Curso NR 33 – Segurança e
Saúde nos Trabalhos em
Espaço Confinados
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Carga horária: 60 hs
Conteúdo programático:
Introdução a NR 33
Objetivo e Definição
Trabalhos Realizados em Espaços Confinados
Riscos Presentes nos Trabalhos Realizados em Espaços
Confinados
Responsabilidades do Empregador
Responsabilidades dos Trabalhadores
Gestão da Saúde
Medidas Técnicas de Prevenção de Acidentes e Sinistros
Medidas Administrativas de Prevenção de Acidentes e Sinistros
Medidas Pessoais de Prevenção de Acidentes e Sinistros
Capacitação para Trabalhos em Espaços Confinados
Emergência e Salvamento
Disposições Gerais
Anexo I - Sinalização
Anexo II - Permissão de Entrada e Trabalho – PET
Anexo III - Glossário
Bibliografia
Introdução a NR 33
33.1.1 Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para
identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta
ou indiretamente nestes espaços.
Outras áreas:
Espaços Classe B – não apresentam perigo para a vida ou a saúde, mas têm o
potencial para causar lesões ou doenças se medidas de proteção não forem usadas.
Perigoso, mas não imediatamente ameaçador - requer procedimentos de resgate com
um indivíduo completamente equipado com equipamento de ar mandado - visualização
indireta ou comunicação frequente com os trabalhadores :
-% DE OXIGÊNIO - 16.1 a 19,4 (122 mmHg - 149 mmHg) ou 21.5 a 25 (163 mmHg -
190 mmHg)
-TOXICIDADE - Maior que o limite de contaminação Menor que o valor IDHL (IPVS)
Espaços Classe C – são aqueles riscos existentes que são insignificantes, não
requerendo procedimentos ou práticas especiais de trabalho. Riscos potenciais - não
requer modificações nos procedimentos de trabalho - procedimentos de resgate
padrões - comunicação direta com os trabalhadores, de quem está fora do espaço
confinado :
Nem sempre é fácil reconhecer o que pode ser ou não um espaço confinado. Um
exemplo prático são tanques abertos; eles podem ser considerados como espaços
confinados, pois a ventilação natural inexiste, o potencial de acúmulo de fontes
geradoras ou de escape de gases torna a atmosfera perigosa. Para reconhecermos um
espaço confinado, é preciso conhecer o potencial de risco de ambientes, processos,
produtos, etc. Porém o mais sério risco se concentra na atmosfera do ambiente
confinado.
Trabalhos Realizados em Espaços Confinados
- Vibrações
- Radiações
- Umidade
- Temperatura
- Eletricidade
- Ruídos
- Pressões anormais
Riscos Biológicos:
- Vírus;
- Bactérias;
- Parasitas;
- Fungos;
- Animais peçonhentos
Riscos Químicos:
- Fumos metálicos
- Iluminação Deficiente;
- Ferramentas Defeituosas;
- EPI´s inadequados;
- Possibilidade de Explosões
Riscos Ergonômicos:
- Esforço;
- Postura;
- Fobia;
- Metano(CH4)
- Hidrogênio(H2)
- Monóxido de Carbono(CO)
- Nitrogênio (N2)
Responsabilidades do Empregador
- entre outros
Apesar da extensa lista, as atribuições apontam para o SESMT, SESSTP e SESTR, não
havendo em nenhuma destas NRs a determinação explicita da figura do
PROFISSIONAL RESPONSÁVEL. Porém quando analisamos a Resolução do
CONFEA nº 359, verifica-se que em seu artigo 4º (subitens 1 a 18), consta
explicitamente o Engenheiro de Segurança do Trabalho como o PROFISSIONAL
RESPONSÁVEL pelas atribuições previstas pela NR 33 para o RESPONSÁVEL
TÉCNICO.
Por ser uma responsabilidade do empregador imposta pela norma e uma atribuição
inalienável do profissional, a indicação do RESPONSÁVEL TÉCNICO deve ser vista de
certa formalidade, prevenindo desvios futuros e omissões e/ou responsabilizações
indevidas. Assim, deve ser gerado um documento formal assinado pelo preposto da
direção da empresa onde constarão, obrigatoriamente as seguintes cláusulas:
Gestão da Saúde
Qual o limite de peso para que um trabalhador possa atuar num espaço
confinado?
