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Classe Ação Civil Pública
Autor Ministério Público do Estado do Acre
Réu Estado do Acre
Decisão
O Ministério Público Estadual ajuizou ação civil pública em face do Estado
do Acre, objetivando, em sede de liminar, a convocação dos candidatos aprovados
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dentro do número de vagas, conforme homologado pelo Edital n° 025
SEPLAG/CBMAC, para que iniciem o curso de formação, no prazo improrrogável de 20
(vinte) dias, a contar da intimação da decisão, sob pena de multa diária no valor de R$
1.000,00 (mil reais).
Acrescentou que o Estado do Acre todos os anos sofre com duas situações
extremas: no período chuvoso ocorrem as inundações, e no período de estiagem ocorrem
as queimadas e incêndios e que o trabalho do Corpo de Bombeiros Militar é essencial
para evitar ou minimizar os danos de ordem material, pessoal e ambiental provocados
por esses eventos.
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perpassam desde a parte técnica, envolvendo montagem dos processos para a obtenção
dos recursos, até a operacionalidade, no que diz respeito à retirada de famílias dos locais
de risco.
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jurídica para a não contratação até o momento dos candidatos aprovados no último
concurso realizado para compor os quadros da instituição.
A petição inicial veio instruída com farta documentação (pp. 35/258 e 260/305).
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pessoal nos 180 dias que antecedem ao término do mandato do Chefe do Poder
Executivo ou se, de alguma forma, prever parcelas a serem implementadas em períodos
posteriores ao final do mandato.
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(153 + 96), pontuando interesse administrativo na realização de um único curso de
formação para todos os convocados, a fim de otimizar os elevados custos com a
formação dos novos bombeiros militares, bem como o tempo de sua formação.
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urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
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imprescindíveis para a manutenção de serviço público essencial de segurança, o que, a
um só tempo, evidencia a probabilidade do direito na medida em que afasta a
obrigatoriedade de observância do limite prudencial de gastos com pessoal, bem como
demonstra o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo se o provimento
jurisdicional ocorrer apenas por ocasião do julgamento final de mérito.
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consoante argumentação inicial, todos os anos o Estado do Acre sofre com as enchentes
causadas pelas cheias dos rios e igarapés em decorrência das fortes chuvas de inverno, e
neste período a atuação dos bombeiros é de fundamental importância, sendo certo que a
falta de atendimento em razão do reduzido número de combatentes poderá acarretar
danos materiais e pessoais, incluindo a perda de vidas.
Nesse contexto, tenho por bem delineado o perigo de dano exigido pela
legislação processual para a concessão da tutela provisória de urgência postulada na
exordial.
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Quanto à probabilidade do direito, a Lei 9.504/97 veda a nomeação, contratação
ou qualquer forma de admissão de servidores públicos no período de três meses que
antecedem as eleições até a posse dos eleitos. No entanto, as exceções – ou seja, as
nomeações permitidas nesse período – estão relacionadas nas alíneas do inciso V do art.
73, assim dispostas:
Art. 73 (...)
voto. Também busca impedir perseguições por politicagem, ou seja, que a opção do
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eleitor não seja obstáculo ao seu ingresso no serviço público.
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MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO. NOMEAÇÃO DE
APROVADO EM CONCURSO PÚBLICO HOMOLOGADO ANTES DOS
TRÊS MESES DO PLEITO ELEITORAL. INEXISTÊNCIA DE VEDAÇÃO
LEGAL. RESSALVA DO ART. 73, V, C, DA LEI Nº 9.504/97. DIREITO
LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO. EXISTÊNCIA DE PROVA PRÉ-
CONSTITUÍDA. ADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. PRECEDENTES.
