. COMPONENTES SIMÉTRICAS

........... " Super no


\~
\
\
\
I
I
I

I
, I

'--------- - /

Figura 2.10.3: Carga Ligada cm 6

Substituindo na expressáo 2.10.1, tem-se finalmente

(2.10.5í
As conclusóes sao as mesrnas do itero "b", isto é, nao existe Seqúéncia Zero.

Exemp10 2.10.1: Urn condutor de urna lin ha 3d> está abcrto. A corrcnte que Hui para urna
carga em Y (Figura 2.10.4) pela linha "a" é de 25A. Fazendo a corrente na linha "al' como
referencia e supondo que seja a linha "e" abert.a. Determinar as componentes de seqíiéncia
das correntes de linha.

. ic=o
......
lb = - la

Figura 2.10.4: Carga em Y


45

Resolusao
Pela figura 2.10.4, tem-se
i, = 25fQoA
Substituindo os valores acima na expressáo 2.9.2, obtérn-se

i, ] _ ~ [1 ~ 1,] [-, ]
[ ~l
i; 3
- 1 a a
1 "',, O
~

.
la, =:11 (.l. - .
l. + O) t. =0
.
l., =:11 (.lo - .
al¿
) jo
+ O = 3(1 - á)
De acordo com o Apéndice e, tem-se
1- " = v'3 /- 300
i al = 3 VJ ~ '3/- 30 0

j = 25J3/_ 30'A
., 3
ou
L, = 14,43/- 300A

.
lo, =:11 (.l. - ., .
a l. +O
)

j ., = 3 ~(I-it')
As equacóes do Apéndice e indicam que:
1 - ,,' = v'3 Lillo

j _ j.J3L:N0
Q2 - 3

jo, = 25J3 Lillo A


3
ou
i; = 14,43Lill uA
Const.ruindo-se graficarncntr- o teorema de Fortr-scue. at r avés da aplir-acáo da ex-
pressáo 2.9.1. tem-se a figura 2.10.0,
46 CAPiTULO 2. COMPONENTES SIMÉTRICAS

.J
~
íb,
--o'

Í C1
,Y~-"~ iO~
i

">"" .. _..

i C2
4

Figura 2.10.5: Solucáo do Exemplo 2.10.1


Capítulo 3

Gerador Síncrono

3.1 Irit.roducáo
As forrnulacóes contidas no Capitulo 2 necessitam ser adaptadas para o cálculo das
correntes de curto-circuito que produzem desbalanceamento DO sistema. Com o desenvolví-
mento do Teorema de Fortescue, a atencáo dos engenheiros de sistemas elétricos {oí dirigida
para a aplicacáo do mesmo as necessidades que se apresentavam, ou seja, a obtencáo dos
novas dados relativos as sequéncias. Isto foi um desafio que exigiu ternpo, dedicecáo e novas
estudos, porque nao se dispunha de parámetros relativos aos sistemas de seqíiencias, princi-
palmente os de seqiiéncia negativa e zero. O conhecimento existente até entáo era somente
o relativo ao sistema trifásico equilibrado.
Assim, cada componente que constitui o sistema elétrico foi estudado, ensaios foram
elaborados e testes de laboratorio foram efetuados, para permitir a obtencáo das impedancias
de seqiiéncia, que sao os parámetros que se opóem as suas respectivas correntes de seqiiéncia,
Com o passar do tempo, demonstrado ser o Teorema de Fortescue urna poderosa
ferramenta e vencido o desafio de aplicá-Io aos sistemas de potencia, tornou-se disponível
urna sistemática de enálise e estudos de sistemas elétricos que até hoje é explorada.
Portante, o teorema de Fortescue foi demonstrado ser urna ferrarnenta poderosa, o
desafio de aplicar 0.0 sistema de potencia foi vencido, e os beneficios até hoje sao explorados.

3.2 Impedancia de Seqiiéncia dos Equipamentos do


Sistema
Como já foi visto, um sistema elétrico trifásico será decomposto, segundo Fortescue,
em tres sistemas elétricos trifásicos denominados de seqiiéncia positiva, negativa e zero. Isto
leva a. necessidade de se obt.er o modelo do sistema para cada componente. de seqüéncia,
ou seja, haverá a necessidade de modelar o sistema para as seqúéncias positiva, negativa e
zero. Os tres modelos obtidos sao sistemas trifásicos equilibrados, sendo portante, necessário
efetuar o estudo apenas de urna única fase, senda a fase "al' adotade corno referencia.

47
48 CAPíTULO 3. GERADOR SíNCRONO

Portanto, através de ensaios em laboratório, ou pela característica do material e


forma de ligacáo, deve-se calcular ou medir a impedancia apresentada pelo equipamento
quando submetido a cada seqiiéncia individualmente. Assim, genericamente,

21 é a impedancia apresentada pelo equipamento a seqíiéncia positiva


22 é a impedancia apresentada pelo equipamento a seqiiéncia negativa
20 é a impedancia apresentada pelo equipamento a seqíiéncia zero
Para os estudos de curto-circuito, os elementos importantes a considerar no sistema
elétrico sao os geradores, transformadores, linhas de transrnissáo e a configuracáo da rede.
Os modelos de seqúencia positiva, negativa e zero destes equipamentos seráo anali-
sados nos itens e capítulos seguintes.

3.3 Gerador Síncrono: O Elemento Ativo do Curto-


Circuito
É o gerador síncrono o elemento principal, o mais importante em todo o sistema
de energia elétrica. Ele supre, dentro de sua limitacáo, as energias solicitadas pelas cargas,
mantendo os níveis de tensáo dentro de urna faixa estreita, de tal maneira que nao venha a
a a
comprometer os elementos jusante e montante, garantindo a continuidade e a estabilidade
do sistema.
Quando da ocorréncia de um curto-circuito no sistema, a impedancia vista pelo gera-
dor síncrono cai violentamente. Em conseqíiéncia, o gerador, tentando garantir as condicóes
acima, injeta no sistema urna corrente de curto-circuito elevada. O defeito só será eliminado
com o adequado funcionamento da protecáo e a devida abertura do disjuntor correspondente.
Portanto, o gerador síncrono o elemento ativo do suprimento da corrente de curto-
é

circuito, e o seu comportamento será analisado no decorrer deste capítulo.

3.4 Teste de Curto-Circuito Trifásico no Gerador Sín-


crono
Primeiramente será analisado o curto-circuito trifásico, isto é, o que permite a
obtencáo do circuito de seqíiéncia positiva. A análise do espectro de corrente deve ser feito
através de ensaio em laboratório, usando um oscilógrafo de alta sensibilidade, que registrará
a evolucáo da corrente durante todo o período do curto-circuito.
O ensaio é feito aplicando-se um curto-circuito trifásico nos terminais do gerador
a
síncrono, inicialmente com tensáo nominal e girando vazio em velocidade síncrona. Ver
figura 3.4.1.
49
Te

t:O

tIJ Síncrona

Figura 3.4.1: Ensaio de Curto-Circuito Trifásico no Cerador Síncrono

Oscilografando simultaneamente as correntes de curto-circuito nas 3 fases do gera-


dor síncrono, obtém-se, dependenda do instante do chaveamento, as correntes mostradas na
figura 3.4.2, extraída da referencia [221.
!J) e _ e e,

I,,,,p"

F... b

Figura 3.4.2: Forma de Onda das Correntes de Curto-Circuito Trifásico nas Tres Fases de
um Gerador Síncrono.

Estas corren tes sao conhecidas por corren tes essimót ricas de curto-circuito (' sao
cornpostas por urna componente continua (-> III1la coujponent c alternada.
A componente continua é decresccnte, e aparece devido a importante propriedad-.
de o campo magnético, mais propriamente o fluxo magnético, nao poder variar hr usr-auu-ute.
obrigando a que as correntes de curto das t rés fases dcvam partir de zcro.
50 CAP,TULO 3 GERADOR SiNCRONO

Para facilitar a análise. fazendo as correntes de curto-circuito passarem por um filtro,


de modo a eliminar a componente continua, pode-se verificar que as carrentes das tres fases
estáo contidas na envoltória da figura 3.4.3 extraída da referencia [22].
j

Período subrransitório

Figura 3.4.3: Envoltória das Correntes de Curto-Circuito.

Independentemente de quando vai ocorrer o chaveamento efetuado pelo disjuntor,


todas ondas de correntes de curto-circuitos estáo contidas na envoltória. Isto é muito im-
portante porque dispensa a necessidade de estu dar a forma de onda da corrente. bastando
analisar o comportamento da envoltória, que representa todas as correntes do curto-circuito.
Note-se que a forma de onda da eorrente de curto nao é fixa. Seus valores de pico
(cristas) inicialmente grandes. váo caindo ciclo a ciclo, até se estabilizar, atingindo o período
de regime permanente de curto-circuito.
Apesar disto, a corrente AC é simétrica em rclacáo ao eixo do ternpo , senda, por
isto, conhecida como corrcntc simétrica de curto-circuito.
Devido a esta simetria, pode-se analisar apenas a parte de cima da envoltoria. como
caracterizado na figura 3.4.4.
Corno é o gerador síncrono que supre a corrente de curto-circuito, e esta, inicial-
mente, tem um valor grande, que vai decrescendo até atingir o regime permanente, podé-se
compreender que o gerador tem urna reatáncia interna variável, desde um valor pequeno até
a sua tradicional reat áncia síncrona (X s ), de regime permanente. Isto é:

(3.1.1 )
Como a resistencia interna do enrolamento da fase do gerador síncrono é muito
pequena em relacáo a reatáncia interna, o seu valor nao é considerado na modelagem de
curto-circui 1.0.
Por ser a reatáncia interna do gerador síncrono variável, fica extremamente difícil
calcular analiticamente a corrente de curto. Para facilitar a análise. supóe-se que a corrente
51

Exfropola¡;:oo do
envottdno trunsitór¡o

Envortcrc da cor rente


o
u
I~" o
r: ~Itl

I,..AX" g - - -- - - - - - - - - -- --- - - - - - - - -.- - - - - -----


Re 0''-----------------------------.
Tempo
Figura 3.4.4: Parte Superior da Envoltória

de curto-circuito tenha o comportamento indicado pela parte de cima da envoltória e esta,


subdividida no tempo, em tres períodos:

• Período Sub- Transitório ,~'- ,A".J-{l o ""', \los cL~ \ le,,'"~ \


• Período Transitório . :.- __ d. l . .!-\:."lv a. e.'.(H't\~'--""'\.\u\"t'o d.e La...v...LtO)

• Período de Regime Permanente cl-..1,

Para cada período será definida urna reatáncie interna do gerador síncrono, estudado
nos itens seguintes,

3.5 Período Sub-Transitório da Corrente de Curto-


Circuito do Gerador Síncrono
o período sub-transitorio, caracterizado pelo trecho "be" da figura 3.4.4, é o período
inicial da corrente de curto-circuito do gerador.
Com a atenuacáo do sub-transitorio, o gerador entra no período transitorio, indicado
pelo trecho "cd", Após o desaparecirnento deste, o gerador fica no período de regime perma-
nente, trecho "dh", caracterizado pela reatáncia síncrona (X s ). Todos os enrolamentos, isto
é, as bobinas das fases do estator (armadura), as bobinas do enrolamento de campo do rotor
e o enrolamento amortecedor , contribuem para o aparecimento dos períodos sub-transitorio
e transitório.
O enrolarnento arnortecedor, figura 3.5.1 (obtida da referencia [29]), colocado em
curto-circuito na cabeca do pólo do rotor, é o principal responsável pelo aparecirncnto do
período sub-transitório no gerador. Sua atuacáo é idéntica a gaiola de um motor de inducáo.
No entanto, em regime permanente, o rotor do gerador síncrono gira a velocidade
síncrona, ou seja , nao existe escorregamento. Ero conseqiiéncia, nao haverá inducáo de
52 CAPiTULO 3. GERADOR SiNCRONO

Ane! de curto-circuito

Enrolamento
do campo ce

Figura 3.5.1: Enrolamento Amortecedor

corrcntcs no enroiamcnto amorteccdor e tudo se passa como se ele nao existisse. Sua pre-
senca e eficiencia ser áo sentidas no instante inicial de curto-circuito. Isto porque, com o
curto-circuito, se estabe1ecc. momentancamente, variacáo entre o campo girante do estator
(armadura) e o do rotor. induzindo corrcntes no enrolamento amortecedor. Estas corrcntes
produzem um Huxo magnético ad icional , atuando como freio impedindo maiores oscilacóes
do rotor, conferindo maior estabilidade ao gerador síncrono.
Porr.ant.o. o cnrolamento amortecedar é importante para aumentar -a estabilidade do
gerador frente ao sistema elétrico. Mas , cm contra-partida. aumenta a corrcntc de curto-
circuito. e conseqiienternent e. aument ando também o dimensionamento dos disjuntores. e
TC's.
Uro gerador síncrono. sem enrolamento amortecedor na cabcca polar, nao tcrá o
periodo sub-transitorio e o curto-circuito se dará imediatamente dentro do período tran-
sitorio. Neste caso, o período seria representado pelo trecho "ad" da figura 3.4.4.

3.6 Período Transitório da Corrente de Curto-Circui-


to do Gerador Síncrono
o período transitorio. é caracterizado por um decaimento rnais suave e com período
rnaior do que o período Sub-transitório.
O principal responsável pela manutencáo deste período é o enrolamento de campo
do rotor do gerador síncrono. Este enrolamento é energizado por urna fonte de corrente
continua, cuja corrente cr-ia o campo magnético. Este ca.mpo magnético gira em velocidade
síncrona acompanhando o rotor acionado por urna máquina primária. Durante o curto-
circuito, a brusca mudanca no estado da topologia da rede provoca oscilacóes, fazendo o
cnrolamcnto de campo do rotor funcionar como urna gaiola, na quaL é induzida, por reacáo,
urna corrente alternada.
O enrolamento de campo é encarado como um curto-circuito pela corrente AC in-
53

duzida. As oscila<;oes van diminuindo e o gerador síncrono entra no período de regime


permanente.

3.7 Período Permanente da Corrente de Curto-Cir-


cuito do Gerador Síncrono
o
período permanente é extremamente conhecido e analisado profundamente cm
qualquer bibliografia sobre máquinas síncronas. Este período é caracterizado pela reta "gh",
figura 3.4.4. Note-se que esta reta é o lugar geométrico dos valores de picos da onda senoi-
dal da corrente alternada de curto. O comportamento ern regirne permanente do gerador
sincrono, em curto-circuito ou em carga é o mesmo. Na prática, os dispositivos de protecáo
elinúnam o defeito através da abertura do disjuntor.
Na realidade, durante a ocorréncia de um curto-circuito no sistema. o gerador
síncrono nao chega a atingir o regime permanente de curto, porque os dispositivos de
protecáo, isto él os relés, promovem a abertura dos disjuntores, eliminando o defeito.
Os curto-circuitos devem ser eliminados pela protecáo ainda no período sub-transitó-
rio. Se a protecáo falhar , por algum problema. deverá atu ar entáo, a protecáo de retaguarda.
que é temporizada e at.u a no período transitorio.

3.8 Equacáo da Envoltória das Correntes de Curto-


Circuito
A curva da envoltória descrita na figura 3.4.4, e representada pela exprcsséo 3.8.1.

(3.8.1 )

Onde:

t ---lo tempo.

i(i)"'nlioltóriu ---lo valor da envoltória no Lempo 1.

ImáxRP ---lo correntc de crista da onda scnoidal da corrent.e elétrica. de rcgimc permanente de

curto.

l'máx --tcorrent.e máxima da onde senoidal da corrente détrica do período transitório do


gerador síncrono sem o enrolamento amort ccedor.

l::"áT --t corrente máxima da onda senoidal da corrente do período sub-tran sitório.
54 CAPíTULO 3 GERADOR SíNCRONO

Ts ub-transitórlo ---+ constante de tempo do período sub-transitorio.

Ttr¡¡;nsitório -+ constante de tempo do período transitorio.

Os valores das constantes de tempo do gerador síncrono est ác indicados na Tabela


3.8.1, referencia [21J.

Geradores de pólos Geradores de pólos I


Tipo de
Máquina
Turbogeradores I salientes com salientes sem I
enrolamento amortecedor enrolamento amortecedor
rotor rotor rotor rotor
1

i
de alta de baixa I de alta de baixa
velocidade velocidade ! velocidade velocidade
¡ 2p < 18 2p > 18 2p<18 2p>18
I Constante I
I de tempo 0,03 I 003 0,03
I Subtransitório
I T~f em s
0,02 até 0,05 I0,02 ~té 0,05 0,02 até 0,05

Const a nt e
¡ de tempo 1.3 1,6 1,6 1,6
I transitor-ia 0.5 até 1,8 0,7 até 2,5 0,7 até 2,5 0,7 até 2,5
T~ cm s
Constante
de ternpo 10 6 5 6 5
em vazio 5 até 15 4 até 10 3 até 8 4 até 10 3 até 8
T~ em s
Constante
de tempo da 0,15 0.18 0,22 I 0,30 0,35
componente de 0,07 até 0,40 OJO até 0,40 OJO até 0,40 I 0,15 até 0,50 0.20 até 0.50
corrente continua
T; cm s
Tabela 3.8.1: Constantes de Tempo de Gerador Síncrono, p é o números de Pólos

o valor da constante de tempo que aparece sozinho na Tabela 3.8.1, representa o


valor médio de maior incidencia. A expressáo 3.8.1 da envoltoria. nao é útil para o cálculo
da corrente de curte-circuito, istc devido ser I~rixl I:náx e ImáxRP desconhecidos.
Mas os valores l~áx' ¡:nrix e ImrixRPl poderáo ser calculados para cada período sepa-
radamente, desde que sejam definidas as tres reatáncias distintas do gerador síncrono que
seráo apresentadas nos itens a seguir.
55

3.9 Reatáncia Sub-Transitória (X") do Gerador Sín-


crono
É definida supondo o período Sub- Transitório em regime permanente, tendo como
corrente o valor inicial I~áx da envoltória da figura 3.4.4. Assim,

X =
" E
l" (3.9.1)

Ondeo

E --+ valor eficaz da tensáo fase a neutro nos terminais do gerador síncrono, antes do curto-
circuito.

1" -+ valor eficaz da corrente de curto-circuito do período sub-transitório em regime perma-


nente. Seu valor é dado por:

/"= 1i
1"
(3.9.2)

Assirn, o cálculo do curto-circuito fica simplificado, bastando apenas efetuar a reso-


lucáo de circuitos elétricos usando fasores.

3.10 Reatáncia Transitória (X') do Gerador Síncrono


Similarmente, definie-se a reatáncia transitória (X') do gcrador síncrono, supondo
o período transitório em regime permanente, tendo como corren te o seu valor inicial (I~lrí;r)
da envoltória, caso o gerador nao ten ha o enrolamento amortecedor.
Assim,

.,'= ~ l' (3.10.1)

Ondeo

I' --+ valor eficaz da con-ente de curto-circuito do período transitorio considerado cm regime
permanente.

Seu valor é

(3.10.2)
56 CAPiTULO 3 CEnADOR 5iNCRONO

3.11 Reat áncia Síncrona (X s ) do Gerador Síncrono


Neste caso, o gerador síncrono já está cm regime permanente. Hasta entáo, usar a
expressáo 3.11.1.

Xs = ~ (3.11.1 )
1
Onde:
1 ~ valor eficaz da corrente de curto-circuito cm regirnc permanente.

1= 1"'0 P
(311.2)

O gerador síncrono é o único componente do sistema elétrico que apresenta tres


rcatáncias distintas, cujos valores obedecem a inequacáo 3.11.3.

x" < X' < Xs (3.11.3)

3.12 Corrente de Curto-Circuito Assimétrica


As correntes assimét.ricas , mostradas na figura 3.4.2. sao as verdadeiras correntes
de curto-circuito. Eles sao compoatas de urna corrente alternada simétrica e de urna com-
ponente continua. A corrente assimétrica sempre inicia do zero, portanto , a corrcnte inicial
da componente continua tern o mesmo valor, mas sinal aposta ao da corrente alternada
simétrica do período Sub-Transitório. Assim, genericamente, pode-se fazer a superposicáo
indicada pela expressáo 3.12.1.
i(t)assimétrica = i(t)simétrica + i(t)componentecont;nua (3.12.1)
Para se obter o valor da corrente elétrica para o dimensionamento de disjuntor,
procura-se determinar a expressáo analítica da curva obtida pela superposicáo da compo-
nente contínua com urna só parte da envoltória da componente simétrica do mesrno lado da
componente contínua. Isto é:

i(t)curvaaSslmetrica = (I:á.X -l~áx) e ~.,.b-Ir"''',,16r>'' +


(l~áx - ImáxRP) C-"-lra";'lar,,, +
(3.12.2)
Onde:
TcomponeTlte COTlt;nua ----¡. constante de lempo da componente contínua.
A constante de lempo da componente continua depende da relacáo ~ do circuito
percorrido pela corrente de curto-circuito.
57

3.13 Dimensionamento do Disjuntor


Este ítem é aqui apresentedo apenas para justificar as considerecóes formuladas an-
teriormente. Para o dirnensionarnento do disjuntor é necessario conhecer o valor da corrente
de curto-circuito no instante da interrupcáo (abertura) do disjuntor. Esta corrente, junta-
mente com a tensáo da rede no local de deleito antes do curto-circuito, define a capacidade
disruptiva da cámara de extincáo do arco elétrico do disjuntor. Para disjuntores de pequena
capacidade este valor é dado cm kA, mas, para disjuntores de grande porte, este valor é
expresso em potencia aparente, mais precisamente, em MVA de ruptura. Seu valor é dado
pela expressáo 3.13.1.

(3.13.1)
Onde:

VL --+ tensáo eficaz de linha a linha no local do deleito, antes da ocorrencia do curto-circuito.

¡curto-circ.uito --+ corren te eficaz de curto-circuito no local do defeito.

Sruptura --+ potencia aparente de ruptura do disjuntor.

A corrente de curto-circuito é calculada, de modo simplificado, usando a corrente


inicial do período sub-transitorio. Isto sem levar ern consideracáo o fato de que apeser da
denominacáo instantáneo, o disjuntor leva algum ternpo para atuar.
Na prática, este tempo é determinado pelo tempo de operacáo do relé mais o tempo
do mecanismo de abertura do disjuntor, juntamente com a extincáo do arco elétrico. Este
tempo varia de 2, 5 a 6 ciclos e1étricos.
Portante, com a utilizacáo da corrente inicial sub-transitoria. o disjuntor está super-
dimensionado, isto é, a favor da seguranca e contra o lado económico,
Se o valor exato COI necessario, deve-se usar o tempo de defeito na expressáo 3.12.2.
Assim, deve-se modelar o sistema para o período sub-transitorio, obtendo-se o valor
de l~ár' Novamente modelar o sistema para o período transitorio, obtendo-se I~rix' Depois.
modelar para o período de regime permanente, usando X s , obtendo-se o Imá:r:RP" Empregar
a expressáo 3.12.2, para obter o valor da corrente de curto-circuito no instante da abertura
e no local de instalacáo do disjuntor. A capacidade disruptiva é ent áo obtida pela expressáo
3.13.1.
Os disjuntores instalados perto do gerador, ficam submetidos a correntes de curto-
circuito idénticas as da figura 3.4.2. Com o afastamento do disjuntor do gerador, a impedancia
da linha de transrnissáo predomina sobre as outras impedancias, e o efeito do sub-transitorio
fica atenuado. Se o curto-circuito muito afastado do gerador, na madelagem do gerador é
é

indiferente usar a reatáncia sub-transitoria, a transitória ou a síncrona, país praticamente a


corrente de curto-circuito será a mesma.
Assim, para ter urna corrente significativa usa-se apenas a reat áncia sub-transitoria,
que contribuí um pouco mais com o curto-circuito. Já no sistema de distribuicáo, a impedancia
58 CAPiTULO 3. GERADOR SíNCRONO

acumulada do gerador até o ponto de defeito é tao grande, que a corrente de curto-circuito
simétrica já é a de regime permanente acrescida apenas da componente contínua.

3.14 Modelo de Seqiiéncia Positiva do Gerador Sín-


crono
Considerando a recomendacáo do item anterior, usa-se a reatáncia sub-transitoria
na modelagem do gerador síncrono. Esta, produz urna corrente de curto-circuito maior, e
o disjuntor , apesar de estar um poueo mais dimensionado, melhora a seguranc;a do sistema.
Portanto, do ponto de vista do curto-circuito, o circuito equivalente por fase do gerador
síncrono (ou motor) em Y para a seqiiéncia positiva, está apresentado na figura 3.14.1.
A fase "a" é escolhida como referencia.

---------------,
I +
I
I
I
I
I
I
I
I
L_

Figura 3.14.1: Circuito Equivalente por Fase do Gerador Síncrono

Onde:

É" -+ tensáo de fase no terminal do gerador síncrono girando a vazio.

