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PAINEL

ESPAÇOS CONFINADOS
Planejamento
de Atividades

Operações Análise Preliminar de


Práticas Risco (APR)

Palestrante
TANIA MACHADO DE SOUZA COSTA
Eng. Segurança do Trabalho

08/out/2010

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2
Espaço Conceito

◾ A OSHA - Occupational Safety and Health Administration


em seu documento 29 CFR 1910.146 – Permit Confined
Space (1993), define Espaço Confinado como sendo
qualquer área não projetada para ocupação contínua, a
qual tem meios limitados de entrada e saída e na qual a
ventilação existente é insuficiente para remover
contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento
de oxigênio que podem existir ou se desenvolverem, esta
descrição é a mais utilizada.

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Espaço Conceito

◾ Existem outras definições para Espaço Confinado


utilizada para operações marítimas conforme o
documento 29 CFR 1915.4, onde é definido como um
compartimento de tamanho pequeno e de acesso
limitado, tal como um tanque de fundo falso ou duplo,
caixote ou compartimento estanque, ou o outro espaço
que pelo seu tamanho pequeno e natureza confinada
pode prontamente criar ou agravar uma exposição do
trabalhador a riscos

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Espaço Conceito

◾ Na área da construção civil o documento 29 CFR 1926.21


no seu parágrafo (b) (6) (i) define para Espaço Confinado
ou fechado: todo espaço tendo meios limitados de saída,
que esta sujeito à acumulação de contaminantes tóxicos
ou inflamáveis ou tem uma atmosfera deficiente do
oxigênio.

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Espaço Conceito

◾ No Brasil a FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat


Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, elaborou
a publicação eletrônica Espaços Confinados - Livreto do
Trabalhador, o qual define que os espaços confinados
possuem aberturas de entrada e saída limitadas, não
possuem ventilação natural, podem ter pouco ou nenhum
oxigênio ou apresentar excesso de oxigênio, podem conter
produtos tóxicos ou inflamáveis, podem conter outros riscos,
e não são projetados para ocupação contínua por
trabalhadores

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Espaços 6

Confinados Trabalhador

Riscos
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes

X
Cargas
Psiquícas Fisiológicas Biológicas Outras

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Espaços Cenário
s
Grau de
Risco
4

Tarefas: Manutenção / Limpeza / Conservação


Fornos, depósitos, silos, tremonhas, moinhos e secadores, poços,
caixas, dutos, espaços limitados ou reduzidos

Túneis, valas , poço, esteiras, caixas

Fonte: HAZARD ALERTS, 2009

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Espaços Cenário
s
Grau de
Risco
3

Tarefas: Manutenção / Limpeza / Conservação


Biodigestores, moegas, tremonhas, tanques, transportadores
enclausurados, elevadores de caneca, poços, cisternas e silos

Retortas, tubos, bacias, panelões, fornos, tonéis, tanques,


misturadores, secadores, depósitos de produtos, torres, colunas de
destilação, digestores, misturadores, fornos, recipientes de
tingimento, caldeiras, tanques (solventes), prensas, poços, torres de
resfriamento, áreas de diques, filtros coletores, tanques, reatores...
Fonte: HAZARD ALERTS, 2009

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9
Espaços Cenário
s
Grau de
Risco
3

Tarefas: Manutenção / Limpeza / Conservação


Galerias, dutos, caixões, tubulações, poços de visita

Tanques sépticos, de lama, de água, caixas de gordura, dutos,


caixões, estações elevatórias, esgotos, drenos, digestores, estações
de bombas e poços de visita

Fonte: HAZARD ALERTS, 2009

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Espaços Cenários
Típicos
Grau de
Risco
3

Tarefas: Manutenção / Limpeza / Conservação


Transportadores, tanques nas asas dos aviões, caminhões-tanque,
vagões tanque ferroviários, tanques e navios-tanque, porões,
container, caldeiras, compartimentos e dutos

Fonte: HAZARD ALERTS, 2009

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Espaços 11

Confinados Acidentes

“Efeito Dominó”

A teoria sobre eventos sequenciais foi idealizada por Heinrich em


1930,após alguns estudos sobre a investigação e análise de
acidentes realizadas por Bird em 1974, surgiu a Teoria do Efeito
Dominó:

“... O acidente é o fim de uma cadeia serial de


eventos causais. Cada evento é uma condição
necessária, mas somente o penúltimo e suficiente
para produzir um acidente...