SEGURANÇA CONCEDIDA. EMBARGOS DECLARATÓRIOS
OPOSTOS CONTRA DECISÃO LIMINAR, PREJUDICADOS. À
UNANIMIDADE. 1-A questão em análise reside em verificar se a Impetrante
possui direito líquido e certo à nomeação imediata no cargo Técnico em
Gestão Ambiental – Biólogo, para o qual fora aprovada e classificada no PSS
edital nº 003/2018. Sua admissão foi publicada no dia 06.07.2018, com o
estabelecimento de período contratual correspondente ao lapso temporal de
01.08.2018 à 31.07.2019. 2- Constata-se que o Processo Seletivo
Simplificado (Edital Nº 003/2018 – IDEFLOR-Bio), destinou 01 (uma) vaga
para o Cargo pretendido pela Impetrante, qual seja, Técnico em Gestão
Ambiental (Num. 909785 - Pág. 11), constando-se, ainda, que os requisitos
mínimos exigidos para a investidura no cargo seriam a apresentação de
Diploma, devidamente registrado, de curso de graduação em Biologia,
expedido por instituição de ensino reconhecido pelo Ministério da Educação;
e registro no órgão de classe, com experiência em Herpetofauna, bem como,
consta do item 1.9 do edital que o candidato não deverá possuir vínculo
temporário com a administração pública estadual ou ter sido distratado no
prazo inferior a 06 (seis) meses, a contar do ato da contratação (Num. 909785
- Pág. 1/15). 3-A Impetrante demonstrou sua aprovação e a homologação do
certame, ocorrida em 04.07.2018 (Num. 909787 - Pág. 1), data que antecede
o prazo de 03 meses previsto como empecilho à contratações e nomeações em
anos eleitorais, entretanto sua contratação fora obstada ao fundamento de
mácula ao disposto na legislação eleitoral. 4-Da análise do art. 73 da Lei
9.504/97, percebe-se que a vedação de nomeação aos aprovados em
concurso público em decorrência da realização das eleições não alcança
aos aprovados em concursos públicos que tenham sido homologados até o
início do prazo de 03 meses que antecedem o pleito eleitoral,
demonstrando-se com isso, que o caso dos autos não se enquadra nas
hipóteses de vedação contidas na lei eleitoral, pelo que o reconhecimento
do fundamento relevante possibilitou a antecipação dos efeitos da tutela
pretendida (Id 1026810). 5- No que concerne à alegada nulidade da errata,
publicada no DOE do dia 09.07.2018, que antecipou o período de
fls. 372
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passou a ser 05.07.2018, ou seja, data anterior à própria publicação no DOE,
tem-se que não se averigua a aplicação de motivo válido a ensejar o ato, ante
a inexistência do aludido óbice à contratação já firmada em publicação
anterior, de forma a se observar evidente prejuízo à aprovada Impetrante, por
impor obstáculo à sua contratação pela ocorrência de prestação de serviço
anterior ao prazo de 06 meses para a Universidade Estadual do Pará-UEPA. 6-
No que tange à comprovação do desligamento da Impetrante com a UEPA no
prazo igual ou superior a 06 (seis) meses, a contar do ato da contratação,
consta dos autos cópia do Diário Oficial do Estado em que fora publicada a
Portaria nº 02/17 de 02.01.2017 (Id 909790 - Pág. 1) juntado pela Impetrante,
que demonstra que o término de seu contrato com a referida instituição
estadual deu-se em 01.02.2018, o que fora corroborado pelo próprio
IDEFLOR-BIO, consoante declaração (Id 909791), bem como, tal fato restou
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incontroverso nas informações prestadas pela autoridade impetrada (Id
1064361 - Pág. 4). 7- Não obstante o Ministério Público tenha opinado pela
denegação da segurança sob o argumento de que a Impetrante não juntou
documentação para comprovar o seu desligamento com a Universidade do
Estado do Pará, limitando-se a alegar que seu vínculo com essa instituição
terminou no dia 1º de fevereiro de 2018, verifica-se às fls. 909790 - Pág. 1/2 a
presença de documentos nos autos que corrobora o cumprimento do requisito
temporal. 8-Com efeito, diante da necessidade do IDEFLOR de abertura de
Processo Seletivo Simplificado para o preenchimento da vaga em questão; da
aprovação da Impetrante no certame e; do não enquadramento do caso na
vedação de contração prevista na legislação eleitoral; resta demonstrado o
direito líquido e certo. Assegurada a contratação da Impetrante desde a
intimação da tutela de urgência, pelo prazo previsto no Edital, sob pena de
multa diária estipulada em R$ 1.000,00 (um mil reais), até o limite de R$
50.000,00 (cinquenta mil reais), em caso de descumprimento. 9- Sem custas e
sem honorários (Súmulas 512 do STF e 105 do STJ c/c o art. 25 da Lei nº
12.016/2009). 10-SEGURANÇA CONCEDIDA. Prejudicados os Embargos
de Declaração. À unanimidade. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos
estes autos, acordam Excelentíssimos Senhores Desembargadores
componentes da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado do
Pará, à unanimidade, em CONCEDER A SEGURANÇA, extinguindo o
processo sem resolução de mérito, nos termos do voto da eminente
Desembargadora Relatora. 7ª Sessão Ordinária – Tribunal Pleno, Tribunal de
Justiça do Estado do Pará, aos 26 de março de 2019. Julgamento presidido
pelo Exmo. Desa. Ezilda Pastana Mutran. ELVINA GEMAQUE TAVEIRA
Desembargadora Relatora (TJ-PA - MS: 08068192620188140000 BELÉM,
Relator: MARIA ELVINA GEMAQUE TAVEIRA, Data de Julgamento:
26/03/2019, Seção de Direito Público, Data de Publicação: 27/03/2019) –
negrito não original.
