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Noite 7

Personagens: Camila, Mayara e Nicoly

Cena 1
A mãe de Robert (Camila) estava preocupada:
“Estou preocupada, eu realmente não sei o que está acontecendo com
este menino. Antes só queria saber de passear no pátio, parque ou jogar futebol,
com Albert, Charlie, Enzio, e os outros. Agora só quer saber de ficar enfiado
nesse quarto, o dia todo, e em vez de fazer a tarefa fica desenhando coelhos
numa folha enorme de papel. ” (Camila).

“Silêncio! Você está me confundindo e eu preciso me concentrar. ”


(Mayara)
“E fica o tempo todo murmurando números e números. Isso não pode ser
normal. ” (Camila)
Ela falava sozinha, como se Robert nem estivesse no quarto.
“Antes, nunca se interessou por números. Pelo contrário: sempre xingou
o professor por causa das tarefas cheias de contas. Ora, vá tomar um pouco de
ar fresco! ”-exclamou afinal. (Camila)
Robert ergueu a cabeça da folha e disse:
“Você tem razão. Se continuar contando coelhos, vou ficar com dor de
cabeça. ” (Mayara)
E saiu de casa, logo que chegou fez suas coisas e foi dormir, mas antes
lembrou de por um pincel no bolso do pijama.
Cena 3
“Hoje vou lhe mostrar uma coisa muito legal. “ (Nicoly)
“O que você quiser, mas não me venha de novo com coelhos. Passei o
dia todo atormentado com eles, sempre confundindo os brancos com os
marrons. “ (Mayara)
“Esqueça isso! Venha comigo. ” (Nicoly)
Cena 5
O diabo dos números levou Robert até uma casa branca, parecida com
um cubo. Ela era toda branca por dentro também, até mesmo as escadas e as
portas. Entraram então num quarto grande, vazio e branco como a neve.
“Mas aqui não se pode nem sentar. E que blocos são esses? “ (Mayara)
Caminhou até um grande amontoado de blocos a um canto e os
examinou mais de perto.
“Parece vidro ou plástico...um monte de cubos, tem algo brilhando
dentro deles. Devem ser fios elétricos ou coisa assim. ” (Mayara)
“Eletrônica! Se você quiser, podemos construir uma pirâmide. ” (Nicoly)
O diabo dos números pegou então os primeiros cubos e os dispôs em
fileira no chão branco.
“Vamos em frente, Robert. ” (Nicoly)
E os dois continuaram com a construção, até que a fileira de cubos ficou
assim:
“Pare! Quantos cubos nós já temos? ” (Nicoly)
Robert põe-se conta a conta-los
“17, um número torto” (Mayara)
“Não tão torto quanto você pensa, basta apenas subtrair 1. ” (Nicoly)
“O que dá 16. Outra vez um número que saltou. Um 2 que saltou quatro
vezes: 16. ” (Mayara)
“Olha só...ficando esperto, hein? Mas vamos em frente com a construção.
Vamos colocar os próximos blocos sempre em cima da risca entre os dois de
baixo. (Nicoly)
“Tudo bem, mas isso nunca vai ser uma pirâmide. Embaixo, as pirâmides
são ou triangulares ou retangulares, e isto aqui é uma reta. Isto aqui vai ser um
triângulo. ” (Mayara)
“Ótimo, então vamos construir um triângulo mesmo. “ (Nicoly)
E seguiram assentando os blocos até o triângulo ficar pronto:
“Pronto! “ (Mayara)
“Pronto? Pois agora é que a coisa começa de verdade. “ (Nicoly)
Nicoly sobe por um dos lados do triângulo e escreveu um 1 no último cubo
lá de cima.
