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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

DISCIPLINA EPR 004 – HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Alec Ventura Carvalho - 2022014427


Bruno Marchandeau Cavalcanti Ribeiro - 2022010212
Diego Rodrigues Ribeiro - 2022012351
João Guilherme Silva Bonelli de Souza - 2022013386
Lucas Pereira da Silva - 2022012128
Rafael Bernoldi dos Reis - 2022006434

ESPAÇO CONFINADO

ITAJUBÁ-MG
2023
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o trabalho em espaços confinados tem ganhado cada vez
mais atenção devido aos riscos e desafios que envolvem essa atividade. Espaços
confinados são áreas de acesso limitado, com ventilação inadequada e que
apresentam riscos potenciais para a saúde e segurança dos trabalhadores. Nesse
contexto, este estudo tem como objetivo discutir as aplicações dos espaços
confinados, bem como as normas que englobam o serviço, visando promover um
ambiente de trabalho mais seguro e saudável.

I. Definição e Características de Espaço Confinado

Para compreendermos melhor o que é um espaço confinado, é essencial conhecer


sua definição e características. De acordo com a Norma Regulamentadora NR 33 do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil, um espaço confinado é um local
com aberturas limitadas de entrada e saída, ventilação natural deficiente e que não é
projetado para ocupação contínua de trabalhadores. Além disso, tais espaços
podem apresentar riscos como a falta de oxigênio, atmosfera tóxica, inflamabilidade,
entre outros.

II. Aplicações de Espaços Confinados

Os espaços confinados têm diversas aplicações em diferentes setores industriais.


Entre as principais estão:

1. Setor Petrolífero e Químico: Refinarias, plataformas offshore, tanques de


armazenamento, dutos e tubulações são exemplos de ambientes que podem
ser considerados espaços confinados nesse setor. Esses locais apresentam
riscos de exposição a produtos químicos tóxicos, gases inflamáveis e
condições atmosféricas adversas.
2. Construção Civil: Silos, galerias de acesso, túneis e poços são exemplos de
espaços confinados encontrados no setor da construção civil. Nesses locais,
os trabalhadores estão sujeitos a riscos como desmoronamento, acúmulo de
gases e falta de ventilação adequada.
3. Indústria de Alimentos: Tanques de armazenamento, caldeiras, fornos e silos
de grãos são ambientes presentes na indústria de alimentos que podem ser
considerados espaços confinados. Nestes locais, os trabalhadores podem ser
expostos a condições atmosféricas desfavoráveis, substâncias tóxicas e
riscos de soterramento.

III. Normas Regulamentadoras de Espaço Confinado

Visando garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que realizam


atividades em espaços confinados, várias normas regulamentadoras foram
estabelecidas. No Brasil, a NR 33 estabelece requisitos mínimos para a
identificação, reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos
existentes nesses locais.

A NR 33 estabelece, por exemplo, a obrigatoriedade de treinamento


específico para os trabalhadores, a realização de análises preliminares de risco, a
implementação de medidas de controle e emergência, além da utilização de
equipamentos de proteção individual e coletiva adequados. Além disso, a norma
define as responsabilidades dos empregadores, supervisores e trabalhadores
envolvidos nas atividades em espaços confinados.

Outros países também possuem normas similares, como a OSHA


(Occupational Safety and Health Administration) nos Estados Unidos e a EN 271
(European Standard) na União Europeia, que estabelecem diretrizes para a
segurança em espaços confinados.

Os espaços confinados representam um desafio significativo para a


segurança e saúde dos trabalhadores, dada a natureza dos riscos envolvidos. No
entanto, por meio da aplicação adequada das normas regulamentadoras, é possível
minimizar os perigos e garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. É
fundamental que os empregadores e os trabalhadores estejam plenamente
conscientes dos riscos associados aos espaços confinados, recebam treinamento
adequado e sigam as diretrizes estabelecidas pelas normas regulamentadoras. A
adoção de medidas preventivas e a conscientização sobre a importância da
segurança são essenciais para evitar acidentes e preservar vidas.
2. ATIVIDADE DE TRABALHO ESCOLHIDA

A soldagem de tubulações em espaços confinados é uma atividade que


requer cuidados especiais devido aos desafios e riscos envolvidos. A soldagem é
um processo utilizado para unir materiais, como tubos de metal, por meio da fusão
de suas extremidades. Em espaços confinados, a soldagem de tubulações pode
ocorrer em diversos setores industriais, como petróleo e gás, construção civil,
indústria química, entre outros.

