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ESCOLA TÉCNICA SANDRA E SILVA

CURSO: TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

SEGURANÇA DO TRABALHO 1
RISCOS DOS ESPAÇOS CONFINADOS

ALUNA:
THAIS GOMES DE OLIVEIRA

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INDICE

CAPA_________________________________________________________________________01
INDICE_______________________________________________________________________02
INTRODUÇÃO_________________________________________________________________03
ESPAÇO CONFINADO RISCO E PERIGO _______________________________________04
RISCOS MAIS COMUNS NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS______05 Á 09
CONTROLE_______________________________________________________________10 Á 13
COMO EVITAR QUE ESSES RISCOS SE TORNEM ACIDENTES____________________14
BIBLIOGRAFIA________________________________________________________________15

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INTRODUÇÃO

O trabalho em espaços confinados representa uma parcela representativa das atividades que são
desenvolvidas nas indústrias, em veículos tanque e nas concessionárias de serviços públicos.

Os profissionais de segurança e as linhas de supervisão devem ter conhecimento para reconhecer,


avaliar e controlar os riscos inerentes aos trabalhos em espaços confinados.

O objetivo desse texto é apresentar as informações básicas relacionadas a essas atividades.


O trabalho em áreas industriais muitas vezes requer que certas atividades sejam realizadas em espaços
confinados, das quais apresentam vários riscos ocupacionais aos trabalhadores. Portanto, a NR 33 traz medidas
para eliminar ou controlar os riscos como incêndio, explosões, asfixia, soterramentos, temperaturas extremas, entre
outros perigos. Recomendando assim, a utilização pelas empresas de equipamentos de ventilação, exaustão nas
áreas de risco.

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ESPAÇO CONFINADO: RISCO E PERIGO
O espaço confinado pode ser definido como um volume fechado por paredes e obstruções, que
apresenta restrições para: o acesso, a movimentação, o resgate de pessoas, a ventilação natural.
São exemplos de espaços confinados: tanques, vasos, reatores, torres, dutos, galerias, caixas de
inspeção, poços, silos, veículos tanques (Caminhões, vagões e embarcações).
Oportuno lembrar que o risco é inerente a presença de um agente ou de um ambiente, o perigo é a
exposição ao risco.
Um exemplo simples facilita entender essa diferença:
Atravessar um rodovia é um risco ou um perigo?
O risco: a circulação de veículos na rodovia.
O perigo: A exposição dos pedestres.
A existência de uma passarela é uma forma de controlar o risco, ou seja, de oferecer um recurso de
segurança que não torne necessária a exposição das pessoas.
Esse exemplo permite concluir que é possível conviver com atividades de risco sem exposições
significativas, ou seja, sem perigo. Os trabalhos em espaços confinados é uma dessas atividades.
São barreiras de segurança (medidas mitigadoras) que impedem ou minimizam as exposições aos
riscos. Entretanto, essas barreiras devem ser necessárias e suficientes.
Quando superdimensionadas representam desperdício de recursos. Quando subdimensionadas expõe
as pessoas e o patrimônio ao risco.
A análise preliminar do trabalho que será realizado é conveniente para reconhecer, avaliar e determinar
essas barreiras de segurança.

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RISCOS MAIS COMUNS NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS
Deficiência de Oxigênio
Além da concentração de aerodispersóides, gases e vapores ser inferior a valores cientificamente
aceitos, a atmosfera em um espaço confinado deve também conter de forma constante um mínimo de 18% de
oxigênio para que o mesmo seja liberado para trabalho humano, sem a necessidade de utilização de
equipamento autônomo ou ar induzido para respiração. A concentração normal de oxigênio no ar atmosférico
é de aproximadamente 20,9%. Concentrações de oxigênio inferiores a 18% representam perigo imediato para
o homem.
Algumas causas da deficiência de oxigênio em espaços confinados são:
• O deslocamento do ar por gás ou vapor devido a inertização, desvaporização, elevada concentração de
gases e vapores e do incêndio.
• A digestão de matéria orgânica por microorganismos.
• A oxidação do ferro (ferrugem).
Independente da causa, as conseqüências são similares, ou seja, a presença de uma atmosfera incapaz de
sustentar a vida, em função da baixa concentração de oxigênio.