“Como sempre...você e esse seu 1! ” (Mayara)
“Mas é claro! É no 1 que se começa.” (Nicoly)
“E o que vem agora? ” (Mayara)
“Você já vai ver, em cada cubo nós vamos escrever a soma do que está
em cima dele. “ (Nicoly)
“Uma obra de arte” (Mayara)
Mayara, tira do bolso seu belo pincel atómico e escreve:
“Nada difícil...por enquanto, nem preciso de calculadora. “ (Mayara)
“Logo os números vão aumentar. Siga em frente! “ (Nicoly)
Mayara escreve:
“Facílimo, uma brincadeira de criança. “ (Mayara)
“Não seja tão convencido, meu caro. Espere só para ver no que vai dar. “
(Nicoly)
Mayara continua a fazer as contas e a escrever:
“Já dá para ver que os números nas bordas serão sempre o um, não
importa quanto a gente desça. E os números logo ao lado deles, na diagonal, eu
também já posso ir escrevendo, porque formam simplesmente a sequência dos
números comuns: 1, 2, e assim por diante“ (Mayara)
“E o que acontece com a fileira seguinte, na diagonal logo ao lado de 1,
2, e assim por diante? Dá uma lida nos quatro primeiros. ” (Nicoly)
O diabo dá um sorrisinho astuto nos lábios, e Robert começa a ler da
direita para a esquerda, e de cima para baixo:
“1, 3, 6, 10...esses números me parecem conhecidos...” (Mayara)
“Os cocos, os cocos! ” (Nicoly)
“Ah, claro! Isso mesmo! Já lembrei: 1, 3, 6, 10 são os números
triangulares. “ (Mayara)
“E como é que se chega neles? “ (Nicoly)
“Infelizmente já esqueci” (Mayara)
“Muito fácil:15 + 6 = 21” (Nicoly)
Robert escreve mais números nos cubos
“Ah, não! Você não pode exigir que eu calcule esses números todos de
cabeça” (Mayara)
“Como você quiser, mas não fique nervoso, posso fazer isso num
segundo! “ (Nicoly)
O triângulo é totalmente preenchido
“Fica bem apertadinho nos cubos de baixo, 12 870! Nossa! ” (Mayara)
“Ah, isso é fichinha. Tem muito mais!!“ (Nicoly)
“Você tem ideia do que foi que nós construímos? Isto não é somente um
triângulo: é um monitor! Como uma tela de computador. Eu só preciso ligar essa
coisa, e ela vai acender. “ (Nicoly)
Nicoly bate palmas uma vez, e o cenário fica escuro. Depois, bate uma
segunda vez, e o primeiro cubo lá de cima iluminou-se de vermelho.
“Outra vez o 1” (Mayara)
Nicoly bate palmas de novo, o cubo mais alto se apaga, e a fileira logo
abaixo fica vermelha.
“Você poderia talvez fazer esta soma? ” (Nicoly)
“1 + 1 = 2, nada de muito sensacional! ” (Mayara)
Nicoly bate palmas ainda uma vez, e então a terceira fileira se pinta de
vermelho.
“1 + 2+ 1= 4, e nem precisa continuar batendo palmas. Eu já entendi. É o
nosso velho conhecido, o 2, saltando. A próxima fileira dá 2 x 2 x 2, que é igual
a 8. E assim por diante: 16, 32, 64. Até o final do triângulo, lá embaixo. “ (Mayara)
“A última fileira, dá 216, que já é um número bem grandinho. Se você
quiser saber com exatidão, 65 536. “ (Nicoly)
“Melhor não! “ (Mayara)
“Tudo bem. “ (Nicoly)
Nicoly bate palmas, e o quarto ficou escuro de novo.
“Você não quer rever alguns outros velhos conhecidos? “ (Nicoly)
“Depende. “ (Mayara)
Nicoly bate palmas três vezes, acendendo novamente os cubos: alguns
ficaram amarelos, outros azuis, e outros, ainda, verdes ou vermelhos.
“Está parecendo desfile de Carnaval “ (Mayara)
