Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
000420/2013
CONTRA O ESCRAVOCRATA
LANÇAMENTO DE SUA
NARCISÍSTICA E MENTIROSA
AUTO-BIOGRAFIA !!!
COMISSÃO DA VERDADE:
SOCORRO!!!
discriminacaoracial: Mensagem: Re: Neonazis no Brasil - Ação imediata contra o p... ragma i
R©. Neonazis no 3rasil - Açao imediata contra o pericjo Lista de tópicos < Tópico anterior i próximo tópico >
Responder < Mensagem anterior | Próxima mensagem >
Rhs. maudei um comentário pro Santayana do ,TB, vamos ver se eles publicam
asé
romao
daqui da Aiemanha podemos perceber há muito tempo o ressurgimento da hidra neonazista no Brasí. Ataques a
jornalistas negros já aconteem hâ anos na Internete, sem que a grande imprensa brasileira tenha dado a devida
atenção, (O caso da Afropress de São Paulo, por exemplo).
Já no Brasil no período da ditadura, podia-se se perceber os ideiais de Hitler sendo consagrados nas alianças dos
ditadores do Cone Sul, que além dde utilizarem serviços de fascistas e nazistas como Dan Mitrione e Klaus
Barbie acobertavam fugitivos como Joseph Mengele, além de inspirarem em suas operações genocidas em
nomes com “Condof, a esquadra assassina alemã que varreu Guernica do Mapa.
Nazismo no Brasil perdura desde as antigas milícias do presidente da Volskwagen e financiador da OBAN,
Wolfgang Sauer, até as milícias atuais que se espalham pelo país.
Tem que se cortar dentro da lei estas cabeças fora. tem razão.
Você não acha entretanto, um certo exagero e pouca responsabilidade jornalística, comparar essa hidra nazista
com as reivindicações dos índios e negros brasileiros?
Ou estariam os Índios e os negros pretendendo criar novas repúblicas e separar o país? Que região seria? Onde
está o Hitler deles? Ou eles não seriam tão brasileiros quanto os filhos dos tão responsáveis portugueses?
Marcos romao
Jornalista (Hamburgo)
À Polícia Federal e as autoridades estaduais começam a desmantelar o movimento neonazista que se articula no Sul do país.
Não se trata de uma manifestação de enfermidade mental, apenas. Além das várias demonstrações de brutalidade de jovens
tatuados com a suástica, contra negros e mestiças, são cometidos assassinatos, como ocorreu recentemente em um subúrbio
de Curitiba. Membros desses movimentas planejavam atentados contra sinagogas, e assassinatos de judeus e negros. O
governador Roberto Requião, diante do fato, tomou medidas imediatas, determinando à polícia que identifique os grupos
neonazistas e encaminhe os seus responsáveis à Justiça.
O problema não é novo, e remonta aos anos 30, quando os nazistas se organizaram de tal forma, na região, que mantinham
mais de mil escolas e várias estações de rádio. Um gauleiter do Partido Nazista exercia abertamente as suas funções de
delegado de Hitler. Poucos lustros depois da derrota do nazismo, voltaram a rearticular-se. Ampliaram agora sua ação,
fomentando o separatismo do Sul, sob o pretexto da presumida superioridade da raça branca, que é maioria na região. Entre
muitos descendentes de alemães e poloneses remanesce o antissemitismo como manifestação atávica de ódio. Entre os
italianos, há ainda os saudosistas do fascismo, que se correspondem com os neofascistas da legga Lombarda. Os projetos de
separatismo sáo mais graves do que muitos imaginam. Eles se baseiam no antigo projeto de Hitler, de construir, no Sul do
Continente, e a partir do Paraná, uma Germânia Austral, que englobaria também a Argentina, parte do Paraguai e da Bolívia,
e o Chile
Sempre que há notícias desses movimentos, costumamos balançar os ombros, uns, e sorrir, outros. Não podemos imaginar
que eles possam crescer e ameaçar a unidade nacional. É melhor não menosprezá-los. Temos que os localizar, identificar
seus líderes, impedir sua articulação, neutralizá-los, enquanto é tempo. Estamos cometendo o erro de transformar a
sociedade brasileira em um arquipélago de falsas etnias. Asseguramos aos índios direitos que são negados aos outros
brasileiros, entre eles, o do acesso à terra necessária à sobrevivência. Reconhecemos a algumas povoações, sob o pretexte de
que são remanescentes dos antigos quilombos, propriedade sobre áreas muito mais amplas daquelas que realmente ocupam
http://br.groups.yahoo.eom/group/discriminacaoracial/message/51153 03/03/2013
VU11UU V/ p... 1 CIÍ4111U W uv, z.
e nelas trabalham.
A qualquer momento, sob o pretexto de que, em algumas áreas do Sul, os descendentes de europeus constituem maioria,
poderá ser criado grave problema político, com o apoio também econômico dos movimentos neonazistas europeus. O que
parece absurdo hoje pode ocorrer amanhã, como mostra a História. Foi para proteger os alemães residentes na Tcheco-
Eslováquia que os alemães avançaram para o Leste e, com a covarde aquiescência da Inglaterra, da França e da Itália,
ocuparam a Boêmia, abrindo caminho para a invasão da Polônia. Quando os aliados se deram conta do erro cometido com o
Acordo de Munique, os alemães já haviam acumulado forças para ocupar toda a Europa e mantê-la sob seu domínio.
Se o passo de Hitler tivesse sido fechado logo no início, o mundo teria evitado a morte, de dezenas de milhões de pessoas, e
não herdaríamos questões políticas tão embaraçosas, como a intolerável situação da Palestina. O racismo antissemita nada
tem a ver com ajusta oposição da consciência do mundo ao que ocorre na área, em que um Estado estrangeiro foi imposto
contra a vontade dos que habitavam conlinuadamente o território desde os tempos bíblicos. Falar em “raça” é contrariar
verdade científica irrefutável. Se admitíssemos essa teoria veterinária, que nada tem como os homens, a “raça” superior seria
a negra, posto que foi na África que se iniciou a nossa espécie.
Nossa extensão continental e a unidade política, que conseguimos com grandes sacrifícios dos primeiros povoadores e com a
inteligência estratégica dos portugueses, se vê ameaçada quando o país consolida a sua presença no mundo e na História.
Não há como contemporizar com esses grupos. O governo já pensa em criar um grupo especial de trabalho para monitorar o
problema e superintender as atividades políticas e policiais na exigida repressão. Dentro da lei, sem os excessos que são
condenáveis em qualquer circunstância, as forças do Estado irão vigiá-los e levá-los aos tribunais. Eles devem ser localizados
onde se encontrem, no aparelho do Estado e na sociedade. Não há tempo a perder. Como sabemos, a loucura é também
contagiosa.
http://www.jblog.com.br/politica.php9itemHfo 12951
Clipping: Ras Adauto
Marcos Romão
Soziologe&Freier Joumalist (DJU-Hamburg)
Interkulturelles Komunikationszentrum Quilombo Brasil
Rádioweb Mamaterra
www.mamaterra.de
Neu: GMX FreeDSL Komplettanschluss mit DSL 6.000 Flatratc + Telefonanschluss fiir nur 17,95 Euro/mtl.!’
http://portal.gmx.net/de/go/dslo2
http://br.groups.yahoo.com/group/discriminacaoracial/message/51153 03/03/2013
discriminacaoracial: Mensagem: Re: jcoreatitude] Nazismo, Moradores de Kua e ü... ragma j. 1
http://br.dir.groups.yaiioo.com/group/discrirninacaoraciat/message/12686 03/03/2013
discriminacaoracial: Mensagem: Nazismo. Moradores de Rua e Bandeiras r agmu j.
Nazismo, Moradores de Rua e Bandeiras Lista de tópicos < Tópico anterior | Próximo tópico >
Responder < Mensagem anterior | Próxima mensagem >
Prezados e prezadas,
A cerca de dois ou três dias atras, quando vi o jornal local SPTV pela TV Globo, me surpreendí com a apresentação de unia carta, intitulada "da uma
esmola, tio”, na qual ao final se inseria um símbolo que me pareceu a Cruz Celta. Me surpreendeu também a edição da matéria para o Jornal
Nacional, que suprimiu a imagem da carta, bem como uma entrevista com o dr. liedio.
Atualmente esta carta se encontra em jioder do Ministério Publico do Estado de São Paulo (novamente para investigações),
Esta mesma carta se encontra na internet, para ser distribuída através de folhetos de campanha do site do "Ativismo Nacional Socialista", no
endereço ja denunciado pelos pares, mas que contínua no ar, com orientações detalhadas sobre os que queiram sc envolver nas atividades
propostas: http://libreopinion.com/members/sul88/cartazes_folhetos.htm
Neste endereço encontramos inclusive um link para a Editora Revisão (aquela que foi condenada pela edição de livros contra os judeus).
Dado histórico, fomos detentores neste pais do maior numero de associados ao partido nazista fora da Alemanha, nos tempos de glória daquele. E
por onde andarão estas pessoas?
Em relação a este endereço na net ("ativismo social nacionalista") esta situação se arrasta por tanto tempo que estou esperando para ver o resultado
(quantas prisões, quantos implicados, etc, etc, etc). Porque ja deu tempo de sobra para investigar estas atividades ilegais, que ja podem estar se
traduzindo em assassinato nas ruas.
