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1. Introdução
Esta apostila constitui-se em uma referência para que o aluno acompanhe as aulas do curso
Espaço Confinado.
Este curso tem como objetivo preparar profissionais para trabalhos em Espaços Confinados
seguindo os procedimentos conforme as normas técnicas.
Definição segundo a ABNT 14787 e NR 33 Qualquer área não projetada para a ocupação
contínua, a qual tem meios limitados de entrada e saída e na qual a ventilação existente é
insuficiente para remover contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio
possam existir ou se desenvolver.
Cada empresa deve mapear e classificar seus espaços confinados em função dos seus riscos e
características.
2.1.1- Espaços confinados abertos por sua parte superior e de uma profundidade que dificulta a
sua ventilação natural.
2.1.2 - Espaços confinados fechados com uma pequena abertura de entrada e saída.
Tanques de combustíveis
Silos de armazenagem
Fossas
Escavações ou trincheiras com + 1,25m
Tanques de asas de avião
Vasos de pressão
Chaminés
Câmaras frigoríficas
Caixas d’água
Caminhões tanques
Caldeiras
Dutos de ar condicionados
Caixas subterrâneas
Compartimento
Vagões tanques
Silos de cimento
Incineradores
Container
Túneis
Fornos
Reservatórios d’água
Redes de água e esgoto
Poço de visitas
Poço de Sucção
Minas
Tonéis
Quando falamos em espaços confinados uma idéia nos vem a cabeça: RESPIRAÇÃO.
Composição do ar inalado:
Oxigênio (O2) => 20,93%
Nitrogênio (N2) => 79,04%
Dióxido de carbono (CO2) => 0,03%
Composição do ar exalado:
Oxigênio (O2) => 16.96%
Nitrogênio (N2) => 79,04%
Dióxido de carbono (CO2) => 4,00%
Existem diversos tipos de riscos que são encontrados no interior dos espaços confinados, tais
como:
- Riscos físicos
- Riscos Químicos ( atmosféricos por concentração de gases, pós e poeiras do ambiente do
espaço confinado)
- Riscos de energia
2.3.2.2 Asfixia
É a dificuldade respiratória devido ao baixo conteúdo de oxigênio do ar ambiente ou obstáculo
mecânico à respiração. O ar contém aproximadamente 21% de Oxigênio, se esse percentual é
alterado os sintomas de asfixia são produzidos, e vão se agravando à medida que essa
porcentagem diminui ou aumenta.
2.3.2.3 Intoxicação
A concentração de produtos tóxicos acima de limites de exposição pode produzir intoxicações
agudas ou doenças. As substâncias tóxicas em um ambiente confinado podem ser: gases
ou pó fino em suspensão no ar.
- Monóxido de Carbono CO
Sua ação no organismo é extremamente danosa e sua percepção olfativa é impossível. Sua
detecção só é possível através de equipamentos de medição. O seu limite de tolerância é de 39
ppm.
- Nitrogênio N2
É um gás inerte (não reage com os outros gases) , incolor, inodoro e insípido (sem gosto).
Aproximadamente 79% do ar atmosférico é composto de nitrogênio.
O nitrogênio atua como um asfixiante porque desloca o oxigênio do ambiente.
- Incêndio ou explosão
Qualquer mistura entre valores inflamáveis e o ar poderá resultar em uma atmosfera explosiva
caso a relação vapores inflamáveis e ar fique entre o LIE (Limite Inferior de Explosividade) e
LSE (Limite Superior de Explosividade). Por isso deverão ser eliminadas quaisquer fontes de
ignição.
3. Avaliação de riscos
Todas as atividades, por mais simples que sejam, têm seus respectivos riscos.
Esses riscos fazem parte do serviço e se não forem eliminados ou minimizados pode causar
incidentes e acidentes.
O cenário para o controle dos riscos envolve 3 aspectos:- Pessoas, atividades e local.
Todos os riscos das atividades foram mapeados pela área de SSM da empresa em conjunto com
pessoas que conhecem a forma de executá-las. Cada empregado deve ter o conhecimento prévio
dos riscos da sua atividade.