“Veja as escadinhas de mesma cor que desce na diagonal da direita para
a esquerda? Vamos somar todos os números de cada uma dessas escadinhas
e ver quanto dá, começando de cima “ (Nicoly)
“A primeira só tem um degrau, 1, como sempre. “ (Mayara)
“E a amarela, logo embaixo? “ (Nicoly)
“A mesma coisa: 1. “ (Mayara)
“A próxima é a azul. “(Nicoly)
“1 + 1 = 2” (Mayara)
“Depois, a verde logo embaixo. “(Nicoly)
“2+1 = 3” (Mayara)
“Vermelha de novo: 1 + 3 + 1 = 5. Amarela: 3 + 4 + 1 = 8. Azul: 1 + 6 + 5
+ 1 = 13. “ (Mayara)
“E o que seria isto: 1, 1, 2, 5, 8, 13...” (Mayara)
“Os números de Bonatchi, é claro! Os números-coelhos. “ (Nicoly)
“Por aí você vê quanta coisa tem dentro do nosso triângulo. A gente
poderia continuar por vários dias, mas acho que, para você, já basta pôr hoje,
não é? ” (Nicoly)
“Isso você nem precisa repetir” (Mayara)
“Está bem então: chega de tanta conta. “ (Nicoly)
Nicoly bate palmas, e os cubos se apagaram.
“Mas nosso monitor é capaz de muito mais. Se eu bater palmas outra vez,
os números pares vão se acender em todo o triângulo, e os ímpares ficarão
apagados. Posso? “ (Nicoly)
“Por mim... “ (Mayara)
“Maiores e menores, os menores parecem cubos, mas, na verdade,
formam um triângulo, os médios tem 6 cubos, e o maior, de 28. Claro que são
todos números triangulares. O que você acha de acendermos todos os números
que podem ser divididos por 3, ou 5? Eu só preciso bater palmas, por qual deles
começamos? “ (Nicoly)
“Pelo 5, todos os números divisíveis por 5. ” (Mayara)
O Diabo bate palmas, os números amarelos se apagaram e números
verdes brilharam em seu lugar.
“Com isso eu nem teria sonhado, de novo, só triângulos, mas são outros
agora. É a mais pura bruxaria! “ (Mayara)
“Pois é, meu caro. Às vezes eu pergunto a mim mesmo onde é que
termina a matemática e começa a bruxaria. “ (Nicoly)
“Fantástico! E foi você quem inventou? “ (Mayara)
O diabo nega com a cabeça
“Então quem foi? “ (Mayara)
“Nem o diabo sabe! O triângulo dos números é uma coisa muito antiga,
bem mais velha do que eu. ” (Nicoly)
“Mas você também me parece bem velhinho. ” (Mayara)
“Eu? Saiba que sou um dos mais jovens habitantes do paraíso dos
números. Nosso triângulo tem no mínimo 2 mil anos, mas até hoje brincamos
com ele e seguimos descobrindo novos truques. “ (Nicoly)
“Se continuarem brincando, provavelmente os truques nunca mais terão
fim. ” (Mayara)
“É, a matemática é mesmo uma história sem fim, se procurar, sempre
acabará encontrando algo novo. “ (Nicoly)
“E vocês não podem parar nunca? ” (Mayara)
“Eu não, mas você sim” sussurrou Nicoly
Após sussurrar, os cubos verdes foram se apagando, o quarto estava
agora um breu, e logo Robert tinha esquecido tudo: os cubos coloridos, os
triângulos, os números de Bonatchi e até seu amigo, o diabo dos números.
Dormiu, dormiu e, quando ele acordou na manhã seguinte, sua mãe lhe
perguntou:
“Você está tão pálido, Robert. Teve sonhos ruins? “ (Camila)
“Há? Eu? Eu não, como assim? “ (Mayara)
“Estou preocupada. “(Camila)
“Ora, mamãe, a senhora sabe muito bem que não se deve falar no diabo,
senão aparece o rabo...” (Mayara)