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Fonte: BUCHARLE, 2008, p.471

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Espaços 1
“Efeito Dominó” Estatísticas
Internacionais
Acidentes
NIOSH - National Institute Occupational Safety and Health

Projeto FACE - Fatal Accidents Circunstances and Epidemiology

Acidentes fatais ocorridos no período de 10 anos


(670 vítimas entre 1980-1989)
2 vítimas 61%
3 vítimas 9%
4 vítimas 2%
Sem vítimas 28 %
Fonte: Autor “Adaptado de“ BREVIGLIERO; POSSEBON; SPINELLI, 2008, p.208

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Fonte: Autor “Adaptado de“ BREVIGLIERO; POSSEBON; SPINELLI, 2008, p.208

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Espaços Confinados 14
Deficiência O2 X Enriquecimento O2 Riscos
Condições
Atmosféricas

Fonte: Autor “Adaptado de“ REKUS, 1994, P. 25

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Espaços Confinados 15
Deficiência O2 X Enriquecimento O2 Riscos
Condições
Atmosféricas

Fonte: Autor “Adaptado de“ REKUS, 1994, P. 25

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Espaços Confinados 16
Atmosfera tóxica Riscos
Condições
Atmosféricas

Fonte: Autor “Adaptado de“ ABHO, 2008, P. 44

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Espaços Confinados 17
Filme - Enriquecimento O2

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Espaços 1
Risco
s

Os riscos físicos sob as diversas formas de energia a que possam


estar expostos os trabalhadores, numa operação, por
exemplo com bombas submergíveis e de válvulas de
verificação poderiam causar a exposição excessiva ao ruído e
vibrações, além da possibilidade da presença do calor e
umidade no local podendo causar stress.

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Espaços 1
Risco
s

Outro risco presente é a exposição a radiação não ionizante


quando trabalhadores executam atividades em câmaras
subterrâneas.

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Espaços 2
Risco
s

As energias perigosas advindas da parte elétrica, por


exemplo, em locais onde contenham bombas submergíveis
posicionadas sob a superfície do esgoto, possuem no esgoto
o meio condutor que na presença de uma isolação elétrica
defeituosa poderia representar um perigo de eletrocução, que
provoca morte pela exposição do corpo à uma dose letal de
energia elétrica, na presença de poças d'água, roupas
molhadas, umidade elevada ou suor

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Espaços 2
Riscos
Mecânic

O risco estrutural deve ser considerado numa análise, pois a


sua condição pode levar ao colapso da estrutura expondo
o trabalhador a possíveis quedas, esmagamento,
aprisionamento, soterramento, engolfamento ou
afogamento.

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Espaços 2
Riscos
Mecânic

Existe também a possibilidade de ocorrer o aprisionamento


dos trabalhadores devido ao tipo de modelo de escadas
verticais de acessos e saídas destes locais, que geralmente
não são projetadas para ocupação contínua humana, sendo
limitadas a sua entrada e saída.

Em Espaços Confinados pode ocorrer a presença de pisos


molhados tornando-se escorregadios, promovendo
escorregões e tropeços em locais de pouca visibilidade e
iluminação.

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Espaços 2
Riscos
Mecânic

OBS.: Em todos os casos o resgate é delicado em Espaços


Confinados, pois além de todos os riscos ainda existe a
problemática do biotipo do trabalhador, que nem sempre é
analisado para as tarefas que futuramente irão realizar em
Espaços Confinados.

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Espaços Confinados 24
Riscos
Biológico
“… A exposição do trabalhador aos riscos biológicos
nas suas atividades laborais podem causar processos
infecciosos, tóxicos ou alérgicos, devido ao contato
com animais peçonhentos como cobras, escorpiões,
aranhas…”

Fonte: Autor “Adaptado de” FUNDACENTRO, 2001, p.8 – p.22

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Espaços Confinados 25
Riscos
Biológico
“… danos ao trabalhador, devido ao contato com
diversos tipos de microorganismos como vírus, bactérias,
protozoários, fungos, artrópodes e parasitas, …”

Aspergillus fumigatus
Fontes: água contaminada, umidificadores, tubulações,
recintos úmidos e mofados

Legionella pneumophila
Fontes: torres de resfriamento de sistemas de
ventilação centralizados, se a manutenção for precária;
sistemas de aquecimento de água; condensadores;
torneiras e chuveiros

Fonte: Autor “Adaptado de” FUNDACENTRO, 2006

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2
Espaços Riscos
Biológic

Vírus da hepatite A
Fontes: pessoa a pessoa pela via fecal-oral; mãos
sujas; ingestão de alimentos ou água contaminada;
contato direto com águas contaminadas (hepatite
dos trabalhadores por águas usadas).

Fonte: Autor “Adaptado de” FUNDACENTRO, 2001, p.8 – p.22

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Espaços 27

Confinados Risco

Ergonômico

“…. os riscos ergonômicos identificados para os


trabalhadores que executam atividades em
Espaços Confinados estão diretamente
correlacionados com:

• posturas inadequadas de trabalho


• solicitações musculares
• levantamento e/ou transporte de cargas … “

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Espaços Confinados 28
Gestão de
Riscos
Programa de Gestão de
Risco

Comunidade Econômica Européia (CEE)

Acidentes Flixborough e Sevevo


- Diretiva 82/501/CEE de 24/06/82
- Diretiva 96/82/CEE de 09/12/96

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Espaços Confinados
Gerenciamento de Risco

“... é a formulação e implantação de medidas e


procedimentos, técnicos e administrativos, que têm por
finalidade prevenir, controlar, reduzir os riscos existentes numa
instalação industrial, tendo também o objetivo, manter essa
instalação operando dentro de requisitos de segurança
considerados toleráveis ...”

