Você está na página 1de 129

CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Todos os direitos reservados por 1


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

“Ganhar almas para Cristo é o meu negócio.” Dwight L. Moody

Todos os direitos reservados por 2


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

H
á homens que recebem honras por serem grandes empresários. Outros são honrados por
serem escritores famosos. Outros por ocuparem cargos públicos, como o Presidente da
República. Estes homens recebem medalhas, condecorações e honrarias, mas não há maior
privilégio que um homem possa receber; e não há maior honra que possa alcançar em vida do que ser
chamado: ministro de Deus. Ef 3.7-8 – “Fui feito ministro deste evangelho, segundo o dom da graça
de Deus que me foi dado segundo a operação do seu poder. A mim, o menor de todos os santos, me
foi dado esta graça, de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas insondáveis de
Cristo...”. Portanto, ser chamado por Deus para trabalhar na Obra é sem dúvida algo extraordinário.
Enquanto a salvação está para todos, o chamado ministerial é específico e apenas para aqueles a
quem Ele escolhe.

Segundo o Coração de Deus

Todos os direitos reservados por 3


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

ÍNDICE

MODULO I: O Obreiro e a Chamada Ministerial – Pg 7

1. Chamada universal
2. Chamada ministerial
3. Chamada especifica
4. A chamada e a consagração
5. Nepotismo, quem escolhe os obreiros?
6. Dons ministeriais e espirituais
7. Maturidade ministerial e espiritual

MÓDULO II: Preparo integral para o ministério – Pg 17

1. Preparo Espiritual
2. Preparo Teológico
3. Preparo Acadêmico

MÓDULO III: O Espírito Santo e os dons espirituais - Pg 28

1. Dons espirituais
2. Dons ministeriais

MÓDULO IV: O Ministério de Evangelista - Pg 37

1. O dom ministerial de evangelista


2. O papel do evangelista.
3. O Ofício de evangelista

MÓDULO V: Evangelização e Missões - Pg 45

1. A História da Evangelização
2. A Grande Comissão
3. Evangelização: A principal tarefa da igreja de Cristo
4. Tipos de Evangelismo
5. Métodos de Evangelização
6. Razões porque alguns não Evangelizam
7. Porque Evangelizar e Fazer Missões?
8. O Semeador
9. As Três Fases da Evangelização
10. Evangelize hoje o Homem de amanhã
11. Missões um chamado para alcançar Nações
12. Tipos de Missões
13. Quem é Jesus?

Todos os direitos reservados por 4


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Introdução

Procura apresentar-te a DEUS e não aos HOMENS

Esta primeira situação fundamenta-se principalmente no aspecto motivacional do


serviço. A ação intencional do coração é tão importante quanto o desempenho e a tarefa
ministerial exercida. O "para quem" estamos fazendo é tão relevante como "o que"
estamos fazendo. A questão não é só fazer. É vital focalizar e disciplinar a motivação do
nosso desempenho ministerial em agradar a Deus antes mesmo que servir aos homens.

Esta é uma questão de alicerce. O crescimento aparente se fundamenta numa base que
ninguém pode ver porque encontra-se enterrada. Esta é uma importante lei da
edificação. Quando pensamos em alicerces, entendemos que também é necessário
crescer para baixo. Isto aponta para o trabalho de Deus nas nossas motivações. Sem este
fundamento aquilo que estamos construindo fica comprometido. Deus é capaz de
avaliar a intenção de cada esforço praticado. Deus vê além daquela impressão externa
que causamos nas pessoas. Obviamente, ele conhece nossas intenções mais íntimas.
I Sm 16.7.

Assim sendo, uma motivação corrompida já condena uma obra antes mesmo de ser
começada. É uma casa sem alicerces ou com alicerces subdimensionados. Por um lado
as coisas acontecem, mas por outro vão tornando-se cada vez mais instáveis e
vulneráveis. Chegará o momento em que a frágil resistência do alicerce exibirá sua
insuficiência sendo esmagada pelo peso próprio da obra. Esta é uma questão
"matemática". De fato, apesar das coisas no mundo espiritual não funcionarem de
forma imediata, elas funcionam com extrema precisão.

Nossa motivação é crucial no que tange a sermos qualificados como obreiros. O que
inspira nossas ações e motiva nosso serviço é tão relevante quanto a própria ação e o
serviço em si. Na verdade, todo esforço íntimo no sentido de impressionar homens nos
desqualifica perante Deus. Quando valorizamos mais a opinião humana do que a
aprovação divina, exibimos uma motivação espiritualmente corrompida que
compromete nosso serviço. Portanto este texto (II Tm 2.15) tem me ensinado muito ao
longo dos anos. Com ele aprendi que para ser aprovado, é preciso ser obreiro, estar
envolvido na obra, e mais do que simplesmente isso, é preciso não ter do que se
envergonhar. Manejar bem a Palavra da Verdade vem logo a seguir, mas sem sombra
de dúvida não vem em último lugar, apenas caracteriza o obreiro.

Todos os direitos reservados por 5


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Todos os direitos reservados por 6


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

CAPITULO I

A CHAMADA DIVINA

» Chamada universal
» Chamada ministerial
» Chamada especifica
» A chamada e a consagração
» Nepotismo, quem escolhe os obreiros?
» Dons ministeriais e espirituais
» Maturidade ministerial e espiritual

I. Tipos de Chamada

1. Chamada universal – A chamada universal é


extensiva a todas as pessoas indistintamente. Todas
as pessoas são convidadas para a salvação e
chamadas para o arrependimento. Mt 11.28; At
17.30; I Tm 2.3-5; Apoc 22.17. As pessoas que
atendem ao chamado para o arrependimento e a
salvação, também atendem aos seguintes
chamados:

1.1. Chamados para o seu reino. I Ts 2.12


1.2. Chamados a liberdade. Gl 5.13
1.3. Chamados para serem filhos de Deus. Rm 9.26
1.4. Chamados para serem irmãos de Cristo. Hb 2.11
1.5. Chamados para a sua maravilhosa luz. I Pe 2.9
1.6. Chamados para as Bodas do Cordeiro. Apoc 19.9
1.7. Chamados pelo Senhor nosso Deus. At 2.39.