Noite 8
Cena 1
Personagens: Amábilly, Julia Rolim
Figurantes:
Robert está em pé lá na frente, junto à lousa. Sentados na primeira
fileira, estavam os dois melhores amigos que tinha em sua classe: Albert, o
jogador de futebol, e Bettina, a menina das tranças. Como sempre, os dois
brigavam.
“Era só o que me faltava, agora estou sonhando também com a escola! ”
(Bia)
A porta da sala se abriu, e Julia entra
“Bom dia, estou vendo que vocês já estão brigando de novo. O que foi
agora? “ (Julia)
“A Bettina está sentada no meu lugar “ (Figurante, Albert)
“Ora, então troque de lugar com ela. “ (Julia)
“Mas ela não quer “ (Figurante, Albert)
“Escreva na lousa, Robert” (Julia)
“Escrever o quê? ” (Bia)
“Escreva um A de Albert e um B de Bettina. Albert à esquerda, Bettina à
direita. “ (Julia)
Robert escreve

“Muito bem. Agora, Bettina, sente do lado esquerdo e Albert do lado


direito. “ (Julia)
Bettina se levanta e troca de lugar com Albert.

Robert escreve na lousa


Nesse momento, a porta abre e Charlie entra, atrasado como sempre. Se
senta à esquerda de Bettina.

“Se é para eu me sentar à esquerda, então quero ficar na ponta! “


(Figurante, Bettina)
“Pelo amor de Deus, como você quiser! “ (Figurante, Charlie)
Bettina e Charlie trocam de lugar

“Prefiro sentar ao lado da Bettina! “ (Figurante, Albert)


Charlie se levanta e cede o lugar a Albert

“Se continuar assim, a gente já pode esquecer esta aula de matemática.



Albert também queria sentar-se na ponta.
“Então vamos todos precisar levantar, eu não vejo motivo, mas se tem
que ser... Venha, Charlie! ”
E, quando já estavam todos sentados de novo, ficou assim:

“Não, não fico nem mais um minuto ao lado do Charlie! “ (Figurante,


Bettina)
Robert escreve:

“Agora chega! “ (Bia)


“Você acha? Os três ainda nem experimentaram todas as possibilidades.
Que tal se vocês sentassem assim: Albert à esquerda, Charlie no meio e Bettina
à direita? “ (Julia)
“Nunca, nunquinha! “ (Figurante, Bettina)
“Não seja tão resmungona, Bettina” (Julia)
Os três se levantam, sentando-se então da seguinte maneira:

“Você está notando alguma coisa, Robert? Ei, Robert, estou falando com
você! Aqueles três ali com certeza não estão percebendo nada. “ (Julia)
Robert olha para a lousa:
“Parece que já esgotamos todas as possibilidades” (Bia)
“Isso eu também acho, mas não é possível que a classe de vocês tenha
só quatro alunos. Desconfio que estão faltando alguns outros. ” (Julia)
“Oh, não, por favor! Eu não aguento mais ” (Bia)
“Está bem vamos parar por aqui. Estão dispensados das outras aulas, vão
embora” (Julia)
Os alunos correm para fora, exceto Robert
“E eu? “ (Bia)
“Você pode ficar mais um pouquinho. ” (Julia)
O diabo olha para a lousa
“E então, o que você acha? “ (Julia)
“Não sei. Só consigo entender que isso vai sempre aumentando: existem
cada vez mais possibilidades. Enquanto estávamos só em dois, foi tudo bem: 2
alunos, 2 possibilidades, 3 alunos, 6 possibilidades. Mas, com 4 alunos, as
possibilidades já são errr 24. “ (Bia)
“E se houver só 1 aluno? “ (Julia)
“Ora, como assim? Aí é claro que só há 1 possibilidade também. “ (Bia)
“Experimente multiplicar os números” (Julia)

“Ah-ah! Muito interessante. ” (Bia)


“Se o número de pessoas participando da brincadeira é cada vez maior,
fica chato escrever desse jeito. Podemos encurtar isso. A gente escreve o
número de participantes e põe um ponto de exclamação depois: ” (Julia)
“E isso se lê: quatro bum! ” (Julia)
“Se nós não tivéssemos dispensados os alunos para a casa, o que você
acha que teria acontecido? ” (Bia)
“Uma confusão! Eles teriam experimentado muitas possibilidades! Se
todos os alunos da turma são 1 1 pessoas, significa que nós teríamos então onze
possibilidades diferentes. Imagine só quanto daria... ” (Julia)
“De cabeça, ninguém é capaz de fazer uma conta dessas. Mas, por sorte,
sempre trago minha calculadora na escola, escondida do professor Bockel. ”
(Bia)
Robert começa a digitar