Val --+ tensáo da fase em relacáo ao neutro da seqiiéncia positiva para qualquer situacáo.

Ía 1 -+ corrente de seqiiéncia positiva da fase "a", que sai dos enrolamentos da máquina para
o sistema.

A equacáo relacionada com o modelo da figura 3.14.1 é dada por:

(3.14.1)
Como o gerador é um elemento ativo, sua representacáo é feita por urna fonte de
tensáo ideal, E", atrás da reatáncia sub-transitória.
59

A seqíiéncia positiva é um sistema equilibrado, portanto a sua modelagem é a mesrna


caso o gerador esteja ligado em Y isolado ou Y aterrado, diretamente ou através de urna
impedancia.
O ponto central da conexáo em Y, identificado como neutro, tero o mesmo potencial
da terra, justificando assim a denorninacáo da figura 3.14.1, em que neutro} == terra}_

3.15 Modelo da Seqiiéncia Negativa do Gerador Sín-


crono
o defeito que provoca desbalanceamento gera componente de seqúéncia negativa
nas tensóes e correntes no sistema. Por tanto, deve-se analisar o comportamento do gerador
síncrono frente a estas componentes. O ensaio de laboratório é feito simulando as condicóes
de seqíiéncia negativa vistas pelo gerador. Para isto, o enrolamento de campo da máquina
deverá estar em curto, mas girando na velocidade síncrona no sentido da seqiiéncia positiva.
Aplica-se outro gerador síncrono, que irnpóe no gerador em teste as seqiiéncias negativas.
Ver figura 3.15.1.

-
e
w 2=w,

~ fT S

If
Curto + -
Excitatriz

Figura 3.15.1: Ensaio de Seqíiéncia Negativa

Para efetuar a simulacáo da seqüéncia negativa, o gerador síncrono externo gira


em velocidade síncrona, e induz tensóes nas bobinas do estator na seqiiéncia a2,~,c2' As
conexóes indicadas na figura 3.15.1 fazem com que o gerador síncrono em teste veja a
seqíiéncia de fase acb, que para ele é contraria a abc da seqúéncia positiva.
O curto-circuito feito no enrolamento de campo deve-se ao fato exposto no item 3.5,
isto é, a excitatriz em De se comporta como curto-circuito para o sinal senoidal alternado.
O período sub-transitório e o transitório praticamente nao existem em seqúéncia ne-
gativa. Portanto, a reatáncia do gerador síncrono, é simplesmente conhecida por reatáncia
60 CAPíTULO 3. GERADOR SíNCRONO

de seqiiencia negativa (X,). Seu valor é obtido pela expressáo 3.15.1.

X2=~ (3.15.1 )
lo
Ondeo

X, -> reatáncia de seqiiéncia negativa por fase.

Vo -> tensáo de fase, lida no voltímetro.

la. ---+ corrente da fase, lida no amperímetro.

o circuito equivalente por fase para fase "a' do gerador síncrono em Y, para a
seqíiéncia negativa é o da figura 3.15.2.

~-------------i +
I
: ¡X 2 i 02
: ~2
I
I
I
I
L Neu1ro2 ;: Terro2 JI

Figura 3.15.2: Circuito Equivalente de Seqíiéncia Negativa

Ondeo

Va~ -lo tensáo de seqíiéncia negativa no terminal da fase "a" ero relacáo ao neutro do gerador.

t.; -+ corrente de seqüéncia negativa que sai pela fase "a" do gerador.

Como o gerador é construido perfeitamente equilibrado, o campo magnético do seu


rotor só poderá gerar tensOes equilibradas na seqiiéncia abe. Portanto o modelo de seqiiéncia
negativa um circuito passivo sern fonte de tensáo.
é

A equacáo relacionada ao modelo da figura 3.15.2 é a expressáo 3.15.2.

(3.15.2)
Nos geradores síncronos de pólos salientes eom enrolamentos amortecedores, a reatáncia
de seqüéncía negativa pode ser obtida pela expressáo 3.15.3.
61

x~ + x~
X'=--2- (3.15.3)
Ondeo

Xd -+ reatáncia sub-transitoria do eixo di reto do eixo polar do gerador síncrono.

X q --+ reat áncia sub-transitória do eixo em quadratura do gerador síncrono.

3.16 Modelo de Seqüéncia Zero do Gerador Síncrono


Pelo teorema de Fortescue a seqúéncia zero corresponde a tres faso res em fase.
Portante, para simular as condicóes de seqiiencia zero, o gerador síncrono deve ser submetido
a tensóes iguais nos seus enrolamentos, com o seu enrolamento de campo em curto girando
na velocidade síncrona no sentido da seqiléncia positiva.
Os terminais do gerador síncrono sao curto-circuitados e conectados a um gerador
síncrono monofásico, de acordo com o esquema da figura 3.16.1.

e
Rotor

1IT Curto

Figura 3.16.1: Enseio de Seqüéncia Zero

A tenséo i; do gcr ador síncrono monofásico é a mesma nas t res bobinas do cst ator
(armadura) do gerador síncrono :10 cm teste.
A rcatáncie de seqiiéncia UTO (So), ¡. dada por:

(:3Irill

Onde:
62 CAPiTULO 3. GERADOR SÍNCRONO

E --> tensáo lida no voltímetro.

lo ---+ corrente da fase lida no amperímetro.

o
gerador síncrono, cm relacáo a
sequéncia zero, se comporta como um circuito
passivo. Portante, o circuito equivalente de seqüéncia zero da fase "a" do gerador síncrono
em Y, é o da figura 3.16.2.

r-------------,
I I

I +
jXo I

: "00
I I
I I
I
I

~ __ ~~u.!"~o-= !:!,r~º- __ J
Figura 3.16.2: Circuito Equivalente de Seqíiéncia Zero

Ondeo

Vao ---+ tensáo de sequéucie zero da fase "a" em relacáo ao neutro do gerador síncrono.

i; ---jo carrente de seqüéncia zero que sai pela fase "a" do gerador síncrono.

A equacéo relativa ao circuito equivalente da figura 3.16.2 é:

(3.16.2)
A reatáncia da seqúéncia zero, varia bastante de gerador para gerador. e sua faixa
de variacáo é indicada pela expressáo 3.16.3.

Xo = O.1 a O,7x~ (3.16.3)

3.17 Seqüéncia Zero de Gerador Síncrono Aterrado


com urna Impedancia ZN
Geralmente, os geradorcs síncronos sao aterrados através de urna impedancia iN,
Esta impedáncia é colocada para limitar a corrente de curto-circuito monofásico a terra nos
terrninais do geredor síncrono. Geralmente utiliza-se urna reatáncia denominada de reat áncia
de Peterson. Esta impedancia de aterramento conectada entre o ponto neutro da ligacáo
é

em y do gerador síncrono e a malha de terra da subest.acáo. Figura 3.17.!.


j'l,J

e
/IV oO

/ /
//
//
//
Terro

Figura 3.17.1: Impedancia de Aterramento do Gerador Síncrono

Todas as ten sóes sao dos terrninais da máquina. em relecéo aterra.


A corrente de scqiiéncie zero passa cm cada fase do gerador síncrono. Em COTl-
seqiiencia, a corrente que sobe pelo atcrramento, isto é , que passa pela impedancia ZN. é

si; O ponto neutro jVo fica com u m potencial em relecéo a ten-a dado pela cxp ress áo 3.17.1.

(3-17,1)

Na sequéncia positiva e negativa, o potencial do neutro é igual ao da tena, mas na


seqúencia zero o potencial é expresso por 3.17.l.
O circuito equivalente da seqiiéncia zero, por fase, é fei to para. a fase "a", com a
corrente da seqúenci s zero i; saindo pelo seu terminal correspondente, de modo a manter o
mesmo potencial da seqiiéncie zero v~o do seu terminal, em relacáo aterra. Assim, o circuito
equivalente fcito envoJvendo a bobina do estator da fase "a" juntamente corn a impedáncia
é

de atcrramcnto ZN' Ver figura 3,17.2,


Como a con-ente no modelo apenas j a.o' para simular a mesma queda de tensan
é

entre o neutro e a tcrra, a impedáncia aparecerá com o valor de 3i.I\,,'. Assim. o circuito
equivalente o da figura 3.1 í .2. que t~ t.arnbem apresentado na figura 3.17.;3-
é

A reiacáo entre a tensáo de seqüéncia zero (i-~ü) e a eorrente de scqúencia zero Ua.o),
é de acordo com o modelo apresent.ado na figura 3.17.3, expresso pela equacáo 3.17.2.
64 CAPíTULO 3. GERADOR SíNCRONO

. /

[/
Figura 3.17.2: Circuito Equivalente da Fase "a"

r---------------¡ +
: No I

: jX o i oO :
l . I 'iI
: 3Z N : 00
I I
I I
I I
IL Terro :
~
Figura 3.17.3: Circuito Equivalente por Fase de Seqiiéncia Zero do Gerador Síncrono

(3.17.2)

A impedancia ZN: no neutro do gerador , nao afetará as componentes das seqüéncias


positiva e negativa, que sao equilibradas.

3.18 o Gerador Síncrono e as Seqüéncias


o gerador síncrono: do ponto de vista do teorema de Fortescue. é composto pelos
gcradores síncronos de seqiiencies positiva, negativa e zero.
Os modelos por fase da seqíiéncia positiva. negativa e zero, cstáo agrupados na
figura 3.18.1.
65

Neutro 1 '; Terro 1


Se quéncin po sttivc
+

Neutro2 '; Terra 2


Se qué nc¡o ne gativo

Neutro o =- Terro o
s equéncic zero
Figura 3.18.1: Seqüéncia Positiva, Negativa e Zero do Gerador Síncrono

3.19 Valores Típicos das Reatáncias de Seqirenoia do


Gerador Síncrono

Os valores norninais de placa e as reatáncias, em Ohm, dos geradores síncronos


variam numa larga faixa. No entanto, os valores das reatáncias qu a.ndo apresent.adas em
pu, variam em torno da media. numa faixa bastante est reita. Os valores típicos em pu das
reatáncias sub-transitorias, transitorias, síncrona e as de scqiiéncia negativa e zero est áo
apresentadas na Tabela 3.19.1, referencia [21J.
Quando nao se tern informacáo dos dados de placa do gcrador síncrono, pode-se
estimar a reatáncia cm pu usando um valor representativo de sua categoria na Tabela 3.19.1.
66 CAPITULO 3. GERADOR SíNCRONO

Ceradores de polos Geradores de pólos


Tipo de salientes sem
Turbogeradores salientes ccm
Máquina
enrolamento amortecedor enrolamento amortecedor
rotor rotor rotor rotor
de alta de baixa de alta de baixa
velocidade velocidade velocidade velocidade
2p < 18 2p> 18 2p < 18 2p> 18
Reatáncia
Subtransiária 12 18 20 25 30
(saturada) 9 até 20 14 até 23 15 até 25 22 até 35 25 até 40
X:¡em %
Reatáncia
Transitoria 18 27 30 27 33
(Saturada) 14 até 25 20 até 32 22 até 36 22 até 35 25 até 40
Xdem %
Reatáncia
Síncrona 160 100 100 100 100
(saturada) 120 até 200 80 até 140 75 até 120 80 até 140 75 até 125
Xdem %
Relacáo de
Curto-Circuito 0,60 1,0 1,0 1,0 1,0
ern vaz.io 0,.5 até 0,8 0,7 até 1,6 0,8 até 1,2 0,7 até 1,6 0,8 até 1,2
«;
Reat áncia 12 20 24 45 50
Negativa 9 até 20 14 alé 25 15 até 27 36 até 63 35 até 60
Xz em %
Reatáncia
Zero 2 até 10 3 até 20 3 até 22 4 até 24 4 até 30
Xoem %

Tabela 3.19.1: Valores Típicos dos Geradores Síncronos.


67

3.20 Motor Síncrono


Urna máquina síncrona pode operar como gcrador ou motor sfncrono. A caracteri-
zecáo é dada pelo sentido da corrente elétrica ou , mais precisamente, pelo sentido do fiuxo
de energie.
Quando a energia elétrica sai da máquina síncrona para a rede, ela está operando
como gerador síncrono. Quando acorre o contrarie a máquina síncrona é um motor síncrono.
A rot.acáo do rotor do motor síncrono é mantida pela energia elétrica suprida da
Tecle. A corrente elétrica da rede entra nas bobinas da armadura do motor. criando um
campo girante que se acopla e arrasca o campo magnético criado pela excitacáo do rotor.
Portanto , o acoplamento dos deis campos magnéticos faz o rotor girar na velocidade síncrona.
O motor síncrono usado principalmente para girar cargas pesadas. Ver figura 3.20.1.
é

la

Rede

r ,~
lb
're

Cargo
Pesada

Figura 3.20.1: \lotor Síncrono

o peso do próprio rotor mais o da carga formam. em conjunto, urna grande messa
girando na velocidade síncrona corn urna alta inercia rotacional. Ocorrendo um curto-circuito
na rede elétrica que supre o motor síncrono, devido a alta inercia de sua rotacáo. o seu rotor
continua girando, induzmdo t.ensóes nas bobinas da armadura que, por SUd vez p asxam i1
suprir o defeit.o com urna corrcnt e de curto-circuito proveniente do motor.
Portante. durante o curto-circuito: o motor síncrono passa a operar como gcrador
(ver figura 3.20.2). Este gerador nao é mais síncrono, pois sua vclocidade vai diminuindo
lentamente. até parar.
Devido a alta rapidez da protecáo. considera-se semente a correntc inicial de CUf! 0-
circuito proveniente do motor síncrono. Portanto. a modelagem do circuito equivalente por
68 CAPiTULO 3. GERADOR SiNCRONO

Molor
Síncrono

W S(ncrona

Corgo
Pesoda

Figura 3.20.2: Curto-Circuito no Motor Síncrono

fase do motor síncrono é a mesma do gerador síncrono, considerando apenas a inversáo da


earrente elétrica.
A figura 3.20.3 mostra os circuitos equivalentes por fase da seqüéncia positiva, ne-
gativa e zero do motor síncrono.

Figura 3.20.:~: Circuitos Equivalentes por Fase da Seqíiencia Positiva, Negativa e Zero do
Motor Síncrono

3.21 Motor Assíncrono


o motor as síncrono também é denominado motor de inducáo. Seu rotor gira em
69

velocidadc abaixo da vc.ocidade síncrona do campo girante criado pelas corren tes do estatar.
Esta diferenca de vclocidade, produz o esccr-regarnent.o do rot.cr , que induz correntes nas
harres da guiole OH nas espiras da bobina do rotor. Est.as cor rcntcs de reecño no rotor cri arn
um campo girante que acompanha. com UIn ccrt.o defasemento. o campo girante do es tator,
Iazendo girar o rotor do motor de mducao.
Neste motor. o campo girante do rotor é originado pela excit.acáo proveniente do
estator, isto é, da rede de energía elétrica que alimenta o motor de iriducáo.
Port.ant.o. no curto-circuito próximo dos terminais do motor de inducéo. a tcnsác
nas bobinas do estatar deixa de existir, conseqüentemente deixando de existir, prer.icarnente
de mancira instantánea. a. excit.acáo no rotor.
O fiuxo magnético residual existente no núcleo magnético do rotor nao pode desa-
parecer e nem variar bruscamente. Seu valor vai caindo rapidamente de modo continuo e se
extingue cm 2 ciclos.
Deste modo. o motor de inducáo de grande porte se comporta, como gerador elétnco,
e contribuí com corrente elétrica de curto-circuito até dais ciclos. Esta contribuicáo se dá
semente no período sub-transitório e os períodos transitorio e de regirne permanente nao
existern.
Se os dispositivos de protecao at.uarn com tempo maior que dois ciclos o motor de
inducáo pode ser desconsiderado.
O valor da cor'rent.e inicial do curto-circuito é importante para dar subsidio a análise
das Jorcas eletrcmag nét icas que at uam na estrutura do motor. Dente modo. o circuito
equivalente por fase de seqúéncia positiva e negativa é o da figura :3.21.1.

+
-a,
T

Figura 3.21.1: Circuito Equivalente por Fase da Seqii{~neia Positiva e T\"egativa do Motor de
lnducáo
Onde:

E',\[ --t tensáo por fase nos tr-rminais do motor de inducáo antes do dcfeito.

Xs reatáncia de oispcrsáo da bobina do estatal'.

Xf" reat áncia de dispersao da bobina do rotor referida ao est.ator.


70 CAPíTULO 3. GERADOR SíNCRONO

aberto.
Os efeitos resistivos das bobinas do estator e rotor sao desprezados por serem valores
pequenos comparados com as reat.áncias X" e Xro
Os valores de X" + X r em pu, tendo como base as características nominais do motor
de inducáo 3.p, estií.o apresentados na tabela 3.21.1.

Motor de Inducáo 31>


Potencia 3.p HP X,+X,
até 5 0,10- O, 14
5 - 25 0,12 - O, 16
moior que 25 0,15 - O,17

Tabela 3.21.1: Valor X, + X, do Motor de Inducáo 3.p

Exemplo 3.21.1:
Um motor de inducáo 3.p está funcionando a plena carga. O valor de X, + X, =
0,16pu. Qual a corrcntc de curto-circuito que o motor de inducáo 34>, contribuí para uro
defeito 34J nos seus terminais.

Solucáo:
Como o defeito é trifásico, só existe seqiiéncia positiva. Figura 3.21.2.

Figura 3.21.2: Dados do Exemplo 3.21.1

. 1&Q.°
la, = jO, 16 = 6.25pu

A corrente inicial do curto-circuito é 6,25 vezes a corrente nominal e extingue-se em


dois ciclos.
Capítulo 4

Transformador

4.1 Inrroducáo
o transformador é uro elemento importante do sistema elétrico. Ele mterliga, isto é;
possibilita a conexáo de varios equipamentos elétricos COID tensóes elétricas distintas. Como
as correntes de curto-circuito do sistema passam através dos transformadores, há necessidade
de analisar o comportamento do transformador em relacáo a estas correntcs,
Num sistema elétrico o transformador é representado, conforme as consideracóes
feitas no Capítulo 1, por urna impedancia conectada aoutras impedancias da redel de acordo
com a configuracáo do sistema.
Como o transformador se opóe a corrente de curto-circuito, deve-se analisar o com-
portarnento ern relacáo as componentes da seqíiéncia.
Neste capítulo, com o objetivo de aplicacáo a curto-circuito, será feit a a análise do
comportamento dos transformadores cm relacáo as componentes de seqúencia, Para isso,
tendo em vista que o transformador, pelo Teorema de Fortescue, é representado por tres
transformadores (cada uro correspondente a uma das seqiiéncias ), será fcita a modelagem
do equipamento para se obter os respectivos circuitos equivalentes. por fase, de scqúencias
positiva, negativa e zero.
Poderá ser observado que semente a scqúencia zero apre-sent a alg uma dificuldade.
pois seu valor depende do tipo de transformador e das sua.s respectivas ligac;oes.

4.2 Transformadores do Sistema Elétrico


No Sistema Elétrico de Potencia. ou de Distribuicáo , sao r-mprcga-los varios tipos
de transformadores, usados sob as ruáis diversas formas de ligacócs (concxócs):

• monofásico de núcleo cnvolvido,

• monofásico de núcleo envolvente.

• trifásico de núcleo envolvido.

71
72 CAPiTULO·1 TRANSFORMADOR

• trifásico de TI uclco envolvente.

Scm urna preo cupacáo maior corn dctalhament.o, seráo apresent.adas, aseguir, as
princípais características de cada um desscs tipos de transformadores. Se estudos mais
aprofundados sao dcsejados , basta recorrer e examinar a vasf.a literatura específica sobre
méquinas elétricas.

4.3 Transformador Monofásico de Núcleo Envolvido


É urn transformador milito utilizado, mais barato, fácil de fabricar, no cnt.anto,
menos eficiente. Sua forma é apresent.ada na figura 4.3.1.

BObi~
.~ L
l=:±:Obina
".mó:-r ~"'"""'"
Núcleo mo qnético

Figura 4.3.1: Transformador Núcleo Envolvido

o material do núcleo de todos os transformadores utilizados nos sistemas elétricos


(- o fcrro-silício de graos orientados. lsto e, os graos devcráo estar orientados no mesmo
sentido do fluxo magnético do transformador. Destc modo dirninui-se a relutáncia magnética
e também diminui-se as perdas por histerese.

4.4 Transformador Monofásico de Núcleo Envolvente


É um transformador mais eficiente e neccssita tecnologia rnais avancada na sua
construcáo. Seu núcleo e Iigacáo estáo representados na figura 4.4.1.
As bobinas do transformador, na prática. sáo enroladas uma sobre a outra para
tnelhorar a qualidade do seu acoplarnento. de modo a diminuir a reat.áncia de dispcrsáo.
:'\Ia figura aprosentada. as bobinas primarias e secundarias, esteo colocadas em se-
parado apenas para dar maior visibilidade ao drscnho.
30b os rnesrnos dados de placa. o transformador de núcleo envolvente (Shell-type)
tcm urna rcatáncia menor que a do transformador de núcleo cuvolvido [Core-type].
73

Bobina

primária

Núcleo magnético

Figura 4.1.1: Transformador Núcleo Envolvente

4.5 Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido


É o transformador mais utilizado em tocios os »iveis ele tensác do sistema elétrico. É
largamente usado no sistema elétricc de potencia, de distribuicáo e na indústria. Seu núcleo
é o da figura 4.5.1

Bobina - r--------

t::-= Bobin o
pr imória
t:::--
- '-------- secun dono

Núcleo
..
mnqnético

Figura 4.5.1: Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido

4.6 Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente


É 11m transformador de melhor qualidade, rnaior rendimento , mais caro: mais pe-
sado, Seu núcleo é o indicado na figura 4.6.1.
Como a quantidade de ferro-silício de grao orientado usada é muito grande, o trans-
formador fica caro e pesado. I\T a prática cost.uma-se inven.er o sentido do enrolamento da
bobina do braco central, de modo que a densidadc de fiuxo magnético soja a. mcsrna dos
74 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR

Núcleo m09nético
Figura 4.6.1: Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente

bracos laterais. Economizando-se assim, nos quatro bracos laterais centrais, 57% de mate-
rial magnético. Esta inversáo está indicada na figura 4.6.2.

Figura 4.6.2: Enrolamento da Bobina do Braco Central Invertido

o transformador trifásico de núcleo envolvente, para as mesmas condicóes de placa,


tem urna reatáncia de oposicáo ao curto-circuito menor que a do transformador trifásico de
núcleo envolvido.
a
Também, o desempenho dos dois transformadores, em relacáo componente simétrica
de seqüéncia zero é diferente, como será examinado na análise dos respectivos circuitos equi-
valentes por fase.
75

4.7 Transformador Trifásico Formado por Banco de


Transformadores Monofásicos
Tres transformadores monofásicos idénticos, operando ern separados, sao reunidos e
interligados de acordo com as conexóes desejadas, formando um banco de transformadores.
Este banco de transformadores monofásicos constituí um transformador trifásico.
Esta constituicáo é interessante, porque os fluxos magnéticos das unidades monofási-
cas nao interagem, elas operam desacopladas. O seu desempenho é idéntico ao transformador
trifásico de núcleo envolvente.

4.8 Impedancia de Seqüéncia Positiva do Transfor-


mador
A impedancia de seqüencia positiva Z'. é a mesma impedancia de curto-circuito
obtida no ensaio de curto-circuito do transformador. Este é o ensaio típico usado para
levantamento do circuito equivalente por fase do transformador, onde sao desprezadas as
derivacóes centrais da resistencia equivalente do ferro e da bobina de magnetizacáo (ver
item 1.5 do Capítulo 1). O ensaio é feito curto-circuitando o enrolamento secundário, e
energizando o primário com tensáo reduzida até que se obtenha a corrente nominal no
secundário. Ver figura 4.8.1.

Curto
Primório Socundório ~
Troto

om

Tooto
Í c c = I Nominol

Figura 4.8.1: Ensaio de Curto-Circuito no Transformador

Após a leitura no voltímetro e amperímetro, obtém-se a impedancia por fase de


curto-circuito do transformador pela expressáo 4.8.1.

z "p.. m••••. -- V3hdo


Vi;do n (4.8.1 )
Esta é a impedancia por fase vista pelo primário. Basta transformar este valor em
pu, e a impedancia do transformador está obtida.
76 CAPiTULO 4. TRANSFORJIADOR

4.9 Impedfmcia de Seqiiéncia Negativa do Transfor-


mador
Como o transformador é um elemento do sistema puramente passivo e estático.
qualquer seqúencia de fase será encarada como seqüéncia positiva, sendo a energizacáo cm
scqiiéncia de fase contrária. a de scqiiéncia negativa. Port.anto, a priori. nao fica definida a
sequéncia positiva do transformador. O ensaio de curto-circuito. cm quelquer sequéncia de
fase. dará o mesmo resultado. OH seja. o valor da impedancia de seqiiéncia negativa será o
mesmo da seqúéncia positiva.