2. Chamada ministerial – A chamada ministerial é uma espécie de “segunda chamada”.


A primeira chamada é para o arrependimento e a salvação. A segunda chamada é a
convocação do Senhor da seara ás pessoas escolhidas para o exercício da obra de Deus.
A primeira chamada é para todos, porém, a segunda chamada é para um grupo seleto.
Quando Deus escolheu a nação de Israel para ser o seu povo peculiar, Ele chamou todas
as 12 Tribos. Gn 49.28; Êx 19.4-6. Porém, dentre as 12 Tribos, Ele escolheu e chamou
para o santo ministério, apenas a Tribo de Levi. Nm 1.47-54; 17.1-8. A chamada
ministerial deve ser valorizada, porque, todos os homens chamados por Deus
precisavam ser qualificados.

Todos os direitos reservados por 7


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Existe um ditado que diz: “Deus não chama os capacitados, porém, capacita os que Ele
chama”. Porém, acrescento o seguinte: “Deus chama os capacitados por Ele, e capacita
também os que Ele chama”.

2.1. Moisés se achava incapaz, mais Deus o capacitou. Ex 4.1-12.


2.2. Os escolhidos para ajudar Moisés precisavam ser qualificados. Ex 18.21.
2.3. Os 70 auxiliares de Moisés precisavam ter as devidas qualidades. Nm 11.16-17.
2.4. Em 1 Crônicas 9.13, havia 1.700 homens capazes para a obra da Casa de Deus.
2.5. Engenheiros e arquitetos do Tabernáculo eram qualificados. Ex 31.1-11; 36.1.
2.6. Os obreiros consagrados na igreja precisavam ser qualificados. At 6.3-5.
2.7. Em I Tm 3.1-13 estão às exigências para pessoas chamadas para o ministério.

3. Chamada especifica – A chamada especifica é uma escolha nominal do Senhor, com


o objetivo de enviar e escolher pessoas para uma missão ou obra especial.

3.1. Os Apóstolos foram chamados para uma missão especial. Gl 2.9; Ef 2.20
3.2. Paulo foi chamado para uma missão especifica. At 9.1-15. Gl 1.15-16
3.3. Barnabé e Saulo foram chamados para uma obra especifica. At 13.2-4
3.4. Bezaleel e Aisamaque foram chamados para a obra especifica. Ex 31.1-11
3.5. Noé foi chamado para uma obra especifica de construir a Arca. Gn 6.13
3.6. Abraão foi chamado para uma missão especifica. Gn 12.1-3
3.7. Jacó foi chamado de forma especial e com a missão especifica. Gn 28.12
3.8. José foi chamado de forma especial e para uma nobre missão. Gn 41.38-43
3.9. Moisés foi chamado com uma missão de libertar Israel do Egito. Êx 3.7-10
3.10. Josué foi chamado com a missão de fazer o povo em Canaã. Nm 27.18-23
3.11. Samuel foi chamado com a missão de realizar uma grande obra. I Sm 3.1-10
3.12. Davi foi chamado com uma missão especial, ser o rei em israel. I Sm 16.13
3.13. Eliseu foi chamado de forma especial para suceder o profeta Elias. I Rs 19.19
3.14. Isaías foi chamado para falar a respeito de Jesus no AT. Is 6.8-9
3.15. Jeremias foi chamado desde o ventre de sua mãe para ser o profeta. Jr.1.5
3.16. Ezequiel foi chamado para a missão de ser um atalaia de Deus. Ez 2.1-8
3.17. Amós foi chamado para profetizar ao povo de Israel. Am 7.15
3.18. Jonas foi chamado para uma missão especial, pregar para os ninivitas. Jn 1.2.

II. AS FASES DE UMA CHAMADA MINISTERIAL

A chamada ministerial pode ser dividida em três fases:

(1) - Vinde;
(2) - Ficai;
(3) - Ide.

Todos os direitos reservados por 8


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

1. Vinde – Em Mateus 4.18-19, Jesus observando a Pedro e André, disse-lhes: “Vinde


após mim, e eu vos farei pescadores de homens”. Primeiro, Jesus nos chama para
aprendermos com Ele. “Vinde a mim... e aprendei de mim...” (Mt 11.28-29), esse foi o
convite de Jesus extensivo a todos. Ninguém pode ser chamado para o ministério, se
primeiro, não nascer de novo. Nicodemos era um mestre da Lei, porém, não havia ainda
nascido de novo. Jo 3.1-10.

2. Ficai – Em Lucas 24.49, Jesus disse aos seus discípulos: “Ficai na cidade, até que do
alto sejais revestidos de poder”. Esse “ficai”, fala da preparação que o obreiro precisa
ter. Antes de ir, o obreiro deve ficar em Jerusalém. Que simboliza o nosso lugar de
preparação, até que sejamos revestidos de poder e capacitados para exercermos o
nosso ministério. O obreiro chamado por Deus precisa investir na sua educação e
desenvolver a sua aptidão para o ensino da palavra de Deus. I Tm 3.2. Paulo aconselhou
a Timóteo se aplicar á leitura. I Tm 4.13. O obreiro chamado por Deus deve se aplicar á
leitura da Palavra de Deus e de outros bons livros.

3. Ide - A terceira fase da chamada ministerial é Ide. “Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho a toda a criatura”. Mc 16.15. Para ir é preciso já estar preparado. Entre o
VINDE e o IDE deve haver um bom período de preparação. Os discípulos permaneceram
três anos e meio aprendendo aos pés do Mestre dos mestres. Paulo permaneceu um
bom tempo se preparando. Gl 1.15-18. Na fase do IDE, o obreiro chamado por Deus já
deve ter o selo da aprovação divina. I Tm 2.15. Tendo já a aprovação divina de seu
ministério, o homem chamado por Deus deve então obedecer o seguinte IDE: “IDE,
portanto, fazei discípulos de todas as nações...” Mt 28.19.

III. VALORIZANDO A CHAMADA MINISTERIAL

1. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque está escrito em II Co 3.7-8.


2. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque está escrito em II Co 4.1.
3. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque está escrito em II Co 5.18.
4. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque está escrito em II Co 6.3.
5. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque está escrito em Col. 4.17.
6. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque está escrito em I Tm 1.12.
7. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque está escrito em II Tm 4.5.
8. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque está escrito em II Tm 4.11.
9. A chamada ministerial deve ser valorizada, porque está escrito em Hebreus 8.6.

Portanto observamos que Deus nos chama para serviços diferentes, sempre em
conformidade com as nossas capacidades e para as necessidades que se apresentam.
Numa comunidade nem todos podem fazer o mesmo. Há distribuição de dons e
variedade de afazeres. A uniformidade de serviços seria mortal. O mesmo se aplica à
saúde do corpo social. Ela repousa sobre o fundamento da "biodiversidade". O chamado
ao serviço é sempre multiforme.
Todos os direitos reservados por 9
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

O Espírito sopra onde quer e desperta gente para o trabalho na “lavoura de Deus”
conforme lhe agrada. Reconhecemos, entretanto que ao lado dos serviços espontâneos,
porém, existem os serviços estruturados. Neste caso falamos em "ministérios". Ef 4.11.

IV. A ESCOLHA

1. Nepotismo, quem escolhem os obreiros?

A Wikipédia, a enciclopédia livre, define Nepotismo como: Nepotismo (do latim nepos,
neto ou descendente) é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes
em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à
nomeação ou elevação de cargos.

Originalmente a palavra aplicava-se exclusivamente ao âmbito das relações do papa


com seus parentes, mas atualmente é utilizado como sinônimo da concessão de
privilégios ou cargos a parentes no funcionalismo público. Distingue-se do favoritismo
simples, que não implica relações familiares com o favorecido.

Nepotismo ocorre assim, quando, por exemplo, um funcionário é promovido por ter
relações de parentesco com aquele que o promove, havendo pessoas mais qualificadas
e mais merecedoras da promoção. Alguns biólogos sustentam que o nepotismo pode
ser instintivo, uma maneira de seleção familiar. Parentes próximos possuem genes
compartilhados e protege-los seria uma forma de garantir que os genes do próprio
individuo tenha uma oportunidade a mais de sobreviver.

Um grande nepotista foi Napoleão Bonaparte. Em 1809, 3 de seus irmãos eram reis de
países ocupados por seu exército. No contexto Evangélico, essa é a prática de favorecer
os parentes, principalmente filhos, netos, genros, noras, esposas, a cargos ministeriais
na igreja, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo, ah! No mundo isso é normal,
mas, na igreja? É uma vergonha, mas, também tem.

Temos presenciado inúmeros casos de Pastores que vão ás convenções de seus


respectivos ministérios com seus filhos e parentes, muitos desses, desviados e de uma
conduta duvidosa, logo são “consagrados” ao oficio sacerdotal, e isso, para que a igreja
esteja sempre sob a direção familiar, como se os outros membros da igreja, fossem
pessoas incapazes de “dirigir” a igreja.

2. Deus não delega o recrutamento

Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que saiu de


madrugada a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com os trabalhadores o
salário de um denário por dia, e mandou-os para a sua vinha.
Todos os direitos reservados por 10
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Cerca da hora terceira saiu, e viu que estavam outros, ociosos, na praça, e disse-lhes:
Ide também vós para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. Outra vez saiu,
cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo. Igualmente, cerca da hora undécima, saiu
e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo?
Responderam-lhe eles: Porque ninguém nos contratou. Disse- lhes ele: Ide também vós
para a vinha. Mt 20.1-7.

Jesus contou a parábola do fazendeiro que saiu a contratar trabalhadores para a sua
seara. Há duas funções que são bem definidas como sendo específicas do Senhor: o
recrutamento e o pagamento. Outros textos fazem referência a outros agentes
cooperando na seleção, mas não há qualquer base bíblica para se admitir um
trabalhador que não tenha experiência pessoal de chamado pelo próprio Fazendeiro, o
Senhor da Seara.

Brigar pela ordenação de alguém é um atrevimento, visto que se tenta tocar no papel
de Deus, uma aberração. Preocupa-nos casos pontuais em que os homens insistem
muito para consagrar alguém, podendo ser classificado como uso de força humana. Mais
grave quando se trata de consagrar um parente (nepotismo?). Deus não precisa de uma
“ajudinha” na parte que lhe cabe no recrutamento. Gideão é um bom exemplo. Por que
Deus se submeteu a tais testes. Infeliz o homem que provoca a sua própria chamada.
Está reservado a este o “Eu nunca vos conheci”.

3. A preocupação do Senhor com os ociosos

O Senhor demonstrou preocupação com os que estavam sem o que fazer. Aquele que
mandou recolher os pedaços de pães que sobraram na multiplicação fica incomodado
com toda forma de desperdício, especialmente de recursos humanos que Ele mesmo
desenvolveu. Deve-se haver temor de Deus também na administração dos recursos. Ele
não convoca homens “sem missão” na praça da cidade para serem homens “sem
missão” na vinha.

O Senhor deseja que todos se sintam úteis. Não basta ir para a vinha, é necessário que
os líderes da escala consigam “encaixar” na rotina do trabalho e providenciar as
ferramentas para cada um que o Senhor convocava. O Senhor confiava que ao mandar
trabalhadores para a vinha eles não ficariam ociosos lá. Não é difícil imaginar que na
vinha havia alguns gerentes de áreas. Chegava um grupo de trabalhadores e dizia:
“Esteve lá na praça um Senhor assim e assim e ele nos disse para vir trabalhar aqui na
sua vinha e que no final ele nos daria o pagamento”. Aqueles gerentes, até por temor,
cuidavam de dar as ferramentas necessárias, algum treinamento e orientação quanto às
tarefas. Seria catastrófico se, em vez de encaminhar os novos convocados para o
trabalho, ficassem discutindo como o Senhor deveria fazer melhor o serviço dEle.

Todos os direitos reservados por 11


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

4. Ninguém escolhe ser LÍDER ESPIRITUAL - é Deus quem o Escolhe

É um perigo quando alguém escolhe lideres sem a aprovação de Deus. Os 8.4.