Por pertinente, encaminho em auexo um trabalho de Karina Carvalho, amiga minha que gentilmente nos cedeu um mapeamento dos
simbolos/bandeiras utilizadas por movimentos neo-nazi (A Cruz Celta se encontra entre eles).
É importante conhece-los, para melhor identifica-los.
Abraços fraternos,
Dcnise Carvalho
http://br.dir.gfoups.yahoo.com/group/discriininacaoracial/message/12685 03/03/2013
Tribuna da imprensa online
O Dops, onde Lula ficou preso, fora o órgão responsável pelos maiores
horrores da ditadura. No dia 20 de maio a prisão preventiva dos
sindicalistas acabou revogada, julgado pelo Conselho Permanente de Justiça
da 2a Auditoria Militar de São Paulo em novembro de 1981, Lula foi
condenado a três anos e seis meses de prisão.
Ele diz que até a troca pelo embaixador norte-americano, passou todos os
dias arquitetando um plano para sua fuga. Com o AI-5, Dirceu teve a sua
nacionalidade cassada, além de ser banido do País. Outro que amargou as
prisões do regime militar foi Hamilton Pereira, da direção do PT, hoje
responsável pela parte cultural do programa de Lula. Hamilton, também
conhecido por Pedro Tierra, alcunha do poeta, militou na ALN e só deixou a
prisão com a anistia, em 1979.
Luca
LULA!
52 53
Volks na Amazônia: destruição
Em 1973 Wolfgang Sauer foi chamado para conversar com os executivos alemães da
Volkswagen na sede alemã da empresa. Voltou como o chefe da maior fábrica de
automóveis em funcionamento do hemisfério sul, instalada em São Paulo. O alemão de
Stuttgart estava há 12 anos no Brasil. Chegou no ano traumático de 1961, marcado pela
crise de poder desencadeada pela renúncia do presidente Jânio Quadros (o mais votado
até então) e a reação militar à posse do vice-presidente, João Goulart.
Ele divisou a oportunidade ainda em 1973. quando foi a Brasília conversar, a convite do
então ministro do interior, Rangel Reis. O ministro lhe disse que o governo federal
queria mudar a diretriz da ocupação da Amazônia. Desde o início da construção da
Transamazônica, três anos antes, a ênfase era na colonização. Lavradores nordestinos,
atingidos pela grande seca de 1970. eram levados para as margens da grande rodovia de
penetração e assentados em lotes de 100 hectares.
Essa política, de objetivos sociais, não atendia mais à prioridade definida pelo terceiro
governo militar desde o golpe de estado de 1964: tomar a Amazônia uma fonte de
divisas para o país. Para isso, seria preciso atrair grandes investidores privados,
nacionais e estrangeiros, para acelerar a ocupação territorial e a produção de
mercadorias de aceitação e competitividade nacional e internacional. O empresário
passaria a ser o parceiro preferencial do governo, não mais os colonos.
Não passou pela cabeça de Sauer instalar uma filiação da Volks na selva amazônica. O
que ele concebeu na hora foi um grande projeto de criação de gado e beneficiamento de
carne, Com tecnologia de ponta e capital intensivo, o empreendimento podia alcançar
escala econômica suficiente para vencer as distâncias dos grandes centros consumidores
e superar as desvantagens de uma zona pioneira.
Tudo deu errado, como ele admite em seu recente livro de memórias, nada
modestamente intitulado O homem Volkswagen - 50 anos de Brasil (Geração Editorial.
São Paulo, 2012, 527 páginas). Mas parecia que tudo daria certo. A Volks comprou tuna
área de quase 140 mil hectares no sul do Pará. a pouca distância dos limites com Mato
Grosso e o atual Tocantins. Laudos de dois institutos alemães atestavam a qualidade do
solo e a aptidão para a pecuária.
Sauer reuniu sócios poderosos na indústria e na atividade financeira, brasileiros e
estrangeiros - quase todos céticos sobre a iniciativa, mas confiantes no aval do
executivo. Implantou a fazenda e, em seguida, o frigorífico. Colocou 60 mil cabeças de
gado nos pastos, com exemplares dc Nelbre cruzados com outras raças europeias.
A Volks teve que encontrar outro dono. A partir de então a Fazenda Vale do Rio
Cristalino se desfez. Por incompreensão ou má fé dos que a combateram. Talvez as duas
coisas juntas. Mais um dos grandes projetos de ocupação e modernização da Amazônia,
para colocá-la no mercado mundial, fracassou. Como, anles, a plantação de borracha de
Henry Ford e de arroz de Daniel Ludwig.
Mas a história não é bem essa, ou não é só essa que Sauer conta. Ele não faz a menor
referência à autuação que a fazenda sofreu do IBDF (Instituto Brasileiro do
Desenvolvimento Florestal), antecessor do Ibama, três anos após o início do projeto. A
Volks desmatou em 1976 sem pedir licença ao instituto, que só descobriu o fato quando
uma imagem feita pelo satélite Skylab identificou uma queimada, a maior até então
registrada documentalmente pelo homem. Espantados pela extensão do incêndio, os
cientistas da Nasa enviaram a imagem para seus colegas do Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais), de São Paulo. A fotografia do satélite engendrou escândalo de
dimensões internacionais.
Mas o IBDF sustentou que a empresa precisava de uma autorização específica para
fazer a derrubada. Sem essa licença, tinha que ser multada. A multa, incidindo sobre
cada árvore queimada ou derrubada, chegava a valor superior ao do próprio
empreendimento. Estabeleceu-se intensa celeuma. Ao final, a multa foi mantida, mas
não foi aplicada. A Volks já estava saindo da área e retomando apenas ao que sabe
fazer: veículos automotores.
Foi mesmo só incompreensão a causa desse final desastroso? Claro que não. A resposta
estava na forma dc encarar a região na qual a poderosa multinacional pretendia se
estabelecer. Ao invés de investir contra a floresta, que dominava a paisagem, como o
próprio Sauer admite nas suas memórias, devia se posicionar a favor da floresta.
Assim, não teria provocado o desastre ambiental de que foi acusada, com toda razão. É
o que hoje faria um empreendedor consciente. Mas não naquela época, cm que a palavra
de ordem era desenvolvimento e não ecologia, se defende Sauer.
Não é a sua figura de visionário, além e acima do seu tempo, a imagem que o livro
projeta, com sua capa made hy Hans Donner, o mago do design da TV Globo, e o
prefácio de Delfim Netto, o sacerdote tecnocrata do desenvolvimento daqueles idos?
Talvez Wolfgang Sauer tenha sido visionário no polo industrial paulista, o maior do
continente. Na selva amazônica ele foi um devastador.
^A-Uc RibcrfATÃ /
*
Artigo publicado na Revista do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUC - Rio: “O Social em
Questão” n° 13, no primeiro semestre de 2005.
Benjamin BucleíA,
Resumo
Este artigo relata a aventura da Volkswagen na Amazônia brasileira. Trata-se de apresentar, com o
máximo de objetividade, os fatos relativos à existência de trabalhadores escravos em uma das mais
modernas fazendas do Sul do Pará. no município de Santana do Araguaia. Tentamos esclarecer o
caso famoso da Companhia Vale do Rio Cristalino a partir de uma coleta de dados na Agência de
Desenvolvimento da Amazônia (ADA. ex-Sudam) e na Comissão Pastoral da Terra em Belém; de
entrevistas realizadas em Belém em junho de 2005 e dos arquivos disponíveis no Grupo de Pesquisa
sobre o Trabalho Escravo Contemporâneo (GPTEC) da UFRJ.
Palavras-chave
1. Trabalho escravo; 2. Pará; 3. Volkswagen.
Abstract
This article describes the adventure of Volkswagen in the Brazilian Amazonic regiam The purpose
of this work is to present, in a very objective way, the facts related to the existance of slave work at
one of the rnost modem rural properties located in the Pará Estate Southern area, within the Santana
do Araguaia county. We try to describe the famous case of the Companhia Vale do Rio Cristalino
bascd on data collected at the Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA, ex-Sudam) and at
the Comissão Pastoral da Terra .archives, both located in the Estate capital, Belém: on interviews
undertaken in the same city during the month of July, 2005; and at the archives kept bv the
Research Group on Contemporary Slave Work (GPTEC) at UFRJ.
Keywords
1. Slave work; 2. Pará; 3. Volkswagen.
Introdução
Antes de tudo, é necessário explicar porque os fatos ocorridos na Companhia Vale do Rio
Cristalino (CVRC) merecem ser estudados e publicados após transcorridos vinte anos dos
acontecimentos. Vários elementos fazem da história da CVRC um caso emblemático de uma
problemática mais ampla, ligada a batalhas ideológicas da maior importância para entender o Brasil
contemporâneo e. mais especificamente, a persistência de formas de escravidão na região
amazônica.
Primeiro, o empreendimento foi possível graças à aliança entre os poderes públicos
(federais, estaduais e municipais) e empresas privadas na realização de um investimento fora do
comum em uma região considerada vazia e com grande potencial de desenvolvimento econômico.