(4.9.1)

4.10 Impedancia de Seqüéncia Zero do Transforma-


dor
Como, por definicáo , as correntes de seqiiencia zero nas tres fases sao iguais. as
mesmas so poderáo existir se houver possibilidade de retorno através de urn circuito fechado.
A impedáncia de scqúéncia zero (20 ) será obt ida através do teste de curto-circuito. simulando
as coudicóes da sequencia zero. O eusaio em qualquer transformador é feito de acorde com
a figura 4.10.1.

Primório Se cundono

í op íos

í op Íos
+
É Í op íos
Transformador 3Íos

Figura 4.10.]: Ensaio de Curto-Circuito de Seqiiéncia Zero do Transformador

A impedancia; por fase. de seqiiencia zero (.i o ). será dada pela expressáo 4.10.1.
. 1;
(1.10.1 )
Zo = jo"

A corrente no lado primario OOp) nao é a mesrna no lado secundário (1os)' devido
ao fato de as bobinas primarias e sccundárias estarem separadas.
77

Note-se que na figura 4.10.1 nao está especificado o tipo de conexáo dos enrolamentos
do primário e secundário. Estas conexóes seráo analisadas nos itens a seguir.
A impedáncia de seqúéncia zero (.tú) vai depender do tipo de transformador, da
forma do seu núcleo magnético e do tipo de conexác das bobinas primária e secundaria.
Dependendo do transformador, a impedancia de seqüéncia zero (2 0 ) poderá ter um dos
seguintes valores relacionados como indicado cm 4.10.2.

(4.10.2)

4.11 Seqüéncia Zero do Transformador Trifásico de


Núcleo Envolvente ou Banco Monofásico Liga-
o,'::.J'¡ , ~~ -:::_'¡_::~_

do em rl'-"\s'
o banco trifásico, formado por transformadores monofásicos do tipo núcleo en-
volvido ou envolvente tem o mesmo comportamento do transformador trifásico de núcleo en-
volvente, quando analisado em relacáo a corrente de seqiiéncia zero. O ensaio está mostrado
na figura 4.11.1. ..

I Op • •• los

+
- E
7.

Figura 4.11.1: Ensaio de Transformadores ~Y-V~

Observe-se que as correntes nas bobinas primárias tem os seu s reflexos de correntes
nas bobinas secundarias. Isto é, só pode passar corrente em um cnrolamento se houver a
possibilidade de passar corrente no respectivo enrolamento do acoplamento magnético.
78 CAPiTULO 1 TRANSFORMADOR

Neste caso, a impedancia, por fase, de seqiiéncia zero Zo é dada por:


i; . .
Zo = ~ = Z, = Z, (4.11.1 )
Jo,
Esta impedancia 20 é praticamente só a reat.áncia X Q •
O circuito equivalente, por fase, da seqiiéncia zero de um sistema cm Y equivalente
está na figura 4.11.2.

p
,----------_.,
I I s
• I &ilil..Q;'---'-_•
I jx¿ I
I I
I I
I
I
I
I
• I I •

Figura 4.11.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqúéncia Zero do Transformador .fY-Y-¿

4.12 Seqüéncia Zero do Transformador Trifásico de


N úcleo Envolvente ou Banco Monofásico Ligado
em -f'Y - 1:::.
o ensaio é feito segundo o esquema da figura 4.12.1.
As correntes i op, no primario. obrigam as correntes jos a circularem dentro do delta
(b), ou seja, o reflexo das correntes do primario está confinado no 6. As correntes na linha,
jL, que ernanam do .6., sao nulas. Portanto, as correntes de seqúéncia zero mio passam
para o sistema conectado no lado ~ do transformador. Assim, o transformador tem duas
impedancias para a seqiiencie zero , que dependem do lado em que está vindo a eorrente de
seqiiencia zero. Para o lado Y, a impedancia de seqiiencie zero é dada por:

. i; . .
Zoy = ~ = Z, = Z, (4.12.1)
lo,
Para ficar mais claro. o cnsaio de curto-circuito é feito invertendo a fonte de tensáo
i; e o curto. Ver figura 4.12.2:
Como a corrente nao pode passar pelo gerador monofásico E porque nao há caminho
de retorno. a impedancia vista é infinita. Portante. nao há corrente de seqúéncia zero nas
linhas no lado 6..
r¡;;, ~1r"('(X'F\_ d. ~- .:~
IdcJ..~ '( . ..;..

79

i op

3iep
+ Í op
E *~---------
±r-t 0

----------
Figura 4.12.1: Ensaio no Transformador p- f:::,
r - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - .....
I

• •

,,
1 *
----------------------
+

Figura 4.12.2: Ensaio de Curto-Circuito Invertido

(4.12.2)

o circuito equivalente, por fase, para a seqíiéncia zero do transformador é o da


figura 4.12.3.
80 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR

r---- - -------l
I I
....-:-----
+
¡Xo I
Lado 1

ií+ I
I
1
Lodo 6
I
I

Figura 4.12.3: Circuito Equivalente por Fase da Seqiiencia Zero do Transformador j-Y - /::,

4.13 Seqüéncia Zero do Transformador Trifásico de


N úcleo Envolvente ou Banco Monofásico Ligado
em Y-6

Neste caso, em nenhum dos lados haverá corrente de seqüéncia zero porque nao há
retorno. Ver ensaio na figura 4.13.1.

,r-------------------------
,


+

- E :
L -- J'
i 50=0
Í '0
Po

Figura 4.13.1: Ensaio de Curto-Circuito no Transformador Y-/::'


Como a corrente de seqiiéncia zero nao POdE~ circular cm ncnhuni dos lados, a
impedancia de seqúéncia zero infinita, ou seja, 20 = oo. O circuito equivalente, por
é

fase, da seqüimcia zero o da figura 4.13.2.


é

r---- - -------,
, ,
~-+-
i jX o :
: I
, I
: I
1 1
• I I •
t I
'_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ J

Figura 4.13.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqíiéncia Zcro do Transformador Y - 6

4.14 Seqjiéncia Zero do Transformador Trifásico de


Núcleo Envolvente ou Banco Monofásico Ligado
em6-6
o esquema do ensaio de curto-circuito que simula a seqüéncia zero está na figu-
ra 4.14.l.
Nota-se, novarnente, que nao há retorno em ambos os lados Jo transformador e. em
conseqüéncia, a impedancia de seqüéncia zero, vista por qualquer lado do transformador é
infinita (Zo = 00). O circuito equivalente por fase é o da figura 4.14.2.
Na figura 4.14.2, a reat.áncia de acoplamento entre as bobinas primarias e secundarias
correspondentes é representada por X o. Esta reatáncia X o forma um iaco com a tena (barra
de referencia), indicando a possibilidade de circulacáo de corren te de seqüéncia zcro dentro
dos dois 6. Esta possibilidade, no entanto, é remotíssima devido a própria blindagem da
carcaca do transformador.
82 CAPiTULO 4, TRANSFORMADOR

r - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - _.- - ,
,, I
,
I

I
I ,
1 ..J

Figura 4,14.1: Ensaio de Curto-Circuito

í - --- - ------...,
, I
~ "'\,.. ~

: jXo :
I :
I I
I I
I I

IL Terra =- Neutro --II

Figura 4,14.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqíiéncia Zero do Transformador 6'- 6

4.15 Seqíiéncia Zero do Transformador Trifásico de


N úcleo Envolvente ou Banco Monofásico ligado
em .;¡:-Y-Y

o ensaio é feíto de acordo com a figura 4.15.l.


Como nao existe corrente de seqiiencia zero no secundario. também nao haverá
corrente de seqiiéncia zero no primario. Portento, a impedancia de seqiiéncia zero vista por
ambos os lados é infinita (Zo = 00).
O circuito equivalente, por fase, de seqiiéncia zero, para o transformador de núcleo
envolvente e banco monofásico ligados em .p-
Y é o da figura 4.15.2.
~," I ..J

83

r- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --~
I '

+
- E L . . _.* -.1-- -_.-- . .-"
Figura 4.15.1: Ensaio de Curto-Circuito

r-------------¡
~~
: íx ¿ :
I
I I
I I
I I
I I

• :L Neutro ss Terro :
..J

Figura 4.15.2: Circuito Equivalente por Fase de Seqiiencia Zero do Transformador p-Y

4.16 Seqiiéricia Zero do Transformador Trifásico de


Núcleo Envolvente ou Banco Monofásico Liga-
do em y-y

o ensaio, neste caso, é feito de acordo com a figura 4.16.1.


A impedáncia de seqúencia zero é infinita (Zo = 00), para qualquer lado. O circuito
equivalente por fase da seqúencie zero é o da figura 4.16.2,
84 CAPiTULO 4. TRANSFORMADOR

1- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - l
I

• * *

I
I
+ : I
- E L J

Figura 4.16.1: Ensaio de Curto-Circuito

r - - - - - ---------,
I 1
~~~
: ¡Xo :
I I
I I
I I
I I
I I
• I
IL. I
~

Figura 4.16.2: Circuito Equivalente por Fase do Transformadores y-y

4.17 Seqíiéncia Zero do Transformador Trifásico de


Núcleo Envolvente ou Banco Monofásico com
Impedancia de Aterramento
De uro modo geral, qualquer impedancia conectada ao ponto central da ligacáo em
y do transformador, ficará submetida a urna corrente que será tres vezes a corrente de
seqíiéncia zero de urna fase do transformador. Por este motivo, no modelo por fase, para
simular a mesma queda de tensáo. o valor da impedancia de aterramento aparecerá com o
valor tres no lado correspondente da conexáo.
Portante, os circuitos equivalentes de seqíiéncia zero, por fase, sao os meemos dos
85

apresentados nos itens anteriores, apenas colocando-se devidamente a impedancia de ater-


ramento com o valor trés vezes maior.
Para exemplificar, examinaremos o transformador, indicado na figura 4.17.1.

• •

Figura 4.17.1: Transformador com Impedancias de Aterramento

o circuito equivalente por fase é idéntico ao da figura 4.11.2, apenas colocando em


serie as impedancias 3ZM e 3ZN , Como mostra a figura 4.17.2.

r----------...,
I I
~X·I
I 3Z j O 3ZN 1
M
I I
I I
I I
I I
• IL Terro JI

Figura 4.17.2: Circuito Equivalente por Fase do Transformador com Impedancia de Aterra-
mento

As impedancias de aterrarnento, ZM e ZN1 que aparecern na figura 4.17.1. sao as


impedancias acumuladas dos respectivos trechos percorridos pelas correntes de retorno si;
A impedancia de aterra mento é obtida pelo somatório dos itens relacionados ahaixo:

• Impedancia do próprio elemento conectado entre o ponto neutro da liga<;ao Y e a malha


de terra.
86 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR

• Impedancia da malha de aterramento.

• Impedáncia do cabo de cobertura da linha de transmissáo.

• Resistencia da terra que acompanha a linha de transmissáo.

• Resistencia do pé da torre de transmissáo no local do curto-circuito.

4.18 Quadro Geral dos Circuitos Equivalentes por Fa-


se da Seqüéncia Zero de Transformadores 3cjJ de
N úcleo Envolvente ou Banco Monofásico
Estes circuitos equivalentes estáo na Tabela 4.18.1.

4.19 Seqüéncia Zero do Transformador Trifásico de


Núcleo Envolvente ou Banco Monofásico com
Tres Enrolamentos
Um transformador 3cP de tres enrolamentos é constituído de nove bobinas, senda
tres no primario, tres no secundário e trés DO terciario, denominadas, respectivamente, de
bobinas AT, MT e BT.
Os circuitos equivalentes, por fase, de seqíiéncia positiva e negativa, sao idénticos, e
feítos na representacáo em estrela por fase, como foi apresentado no Capítulo 1, ítem 1.16.
O circuito equivalente, por fase, de seqíiéncia zero, é feíto usando os modelos de
cada associacáo de 2 a 2 conjuntos de enrolamentos, montando racionalmente o circuito.
Por exernplo, para o transformador de 3 enrolamentos ligados ern ..cV 6. V:L 1 o
circuito equivalente, por fase, para a seqíiéncia positiva e negativa é o da figura 4.19.1. O
circuito equivalente por fase da seqúencia zero é feito considerando os enrolarnentos 2 a 2,
nao considerando a existencia do outro. Assim, para os enrolamentos -rV'S- ~ a corrente
de seqiiéncia zero passa do terminal primario para o secundario; através d~ impedancia
(jxo, + JXos)' Ver figura 4.19.2.
Considerando os enrolamentos p 6~ como a corrente de seqíiencia zero circula
dentro do 6., no modelo, a corrente passa pelo terminal primario (ou secundario) aterra
(referencia) através da impedancia (jxo, + jXoT l. Esta corrente de seqíiéncia zero nao passa
ao terminal terciario, como mostra o circuito equivalente.
Para outros transformadores trifásicos de tres enrolamentos, ver Tabela 4.19.1.
87

Transformador 3 el
Circuito equivalente por fase da s eqoénc¡c zera
2 enrcrcmentce
~_.

tí I¡ O .&ill;
Zo z ZI
O

O O

tí C> : ~
0---0

"1 C> ~
O
i o: II
0---0

D D
~
i l, =

+í "1 ~
o - - - i O= Z1
.--o
O

11 a----.
O
~
i o= i 1
---.<)

"1 "1 a----.


o
~
lo= z,
----o

~ O

O
JlJlJlJl,
io(outo)
O

Tabele 4.18.1: Circuitos Equivalentes por Fase de Seqiiéncia Zero de Transformadores 3q, de
Núcleo Envolvente e de Banco de Transformador 1<1>.
88 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR

Transformador 3I?J
Circuito equivalente por fose do sequiincio r ero
3 enrolomentos
'o
P T S , <:
s
p

trc>d fY jXgP
jX o a
f5. e J)(OT
'"
.-o T

p S

títítí jX o p j)(OT
J)(o.

T
O O
~.J

p
.' .-o S
JX o•
--'""
,J:.e-C 1 ¡Xo p

- J)(o
-.o

.-o S
T

jXol
jxe r
jxop
.-o T

s
P JX01
jXoT
jXop
-.o T
o O

Tabela 4.19.1: Circuitos Equivalentes, ~ de Transformadores 34> de Núcleo Envol-


vente com Tres Enrolamentos
89

r----------l
I I
I I
I jXp jX s I
I I
I I T
I jX I
T
I I
• I
L I
...J

Figura 4.19.1: Circuito Equivalente por Fase da Seqúéncia Positiva e Negativa

r - - - - - - - ¡Xc;,
I I
I I
I jX op I
jX oT I
......!----
I
To

I
IL ...JI

Figura 4.19.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqúencia Zero

4.20 Seqüéncia Zero do Transformador Trifásico de


Núcleo Envolvido
a transformador 1 <p é urna unidade independente. a
mesmo ocorre com o transfor-
mador 3Q!l de núcleo envolvente, onde cada bobina opera independentemente, de maneira
idéntica a uro transformador 1t,P. Portanto, durante um curto-circuito, as correntes de
seqúéncia zero poderáo passar pelos enrolamentos porque os seus respectivos ftuxos mag-
néticos, de seqúéncia zero, teráo ceminhos fechados de retorno exclusivos, sem interferencias
das outras bobinas. Neste caso, todo o fíuxo de seqíiéncia zero fica confinado dentro do
núcleo magnético, DUro circuito magnético de haixa relutáncia. Ver figura 4.20.1.
Observe-se que na figura 4.20.1 está se analisando o efeito do fluxo magnético de
seqiiéneia zero gerado apenas pelas correntes de seqíiencia zero da bobina primária do trans-
formador.
a que foi dito acima nao vale para o transformador 3,p de núcleo envolvido, devido
ao fato de nao haver caminho de retorno por dentro do núcleo magnético, como mostra a fi-
gura 4.20.2. Isto porque os fluxos magnéticos (<1>0), de cada bra~o, estéc em fase, estes fluxos
forcosamente tem que formar um circuito fechado, pessando através do óleo, ar, ferragens
90 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR

r - - - .... - - - - , , - - - - ..... ----~, ----4-----,

(>~""~(,~'
:I
"
l.)
1Il.!
\,'
l'' I
,

1Il,s
\
I
I 1
I
;
L \
;
r
, 72 I \ 2 / \
\ ... ....1' ', ....... J \ 4- /

Figura 4.20.1: Fluxos Magnéticos de Seqíiéncia Zero no Transformador 3</> de Núcleo Envol-
vente
;~ ..L J -..: , Clt r..},

jY - - " , , G,
, ~.
I "
r"'-------'''-----<:..-..,
I
I \ ((yo IJnu
I 11. lo \

.
I , Ir' ~.<,
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I
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I ~
I I
\ J
\
\ I
\ I
\ I
-, I
, '---E> ..,../ '
I "" \
' ...... _-0/
,¡) ~
.... _----- ",/ -, -,
.... _-_/
Figura 4.20.2: Fluxo Magnético de Seqüencia Zero no Transformador Trifásico de Núcleo
Envolvido

e carcaca do transformador. Portante, o fiuxo magnético circula por este novo carninho,
forcado pela seqüéncia zero, simulando exatamente o que acontece em um enrolamento 6.
Por este motivo, diz-se que o transformador trifásico de dois enrolamentos, de núcleo
envolvido, opera com este novo enrolamento em .6., conhecido como delta ficticio, Assim,
um transformador de dois enrolamentos de núcleo envolvido, é encarado, do ponto de vista
da seqiiéncia zero, como um transformador 34;de tres enrolamentos, sendo um enrolamento
sempre o delta (6) fietício.
91

o circuito equivalente, por fase, de seqúéncia zero do transformador 3,p de núcleo


envolvido, de dais enrolamentos, tem a mesma configuracáo do transformador 3q'J de núcleo
envolvente de 3 enrolamentos, senda o terceiro, o delta (6) fictício. Os parámetros sao
obtidos através de ensaio em laboratorio para cada caso, e seráo apresentados a seguir.

4.21 Seqüéncia Zero de Transformador Trifásico de


Núcleo Envolvido Ligado emiY-Y"1-
Seguindo a mesma retina apresentada na figura 4.10.1, do ensaio de curto-circuito,
que simula as condicóes de seqüéncia zero no transformador 3,p de núcleo envolvido, obtém-se
o esquema da figura 4.21.1.
r P ~'.
,r, - - - - - - - - - - ~ - -¡ - - - - - - - - - --,,

-.,j'__.
r-r-r--r-:....
,

1,

:I op

t-_
~_-'-:
ios :
,
1

1
-.. . __ ~

1
I
:f>"--
1""
~ ......
,
I
1

¡./106

-
.'
+ FICTiCIO los
- E L _

---- - ...... ---- -----~--

Figura 4.21.1: Ensaio de Curto-Circuito do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido


Ligado em ~-y*,

Defeitos que geram correntes de seqiiéncia zero, tedio suas corrcntcs passando pelo
enrolamento do primario, secundário e também circulando pelo delta (.6) fictício.
°
Portanto, transformador é de dois enrolamentos para a seqüéncia positiva e nega-
tiva, mas, para a seqiiéncia zero, o seu comportamento é o de um transformador 34> de tres
enrolamentos. Conseqüentemente, o circuito equivalente, por fase, para a seqúencia zero, é
o apresentado na figura 4.21.2.
. O terminal terciário nao aparece porque nao ter á nada. ligado a ele, apenas a corrente
lO!> circula dentro do delta ficticio.
92 CAPiTULO 4. TRANSFORMADOR

r----------,
I
I . Xo
112
I
I
I 1

Figura 4.21.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqüéncia Zero do Transformador Trifásico
de Núcleo Envolvido Ligado em .p
-)l;.

o valor de X o é o mesmo da seqíiéncia positiva e negativa, isto é:

Xo=X¡ =X, (4.21.1)


o valor 4,5Xo indicado na figura 4.21.2 , é aproximadamente o valor médio obtido
para o enrolamento fictício em 6..
Devido ao delta (1'.) fictício, observa-se que os modelos de seqíiéncia zero sao dife-
rentes para os transformadores com núcleos envolvidos e envolventes.

4.22 Seqüéncia Zero de Transformador Trifásico de


Núcleo Envolvido Ligado emfY-Y
Relevante atencáo deve ser dada a este tipo de transformador. As ligacóes para o
ensaio de curto-circuito sao apresentadas figura 4.22.1.
Note-se que, devido ao delta fictício, a corrente de seqüencia zero jo" poderá passar
pelo enrolamento primário ligado em~ porque o seu reflexo 104 está rodopiando dentro do
6. fictício. O enrolamento Y ficará funcionando como circuito aberto.
O circuito equivalente para a seqúencia zero é o apresentado na figura 4.22.2.
Observe-se a diferenca entre o circuito da figura 4.22.2 e 4.15.2. No transformador 34>
de núcleo envolvente, a corrente de seqúéncia zero nao pode passar em nenhum enrolamento
porque a impedancia vista de qualquer lado é infinita. Já no transformador 34> de núcleo
envolvido, a corrente de seqiiéncia zero existe e passa pelo enrolamcntoj'Y. A oposicáo a-
presentada por este transformador é de 5X o. Apesar de a corrente ser pequena, é suficiente
para. operar a protecáo de neutro do relé ou religador.
93

- ..... , ....

- -- ..... ---
Figura 4.22.1: Ensaio de Curto-Circuito do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido
ligado em~-Y

r ----- -,
........L--
I
I
I
j4,5X o I
I
I

~ - - - - ::~~ - - - - .J

Figura 4.22.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqüéncia Zero do Transformador Trifásico
de Núcleo Envolvido Ligado emf'Y-Y

4.23 Seqüéncia Zero do Transformador Trifásico de


Núcleo Envolvido ligado em",Y-6
o ensaio que simula a seqúéncia zero, deste tipo de transformador, está na figu-
ra 4.23.l.
Neste caso, o delta (6) fietício aparece como um enrolamento em paralelo ao enro-
lamento 1::. do transformador.
94 CAPiTULO 4. TRANSFORMADOR

• ""', *
~
, ' ú"-".'.
,
3íap / \~
t-----4.
+ íoa
FICT(CIO

-'..... ,..'"
'-,--.---
Figura 4.23,1: Ensaio de Curto-Circuito do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido
Ligado em .ft'-/: ,.
o circuito equivalente, por fase, da seqüéncia zero é o da figura 4.23.2.

r --- - -------,
I
I , - " . --" e---L--.
: \~----- .
I
\

\
\

\
:
I
: : :O,B5X o :
I 1,_ ~ ..' I
I

IL Terra ..JI

Figura 4.2.1.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqüéncia Zero do Transformador Trifásico
de Núcleo Envolvido Ligado em # . /: ,.
A reat áncia de seqúéncia zero, vista pelo lado Y é a soma da reat.áncia da bobina da
1

ligacáo cm Y com a do paralelo da bobina do .6. e .6.jictlcio' Seu valor dado pela expressáo é

4.23.1.

X o, ,,, = X Oy + Xo",/ / Xo",'lC!'Cta


. = O, 85X o (4.23.1)
Sendo:
95

Para os transformadores coro a mesrna reatáncia de sequéncie positiva (X¡), a cor-


rente de curto-circuito monofásico aterra maior no transformador 3~ de núcleo envolvido
é

do que no transformador 3</> de núcleo envolvente.

4.24 Quadro Geral dos Circuitos Equivalentes por Fa-


se da Seqiiéncia Zero de Transformadores Trifá-
sicos do Núcleo Envolvido de Dois Enrolamentos
Os circuitos equivalentes esta" na Tabela 4.24.1.

4.25 Seqüéncia Zero de Transformadores Trifásicos


de Núcleo Envolvido com Tres Enrolamentos
Os transformadores 34> de tres enrolamentos se comportam como de quatro enrola-
mentos devido ao ~ ficticio. Seus circuitos equivalentes, por fase, para a seqúéncia zero, estáo
mostrados na Tabe1a 4.25.1.

4.26 Deslocamento Angular nas Correntes de Seqíién-


cia Positiva e Negativa no Transformador
Um transformador tem as bobinas primária (AT) e secundária (BT) acopladas no
mesmo braco do núcleo magnético, isto é, elas estáo submetidas ao mesmo fluxo magnéti-
co. Este acoplamento é demarcado através da marca de polaridade. Portanto, nas bobinas
acopladas, as correntes reais do fluxo magnético de a<;ao e reacáo estáo em fase. Na repre-
sentacáo gráfica, as correntes estáo em fase quando entram pela marca numa bobina e saern
pela marca na outra bobina.
As linhas de transmissáo, ern ambos os lados, estáo conectadas as respectivas marcas
de polaridade do transformador.
Devido ao transformador, as eorrentes nas linhas de transmissáo, nos lados de AT e
BT, podem apresentar deslocamento angular de 00 ou de .:: 30°

4.27 Deslocamento Angular de 00

Todo transformador que tenha a mesma forma de liga~ao DO primário e secundário


nao produz deslocarnento angular nascorrentes e tensóes de seqíiéncias.
96 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR

Transformador
Circuitos equivalente por fose do sequincio zero
2 enrolomentos

.&
2
4,5X o

---os

tíl 3~ 4,5X o

fíC>

Tabela 4.24.1: Circuito equivalente por fase da seqiiéncia zero de transformadores 3'1'> de 2
enrolamentos de núcleo envolvido
Transformador :3 0
Circuito equivalente por fase da sequéncio zero
3eOfolamentos

p T s

tí C>,
¡.... 0------0 T

¡tí C> C>

Tabela 4.25.1: Circuito equivalente por fase da seqiieucia zero de transformadores 34> de 3
enrolámentos de núcleo envolvido
98 CAPiTULO 4. TRANSFORMADOR

Na represcntacáo em pu, a relacáo de transforrnacáo fica 1 : 1. Deste modo, nao


há necessidade de considerar o transformador, assim, a corrente de um lado é a mesma do
outro lado da linha de transrnissáo.
Os transformadores que aprcsentam destacamento angular de 0° sao os Y-V, 6. -.6.
e e: J;

4.28 Deslocamento Angular de 300


É o caso do transformador Y-.6., que tem as correntes internas nas bobinas, cm
fase, mas as corrcntcs de liuha sofrem um deslocamento angular que pode ser..!. 30°. O
deslacamento dos fasores da corrente de seqiiencia depende de como é efctuada a ligacáo no
lado 6. Considerando a seqúéncia de fase abe, se a ordem de ligacáo fOI o início da bobina
da fase "a'; ligado ao final da bobina da fase "b", obtém-se deslocamento angular de 30° nas
ccrrcntcs de seqiiéncia positiva e _30° nas correntes de seqiiencia negativa. Se a ordem de
ligacáo for fei ta com inicio de "a" no final de "e", as correntes de seqíiéncia positiva ficam
com deslocamento angular de -30 0 e as correntes de seqüencia negativa de 30°.
Nest.e livro, por cceréncia, será adotado o deslocamento angular de 30° para as
correntes de seqíiéncia positiva e _30 0 para as correntes de seqíiéncia negativa.
Este deslocamento para a corrente de seqíiencia positiva é analisado nas figuras
4,28.1 e 4.28.2.
As correntes nas bobinas correspondentes, isto é, i., e j~11 i;e ib11i; e i~1 estáo
em fase.
Na ligacáo em f'.., aplicando a primeira lei de Kirchhoff em cada nó, obtérn-se:

i; =i¿ + j~l .', i¿ = i: - ¡ti


+ j~l r. Í!JI = j;¡ - i;l
Í~I = Í Bl (4.28,1)
i;l = je +tI :. I el = 1;1 - I~I
l

o diagrama fasorial
relativo a estas equacóes está na figura 4.28.2.
Para examinar o deslocamento angular, compara-se a corrente de seqíiéncia positiva
i.; na [inha no lado Y, com a da linha no lado 6, isto é, u; A corrente i A I do lado 6
está adiantada de 30° em relacáo a corrente jo, do lado Y.
Pode-se. entáo, generalizar que as componentes de seqüéncia positiva das correntes
de linha no lado do f'.. estáo 30° na frente (adiantadas) das correntes no lado Y. Similarmente,
para as correntes de seqíiéncia negativa, as componentes de seqüéncia negativa das correntes
de linha no lado f'.. est áo 30° atrasadas das correntes no lado Y.
As correntes de seqiiencia zero nao sao analisadas porque elas nao passam para a
linha de transmissáo no lado 6.
Em resumo, as correntes de curto-circuito de seqiiencia positiva e negativa, que
passarn atrevés de um transformador Y-6, sofrem rotacóes de fase de 30° e-30°, sem
alteracóes nos seus módulos.
99
- - - - - - - - - - - - - - - - - I' - - - - i
°1 :


I
I *
*
. I

le1: i~l
y
'"
* :
I
L. ----------------------------~
Figura 4.28.1: Transformador Y-L',
le,

-------- i~1

.i
e

!
i ~1 :
\
\ I
\
!
.
lb
\
\
\ !
!

I \ !

Figura 1.28.2: Diagrama Fasotial

4.29 A utotransformador
No transformador comum, as bobinas primária e secundaria sao isoladas eletrica-
mente e toda transferencia de energía é feita vía fluxo magnético através do núcleo.
O autotransformador é um transformador comum, com suas bobinas conectadas]
perdendo a sua isolacáo elétrica. A energía é transmitida via fluxo magnético pelo núcleo e
vía conducáo direta pelo enrolamento (bobina) série da carga.
Quando O transformador comum é ligado como autotransformador , a su a impedancia
de curto-circuito muda. O desenvolvimento des te item é no sentido de examinar e calcular
o novo valor da impedancia, cm Ohm e em pu.
Para que o assunto possa ser bern compreendido e assimilado, faz-se mister, primeire-
100 CAPíTULO 4. TR.4N5FORMADOR

mente, analisar o transformador cornurn, e após, entáo, conecta-lo como autotransformador.

al Transformador Id> Comum


A figura 4.29.1 rnostra um transformador 1<p comum, juntamente com sua repre-
sentacáo simbólica.

Figura 4.29.1: Transformador Monofásico Comum

A relacáo de transforrnacáo é dada por:

~= Np (4.29.1)
V, N,

A figura 4.29.2 mostra o ensaio feito no transformador lQ\ cornurn. Aplica-se tensáo
no secundario, coro o primario em curto-circuito.
A impedancia z.;de curto-circuito vista pelo secundário, coro o primario ern curto,
é dada pela expressáo 4.29.2.
. V
ZSP =...:-
J,
(4.29.2)

O circuito equivalente no secundario com z;


em Ohm, é o da figura 4.29.3.
O ensaio poderá também ser feíto aplicando tensáo no primario com o secundário
em curto. A impedancia obtida será i.: isto é, impedancia de curto vista pelo primário,
com o secundario em curto.
101


iCurto Np

Figura 4.29.2: Ensaio de Curto-Circuito no Transformador Monofásico

i ;=. T~lOJ¡eil_ =-- ~ - ----,


I

I I - -r---i-'--tí1%.il~---';--
I
I
I
Np Ns I
I
I
I
II L ....J, I
L _ _ _ _ _ _ _ ...J

Figura 4.29.3: Circuito Equivalente com z.; no Secundário


o valor de ZP8 obtido pelo ensaio, será o mesmo transferindo a impedancia z.; do
secundário para o primario, a transferencia feita usando a expressáo 4.29.3.
é

. = (N)'
ZP8
.
;. z.; (4.29.3)

o circuito equivalente, com a impedancia Zp, em Ohm no lado do primario, é


mostrado na figura 4.29.4.
Se a modelagem fcr ero pu, nao haverá necessidade de apresentar o transformador
ideal, o circuito equivalente ficará mais simples, com apenas urna impedancia, como mostra
a figura 4.29.5.
O valor de ZT(pu.) pode ser calculado usando os valores base de qualquer lado do
transformador 1 q,. Seu valor é dado por:

(4.29.4)
102 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR

r---~--

: ,
I
L _

Figura 4.29.4: Circuito Equivalente com z; no Primário

r------ -, I
I

,,
I
1

,
I
L j

Figura 4.29.5: Circuito Equivalente em pu do Transformador Monofásico

b) Autotransformador
A figura 4.29.6 mostra o transformador comum conectado como autotransformador
juntamente com sua representacáo simbólica.
A relacáo de transforrnacáo do auto transformador obtida pela expressáo 4.29.5.
é

(4.29.5)

o ensaio de curto-circuito pode ser feito em ambos os lados. mas o lado da tensan
modificada. isto é , 1i~lau!o)' produz urna análise imediata e clara. Este ensaio está na figu-
ra 4.29.í.
Observa-se que os pontos "b" e "e" térn o mesillo potencial, por tanto a fonte de
tensáo está aplicada diretamente na bobina secundária com número de espiras N.s. Con-
seqüentemente, este ensaio é idéntico ao da figura 4.29.2, isto é. do transformador cornum,
dando a mesma impedancia de curto-circuito. Assim,
103

+ • • +

'ilP(AUTO) = 'ilp

• -t- +
Ns 'ils
'ils (aula) =Vp + Vs
+ •
Vp(oulol=V p Np

Figura 4.29.6: Autotransformador

• • is O

+
Curto Np Ns - Vs
b

Figura 4.29.7: Ensaio de Curto-Circuito no Autotransformador


104 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR

.
Z,p(auta) = 1:ir'.
= z., (4.29.6)

A impedancia de curto-circuito, em Ohm, do transformador comum e do autotrans-


formador a mesma. O circuito equivalente do autotransformador com a impedancia no
é

lado secundário o da figura 4.29.8.


é

+ ,----tli?!iaíZ}----....+
• • Np Np+N.
Vp(oulol =Vp

Figura 4.29.8: Circuito Equivalente do Autotransformador com a Impedancia no Secundário

o ensaio de curto-circuito pelo lado primário nao será demonstrado, mas o valor
obtido será o mesrno, transferindo a impedáncia ZIIP para o lado primário, como indicado na
figura 4.29.9.

i ps (auto]
+

~P(outo)=~p Np

Figura 4.29.9: Circuito Equivalente do Autotransforrnador corn a Impedancia no Primário

o valor de Zp8(l1utO) é dado pela expressáo 4.29.7.

.
Zps(auto) =
(N)' z;.
N
p;
IV{J (4.29.7)

Multiplicando e dividindo o lado direito da expressáo 4.29.7 por N" tern-se


105

Comparando com a expressáo 4.29.3, obtém-se

.
ZPJ(a.ufo) = (N)' .
N +" N" ZpJ
p
(4.29.8)

Examinando a expressáo 4.29.8, constata-se que a impedancia de curto-circuito,


vista pelo lado primário do autotransformador, é menor do que a do transformador l<iJ
cornurn. Portanto, o transformador ligado como autotransformador se opóe menos corrente a
de curto-circuito, que será, conseqüentemente, maior.

Modelando-se o circuito equivalente em pu, tem-se a figura 4.29.10.

z
. J-!Y..L). ir (pul
Zoulo (pu) - \ Np+N s
• •

Figura 4.29.10: Circuito Equivalente em pu do Autotransformador

o valor da impedancia em pu é o mesmo cm ambos os lados e é dado pela expressáo


4.29.9.

(4.29.9)

Como:

Vp(alttoh<lH = Vp(baJt)

VJ(t.IUtO)M.~ = Vp(b,ut') + V~(b(1"',,)


106 CAPíTULO "1 TRANSFORMADOR

Levaedo também em considcracáo 4.29.6 e 4.29.S. tcrn.sc

251'
2
[Fp<'il<'" l+ VS(OaH; 1
su..

Z3P
[ ~\.-·S(boU)+VS(bl1'~J]2
Sba .•"

ZO"tO(,o! = (N,'; NJ' Z"I'O! = C\p:- NJ 2 2 p' (' OI


Como a expressáo 4.29.4 indica que Z'lIP(pu) = Zp5(Pt/.) = ZT(pu¡' tem-se

.
Zooto(pol = (N)' .
N ; N,
p
ZT(po) (4.29.10)

Port.anto, a impedancia cm pu do autotransformador é menor que a correspondente


impedancia cm pu do transformador 14) comum.

Exemplo 4.29.1:
A placa de um transformador monofásico é de IMV A. 2:lkV¡13, SkV com ZT = 5%.

a) Calcular a relacáo de tranforrnacáo


Usando a expressáo 4.29.1. tem-se:

'V
'-.!'.
A'
= 1• 666
1>,

b) Calcular a irnpedáncia em Ohm vista pelo lado de 2:lkV


107

Z",=.26,45n

e) Calcular a impedancia em Ohm vista pelo lado do 13,8kV

(13,8k)'
Zsp = ZT(pu)Zbasedola.dode13,8kV Z,p=O,05~

Z,p = 9,5220

o transformador lo foi conectado formando um autotransforrnador com a relacáo


de '3~~;:V'

d) Calcular a relacáo de transformacáo do autotransformador


Usando a expressáo 4.29.5, obtém-se

Sp _ Vp _ 23k _ O 6 -
X p ~ 1V, - Vp -r ~~ - 36.8k - , 20

e) Calcular a Impedancia em Ohm, vista pelo lado de 36, 8kV do autotransfor-


mador.
Da expressáo 4.29.6. tern-se

Z,p(au'a) = z; = 9. 522n

1) Calcular a impedancia em Ohm, vista pelo lado de 23kV do autot.ransforrna-


doro
Usando a expressáo 4.29.8.

. -
Zp,(auta) - ( N
+ )'
--'-
N p IV,
. -
Zp, - ( V+ )'' ,
1,666N, N, 26,
45 -
- (1)'
---
+
1,666 I
26 4-
,;¡

~,p(auta) = 3, nn
108 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOIi

g) Calcular a impedancia do autotransformador em pu ,


Basta usar a expressáo 4.29.10

1
--.--
)2 0.05
( 1.666 + 1

Z,uto(pu) = O. 00703pu

ou
:tuto = 0.703%
Capítulo 5
Linha de Transmissáo

5.1 Introducáo
A Linha de Transrnissáo é o elemento do sistema elétrico que transporta toda a
energia gerada nas usinas até os pontos de consumo. O Gerador Síncrono e o Transformador
a
Elétrico sao compactos em relacáo dirnensáo do sistema e1étrico e, devido a este fato, estáo
protegidos e vigiados dentro da propriedade da empresa exploradora do servico, estando,
portanto, sujeitos a menores riscos e depredacóes. Já a linha de transmissáo, cobrindo
extensivamente todo o sistema, fica exposta a toda sorte de riscos. Riscos estes provenientes
de condicóes isoladas ou combinadas que podem ser:

• menor confiabilidade, devido a grande quantidade de elementos que cornpóem a linha


de transrnissáo;

• intempéries;

• descarga atmosférica;

• vento;

• poluicáo industrial;

• animais;

• umidade;

• salinidade;

• queimadas;

• temperatura;

• árvores;

109
110 CAPiTULO 5. LINHA DE TRANSMISSAO

• atos de vandalismo;

• cutres.

Portante, é a linha de transmissáo o elemento mais vulnerável do sistema elétrico.


Os curto-circuitos ocorrem principalmente devido aos defeitos na linha de transmisséo.
Outra característica da linha de transmissáo é o fato de ter urna impedancia alta,
sendo portento. a grande limitadora da corrcnte de curto-circuito. Esta característica é mais
acentuada quando o defeito ocorre longe do gerador síncrono, que é o caso das redes do
sistema de distribuicáo.
A impedancia da linha de transmissáo fica, predominantemente, indutiva com o
aumento do nivel de tensáo. Deste modo, o ángulo de defasagem da corrente de curto-
circuito varia com o nivel de tensáo.
Devido aimpedancia da linha de transmissác, as correntes de curto-circuito tém
ángulos de defasagens entre 20" e 85', dependendo do nível de tensáo. As defasagens típicas
das correntes de curto-circuito sao:

• 20° a 45° em linhas de transmissáo de 7,2 a 23kV

• 45° a 75° em linhas de transmissáo de 23 a 69kV

• 60° a 80° em Iinhas de transmissáo de 69 a 230kV

• 75° a 85° em linhas de transmissáo maior que 230k V

No estudo de curto-circuitos deve-se conhecer as impedancias de seqúéncias da linha


de transmissáo. Assunto este, que será abordado neste capítulo.

5.2 Impedancia de Seqíiéncia Positiva da Linha de


Transmissáo
A impedancia de seqiiéncia positiva é a impedáncia normal da linha de transmissáo.
Existem vários livros especializados em métodos de obtencáo da impedancia da linha de
transrnissáo. A impedancia pode ser obtida por cálculos ou por ensaios. O ensaio é feito
aplicando tensóes trifásicas equilibradas no inicio da linha com o seu final em curto-circuitado
trifasicamente. Ver figura 5.2.1.
A impedancia de seqüéncia positiva é dada pela expressáo 5.2.1.

· _
Z1 -
Ea,
. (5.2.1)
t,
111


lmcto

Figura 5.2.1: Ensaio de Seqíiéncia Positiva na Linha de Transrnissáo

a

F im

Devido grande dificuldade de efetuar o ensaic, na prática, os parámetros da linha de


transmissáo sao calculados levando em consideracáo as características do condutor e suas res-
pectivas disposicóes geométricas nas torres de transmissáo, Para se mantee a linha perfeita-
mente equilibrada, sao usados condutores de mes mas características, igualmente espacados,
e fazendo a transposicáo dos condutares da linha para compensar eventuais desequilíbrios.
A figura 5.2.2 mostra a transposicáo de .urna linha de transrnissáo.

Figura 5.2.2: Transposicáo de uma Linha de Transmissáo

A transposicáo compensa os desequilibrios dos campos magnéticos entre fases, cabo


de cobertura, ferragens e o solo sob a linha de transmissáo. A transposicáo equilibra a !inha
de transmissáo entre as barras inicial e final. Como o curto-circuito 31' ocorre aleatoriamente
ero qualquer ponto da linha de transrnissáo, e, portante, levemente desequilibrado. Este
desequilibrio nao afeta a modelagem da seqüéncia positiva da linha de transrnissáo.
O circuito equivalente por fase da seqíiéncia positiva de urna linha de transrnissáoé

o mesmo apresentado no ítem 1.6. Ver figura 5.2.3.

5.3 Impedancia de Seqiiéncia Negativa da Linha de


Transmissáo
Como a linha de transmissáo é um elemento estático do sistema de energía elétrica, a
sua performance nao se altera com a seqiiéncia de fase de energizacáo e o seu funcionamento
112 CAPiTULO 5. LINHA DE TRANSMISSÁO

r----------¡
• : ~ i •
I i, ¡
I I
I I
I :
I I
• Neutro == Terro

IL .J:

Figura 5.2.3: Circuito Equivalente por Fase da Seqíiéncia Positiva da Linha de Transrnissáo

é idéntico para qualquer seqíiéncia de fase balanceada. Deste modo, a impedancia, por fase,
de seqiiéncia negativa, é a mesma da seqíiéncia positiva.

Z, = Z, (5.3.1)
o circuito equivalente, por fase, de seqiiéncia negativa da linha de transrnissáo é o
apresentado na figura 5.3.1.

,-----------¡
I I
• i
I •
I
I

I Z2 I
I I
I I
I I
I I
I I
• :Lo Neutro ",Terro .J:

Figura 5.3.1: Circuito Equivalente por Fase da Seqíiéncia Negativa da Linha de Transmissáo

5.4 Impedancia de Seqíiéncia Zero da Linha de Trans-


missao
Como as correntes de seqüéncia zero de cada condutor da linha de transmissáo sao
iguais e estáo cm fase, elas sao obrigadas a retornar por qualquer caminho que nao seja o
formado pelos próprios condutores da linha. Assirn, elas retornam pelo cabo de cobertura
(cabo guarda ou cabo pára-raio), pelo solo sob o percurso da linha e pelo solo seguindo a