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I - o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar e o disposto
no inciso XIII do caput do art. 37 e no § 1º do art. 169 da Constituição
Federal;
b) ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal
inativo;
II - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e
oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular de Poder ou órgão
referido no art. 20;
III - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal que preveja
parcelas a serem implementadas em períodos posteriores ao final do mandato
do titular de Poder ou órgão referido no art. 20;
IV - a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Executivo, por
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Presidente e demais membros da Mesa ou órgão decisório equivalente do
Poder Legislativo, por Presidente de Tribunal do Poder Judiciário e pelo
Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados, de norma legal
contendo plano de alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor
público, ou a edição de ato, por esses agentes, para nomeação de
aprovados em concurso público, quando:
a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta)
dias anteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo;
ou
b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem
implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular do
Poder Executivo.
§ 1º As restrições de que tratam os incisos II, III e IV:
I - devem ser aplicadas inclusive durante o período de recondução ou
reeleição para o cargo de titular do Poder ou órgão autônomo; e
II - aplicam-se somente aos titulares ocupantes de cargo eletivo dos Poderes
referidos no art. 20.
§ 2º Para fins do disposto neste artigo, serão considerados atos de nomeação
ou de provimento de cargo público aqueles referidos no § 1º do art. 169 da
Constituição Federal ou aqueles que, de qualquer modo, acarretem a criação
ou o aumento de despesa obrigatória - (grifo não original).
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das exigências previstas em seu inciso I para caracterizar as excepcionalidades arroladas
nas alíneas do inciso V do artigo 73 da Lei das Eleições.
Tanto a Lei das Eleições quanto a Lei de Responsabilidade Fiscal dispõem
sobre condutas vedadas no segundo semestre de ano eleitoral, todavia, a razão lógica
desta (refiro-me à LRF) é evitar o endividamento no final do mandato, nos termos do
seu artigo 1º, que afirma textualmente sua finalidade de estabelecer normas de finanças
públicas com intuito de responsabilidade na gestão fiscal.
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Logo, no segundo semestre de ano eleitoral, atendido o inciso I do art. 21 da
LRF, é permitida a nomeação: dos aprovados em concursos públicos homologados até
três meses antes do pleito; para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos
Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República; de cargos
em comissão e designação de funções de confiança; e contratação necessária à instalação
ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa
autorização do Chefe do Poder Executivo.
Não faz sentido o Estado necessitar de pessoal para prestação de serviço
público essencial de segurança, a quem incumbe a defesa civil (art. 144, V e § 5º da CR),
com previsão orçamentária para tanto, e deixar a população desamparada pura e
simplesmente por aplicação literal da disposição do inciso II do art. 21 da LRF. A
interpretação literal do preceito provocaria situações caóticas, não sendo demais lembrar
aqui do princípio da continuidade do serviço público.
Nessa linha de entendimento, mostra-se atual o raciocínio desenvolvido pela
auditora Rosane Heineck Schimtt sobre o art. 21 da LRF, no brilhante Parecer 51/2001
do TCERS [1]:
"A esta conclusão se chega quando se constata que o objetivo daquele
dispositivo da LRF é impedir o endividamento em final de mandato, legando
dívidas ao sucessor e subjugando-o a atos de império do gestor público
anterior, praticados em seu exclusivo interesse pessoal, sendo objetivo
daquela norma impor ‘maior seriedade no exercício do poder de gasto’, como
bem assinala Carlos Pinto Coelho da Mota [2]".
2 Carlos Pinto Coelho da Mota. In "Apontamentos sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal - A questão de Pessoal na Lei de
Responsabilidade Fiscal - Aspectos da Seguridade Social" - I Apontamentos sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal - publicação
da ATRICON - Belo Horizonte - julho 2000, p. 69. Parecer 51/2001 do TCERS.