Este tipo de “parceria”, característica das políticas setoriais aplicadas nas regiões pobres do Brasil,
já mostrou seus limites, em particular devidos às cooptações entre interesses pessoais e coletivos.
Todavia, observa-se ainda hoje a mesma proximidade entre representantes do país e capital privado,
em particular no setor do agronegócio. O exemplo do grupo Maggi, gigante sojeiro do Mato Grosso
pertencendo ao governador do mesmo Estado, é representativo.
Segundo, a história da CVRC é intimamente ligada ao processo de globalização, também
característico da nossa época. A Volkswagen, empresa estrangeira, investiu no Brasil recursos
financeiros e humanos, mobilizou conhecimentos tecnológicos avançados cm cooperação com as
autoridades públicas e outros agentes privados brasileiros, ü que mais chama a atenção a respeito
do aspecto “globalizado” desta história é também a maneira como aconteceu a denúncia e a
revelação pública da existência dc trabalhadores escravos na fazenda. Foi através de uma intensa
cooperação entre atores sociais que, apesar de serem geograficamente distantes uns dos outros,
tinham o mesmo desejo de denunciar formas de exploração dos trabalhadores julgadas indignas do
final do século XX. Agentes da Pastoral da Terra, autoridades religiosas brasileiras, políticos
brasileiros, sindicatos de São Paulo, sindicatos rurais, partidos políticos e jornalistas da Alemanha e
ONGs internacionais articularam-se eficientemente no processo de denúncia.
Um projeto ambicioso
Em 1973, a Volkswagen, empresa internacional até então especializada na produção de
veículos automotores e, no que diz respeito, no Brasil, famosa pelo conhecido e apreciado “fusca”,
comprou quase 140.000 hectares de terra (equivalente a 140.000 campos de futebol) no município
de Santana do Araguaia, no Sul do Estado do Pará. A empresa explicou este investimento pela razão
de que o futuro do Brasil estaria no desenvolvimento agrário, idéia compartilhada pelas autoridades
militares da época e pelo então presidente da Volkswagen, Wolfgang Sauer, refletida pelas
declarações do diretor da fazenda, Friedrich Brügger, a respeito do desenvolvimento do
agronegócio: “É a única opção possível, O país dispõe de espaços e de condições naturais únicas.
Basta jogar um pedaço de pau para que ele cresça imediatamente” (GPTEC, V6 9.4). Os
documentos relativos à comunicação da empresa, apresentam três razões para explicar o
investimento: o entusiasmo do presidente, fervoroso apaixonado pela exploração agrícola; a vontade
de reforçar a imagem da empresa enquanto multinacional engajada na marcha de um pais rumo ao
progresso e a perspectiva de um bom negócio (GPTEC, V6 9.2).
Naturalmente, as razões atrás desta perspectiva de lucro eram estreitamente ligadas aos
incentivos fiscais concedidos pelo governo para promover o desenvolvimento regional, isto através
da Superintendência da Amazônia (Sudam), apoiada pelo Banco da Amazônia (Basa) para
coordenar as políticas de colonização da fronteira em expansão. Criada em 1966, a SUDAM era
parte do plano estratégico traçado pelos militares para promover o desenvolvimento da Amazônia,
supostamente para diminuir as desigualdades regionais e integrar a região ao restante do país. A
partir de 1970, com o lançamento do Plano de Integração Nacional (PIN) pelo governo Médici, a
Sudam jogou o papel central na implementação de políticas de incentivo fiscal destinadas a
“integrar” a Amazônia para não “entregá-la” aos estrangeiros. Esta política era guiada pela idéia de
que era necessário, em nome da segurança nacional, ocupar e povoar os imensos espaços
amazônicos considerados como vazios. Confonne José de Souza Martins,
Além dísso. o valor disponibilizado pela Sudam era definido segundo a área nua, isto é
desmatada, até 50% da superfície total da área. Consequentemente, a derrubada era um instrumento
de valorização da área.
Foi neste contexto que a Volkswagen elaborou um projeto de empreendimento agropecuário
tia região sul do Estado do Pará, região ideal
...por sua localização - proximidade da Belém-Brasílía -, e pela qualidade das terras. Os municípios
do Sul do Pará, Conceição do Araguaia e Santana do Araguaia, atraíram muitas empresas e, entre
1966 e 1975, a maior parle dos projetos aprovados até então para a Amazônia pela Sudam foram
para esta região (íanni. citado In: Figueira, 2004, 106).
Assim, 55% dos projetos financiados pela Sudam encontravam-se nestes dois municípios.
Lugar da frente de expansão do latifúndio.
O projeto da Volkswagen foi'aprovado pela Sudam em 1974, o que lhe permitiu, graças aos
incentivos fiscais concedidos pelo governo, “suprir até 75% das necessidades de capital do projeto
amazônico (...) sem ter nunca que devolver o dinheiro dessa renúncia fiscal da nação brasileira
(Pinto, 2001, 113). O investimento global foi orçado na época a Cr$ 189.622.156, equivalente a RS
364.227.271,63 (1), esperando um lucro de Cr$ 18.357.453,00. equivalente a RS 35.261.095,86
(Sudam, 1974, 3), baseado sobre a produção de
bois erados destinados à venda para abate, a produção de reprodutores e matrizes puros de origem
para incorporação aos rebanhos da fazenda e venda e a engordação de bois magros adquiridos, para
posterior venda como bois engordados para abate (Sudam, 1974, 9).
Assim, a fazenda oferecia serviços e condições de vida excepcionais para seus funcionários.
Seguindo o modelo da empresa Volkswagen de São Bernardo (SP), foram montados 12 retiros
(pequenas aglomerações, dentro do projeto, cada uma ligada a 3.000 hectares de terra) com casas
para as famílias e alojamentos coletivos para os solteiros. A fazenda foi equipada com gerador de
energia elétrica, hortas, piscina, country club, escola do primeiro grau (reconhecida pelo Governo
do Estado do Pará e pelo MEC), armazéns, etc. (GPTEC, V6 47.1). O projeto contava também com
a ajuda técnica da Escola Politécnica Federal de Zurick, da Universidade de Hanover e da
Universidade de Geórgia, dos Estados Unidos. Além disso, o funcionamento do trabalho seguia
rigorosamente um programa de controle da qualidade (CCQ) no qual todos os funcionários tinham
tarefas bem definidas e com uma organização do trabalho estreitamente fiscalizada. Havia também
“um regulamento rígido de controle social onde eram vedadas as bebidas alcoólicas e a utilização
de armas por parte dos funcionários subalternos” (GPTEC, V8 8.1).
Em termos econômicos, o projeto foi planejado a longo prazo. O plano de desenvolvimento
previu a construção de um frigorífico, denominado Atlas, para processar a came extraída da
fazenda. Localizado próximo a Campo Alegre, este empreendimento foi inicialmente recusado pela
Sudam, que não aceitou que a Volkswagen possuísse 49% do capital. Finalmente, depois de terem
sido incluídos parceiros brasileiros como Bradesco, Cetenco ou Banco de Crédito Nacional, o
projeto foi aprovado em 1978. O frigorífico Altas previa empregar 700 pessoas e fazer da região
uma das primeiras fornecedoras de carne processada no país (GPTEC, V8 31.8). Infelizmente, as
condições técnicas limitaram o pleno funcionamento do frigorífico, visto que a energia elétrica,
micialmente prevista para ser trazida de Tucurui, nunca chegou, sendo então usados fornos de
madeira.
Parece então que todos os elementos estavam reunidos para assegurar o sucesso deste
empreendimento extraordinário: um: capital financeiro e humano suficiente para realizar um projeto
planejado e apoio completo das autoridades competentes. Aliás, as autoridades públicas sempre
consideraram a CVRC como bem sucedida. Em 1986, um documento da Sudam considera que:
...o projeto vem se implantando normalmente, estando até a presente fiscalização com o
equivalente de 80,25% das metas executadas, no que se refere à formação de pastagens,
100% de pastagens melhoradas, 42,89% de fenação/silagem, 99,58% de infraestrutura,
86,95% de instalações pecuárias, 98,25% de edificações, 76,35% de veículos, máquinas,
aparelhos e equipamentos e 74% referente à aquisição de animais (Sudam, Processo No
659/86).
...esse empreendimento vê-se coroado de pleno êxito, eis que é hoje uma fazenda modelo,
com os mais aperfeiçoados padrões técnicos, possuindo instalações pecuárias, de pesquisas e
sociais, exemplares, que marcam o pioneirismo no desenvolvimento da região (Sudam,
Proposição 31), ;r
};
O preço da ambiçào
Na verdade, histórias de peões fugindo da fazenda e casos de conflitos de terra escutavam-se
há mais tempo. A Comissão Pastoral da Terra (CPI), presente na região desde 1977, se tomou
rapidamente o espaço onde se concentravam todas as denúncias. Por exemplo, documentos da
Fetagri de 1977 já relatam abusos e denúncias. Também, uma carta recebida em 1978 revela que “o
Chicô [um dos empreiteiros da fazenda] não paga. Ninguém recebe quando trabalha para ele”
(GPTEC, V6 3).