Colocar uma pessoa numa posição de liderança sem que Deus tenha falado é um dos
sintomas da apostasia que a igreja vive hoje. Por mais integra que a pessoa possa ser,
isto pode trazer sérios problemas tanto para o ministério do líder desta pessoa, como
para a denominação onde ela esta congregando e principalmente para a própria pessoa.
A ansiedade por crescimento leva a aumentar os departamentos na igreja, e isto leva os
lideres a procurar pessoas para ocupar estes espaços criados.

Cada pessoa tem sua identidade em Deus, cada um tem um chamado importante a
desempenhar dado por Deus e para Deus. É necessário que os responsáveis pelas
ovelhas de Jesus às conduzam para aquilo que cada uma delas foi chamada por Deus
para ser e não as sobrecarreguem com seus próprios planos. Esta é uma das causas de
pessoas insatisfeitas dentro das denominações, (as envolvidas direta e indiretamente),
estão envolvidas nos planos e projetos de alguém e não nos de Deus para suas vidas.

Por melhores que possam ser as motivações e os planos do líder, se não estiver agindo
segundo os planos de Deus para sua vida, com certeza neste caminho ele vai se
encontrar com a frustração, stress, sobrecarga, abandono. Assim como em Babel,
quando não é o reino de Deus que esta sendo edificado, a confusão e o abandono
prevalecem.

Davi quis trazer à arca para seu devido lugar. Eu acredito que era vontade de Deus que
isso acontecesse, mas ouve um problema sério aqui. A motivação de Davi era boa, mas
o principio não. Isto nunca da certo. Davi colocou a arca num carro novo puxado por
bois. Tenho certeza que ele mandou “separar” o melhor dos carros e os melhores (mais
bonitos) dos bois. Mas o que Deus havia mandado “separar” para carregar a arca eram
os sacerdotes. Davi extrapolou aqui quando escolheu um carro (um tipo de carroça) e
separando à animais para este serviço. O resultado foi que descobriram que Deus não
estava com eles. Uzá morreu fulminado. E porque logo Uzá foi tocar na arca? Deus não
nos deixa sem resposta. Uzá significa “braço ou força do homem, ou força da carne”.

Depois de questionar a Deus, Davi cai na real e enxerga sua obstinação. Havia ficado tão
empolgado, e quem sabe, querendo mostrar serviço que ignorou os princípios de Deus.
Desobedeceu e toda desobediência trás consequências amargas. Isto trouxe não apenas
exposição do pecado do líder, mas também desestrutura para a família de Uzá. Davi se
esqueceu por um momento que o carro que trás a graça e a benção de Deus chama-se
obediência. Depois de se arrepender Davi coloca as coisas em seu devido lugar:
obediência e dependência aos princípios de Deus.

Todos os direitos reservados por 12


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Hoje muitos homens e mulheres de Deus estão sofrendo sem entender o porque de
algumas tragédias, vergonhas, abandonos, sonhos e projetos começados, mas não
concluídos. É preciso fazer um autoexame. Pode ser que os sonhos que se está
perseguindo não são os de Deus. Quem sabe se como líder não esta consagrando alguém
que Deus não consagrou. Será que em nosso ministério “o carro e os bois” estão no lugar
dos princípios de Deus. Infelizmente, por muito tempo, alguns líderes têm atropelado
um principio de Deus. O principio é que somente Deus consagra o homem e não o
homem quem consagra o homem. Separar significa “consagrar”, e cada consagração é
confirmada com unção. A unção é a testificação de Deus que tal pessoa já “é” e não que
vai “ser”.

Isaque e não Ismael, Jacó e não Esaú, José entre seus irmãos, Davi entre seus irmãos,
Paulo e não Matias, Saulo e Barnabé, só pra citar alguns exemplos, nos ensinam que é
Deus quem escolhe e consagra, o homem apenas executa a ordem segundo a vontade
de Deus. Sempre que o homem consagrou a outro sem que Deus o tivesse escolhido o
resultado final foi divisão, discórdia, feridas, ciúmes, desconfiança, boicotes, morte física
e espiritual. Lembre-se: O Senhor não escolhe os soberbos, porém estende as mãos aos
humildes. Ele não arregimenta o ancião por sua experiência, nem o jovem por sua força,
mas o servo por sua obediência. O Deus eterno não precisa de um guerreiro para vencer
um gigante, mas de um pastor que o adore.