“Onze! São exatamente 39 916800. Quase 40 milhões! “ (Bia)


“Viu só? Se tivéssemos começado a experimentar todas elas, daqui a 80
anos ainda estaríamos todos sentados aqui, com odos eles de cadeira de rodas,
mas, com a matemática, tudo vai mais rápido. Aliás, acabo de ter uma idéia, olhe
pela janela e veja se os seus colegas ainda estão lá fora. “ (Julia)
“Acho que foram comprar um sorvete e, agora, já estão indo para casa. “
(Bia)
“Eu suponho que apertem as mãos uns dos outros quando se despedem.
“ (Julia)
“De jeito nenhum. No máximo, dizem ‘tchau’ ou ‘até depois’ “ (Bia)
“Pena...eu bem que gostaria de saber o que acontece quando cada um
dá a mão ao outro. “ (Julia)
“Pode parar! Isso com certeza duraria uma eternidade. Provavelmente o
número de apertos de mão é gigantesco. Onze! Suponho, se são 1 1 pessoas. “
(Bia)
“Errado! “ (Julia)
“Se são 2 pessoas, o aperto de mão é só 1. Se são 3...” (Bia)
“Melhor você escrever na lousa. “ (Julia)
Robert escreveu
“Ou seja, para 2 pessoas, só 1 aperto de mão; 3 pessoas, 3 apertos de
mão; mas, para 4 pessoas, já são 6 apertos de mão. “ (Bia)
“1, 3, 6...acho que já conhecemos isso, não é? ” (Julia)
Julia desenha algumas bolinhas na lousa:

“Os cocos! Números triangulares! “ (Bia)


“E como é que eles funcionam? “ (Julia)
“Ora, você sabe, são 55 apertos de mão. “ (Bia)
“Até aí ainda dá para ir, se você não quiser ficar fazendo tanta conta, pode
fazer, também, desenhando alguns círculos na lousa, assim: ” (Julia)

“Então, a cada novo círculo, você acrescenta uma letra: A para Albert, e
assim por diante. Depois, ligue todas as letras, umas nas outras: ” (Bia)
“Fica bom, não fica? Cada traço representa um aperto de mão. Aí, é só
contar quantos são. ” (Julia)
“1, 3, 6, 10, 15...como antes. Eu só não entendo uma coisa. Será que você
poderia me contar como é que com você tudo dá certo? “ (Bia)
“Mas isso é que é diabólico na matemática. Tudo dá certo, melhor dizer,
quase tudo, tem que prestar uma atenção danada, senão a gente se perde fácil.
Mas, de um modo geral, tudo é realmente bem arrumado, e é isso que detestam
nela, mas por hoje é só meu caro Robert“ (Julia)
“Mas já? Você volta logo? “ (Bia)
“Primeiro, vou tirar umas férias, mas enquanto isso você pode conversar
com seu professor Bockel. “ (Julia)
Robert faz uma carranca
Cena 2
Quando chegou em sua classe, Albert, Bettina e os outros já estavam
sentados em seus lugares. Ninguém estava louco para trocar de lugar com
ninguém.
“Lá vem o nosso gênio da matemática” (Figurante, Charlie)
“É, o nosso Robert aprende até mesmo dormindo” (Figurante, Bettina)
“E vocês acham que isso adianta alguma coisa para ele? “ (Figurante,
Doris)
“Duvido, o professor Bockel não vai mesmo com a cara dele. “
(Figurante, Karol)
“E vice-versa, não faço questão nenhuma! “ (Bia)
Antes de o professor Bockel chegar, Robert lançou ainda um rápido
olhar pela janela.
“Como sempre”, pensou ao ver o pátio da escola. “Um verdadeiro lixão!
Não dá mesmo para confiar naquilo que a gente sonha. A não ser nos
números: neles, a gente pode acreditar. ” (Bia)
Professor Bockel entra na sala com suas rosquinhas.
Robert fecha a cara.

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