A partir de 1980. a CPT começou a anotar e registrar todos os casos de violência ligados à
exploração da terra e procurou lutar pela defesa dos trabalhadores. Mas era uma luta extremamente
desigual: o isolamento geográfico da região (localizada a 1.000 quilômetros de Brasília e de
Belém), ligado à repressão generalizada do governo militar, tornava impossível contar com alguma
autoridade pública. Além disso, a imprensa brasileira não publicava quase nada relacionado a esses
problemas.
No entanto, as denúncias se multiplicavam. A partir de 1983, enquanto a CPT continua
recebendo pessoas e famílias relatando violências acontecendo na VCRC, a situação muda. De
acordo com os registros de Pe. Ricardo Rezende Figueira, neste ano o jornal O Globo, do Rio de
Janeiro, finalmente publicou uma notícia pequena sobre essas denúncias de trabalho escravo na
fazenda da Volkswagen. Esta notícia foi vista pela imprensa internacional, que começou a solicitar
informações mais detalhadas sobre estes acontecimentos. Este foi o ponto inicial de uma série de
ações articuladas entre o nível local (a CPT, o Sindicato de Trabalhadores Rurais, a diocese),
estadual (audiências com o governador), federal (intervenção de deputados federais) e internacional
(imprensa, ONGs. sindicatos e partidos políticos).
A articulação entre a imprensa internacional (não apenas a alemã), os sindicatos dc São
Paulo, os sindicatos alemães e membros de Amnesty Internacional teve o efeito de divulgar um
outro aspecto do empreendimento da Volkswagen. Em maio/junho de 1983, as primeiras denúncias
sérias são divulgadas na impresSá e comunicadas às autoridades públicas. O esquema do sistema de
trabalho da fazenda vai mostrando, pouco a pouco, a sua triste realidade. Além dos funcionários
oficiais da Volkswagen, cujas condições de trabalho são efetivamente boas, existem seis
empreiteiras (3) que usam mão-de-obra sem qualificação para derrubar a floresta. Elas empregam
mais ou menos 500 trabalhadores, fora da época da derrubada, momento em que mais de 1.000
trabalhadores são empregados. Os dois principais “gatos” são o Chicô (Francisco Andrade Chagas)
e o Abílio (Abílio Dias de Araújo), conhecidos como prepotentes e violentos (4).
Rapidamente, numerosos depoimentos foram acumulados, que revelam casos de abuso de
poder e torturas. Trata-se de “peões amarrados numa árvore”, de “violência à mulher”, de
“lavradores espancados” (GPTEC. V6 40.1), de “homens torturados, tiros, violência sexual, gente
que morre por não ser atendido, fraude nos preços dos produtos, roubos” (GPTEC, V6 21.1). São
trabalhadores “detidos, coagidos e pressionados pelos encarregados como verdadeiros escravos,
sem direito de sair da fazenda” (GPTEC, V7 221) que preferem se calar quando conseguiram fugir:
“Já que consegui sair livre com vida, é melhor esquecer o que passou” (GPTEC, V6 34.1).
As condições de trabalho se revelam extremamente precárias. Aqui segue um depoimento entre
muitos outros:
Meu nome é Manuel. Sou natural de Couto Magalhães, Estado de Goiás. Sou solteiro. Tenho 22
anos. Em abril de 1981, vim trabalhar na fazenda Vale do Rio Cristalino, da Volkswagen. No
serviço de derrubada. O empreiteiro [o “gato”] de nome Walte prometeu pagar 7.000,00 o alqueire.
Chegando lá começamos a trabalhar. A água que tinha para beber era de um poço, água muito suja,
com mosquito em cima. Logo todos pegamos a maleita, a febre. Como não estava rae sentindo bem,
na metade da derrubada resolvi vinTembora. Eu e mais 16 companheiros fomos procurar o
pagamento. Eles não quiseram pagar. Quando a gente tava na estrada apareceu o Walte e o seu
cunhado de nome Chicô armados e obrigaram nós a voltar para continuar a trabalhar. Depois disso é
que a coisa ficou preta mesmo para o nosso lado. Tinha vez da gente ser obrigado a entrar para fazer
demibada direto de terreno que no dia anterior tinha sido queimado. E a gente trabalhando naquele
lugar quente ainda, e com malária em cima. Fui obrigado a trabalhar todos os dias, mesmo domingo,
não tinha descanso. Só no mês de setembro de 1981 é que eu mais seis companheiros conseguimos
vim embora. Viemos sem receber nada pelo nosso serviço. E muito doente. Eu tava só um restinho.
Conceição do Araguaia, 06 de julho de 1983 (GPTEC, V6 38).
A gestão do trabalho aparece semelhante aos outros casos desse tipo: “Os preços altíssimos
das mercadorias, o roubo nas contas, o roubo na medição, fazem com que o peão nunca tenha saldo
e nunca possa sair” (GPTEC, V6 40.1). Os trabalhadores ficam presos na sua condição de peão,
privados de seus direitos elementares: “a provação veio, a escravidão chegou para eles que ficaram
sem direito até do pão, até as cartas e pouco dinheiro que mandaram nunca chegou” (GPTEC, V7
17.3).
Para o peão, a pior catástrofe é cair doente, o que acarreta sua imediata expulsão do canteiro de
obras. Solteiro ou não, o peão é um homem solitário condenado a uma vida errante. No fundo de sua
cabana, as valises, algumas cobertas e nada mais (GPTEC, V6 9.3).
Encontramos aqui um tipo de relação de trabalho, o “aviamento” (5), baseado ein práticas
que datam dos tempos da colônia e que vêm da região Nordestina (Palmeira, 1977 e Garcia, 1989):
cadeias de comerciantes, hierarquizadas, davam bens de consumo e algumas ferramentas para os
trabalhadores, cobrando assim, com o adiantamento desses bens, o salário que ia ser recebido na
coleta do látex. A diferença, em mais ou em menos, se tomava em dinheiro ou em dívida. As
condições sociais do “aviador” e do trabalhador faziam com que se criasse uma dependência
econômica total do segundo em relação ao primeiro. Isso se traduzia em uma situação de
escravidão, freqüentemente apoiada por uma polícia privada e às vezes pela polícia oficial. Este tipo
de relação não caracteriza o Brasil em geral mas deixou marcas profundas no sistema social
brasileiro, em particular no sistema político.
Como ressalta Christian Gefffay, é impossível entender as características sociais atuais do
país “sem tomar Conta dessa relação e do seu destino” (Geffray, 1996, 153). Isto parece ainda mais
pertinente no que diz respeito à região amazônica que, com os vários programas de distribuição de
terras e de subsídios fiscais, se tomou um lugar de imigração intensa, onde o fracasso do processo
agrícola reforçou a competição para o acesso a posições de intermediário. (6)
Em julho de 1983, uma expedição, liderada pelo então deputado federal Expedito Soares,
visitou a fazenda, a convite da Volkswagen. O relatório desta confirma os fatos:
Quando chegamos à fazenda o Sr Brügger e outros responsáveis pelo projeto e também pela
empresa Volkswagen, nos relatavam o quanto a Volkswagen no Pará cumpre seus encargos sociais.
Mas é preciso deixar claro que a empresa não paga a contribuição sindical, o imposto sindical que é
recolhido anualmente do trabalhador, sindicalizado ou não, ao Sindicato Rural. (...) Em nosso último
dia de visita à Companhia Cristalino nos encontramos com um trabalhador de nome Eliscu, que
caminhava mancando, com um chinelo num pé e uma botina no outro. O Sr Eliseu se aproximou de
nós com lágrimas nos olhos e nos explicou que fora demitido da fazenda, sem que lhe fosse pago
qualquer direito trabalhista, e que trabalhara na fazenda durante sete anos. (...) Estávamos com a
direção da empresa quando esse trabalhador nos procurou e discutimos esse episódio acompanhados
pelo padre Ricardo Rezende, que afirmou ao Sr Brügger: “existe o problema, vocês devem estar
escondendo alguma coisa”. E a resposta do Sr Brügger foi a seguinte: “Isso não é problema meu”
(...). Observamos que o Chicô, o Abilão e outros empreiteiros se utilizam de uma artimanha já muito
conhecida na região. Levam o trabalhador da pequena cidade para a fazenda, propõem para ele um
abono de cinco, sete e às vezes de vinte mil cruzeiros com uma proposta de trabalho. O trabalhador
aceita aquele dinheiro e segue para a empreitada. Só que nunca mais recebe nada e não tem
condições de sair. O armazém “come” todo o salário, e por meses a fio o trabalhador permanece
naquele mato, sendo humilhado, perseguido e sem condições de sair, inclusive, sendo morto, como
já aconteceu com diversos trabalhadores(...) Se alguém tentasse passar pela guarita, onde ficam o
chefe da segurança, Sr. Adão e seus fiscais, ele era preso, amarrado e entregue para a polícia (...)
eles levam um sermão e a gente traz de volta (GPTEC, V6 47.1).
...não há tortura na fazenda dá Volkswagen (...) As empresas estrangeiras são alvo de denúncias (...)
especialmente durante os dois últimos anos, quando o Brasil se encontrou em uma crise econômica
muito grave e que a empresa despediu 15% dos trabalhadores [40.000 homens] (...) A maioria dos
600 trabalhadores são contratados por empreiteiros. A Volkswagen não tem responsabilidade pelas
condições de trabalho desses homens (GPTEC, V6 59.4).