menor distancia entre o ponto de dcfeito e a subestacáo.
113

Se a rede for de distribuicáo, a corrente de seqíiéncia zero retorna pelo solo OU, se
for o caso, pelo cabo neutro.
Como as eorrentes de seqúencia zero sao iguais nas tres fases da linha de trunsmisaáo,
elas geram fluxos magnéticos idénticos que se concatenam com o cabo de cobertura e com o
solo sob a linha. Ver figura 5.4.1.

í cabo de cobertura

Figura 5.4.1: Retorno de Corrente pelo Cabo de Cobertura e pela Tet-ra sob a Linha de
Transmissáo

Este fiuxo magnético resultante é variável e induz no cabo de cobert.ura urna corrent e
de reacáo, isto é, de retorno, indicada na figura 5.'1.1.
Sendo o solo sob a linha de transmisséo tarnbém (ondular. é induz.id a urna c'orreut e
de retorno que acompanha o trucado da linhe , o qlle just inca a uuport.áncia do conhccirucut ()
da resistividade do solo sob a linha de transmissáo. Como a linha é Icugn e pcrcorrc terrenos
com características distintas, urna resistividadc media e representativa dcsr es solos eleve
ser obtida. Nem todo o fluxo magnético das tres corrcntcs de seqúéncia zcro da linha de
transrnisséo se concatena com o solo. Port.anto. urna parcela de corrcnte de soquenci a zcro fica
liberada e retorna pelo solo seguindo a mellar distancia do ponto de deleito a subcst.acao
Assim, esquematicamente, a corrente de seqúéncia zero dos tres rondut orcs da linha 11('
transmissáo retorna por vários caminhos para fechar o circuito. lsto pode [irar caracterizado
pela expresséo 5.4.1.

(~.I.¡

Os diversos caminhos percorridos pelas corrente-s de scqúcncia zcro podcm ser visto-,
na figura ,5.4.2, que mostra, por cxernp!o. urna linha de t ra nsmissao qllf' cout orna 1111ln
montanha até chcgar a tima cidade-.
114 CAPiTULO 5. LINHA DE THANSMISSAD

Figura 5.4.2: Percurso da Corrente de Seqüéncia Zero

Portante, a impedancia de seqiiéncia zero de urna linha de transmissáo apresenta


dificuldade no seu cálculo analítico, isto porque, dependencia do local do curto, acorrente
de seqiiéncia zero pode passar por vários caminhos, tais como cabo de cobertura, torre,
aterramento da torre diferenciado, terrenos com resistividade diferentes, seguindo vários
caminhos paralelos, etc.
A deterrninacáo analítica da impedancia de seqüénda zero pode ser efetuada segundo
a proposta apresentada por John R. Carson na sua publicacáo indicada na referencia [27],
onde ela é funcáo da resistividade média do solo sob a linha, da altura média da linha em
relacáo ao solo, da freqüéncia elétrica do sistema de energía, e da característica do conclutor
da linha de transmissáo.
A impedancia de seqúéncia zero pode também ser levantada por medicáo, execu-
tanda o esquema apresentado na figura 5.4.3.
Com este teste. simula-se a seqiiencia zero, e o valor da impedáncia de seqiiéncia
zero é dado pela expressáo 5.4.2.

. i;
Zo= ~ (5.4.2)
Jo
De um modo geral, a impedáncia total de seqíiencia zero da linha de transmissáo
com cabo de cobertura, com retorno pela ten-a, tem o seu valor indicado na expressáo 5.4.3.
115

ío

Borro Barra
inicial ttnc!

1/=:.///,.¿=///~/!/3-!1=!/~//' ~I/ ~/I/:?I/¡-e///~/I~///.?/iI;;)I/~I/I

SOLO

Figura 5.4.3: Medicáo da Impedáncie de Seqúéncia Zero da Linha de Transmissáo

(5.4.3)
A impedancia de seqúéncia zero do cabo de cobertura depende do material do cabo
Atualmente, procura-se empregar condutor de melhor qualidade para haver maior retorno
da corrcnte de secuencia zero por este cabo, obtendo-se as sim, menor corrente de retorno
pelo solo. Conseqúentemente, a dimensáo da malha de terra da subest.ecéo pode ser reduzida
a.
devido menores tensóes de toque e passo originadas pela corrente de retorno pelo solo.
Para diminuir a impedancia: o cabo de cobertura deve ser aterrado ao longo da linha
de t ransmissáo. Esta prética. no ern.anto. impossibilite a transmissáo de sinais via Carrier
por este cabo.
A transmissáo de sinais via Carrier está obsoleta. e modernamente utiliza-se como
cabo de cobertura, um condutar coaxial corn um tia de fibra ática. O cabo metálico conduz
a corrente de retorno do curto-circuito. 011 a corrente de surto da inducáo ou de descarga at-
mosférica, senda o tia de fibra ótica usado para a transmissáo de sinais de tclefonia, mcdicáo,
controle e protccáo. Apenas como ilustracáo, mostrando a vant.agem do cabo pára-raics COITl
fibras óticas, por exemplo o cabo tipo OPGW(OPTICAL GROUND \VIRES). tem 18 pares
de fibras éticas, podendo trafegar em cada par 7560 canais, perfazendo um total de 136.086
canais de comunicacáo.
Capítulo 6

Curto-Circuito no Gerador Síncrono

6.1 Introducáo
Neste capítulo seráo analisados os curto-circuitos equilibrados e desequilibrados nos
terrninais do gerador síncrono.
Este estudo é importante porque todas as conclusóes aqui obtidas seráo estendidas
ao sistema elétrico de potencia. Isto poderá ser feito devido ao fato de ser o gerador síncrono
o único elemento ativo do sistema.
As conclusóes obtidas para os terminais do gerador síncrono seréo as mesmas para
o ponto de defeito do sistema elétrico.
As analises seráo efetuadas no gerador síncrono, girando a vazio na velocidade
síncrona COID tensóes nomináis nos seus terrninais. Os curto-circuitos que seráo estudados
sao os seguintes:

• Curto-circuitos trifásicos (34))

• Curto-circuitos bifásicos (24))

• Curto-circuitos bifásicos aterra (24)- t)

• Curto-circuitos monofásicos aterra (14)- t)

Apenas o curto-circuito trifásico (34)) é equilibrado, contendo somente componentes


de seqúéncia positiva. Os demais curto-circuitos sao desequilibrados, contendo componentes
de seqiiéncia positiva, negativa e zero.
Como os curto-circuitos seráo efetuados no gerador síncrono, faz-se mister levar
em consideracáo os circuitos equivalentes, por fase, de seqúéncia positiva, negativa e zero,
apresentados no item 3.18.

117
118 CAPJTULO 6. CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO

6.2 Curto-Circuitos no Gerador Síncrono


Os curto-circuitos seráo efetuados no gerador síncrono, COID rotor girando a veloci-
dade síncrona, excitado de modo a gerar tensóes nominais nas bobinas da armadura, sem
carga conectada aos seus terminais, isto é, a vazio.
Na eituacáo supracitada, o gerador síncrono com todas as possibilidades de curto-
circuito está mostrado na figura 6.2.1.

Figura 6.2.1: Representacáo do Gerador Síncrono

Cada enrolamento de armadura é representado por urna bobina em série com urna
fonte de tensáo ideal, cuja tensáo é igual a tensáo fase-neutro do gerador síncrono sem carga,
isto é, com tensáo nominal. As tensóes de fase nos terminais do gerador síncrono esí.áo
referenciadas ao potencial da terra.
Com os fechamentos adequados dos disjuntores, os curto-circuitos pretendidos seráo
simulados, isto é:

• Curto-circuito 3<p, fecham-se os disjuntores a, b e c.

• Curto-circuito l é-terra, fecha-se o disjuntor a.

• Curto-circuito 2r,6-terra, fecham-se os disjuntores b e c.


119

• Curto-circuito 2<jJ, fecha- se o disjuntor be.

6.3 Curto-Circuito Trifásico no Gerador Síncrono


o gerador síncrono é construído de modo a ficar perfeitamente equilibrado, isto é,
suas bobinas sao idénticas e igualmente distribuidas espacialmente na armadura (estator).
Portante, o curto-circuito trifásico nos seus terminais terá semente componentes de seqiiéncia
positiva. O curto-circuito trifásico é feito fechando-se os tres disjuntores a, b, e da figura
6.2.1, originando-se a figura 6.3.1. Como indicado na figura, os fasores tensóes térn corno
referencia o potencial da terra. Neste caso como o curto-circuito é 3$, o potencial no ponto
neutro N é igual ao da terra.

sem efeito

/
!

'iJe
1
Figura 6.3.1: Curto-Circuito Trifásico no Gerador Síncrono

As condicóes de defei~o trifásico nos terminais do gerador síncrono girando a vazio,


na velocidade síncrona. com tensóes nominals sao:

(6.3.1)

A expressáo 2.8.2, que representa a transformacáo dos faso res originais nos fasores
120 CAN[ULO 6. CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO

de seqiiencia, é novamente aqui reproduzida.

[va,~o]
Va,
=
1[1
3"1
1

Substituindo a expressáo 6.3.1 na expresséc matricial anterior, tem-se:

(6.3.2)

Portante, concluí-se que:

(6.3.3)

As tres tensóes de seqiiéncia da fase "a" sao nulas, indicando que os tres modelos
de seqúencia apresentados na figura 3.18.1 est áo cm curto. Este curto está apresentado na
figura 6.3.2.

jX,
i;
+ jx;'
í 02
~ -
+
No
¡Xo
i oo
+
\/0(0 V02=0
efE' :;:,
3ZN ilooO

Se qu e nc i c po s i f va S e quencio negoti va SeQuencio z ero

Figura 6.3.2: Modelos de Seqúéncia em Curto

Dos tres circuitos, o único ativo é o modelo de seqíiéncia positiva. Como era de se
esperar, o curto-circuito trifásico é equilibrado e só se considera o circuito equivalente da
seqúencia positiva.
A corrente de seqiiéncia positiva da fase "a" é obtida pela expressáo 6.3.4.

(6.3.4)

Exemplo 6.3.1:
Um gerador síncrono de polos salientes, com as bobinas da armadura ligada em Y
com característica de placa de 3üAIFA. 13, SJ..·V, 6üH Z, está funcionando avazio com tensóes
norninais ero seus terminais. A reatáncia sub-transitoria do eixo direto é igual a 0, 2pu e a
121

reat.áncia de seqúencia negativa vale 0, 25pu. A reatáncia de seqüéncia zero vale 0,08pu. O
gerador síncrono está aterrado atrevés de urna reatáncia de 0, 09pu.
Para um curto-circuito trifásico nos seus terminais, calcular:

a) As correntes de seqíiéncia.
O circuito equivalente por fase da seqíiéncia positiva é o da figura 6.3.3.

+
jO,2

Éo = 1/90° pu

Figura 6.3.3: Dados do Exernplo 6.3.1

. 1:;0 1 Limo
t., = j XI = jO.2

jo, = 5j¡o pu jo, = O i.; = O


b) As correntes verdadeiras.
A tr ansformacáo das correntcs de seqíiéncia nas correntes verdadeiras é feita pela
expressáo 2.9.1. Assim, tcm-sc:

[~:] [:~' ~ ][L]


J, 1 a iz' O

i, = i; .. i. = 5l!:¡Opu
i, = iz' jo, .. i, = 5/- 1200pu
i, = si; ., i, = 5@opu
A corrente base é:

ha" = 5
ba"
= ~= 1255. lA
J3V'a" J3.13,8k
i, = 5¿]°1255, 1 .. jo = 6275, 5A
i, = 5/-120°1255,1 i, = 6275,51-120° A
i, = 5@o1255, 1 .. j, = 6275,5@oA
122 CAPITULO 6. CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SmCRONO

6.4 Curto-Circuito Monofásico a Terra no Gerador


Síncrono
Obtém-se este curto-circuito. fechando-se o disjuntor "a' da figura 6.2.1, tendo-se
assim o esquema apresentado na figura 6.4.1.

Curto
) 1¡í - terra

/
(Ln

........~"7-"-------i_--¡;¡¡ .. e

Figura 6.4.1: Curto-Circuito Monofásico a Terra no Gerador Síncrono

Pela figura 6.4.1, a característica do defeito impóe as seguintes condicóes:

\~ = O
(6.4.1)
t, = i, = O
Usando a expressáo 2.9.2, obtém-se

(6.4.2)
123

j ., = ~
3
j (l.'l -- ~
3
. . . i,
l., = L, = l., = "3 (6.4_3)
Pelos modelos individuais de seqíiéncia do item 3.18, tem-se as seguiutes equacóes:

VOl = e;- ix-);


1%., = -ix.i;
Sornando- se as tres equacóes anteriores e considerando 6.4.3, tero-se:

V., + V., + V., = E., - (jX, + jX, + tx, + 3ZN)j., (6.4.4)


A expressáo 2.7.1 , indica que Va = Vao+ Val + V entáo lZ2 '

V. = E., - (jX, + jX, + JX o + 3ZN)j.,


Como a condicáo deste defeito é que 1%. = O, obtém-se:

E., = (jX, + jX, + jXo + 3ZN)j., (6.4.5)


Para que as expressóes 6.4.3 e 6.4.5 sejam satisfeitas, os modelos de seqüéncia do
gerador deveráo ser ligados em série, no caso específico do curto-circuito monofásico-ten-a.
Ver figura 6.4.2.

No

$4,
""'-"-" + + "'-""" +
¡X, j X2 jX o

VOl "02 I~ 3Z N Veo

- -
1 T T

Figura 6.4.2: Modelos Ligados em Série no Curto-Circuito l ó-terra

Exemplo 6.4.1:
O gerador síncrono o mesmo do Exemplo 6.3.1. O gerador síncrono está el vazio
é

com tensáo nominal nos scu s tcrminais e acorre um curto-circuito l o-te-rr.a na fase "a".
Determinar:
124 C4PiTULO 6. CURTO-CIRCUITO SO GERADOR SiNCRONO

a) as correntes de seqíiéncia positiva, negativa e zera.


Os modelos de seqüéncia positiva, negativa e zero est áo conectados cm séric como
mostra a figura 6.4.3.

~,Éo'l~PU
-_
jO,>O
"""'
Í OI
+

V01
jO,25
Í 02

V02
+
No

r ;

jO,OB
j 3xO,09
ioo
+

Voo
r

- -
=Terro,
Neutro1
1 Neutro = Ter rc , rerre ,
1

Figura 6.4.3: Circuitos Equivalentes por Fase de Sequéncie Ligados cm Serie

i: = i; = )(0,20 + 0,25É~ 0,08 + 0,27)


I L2Y:.
jo, = jO.8

jo, = i; = i; = L 25LQ.°pu
b) as correntes verdadeiras nas fases do gerador síncrono.
Usando a expressáo 2.9.L tcm-sc

i, = Í" + i.. + i; = 3Í a • = 3. 1,25/Jf'. = 3, 75LSLopu


j,=ja,(1-¡-.i 2+a)=0
i, 2
= ja,(1 +.i +.i) = °
.5"" 30M __
ha.., = ~ = ~ = l2nn,lA
y3>b,,, y3.l3,8k
i, = 3,75.1255,1 i, = 4706, 6A
c) a corrente que passa no neutro do gerador síncrono.

i; = si;
i; = 3 . 1,25/Jf'. jN = 3, 751Jfpu OU jN = 4706, 6&A
d) a tensáo do ponto neutro aterra.

VN-'m, = VNo-'mao = -j3(0,09}Íao = -jO,27. 1.25ffi"


125

i'N-Im, = -jO, 3375pu = 0,3375/- 900pu


13,8
V.a" = V3 kV

. I 000 13,8 I ~~Ok


VN _ I " " = 0,3375 L=..illl . V3 = 2,689 L=Jill V

e) as t ensóes de seqíiéncias no ponto do defeit.o.


Pela figura 6.4.3, tern-se

v,, = -jO, 25j" = -jO,25 .1,25& = -jO, 3125pu = 0,3125/- 90 0pu

i~, = - j( 0,08 + 3 . 0,09)j" = -jO, 35 . 1,25&° = -jO, 4375pu = 0,4375 / - 900pu


Va, = -«, - V" = -(V" + Va,) = -(0,3125/- 90° + 0,4375/- 90°)
i~, = -0,75 /- 90° = O,75flli¡°pu
f) as tensóes verdadeiras nas fases do gerador síncrono.
Note-se que i.'lll e \";a2 sao as tensóes de seqiiéncia positiva e negativa na fase "a" do
gerador síncrono.
O mesrno nao acorre para l>ao 1 porque a tensáo de seqiiéncia zero na fase "a" do
gerador síncrono é a i: 01Vo ' Por-tanto,

i:,NO = -jO.08Í" = -jO,08 .1.2,'iLÍl° = -JO, lpu = 0,1 /- 90


0pu

Aplicando a expressáo 2.7.3, tern-se

¡/a N = l/aoN , + i:, + V" = -jO,1 + JO, 75 - JO, 3125


i~N
= 0,3375j = O, 3375fllliopu = 2, 689L2QokV
V"" = V"N, + ú'i'" + úi:, = 0,1/- 90° + 1/- 120° . O,75LÍill° + lL11Qo .0,3125/- 90°
1/,N = O,1/- 90° + 0,75 /- 30° + O,3125l;¡Q°
V'N = -JO, 1 + 0,64% - JO, 375 + 0,2706 + JO, 1562 = 0,9201 - JO, :1188
V,.,· = 0.9737!-19.11opu = 7. 757 ~okV
i~N = i:,N, + úi,:, + ú'i:, = 0,1/- 90" + 1LÍlQ° . o. 75LQQ" + 1/- 1200 . 0,3125/- 90°
i~N = -jO,1 + O,7.'iillQ" + O,3125 /- 210°
V'N = -jO, 1 - 0,64% JO, 375 - 0.2706 + JO, 1562 = -0,9201 - JO, 3188
¡~N = 0,9737/-160,8Sopu= 7, 757!-160,SSokV
126 CAP¡TULO 6. CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO

g) as t.ensóes vercladeiras de linha nos terminais do gerador síncrono.

Vo ' = V~N - Vos = 2, 689M - 't . i5iL..=...lW°


V~, = 2.689j - i.3295+ ;2.5395 = 9/144.5 0kV
Vo, = VbN - VeN = 't . i5i /_19.11° - t, i5iL - 160.88°
Vo, = 14, 659~kV
Pela Leí de Kirchhoff

V,o = -(9Ll..1M° + 14.6591.[1)


V~, = 9.004/- 144.5 0kV
h) as tensóes verdadeiras dos terminais do gerador síncrono em relacáo aterra.
Hé varios modos de resolucáo. Pela figura 6.4.1. tom-sc

1%) = ~bN + i-:V-tel"ra ::;:: ~a + i-~ = Vba::;:: -«,


¡I', = 9/ - 35. 5°kV
(~ ::;:: \i~J\' - VN -terra ::;:: i'~a + i,~ : ;: ~a

6.5 Curto-Circuito Bifásico no Gerador Síncrono


Este curto é obtído com o fechamento do disjuntor be da figura 6.2.1. O curto
acontece entre as fases b e c. evidenciado na figura 6.5.1.
Este curto-circuito implica nas seguintes ccndicóes:

jo = O
V; = V, (6.5.1)
i, + i, = O
Substituindo na expressáo 2.9.2, tem-se

. 1 . .
Jo, = 3(0 + t, - h)
127

'-?"- -----.!'c

Figura 6.5.1: Curto-Circuito 2rj> no Gerador Síncrono

A corrente de seqíiencia zero (i ao ) é igual a zero porque o curto-circuito nao envolve


aterra, isto é, nao tem condicóes de fechar o circuito pela terra.
. 1 . ,.
la, = 3(0 + al, - a lb)

i -~(._.,)
al 3 a a
- (6.5.2)

i a, = 31(0 + a"jb - .j)


a ,
jb( .
="3 .') jb(.
-a + a = -"3 a -
.')
a
. j,. .,
- la, = "3(a - a) (6.5.3)
Comparando as expressóes 6.5.2 e 6.5.3. obtém-se
i; -i;
=::: (6.54)
Usando a expressáo 2.8.2, pode-se analisar as tensóes de seqüéncia, isto é:

(6.5.5)
128 CAP,TULO 6. CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO

· 1· .' .,'
V" = 3(V' + av" +a v,,)
·
V., = 3
1 ['V.+(a+a')v"'] (6.5.6)

· 1· " .
V., = 3(V.+a v" + av,,)

· 1 ['v,,+(a, +a)Vb
V"=3 '] (6.5.7)

As expressóes 6..5.6 e 6.5.7 sao iguais, portanto:

(6.5.8)

Examinando as expressóes 6.5.4 e 6.5.8, conclui-se que os modelos de sequencia


positiva e negativa deveráo ser ligados em paralelo, para o curto-circuito 2c/J, figura 6.5.2.
,

Í oz Too
No
jXz
+ ¡Xo +

voz 3Z N Voo

Figura 6,,'j.2: Modelos Conectados em Paralelo no Curto-Circuito Bifásico

Por coeréncia, o circuito equivalente de seqúéncia zero foi apresentado na figura 6.5.2,
mas pode ser simplesmente eliminado. Mesmo assim, a seqiiencia zero produz resultados
interessantes, epresentados a seguir.
Pela expressáo 6.5.5, tem-se

(6.5.9)

Do circuito equivalente de seqíiéncia zero, tern-se

Portanto,
1· .
0= 3(V' +2v,,)
V. = -211" (6.5.10)
129

A expressáo 6.5.10 é mais urna condicao do curto-circuito bifásico, ou seja, a tensáo


na fase "a l ' é o dobro da tensáo da fase "b''

Exemplo 6.5.1:
O gerador síncrono tcm as mes mas características do exemplo 6.3.1. O gerador está
girando a vazjo corn t ensáo nominal nos seus terminais e ocorre um curto-circuito bifásico
na fase b e c. Determinar:

a) as correntes de seqíiéncias.
Os modelos de seqúencie positiva e negativa sao ligados em paralelo, 'Ver figura
6.5.3.

+ +
jO.20 jO,25

Éa~1~ pu

Figura 6,5.3: Modelos em Paralelo no Curto-Circuito Bifásico

. . ILllil." _~J_
Je, = -Jo, = jO, 20 + jO, 25 - jO,4.5

i; = ~jrJ.2 = 2.22pv
jo, = O

b) as correntes verdadeiras nas fases do gerador síncrono.


Osando a. expresséo 2,9.1 1 tcm-sc
1;30 CANTULO c. CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SiNCRONO

Do Apéndice e, tcm-sc

i, = 4825,85/- 900A

c) a corrente que passa pelo neutro do gerador síncrono

d) as tensóes de seqiiencia no ponto do curto-circuito.

i~o = O

v,, = \;~, = -jO. 25j" = -jO, 25( -2,22) = jO, 555pu

e) as t errsóes verdadeiras nas fases do gerador síncrono.


Usando expresséo 2.7.3

[ ~:]
Ve
[: a'
1 a
~,] [ tVal ]
a

llo = 2i~, = 2jO.555 = 1, llO/.Q.Q°pu = 8. 843L.2l!°kV

Da expressáo 6.5.10, t em.se

¡i; = -~ = _ 8.8l3/.Q.Q° = 44215/- 900kV


o 2 2 '

i~ = Vb = 4.4215/- 900kV
131

6.6 Curto-Circuito Bifásico a Terra no Gerador Sín-


crono
A figura 6.6.1 mostra o curto-circuito obtido pelo fechamento dos disjuntores b e e
do esquema apresentado na figura 6.2.1.

! "
~_~c

Figura 6.6.1: Curto-Circuito Bifásico a Terra


í Terra

no Gerador Síncrono
As condicóes do defeito curto-circuito bifásico á tetra sao:

jo = o
¡;¡=i~=o
Substituindo na expressáo 2.8.2, tero-se

[1~, J 1[1 :
\UI
1~~,
= -
3
1 a
1 iI'

i'o, = 3~
132 CAPiTULO 6. CURTO· CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO

(6.6.1)

Pelo Teorema de Fortescue a corrente verdadeira na fase "a" é igual a soma das tres
con-entes de seqíiencias, isto é:

Pela condicáo de defeito i, = O. tern-se

(6.6.2)

Para satisfazer simultáneamente as expressóes 6.6.1 e 6.6.2, os circuitos equivalentes


por fases das seqíiéncias positiva, negativa e zcro, deveráo ser conectados cm paralelo no
curto-circuito Zc-terr a. Ver figura 6.6.2.

et:iO'1r o,

- - E__ _ _ _
jX2
Í 02

r
V0 2
i
No
¡X o
/ 3ZN ___
I oo

r
Va o

1 r
Figura 6.6.2: Modelos Ligados ern Paralelo no Curto-Circuito Bifásico-tetra no Gerador
Síncrono

Pela figura 6.6.1 pode-se relacionar as seguintes expressóes:

j"CC" = 3i," = i, + i, (6.6.3)

i'N = Ve., = -\\_'''"' = 32l,) 0 = 2N(Í , + je) (6.6.4)


Exemplo 6.6.1:
O gerador síncrono o mesmo do exemplo 6.3.1.. Ele está girando a vazio com
é

tensan nominal nos seus terminais e acorre um curto-circuito bifásico terra nas fases b e a
c. Determinar:

al as eorrentes de seqüencia.
Os modelos sao conect ados cm paralelo. Ver figura 6.6.3,
As reatáncias de seqúencia zero est áo cm sérico resultando o esquema da figura 6.6.4.
A figura 6,6.5 aprcsenta a reducáo das duas reat áncias cm paralelo.

1l2lLO j
cc
O'=
j O=--.co2:C +=j:=
·O""
. :C14""5:7
8 = -jO-,-3-45-8 = 2, 8918pu
133

10,25 jO,OS

j 3'0,09

Figura 6.6.3: Dados do Exemplo 6.6.1

la,
)0,20 +
I 02 I ao
Va,
Éo 1~opu
1
jO,3!5

Figura 6.6.4; Rcducác do Circuito

,.------,&JLj)(L......- . +
jO,20

jO,1458 Va,

Figura 6.6.5: Reducáo do Circuito

Aplicando divisor de corrcnte na figura 6.6.4, tem-se

_j = jO,35 i
", JO,25 + JO.:35 a,
i; = _jO,35 2,8918 = -1, 6868pu = 1,6868<'Í@°pu
JO,6
Usando da Lei de Kirchhoff no nó da figura 6.6.1: obtém-se
1;\4 CAPITULO 6 CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO

i; + t, + Í" = O

i; = -2,8918 - (-1,6868) = -1,205pll = 1,205L1§.Q°pll


b) a cor-r-ent.e que passa pela terra.

i"l = joma = 3Í" = 3 . 1, 205LlJillopll


joma = 3. 615l1.8Q°pll = 4537.18['w° A
e) a tensáo do neutro aterra.

i:v-terra = "V:Vo-terruo = -3ZNia o = -jO,27 . 1,205~o

VN - u n , = 0,3253~pll = 2. 591LJillokV
d) as correntes nas fases do gerador síncrono.
Usando a expressáo 2.9.1, tem-se

i, = O
i; + jz2i., + si;
i, =
i, = 1. 205Willo + 1 / -120° .2.8918 -;- linQ°. 1.6868Willo
i, = -1,205 + 2,8918/-120° -1,6868LllQo
h = 4.3577~50pll = 5469.34/-1l4,50A
lb + i, = iteTra

i, = jt"" - i, = 4537, 18L!§Q° - 5469, 34~0


j, = 5469, 75/JJiJ¿o A
e) as tensóes de seqüéncias

V" = V" = V" = -jO. 25Í" = -jO,25 . 1,686811§Q° = 0,4217L]Q"Pll

J) as tensóes nos terminais do gerador síncrono.


~b=~>O
V, = l/a" + ¡1" + 1;~, = 311" = 3. 0.4217~ = 1, 2651Lm!Yu
l/, = 10, 07/5JStkV
g) as t.ensóas nas fases do gerador síncrono.
135

Pela figura 6.6.1, as tensóes sáo:

V'N = 1O.07LJ¡Q° - 2,591~ = 7.479fJ1Sf.kV

6. 7 Consideracóes Finais
o estudo aqui abordado foi relativo .i curto-circuitos nos termináis do gerador
síncrono girando a. vazio na velocidade síncrona. com tensóes norninais em seus termináis.
As condicóes sao as mesmas sob qualquer tensáo nos terrninais, desde que seja
respeitada a faixa limitativa do gerador síncrono.
As impedancias de um sistema elétrico radial poderéo ser incorporadas na reatáncia
interna do gerador síncrono e os curto-circuitos poderáo ser calculados, conforme proposta
apresentada neste capítulo.
No gerador síncrono de rotor cilíndrico a correntc de curto-circuito bifásico é sempre
0, 866I cc3 t,Ó, isto porque Xl = X 2 • No sistema elétrico em anel. o cálculo do curto-circuito é
mais complexo, e será o assunto específico do capítulo 7.
Capítulo 7
Curto-Circuito no Sistema Elétrico

7.1 Int roducáo


Este capítulo destina-se ao estudo do curto-circuito no sistema elétrico. A análise
aqui desenvolvida é geral, sen do aplicada a sistema elétrico em anel e radial.
As correntes de curto-circuito seráo calculadas fazendo-se urna extensáo da análise
apresentada no capítulo anterior. No ponto do defeito, isto él do curto-circuito, sempre é
possível obter o circuito equivalente de Thevénin, ficando o circuito idéntico ao do gerador
síncrono operando a vazio coro o mesmo curto nos seus terminais.
Deste modo, a corrente de curto-circuito poder á ser obtida com facilidade. As
correntes nos outros trechos do sistema sao obtidas Iazendo o retrocesso no circuito, obtendo-
se as correntes que contribuem com o defeito, em vários pontos da rede détrica.
Apesar do defeito ser indesejável, o curto-circuito sempre acorre em pontos aleatórios
da recle elétrica. Se os curto-circuitos nao forem rapidamente eliminados, os danos nos
equipamentos que integram a rede elétrica poderáo ser elevados.
Portanto, as correntes de curto-circuitos deveráo ser conhecidas em todo o sistema
elétrico para todos os possíveis defeitos.
O conhecimento da corrente de curto-circuito atende a diversos objetivos impor-
tantes, relacionados a seguir:

• conhecer a dimensáo do seu valor.

• dimensionar a linha de transmissáo em relacáo a seu limite suportável de elevacáo da


temperatura devido ao curto-circuito.

a
• dimensionar o disjuntor quanto seccáo dos seu s contatos e capacidade disruptiva da
sua cámara de extincáo do arco-elétrico.

• dimensionar o transformador de corrente (Te) quanto ao nível de saturacáo da sua


curva de magnetizacáo definido pela sua classe de exatidiio.

• efetuar a coordenacáo de relés.

137
138 CAPiTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

• analisar as sobretensóes na ireqiiencia industrial dcvido ao curto-circuito.

• conhecer o tempo de atuacáo do relé. conseqüentemente o tempo da eliminacáo do


defeito, para analiaar as perturbacóes dcvido as harmónicas e da estabilidade dinámica
do sistema elétrico;

• outros.

7.2 Causas das Faltas na Rede Elétrica


Ao projetar uro sistema, o objetivo básico é sempre projet á-lo edequadamente. com
lay-out otimizado, com materiais de qualidade comprovada, bem desenhados. e prevendo
a execucáo da obra e a instelacáo da rnelhor qualidade. Mesmo assim, o sistema estará
cxposto as condicóes mais diversas e imprevisiveis , e a falha aparecerá em pontos aleatórios
do sistema.
As falhas sao devidas a:

a) Problemas de Jsolacáo
As tensóes nos condut.ores do sistema sao elevadas, conseqiien-emente. rupturas para
aterra ou entre cabos poderá ocorrer por diversos motivos:

• desenho inadequado da isolacáo dos equipamentos, estrutura ou isoladores:

• material empregedo (inadcquado ou de má qualidade) na fabricacáo:

• problemas de fabricacáo:

• envelhecimento do proprio material.

b) Problemas Mecánicos
Sao os oriundos da natureza e que provocam acáo mecánica no sistema elétrico:

• acáo do vento.

• neve.

• contaminacéo.

• árvores, etc.
139

e) Problemas Elétricos
Sao os problemas elétricos intrínsecos da natureza Gil os devidos a operacáo do
sistema:
• descargas atmosféricas diretas ou indiretas.

• surtos de chaveamento l. manobra)

• sobretensáo no sistema.

d) Problemas de Natureza Térmica


O aquecirnento nos cabos e equipamentos do sistema. além de diminuir a vida útil,
prejudica a isolacáo e devido a:.
é

• sobrecorrentes em conseqüéncia da sobrecarga no sistema.

• sobretensáo dinámica no sistema.

e) Problemas de Manutencáo
• substituicáo inadequada de pecas e equiparnentos.

• pessoal nao treinado e cualificado.

• pec.;as de reposicáo nao adequadas.

• falta de controle de qualidadc na compra do material.

• inspecáo na recle nao adequada.

f) Problemas de Outra Natureza


• atas de vandalismo

• queimadas
• inundacóes

• desmoronamentos

• acidentes de qualquer nat ureza.


i-ro CAPiTULO 7. CURTO-CIRCUITO .~·O SISTEMA ELÉTRICO

7.3 Ocorr-éricia dos Defeitos no Sistema Elétrico


Procura-se ap resent.a r aqu i apenas urna idéia da orden: de ocorréncie de fall-as no
sistema elétnco. isto é, na gcracáo. subest acáo e transmissác. Cada setor , devido as suas
própries características, contribui mais GU menos no curto-circuito.
Estas ocorréncias sao obtidas atr avés do levantamentc histórico de defeitos nas em-
presas de energia.
A ccntribuicáo de cada. setor do sistema de cnergia elétrica cm relacáo a curto-
circuitos está aprescntada na Tabela 7.3.1.

, Ser.or do
I Sistema Elén-ico
I Curto-Circuito I
I
I Geracao I 06%
I
~
f
c ubest.aceo 05%
~ Lin has de T ransmissáo i 89'Yc
Tabela 7.3.1: Porcent.agem de Curto-Circuito no Sistema Elét.rico

a
Pela própria nat.urcza do sistema de energia elétrica. o setor mais vulnerável falha
é a linha de transmissác. lsto porque ela percorre o país de ponte a poma. passando por
diversos lugares, corn terrenos e climas distintos.
Os elementos das linhas de transmissáo, isto é. as ferragens. cabos. est.ru tura.s. es táo
dispostos em sér:e. diminuindc consideravclmente a sua confiabilidadc.
A rede de distribuicáo t ambém ccnt rib ui com falhas. mas os seu s curto-circuitos nao
colocam tanto em risco o sistema eJétrico como os curtos na linha de tr ansmissáo.

7.4 Ocorréricias dos Tipos de Curto-Circuito no Sis-


tema de Energia Elétrica
Pela própria natureaa física dos tipos de curtos-circuitos, o trifásico é mais raro. Em
contra-partida. é o curto-circuito monofásico a
tcrr a o mais corriquciro. As percent agenx
medias de ocorrenci a de cada tipo estác na tabela 7.4.1.

Tipos de. Ocorréncias


1
Curtos-Circuitos I em 7é
ocP I 06
2(/~ I 15
2<p- t e rr a 16
l é-terra 1 6:J

Tabcla 7.4.1: Ocorróncia dos Curtos-Circuitos


141

7.5 Curto-Circuito Permanente


Os curto-circuitos podem ser do tipo permanentes ou temporarios (fortuito).
Os cuno-circuitos permanentes. como o próprio nome ja indica. BaO do tipo ir-
revcrsívei espontaneamente. necessit.ando de conscrto na recle para restabelecer o sistema.
Após a abertura do disjuntor. a equipe de manutencáo dever.i se deslocar até o local do
defeito e. sornen te após o conser to. o sistema será restabelecido.

7.6 Curto-Circuito Temporário


Curtos-circuitos temporarios. 011 fortuitos. sao aquclcs que ocorrcm sem haver deleito
na Tecle. Após a atuacéo da prctccáo o sistema pode ser restabelecido sern problemas.
Os curtos-circuitos temporérios sao oriundos de varias causas, tais como:

• sobretensáo na rede. com a conseqiiente quebra de isolamento do isolador. propiciando


o arco elétr-ico (flasho1Jer'i

• cont.aminacáo do isolador pela pocíra e poluicáo.

• umidade

• chu va

• salinidadc

• galhos de érvorcs

• pássaros

• vento

• neve
o principal defcito temporario é a disrupcáo do arco elctrico (fiashovn) no isclador ,
como mos tr a a figura 7.6.1.
O isolador cnlraqucrido. isf.o é, contaminado por poeir a, salinidade. poluicáo. umi-
dade, produz urna con sideravel cor'rente de fuga por sua superficie. Urna sobrctensáo indu-
zida na red e provoca disrupcáo no isolador. ionizando o ar e formando o arco elét rico. Com
o desaparecirnento da sobretensáo. o arco elétrico persiste mantido pela tensáo normal do
sistema. Isto ~e dá porque a resistencia elétrica do ar ionizado 6 muito pequen a.
Observe-se que a tenséo do siste-ma rnan tcrn. atreves do arco eletri co. o curl.o-
circuito. Corn a. .u.uaráo do cisjuutor o circuito é abcrt.o. extingu.ndo o arco elétrico e.
cm conseciiéncia. desionizando o ar , que recupera sua rigidez normal. Se o sistema fcr
prevido de religamento automático, a enersizacáo será. aceita e o sistema volt.a a operar nor-
malrnent.e, como se nada houvesse acorrido. Porta-no. a vantagem do rcligarucnto é mareante
na manutencáo da contiuuidacic do servico.
142 CAPíTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELETRICO

/
Isolador
Arco / ~

-=-- ,
elétnco I
~~~=::j
\
-,
,
Pino