Uma avaliação criteriosa e responsável é necessária antes da liberação do trabalho no espaço


confinado. Uma pessoa habilitada conhecedora dos procedimentos deve efetuar as medições da concentração
de oxigênio utilizando um aparelho conhecido como “oxímetro”. Esse aparelho deve ser previamente aferido.

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Exposição aos Agentes
a) Químicos - são representados pelos aerodispersóides, poeiras, fumaças, fumos, gases e vapores.
b) Físicos - são representados pelo ruído, vibração, radiação, pressão e temperatura anormais e
iluminação.
Dentre as atividades onde há a exposição do trabalhador aos agentes químicos e físicos podem ser
citadas: inspeção, manutenção, limpeza e até mesmo a de construção do espaço confinado. Essas atividades
podem envolver solda, corte oxi-gás, radiografia, gamagrafia, corte com abrasivos, pintura e tratamento
mecânico de superfícies (esmerilhamento e jateamento).
Devido ao grande número de atividades, que podem ser desenvolvidas em um espaço confinado, e
conseqüentemente a variedade de agentes físicos e químicos gerados, uma análise detalhada antes do início
de qualquer trabalho deve ser providenciada visando identificar as medições (concentrações e intensidades) e
as medidas de controle necessárias. Também deve ser identificado o tipo de supervisão e os procedimentos
para a liberação dos serviços. Os equipamentos de medição que serão usados devem ser confiáveis, ou seja
serem previamente aferidos. Explosímetro, oxímetro, decibelímetro, termômetro, amostradores de gases,
vapores e aerodispersóides são alguns exemplos de instrumentos de medição empregados.

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Explosão e Incêndio
Explosão é uma reação química exotérmica em misturas explosivas onde ocorre grande liberação de
energia instantânea após a ignição. Em explosões a onda de pressão precede a frente de chama (cerca de 100
- 300 m/s, com pressões de 3 - 10 BAR).
O incêndio é uma reação química de oxidação rápida e exotérmica, em que há geração de luz e calor.
É dividido em quatro classes:
• Incêndios de classe A - são os que ocorrem em materiais de fácil combustão com a propriedade de
queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos.
Ex.: madeira, papel, tecidos, fibras, etc...
• Incêndios da classe B - são os que ocorrem em produtos considerados inflamáveis, que queimam
somente em sua superfície, não deixando resíduos. Ex.: óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc...
• Incêndio da classe C - são os que ocorrem em equipamentos elétricos energizados. Ex.:
motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc...
• Incêndios da classe D - são os que ocorrem em metais pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio, lítio,
cádmio, potássio, zinco, sódio e zircônio).
A presença de gás, vapores e pós inflamáveis em espaços confinados constituem duas situações de
risco: a explosão/incêndio e a exposição do trabalhador a concentrações perigosas. Uma série de medidas
preventivas devem ser tomadas, para minimizar a exposição a esses riscos.
As explosões/incêndios estão relacionadas a:
• A presença de gases, vapores e pós em concentrações que formem misturas inflamáveis, devido a
ausência ou deficiência da remoção desses agentes.
• Aos erros de medição para a liberação do trabalho e ainda a modificação das condições inicialmente
presentes, como por exemplo a penetração de gases, vapores e pós após a liberação do espaço confinado para
o trabalho.
• Aos erros de medições que tem origem na deficiência do treinamento de pessoal, na interpretação
errada da leitura e na aferição do explosímetro, além dos procedimentos incorretos, quando por exemplo, o
ambiente confinado não é completamente avaliado (números e locais das amostragens).
A permissão para trabalho em espaço confinado é um documento e um importante instrumento de
controle, no qual consta, em que condição se encontra o espaço, recomendações a serem seguidas e
verificações periódicas a serem executadas, além da adoção de algumas práticas preventivas. Tem como
objetivo a manutenção das condições iniciais seguras do trabalho.
A permissão para trabalhos nos espaços confinados não dá garantia contínua de liberação. Uma
permissão responsável estabelece rotinas de medições e verificações, bem como a freqüência destas, para cada
situação de trabalho. Algumas práticas preventivas são fundamentais para manter as condições iniciais do
trabalho: o isolamento mecânico, que consiste no isolamento físico com retirar válvulas, colocação de flanges
cegos e de raquetes nas entradas e saídas das tubulações do espaço confinado. O simples fechamento de
válvulas, mesmo bloqueando-as na posição fechada não é suficiente para a segurança na execução do trabalho.
A supervisão deve estar sempre atenta a práticas operacionais, que no desenvolvimento do trabalho, podem
provocar desvios das medidas de segurança estabelecidas, como exemplo podemos citar: a limpeza de tanques
e vasos com solventes, a raspagem ou aquecimento de crostas de óleo, instalações elétricas não apropriadas,
pequenos vazamentos de gás de corte (acetileno, G. L. P.).