As acusações são simplesmente falsas (...) Volkswagen do Brasil é uma força. Uma força que ajuda
os brasileiros a desenvolver seu país e a combater a pobreza e a fome (...) No setor social, a
Volkswagen do Brasil é exemplo não só para o Brasil, mas para toda a América Latina (...) A
Volkswagen não tem a profissão de filantropia e não se preocupa com isso (GPTEC, V6 8.1).
Mais do que pessoas ou empresas, preferimos apontar a responsabilidade de um sistema,
ligado a várias dinâmicas históricas, políticas e econômicas, que sc encontra questionado através da
história aqui relatada. Primeiro, não é o papel do pesquisador julgar alguns fatos. Existe, para isso, a
justiça. Segundo, o nosso objetivo se limita a revelar alguns pontos característicos de um processo
que resulta na existência de trabalhadores escravos, o que parece agora possível.
Conclusão
A aventura da Volkswagen na frente pioneira da Amazônia mostra alguns elementos que
parecem fundamentais para entender em profundidade o fenômeno de escravidão moderna.
Esperamos que futuras análises destes elementos possam permitir o avanço na luta contra essas
práticas inaceitáveis em um pais democrático.
A história contada neste presente artigo revela categorias de atores sociais bem definidas:
investidores privados, instituições públicas, profissionais e técnicos agrícolas, empreiteiros,
pistoleiros e fiscais, peões, militantes da Igreja, jornalistas, políticos, ONGs. O que interessa aqui é
enfocar sobre as dinâmicas existentes entre esses diferentes atores. Existem claraménte grupos de
atores com interesses compartilhados. De um lado, as empresas privadas, aliadas com as
autoridades públicas na busca de lucro financeiro, às \ezes escondido atrás da justificação
desenvolvimentista. Por outro lado. os funcionários fixos da fazenda, que vendem seus serviços por
uma remuneração considerada justa e têm, neste sentido, interesse comum para manter sua fonte de
renda. Nesta perspectiva, encontramos um problema para saber onde enfiam os que não têm outros
capitais a vender além da sua força de trabalho, os peões. A história da Volkswagen mostra que eles
fazem parte também de uma categoria de atores que compartilham interesses, mas são interesses
que escapam da esfera econômica. Trata-se do conjunto de atores articulados para promover uma
concepção ética do trabalho e lutar contra os abusos dos dominantes sobre os que não têm recursos
suficiente para contrabalançar o processo exploratório desequilibrado.
Esta distinção levanta várias perguntas: Quais são os pressupostos institucionais que
permitem a integração da segunda categoria (os assalariados oficiais) no processo de investimento
capitalístico? Este último seria rentável se o direito do trabalho fosse respeitado? Qual foi
exatamente o papel das autoridades públicas nesta história? Subordinadas pelo capital privado?
Promotoras do processo? Cientes da exploração abusiva dos trabalhadores, considerando esta como
o preço a pagar para o “desenvolvimento”? O aparelho público foi de fato abusivamente usado para
satisfazer os interesses privados dos dominantes ou trata-se de um efeito secundário inevitável
devido a alguma falha no próprio sistema?
Além disso, observam-se dinâmicas sociais que parecem determinantes para explicar o
processo. Existe uma luta ideológica entre duas visões do desenvolvimento. Trata-se de uma batalha
altamente política entre um modelo de desenvolvimento capitalista liberal, dentro do qual os meios
de produção devem sei criados através da exploração não-capitalística da mão de obra (Martins,
1994, 9-10), e um modelo de desenvolvimento social, que coloca em primeiro lugar as condições de
vida das pessoas humanas e considera necessário um controle coletivo sobre a produção
capitalística. Cada campo usa os recursos disponíveis para defender sua posição. O caso da
Volkswagen c particularmente interessante do ponto de vista da escala internacional, hoje chamada
de “globalização”. De um lado, permite compartilhar os benefícios da tecnologia e da modernidade
no quadro de investimentos importantes. Do outro, foi pela circulação de informações e recursos em
escala internacional que a denúncia foi possível, o que mostra que a “globalização" não vale só para
os fluxos financeiros. O atual movimento de fortalecimento de uma “sociedade civil internacional”
reflete este ponto.
Enfim, não podemos esquecer o componente geopolítico revelado aqui. A região Amazônica
aparece mais uma vez como um espaço geográfico vazio cujos recursos devem ser explorados e
protegidos da “cobiça internacional” através da sua colonização. Esta visão, extremamente redutora,
parece infelizmente ainda muito comum nas elites brasileiras. Ela revela a dominação da região
norte do Brasil pela região sul, aonde o caso da Volkswagen não deve apagar os numerosos casos
comparáveis onde empresas nacionais brasileiras estejam envolvidas; c a dominação do sul do
planeta pelo norte, sendo o poder de uma empresa alemã na escala nacional brasileira uma
consequência direta desta dominação. Este ponto chama a atenção sobre o atual boom do
agronegócio na Amazônia, onde se encontra a mesma aliança entre capitais privados nacionais e
internacionais e o aparelho público brasileiro para servir os interesses do “desenvolvimento” da
região amazônica e do país em geral
Para concluir neste sentido, mantendo-nos no campo dos registros de testemunhos,
reproduzimos aqui uma declaração do diretor da fazenda, Sr. Brügger. datada de 1985:
O senhor não deve esquecer que estes empreiteiros, embora sejam tão execrados em vários lugares,
no fundo também são empresários. Eles são o primeiro degrau nessa zona de desenvolvimento
(GPTEC V8 7.1).
Essa declaração sugere a seguinte pergunta: em que medida o trabalho escravo não é a
consequência direta de uma certa concepção de desenvolvimento que ainda prevalece nas políticas
públicas?
Notas
(1) Segundo o índice TGP-DI da Fundação Getúlio Vargas (1 cruzeiro de janeiro de 1974 sendo equivalente a
1,92 RS era agosto de 2005).
(http://www.fee.rs.gov.br/sitefee/pt/c0ntent/servicos/pg_atualizacao_valores.php)
(2) À Proposição 31 da Sudam, de 1987, aprovou a venda da fazenda ao Grupo Empresarial Matsubara. No
entanto, a Mistubara não pagou. Completamente deteriorada, a fazenda foi então recuperada pela
Volkswagen, sendo novamente vendida depois que a empresa cumprisse a determinação judicial de pagar a
três dos trabalhadores que haviam de lá escapado em 1983.
(3) Dirigidas pelos “gatos”. Segundo Figueira, o “gato” “é um empreteiro que está a serviço da fazenda.
Pode ser o empreteiro principal que coordena o trabalho de empreteiros menores e subempreteiros,
distribuindo-os nos lotes c definindo suas atividades. Constituído como firma empreteira, tem contrato de
trabalho assinado com a empresa, pelo qual se compromete a entregar determinadas tarefas executadas em
um prazo máximo previsto. A empresa contratante se compromete, às vezes, a adiantar uma parte do valor
do contrato no início do trabalho e pode, a seu critério, efetuar novos pagamentos no transcorrer do serviço.
A totalidade do valor estipulado no contrato só será paga quando a tarefa for concluída” (Figueira, 2003,
246).
(4) O Chicô declarou em 1981: “andam dizendo que sou culpado disso, mas é bom não mexerem comigo,
pois sou um homem rico e posso dá dinheiro para qualquer um meter a faca em outro e depois passar para o
outro lado do Araguaia” (GPTEC, V6 50).
(5) Sobre o “aviamento”, ver: Reis (3953): Santos (1980); Wemstein (1983): Geffray (1995, Í996) e Léna
(1996).
(6) É importante ressaltar aqui que a “escravidão por dívida”, mesmo sendo característica da região
amazônica, é um fenômeno internacional. Existia no México, como lembra Marx em O Capital, também em
São Paulo em meados do século XIX e, segundo os trabalhos da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), há países onde a incidência é incomparavelmente maior do que no Brasil.
Referências bibliográficas
FIGUEIRA, Ricardo Rezende. Pisando fora da própria sombra. A escravidão por divida no Brasil
contemporâneo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.
GARCIA, Afrãnio Jr. Libres et assujettis. Matché du travail et modes de domination au Nordeste. Paris:
Maison des Sciences de 1’Homme, 1989.
_ “Le modèle de 1’exploitation patemaliste”, In: Lusotopie, L’oppression patemaliste au Brésil. Paris:
Karthala, 1996.
L’Hebdo, 10/02/1983.
LÉNA, Philippe. “Les rapports de dépendance personnelle au Brésil. Permanence et transformation”, In:
Lusotopie, L 'oppression patemaliste au Brésil. Paris: Karthala, 1996.
“A Igreja face à política agrária do Estado”, ln: PAIVA, Vanilda (Org.). Igreja e questão agrária. São
Paulo: 1985. V. 1: 110-126.
Palmeira, Moacir (Org.). Projeto emprego e mudança sócio econômica no Nordeste. Rio de Janeiro: Museu
Nacional, 1977. 12 volumes.
PINTO, Lucio Flávío. “O mito da proteção: a Amazônia”, In: DTNCAO, Maria Angela. “O Brasil não é
mais aquele... Mudanças sociais após redemocratização”. São Paulo: Cortez, 2001.