Não existe uma norma legal que estabeleça uma regra. Depende
do tipo de espaço confinado e das vias de acesso e saída. Sempre
deve prevalecer o bom senso. Ninguém permitirá que um portador
de obesidade mórbida, isto é, com Índice de Massa Corporal (IMC)
acima de 40 kg/m2 trabalhe num local de difícil acesso ou saída.
Alguns profissionais estabelecem como limite o IMC de 35 kg/m2.
Outros mais exigentes estabelecem como limite o IMC igual ou
superior a 30 kg/m2 (obesos de acordo com a Organização
Mundial da Saúde). Nos trabalhadores com IMC em torno de 30
kg/m2 deve ser considerada a influência da massa muscular, pois
muitos trabalhadores atingem essa marca por conta do
desenvolvimento da massa muscular e não de gordura corporal.
Que outros tipos de doenças se verificam com mais frequência nos trabalhadores
de espaços confinados?
Como preveni-las?
O trabalhador necessita ser adequadamente informado dos fatores
de riscos existentes no espaço confinado e, principalmente,
compreender a natureza desses riscos e como enfrentá-los. Deve
conhecer bem a razão para usar os equipamentos de proteção
individual, os procedimentos de comunicação com o observador
(vigia) e o sistema de resgate em caso de alguma anormalidade.
Trabalhadores sem boas condições físicas e psíquicas não devem
trabalhar nos ambientes confinados.
Com que frequência se deve fazer os exames médicos nos trabalhadores dessa
área?
Dependerá do tipo do local onde trabalham e dos fatores de riscos
presentes. De acordo com a NR 7 - Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional, nas atividades consideradas insalubres, a
periodicidade do exame deve ser semestral. Agora é muito
importante o trabalhador ser perguntado sempre que for adentrar
no espaço confinado se está em condições de exercer a atividade.
A aptidão é pontual. No exame periódico, poderá estar apto, mas
o surgimento de uma doença aguda após a realização do exame
incapacitará o trabalhador para o exercício da atividade. Daí a
necessidade de o trabalhador ser perguntado sobre o seu estado
de saúde antes de ingressar no espaço confinado. Essa
sistemática deve ser feita rotineiramente pelo supervisor do
trabalho ou pelo observador (vigia).
c) Subavaliação dos riscos: As pessoas acreditam que podem entrar e sair do local sem
serem afetadas pelos riscos do ambiente, não possuem a percepção da rapidez com
que podem ser surpreendidas por uma atmosfera mortal e serem sepultadas vivas;
Uma vez identificado e estabelecida a classe (“a”, “b” ou “c”), cada espaço confinado
deve receber uma sinalização nos moldes da figura constante no anexo 1 da NR 33.
Complementando a sinalização, pode ser acrescido um número de identificação, a
classe e a frase “Não Entre sem Permissão do Responsável”.
A antecipação, reconhecimento e análise dos riscos pode ser feita na forma de uma
planilha contendo uma matriz para cada equipamento onde constará no mínimo o
seguinte:
- Perigos identificados;
- Causa provável;
- Efeito esperado;
- Medida de controle.
Para cada bloco ou etapa, devem ser feitas as seguintes perguntas: As pessoas podem:
Para cada resposta “sim” deve ser definida uma ou várias ações de controle. As
condições de projeto, das instalações, dos processos e produtos utilizados, bem como
as práticas adotadas para o trabalho que está sendo analisado, podem apresentar riscos
já evidentes e outros que serão criados em diferentes etapas.