5. Critérios de Deus na escolha dos obreiros

Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios
segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo
contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e
escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as
coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada
as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. I Co 1.26-29.
Deus não ENXERGA como enxerga o homem. Nm 27.21a. E se porá perante Eleazar, o
sacerdote, o qual por ele consultará, Segundo o juízo de Urim, perante o Senhor; Porém
o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua
estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o
homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração. I Sm 16.7.
Deus não ESCOLHE como escolhe o homem. Nm 27.21b. Conforme o seu dito, sairão, e
conforme o seu dito entrarão, ele, e todos os filhos de Israel com ele, e toda a
congregação. At 9.15, disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso
escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.
Deus não SEPARA como separa o homem. Nm 27.22 E fez Moisés como o Senhor lhe
ordenara; porque tomou a Josué e apresentou-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante
toda a congregação; At 13.2 E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito
Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Todos os direitos reservados por 13
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Como Jesus Cristo escolheu os seus discípulos? Que critérios ele usou nessa escolha?
Como ele trabalhou com a sua liderança? Ele chamou homens diferentes para fazer
parte à liderança da igreja - Jesus escolheu doze homens totalmente diferentes.
Escolheu um homem temperamental e falante como Pedro. Investiu em pessoas de
estopim curto, filhos do trovão, como Tiago e João. Chamou pessoas pacatas como
André; pragmáticas como Filipe; preconceituosa como Bartolomeu; incrédula como
Tomé. Chamou um homem da situação como Mateus e um oposicionista revolucionário
como Simão, o zelote. Escolheu outros que viveram sempre no anonimato como Tiago,
filho de Alfeu e Tadeu. Chamou até mesmo, Judas Iscariotes, o traidor. Jesus não
escolheu esses homens porque eram perfeitos. Jesus investiu neles. Trabalhou com eles.
Gastou tempo com eles. Ensinou-os. Corrigiu-os. Amou-os. Depois, revestiu-os com o
poder do seu Espírito. Suas vidas não continuaram sendo as mesmas. Eles foram
transformados pelo Espírito para transformarem o mundo. O método divino não
mudou.
A ESCOLHA de Deus, não está vinculada a aceitação popular: Historicamente, muitos
que foram escolhidos não tinham as credencias e a aprovação popular como na
chamada de Moisés, Davi, Gideão, Amós e tantos outros, porém, Deus escolhe pessoas
que ninguém escolheria. I Co 1.26-29. Deus nem sempre escolhe para a Sua obra
homens dos maiores talentos. II Co 3.5. O critério na escolha do obreiro é de Deus e não
do homem e Deus não escolhe alguém pelo status, pelo carro que possui, pela roupa
que veste, pela cultura. Ele não os escolhe pelos seus atributos físicos, mas pelos seus
atributos espirituais e morais.
5. A CHAMADA e a CONSAGRAÇÃO para a obra de Deus
A chamada para o ministério, embora reconheçamos a diversidade de critérios adotados
por algumas lideranças, é um ato exclusivo de Deus. Por isto, não é possível aceitar outro
critério, conceito ou nepotismo ministerial, pois a chamada é um ato soberano do
Senhor. Mc 3.13,14; Hb 5.4. É o Senhor Jesus quem escolhe. Jo 15.16. Nós apenas
reconhecemos a escolha divina e invocamos as bênçãos de Deus sobre o ministro
consagrado. At 13.1-4. Compreendemos que a separação para o ministério ou
consagração é sempre posterior à chamada. A consagração ou separação é o ato solene
do ministério ou presbitério, mediante a imposição de mãos dos pastores.
Reconhecemos que ainda que a consagração, não dependa necessariamente do tempo
de conversão, atividade ou prática na obra de Deus, mas, não podemos ignorar a
recomendação de Paulo, I Timóteo 3.6 - Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não
caia na condenação do diabo. MUITOS TÊM A CHAMADA, mas, ainda não foram
reconhecidos ministerialmente por causa de sua imaturidade, porém a pessoa
vocacionada certamente desenvolverá o seu potencial de forma gradativa, até chegar a
uma posição definitiva. Por isso não deve haver nenhuma precipitação para definição
ministerial por parte dos obreiros ou mesmo da igreja. A igreja no tempo oportuno
apenas reconhece, que a pessoa fora escolhida e separada para a obra, pelo Espírito
Santo, At 13.2,3,4.
Todos os direitos reservados por 14
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

ANOTAÇÕES

_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Todos os direitos reservados por 15
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Todos os direitos reservados por 16


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

CAPITULO II

PREPARO INTEGRAL PARA O MINISTERIO

FALHAR no preparo é preparar para FALHAR.

A chamada não é sinônima de preparo (e o preparo não é sinônimo de chamada)


muitos possuem a chamada, mas, não tem o preparo, (outros têm o preparo, mas,
não tem a chamada).

O preparo, a capacitação, o aparelhamento, o aperfeiçoamento, são palavras que


refletem preocupação em estar sempre atualizado com as questões pessoais,
profissionais, vocacionais, espirituais e ministeriais.

Quando se trata de um obreiro cristão, há um grau de exigência muito elevado para


estabelecer um perfil. Deve ser um homem vocacionado e chamado por Deus, ter
convicção de sua salvação e chamada ministerial; ter uma chama pentecostal ardendo
no seu coração continuamente, mas não deve esquecer que representa uma instituição
religiosa localizada numa sociedade e que tem identidade jurídica.

Como líder, o obreiro cristão tem de se ajustar a perfil contextualizado sem perder a
visão da sua chamada, sem perder a sua identidade espiritual, sem perder a humildade
me Cristo Jesus e acima de tudo manter-se fiel ao compromisso com a volta de Jesus. Lc
18.8; I Ts 4.13-18.

É justo que tenhamos em cima de nossos púlpitos tantas pessoas totalmente


despreparadas para a função para a qual foi consagrada? É justo que alguém ascenda
ministerialmente somente por ser "chegado" do pastor ou por qualquer meio não
recomendável pela Palavra do Senhor?

I. TEMPO X PREPARAÇÃO

Compreendemos que a separação para o ministério ou consagração é sempre posterior


à chamada. A consagração ou separação é o ato solene do ministério ou presbitério,
mediante a imposição de mãos dos pastores. Reconhecemos que ainda que a
consagração, não dependa necessariamente do tempo de conversão, atividade ou
prática na obra de Deus, mas, não podemos ignorar a recomendação de Paulo, I Timóteo
3.6 - Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
Muitos têm a chamada, mas, ainda não foram reconhecidos ministerialmente por causa
de sua imaturidade, porém a pessoa vocacionada certamente desenvolverá o seu
potencial de forma gradativa, até chegar a uma posição definitiva.

Todos os direitos reservados por 17


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Por isso não deve haver nenhuma precipitação para definição ministerial por parte dos
obreiros ou mesmo da igreja. A igreja no tempo oportuno apenas reconhece, que a
pessoa fora escolhida e separada para a obra, pelo Espírito Santo, At 13.2,3,4. Sabemos
que não é da noite para o dia que se forma um líder, como não é da noite para o dia que
se adquire relacionamentos saudáveis.

1. Que se aprende a enfrentar problemas.


2. Que se aprende a conversar.
3. Que se torna eficiente em atender necessidades.
4. Que se aprende a proceder direito com as pessoas.
5. Que se aprende a funcionar como um agente catalisador.
6. Que se aprende a funcionar como um agente facilitador.
7. Que se aprende a ser um encorajador.
8. Que se aprende a multiplicar as oportunidades que surgem.
9. Que se adquire habilidade para permitir que outros sonhem os sonhos de Deus.
10. Que se aprende a discernir valores e multiplicá-los.
11. Que se aprende a fazer alguém feliz.
12. Que se aprende a esquecer de si mesmo para beneficiar o próximo.
13. Que se aprende a não tirar proveito das pessoas.
14. Que se aprende a desenvolver uma personalidade atraente.
15. Que se desenvolvem habilidades de relacionamentos.