Reis, Arthur Cézar Ferreira. “O seringal e o seringueiro”, Documentário da vida rural, no.5. Rio de Janeiro,
Brasil: Ministério da Agricultura, 1953.
Santos, Roberto. História Econômica da Amazônia (1800-1920). São Paulo: T.A. Queiroz, 1980.
Weinstein, Barbara. The Amazon rubberboom, 1850-1920. Stanford: Stanford University Press, 1983.
Benjamin Buclet é Doutor em Socioeconomia do Desenvolvimento pela Ecole des Hautes Etudes en
Sciences Sociales (EHESS) e membro do Grupo de Pesquisa sobre o Trabalho Escravo Contemporâneo da
UFRJ, programa de trabalho 2005.
í (| ■ ■■ *; >"N
rjtó.. v, fi
1 '' \i >' >.
Or }•. - ..\J U- • -
* i
ÇÁO
V DEMOCRÁTICA FEMININA GAÚCHA (ADFG)
Pô ivro A L LI f i I s* E
H. G. SUL
*i
ruu )jic;m do OI i v<‘i ra , J 250
'R;
y-üíx&i o"
Vanda X,fí«ibv I 1 k a P . Í! o;> r? Mn/*d'i Boimer ■v
V
AN G 1 a ij ti n
**t ' o v
V. », r,*-, t.r/i. ^ n f,/A * u f* »• r- o
) 8 ôc h |j c> s l o d (.• ] 9 7 6 .
>.
Açao Dcmücralícrpi rtminin-i G.mrlia
Rua Lucas de Oliveira, ) 2 50
Porto_ .Alegrc - RS
Prezadas Senhoras,
!:i'
;;i!
\
Woiígang Sauer
Vo 1 kswagon do lir a3 i1 -> • A.
Caixa Postal 30C26
01.000 SÃO PAULO - S. •' •
Senhor Sauer,
Voado recebido copia-dc V. carta do 13.0-.7Ó
endereçada a Açuo Democrática z caiar a a Oaucaa , pude c ona t atar
(juo alca do continuar ac .justificando do maneira absurda, corão
for na carta qu& a mir. dirigiu, V.S.a ainda reclaraa uma reapo^ta
dc minha parte, desmentindo as afíruaçoeo quo fiz.
Em primeiro lugar quero deixar bem claro que
jamais farol cal desmentido. Verifique! quo V.S.1"1 tampouco nega
que cometeu ínceadio do 9.130 hectares do matas o quo, netuo
aacia, protaude que eu doeminta uma coisa quo V.S,“ admite itr
verdade.
Esta queimada gigante foi observada pelo ' r'
Skylab o causou intranquilidade também no exterior.
Ea segundo lugar, maio ao interessa ocupar meu
tempo contanto convencer, conscion tirar ou alertar ao auto ri. aadec,
polo só elas «ao capares do mudar leio monstruosas como o.tss,
que porniton, a grupos, realizar cm nome do suas idéias coere
pr ogres o o, genocídios quo em outros países seriam punidos cor.. . a
/
u* • . .
RObLííT o Li U K L L: f'Am.uk
.. -.v-■v•'■*' "• v-!'' ’
«u «r v o r ci s d 0 ;r*Qyt portu o. tal ycr .... õ trotírao alj-u;;, ir. dio **fifc^***j cr'^,t>
i» i. í J o q U ti O o «. * e/ Vi o* C. O «1 w O \* II V O w 1 4* w 1# i- u lfl «1-0 i.»u U C 1. G wj ... wV
a
V. S. forra oLjuto a a a-dwi ruguo u Êialuabruaorro doj ale ..ee iC4U>
Crua, Maríiu. o iiu.-abo 11, que. e- . .;yc raa ua Artazoei u ao -.eee.e X ( X
a qua ja e.a IcJiO !lart iua , ruvo. ..Jo , áüoaiiciou o 13a-....o»- í/a’ ~‘v£
precios-íi nioro.
Entenda V.S.4* cot; 5 t&inua obri;;a«;oo «««o U
contra tutio aquilo <;uc c on a i u«~ r a r u»4 crirúc ocolo;.;:co vt t
J
ditíCordo w» ú uiu •' iO'«>.u l«.« «v v* á p ví c iá £ C o a c. o r r u %.> «». *. ^ ^
o c u Im ^ 1 o bu i r* «11 c ”»«.. i'* c*«- a u c «i. n L. ò «<o 11.. r.«««o 110 > cía «. I o i. u , v* ♦** i! u n .5 c <-c
C U u O T3. a 1 1# » '.l.ftUHU ' C OfiiU -C: a ê a d W rHVt Sjifá
J u U C O«• w •. «• O fcí ^ u, L í| u o
áúc por í&tío óculo cb-orvc.: co*• ;*otn&evito poiu, ao quu v»i£ C.0'ys> toi
V• ciap r o ci a foi l«u 11 a u a • laupcuco o i j;i p o r t a o ;;i o r« c ir**«: %-• d a mu* /to..
o íts a iroageo du V. •iapru^.S ioi prejudicada ou rrau. I*a ví ... O
i.rportaato a que o .. acfll r.l : ’. o da natureza c irrovcíü. v., i.
ü0:1. ;r.-;.l S.fu o joauato * «aparo que V. 3 . ** -eji t->‘'
rfíflVJ proibido do levar a ...-bo vousov plano » da queia-v.— mÚLscRjf -
vaiuudurf ., o q :a„ acredita, 6cri _ul'..or paira iodos.
Siucoramoa to,
§ji3 Kf Philip M. Fearnside, do Instituto Nacional de j Como se sabe, a formação de pastagens obedece às se-
Pesquisa da Amazônia, mostra que os Estados do Pará, guntes etapas: derrubada das árvores de menor valor comercial,
Maranhão, Goiás, Rondônia e Mato Grosso estariam des- retirada e estocagem das mesmas; limpeza da vegetação de peque- todas"No momento,
as receitas mais de^
dos Bad fe- 1
As vendas ,j
maiados completamente em 1990, G Acre, antes do ano no porte, através da queimada; semeadura de capim consorciado
2,000, Roraima e Amazonas pouco depois. Apenas o com leguminosas. Por conseguinte, são queimados exclusivamente médio de ongedesenvoWidas, de remedios a|
Amapá sobrevivería até o século 22. arbustos, ervas daninhas e outros tipos de mato, jamais árvores. . anuais, nas nações oe QS de florestas co- <
"As formas de devastação da floresta são várias. “A Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, ór- partir de recursos geneti de dò,ares, ,
Num extremo temos os projetos gigantes: corporações gão subordinado ao Ministério do Interior, aprovou até hoje 335 m 3 Am aZ
brasileiras ou multinacionais, ou mesmo pessoas influen- projetos agropecuários naquela região. A partir de sua implanta- ° 3
H d°oTrONU Ontantas
uso medicinal de produ-
tes, vão à Amazônia para multiplicar seu capital. Entre ção definitiva, sustentarão um rebanho de.5 milhões de cabeças, O. segundo dados o
J químicosderivadosde^ant^esp^ # 25% ao
especialmente as
elas, gigantes como Anderson Clayton, Goodyear, Vol- instaladas em área útil de aproximadamente 4 milhões de hectares
kswagen, Noxdorf Computer, Nestlé, Liquigás, Borden, A ONÇA e gerando 17 mü empregos diretos. Todos estes projetos, dos | drogas
ant,ca
"^r; de p|antas cultivadas-com seus ■
Kennecot Copper e o multibilionário americano Daniel quais o da Cia. Vale do Rio Cristalino é apenas um (com somente j ano. O cruzamento de P 0 rendimento i
Ludwig, ou mesmo cooperativas agrícolas do sul do 1,75% da área cujo desmatamento foi autorizado oficialmente pe- i Alime t o trigo, a cevada -
País. Mas esta é uma pequena fração da lista, que con- lo Governo Federal), utilizam-se exatamente dos niesmos méto- d das safras, " _nm0 ntlnca dos recursos ge-
tém centenas de nomes. Estas empresas montam proje- dos de desbravamento: derrubada da metade da floresta e queima-
tos enormes - fazendas de criação de gado, usinas de pa da da relva. j ísSSÍES-»».*,
pel, monoculturas de uma só espécie, imensas plantações “Esta, em resumo, é a verdade sobre a “destruição da selva
de arroz, cana-de-açúcar, serrarias e operações de mine- amazônica” que teria sido promovida pela Volkswagen i—•**"*•„ „„
ração 1 Professor C^Jo"g7érr do piré - 1983.
.! arual da SBPC em Betem
Extraído do artigo Quem está destruindo a Floresta Tro- Wolfgung Sauer, presidente da Volkswagen do Brasil, numa carta
pical Amazônica, de José Lutzenberger - 1984. escrita em 1976, em resposta ao indignado protesto enviado pela
ADFG contra queimada gigante realizada na .Amazônia.
vansus .