No entanto, a soldagem em espaços confinados apresenta desafios


adicionais devido às condições adversas que podem estar presentes nesses locais.
Alguns dos principais desafios incluem:

1. Ventilação inadequada: Os espaços confinados geralmente possuem uma


ventilação natural deficiente, o que pode levar ao acúmulo de gases tóxicos,
vapores inflamáveis ou falta de oxigênio. Essas condições podem representar
riscos para os soldadores, pois a inalação dessas substâncias pode ser
prejudicial à saúde ou até mesmo fatal.
2. Restrição de espaço: Espaços confinados são caracterizados por terem
aberturas limitadas de entrada e saída, o que significa que o espaço
disponível para os soldadores realizarem seu trabalho pode ser bastante
restrito. Isso pode dificultar o acesso às áreas de soldagem e afetar a
ergonomia do trabalho, aumentando o risco de acidentes.
3. Riscos de incêndio e explosão: Alguns espaços confinados podem conter
substâncias inflamáveis ou combustíveis, tornando-os propensos a incêndios
e explosões. Durante a soldagem, o uso de chamas abertas ou faíscas pode
representar um perigo significativo nessas condições, exigindo precauções
adicionais para prevenir acidentes.

Para garantir a segurança dos trabalhadores envolvidos na soldagem de


tubulações em espaços confinados, é essencial seguir as normas regulamentadoras
específicas para essas atividades. No caso do Brasil, a NR 33 estabelece requisitos
mínimos para a segurança e saúde dos trabalhadores em espaços confinados,
incluindo medidas de controle de risco, treinamento adequado, uso de equipamentos
de proteção individual e coletiva, e a necessidade de supervisão adequada.

Além disso, é fundamental realizar uma análise de riscos detalhada antes do


início do trabalho, identificando oŵs perigos específicos relacionados à soldagem de
tubulações em espaços confinados e implementando medidas preventivas
adequadas. Isso pode incluir a implementação de sistemas de ventilação
adequados, o uso de equipamentos de soldagem apropriados e a presença de uma
equipe de resgate em caso de emergência.

3. NORMAS REGULAMENTADORAS APLICADAS


Norma Regulamentadora 33 (NR-33): Identificação de espaços confinados e
o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de
forma a garantir a segurança e saúde dos trabalhadores envolvidos em atividades
nesses locais. Embora não seja específica para soldagem, a NR-33 é uma
referência importante para garantir a segurança durante a soldagem em espaços
confinados.
Norma Regulamentadora 18.11.1 (NR-18.11.1): Esta norma estabelece os
requisitos mínimos de segurança para garantir a proteção dos trabalhadores
envolvidos em atividades de soldagem e corte a quente. Embora não seja específica
para espaços confinados, a NR-18.11.1 aborda os aspectos gerais de segurança da
soldagem que podem ser aplicados em espaços confinados.