Por isto, podemos afirmar que escolher líderes no reino de Deus não é simplesmente
separar uma pessoa e titulá-la como “líder”. Mas é separar uma pessoa e gerar uma
capacidade de liderança para que haja eficácia no ato de liderar e manter essa
capacidade. Devemos considerar também que os grandes líderes foram sendo
preparados gradativamente e muitas vezes em circunstâncias adversas.

Paciência: Muitos entram na luta e esperam sem desistir, até que o Espírito Santo
complete a obra. Davi foi ungido rei de Israel nos primeiros anos do reinado de Saul,
porém, só veio tomar posse depois da morte do rei (Saul) que governou quarenta anos,
At 13.21. Davi teve várias oportunidades de depor Saul a força! Porém, preferiu esperar
no Senhor. Davi soube esperar pelo tempo de Deus.

Outro exemplo, impressionante, é a história de Paulo, que de acordo com o seu próprio
relato, só foi separado e enviado oficialmente à obra missionária 14 anos depois de sua
conversão. Apesar de ter sido criado aos pés de Gamaliel e consequentemente ter
adquirido um grande conhecimento, teve que adquirir novos conhecimentos e
experiências no deserto da Arábia pregando a Palavra. Conforme o registro bíblico, ao
retornar de Damasco para Jerusalém, sede da igreja primitiva, não foi bem recepcionado
pelos apóstolos e houve certa resistência, também, por parte de alguns irmãos, o que
acabou, gerando a necessidade da interferência de Barnabé, que apresentou então
Paulo, para que fosse aceito na comunidade da igreja mãe, Gl 1.18-22.
Todos os direitos reservados por 18
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Barnabé, que fora enviado a Antioquia e encontrando lá uma congregação fervorosa,


lembrou-se de Paulo e considerando que ele seria muito útil naquela congregação, foi
até Tarso buscá-lo, ficando em Antioquia um ano trabalhando na obra de Deus. At 11.23-
26. Só então, após esse período de espera, de prova, e também oração e jejum, que o
Senhor usou um profeta e ordenou que separassem Barnabé e Saulo para a obra
missionária. At 13.1-3. Paulo soube esperar pelo tempo de Deus. E você é capaz de
esperar o tempo de Deus para o exercício do seu chamado?

Aimaaz – II Sm 18.19:23,29. Era filho do Sacerdote Zadoque, Aimaaz tinha nome, tinha
pressa. Más Aimaaz não tinha mensagem. Que fará um Obreiro do Senhor sem
mensagem para o povo? Aimaaz é o tipo do Obreiro separado antes do tempo, enviado
antes do tempo. Que vai se chamado; que vai sem ser chamado. Vejamos o
companheiro de Aimaaz: I Sm 18.29. Ele não tinha nem nome, mas tinha mensagem!. II
Sm 18.30.31.

Portanto, o obreiro é como um soldado que precisa estar preparado e pronto para o que
der e vier, ele tem que servir sob quaisquer circunstâncias e sem questionar, porque
para isso foi chamado.

E VOCÊ É CAPAZ DE ESPERAR O TEMPO DE DEUS PARA O EXERCÍCIO DO SEU CHAMADO?

II. O OBREIRO E O PREPARO

» Preparo Acadêmico
» Preparo Teológico
» Preparo Espiritual

1. Preparo ACADÊMICO

Seja zeloso nos estudos e aprecie a excelência acadêmica! O obreiro deve ser estudioso,
mantendo-se em dia com o pensamento teológico, com a literatura bíblica e a cultura
geral. II Tm 3.15-16; 3.2. Cuidado com os conselhos de que obreiro não precisa estudar
muito. Isso é uma falácia. Cuidado com o lado prático também. É o outro lado da moeda.
No período de estudos, de prioridade a tal, mas não vire um acadêmico somente.
Concilie seu preparo acadêmico com uma intensa vida devocional. É fato para o obreiro
que quem chama, prepara, envia e cuida é Deus, mas na Bíblia há exemplos claros de
homens de Deus que tiveram um preparo intelectual e cultural para atender demandas
divinas:
a) MOISÉS – entendido em toda ciência do Egito.
b) LUCAS – Médico cujo evangelho foi escrito aos Gregos (a nata intelectual da
época) e procurou apresentar Jesus como o homem perfeito que tanto eles esperavam.
Todos os direitos reservados por 19
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

c) PAULO – a formação de Paulo, para alguns especialistas no campo Missionário foi


fundamental para que tivesse sucesso no seu ministério. Paulo viveu numa época em
que várias etnias e culturas estavam associadas, através da universalidade da língua
grego, havia uma comunicação, comercialização e um nível cultural altíssimo naquela
era, herança do período anterior em que foi estabelecida a cultura helena (grega). Em
atos dos apóstolos Paulo chegou a discutir com filósofos gregos (estóicos e epicureus)
sobre a tese de que Jesus Cristo era o Filho de Deus ressurreto: “E alguns dos filósofos
epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro?
E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e
a ressurreição”. At 17.18.

Os Capítulos 17, 18 e 19 do livro de Atos revelam um principio declaradamente ignorado


nos nossos dias – a importância de liderança intelectual na Igreja. O grande responsável
pela expansão do cristianismo naqueles dias, o apóstolo Paulo era uma referência não
só espiritual, mas também intelectual.

Paulo como homem ‘instruído’ recebeu formação de ‘nível universitário’ em retórica, na


grandemente valorizada educação grega. Era um ensino disponível apenas para a elite,
devido aos seus mais elevados custos. Enquanto nós tendemos a mistificar por demais
a pregação das boas novas, vemos que Paulo usava de toda sua habilidade intelectual
para, literalmente, persuadir as pessoas a crerem em Jesus Cristo. At 17.4.