Figura 1.6.1: Flashocer no Isolador

7.7 Ocorréncia de Curtos-Circuitos Permanente e Tem-


porário

É o curto-circuito monofásico a terra o que tero maior incidencia no sistema elétrico.


E deste, a predominancia é de curto temporário.
A percentagem de ocorrencia dos curtos-circuitos permanentes e temporários estáo
na tabela 7.7.i.

I Curtos-CIrcuitos
I l c-terre
r Permanente
Temporários

Tabela 7.7.1: Ocorréncia dos Curtos-Circuitos Permanente e Temporario

Observa- se que a taxa de ccorrénciu do defeito temporário é grande, compensando


usar o religamento monopolar na fase cm curt.o-circuit o do sistema elétrico de grande porte,
Neste caso, durante o tempo morto do religador, o sistema elétrico fica momentaneamente
desequilibrado. Se o sistema elétrico for de pequeno porte é usual o religament.o trifásico.
143

7.8 Curto-Circuito no Sistema de Energia Elétrica


Os curtos-circuitos trifásicos sao equilibrados, bastando para tanto considerar o
circuito equivalente de sequencia positiva. Já os curto-circuitos bifásicos, bifásicos a terra e
o monofásico a tena. sao desequilibrados, e os diagramas de seqiiéncies positiva, negativa e
zero deveráo ser usados.
O importante é calcular a eorrente de curto no ponto de defeito. Parundo desta. as
correntes cm out.ros trechos sao calculadas fazendo o retrocesso nos circuitos equivalentes.
Coro o objetivo de calcular a eorrente de curto-circuito no local do deleito. far-se-
á correspondencia com as técnicas usadas nos curtos no gerador síncrono do Capítulo 6.
Para tanto, deve-se obter o circuito equivalente de Thévenin no ponto de defeito do sistema
elétrico e efetuar a correspondencia com o gerador síncrono, como indica a tabela 7.8.1.

Circuitos de Seqúéncia Circuito de Seqúéncia do Sistema


do Gerador Síncrono a Vazio de Potencia
Ea! ---t Le.m da fase "a" no Ea! ---t tensáo de fase no local do
termínal do Gerador Síncrono a defeito {tensáo de Thévenin antes
vazio do defeíto)
Obs.: a tensáo deveré ser obtida com
o sistema alimentando normalmente
as cargas ,
Z¡, Z" Zo ---; Irnpedáncia de ZI. Z2. 2 0 --Jo Impedancias de
Seqüéncia do Gerador Síncrono Seqúéncias Equivalentes (vista)
I no ponto de defei to (equivalente
I d.e Thévenin) cm cada um dos
CIrcuitos de seqiiéncias
Iall b , le --Jo correntes nas la, lo,le --Jo correntes que fluem
fases a, b e e durante o do sistema para o defeito no
defeito local do defeito

Tabela 7.8.1: Correspondencia do Geracior Síncrono com o Sistema Elétrico

Para est.abelecer, com maior fundamento o significado das correntes i; i, eje,


que fiuem do sistema para o defeito. de modo a Iazer a correspondencia. isto e, as mesmas
características de defeitos do gerador síncrono a vazio, sao apresentadas as tensóes e correntes
no local do defeíto conforme figura 7.8.1.
No local da ocorréncia do curto-circuito, usa-se o artifício de construir urna pequena
linha ideal, isto é , sem impedancia. As corrent es que flucm do sistema para. o defeito sao as
correntes desta linha imaginária.
°
Observe-se que para a linha imaginaria da figura 7.8.1, sistema está operando a
vazio, isto é, sem carga.
As tensóes Va, iE. e i1c sao as tensóes desta linha aterra.
144 CAPITULO 7. CURTO· CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

Figura 7.8.1: Tensóes e Correntes no Local do Defeito

As impedáncias equivalentes de Thévenin 2'1, 2'2 e t 0 1 do sistema elétrico, sao obti-


das dos diagramas de impedancia das respectivas seqiiencias. Como os circuitos equivalentes
de seqúéncia negativa e zero sao
passivos. o circuito equivalente de Thévenin é apenas repre-
sentado pela impedáncia 2:2 e z;
Seudo a seqiiéncie positiva ativa, o seu circuito equivalente
de Thévenin é representado pela impedancia de seqüéncia positiva (Z¡) atrás da teusáo de
Thévenin (Ea 1 ), que é obtida no local do defeito antes da ocorréncia do curto-circuito.
O circuito de Thévenin da seqüéncia positiva do sistema elétrico é o da figura 7.8.2.

I 01 i 01


S8Quel1cia + +
positiva do + Z,
sistemo 'Jo, EOI Val
elé trico

Figura 7.8.2: Circuito de Thévenin da Seqiiencia Positiva

Os diversos curto-circuitos poderáo agora ser simulados.

(l) Curto-Circuito 1é-t.err-a


Basta fazer a conexáo na figura 7.8.1 da fase "a" com aterra, obtendo-se a figu-
fa 7.S.3.
145

Local do deleito
e

Figura 7.8.3: Curto-Circuito Monofásico- Terra

As condicóes do defeito sao:

v. =0
Estas sao as mesmas condicóes apresentadas no itern 6.4: port.anto, os circuitos
equivalentes de Thévenin das seqíiéncias positiva. negativa e zero, no local do defeito, deveráo
ser conectados em serie. A conexao, em série, dos circuitos equivalentes de Thévenin por
fase, está apresentada na figura 7.8.4.

b) Curto-Circuito 20 na linha "b" e "e",


Na figura 7.8.1, conectando as fases b e c. obtérn-se o curto 2cj;. indicado na figu-
ra 7.8.5.
As condicóes do defeito sao:
145

Local do deleito
e

Figura 7.S.3: Curto-Circuito Monofásico-Terra

As condicóes do defeito sao:

Estas sao as mesmas condicóes apresentadas· no item 6.4, portento. os circuitos


equivalentes de Thévenin das seqiiéncias positiva", negativa e zero , no local do defeito, deveráo
ser conectados em séeie. A conexáo, em serie, dos circuitos equivalentes de Thévenin por
fase, está apresentada na figura 7.S.4.

h) Cur-to-Circuito 20 na linha "b" e "e".


Na figura 7.8.L conectando as fases b e c. obtérn-se o curto 26. indicado na figu-
ra 7_S.5.
As condicóes do defeito sao:
146 CAPITULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRlCO

r-r- , f o,
+ +
SeQuencio pOlitivCl Stquencio negotivo

Figura 7.8.4: Conexóes ern Série para o Curto Monofásico- Terra

locol do defeílo

Figura 7.8.5: Curto-Circuito Bifásico no Sistema Elétrico


147

Estas condicóes sao as mesmas apresentadas no item 6.5, portante, os modelos de


seqíiencia positiva e negativa seráo conectados em paralelo. Figura 7.8.6.

I
\seQuencia positivo 5eQuenciO negativo

Figura 7.8.6: Modelos em Paralelo no Curto Bifásico

e'] Curto-Circuito 2d>-terra nas fases "b" e H C" .

Este curto está apresentado na figura í.S.7.

Local do dele; to
~,

lo Í b Íc

t
I \
va ~(~\
\ Vb !
"'-~ ~/
/ Ve

Figura 7.8.7: Curto Bifásico-Terra no Sistema Elétrico


148 CANTULO í CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA EÚ:TRICO
As condicóes deste curto-circuito 2rp-terrasao:

Estas condicóes sao similares as apresentadas no item 6.6, e os modelos dos circuitos
equivalentes de Thévenin, no ponto de deleito, sao conectados em paralelo. Figura 7.8.8.

l í O,l í 02 1 1
100

'-:"-1 "'-¡
+ + +
Sequenclo neQOtiva Sequinc:io Zero \loo
\102 -
" " ,nc e -

1 1
Figura 7.8.8: Ligacáo em Paralelos dos Modelos no Curto-Circuito Bifásico-Terra

d) Curto-Circuito 3m.
É o curto onde todas as correntes sao equilibradas, portante. nao há diferenca no
curto-circuito 31> e Sé-terca. Ver figura 7.8.9.
e

b~~F:: b

O~
a

UJ
Vo~\IVVc
1
Figura 7.8.9: Curto-Circuito Trifásico no Sistema Elétrico
149

As condicoes do defcito sao:

Estas sao as mesmas do item 6.3 do capítulo 6, indicando que os modelos de seqiiéncia
positiva. negativa e zero est áo curto-circuitados.
Como os circuitos equivalentes de seqúéncie negativa e zero sao pessivos. só hé
necessidade de aprcsentar o circuito de seqiiéncia positiva. Ver figura 7.8.10.

Saquencio positiva
Va,_+ I
Figura 7.8.10: Modelo de Scqiiéncia Positiva cm Curto no Curto-Circuito Trifásico

7.9 Cargas
As corr'entes de curto-circuito calculadas no item anterior sao somonte a contri-
buicáo das correntes cuando se considera o sistema elétrico operando a vazrc, isto e, sem
carga. Como, na rcalidade. o sistema está sempre operando com carga, o curto-circuito
neste situacáo deve ser considerado. Assim, para se obter as condicóes iniciais das correntes
verd adeiras de curto-circuito no sistema operando com carga. e 50b defeito, eleve-se fazer a
superposicéo do sistema operando normalmente corn carga com o sistema com defeito mas
sem carga.
Observe-se que a sup er-posicáo só é válida se os dois sistemas (circuitos) forem iguais,
isto é, o sistema elétrico é o mesmo. com carga e sob curto-circuito.
As correntcs nos diversos trechos do sistema clétrico sao calculadas atr avés do pro-
grama de fluxo de carga (Load Flow). Note-se que o cálculo do ftuxo de carga deverá ser feito
com as rea.táncias internas dos geradores e motores síncronos corresponden tes as do período
sub-transitório, isto é, x~. No entanto, como a contribuicáo da reat.áncia sub-transitória
frente as reatáncias do sistema juntamente com a impedáncie da carga é muito pequena, náo
se comete erro considerando a reatáncia síncrona dos gcr adorcs e motores síncronos no ftuxo
da carga normal.
Junto com a solucéo do fiuxo de carga. que é: urna pnitica ror.ineira das empresas
de energia elct rica. obtém-se tambérn, o valor de EU l ' isto é, da tensáo em relacáo aterra
(neutro) no local do deleito. Esta tcnséo 1-\1será transformada em pu na base correspondcnte
:)0 CAP,TULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

ao nível de tensáo do local do defeito. e;


será a tensáo de Thévenin, ou seja, a tensáo da
fonte ideal do circuito equivalente da seqiiéncia positiva do sistema elétrico. Dependendo do
tipo de defeito, os modelos de seqüéncia positiva, negativa e zero seráo conectados como já.
visto, e as correntes de curto-circuitos do sistema sem carga seráo calculadas.
Em um mesmo ponto do sistema elénico, fazendo-se -a superposicáo das correntes
de carga com a corrente de curto-circuito do sistema sem carga, obtém-se a corrente ver-
dadeira de curto-circuito do sistema elétrico com carga. A expressáo 7.9.1 elucida bem a
superposicáo,

jverdadeira do .,i.,tema com carga .,ob deleito = Ícaraa sern deleito + jdeleito sern carga (7.9.1)

As correntes de carga sao praticamente limitadas pelas impedancias das cargas,


port anto, seus valores sao pequenos, com fatores de potencia maiores ou iguais a 0,85.
Conseqíientemente, a defasagem da tensáo de fase-neutro (terra) e a corrente da carga é
muito pequcna.

Ero contra-partida, as correntes de curto-circuito sao apenas limitadas pelos pará-


metros do sistema, que térn valores pequenos e indutivos. Em conseqüencia as correntes de
curto-circuito sao grandes e com defasagem também grande ern relacáo tensáo fase-neutro. a
Diagrama fasorial da superposicáo está na figura 7.9.1.

• . .~Vten.éio fose neutro

ÍCOrlilO sem defeito

Figura 7.9.1: Diagrama Fasorial


151
Nao há muita diferenca nos módulos da corrente verdadeira e da corrente de curto-
circuito do sistema sem carga. Isto é, a contribuicáo da corrente de carga é muito pequena,
paciendo tranqüilamente ser despresada no cálculo do curto-circuito. Além do mais, náo há
necessidade de a corrente de curto-circuito ser calculada com absoluta precisáo, mas apenas
ter-se urna idéia do valor da sua grandeza em módulo, que é fundamental na análise da
protecáo do sistema elétrico.

Se precisáo for requerida, as correntes de carga poderáo ser consideradas. No en-


tanto, rotineiro na prática, as cargas serem desprezadas no cálculo da corrente de curto-
é

circuitos.

7.10 Exemplo de Cálculo de Curto-Circuito no Sis-


tema Elétrico
Para explicitar e consolidar as ferramentas da técnica aqui proposta, resolucóes
completas de exernplos seráo apresentadas.

Exemplo 7.10.1:
O sistema elétrico da figura 7.10.1 opera sem carga. Para um curto-circuito l ó-terra
na fase " a" da barra "e" calcular as correntes de curto-circuito considerando o transformador
1

de núcleo envolvente e envolvido.

o b

¡y~n~
Xl: 15% 30MVA
X1LT:15,67n
XoL T: 47,61.n

10 - terra
X2= 20% 13,6/69 KV
Xo:5% XT:tO%

Figura 7.10.1: Diagrama Unifilar

a) Tranforrnador de Núcleo Envolvente


Como o curto-circui-to l é-terra, os modelos de seqúéncia positiva, negativa e zero
é
152 CAP,TULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

sao conectados em série. Figura 7.10.2.

a, C,

¡O,1O jO,l ío, +

02 b2

jO,20 ¡O,IO io.:

00 bo ca

jO,05 jO,IO ¡O,3 i oo +


'Veo

Figura 7.10.2: Modelos em Série Considerando Transformador de Núcleo Envolvente

Pode-se constatar pela figura 7.10.2, que o circuito está abertc devido ao bloqueio
da seqíiencia zero no transformador. Isto é:

Apesar da fase Ha" estar em contato coro o solo, o bloqueio do transformador de


núcleo envolvente nao dá condicóes de operecáo a protecéo de neutro (relé GU religador).

b) Transformador de Núcleo Envolvido


Os modelos conectados em série estáo na figura 7.10.3.
Devido ao /', fietíeio, há possibilidade de passagem da componente de seqíiencia
zero,
153

01

jO,15 ro.ro jO,IO +


+
1/90·PU

02 b2 Í 0 2 c2

jO,20 ío.ro +
jO,lO
il0 2

bo i oo ca

jO,30 +
"'00

Figura 7.10.3: Modelos em Série Considerando o Transformador do Núcleo Envolvido

. . . 1m
Jo, = Jo, = Jo, = JO, 15 + JO, 1 + JO, 1 + JO, 2 + JO, 1 + JO, 1 + JO, 5 + JO, 3

jo, = jo, = i, = O,6451pu


Utilizando a expressáo matricial 2.9.1, obtérn-se

[
~:
t,
] = [~1 ~' ~ [~: ~:~;
a;"
]
0,6451
]

t. = 1,9353pu
154 CAPiTULO 7. CURTO~CIRCUITO NO SISTEMA ELETRICO

30M
ha" = V3. 69k = 251. 02A

jo = 485, 8A
Note que a corrente de curto é pequen a, apenas 93% maior que a carrente de pleno
carregamento do circuito. mas já suficiente para fazer operar a protecáo de neutro do religador
ou do relé.
Este exemplo mostra claramente a influencia do tipo de núcleo do transformador
nas correntes de curto-circuito do sistema de energia elétrica.

Exemplo 7.10.2:
O sistema de energia elétrica tem o diagrama unifilar apresentado na figura 7.10.4

1QMVA
13,BKV
y X,=12-r"
X 16"10
2"
"0 5 %
15MVA
13BJ13.2KV
X r;12%

X'LT,,40n

Xo 20MVA
LT"'60n
20MVA
IBKV
13B/tBKV
X,"13%'
XT;10%
Xi"\S"/.,
X '" 4°/.,
o

Figura ,.10.4: Diagrama Unifilar

Todos os transformadores sao de núcleos envolventes. O exemplo será resolvido


considerando uro defeito na linha de transmissáo "be". O defeito é um curto-circuito l~­
terra, isto é, envolvendo a fase "a" e a terra, situado a 70% da linha de transmissáo "be".
O sistema apresentado está operando a vazio, isto é, sem carga.
155

a) Fazer o diagrama de impedancia de seqüéncias positiva, negativa e zero.