Os riscos encontrados no local de realização da atividade não fazem parte dela, entretanto,
também devem ser identificados, eliminados ou minimizados a níveis aceitáveis, de modo que
não contribuam para a ocorrência de incidentes.
Recomenda-se a participação em um treinamento específico de percepção e avaliação dos riscos
encontrados no local de realização da atividade, obedecendo ao critério de cada concessionária.
Quando avaliamos os riscos podemos encontrar três situações.
Grau de
Eficiência
1- Adequado / 2-
TAREFA RISCOS POSSIVEIS DANOS CONTROLE Inadequado / 3 -
Parcialmente
Adequado / 4 -
Em Instalação
1. - Dirigir-se até o local de 1.1 - Queda e Acidentes de 1.1.1 - Lesões múltiplas ou 1.1.1.1 - Prática de Direção Defensiva e seguir regras de trânsito
trabalho trânsito fatalidade 1
1.2 - Quedas e escorregões 1.2.1 - Lesões múltiplas ou 1.2.1.1 - Ao descer e subir escadas, utilizar um degrau por vez, sem correr, fazer uso do corrimão e respeitar
fatalidade 1
1.3 - Atropelamento 1.3.1 - Lesões múltiplas ou 1.3.1.1 - Utilizar faixas destinadas a pedestres e atenção ao trânsito de veículos.
fatalidade
1
2. - Trabalhos em Espaços 2.1 Procedimentos de 2.1.1 -Medidas Administrativas, 2.1.1.1 - O responsável pela atividade deve orientar seus funcionários, através do DDS, com informações sobre os
Confinados liberação para Espaços Acidentes Pessoais e Materiais riscos específicos do trabalho e as melhores práticas de segurança. 1
Confinados , Ações Civis e Criminais 2.1.1.2 - O Supervisor de entrada , em conjunto com Operação ou Responsável do Setor , deverá realizar os
procedimentos de liberação de Trabalho para Espaço Confinado, conforme NR-33 (Medição de Gases, Níveis de
Oxigênio, Explosividade, Temperatura e condições do local). Antes do início de qualquer trabalho avaliar as condições
1
do local e solicitar as aprovações e liberações.
2.1.1.3 - Todos os trabalhadores que farão parte da equipe de trabalho no Espaço Confinado, deverá possuir a carteira
junto ao crachá de identificação, que está habilitado na NR-33 ( Supervisor de Entrada, Trabalhadores e Vigias ). 1
2.2 Riscos Físicos - Calor, 2.2.1 - Ruído - P.A.I.R. / 2.2.1.1 - Utilizar todos os EPI’s específicos para a função e observar se a área requer o uso de EPI’s ou EPC’s
Frio, Ruído Estresse adicionais. 1
2.2.1.2 - Utilizar equipamentos de exaustão / ventilação para providenciar as condições adequadas de trabalho.
Observar se a área requer o uso de EPI’s ou EPC’s adicionais 1
2.3 Riscos Químicos - 2.3.1 - Químico - Perda da 2.3.1.1 - Utilizar todos os EPI’s específicos para a função e observar se a área requer o uso de EPI’s ou EPC’s
Gases, Pó e Poeiras consciência e Desmaios, adicionais. 1
Perda dos sinais vitais,
2.3.1.2 - Utilizar equipamentos de exaustão / ventilação para providenciar as condições adequadas de trabalho.
fatalidade, contaminação pelo 1
Observar se a área requer o uso de EPI’s ou EPC’s adicionais.
Ar, Absorção pelas vias
respiratórias e Pele 2.3.1.3 - Utilizar proteção respiratória conforme Programa de Proteção Respiratória, contida na NR-33. Avaliar agente de
exposição para definição correta do EPI à ser utilizado. 1
2.4 - Riscos Ergonômicos - 2.4.1- Dores musculares e 2.4.1.1 - Executar pausas regulares conforme NR-15, dependendo do agente de exposição no local de trabalho.