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Uma análise cuidadosa deve ser feita antes e durante trabalhos desenvolvidos em espaços confinados.
Tomando como exemplo conveniente, em um navio a análise dos riscos tem que ser feita não só no tanque
onde vai ser realizado o trabalho, como também em todos os tanques adjacentes e tubulações comuns. As
medições da concentração de gases e vapores tem que ser feita por pessoa habilitada, utilizando instrumentos
(explosímetro, oxímetro) aferidos por órgão qualificado. Estas pessoa gera um documento liberando o espaço
confinado para o trabalho, estabelecendo rotinas de medições, verificações, procedimentos e algumas medidas
para garantia da condição de trabalho seguro.
As medições de concentrações dos gases, vapores e pós devem ser feitas imediatamente antes da
liberação do trabalho. Muitas explosões e incêndios ocorreram devido ao tempo decorrido entre as medições
e a realização do trabalho, motivadas pela alteração das condições ocorridas nesse período.

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Riscos Combinados

A análise prévia deve identificar todos os riscos decorrentes do trabalho, bem como a combinação
desses riscos. A combinação de riscos pode resultar em outro risco, como exemplo: um curto circuito pode
provocar uma centelha que pode causar uma explosão ou um incêndio que pode provocar deficiência de
oxigênio. Sendo assim, o reconhecimento e avaliação dos riscos combinados são importantes para determinar
as medidas de controle.

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CONTROLE
Análise dos Riscos
É o procedimento fundamental para reconhecer, avaliar e determinar as barreiras de segurança para
que não haja exposição ao risco, ou seja, o perigo.
Dessa análise é conveniente participar, as pessoas que se envolverão com o serviço, além de um
técnico/engenheiro de segurança.
A profundidade e a extensão dessa análise é função do tipo de trabalho que será desenvolvido.
Barreiras de Segurança
O controle dos riscos está relacionado à três áreas:
- Na fonte: impedir a formação ou a dispersão do agente no ambiente de trabalho.
- No meio: impedir que o agente atinja os locais de trabalho, em concentração ou em intensidade
perigosa para a exposição humana.
- No receptor: impedir que o agente penetre no organismo dos trabalhadores em concentração ou em
intensidade perigosa.
Controle na fonte
Dentre os métodos de controle na fonte podemos citar: no projeto onde torna-se mais eficiente e
econômico, na substituição/modificação de substâncias por outras de menor toxicidade, modificação do
processo ou operação, isolamento de uma operação ou processo e a utilização do processo úmido para reduzir
a concentração de aerodispersóides sólidos.
Controle no meio
- LIMPEZA - a limpeza no local de trabalho é uma medida simples, mas eficiente. É a primeira medida
a ser tomada para o controle dos contaminantes atmosféricos. O procedimento para a sua remoção deve evitar
a dispersão no ar. Aspiradores industriais são muito usados em substituição a processos manuais.
- SISTEMA DE ALARME - consiste na instalação no local de trabalho de medidores diretos de
concentração pré determinada de gases e vapores. Esse sistema pode acionar alarme (visual e/ou sonoro),
interromper processos, ou comandar a operação de sistemas conjugados (ventilação, redução de pressão e
temperatura).
- VENTILAÇÃO - pode ser dividida em:
• Ventilação geral diluidora - consiste em movimentar o ar em um ambiente objetivando reduzir a
concentração de gases, vapores e pós. Na desvaporização e desgaseificação utiliza-se sempre a insuflação,
nunca a exaustão pois não é uma prática segura remover o agente químico conduzindo-o de encontro a uma
possível fonte de ignição.
• Ventilação local exaustora - consiste na captação do agente químico no local onde é produzido, antes
de atingir a zona respiratória do trabalhador, conduzindo-o para o exterior ou para um sistema de coleta.

