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Natanaélia S. Braga – Manhã


Ergonomia – Ricardo Bessa
O que é moda?

Segundo uma breve pesquisa no dicionário do Google, uma das definições diz que é o
“conjunto de opiniões, gostos, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos’’. Mas na
prática, não há nada de conjunto ou coletivo, uma vez que parcela de pessoas não têm suas
opiniões ouvidas, tão pouco sentidas.

E o que é acessibilidade?

Também de acordo com o Google, é a facilidade na aproximação, no tratamento ou na


aquisição.

Comprar roupas é a coisa mais fácil do mundo: você entra numa loja, escolhe ou prova a
peça desejada e leva pra casa. Isso para uma pessoa totalmente dentro dos padrões do
mercado. Para quem está de fora, a coisa é bem mais complicada e, por vezes, frustrante.

A acessibilidade dos cadeirantes com relação a moda, deixa muito a desejar já que as roupas
não adaptadas não interagem com seus modos de viver e agir.

O cadeirante permanece sentado durante horas, e cuidados são observados para evitar
ferimentos, particularmente se a pessoa tem alteração de sensibilidade. Nesse caso, ela pode
não perceber o desconforto e acabar se ferindo. Um exemplo é excesso de tecidos atrás do
joelho, seu atrito acaba machucando.

Roupas muito justas podem dificultar a circulação e facilitar a formação de edemas.

Além desse fator, a estética deve ser levada


em consideração, é claro. Nem todas as
roupas ficam bem quando uma pessoa está
assentada. Por exemplo: saias não adaptadas
muito rodadas, por terem excesso de tecido,
podem ficar emboladas, e detalhes nos
bolsos das calças vão ficar ocultos.

Outro “detalhe” é o risco de acidentes: saias


longas podem se prender na rodinha
dianteira.
Geralmente, as dificuldades dos cadeirantes são notadas sobre peças que para qualquer um
não teria problema, um dos exemplos são os tecidos grosseiros ou sem elasticidade podem
causar ferimentos, camisas ou blusas com ombros estreitos podem dificultar os movimentos
na hora de tocar a cadeira.

Vestidos é quase impossível sem uma adaptação prévia. Já que se deve ser levada em
consideração a facilidade para vestir a roupa, no caso de quem tem restrições motoras.

Outra dificuldade são as mangas muito compridas ou largas, pois frequentemente, se sujam
nos pneus da cadeira. Cinturas muito justas podem ficar muito desconfortáveis com o passar
das horas. E dentre muitos outros desafios.

A verdade é que quem não possui deficiências físicas talvez nunca tenha sequer parado para
pensar nestas questões. Pensando nas dificuldades e principalmente na falta de informação
que a indústria tem em relação aos corpos que estão fora dos padrões hegemônicos.

Apesar de já existirem muitos que lutem pela causa, o “conjunto de opiniões, gostos, assim
como modos de agir, viver e sentir coletivo”, ou seja, moda para todos, infelizmente ainda
há muito o que conquistar. Por exemplo: o ato de se vestirem sozinhos parece estranho, algo
tão comum à maioria fazer tanta diferença na vida de algumas pessoas.

A primeira tarefa então, talvez, seja


enxergá-los antes de mais nada como
pessoas e não como vítimas. Assim como
quem está dentro dos “padrões”, eles se
alimentam, estudam, trabalham, namoram e
consomem. Não é porque uma pessoa é
cadeirante que vai perder o gosto por moda.

O acesso físico das lojas, o preparo por parte


dos atendentes em perceber esses corpos
como clientes, o desenvolvimento de peças
mais funcionais que levem em conta a
identidade desses consumidores, bem como
suas necessidades e a representatividade dos
mesmos pela própria publicidade, já seriam
um bom começo.
REFERÊNCIAS

Texto:
http://cadeiravoadora.com.br/roupas-adequadas-para-cadeira-de-rodas/

https://www.uai.com.br/app/noticia/e-mais/2016/12/25/noticia-e-mais,199221/deficientes-a
pontam-os-maiores-problemas-de-acessibilidade-nos-espacos.shtml

Imagens:
//www.hypeness.com.br/2016/08/projeto-meu-corpo-e-real-promove-e-reivindica-moda-incl
usiva-para-pessoas-com-deficiencia/

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