Porque não deveríamos fazer o mesmo? Portanto, Paulo era um homem altamente
intelectual que não perdia uma oportunidade de arrazoar com os gentios acerca das
Escrituras (At 17.1) ou de enfrentar com argumentos, os filósofos da época (At 17.18),
inclusive citando poetas pagãos por pelo menos três vezes em seus escritos (At 17.28, I
Co 15.33, Tt 1.12) e ainda ensinando na Escola de Filosofia de Tirano. At 19.9.

d) APOLO (At 18.24-28) – Outro que merece menção por sua habilidade de persuasão e
oratória é Apolo que usava de suas habilidades naturais para convencer os judeus, por
meio das Escrituras, que o Cristo é Jesus. At 18.28. Em cinco ocasiões, apenas nesses
três capítulos de Atos, são usadas as palavras persuadir (At 17.4, 18.4, 19.8), convencer
(At 18.28) e arrazoar. At 17.2. Tais palavras se referem essencialmente ao uso do
intelecto.

Lucas diz que Apolo era ‘poderoso’ no uso das Escrituras. ‘Poderoso’ era um termo
retórico para lógica e persuasão. Ele aprendeu a arte da habilidade nos debates e em
sua educação secular e usava isso de maneira excelente, ‘demonstrando’ (outro termo
retórico) pelo Antigo Testamento que Jesus era o Messias prometido. At 1.18.24. Pelos
padrões do primeiro século, é apresentado como um formidável judeu cristão,
apologista e debatedor, e combina seu conhecimento exaustivo do AT com sua
educação secular na arte da retórica (compare Apolo com outros pregadores, os quais,
em termos de educação formal, eram descritos como ‘sem letras e indoutos’ At 4.13).
Todos os direitos reservados por 20
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

No Antigo Testamento se levarmos em consideração o texto de I Samuel 19.20, veremos


que Samuel tinha uma escola de profetas e ali eram fornecidas instruções para o
intelecto deles, tinha-se um clima espiritual muito intenso a fim de que o candidato a
profeta entendesse realmente o ministério que iria exercer: “Então enviou Saul
mensageiros para trazerem a Davi, os quais viram uma congregação de profetas
profetizando, onde estava Samuel que presidia sobre eles; e o Espírito de Deus veio
sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram”.

Muitas vezes o Obreiro cai na mediocridade de pensar que Deus fará tudo por ele. Não
é bem assim, Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança e isto segundo Josemar
Pereira significa que imagem quer dizer relação simbólica, cópia e sombra, e semelhança
é a invocação dos traços, natureza; é algo parecido. Outros intelectuais que
possibilitaram o desenvolvimento do cristianismo no mundo foram: Tertuliano, João
Crisóstomo, Agostinho, Tomas de Aquino, Martinho Lutero, etc.

Preparo TEOLÓGICO

O meu povo é destruído porque lhes falta CONHECIMENTO. Oséias 4.6

Conhecimento é uma coisa muito importante. Todo mundo concorda com isso. As
grandes empresas buscam pessoas que tem um bom conhecimento; os professores na
escola preparam os seus alunos para isso; os pais acham isso muito importante e por
isso eles mandam os seus filhos para escola, para ter conhecimento. Então, o
conhecimento em geral é uma coisa importante. É evidente que o da Bíblia é importante
e imprescindível e mais ainda ao obreiro.

Num certo momento Deus reclamou sobre isso e disse. Oséias 4.6: O meu povo está
sendo “destruído”, porque lhe falta o “conhecimento”. O povo de Deus não conhecia
bem a vontade de Deus; por causa disso eles fizeram coisas erradas; por causa disso eles
ultrapassaram a lei de Deus; e por causa disso eles foram castigados e levados em exílio.
Quem foi responsável por isso? Quem causou isso? Pode ser o povo mesmo que não
quer aprender nada. Como numa escola. Às vezes as crianças são rebeldes e não querem
aprender. Isso é possível, sim. Mas há mais uma possibilidade. Pode ser que os
professores não são bons. Pode ser que os professores não ensinam nada ou ensinam
coisas erradas aos seus alunos. Assim foi a situação em Israel. Pois no mesmo versículo
(4.6) Oséias diz: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.
Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento”. Sacerdotes sem conhecimento. Isso
é um grande perigo para o povo de Deus. Por causa disso o povo de Deus foi destruído.

Líder sem conhecimento, Deus não aceita e por isso ele disse: “Tu rejeitaste o
conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim;
visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”.
Todos os direitos reservados por 21
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Se um sacerdote ignorante não der atenção aos filhos de Deus, Deus não dará atenção
aos seus filhos; Oséias está dizendo isso. E não somente Oséias, mas também Malaquias.
2.7.

Infelizmente muitos lideres por ignorarem este preparo, ficam fragilizados, vulneráveis.
O líder não pode trabalhar bem, sem interagir com a teologia até porque tudo o que
fazem está ligado a ela. Na atualidade a Teologia é desvalorizada, pois nem aqueles que
mais precisam a valoriza. E muitos ainda dizem: Teologia??? Para que teologia??? Eu
tenho chamado de Deus, portanto não preciso de teologia. Deus me vocacionou e isto
basta.

Como pode um cirurgião de coração achar que basta ter vocação para ser cirurgião e
não estudar medicina com suas especialidades? Fazer cirurgia de coração só por golpe
de vista ou experiência de vida não basta. Imagine a pessoa abrindo o coração do
paciente e pensando: ”Meu Deus para que serve esta veia? Se eu cortar esta veia será
que vai resolver? Seja o que Deus quiser...” Têm muitos líderes que não estão
percebendo a importância do seu ministério e é por isso que dão desculpas esfarrapadas
como esta: “Não tenho tempo para teologia, só tenho tempo para joelhologia”. O
apóstolo Paulo valorizava o preparo intelectual. II Tm 4.13.

O famoso teólogo John Stott costuma dizer que se tivesse apenas 3 anos de vida
restante, passaria 2 anos estudando e usaria o último ano para pregar. Essa é uma lição
importante e que deve ser considerada. Muitos vocacionados são levados por um censo
de urgência sem propósito. Suas justificativas muitas vezes vêm acompanhadas de
frases como: “As almas estão morrendo enquanto vocês exigem que eu estude!”,
contudo, quando estamos dormindo almas estão perecendo, quando estamos tomando
banho elas também estão “morrendo”, enfim, temos que ter consciência que o Salvador
é Jesus e nós seus instrumentos. E como tais, precisamos estar aptos a fazer o melhor.