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Controle no receptor
São as medidas relativas ao pessoal e deve ser adotada quando os métodos de controle anteriores não
são tecnicamente viáveis, ou então não oferecer proteção adequada para o trabalhador. É também conhecido
como controle complementar.
- Controle médico - é feito através dos exames médicos exigidos pela norma (N.R.7). Exames pré-
admissionais, periódicos ou demissionais.
- Treinamento - é uma obrigação legal do empregador, informar ao empregado sobre os riscos inerentes
ao local de trabalho e sobre as medidas de prevenção necessárias para minimizar ou neutralizar a exposição.
O treinamento é indispensável, independente da existência de outros métodos de controle, ou seja, é uma
medida complementar. Tem como principal objetivo dar condições para que o trabalhador identifique os
riscos, as medidas de prevenção, informar e desenvolver habilidades referentes aos procedimentos
operacionais apropriados que garantam a eficiência das medidas de controle adotadas,
- Limitação do tempo de exposição - para determinadas condições pode ser uma medida complementar
importante. Os limites de tolerância são sempre estabelecidos em função do tempo de exposição. A
rotatividade de trabalhadores em determinadas tarefas é praticada para limitar o tempo de exposição.
- Equipamentos de proteção individual - E. P. I. - estes equipamentos são destinados a proteger a
integridade física do trabalhador, minimizar o risco de lesões mas não interferem nas suas causas. A
identificação da necessidade do uso do E. P. I. caracteriza uma situação de risco para o empregado. A norma
(N. R. 6) estabelece que o uso do E. P. I. está relacionado com a inviabilidade técnica de medidas de proteção,
ou ainda antes da sua implantação, ou para atender as situações de emergência.
Tipo de Supervisão
O tipo de supervisão está relacionado às características do trabalho que será desenvolvido, pode ser
contínua ou intermitente. Entretanto, qualquer que seja o tipo, está intimamente relacionada a aplicação dos
métodos e práticas de segurança.
Para tal, deve ter conhecimento de todas as etapas do desenvolvimento do trabalho, estar sempre atenta,
principalmente para as alterações das condições iniciais de trabalho, nem sempre observadas durante a
execução do mesmo. Estar familiarizada com os diversos instrumentos de medição e com a sua correta
utilização. Atuar em parceria com a segurança industrial, solicitando a presença destes nas principais etapas
do trabalho.
Permissão para Trabalho
A permissão para trabalho deve ser feita por pessoa que tenha experiência operacional que permita
reconhecer os riscos, avaliá-los e especificar as barreiras de segurança para neutralizá-los ou controlá-los.
A permissão para trabalho é um documento e um importante instrumento de controle, no qual consta:
em que condição se encontra o espaço confinado, recomendações e verificações periódicas para garantia da
condição segura de trabalho. A permissão não garante permanentemente a condição de liberação do espaço,
algumas práticas preventivas são fundamentais para manter as condições iniciais do trabalho.
Acompanhamento
A presença de uma ou mais pessoas fora do espaço confinado para intervenção em emergência (resgate,
socorro, etc...) é de fundamental importância. Elas devem estar municiadas de todo material necessário para
uma atuação emergência (respiradores autônomos, maca, oxigênio, etc...). Nos trabalhos em espaço confinado
recomenda-se duas ou mais pessoas para realização de qualquer atividade.