4. RISCOS IDENTIFICADOS
O soldador de tubulações está exposto a diversos riscos durante a execução
de suas atividades. Aqui estão alguns dos principais riscos associados a essa
profissão:
1. Risco de queimaduras: O soldador trabalha com altas temperaturas, o que
aumenta o risco de queimaduras na pele se não forem tomadas precauções
adequadas.
2. Exposição a produtos químicos perigosos: Soldadores frequentemente lidam
com produtos químicos, como solventes e gases de solda, que podem ser
tóxicos ou inflamáveis. A exposição prolongada ou inadequada a essas
substâncias pode levar a problemas de saúde, como irritações respiratórias,
dermatites e intoxicações.
3. Lesões por esforço repetitivo (LER): A soldagem requer movimentos
repetitivos e posturas desconfortáveis, o que aumenta o risco de
desenvolvimento de LER, como tendinites e bursites.
4. Exposição à radiação: Durante o processo de soldagem, há a emissão de
radiação ultravioleta e infravermelha. A exposição prolongada sem proteção
adequada pode resultar em queimaduras na pele e danos nos olhos, como a
chamada "catarata de soldador".
5. Incêndios e explosões: Soldadores trabalham frequentemente em ambientes
com riscos de incêndio e explosão, principalmente quando lidam com
materiais inflamáveis ou explosivos. A falta de cuidado na manipulação e
armazenamento desses materiais pode levar a acidentes graves.
6. Lesões por cortes e perfurações: O manuseio de ferramentas afiadas, como
maçaricos e abrasivos, pode levar a cortes e perfurações na pele se as
devidas precauções não forem tomadas.
7. Condições de trabalho adversas: Soldadores frequentemente trabalham em
ambientes com condições adversas, como espaços confinados, altas
temperaturas, umidade, poeira e gases tóxicos. Essas condições podem
afetar a saúde e o bem-estar dos soldadores se não forem adequadamente
gerenciadas.

5. FORMAS DE CONTROLE DO RISCO E EXECUÇÃO COM SEGURANÇA DA


ATIVIDADE
Para executar a soldagem em tubulações com segurança e controlar os
riscos associados, é importante seguir algumas medidas de controle. Aqui estão
algumas formas de controle de riscos na execução da soldagem em tubulações:
Avaliação de riscos: Antes de iniciar qualquer trabalho de soldagem, é
essencial realizar uma avaliação de riscos completa. Identifique os perigos
potenciais envolvidos na soldagem em tubulações e avalie o nível de risco
associado a cada um deles. Isso ajudará a implementar medidas de controle
adequadas.
Treinamento e qualificação: Certifique-se de que os soldadores de tubulações
possuam o treinamento e a qualificação adequados. Eles devem entender os
procedimentos corretos de soldagem, o manuseio adequado de equipamentos e
ferramentas, bem como as precauções de segurança necessárias. O treinamento
contínuo também é importante para atualizar os conhecimentos e habilidades dos
soldadores.
Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI): É essencial fornecer aos
soldadores de tubulações os EPIs adequados para protegê-los contra os riscos
envolvidos na soldagem. Isso pode incluir capacetes de soldagem com filtro de
proteção adequado, luvas resistentes ao calor, roupas de proteção, óculos de
segurança, protetores auriculares e calçados de segurança.
Ventilação adequada: Certifique-se de que a área de trabalho esteja bem
ventilada para evitar a acumulação de fumos metálicos e gases tóxicos liberados
durante a soldagem. Utilize sistemas de exaustão localizada para capturar e
remover os fumos na fonte.
Monitoramento da exposição: Realize monitoramento regular da exposição
dos soldadores a substâncias perigosas, como fumos metálicos, para garantir que
estejam dentro dos limites de exposição ocupacional aceitáveis. Isso pode ser feito
por meio de amostragem de ar e análise laboratorial.
Inspeção e manutenção de equipamentos: Verifique regularmente os
equipamentos de soldagem para garantir que estejam em boas condições de
funcionamento. Realize manutenção preventiva e corretiva conforme necessário.
Equipamentos defeituosos podem aumentar o risco de acidentes.
Sinalização e isolamento adequados: Sinalize claramente as áreas onde a
soldagem está sendo realizada para alertar outras pessoas sobre os perigos
envolvidos. Isso pode incluir o uso de sinalização visual e barreiras físicas para
evitar a entrada não autorizada na área de trabalho.
Procedimentos de emergência: Tenha procedimentos de emergência bem
estabelecidos e conhecidos por todos os envolvidos na soldagem em tubulações.
Isso inclui planos de evacuação em caso de incêndios, procedimentos para lidar
com derramamentos e vazamentos, e treinamento para primeiros socorros.