Dentre os riscos mais comuns, atenção especial deve ser dada ao seguinte:
- Do mesmo modo, tintas e solventes ou gases para corte e solda, quando usados ou
deixados dentro de espaços confinados podem evaporar e criar atmosferas tóxicas e/ou
explosivas;
- Ácido Clorídrico, utilizado para limpeza de chapas de aço pode reagir com o Sulfeto
de Ferro, presente como resíduo em tanques, por exemplo, liberando Sulfeto de
Hidrogênio (H2S), que é um gás altamente tóxico e inflamável;
- Tanques que permaneceram fechados por muito tempo podem conter baixa
concentração de oxigênio, uma vez que o processo de oxidação das chapas metálicas
consome o oxigênio na reação com o ferro formando o óxido de ferro;
- Resíduos de matéria orgânica, como açúcares, vinhaça, ou mesmo água bruta com
alta carga de resíduos orgânicos, podem desenvolver processos fermentativos que
resultam na produção de Metano,(inflamável e asfixiante), Sulfeto de Hidrogênio (tóxico
e inflamável) ou Dióxido de Carbono (asfixiante);
- Ácidos fortes em contato com chapas de aço carbono de tanques reagem liberando
Hidrogênio que pode ficar acumulado e entrar em combustão durante trabalhos a
quente;
- Atenção especial deve ser dada aos resíduos e efluentes gerados no serviço em
questão;
- Finalmente, deve ser preparado um plano de intervenção para a hipótese de uma falha
nas prevenções previstas, notadamente quanto ao socorro de pessoas e combate a
incêndio;
Com relação aos sistemas de bloqueio e etiquetagem, previstos no item 33.3.2 acima,
é importante destacar que devem ter um mínimo de planejamento para garantir que
funcionem. Para tanto é necessário o seguinte:
- Identificação de todos os pontos de bloqueio que serão necessários para isolamento
de cada espaço confinado – válvulas, flanges, chaves, disjuntores, comportas etc;
- Preparação dos pontos para instalação dos cadeados em chaves, válvulas, painéis
elétricos etc;
Para a avaliação inicial e o monitoramento previstos no item 33.3.2 acima, devem ser
especificados e adquiridos instrumentos que possuam aprovação para áreas
classificadas e que atinjam níveis de precisão de resposta compatíveis com a
necessidade. Como os sensores dos medidores de gases tóxicos, combustíveis e
oxigênio sofrem alterações e desgastes ao longo do tempo, devem ser previstas e
realizadas calibrações periódicas e aferição anual, com substituição das partes
desgastadas. Espaços confinados onde é esperada a variação na concentração de
oxigênio, gases tóxicos ou inflamáveis durante o tempo de permanência de pessoas, é
indispensável o emprego de monitoradores dotados de sensores específicos e sistema
de alarme sonoro, visual e vibratório e que deve ficar preso ao corpo das pessoas que
permanecem na posição de maior risco.
Com relação ao monitoramento contínuo, da forma como está redigido o item 33.3.2 “h”
acima, parece estar implícito que qualquer espaço confinado exigirá tal providência. Por
outro lado, é preciso considerar que, se a análise preliminar de risco e as avaliações
feitas antes da emissão da permissão de entrada e trabalho indicarem que não haverá
a possibilidade de ocorrer a presença de contaminantes perigosos, vapores inflamáveis
e/ou combustíveis, nem deficiência ou excesso de oxigênio, o monitoramento contínuo
poderá ser dispensado. Na tabela a seguir é apresentado um roteiro de decisão, em
função da classe do espaço.
f) desligar a energia elétrica, trancar com chave ou cadeado e sinalizar quadros elétricos
para evitar movimentação acidental de máquinas ou choques elétricos quando o
trabalhador autorizado estiver no interior do espaço confinado.
O vigia deve:
Os testes do ar interno são medições para verificação dos níveis de oxigênio, gases e
vapores tóxicos e inflamáveis. Antes que o trabalhador entre em um espaço confinado,
o supervisor de entrada deve realizar testes iniciais do Ar interno. Durante as medições,
o supervisor de entrada deve estar fora do espaço confinado.
As medições são necessárias para que não ocorram acidentes por asfixia, intoxicação,
incêndio ou explosão.
Como em toda atividade “industrial”, aplicam-se aqui os critérios previstos nos itens
9.1.3 e 9.3.5.6 da NR 9 – PPRA, ou seja: o Médico Examinador deve receber da área
especializada (SESMT ou SESTR) a descrição dos locais de trabalho e dos riscos a que
estão ou estarão expostos os trabalhadores.
Os exames clínicos e complementares devem contemplar o mínimo previsto para cada
risco e o ASO deve conter todos os dados especificados na NR 7 e NR 31, ou seja;
- indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido e a data em que foram
realizados;
- definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer,
exerce ou exerceu;
Esta regra aplica-se a todo espaço identificado e/ou sinalizado que existir na empresa,
mesmo que a entrada seja apenas para simples verificação ou inspeção.