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Qual a classificação e definição de espaço confinado pela NR33?
De acordo com a definição da NR 33, o espaço confinado é definido como qualquer ambiente ou espaço,
não sendo este planejado por longos períodos com a permanência de pessoas. Nessa definição incluí também
limitações de entrada e saída cuja ventilação seja insuficiente para remoção de agentes contaminantes que
comprometem a qualidade do ar, ou até mesmo reduzirem a presença de oxigênio.
Para um melhor entendimento quanto as características de uma área confinada no ambiente industrial,
podemos citar o caso de instalações de Chaminés, dutos, elevadores, poços, tanques de água e esgoto, silos,
tubulações entre outros.
Os riscos ocupacionais são classificados em 5 categorias e definidos por cores, permitindo elaborar um
mapa de risco, resultado de uma importante ferramenta de prevenção e informação fundamental.
A cor verde define os riscos físicos como ruídos, vibrações, radiações ionizantes, frio, calor, pressões
anormais e umidade.
O vermelho são os riscos físicos como fumos, gases, vapores, substâncias compostas ou produtos
químicos em geral que possam causar algum dano.
Marrom abrange os riscos biológicos: bactérias, fungos, parasitas, protozoários e vírus.
Amarela são os riscos ergonômicos, envolvendo o esforço físico excessivo, levantamento e transporte de
peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, trabalho noturno, jornadas de trabalho extensas, dentre
outros.
E por fim a cor azul associada aos riscos de acidente: Máquinas e equipamentos sem proteção,
ferramentas e iluminação inapropriadas, risco de choque elétrico, risco de incêndio, entre outros.

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Os principais riscos nos espaços confinados.
Você sabe quais são os principais riscos possíveis de serem encontrados nos espaços confinados? Em
espaços confinados, os riscos existentes ou gerados pela atividade são potencializados pela sua configuração,
dificultando a movimentação e trabalho no seu interior, além de conter ventilação natural deficiente ou
inexistente e aberturas para entrada e saída restritas ou limitadas. Deste modo, é importante que todos esses
fatores sejam avaliados detalhadamente, levando-se em conta o efeito de um sobre o outro. Nesse sentido, a
NR-33 alerta sobre proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
mecânicos:
Riscos Físicos: O ruído, calor, radiações não ionizantes e umidade são encontrados com frequência
nos espaços confinados.
Riscos Químicos: A presença de contaminantes e a deficiência de oxigênio (O2) podem provocar a
intoxicação, asfixia simples ou química e, eventualmente, a morte dos trabalhadores.
Riscos Biológicos: Espaços confinados possuem condições propícias para a proliferação de micro-
organismos e algumas espécies de animais, em virtude da alta umidade, iluminação deficiente, água estagnada
e presença de nutrientes. Animais como ratos, morcegos, pombos e outros que possuem acesso fácil a espaços
confinados, e os utilizam como abrigo contra seus predadores, são vetores de doenças transmissíveis ou
hospedeiros intermediários. Cobras, insetos e outros artrópodes podem provocar intoxicações e doenças. E as
poeiras presentes nos espaços confinados podem conter material biológico potencialmente patogênico, pela
presença de excrementos, urina, saliva e demais fluidos orgânicos provenientes desses animais. Além disso,
vírus, bactérias e fungos podem provocar doenças.

Riscos Ergonômicos: O acesso e a movimentação no espaço confinado são muitas vezes difíceis em
razão do tamanho das aberturas de entrada e da sua geometria. A iluminação é geralmente deficiente e algumas
atividades exigem esforços excessivos e posturas desconfortáveis.
Riscos mecânicos: Incluem-se alguns exemplos como: trabalho em altura, instalações elétricas
inadequadas, contato com superfícies aquecidas, maquinário sem proteção, impacto de ferramentas e
materiais, inundação, superfícies inclinadas, desabamento e formação de atmosfera explosiva. Podendo causar
quedas, choques elétricos, queimaduras, aprisionamento e lesão em membro ou outra parte do corpo,
afogamento, engolfamento, asfixia, incêndio e explosão.