Posturas inadequadas desconfortos 1
3. – Organização e Limpeza 3.1 – Postura inadequada; 3.1.1 - Dores musculares. 3.1.1.1 - Evitar movimentos bruscos, evitando assim dores musculares e distensões, evitar brincadeiras no local de
na Área de Trabalho. trabalho. Manter o local de trabalho sempre limpo e organizado. 1
4. ÁREAS CLASSIFICADAS
Área Classificada: Área na qual uma atmosfera inflamável está presente ou na qual é provável
sua ocorrência a ponto de exigir precauções especiais para construção, instalação e utilização de
equipamento elétrico.
podem ser liberados para o ambiente pelos equipamentos de processo que representam fontes
potenciais de áreas classificadas.
Em geral, parte dos equipamentos do processo, tais como tampas, tomadas de amostras, bocas
de visita, drenos, vents, respiros, flanges, etc. são considerados “fontes de risco” pela
possibilidade de vazamento de produtos para os ambientes onde estão instalados.
Estas fontes de risco são classificadas em “graus”, dependendo da duração e frequência das
atmosferas explosivas geradas por elas.
São conhecidas como de grau contínuo aquelas fontes que geram risco de forma contínua ou
durante longos períodos.
São conhecidas como de grau primário aquelas fontes que geram risco de forma periódica ou
ocasional durante condições normais de operação e São conhecidas como de grau secundário
aquelas que geram risco somente em condições anormais de operação e quando isto acontece é
por curtos períodos.
Já no mesmo tanque, uma fonte de risco de grau primário será o respiro dele, por termos a saída
de vapores do produto toda vez que o nível do mesmo aumentar (isto não acontece
permanentemente, mas apenas quando o nível sobe).
Zona 2 - É um local onde a atmosfera explosiva está presente somente em condições anormais
de operação e persiste somente por curtos períodos de tempo, sendo geradas normalmente por
fontes de risco de grau secundário.
Zona 0 - É um local em que a atmosfera explosiva, em forma de nuvem de poeira, está presente
de forma permanente, por longos períodos ou ainda frequentemente (estas zonas, igual que
gases e vapores, são geradas por fontes de risco de grau contínuo).
É o documento que deve mostrar as áreas classificadas existentes na unidade, seus graus de
risco (Zonas) e suas extensões em metros, não apenas em planta, mas também em elevação, já
que não se trata de áreas, mas de “volumes de risco”. Ainda, segundo a norma, devem ser
identificadas neste documento todas as fontes geradoras de risco, os produtos que geram o risco
e suas condições de processo.
É a máxima concentração de gás ou vapor que uma pessoa normal pode respirar durante uma
jornada de trabalho de 8 horas diárias e 5 dias por semana, sem que apareçam sintomas de
envenenamento ou doenças ocupacionais. O limite de tolerância é medido em ppm.
Quando falamos de medição de gases temos que conhecer as suas unidades de medidas. As
unidades utilizadas para gases e vapores tóxicos são as seguintes:
a) ppm (parte por milhão): significa partes de poluentes por milhão de partes de ar.
b) mg/m3: significa miligramas de gás por metro cúbico de ar que se respira. É uma unidade
peso por volume.
Observação
Para gases combustíveis ou para exprimirmos grandes concentrações de gases, usamos o
percentual (%) volume, no qual 1% corresponde a 10.000 ppm.
Tabela de conversão
A mistura de combustível e oxigênio que se acenderá é diferente para cada gás combustível
específico. Este ponto crítico, definido como limite de explosividade, fica entre o Limite
Inferior de explosividade (LIE) e o Limite Superior de Explosividade (LSE).
Observações:
- LIE = LEL (Low Explosive Limited).
- LSE = UEL (Up Explosive Limited).
- Limite Superior de Explosividade do gás natural LSE = 15% volume gás.
- Limite inferior de Explosividade do gás natural LIE = 5% volume gás.
- 10% do LIE = 0,5% volume gás.
- Nota
Densidade é a relação entre massa e volume de um corpo, causando a separação dos gases
principalmente dentro de um ambiente fechado.
Ex.: O Gás Natural é mais leve que o Ar tende a subir, ao contrário do Butano que é mais
pesado.