33.3.4.8 O Vigia não poderá realizar outras tarefas que possam comprometer o
dever principal que é o de monitorar e proteger os trabalhadores autorizados;
Outra condição que pode caracterizar uma atmosfera como IPVS é a deficiência de
oxigênio. Como referência, pode ser consultado o resumo no arquivo Deficiência de
Oxigênio. Finalmente, deve ser destacada a exigência de uso de cilindro auxiliar para
escape, quando o entrante estiver utilizando respirador com linha de ar. Esta providência
visa assegurar que, em caso de ruptura ou bloqueio da mangueira ou qualquer falha no
sistema de suprimento de ar, o usuário tenha uma reserva suficiente para deixar o
espaço sem risco.
c) quando houver uma razão para acreditar que existam desvios na utilização ou
nos procedimentos de entrada nos espaços confinados ou que os conhecimentos
não sejam adequados.
a) definições;
b) reconhecimento, avaliação e controle de riscos;
f) área classificada; e
g) operações de salvamento.
c) Quando houver uma razão para acreditar que existam desvios na utilização ou nos
procedimentos de entrada nos espaços confinados ou que os conhecimentos não sejam
adequados. (item 33.3.5.2)
a) Nome do trabalhador;
b) Conteúdo Programático;
c) carga horária;
d) Especificação do tipo de trabalho e espaço confinado;
c) Quando houver uma razão para acreditar que existam desvios na utilização ou nos
procedimentos de entrada nos espaços confinados ou que os conhecimentos não sejam
adequados. (item 33.3.5.2)
d) Legislação de SST;
f) Área classificada; e
g) Operações de salvamento.
Emergência e Salvamento
Disposições Gerais
Anexo I – Sinalização
Use sempre está placa em dimensões mínimas 40x40cm, fixado em frente ou ao lado
da entrada do espaço ou ambiente confinado.
Anexo II - Permissão de Entrada e Trabalho – PET
É uma planilha com um checklist que deverá ser preenchido conforme orientações no
item 33.3.3 Medidas administrativas desta norma.
Base técnica:
conjunto de normas, artigos, livros, procedimentos de
segurança de trabalho, e demais documentos técnicos utilizados
para implementar o Sistema de Permissão de Entrada e Trabalho
em espaços confinados.
Bloqueio:
dispositivo que impede a liberação de energias perigosas
tais como: pressão, vapor, fluidos, combustíveis, água e outros
visando à contenção de energias perigosas para trabalho seguro
em espaços confinados.
Chama aberta:
mistura de gases incandescentes emitindo energia,
que é também denominada chama ou fogo.
Contaminantes:
gases, vapores, névoas, fumos e poeiras presentes
na atmosfera do espaço confinado.
Deficiência de Oxigênio:
atmosfera contendo menos de 20,9 % de
oxigênio em volume na pressão atmosférica normal, a não ser que
a redução do percentual seja devidamente monitorada e
controlada.
Faísca:
partícula candente gerada no processo de esmerilhamento,
polimento, corte ou solda.
Inertização:
deslocamento da atmosfera existente em um espaço
confinado por um gás inerte, resultando numa atmosfera não
combustível e com deficiência de oxigênio.
Leitura direta:
dispositivo ou equipamento que permite realizar
leituras de contaminantes em tempo real.
Proficiência:
competência, aptidão, capacitação e habilidade aliadas
à experiência.
Quase-acidente:
qualquer evento não programado que possa indicar
a possibilidade de ocorrência de acidente.
Salvamento:
procedimento operacional padronizado, realizado por
equipe com conhecimento técnico especializado, para resgatar e
prestar os primeiros socorros a trabalhadores em caso de
emergência.
Supervisor de Entrada:
pessoa capacitada para operar a permissão de
entrada com responsabilidade para preencher e assinar a
Permissão de Entrada e Trabalho (PET) para o desenvolvimento
de entrada e trabalho seguro no interior de espaços confinados.
Trabalhador autorizado:
trabalhador capacitado para entrar no espaço
confinado, ciente dos seus direitos e deveres e com conhecimento
dos riscos e das medidas de controle existentes.
Bibliografia