O sistema elétrico deste exemplo é o mesmo do exemplo apresentado no item 1.17
do Capítulo 1. Port.anto, os cálculos em pu já foram efetuados e o diagrama de impedáncia
de seqüéncia positiva é o mesmo da figura 1.17.2, que está aqui reproduzido na figura 7.10.5.

bl

)0,15 )0,078 )0,0903 jO.0387 jOt 2 19

Seqiiéncia Positiva

Figura 7.10.5: Diagrama de Impedancia por Fase de Seqiiéncia Positiva

Observe-se que a impedancia cm pu da linha de transmissáo "be" foi dividida em duas partes,
urna com 70% e a outra com 30%.
Como antes do defeito o sistema estava operando a vazio, as tres Iontes de tensáo
da figura 7.10.5 estáo cm fase e pode-se aplicar o teorema de deslocarnento de fontes. As-
siro, as trés fontes ficam reduzidas a urna única fonte de tensáo, conforme recomendado na
tabela 7.8.1. Efetuando o deslocamento de fontes origina-se a figura 7.10.6.
'Iopologicamente o diagrama de impedáncia da seqüéncia negativa e o mesmo da
seqúencia positiva, mas os valores em pu das reatáncias dos geradores e motores sao dife-
rentes. O diagrama de impedancia da seqiiéncia negativa, com os valores em pu na base
recomendada no item 1.17, está na, figura 7.10.7.
156 C.4P1TULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

)O.\~ JO,078 b, ¡07o.0 + 10,0'" )0,219

iO,0:51

0'
jO.1~7

Seqüéncia Positiva "'


¡0,178

Figura 7.10.6: Deslocamento de Fontes

02 f 0
2 d2

)0,20

, jO,057
,§ JO,48

'2

Seqúénc¡a Negativa §JO,137


V02 5

'2

~ jO,247

Figura 7.10.7: Diagrama de Impedáncia por Fase de Seqüencia Negativa


157

o circuito equivalente por fase de seqiiéncia zero. deve ser feito considerando as
conexóes dos enrolamentos dos transformadores de núcleo envolvente de acordo coro a Ta-
bela 4.18.1. Os valores das rear áncias de seqiiéncia zero já transformadas em pu. cstáo na
figura 7.1O.S.

i oo
"o 00 bo do
_-&lI.lI..ll~'" Ca
jO,05 jo,078 jO,2114 10,0906 jO,2t9

Jo,l~
jO,t~7. 3;jo,471
jO,23

·0

Seqiiencia Zero jO,137


"00

fo

JO,O~4

"o
io.M'II'.J~7'

Figura 7.:0.8: Diagrama de Impedáncia por Fase da Seqúencia Zero

b) Calcular as correntes verdadeiras de curto-circuito que fluem do sistema para


aterra.
Exatamente no local do defeit.o, esta é a corrente que deixa o sistema na fase "a" para
a tena. Como o curto-circuito é 1e-ten-a. os modelos de seqiiéncia deveráo ser conectados
em sérico As ligacóes das conexóes deveráo ser feit as no ponto do defeito. Ver figura 7.10.9.
O objetivo inicial é calcular a corrente i.; Por tanto. deve-se reduzir os circuitos da
figura 7.10.9. As reducóes est éo nas figuras 7.10.10. 7.10.11, 7.10.12 e 7.10.13.
158 CAPiTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

Dl ~tbC
~'J1j'O¡.Qír-,h,,,,,"!I1JO¡.Q,,r,-.'--'¡!I1J¡.Qh

v"
/ "

"t,·",
r j
O' l1 6

°2 i""lbc
JO,076 "a JO,090~

)0,079 be jO,Z114

I
Figura 7.10.9: Modelos Conectados em Série
159

i o1be i o, jO,0387 e,
nñnn
+ "'"""""'"

jO,3183 8
~ "01
t jO,372~
e
• i 01G2 Í 0 1M

!gJO,579
13

6
-
Ea, =1/90·PU

Í 0 2 be í 02 e2
nnnn
'-"-"-'UV
+ jO,0387 102 G2 Í a2 M

j 0,3683i'c~
"02 ~ ;0,441 !:;-'"
gjO,69!

i ao
iaobe ioo G2

+
;0,289 4~
e

e ita o j 1,0186 ¡
-

Figura 7_10_10: Reducáo do Circuito


160 CAPiTULO t. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

jO,0387

jO,3183 .1
Val
jO,2265

+
~ _ Qi =1/90t opu
L - - -_ _

+ jO,0387

j0,3683 jO.2704

~o jO,2253

Figura 7.10.11: Reducáo do Circuito


161

Io,bC i o,
+

jO,3183 :~
,3 .1
va'
,15
jO, 2652 @

.G
-
Eo ,=1/s0· pu

I 02 bc i 02
+

jO,3683;~ ,~~ "02 jO,309'!~


l
-

i oo
+

.
JO,2253
~~
~ "00

Figura 7.10.12: Reducáo do Circuito


162 CANTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

Figura í.lO.13: Reducéo do Circuito


163

Do circuito reduzido da figura 7.10.13. obtém-se

. 1Lllil" 1L2ll?
jo, = jo, = l., = JO,1447 + JO, 1680 + JO.2253 = JO,5380

Pela condicáo do defeito, tern-se

j, = 5. 5761pu

A corrente base. no nivel de ten sao do local do defeito, é:

S,"" 30M
h." = V31bo" = V3 . 144.27k = 120.05A

jo = 5.5761.120,05 jo = 669, 41A


As correntes de curto-circuito do sistema para o defeito, estáo na figura 7.10.14, que
mostra a linha de transmissáo "be",
e) Calcular as correntes verdadeiras nas tres fases da linha de tr-anarnissáo
"be", correspondente ao trecho que vai da barra "b" aa ponto do defeito.
As carrentes de seqíiencia positiva. negativa e zero do trecho "be" cstáo indicadas
na figura 7.10.9. 7.10.10. 7.10.11 e 7.10.12.
Do circuito da figura 7.10.12, aplicando divisor de corrente. tern-se

jo = jO,2652 j _ jO.2652 1, 8587


'o. JO. 3183 + JO,2652 a, - JO, 3183 + JO.2652
164 CAPíTULO;. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

jO.3091 j _ jO,3091.1,8587
JO, 3683 + JO, 3091 " - JO, 3683 + JO,3091

Usando divisor de carrente na figura 7.10.10. obtérn-se:

j 1. 0186 j = j1. 0186.1. 8587


JO, 2894 + j1,0186 " 0 jO,2894 + j1,0186

j"" = 1. 4475pu
As correntes em pu nas tres fases da linha de transmissáo do trecho "be') sao obtidas
aplicando a expressáo matricial 2.~.1.

Substituindo os valores. tcrn-sc:

1. 4475 ]
0.8448
[ 0,8481

Resolvendo. obtém-se:

jo" = 3. 1404pu

= 0,6011! -0.272°pu
165

Multiplicando-se pela loase, obtém-se as correntes verdadeiras em cada fase da linha


de transmissáo do trecho "be". Assim

jo" = 377. OlA

Estas correntes est.áo indicadas na figura 7.10.14.

Figura 7.10.14: Correntes de Curto-Circuito que Fluem do Sistema para o Defeito

d) Calcular as correntes verdadeiras ern cada fase do gerador síncrono

As correntes de seqiiencia que passam pela bobina do gcrador síncrono G] est áo


indicadas na figura 7.10.9. As correntes de seqiiéncia positiva e negativa sao as mesmas do
trecho da linha de transmissáo "be" até o ponto do defeito. Isto é:
166 CAPíTULO 7 CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

t 2G 1
= t2b€. = O, 8481pu
A corrente de seqúencia zero é nula devido ao bloqueio do enrolamento 6. do trans-
formador T"

As correntes de seqüéncia positiva e negativa foram obtidas desconsiderando a


rotacáo de 30° do transformador Tl . Introduzindo a rotecéo angular devido a ligacáo do
transformador Tl , as correntes ficam:

Aplicando a expressáo matricial 2.9. L obtém-se:

1 ] [ 0_8448~
iz O ]
iz' 0.8481 I - 30°

i.; = 1, 4661pu

A corrente ¡base no nível de tensáo do gerador síncrono G l é:

S,." 30M •
h,,, = v'3v,." = v'3 _13.8k = 1250, lA

Assirn

i.¿ = 1840, lA
167

LG, = 1840,lL.l§Q°A

e) Calcular as correntes verdadeiras na Iinha de transrnissáo "be", correspon-


dente ao trecho do ponto de defeito a barra "e".
Estas correntes podem ser obtidas aplicando-se a Primeira Lei de Kirchhoff na figu-
ra 7.10.14.
As correntes nas fases "b" e "e" sao as mesmas. isto é:

Já a corren te na fase "a" é diferente. e obtida por:

j~(.,) = -292.4 = 292,4/180 oA

f) Calcular a corrente que sobe pelo terra do transformador T"


A corrcnte de seqúéncia tero representada por jaO l que está indicada na figu-
é

Tt
ra 7.10.9.

A corrente verdadeira é:

jN(T,) = 4, 3425!¡", = 4,3425.120,05


16~ CAPiTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

iN(T,) = 521,317A

g) Calcular a corrente que sobe pelo terra do transformador T,


pelo lado da AT.
Esta corrente é o complemento da corrente que sobe pelo terra do transformador T 1 ~
isto é:

iN(T') = 148. 093A

h) Calcular a corrente que sobe pelo terra do gerador síncrono G,.


Esta earrente é:

A carrente ¡.oa, está indicada na figura 7.10.9 e 7.10.10. Pela figura 7.10.10. tem-se:

toa, = 1.8587 -1.4475 = O, 4112pu

iSla,) = 3. O, 4112 = 1, 2336pu

Multiplicando-se pelo Ib':J.sf' ccrrespondente ao nÍvcl do tensáo do gerador síncrono


G2 : tem-se:

1 =~ = 30."'1 =92032A
bmG, V31'bma, V3 .18, 82k '

iSla,) = 1.2336.920,32 = 1135,31A

Esta é a mesma corrente que desee pelo terra do transformador T2 .


169

i) Calcular as correntes verdadeiras de curto-circuito que fluem do motor


síncrono.
As correntes de seqiiéncia relativas ao motor síncrono est áo indicadas nas figu-
ras 7.10.9 e 7.10.10.
Í jO,372 (' Í) jO,372 (1 87 )
a'M = JO, 372 + JO, 579 la, - a,., = JO, 372 + JO, 579 ,85 - 0,8448

ja'M = O, 3966pu (sem a rotaclLO de 30° do transformador T 3)

Ía'M = 0,3966 tss».


. ]0.441·· JO 441
la'M =0
J
441 + J'0 , 699(1a, - la"J =0441
1 ) :
'+0699(1,8587
J ,
- 0,8481)

Ía'M = O, 3909pu {sem a rotacao de - 30° do transformador T3 )

Substituindo as corren tes de seqúéncia na expresscio matricial 2.9.1

~ ] [~'3966~
,;' 0,3909 L=.lQ0
]

i: = O,6820pu

5b.., 30M _
h"'M = ~ = ~ = 125o, lA
V3\!i,"'M .13, 8k va
170 G.4PiTUI,0 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

t.; = 855,98A

j) Calcular as correntes verdadeiras que passam pela linha de transmissáo da


barra He" para a barra "e". As correntes de seqúencia. em pu. sao as mesmas que
passam pelo gerador sincrono G z e es táo indicadas na figura 7.10.9 e 7.10.10.

jo,", = 1,8587 - 0,8448 - 0,3966 = O,6173pu

jn'G' = 1,8587 - 0,848] - 0.3909 = 0.6197pu

jaoG , = 0.4112pu (já calculado no ítem h)

Aplicando a expresséo matricial 2.9.1. tem-se:

0, 4112 ]
0,6173
[
0,6197

i;..,"", = 1,6482pu = ¡97,873A


171

j',.m'ooe) = 0,2073 /-180 0 pu = 24,89/-1800A

k) Calcular as correntes verdadeiras nas fases do gerador síncrono G 2 -


As correntes em pu sao as mes mas do trecho "ec" da linha de transmissáo. no
enterito. as correntes bases sao diferentes.

t.; = 1,6482.920,32 = 1516,87 A

ibe , = 0,2073LMQ" .920,32 = 190, 78illg.°A

i,c, == 0.2073 / - 180


0
• 920, 32 = 190,78 1- 180 A
0

1) Fazer o diagrama trifilar com as correntes em todos os trechos.


O diagrama trifilar apresentando todas as correntes está na figura 7.10.15.
172 CAPJTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
-c
~,

4
I

+-~~-P!,
-c 1
1
'fk.
~ I c> /

1I ~I/
;j:~ : I~I I :ó d \,
;; I ~ t~ u - "

I ~ I~ ,

.
~Llli~ .; ~\ j
."
t
/

j-c> Q ;;_ /

¡::; ,
'" • cO 1,'

'~r¡ ~I'
Figura 7.10.15: Diagrama Trifilar do Exemplo 7.l0.2
173

7.11 Impedancia no Ponto de Curto-Circuito


Até o momento considerou-se curto-circuitos sólidos, isto é . sem impedancia no local
de defeito.
Na realidade, os curtos ocorrern com a presenca da impedancia Zd no local do defeito.
Despreaar a impedancia z,
equivale a obter correntes maiores que as reais, o que.
felizmente. está a favor da seguranca, porque os equipementos elétricos ficam melhor di-
mensionados. No local do defeito. a impedancia z,pode ser formada pelos elementos a
seguir:

• resistencia do arco elétrico entre o condutor e a tena, ou entre dais condutares.

• resistencia de contato devido a oxidacáo no local.

• resistencia da camada mais superficial do solo.

• resistencia de tena no local.

• resistencia devido a qualquer out.ra situacáo,

A impedancia z, no local do defeito pode ser facilmente incorporada aos modelos de


seqüéncia positiva. negativa e zero. Esta facilidade é obtida considerando-se que no sistema
original fica incorporada. (adicionada) urna pequen a linha imaginária com impedancia Zd
devidamente acomodada ern cada fase. originando urna barra fictícia nos seus terminais.
Nesta barra ficuicra ocorrcréo os curto-circuitos. A segun será feita urna análise para cada
tipo de curto-circuito.

a) Falta trifásica (3<;1)


A impedancia do defeito iz,
L acorre entre os tres condutores , formando urna co-
nexáo em Y, de acordo com a figura 7.11.1.
O defeito equivale a ocorrencia de um curto-circuito 3<f¡ na barra fictícia, portanto
basta incorporar a impedancia z, no circuito equivalente de Thévenin de scqiiéncia positiva.
Ver figura 7.] 1.2

b) Falta 16-Terra
f~ o caso da impedancia de defeito z; entre o condutor e a tena. Ver figura 7.11.3.
Há duas maneiras de resolver o presente problema:

Primeira Maneira:
174 CAPíTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

c~
b

y
a

equivalente

~
- - - barro fictíCIO

b
curlo3111~
Figura 7.11.1: Impedancia de Defeito no Curto-Circuito 31>

fa,
~

Sequéncio positiva + ±:'


do Val
s istem~ etetriec
-

Figura 7.11.2: Impedancia de Defeito Incorporada ao Modelo de Seqüéncia Positiva do


Sistema Elétrico

Usando o primeiro esquema da figura 7.11.3. pode-se supor que a impedancia z,


foi
deslocada e inserida no neutro do gerador ou transformador. Assirn, somente a seqiiéncia
zero veria esta impedancia, que no modelo de seqíiéncia zero aparece coro valor 3Zd .

Segunda Maneira:
Usando a barra ficticia, como mostra o segundo esquema da figura 7.11.3.
Levando o sistema até a barra ficticia, a impedancia do defeito z, é inserida no
modelo de seqüéncia positiva. negativa e zero. Como no curto lo-tena, os tres modelos sao
ligados em série e a impedancia aparece com o valor 32d' Ver figura 7.11.4.
li5

....
o

eqUivalente
id
id Zd

___ borro
ficticio

Figura 7.11.3: Falta lqrTerra com Impedancia de Defeito

Figura 7.11.4: Impedancia do Defeito no Curto l é-Terra

e) Falta 21/1

Falta 2,p com a impedancia de defeito Zd conectada entre as duas fases em curto. A
figura 7.11.5 mostra a impedancia de defeito juntamente com a sua linha imaginária.
Levando o sistema equivalente no ponto de defeito até a barra ficticia, a impedancia
~ será inserida no modelo de seqíiencia positiva e também no modelo de seqiiencia negativa.
No curto-circuito 2¡P os dais modelos de seqüéncia sao conectados ern paralelo. No
caso particular, no entanto. ficam em série porque a seqíiéncia zero nao tero influencia
devido ao fato de o defeito DaD envolver aTerra. Assim, na conexáo dos modelos, as duas
impedancias ~ sornadas daráo apenas Zd, como mostra a figura 7.11.6.
176 C~PlTUI,O 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

..k
2 .-i. i•
Z
_ ~ borra
flctícro

Figura 7.11.5: Impedancia de Defeito no Curto 24>

r------, ro,

SeQUe!1CiQ positiva Sequencio ntvotivo

Figura 7.11.6: Impedancia de Defeito no Modelo de Seqíiencia no Curto-Circuito 24>

d) Falta 24>-Terra, com impedancia de defeito aterra


Para este defeito é feita a hipótese de que a impedancia de defeito z, é conectada
como mostra o esquema da figura 7.11.7.
Isto é, as fases 'lb" e "C '1 estáo em curto sólido entre si, mas o curto para aterra é
feitc através da impedancia de defeito z;
Pode-se considerar que a impedancia de defeito
Zd, é deslocada e inserida no neutro do gerador Gil transformador, ficando, conseqüentemente
incorporada no modelo de seqúéncia zero coro o valor 3,Íd. Como o curto-circuito é 24>-terra,
os modelos seráo ligados em paralelo como mostra a figura 7.11.8.
177

o~
b

...
equivalente

--1
I
- borro
fict; c o
í

Figura 7.11.7: Impedancia de Defeito no Curto-Circuito 2,p-terra

3Zd
=
=
lo, 1 i 02 1 i oo1
+ .+ +
SequinClc positi\lo
Val SeQuincio neQotiva
V~2
SequenCIO l. e ro va-
-

l 1 1
Figura 7.11.8: Modelos de Seqiiéncia com a Inclusáo da Impedancia de Defeito no Curto-
Circuito 2,p - terro

e) Falta Zo-tet-ra com impedancia de defeito entre coridu tores e aterra

Neste caso. considera-se impedancia de defcito entre as duas fases e t arnbóm entre
o local de defeito e a terra. Ver figura 7.11.9.
178 CAPiTULO 7.: CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

id
2

- - barro fictícia

lf

Figura 7.11.9: Impedancia de Deleito entre Fases e a Terra

Levando o sistema original até a barra fictícia, tern-se a impedancia +-inserida nos
modelos de seqíiéncia positiva, negativa e zero. Já a impedancia ZI poderá ser deslocada e
colocada no neutro do gerador GU transformador, que no modelo de seqíiéncia zero aparecerá
com o valor 32:f. As conexóes dos circuitos de seqíiencia, estáo apresentadas na figura 7.11.10,
com impedancia de defeito indicada na figura 7.11.9.

....-

Ih d
11 ~d ~d III ~3

f a1 ¡a2
.- i ••
+ + +A
sequéncia positiva Sequincio neQativa Sequenclo zara

- - -

Figura 7.11.10: Conexóes dos Modelos de Seqíiéncia no Curto-Circuito 2.p-terra


179

Com as consideracóes feitas neste item, os curto-circuitos com impedancias de deieito


no local da falha podem ser facilmente calculados. obtendo-se valores mais realistas.

7.12 Resistencia do Arco Elétrico


No local do curto-circuito sempre há a presenca do arco elétrico. A corrente de curto-
circuito. devido ao aquecrmento, propicia a ionizecéo do ar possibilitando o aparecí mento do
arco elétrico. Mesmo se o condutor se afasta do solo. o arco elétrico mantém a continuidad e do
curto-circuito. O arco elétrico funciona como urn verdaderro rnacarico. queimando. fundindo.
carbonizando os matenais alcancados pelo arco. propiciando destruicáo e incendio. Um
exemplo de arco elét rico é o curto-circuito l e-terra. apresentado na figura 7.12.1.

Icurto

JJI? 'J/:.~';'
salo

Malha

Figura 7.12.1: Arco Elétrico no Curto-Circuito l o-t.erra

o efeito do arco elétrico nao é mais drástico porque. devido a forrnacáo de bolhas de
material fundente. ao ar ionizado e a acáo das torcas elef.romagnéticas , o arco tern tendencia
a se mover. dissipando e distribuindo o seu efeito.
O arco elétrico é praricamente resistivo e o valor de sua resistencia poderé ser in-
corporada aos modelos de seqüéncia de acordo com as recornendacócs do itcrn 7.11
A resistencia. do arco elcr.rico pode ser caicuiada pela formula de-Warringtcn indicada
na expressác 7.12.1
~8707 . L In (7.12.1 )
Rareo elétr~c() = --J-1.-'I- .

Onde:
180 C1PiTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

L ~ Comprirnento do arco elétrico cm metros

1 --+ Corrente elétrica [A) do curto-circuito. sen do que J :s; lOODA

Nas redes de distribuicáo, quando o condutor fase caí sobre areia silicosa. o calor do
arco elétrico funde a areia e. com o deshgamento da rede pelo religedor , o material fundido se
solidifica. formando urna camada vitrificada que adere ao condutor. Esta carnada vitrificada
e isolante e. com a energizacéo (rcligarncnto). o sistema volt a a operar corno se nao existisse
nenhum defeito. Esta é urna aituacáo crítica, que aba!a os técnicos do setor de distribuicéc.

7.13 Transformador de Aterramento


1\1 uitos sistemas de energia elétrica cperam totalmente iso lados da tena ou aterra-
dos atr avés de urna alta imuedáncia. Apeser das vantagens qUE' isto proporciona. ha urna
desvantagem mareante que é caracterizada pela insensibilidede aos defeitos l c-terra.
Estes defcitos l o-t.erta, por rúo caracterizarem um curto-CIrcuito. nao possibiliram a
atuacáo da protecáo. NUII1 sistema isoiado. o condutor pode cair no solo sern que a protccéo
atue, e o dcfeito só será percebidc cuando outro defeito aterra ocorrer em algum lugar do
sistema.
Para usufrui- das vantagcns do sistema isolado e aproveitar t ambém a vantagem
principal do sistema aterrado. isla e. a alta sensibilidadc aos defeitcs 1 e-torra. há necessidade
do uso de transformador de a.t.err'arnen to.
O transformador de aterra mento é um transformador que opera a vazio e que tem
a.s seguíntes caractcrist icas .

• tem impedancia. infinita na opcr acáo normal do sistema. mantendo, portante, a carac-
terística de sistema iso lado.

tcm impedancia muito baixa nos dcfeitos que envolvern aterra, isto é. usufrui da
característica do sistema arer r ado.

Para caracterizar corn mais profundidade cstes fundamentos, seráo analisados. a


seguir, dais tipos de t ransformaoor ele at.err-amen to.

a) Transformador de Aterramento J-'Y-6


Este é um t.rau sfor mado r "--6 cornum. conectado corno indica iI figura. 7.1 :3.l .
O enrclamcnt o L cstú operando a vazio: portanto a corrente que passa pclo enrola-
mento em Y ? a. conent-- de rllagrH'l iZ¿:H:;d,CL Esta correm,e de maznetizecáo é pequena, com
valor suficiente apcn as peua iuduzi- urna tcnsác identica a da redc.
Port.a nt.o, para ,1 scqiicncie normal Jo sistema. istc Ó, seq-iéncia positiva, o trans-
181

Í O Í O

.~

lO
s i¿

Figura 7.13.1: Transformador de Aterramento ;¡y- .6


formador tem urna impedancia muito alta (infinita). A seqüéncia negativa é também equi-
librada, e segue a mesma análise da seqíiéncia positiva.
Quando acorre um defeito l é-terra no sistema elétrico, a corrente de seqüéncia zero
retorna pelo solo e sobe pelo terra da ligacáo em Y. O reflexo desta corrente fica perfeitamente
sintonizado com o rodopio de corren te dentro do .6. Ver figura 7.13.!.
Portanto, nc instante do defeito 1rj1-terra, o transformador aterra o sistema, advindo
daÍ o nome bem apropriado de transformador de aterramento.
O sistema fica aterrado através da impedancia de seqüéncia zero do transformador
y-~. O circuito equivalente de seqiiencia zero é apresentado na figura 7.13.2.

b) Transformador de Aterramento em Zig-Zag


É um transformador comum de relacáo 1 : 1, conectado como autotransformador.
Ver figura 7.13.3.
As seqüéncias positiva e negativa sao bloqueadas pelo autotransformador ligado em
zig-zag.
182 CAPITULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

jxo

terro O

Figura 7.13.2: Circuito Equivalente da Seqiiencia Zero do Transformador de Aterramento

e
b
a

Figura 7.13.3: Transformador de Aterramento em Zig-Zag

No defeito 1c,6-terra, as correntes de seqiiéncia zero estáo em fase e sobem pelo


aten-amente da ligacáo em Y. Como as bobinas do autotransforrnador estáo conectadas em
zig-zag , as correntes indicadas na figura 7.13.3 produzem fluxos magnéticos que sao contra-
balanceados com fluxo magnético idéntico mas de sentido contrario.
183

Portante, cm cada perna do transformador, os fluxos se enulam, possibilitando a


passagem da corrente da seqiiéncia zero.
Assirn, este transformador aterra o sistema isolado através de urna impedancia de
seqíiéncia zero, que é muito pequena, O circuito equivalente deste transformador é o rnesmo
da figura 7.13.2.
A ligecáo apresentada na figura 7.13.3 pode ser representada esquematicamente pela
figura 7.13.4.

e
b
o

'*

Figura 7.13.4: Representacáo do Transformador de Aterramento em Zig-Zag

Observe-se que as bobinas paralelas sao as bobinas acopladas na mesma perna do


núcleo do transformador da figura 7.13.3. Ka defeito l é-terra os seus f1uxos sao contrarios,
aterrando instantaneamente o sistema elétrico.
Portante. o sistema elétrico isolado, pode usufruir da característica do sistema ater-
rado, desde que seja usado uro transformador apenas para este fimo

7.14 Filtro de Corrente de Soqiiéncia Zero


Os filtros de corrente de seqiiéncie zero sao utilizados em relés de sobrecorrentes
para protecáo de curto-circuitos que envolvem aterra (2,¡)- t e 11)\ - t), ou para polarizar.
através da corrente, relés direcionais de terra (neutro).
184 CAPiTULe 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

Hé varios filtros (sensores) de corrente de seqiiéncia zero. Algumas alternativas


seráo apresentadas a seguir.

a) Filtro de corrente de seqüéncia zero usando 3 'I'C's em paralelo

A figura 7.14.1, rnostra 3 TC's idénticos em paralelo.