Fonte: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB, 2010

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Espaços 30

Confinados Gestão de
Riscos

“ …. 33.3.1 A gestão de segurança


e saúde deve ser planejada,
programada, implementada e
avaliada, incluindo medidas
técnicas de prevenção, medidas
administrativas e medidas pessoais e
capacitação para trabalho em
espaços confinados …”

PDCA

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Espaços 31

Confinados ANALISE DE
RISCO X PET

“… 33.3.3.3 O procedimento
para trabalho deve contemplar,
no mínimo: objetivo, campo de
aplicação, base técnica,
responsabilidades, competências,
preparação, emissão, uso e
cancelamento da Permissão de
Entrada e Trabalho, capacitação
para os trabalhadores, análise
de risco e medidas de
controle…”

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Espaços 32

Confinados Fluxograma

Identificaçã
o dos Riscos

Fonte: Autor “Adaptado de” CCC, 1998, p. 17

É possível realizar o Sim


trabalho, sem Avaliação Normal dos
entrar no espaço Riscos
confinado?

Não Periodicamente
As
atividades Não
Avaliação dos Riscos /condições
sofreram

Fim do
alterção?
Avaliar

Procedimento de
entrada (PET)
Sim
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Espaços 33

Confinados ANALISE DE
RISCO X PET

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3
Espaços
AP

Temos no âmbito mundial a Norma AS/NZS 4360 que


também trata de Sistemas de Gestão de Riscos, originária do
CÔMITE OB/7 da AS - Australian Standards, a sua finalidade é
fornecer uma estrutura genérica para o estabelecimento
dos contextos e para a identificação, análise, avaliação,
tratamento, monitoramento e comunicação de riscos.
Geralmente, os gestores utilizam a sua estrutura e o
modelo de APR - Análise Preliminar de Riscos do Programa
Militar Padrão de Segurança dos EUA, a MIL-STD-882B.

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3
Espaços
AP

Uma APR formula uma lista de riscos e de condições ambientais.

No caso de um Espaço Confinado, podemos dividir a análise


em ambientes que passam por ciclos operacionais bem
definidos como:

- Espaço confinado perturbado;


- Espaço confinado pré-preparação para entrada;
- Espaço confinado com entrada supervisionado com medição
para liberação do serviço;
- Desenvolvimento do trabalho;
- Retorno à condição de espaço confinado não- perturbado.

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3
Espaços
AP

A APR auxilia na definição dos procedimentos a serem


utilizados no Espaço Confinado, assim como na escolha do
equipamento de proteção individual e coletivo, sistema de
comunicação e dispositivos de iluminação, conforme a
característica do local e dinamismo da atividade a ser
realizada.

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Espaços Confinados
APR
Avaliação de Riscos

Fonte: Autor “Adaptato de” OHSAS, 1999, p. 129.

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3
Espaços
AP
Confinados

Para uma APR ser efetiva, há uma necessidade da


descrição mais completa possível e clara da atividade e/ou
tarefa a ser realizada, em forma de lista de verificação
e/ou tabela, com os dados relacionados a seguir…

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3
Espaços
AP
Confinados

- FISPQ - Ficha de Informação de Segurança de Produtos


Químicos possíveis de estarem no ambiente

- os equipamentos e materiais perigosos da planta (por exemplo:


combustíveis, substâncias altamente reativas, explosivos,
sistemas de alta pressão, e outros sistemas de estocagem de
energia)

- interfaces relacionadas ao Sistema de Proteção


Contra Incêndio;

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4
Espaços
AP
Confinados
-fatores naturais que possam influenciar nos ambientes de
trabalho (por exemplo: terremotos, vibração, enchentes,
temperaturas extremas, descargas eletrostáticas, e umidade);

-procedimentos operacionais, de testes, de manutenção e de


emergência (por exemplo: importância do erro humano, funções
que o operador tem que realizar leiaute e acesso fácil a
equipamentos e proteção)

- áreas de apoio da instalação (por exemplo:


estocagem equipamentos de teste, treinamento, e
utilidades)

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4
Espaços
AP
Confinados

McManus (2010) propõem uma APR - Identificação do


Espaço Confinado e avaliação do perigo, de como a
informação do risco pode ser colocada e comunicada, de
forma simples e objetiva à todos os níveis, com questões
simples de abordagem inicial.

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4
Espaços
AP
Confinados

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Espaços Confinados
APR
Conclusões

A APR tem o objetivo de antecipar as condições ambientais, dentro das


fases da vida de um Espaço Confinado, antes da ida ao campo, que são
determinadas por ciclos operacionais, uma vez que a condição de
perigo é dinâmica, podendo caminhar com a tarefa e portanto todas as
fases devem ser avaliadas e monitoradas como um Espaço confinado
em operação .

A APR deve ser utilizada como uma ferramenta objetiva e de


fácil aplicabilidade para servir como subsídio antes da utilização
da PET – Permissão de Entrada e Trabalho, na gestão de Riscos.

A riqueza de detalhes de uma APR dependerá da complexidade


da atividade/tarefa e conhecimento dos gestores.

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Agradecimentos
aos participantes do
evento, a todos os colegas
de profissão, mestres e
amigos

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