I l
u '6?s § o- efeito das compressas de ervas frescas, que
-A Companhia Va^ do RmCn^ahno^do Anúsirio publicado np Brasil em 1949. algumas vezes vimes os médicos indígenas empregarem
“No Brasil existem diversas espécies de nozes e castanhas: 2 nas úlceras malígnaSr foi tão rápido e eficaz, que atingiu
NO decorrer dos próximos ,n ‘ - rca« 110 mil ca-J castanha do Pará, a castanha do caju, o pinhão, o coco da Bahia, 0 . . yenfiquei que gigan- as raias do maravilhoso. Em oito dias cicatrízaram-se as
i Uniformada em pastos, que abngarao | amendoim e muitas outras espécies, No Nordeste existe o pequi, iitóo de 9,130. ht<*>s™* * 'e causou muanqOilida- úlceras do pé de um negro escravo, da minha comitiva,
1 bsçs de gado”. walkswaoen do Brasil, numa que é uma espécie de amêndoa; no Pará e no Ajnazonas econtnim- , f„í observada pelo satél.te y nos prôx.m® que se achava inválido, há meses, e haviam resistido a
' ***** e resposta ao indignaac protesto se diversas variedades de cocos, cujo valor, atestado pelos habitan- muitos medicamentos. Durante esse tempo, as úlceras
S| <*» T’//; 0Z queimada gigante realizada na j tes dessas regiões. e. no entanto, íotidmenie ignorado pelos ho- foram prensadas com papas feitas de uma planta fresca,
enviado peta ADt G contra q mens da ciência. machucada, Julocroton phagedenicus, arbusto perten-
' Amazônia- i ‘As vezes nos referimos às nozes como substitutos da carne, ^oívas 35 e
cente à família das Euforbiáceas. Com os mesmos vanta-
ESSSiSis mas eias merecem prioridade sobre a carne, visto como formaram «tronca * AWm de W josos resultados vimos trataram cordilomas com cataplas-
parte do regime origínalinente dado ao homem. Em igualdade de Não acredito em fogo também araras san. ma de Eupborbia cotinifolia. Também vimos cicatriza-
peso, seu valor calórico ultrapassa de duas a quatro vezes 0 da car- mnhas" devem ter -f j ferozes", cobras "peço- rem velhas úlceras do pé, num rapaz dosnts de discrasia
ne. As diversas espécies de nozes e castanhas são ótima fonte de llrentas", tatus '5™ndos '“nÇde yandB porte e talvez, ate verminosa, por meio de compressas de ficres esmagadas
Ü 3 :>;tde 1950. 3 área pastoril criada pelo homem ni Amé- proteína de alto valor biológico. Ricas também em gorduras a mi- qhentas", Ç ££r0faiba que o:-"arbustos e da planta aquática — Pistía occidenta/is.
rica Centrai mais do que duplicou - uma expansão que ocorreu nerais, principalmente cálcio, fósforo e ferro, são poSres era bí mesmo aiqurr L,dcs por V. Sa. forem ob,e
quase inteiramente às custas das florestas nativas, das quais dois drotos de carbono. Têm valor especial no regime vegetariano e :rostipos>^;"™ne”tP"e alemãs ilustres, "As cataplasmas do algodão americano, Gossypium
terços já desapareceram. Virtualmenle toda carne é despachada convém aos diabéticos e cutios doentes que têm de restringir os to de admiraçao e des Amazôniadenuncrou
narevoltado, no século o^ vitifolium, curam úlceras malignas crônicas, coma mais
para os Estados Unidos, onde, de acordo ccm o Conselho dos Im- carboidratos. ^ruuseHumbolí surpreendente rapidez. Os índios do rio Doce machucam
; |w
portadores de Carne da América, é absorvida, em sua maior par- “A castanha do Pará é um dos alimentos de primeira quali- x'\X e que jà em io a erva TiHandsia recurvata e empregam nas fraturas ós-
te. peio comércio de ham burgers e cachorro-quente gjj gp dade nesta ciasse das nozes. É rena que. como alimento, não me- maslacm de tão preciosa flora as «r/orac* seas das extremidades
reça mais atenção dos pocetes competentes. É produto genuina- 'dista Roberto
Paisagista Roberto Bur
B' «' - Walfgang Sauer
J W mente brasileiro, cuja produção, ?;n sua maior parte, devia ser 7cas do pres,dente *èADFG.
consumida pelo nosso povo”. 76. Burle Marx enviou cop (Kart Frietírich Phiiipp vor Martins — Natureza, doenças,
I UNE?. órgão pura proteção ao ambiente das Nações Unidas - Do Extraído de Nutrição e Vigor dr. Antônio A., de Miranda, c O
í aumento para c. Encontro dos Especialistas em Florestas Tropicais Conselheiro Médico do Lar, dr. Humberto O, Swartout - Casa medicina e remédios dos índios brasileiros— 1844. Com-
-Ntríròbi, 19S0. FubLcadora Brasileira ~ 1949. panhia Editora Nacional)
1
'A Senhor
'■'/olf/par.;; Sauor - íc < rc >4
~ VOLKS ,/AG3Ȓ DO BrfASIL SA
( Caixa postal 5026
'vi: 01000 São Paulo - 3P
V
\ Prezado Senhor Sauor,
r - i.
V
Estamos do posse de sua carta de 18»ü«76 & AD.PG, Ação
Democrática Feminina. únáchaa Ccno a eidy Torto e .cais militante .
entidade comunitária ac luta ambientai brasileira sentino-nos direta»
monto afetados por «este • assunto. -
UM
7 UTILIDADE 1’L IÍÜCA: DECK. :‘S.0'l< Í>H JO-ML73. I/O MMV. LO KST. fíO’S — CGC/.Má ’>•'
í; ;:p,v
ff
;»|É
WtWê
•>’>•■- gsS
0, /'iK
fm-,
WBm-\
'ámM
%ÍliSSl$
ílíSfei»
WÊiê
wBktjm s>!
57768 Quinta-feira 30 DIÁRIO DA CAMARA DOS DEPUTADOS Outubro de 2003
INDICAÇÃO N° 1.023, DE 2003 4. O desmembramento da representa-
(Do Sr. Gonzaga Patriota e Outros) ção diplomática cumulativa do Brasil junto à
Ordem de Malta e à Santa Sé, sem qual-
Sugere ao Excelentíssimo Senhor quer ônus ao Erário, mediante a nomeação
Presidente da República dentre outras, a do Professor Doutor Vittorio Emmanuel Pa-
indicação do nome do Engenheiro Marcelo reto para Embaixador do Brasil junto à
Soares Da Silva para ocupar as funções de Ordem em razão do seu profundo conheci-
Embaixador da Ordem de Malta no Brasil mento da instituição, do seu duplo domicílio,
além de suas significativas qualidades mo-
Despacho: Publique-se. Encami- rais, intelectuais e técnicas (técnico perma-
nhe-se nente da Comunidade Européia).
Excelentíssimo Senhor Presidente da República:
Desejoso em contribuir para o aperfeiçoamento Sala das Sessões, 10 de outubro de 2003 -
das relações entre o Brasil e a Soberana Ordem Mili- Deputado Gonzaga Patriota.
tar de Malta; Brasília, 22 de julho de 2003
Convencido de que o aperfeiçoamento dessas
relações resultará em reais benefícios à população Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
brasileira: Nós parlamentares do Congresso Nacional ao
Convencido de que é imprescindível “sair pelo fim assinados,
mundo buscando as soluções para nossos proble Desejosos em contribuir para o aperfeiçoamen-
mas“, também mediante parcerias internacionais; to das relações entre o Brasil e a Soberana Ordem Mi-
Convencido de que a cooperação entre o Go- litar de Malta;
verno e a Igreja, na maior nação católica do mundo, Convencidos de que o aperfeiçoamento dessas
possibilitará a abertura de novas e eficazes vias de relações resultará em reais benefícios à população
concretização das grandes esperanças que o povo brasileira;
depositou nas mãos de Vossa Excelência; Convencidos de que é imprescindível “sair pelo
Reconhecendo a vasta experiência humanitária mundo buscando as soluções para nossos proble-
da Soberana Ordem Militar de Mafta em todo mundo, mas’’, também mediante parcerias internacionais,
há mais de 900 anos; Convencidos de que a cooperação entre o Go-
Convicto de que o atual Governo busca soluções verno e a Igreja, na maior nação católica do mundo,
urgentes de alto impacto social e baixo custo ao Erário possibilitará a abertura de novas e eficazes vias de
para a construção de urra nação mais justa e fraterna; concretização das grandes esperanças que o povo
depositou nas mãos de Vossa Excelência;
Considerando que existe situação pessoal in-
compatível com as diretrizes fixadas pelo atual Go- Reconhecendo a vasta experiência humanitária
verno, no âmbito das relações entre o Brasil e a Sobe- da Soberana Ordem Militar de Malta em todo mundo,
rana Ordem Militar de Malta, há mais de 900 anos;
Convictos de que o atual Governo busca soluções
Proponho, por meio Desta Indicação, o Seguinte: urgentes de alto impacto social e baixo custo ao Erário
para a construção de uma nação mais justa e fraterra;
1. A criação do Grupo de Trabalho de Considerando que existe situação pessoal in-
Cooperação e Integração Brasil - Ordem de
compatível com as diretrizes fixadas pelo atuai Go-
Malta, conforme minuta de decreto anexa.
verno, no âmbito das relações entre o Brasil e a Sobe-
2. A declaração de que o atual Embai- rana Ordem Militar de Malta,
xador da Soberana Ordem de Malta no Bra-
sil, Sr. Wotfgang Sauer, cidadão naturaliza- PROPOMOS
do brasileiro, “é pessoa não aceitável” ao
Estado, nos termos do Artigo 9o da Conven- 1. A criação do Grupo de Trabalho de
ção de Viena, como também todos os mem- Cooperação e Integração Brasil - Ordem de
bros do pessoal diplomático de sua missão. Malta, conforme minuta de decreto anexa.