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LRF, se sua leitura for efetuada somente sob o viés da literalidade do que nele
se contém, ter-se-ia que a lei impediria todo e qualquer ato que acarretasse
aumento de despesa com pessoal nos últimos 180 dias do mandato do gestor
público responsável. Isto significaria, portanto, reduzir o respectivo mandato
em seis meses, haja vista que, a partir daí, nada mais caberia gerir, restando
ao administrador somente manter o statu quo ante. Desta singela observação
já se vê que não é isto que a lei determina - e nem poderia determinar -,
porque não lhe cabe o direito de reduzir mandatos constitucional e legalmente
instituídos. Daí se tem que a compreensão do texto do parágrafo único do art.
21 em exame demanda métodos hermenêuticos para sua perfeita inteligência,
cujo ponto de partida é a determinação do telos daquele dispositivo. A
hermenêutica jurídica, como se sabe, é um processo de concretização da
norma jurídica através do qual se busca dar resposta à uma questão de fato
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apresentada, caso presente. Em verdade, a ‘interpretação é como uma sombra
que adere ao Direito, pois, do mesmo modo que o corpo não pode se livrar de
sua sombra, o Direito não se realiza sem sua interpretação’ [3]. O que o
hermeneuta busca é dar um sentido funcional à norma, através de uma
atividade hermenêutica que priorize, o mais possível, a intenção prática
pretendida da situação inserida na norma jurídica. Neste processo, o
fundamental é a idéia de ordem e de coerência sistemática, o que levará o
intérprete a ‘optar pelo sentido que seja mais adequado à própria razão de ser
ou objetivo prático a que ela se destina’ 4[]".
"A intenção do legislador com a norma do parágrafo único foi impedir que,
em fim de mandado, o governante pratique atos que aumentem o total da
despesa com pessoal, comprometendo o orçamento subseqüente ou até
mesmo superando o limite imposto pela lei, deixando para o sucessor o ônus
de adotar as medidas cabíveis para alcançar o ajuste. O dispositivo, se fosse
entendido como proibição indiscriminada de qualquer ato de aumento de
despesa, inclusive atos de provimento, poderia criar situações
insustentáveis e impedir a consecução de fins essenciais, impostos aos
entes públicos pela própria Constituição. [5]" (grifei).
3 Javier Pérez Royo, apud, Márcio Augusto Vasconcelos Diniz. Constituição e Hermenêutica Constitucional. Belo Horizonte :
Mandamentos, 1998, p. 19. Parecer 51/2001 do TCERS.
4 Márcio Augusto Vasconcelos Diniz. Op. cit., p. 233. Parecer 51/2001 do TCERS.
5 Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Arts.18 a 28, in Comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal. Organizadores: Ives Gandra Da
Silva Martins e Carlos Valder Do Nascimento. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 155.
fls. 376
aprovados dentro do número inicial de vagas existem mais 96 vagas para provimento
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pelos aprovados dentro do cadastro de reserva.
Quanto às exigências do artigo 21, inciso I da LRF, no caso dos autos, o ofício
n° 3592/2022/SEFAZ (p. 65) informa a disponibilidade orçamentária e financeira, e,
segundo o Secretário Adjunto do Tesouro Estadual, há recursos suficientes para
contratação, inclusive, dos candidatos excedentes, decorrentes de 96 novas vacâncias.
No que toca ao limite de gastos com pessoal, o Estado noticia, em sua
manifestação preliminar, que no último quadrimestre contabilizado (maio a agosto de
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2022), o Poder Executivo do Estado do Acre registrou despesa total com pessoal de
48,65% da Receita Corrente Líquida, ultrapassando assim, o limite prudencial previsto
pela LRF.
Todavia, essa restrição invocada pelo ente demando não impede a convocação
dos aprovados no concurso do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre, que
encontra respaldo em ressalva do artigo 22, inciso IV da própria Lei de
Responsabilidade Fiscal, ao excepcionar a reposição decorrente de falecimento e
aposentadoria de servidores das áreas de educação, saúde e segurança.
Ante o exposto, com fundamento no artigo 73, inciso V, alíneas "c" da Lei
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9.504/1997 e no artigo 21, incisos I, II e IV da Lei Complementar 101/2000 c/c o artigo
22, inciso IV da própria Lei Complementar 101/2000 e artigo 144, inciso V e § 5º da
Constituição da República, presentes os requisitos do artigo 300 do Código de Processo
Civil, defiro o pedido de tutela provisória de urgência formulado na inicial e seu
complemento, ao passo que determino a convocação dos 249 aprovados no Concurso
Público para provimento de cargo Alunos Soldados Combatentes do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Acre para que iniciem o curso de formação, no prazo
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improrrogável de 20 (vinte) dias, a contar da intimação desta decisão, sob pena de multa
diária no valor de R$ 1.000,00 (mil reais).