~sen.o' de
sequenClo tero

Figura 7.14.1: 3 TC's em Paralelo

Usando a Primeira Lei de Kirchhoff, tem-se

i, = jo + i, + i, (7.14.1)
Usando a expresséo 2.9.1, isto é:

i, = i; + t; + t.a
i, = i; + a2 t; + aja.

Substituindo as correntes i; i, e i, na expressáo 7.14.1 1 tem-se


185

como
1 +0. + a' = o

(7.14.2)

Conclusao
o relé conectado a 3 TC's em paralelo, verá apenas as correntes de seqíiéncia zero
provenientes do circuito, isto é, o ramo do circuito do relé é um sensor de terra ou do fio
neutro.

b) Filtro de eorrente de seqiiéncia zero usando o terra da Iigacáo ~.


Os geradores, motores síncronos ou transformadores, euja Iigacáo é iY", tem a ca-
racterística de ter o sensor de seqíiencia zero na ligacáo do ponto central do Y com o ater-
ramento. Figura 7.14.2.

Figura 7.14.2; Filtro de Seqiiencia Zero

e) Filtro de corrente de seqiiencia zero no enrolamento []. sem carga


Muitas transformadores de 3 enrolamentos utilizam o enrolamento terciario em 6
apenas para ter disponível o sensor de seqiiéncia zero. Ver figura 7.14.3.
186 C4PiTUtO 7. CURTO-CIRCUITO .~·O SISTEMA EtETRICO

rerciá"Q

Figura 7.14.3: Enrolamento 6 como Sensor de Seqiiéncia Zera

Se o enrclamento terciário em 6 está operando a vazio, a única carrente que pode


circular pelas bobinas é a corrente de seqiiéncia zero. Portento, pode-se utilizar esta corrente
para sensibilizar o relé de neutro, ou para examinar o perfil da corrente cm um registrador
gráfico, etc.

7.15 Filtro de Terrsáo de Seqiiéncia Zero Usando o


Terciário do TP em Delta Aberto
A tensáo de seqiiéncia zcro é obt.ida através de um transformador de potencial (TP)
com 3 enrolarnentos. sendo o terciario cm 6. aberto. Mostra-se na figura 7.15. l. apenas o
enrolamento terciario cm delta aberto.

~ ~
I
-~r--o-----~

.'
.fljlJl
.
i
i
..
----
"'x
.
.
!

Figura 7.1.j.l: TP com Delta Aberto


187

(7.15.1 )
Utilizando a expressáo matricial, tern-se

Substituindo-se i'~, ~b e l>~ na expressáo 7.15,1, tem-se

(7.15.2)
Esta tensáo 3i: a é usada principalmente para polarizar relés direcionais de neutro.

7.16 Exercício Proposto


1\0 diagrama unifilar da figura 7.16.1 calcular todas as correntes para um curto-
circuito Id.> - t err a no meio da Iinha de transrnissáo. O sistema esta operando a vazio com
tensáo igual a tensáo nominal do gerador síncrono.

MI
20MVA
12,5KV
Xo=2500 X f=X2=20%
G K TI 1 T2
XLT=80.o Xo=5°/o

2n
rQ;t1H
DQ 13,8KV
y 1-1
t'J"D
X'=X2=15
%
-e-
10-'
X :: 5 "1.. 13,2/115 KV 115/13,2KV IOMVA
~ o 35 MVA
35MVA 12,5KV
X=1O%
X=IO% y Xl=XZ=20%
Xo:: 5%

Figura 7.16.1: Diagrama Unifilar

A solucáo completa. isto e. a resposta do exercicio propasto está aprescntada na


figura 7.16.2.
188 CAP,TULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO

~--...--.,I',
,
\
,
I
I
I

.::: '
/
P
1<,
\
\

~
I

g.
• I
i
c_~I/

Figura 7.16.2: Solucáo Completa


Capítulo 8

Curto-Circuito em Sistemas de
Dist rib'uicáo de Energia Elétrica

8.1 Jnt.roducáo
o sistema de distribuicáo de energía elétrica forma urna verdadeira árvorc para
poder entregar energia a cada consumidor.
a sistema rnais simples. mais barato e menos eficiente é. sem dúvida. o sistema
radial. Neste sistema a energia elétrica fluí num só sentido. ist.o é. da fonte para o consumidor
O sistema rnais sofisticado é o anel. cuja característica é suprir o consumidor com
mais de urna alternativa. de modo a manter a eontinuidade de scrvtcos.
Os curto-circuitos no sistema em anel e radial sao calculados pelas técnicas apresen-
tadas nos capítulos anteriores.
O sistema radial apresenta características especificas. sendo possivel deduzir ex
pressoes própries. válidas semente para este sistema. Neste caso, o cálculo da corrente de
curto-circuito é simples. bastando para tanto, obt.er-sc o circuito equivalente de Thevenin.
com a impedancia acumulada desde a geracáo até o ponto de defeito.

8.2 Sistema de Distr-ibuicáo radial Simples


É o sistema cujo alimentador é constituído por tres fios. A corrcnte de curto-
circuito 1Ó - tcrra tem que retornar pela tetra. exatamente como acorre na figura 7.12.1.
Esta corrente de curto-circuito e pequena. principalmente no final do alimentador, devido a
resistencia de contato. 151.0 um problema que preocupa os técnicos de distribuicáo. pois
é

é baixa a sensibilidadc da protccáo a corren te de curto-circuito. Este problema tarnbem


acorre quando o cabo aliment ador cai em solo que contém arcia siliccsa. Como citado no
item 7.12, forma-se uma carnada isolantc vitrificada no cabo. Com o rcligamcnto, o sistema
é restabelecido. e a pror ccéo nao at ua, devido a carnada isolante da vit rificacáo. O sistema
e restabelecido com o cabo no chao, criando urna situacáo de risco em termos de segur-anca.

189
190CAPiTULO 8. CURTO-CIRCUITO EM SISTEMAS DE DISTRIBUIc;:iio DE ENERGIA ELETRICA

8.3 Sistema de D'ist r ibtricáo Radial Multi-Aterrado


a
Para dar maior sensibilidade protecáo de neutro. adora-se o sistema de distribuicáo
multi-aterrado. Este sistema constituído de quatro fios. sen do tres fases e uro cabo neutro
é

muhi-aterrado. O quarto fio acompanha a recle de distribuicáo desde a subestacáo, Ver


figura 8.3.1.

Rede

SOLO

MALHA

Figura 8.3.1: Sistema de Distribuicáo Multí-Aterrado

A corrente de curto-circuito 1dJ - terra tem vários caminhos de retorno, diminuindo


a impedancia de oposicáo ao curto. Deste modo, aumenta-se a sensiblidade da protecao,
principalmente nos casos mais problemáticos.

8.4 Curto-Circuito 3cP no Sistema Radial


o objetivo é apenas obter o módulo da corrente de curto-circuito. A partir do
ponto de curto-circuito, efetua-se o equivalente de Thévenin de todo o sisterna elétrico. As
impedancias de todo o sistema será a impedáncia acumulada, canhecida como impedáncie
de Thévenin.
Como as correntes de curto-circuito 30 sao balanceadas. somente o modelo de
seqiiéncia positiva é considerado. Ver figura 8.4.1.

Onde: 2 1 ---lo impedancia de seqiiéncia positiva acumulada desde o gerador. até o ponto de
defeito considerado, ou seja. é a impedancia de Thévenin de seqüéncia positiva vista pelo
ponto de defeito.
191

Figura 8.4.1: Circuito Equivalente no Curto-Circuito 31>

. 1
l., =~
Z.
Utilizando a expressáo 2.9.1, isto é:

(8.41 )

Assim

como

i; = O

t; = O
tcm-se

Em módulo

l. = 1-[puJ
IZd
Port anto , a corrcntc cm módulo de qualquer fase é:

(8.4.2)
192CAPiTULO 8. CURTO· CIRCUITO EM SISTEMAS DE DlSTRlBUU;:AO DE ENERGIA ELÉTRICA

8.5 Curto-Circuito 2ep no Sistema Radial


o Sistema de Distribuicáo ger almente está longe do gerador. Pode-se, ent.áo, consi-
derar que a impedancia de scqiicncia positiva z,
é igual a impedancia de seqiiéncia negativa

2'2' Assim. para o curio-circuito 29, os modelos sao conectados em paralelo. Ver figura 8.5.1.

Z,
101 + +

1~ Ve, ve 2

Figura 8.5.1: Modelos em Paralelo no Curto-Circuito 201J

. 1
la, = 2Z 1

Pela matriz tr ansfonuacao 2.9.1. tern-se

I, = l. O+ a' i; - si; i, = t,(á' - a) (8.•1.J)


Pelo Apéndice C. tern.se que
a' - a = J3 ! - 90°

Ubtendo-se apenas o módulo, tem-se

h= J3. 1
2 IZd
Nao há necessidade de especificar a fase cm curto-circuito. Comparando com a
expressáo 8.'1.2, chega-se a expressáo 8.5.2.

8.6 Curto-Circuito lrjJ - terra no Sistema Radial


Nestc caso. os modelos sao conectados cm série. Ver figura 8.6.1.

i0 1 I a2 i oo
+ + +
+ l, 22 la
l~ 'VOl V02 Voo

Figura 8.6.1: Modelos cm Série no Curto-Circuito 11) - icrr a

onde:

Zo --t impedancia da seqiicncia zero, acumulada até o ponto de defeito.


194CAPiTULCJ 8. CURTO·CIRn;ITO nI SISTEM.4S DE DISTRIBUI(.'.10 m: ENERGIA ELETRICA

Pelo Teorema de Fort.escue. tero-fíe

Sern especificar a fase. o módulo da corrente de curto-circuito 19 - t.err a e:

(8.6.1)

8.7 Curto-Circuito 1(.6 - terr a Mínimo no Sistema Ra-


dial
Devido ao comentado no it em 7.12 e também a presenca de urna impcdáncia no
local do defeito. a eorrente de curto-circuito é pequen a, produzindo pouca sensibilidade na
operacáo da protecáo. l~ rna grande preccupacáo dos técnicos é calcular esta corrente de
curto-circuito. conhecida corno ccrrcntc de curto-circuito 16 - ierr a mínimo.
Os modelos de cada seqiiéncia sao conectados cm serie com a impedánci a de defeito
anexada ac circuito de seqiien cia zcro. Ver figura 8.7.1.

iat i 02 ioo
+ +
lo
+
l, l2
'/0· pu Vo, lJo2 3J.id '.loo
~

Figura 8.7.1: Modelos em Série no Curto-Circuito l o - tcrr a mínimo

o valor da corrente ern módulo é o da cxpresséo 8.7.1.

3
lIt ,-
ce "'- erra rnlmmo
=,
12Z 1 -i- i o + el' I brlS c (8.7.1)
195

A obtencáo do valor de z, é um problema de difícil solucáo.


Urna das primeiras recomendacóes foi feíta nos Estados Unidos, atribuindo, no local
do defeito, uma resistencia elétrica de ~n. Este valor foi adotado no Brasil por varios anos.
Posteriormente, com o estudo das características regionais de cada empresa, valores próprios
representativos foram usados.
No Brasil, por existirem solos coro características de resistividades bastante distintas,
as concessionárias de energia elétrica foram obrigadas a propor e usar valores próprios de
impedancia no local de defeito. Por exemplo, a CELESC usa o valor de ~n para calcular
o curto-circuito monofásico a. terra mínimo. Mesmo assim, deve-se, ainda, regionalizar este
parámetro para a obtencáo de valores mais representati vos.

8.8 Correntes Assimétricas


Este assunto já (Di visto no item 3.12, no entanto, aquí charna-se a atencáo para
o fato de que a distribuicáo está longe do gerador síncrono. Portanto, o efeito variacáo da
reatáncia interna do gerador síncrono é desconsiderado porque a impedancia acumulada até
o ponto de curto--circuito é grande. Deste modo, nao se considera a variacáo da corrente
simétrica devido ao período sub-transitório e transitório.
A corrente verdadeira de curto-circuito, isto é, a assimétrica, composta da corrente
é

simétrica senoidal e da componente contínua. Ver figura 8.8.1, onde a corrente simétrica é
a corrente de curto-circuito formada pela corrente alternada, ou seja, a obtida pelo cálculo
das correntes de curto-circuito através das componentes simétricas.
j(! )
assimétrica

Figura 8.8.1: Corrente Assirnétrica

As correntes assímétricas sao necessárias para o dimensionamento dos equipamen-


tos que interrompem as correntes de curto-circuito, tais como Disjuntor, Religador, Chave
Fusível.
196CAPíTULO 8. CURTO CIRCUITO EM SISTEMAS DE Dl5TRIBUIC;AO DE EI'iERGIA ELÉTRlCA

8.9 Fator de Assirnetria


Pode-se calcular a corrente assimét-ica pelo uso di reto do fator de assimet.ria (F.A.),
que é definido pela relacao entre a corrente assimétrica e a corrente simétrica.

F.A. = lASSlMÉTRICA (H.9.1)


ISl/WÉTRICA

O valor do F.A. é dado pela relecáo '* da corrcntc de curto-circuito. ou seja. do


circuito na. qual a corrente passa.
O valor Zf¡ é análogo a constante de tempo. do circuito visto pela font.e de tensác de
seqúéncie positiva. Seus valores sao fornccidos pela curva de F.A. versus 't, como indica a
figura 8.9,1.

',7
1I
I I
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r.s
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I I I r-. I I
I I I r-i. I I
¡

1,o o e
I e o e 2. ~ .... lO 11'1
1- I

OlCJ"'lN-

Figura 8.9.1: r.A. versus ~


197

8.10 Exemplo Completo de Curto-Circuito no Siste-


ma de Distribui<;3.0
Apenas para consolidar as técnicas apresentadas neste Capítulo, efetua-se a resolu-
cáo de um alimentador de Distribuicáo, cujo diagrama unifilar é o da figura 8.10.1.

22!5KVA

2km
'3.8kV

SE
3# 4/0IVOICA
500KVA
E 3# 3/0(ZlCA
"!
N
3 1 3# l/O (4 )CU
4e(] 150KVA
~m
300KVA

Figura 8.10.1: Diagrama Unifilar do Alimentador

Os trechos dos alimentadores sáo com bitolas e mar eriais diferentes, apenas para dar
maior diversidade no procedimento de cálculo. A irnpedáncia equivalente do sistema elét.rico
até o ponto da subestacáo de:
é

ZI = Z, = 0.3 + jO,8 [pul ) { ~í,a,,=13,8kV


BASE
Zo = 0,8 + )1,2 [pul S'm = 100MVA
Os parámetros dos condutores estéo nas Tabelas do Apéndice D. no fina] deste livro.
Para obtcr as correntes de curto-circuitos nos pontos enumerados, basta acumular
a impedancia do trecho considerado com a impedancia equivalente do sistema, isto é:

a) Calcular as correntes de curto-circuito no ponto 1 do diagrama unifilar da


figura 8.10.1
A impedancia do cabo do trecho da SE até o ponto 1, é obtida na tabela do
Apéndice D, usando o cabo CA.
lOSCAP,TULO 8 CURTO· CIRCUITO DI ,'ISTFMAS DE DISTlUlJUlci,o DE ENERGIA ELÉTRlCA

. . .0
ZO,a'"4/oI1/0) = 0,685 + }l,323ikmi

A impedancia do trecho da SE até o ponto 1 é:

Transformando a impedancia da SE até o ponto 1 cm pu. obtém-se


1,485 + j2, 12
----~-

Z \~~" (13.8k)'
'o" = 8 6. " = 100M = 1,9044 O

. 3.425+]6.615
ZO"m'oSE_') = 1. 9044 = 1,79845 -'- j3, 47355 [pul

A corren te de curto-circuito ~~4J no ponto 1 é dada pela expressáo 8.10.1.

(8.10.1)

5,." 100M
h", = ~ = ~ =4183,69A
V 3\"0" v 3,13, 8k
199

A impedancia acumulada da geracáo até o ponto 1 é dado por:

21, " " , " , = 1,07975 -t- JI. 9132 [pul


Aplicando a expresséo 8.10.1. tem-se

Icc3<t>pontol = 190-4,36A

b) Calcular a corrente de curto-circuito 20 no ponto 1.

1CC2<PponIO: = vf:.l
2 1 cc3q:,ponto)
= vf:.l
2' 1904. 36

]CC2<Vpontol = 16·19.22 A

e) Calcular a corrente de curto-circuito 1a:r- terra no ponto 1.


A impedancia de sequéncie zero acumulada no ponto 1 e dada por:

20 , "" , " , = 0,8 -t- jI, 2 + 1,79845 + j3, 4735.) = 2. 5984G -i- J4 67355

Su bstit.uindo na expressáo 8.6.1. tcm-sc

3
Ied'¡'-t",",oo,o, = i 2íI.07975+j1.9I:l20) +2,59845-,-j4,(7355) i 4183,69

d) Calcular a corrente de curto-circuito 1 ~-terra mínimo no ponto l.


V sando a expresséo S. 7.1) obtém-se
200CAPíTULO 8. CURT()-CIlicr;ITO nI SISTEMAS DE DISTRIBUIC;AO DE ENERGIA EI.iTRICA

3
lcc] lf>-tf~rrapont<JJ 4U .4183.69
I 2( 1. 07975 + ) 1. 91320) + 2.59815 + j1. 67355 ~ l.OO44 I

I.::C1<f¡-teTT'Clponlol = 462.72 A

e) Calcular a eorrente assimétrica no ponto 1.

las51mitnC:l(pan.tol) = F . A .1simhrirll [pozaro l ]

z, (ponto JI = 1.07975 + )1. 9132 [pu]

Xl = 1. 9132 = 1 7718
H, I 07975 .

Levando o vaJor acima na, curva da figura S.9.1, obt.ém-se

FA =1.07

Iasslmdnca(pontol] = 1.07 1904.36

Iassundnca (pantu 1) = 2037.66 A


f) Calcular todas as corr-entes de curto-circuitos nos pontos enumerados
do sistema.
Éstes resultados est áo apresentados na Tabela 8.10.1.

i Ponto I I CC 3 (il
I
1,".] [ \] I 1
I
SE I 489(j.64 I 4240.61 4009.29 ! 555. 8~ I
1 I 1901. ,16 1649.22 1288.50 1 462,72
2 I 1711. 29 1484.61 1148.15 I 447.70 I
:J I 137(1.2(, 119·1..Ji 904.07 411,% I
I
1 I lO,}'. ·ID 916.60 682.92 ¡ 365. R9 I
5 I 141~. sn 12.11.50 q¡¡.l. G-l I 421,03 I
~1:J11.7R 1162.01 881.47 I -l09.~
'labela R.IO.1: Solucéo Geral do Sistema de Ilis tribuicáo
Apéridice A

Equacóes Básicas de Circuito Elétrico

A.l Repr-esentacáo de um circuito simples

Figura A.1.1: Circuito Simples.

Onde:

Z impedáncia elétrica In]


R resistencia elétrica [fl]

x , ' e 1"
rcatancie .. In]
ct.nca {Jndutiva
e apaciiiua In]
~ é o ángulo da impedancia, ou angula de defasagem entre 1> e t. ou ángulo do Iator
de potencia da carga Z.

v= z j

s = V i: = S L.1L
201
202 APÉNDICE A. EQUA(:ÓES IJASICAS DE CIRCUITO ELETRICO

t- conjugado do número complexo que representa o fasor i.


Urna variável com um ponto em cima. representa um fasor que é um número com-
plexo.

[, = (Z . Í) . i: = Z . l' = (R + jX) . l' = R. l' + jX. l'


[,' = R. l' +] X . l' = P + jQ
P = n.i:
Q =X.l'
.~ = V V' = VV' = V'
Z· Z· Z·
A admitáncia é definida por:

}·=!-=YL.1!..
Z
. ] R X
Y = R + jX = R' + X' -] R' + X' = G - jB
G condutáncia (Siemens)

B susceptáncia {Siernens]

y adrnitáncia (Siemens)

A.2 Represerit.acáo da Carga


Pode-se representar a carga de um barramento por urna impedancia equivalente.

A.2.1 Barra lo
Urna carga ligada em urna barra l é , pode ser representada como mostra a figu-
ra A.2.l.

Rl'+jX/'=P+jQ
RX P .Q
+] =Ji+]Ji
S
S=V/ /=y

R +} ·x =sr+JS2
P .Q
172 V1'
203

equivalente
111 •

Figura A.2.1: Carga ¡&

A.2.2 Barra 3<1>


Urna carga 3q> é representada pela figura A.2.2.

borro 30 i¡

~" I"N" • •
equivalente
i

Figura A.2.2: Carga 3d>

y
Vi"" = .J3
Sfa,e = Z ¡;rue
1 _ Sia" _ ~ _ .J3 §...
fa,e - V
f tu e
- 373 - 3 V

~ _ Z (.J3 §...)2 ZS2


. V2. y2
Z = 52 5 = 52 (P + jQ)
3 - 3 V 3V2
. V2 V2
Z = R+jX = S2 P+ j S2 Q
U ma carga 3(.6 pode ser representada por urna carga em Y. Deste modo ternos a
representacáo por fase, útil na modelagem do sistema em pu.
Apérrdice B

Transforrnacáo ~ +--t Y

B.l Transformacño zx ...... y


Vm elemento ou carga ligada ero 6. pode ser convertida em Y. Gil vice-versa, desde
que nenhuma mudanca seja percebida pela aliment.acáo,
A figura B.l mostra as conexóes.

A A

equivalente

• • N'

e e
B B

Figura B.l : Transforrnacáo 6. ~ Y

A demonstracáo tradicional trabalhosa. mas a equivalencia deve ser satisfeita sob


é

qualquer circunstancia, efetua-se entáo o seguinte artificio, para simplificar e achar a equi-
valencia.
Nos esquemas da figura B.l, supor linha e abcrta. Neste caso:

ZA + ZB = ZAB(ZCA + ZBC) (B.U)


ZAB + ZBC + ZCA
Supondo na figura B.l a linha B aberta, tem-se:

205
206 APENDICE B. TRAN5FORMA(:ii.O" - y

. . ZCA(ZAB + ZBcl
ZA + Zc = . . (B.1.2)
ZAB + ZBC + ZCA
Supor linha A aberta:

· _ ZBdZAB + ZCA)
ZB + Z·C - . • • (B.1.3)
ZAB + ZBC + ZCA
Explicitando ZB de 8.1.1, tem-se

ZB = ZAB(ZCA + ZBO) - ZA (B.1.4)


ZAB + ZBC + ZCA
Explicitando Zc de 8.1.2, tem-se

Zc = .zCA(ZAB + ZBC) _ ZA (B.1.5)


. ZAB + ZBC + ZCA)
Substituindo B.1.4 e B.1.5 na 8.1.3, tem-se

ZA =. ZAB ZCA . (B.1.6)


ZAB + ZBC + ZCA
Similarmente para ZE e te, obtérn-se:
ZB = ZAB ZBC . (BU)
ZAB + ZBC + ZCA

z; =. ZCA ZBC (B.1.8)


ZAB + ZBC + ZCA
Fazendo o inverso. obtém-se:

Z _ ZA + ZB + Zc
AB - te (8.1.9)

Z _ ZA + ZB + Zc (B.l.l0)
Be - ZA

(8.1.11)
Apéndice e
Operador a

C.I Operador a
o operador aé uro número complexo coro módulo unitário e angula de 1200 . Isto é:

a = lL'l1lt:. rc.i.n
o operador tem a propriedade de girar qualquer fasor de 1200 no sentido de giro da
velocidade síncrona.
A figura C.I ilustra as possíveis cornoinacóes do operador a.

Figura C.l : Combinacóes do Operador a


Da figura C.l pode-se obter várias expressóes:

207
208 APÉNDICE C. OPERADOR .'.

a' = 1/240 0 = 1/- 1200 (Cl.2)

1- a' = v'3h!t: (Cl.3)

1- a = v'3/- 30° (C.1.4)

a'- a = v'3/- 90° (G1.5)

a' -1 = v'3/-150 D (G1.6)

a -1 = v'3~D (CJ.7)

a_a' = v'3M (C.1.8)

1 + a+ a' = o (C.1.9)
Apéndice D

Parámetros de Cabos Elétricos


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209
210 APENDICE D, PARÁMETROS DE CABOS ELET1UCOS

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