3. O nome do Engenheiro Marcelo So- 2. A declaração de que o atual Embai-
ares da Siiva para novo Embaixador da xador da Soberana Ordem de Malta no Bra-
Ordem de Malta no Brasil, a ser apresenta- sil, Sr. Wolfgang Sauer, cidadão naturaliza-
do às autoridades competentes da Ordem, do brasileiro, “é pessoa não aceitável' ao
por suas altas qualidades morais, intelectua- Estado, nos termos do Artigo 9o da Conven-
is, técnicas e por seu ótimo relacionamento ção de Viena, como também todos os mem-
com a hierarquia da Igreja Católica. bros do pessoal diplomático de sua missão.
cM ~K!cCs\ A fo \ O
a\ c.A/H/%a/HA
/AtXr_À>A\TT~E /
Outubro de 2003 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Quinta-feira 30 57769
3, O nome do Engenheiro Marcelo So- § 1° Os órgãos da Administração Pública indica-
ares da Silva para novo Embaixador da rão um representante a ser nomeado pelo Presidente
Ordem de Malta no Brasil, a ser apresenta- da Republica.
do às autoridades competentes da Ordem, § 2a As reuniões do Grupo de Trabalho serão
por suas altas qualidades mc rais. intelectua- coordenadas pelo representante da Assessoria
is. técnicas e por seu ótimo relacionamento Especial do Presidente da República.
com a hierarquia da Igreja Católica.
§ 3o A Secretariâ-Geral da Presidência da Repú-
4. O desmembramento da representa- blica prestará apoio técnico e administrativo para o
ção diplomática cumulativa do Brasil junto à
funcionamento do Grupo de Trabalho,
Ordem de Malta e à Santa Sé, sem qual-
quer ônus ao Erário, mediante a nomeação 'Alt: 3o Os resultados dos trabalhos desenvolvi-
do Professor Doutor Vittorio Emmanuel Pa- dos serão apresentados no prazo máximo de 120
reto para Embaixador do Brasil junto à dias às Presidências envolvidas.
Ordem em razão do seu profundo conheci- Este decreto entrará em vigor na data de sua
mento da instituição, do seu duplo domicílio, publicação
além de suas significativas qualidades mo- Brasília, de julho de 2003,182° da Independên-
rais, intelectuais e técnicas (técnico perma- cia e 115° da República - Luiz Inácio Luta da Silva.
nente da Comunidade Européia).
Altezza Eminentíssima,
Respeitosamente, - Gonzaga Patriota - Vit- Ecc.Mo Signore Gran-Cancelliere
torio Emanuel Pareto. e Nobile Sovrano Consiglío
GRUPO DE TRABALHO DE COOPERAÇÃO Presenfiamo a Vostra Altezza Eminentíssima e
E INTEGRAÇÃO BRASIL - alie Vostre Eccellenze le copie delia Proposta Parla-
SOBERANA ORDEM DE MALTA mentara che sarà consegnata all Ecc.mo Signore Presi-
dente delia Repubbliea e che tratta delTampIiaimento
Dispõe sobre sua criação. deite reíazioni fra TOrdine di Malta ed II Brasile.
La Chiesa, sebbene non appartenga al mondo,
Presidência ds República. é presente nellesocietà úrriane. Per questa presenza,
DECRETO DE DE JULHO DE 2003 essa devé agire como il lievito nel pane, contribuendo
effettivamente affinchè le società si organizzino se-
O Presidente da República, no uso da atribuição cando i valori e le esigenze dei Regno di Dío
que lhe confere o artigo 84, incisos IV, VI, alínea a e
VII da Constituição, (Direttrici Generalí dell‘Azkme Evangelizzatrice
delia Chiesa in Brasile).
Decreta:
In Brasile, ii Sovrano Ordine di Malta, come ordine
Ari 1Q Fica criado o Grupo de Trabalho de Coope- laico, deve essere artche íl lievito ndla costruzbne di
ração e Integração Brasil - Soberana Ordem de Malta una nazione piu cristiana e fraterna aiutando i poveri ed i
com a finalidade de formular e propor políticas de coope-
ração e integração enlre o Brasil e a Soberana Ordem malati in una comunfone armoniosa con fepiscopato.
Militar de Malta (Associação de Brasília e Brasil Setentri- In questo modo, aseoRando H ela mora di quast due
onal), mormente nos campos humanitário e militar. terzi dei rappresentanti dei popolo brasiliano ed al perce
Art. 2o O Grupo de Trabalho é composto por re- pire Ia necessiià dS rinnovamento deila rappresentanza
presentantes dos seguintes órgãos e entidades: diponriatica ddFOrdem in Brasle, starro d accordo con ia
Proposta Parlamentara al tempo in cui speriamo di vede-
I - Assessoria Especial do Presidente re le indicazioni segnalate nel documento airEcc.mo Sig-
da República nore Presidente deite Repubbliea accotte previaménte,
II - Ministério das Relações Exteriores; dal Gràn-Magistero, in c» diè considerará gíusto.
III - Ministério da Assistência Social; Che Ia Sede delia Sapienza sia ispiratrice delie
IV - Ministério da Saúde; ímportanti decisióni che Vostra Altezza Eminentíssi-
V - Escola Superior de Guerra; ma e ie Vostre Eccellenze consWereranno vaiide a
VI - Ordinariado Militar, questo propósito.
VII - Associação de Brasília e Brasil Cón Ia nostra benedízione.
Setentrional, designado por seu Presidente; Brasília, 26 de agosto de 2003. - D. Geraldo
VIII - CNBB designado por seu Presi- Majella Cardinatc Agnelo - D. Geraldo do Espírito
dente. Santo Ávila.
57770 Quinta-feira 30 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Outubro de 2003
INDICAÇÃO N° 1.023/03
Proposição: 1NC-1023/2003
Autor da Proposição: GONZAGA PATRIOTA
Data de Apresentação: 15/10/2003
Ementa: Sugere ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República
dentre outras, a indicação do nome do Engenheiro MARCELO
SOARES DA SILVA para ocupar as funções de Embaixador da
Ordem de Maita no Brasil,
Assinaturas Confirmadas
1 Adão Pretto PT RS
2 Adauto Pereira PFL PB
3 Agnaldo Muniz PPS RO
4 Alberto Fraga PMDB DF
5 Alceste Almeida PMDB RR
6 Alceu Collares PDT RS
7 Alex Cariziam PTB PR
8 Alexandre Cardoso PSB RJ
9 Alexandre Santos PP RJ
10 Alice Portugal PCdoB BA
11 Aimerinda de Carvalho PMDB RJ
12 Almir Sá PL RR
13 Álvaro Dias PDT RN
14 André Luiz PMDB RJ
15 André Zacharow PDT PR
Outubro de 2003 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Quinta-feira 30 57771
16 Angela Guadagnin PT SP
17 Aníbal Gomes PMDB CE
18 Ann Pontes PMDB PA
19 Anselmo PT RO
20 Antonio Cambraia PSDB CE
21 Antônio Carlos Biffi PT MS
22 Antonio Carlos Biscaia PT RJ
23 Antônio Carlos Magalhães Neto PFL BA
24 Antonio Carlos Mendes Thame PSDB SP
25 Antonio Carlos Pannunzio PSDB SP
26 Antonio Cruz PTB MS
27 Antonio Joaquim PP MA
28 Antonio Nogueira PT AP
29 Ariosto Holanda PSDB CE
30 Armando Monteiro PTB PE
31 Arnaldo Faria de Sá PTB SP
32 Amon Bezerra PTB CE
33 Aroldo Cedraz PFL BA
34 Asdrubal Bentes PMDB PA
35 Assis Miguel do Couto PT PR
36 Athos Avelino PPS MG
37 Átila Lira PSDB PI
38 Augusto Nardes PP RS
39 B. Sá PPS PI
40 Barbosa Neto PSB GO
41 Benedito de Lira PP AL
42 Benjamin Maranhão PMDB PB
43 Bernardo Ariston PMDB RJ
44 Beto Albuquerque PSB RS
45 Bismarck Maia PSDB CE
46 Bonifácio de Andrada PSDB MG
47 Basco Costa PSDB SE
46 Cabo Júlio PSC MG
49 Carlos Alberto Leréia PSDB GO
50 Carlos Dunga PTB PB
51 Carlos Eduardo Cadoca PMDB PE
52 Carlos Nader PFL RJ
53 Carlos Sampaio PSDB SP
54 Carlos Souza PL AM
55 Carios Willian PSC MG
56 Cetcita Pinheiro PFL MT
57 Celso Russomanno PP SP
58 César Bandeira PFL MA
59 Cezar Schirmer PMDB RS
60 Chico da Princesa PL PR
57772 Quinta-feira 30 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Outubro de 2003