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Como evitar que esses riscos se tornem acidentes durante o trabalho em Espaços Confinados?

1) Identificar os riscos que os trabalhadores estão expostos, analisando os riscos de maneira individual e
única, para cada área, atividade ou equipamento industrial. Permitindo um levantamento de dados mais relevante
sobre os perigos, os efeitos e as medidas de controle.

2) Designar responsável técnico para garantir todo cumprimento da norma. O profissional habilitado será
responsável por orientar os colaboradores que fazem a entrada em Espaços Confinados, identificando os deveres
de cada um deles e dando providência à capacitação exigida para este trabalho.

3) Restringir o acesso de pessoas não autorizadas, isolando e sinalizando os espaços confinados. A


sinalização deve ser permanente e fixada na entrada do espaço confinado. Os sistemas de bloqueio, por sua vez,
podem contar com válvulas, comportas, chaves e disjuntores.

4) Inclui a permissão de entrada e trabalho, um documento que contém o conjunto de medidas de segurança
e emergência para o desenvolvimento de atividades seguras em espaços confinados. O responsável por emitir essa
permissão é o supervisor da entrada.

5) Fornecer Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva.

6) Formar uma equipe de resgate, cada empregador é responsável pela implementação de procedimentos
de emergência e resgate nestes ambientes. Isto inclui formar uma equipe cuja missão é prezar pelos primeiros
socorros.

E por último e não menos importante é a capacitação dos trabalhadores de Espaços Confinados. Os
documentos devem conter o nome do trabalhador, o conteúdo programático, a carga horária, a especificação do
tipo de trabalho e espaço confinado, e a data e local de realização do treinamento.

Portanto, de acordo com a NR 33 é papel da empresa verificar onde existem riscos por conta do trabalho
em espaço confinado, capacitar o supervisor, os vigias de entrada e os trabalhadores autorizados nestes espaços,
além de oferecer os Equipamentos de Proteção adequados. O trabalho em Espaços Confinados é mais comum do
que se imagina, seus riscos podem levar a uma série de acidentes, caso esses perigos não sejam mitigados, devido
a isso, a suma importância de seguir com atenção as práticas em Saúde e Segurança do Trabalho citados nesse
contexto.

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BIBLIOGRAFIA
1. ABNT, NB 1214. (NBr 11 350). Controle dos Riscos de Gases e Vapores em Embarcações,
Associação Brasileira de Normas Técnicas, RJ, 1990.
2. MTB, Portaria 31/90: Exigências de Vistoria e Emissão do Certificado de Desgaseificação por
Profissional Habilitado. Ministério do Trabalho, DF, 1990.
3. ABNT. NB 1318. Prevenção de Acidentes em Espaços Confinados, Associação Brasileira de Normas
Técnicas, RJ, 1990.
4. ABNT, NBR 12962. Desgaseificação de Tanque Rodoviário para Transporte de Produto Perigoso,
Associação Brasileira de Normas Técnicas, RJ, 1993.
REFERÊNCIAS MTE
Ministério do Trabalho e Emprego. Guia técnico da NR-33. SIT/DSST/CGNOR. Brasília, 2013. NR-33,
Norma Regulamentadora nº 33. Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados
Referencial dessa publicação:
INBRAEP - INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE (Brasil). Os principais
riscos nos espaços confinados. Santa Catarina: Equipe INBRAEP, 16 de fevereiro de 2022. Disponível em:
https://inbraep.com.br/publicacoes/os-principais-riscos-nos-espacos-confinados/. Acesso em: 12 de março de
2023.

Fonte: Instituto Brasileiro de Ensino Profissionalizante - INBRAEP

https://www.verdeghaia.com.br/os-ricos-de-trabalhos-em-espacos-
confinados/#:~:text=Portanto%2C%20a%20NR%2033%20traz,exaust%C3%A3o%20nas%20%C3%A1reas%2
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