6. INOVAÇÕES APLICADAS AO TEMA E/OU ATIVIDADE DE TRABALHO


ESCOLHIDA
As inovações aplicadas ao tema de espaços confinados e às atividades
relacionadas têm desempenhado um papel significativo na melhoria da segurança,
eficiência e produtividade nesse contexto. Algumas das inovações notáveis incluem:

1. Monitoramento e sensores avançados: O uso de tecnologias avançadas de


monitoramento e sensores tem permitido uma melhor avaliação das
condições atmosféricas em espaços confinados. Sensores portáteis podem
fornecer medições em tempo real de gases tóxicos, concentração de oxigênio
e outros parâmetros críticos, fornecendo alertas imediatos quando há riscos
potenciais à saúde dos trabalhadores.
2. Sistemas de ventilação inteligente: A implementação de sistemas de
ventilação mais avançados e inteligentes têm melhorado significativamente a
qualidade do ar em espaços confinados. Esses sistemas podem ajustar
automaticamente a taxa de fluxo de ar com base nas condições atmosféricas
e nas atividades realizadas, garantindo uma ventilação adequada e reduzindo
o risco de acumulação de gases ou falta de oxigênio.
3. Robótica e automação: A robótica e a automação têm sido aplicadas para
realizar tarefas em espaços confinados, reduzindo a exposição dos
trabalhadores a riscos potenciais. Robôs e equipamentos controlados
remotamente podem ser usados para inspeções, reparos e manutenção em
ambientes confinados, minimizando a necessidade de entrada humana em
locais perigosos.
4. Realidade virtual e aumentada: O uso de tecnologias de realidade virtual e
aumentada tem sido explorado para treinamentos de segurança em espaços
confinados. Essas tecnologias permitem que os trabalhadores simulem
cenários realistas e pratiquem habilidades necessárias para lidar com
situações de emergência, sem expô-los a riscos reais.
5. Equipamentos de proteção respiratória avançados: Houve avanços
significativos na tecnologia de equipamentos de proteção respiratória (EPR),
tornando-os mais eficientes, confortáveis e fáceis de usar. Máscaras de
respiração com filtros de alta capacidade e menor resistência respiratória,
além de sistemas de suprimento de ar fresco, têm ajudado a proteger os
trabalhadores contra a inalação de gases tóxicos e a falta de oxigênio.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os espaços confinados representam um desafio significativo para a


segurança e saúde dos trabalhadores, dada a natureza dos riscos envolvidos. No
entanto, por meio da aplicação adequada das normas regulamentadoras, é possível
minimizar os perigos e garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. É
fundamental que os empregadores e os trabalhadores estejam plenamente
conscientes dos riscos associados aos espaços confinados, recebam treinamento
adequado e sigam as diretrizes estabelecidas pelas normas regulamentadoras. A
adoção de medidas preventivas e a conscientização sobre a importância da
segurança são essenciais para evitar acidentes e preservar vidas.

Em resumo, a soldagem de tubulações em espaços confinados requer


precauções adicionais devido às condições desfavoráveis encontradas nesses
locais. O cumprimento das normas regulamentadoras, a realização de análises de
risco detalhadas e a adoção de medidas preventivas apropriadas são fundamentais
para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos nessa atividade.

8. REFERÊNCIAS
Portaria MTP n.º 1.690, de 15 de junho de 2022, NR 33 - SEGURANÇA E SAÚDE
NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS, Disponível em:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participac
ao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentad
oras/nr-33-atualizada-2022-_retificada.pdf.
Acesso em: 2 jun. 2023.

Portaria SEPRT n.º 8.873, de 23 de juLho de 2021, NR 18 - SEGURANÇA E


SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, Disponível em:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/participac
ao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/ctpp/arquivos/normas-regulamentad
oras/nr-18-atualizada-2020-2.pdf.
Acesso em: 2 jun. 2023.

Projeto NBR 14842:2002, Critérios para a qualificação e certificação de


inspetores desoldagem, Disponível em:
http://www.associacaodeinspetores.com.br/arquivos/arquivo_artigo/c546714c4
483edc21fda156ba194632e.pdf.
Acesso em: 2 jun. 2023.

Santos,Cristina, Almeida, Iara, Farias, Bruno. CONSTRUÇÃO


CIVIL:ENGENHARIA E INOVAÇÃO, Rio de Janeiro, v. 2, 2019.

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