Recomendação apostólica:

Crescer no CONHECIMENTO sem esquecer o poder do alto. II Pe 3.18

Antes CRESCEI NA GRAÇA E CONHECIMENTO de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo,


diz o texto sagrado. Essa ordem jamais deve ser invertida. Cuidar da nossa fé é cuidar
do nosso crescente relacionamento e comunhão com Deus. Estamos falando da fé como
elemento da natureza divina, como atributo de Deus (Atos 16: “... a fé que é por Ele...”;
Gálatas 5.5: “... pelo Espírito da fé...”).

A fé em Deus, basilar e primacial como é na vida do cristão, deve ser seguida do


conhecimento espiritual. “Criado com as palavras da fé e da boa doutrina”, I Tm 4.6.
Veja também II Pedro 1.5, onde o conhecimento deve seguir-se à fé.
Todos os direitos reservados por 22
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Fé sem conhecimento, segundo as Escrituras, leva ao descontrole, ao exagero, ao


misticismo, ao sectarismo e ao fanatismo final e fatal. Sobre isso os adverte o versículo
17, anterior ao que abre o presente artigo, que os leitores farão bem em lê-lo. É
oportuno observarmos que o dito versículo remete-nos claramente ao versículo 18, que
estamos destacando. “Antes” é um termo conclusivo; refere-se a uma conclusão à qual
se chega.

“Antes crescei” – A vida cristã normal deve ser um crescer constante para a maturidade
espiritual, como mostra II Coríntios 3.18: “Somos transformados de glória em glória na
mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” Esse crescimento transformador deve
ser homogêneo, uniforme, simétrico; caso contrário virão às anormalidades com suas
consequências. Lembremo-nos do testemunho do apóstolo Paulo sobre si mesmo em I
Coríntios 13.11, e o comparemos com o depoimento bíblico de Atos 9.19-30 e 11.25-30.
Um crente sempre imaturo na graça e conhecimento de Deus é também um problema
contínuo para ele mesmo, para outros à sua volta e para a sua congregação como um
todo. E pior ainda é quando o cristão desavisado cuida apenas de seu conhecimento
secular, terreno, humano, social, e também quando cuido do conhecimento bíblico e
teológico sem antes e ao mesmo tempo renovar-se no poder do Alto, o poder do Espírito
Santo, que nos vem pela imensurável graça de Deus em suas riquezas. Ef 2.7. Tudo
mediante nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Crescimento do crente no conhecimento – Esse conhecimento do crente na esfera da


salvação, de que nos fala a Escritura, nos vem pelo Espírito Santo. Ef. 1.17, 18; Cl 1.9; I
Co 12.8. Cristo é a fonte e manancial da graça de Deus (Jo. 1.16, 17) e também o alvo do
nosso conhecimento. Fp 1.8,10. O conhecimento de Deus nos vem também pela
comunhão com Ele, é óbvio, sendo um meio de usufruirmos mais de Sua graça. II Pe 1.2.
Quem está crescendo na graça e no conhecimento de Deus ainda tem muito a crescer.
Afirma o texto de João 1.17 “... e graça por graça...”. Se alguém estacionar no
desenvolvimento de seu andar com Deus, virá o colapso. É como alguém sabiamente
disse: “A verdadeira vida cristã é como andar de bicicleta; se você parar de avançar, você
cai!”.

O apóstolo Paulo foi um dos maiores teólogos, missionários e pregadores do


Cristianismo, além de ser autor de 13 dos 27 livros do Novo Testamento. Ele teve seu
início como menino estudando na sinagoga com seus colegas. Naquela época, um
menino tinha que decorar o Torá, o livro sagrado dos judeus, do qual surgiu o Antigo
Testamento, até ele chegar a ser adolescente. Paulo disse que chegou a ser hebreu dos
hebreus e, segundo a lei, foi fariseu. Ele estudou tudo que foi possível estudar de
teologia judaica, que serve de base para a teologia cristã. Quando se converteu, ele usou
aquele conhecimento profundo para ensinar e escrever a Palavra de Deus. At 20.27. Ele
disse ser doutor dos gentios. I Tm 2.7. Então, podemos ver que a Bíblia apoia o ensino
teológico.
Todos os direitos reservados por 23
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Portanto é imprescindível o preparo tanto espiritual, como teológico para estar a serviço
do povo de Deus. Se Moisés, Davi, Paulo e até Jesus Cristo se preparam para servir, por
que eu e você não precisamos deste preparo?

Preparo ESPIRITUAL

A maior prioridade da liderança da igreja não é fazer a obra de Deus, mas ter comunhão
com o Deus da obra. O que nos qualifica para a liderança não é o ativismo, mas a
intimidade com Deus. O ser vem antes do fazer. A vida vem antes do trabalho. Deus está
mais interessado em quem somos do que no que fazemos. Deus está mais interessado
em caráter do que em carisma. Ele está mais interessado em nossa vida do que no nosso
trabalho. Jesus chamou os apóstolos para estarem com ele. Esse é o primeiro chamado
da liderança. Não podemos apascentar o rebanho se não conhecemos intimamente o
Senhor do rebanho.

Jesus necessitava de um tempo a sós com o seu Pai. Lc 5.16. No versículo anterior é
explicado que a fama de Cristo estava se espalhando e o êxito de seu ministério o
compelia a gastar mais tempo com Deus. Em meio a um ministério cada vez mais
movimentado, ele se isolava da multidão para ter um tempo em silêncio. Em Marcos
1.35 ficamos sabendo que Jesus antes de começar seu dia de trabalho gastava tempo
com o Pai.

Ralph Neighbour Jr. adverte: "Se você tem de fazer uma escolha entre orar e fazer,
escolha orar. Você realizará mais, e então alcançará mais pelo que faz, porque você
orou!", Martinho Lutero contou que quando estava muito ocupado precisava gastar três
horas pela manhã com Deus. John Welch frequentemente gastava de sete a oito horas
por dia em oração reservada. J. O Frasier, um missionário que trabalhava com as tribos
lisus da China ocidental, gastava metade do seu dia em oração e a outra metade em
evangelismo. David Cho, que pastoreia a maior igreja na história do cristianismo, atribui
o crescimento da sua igreja ao tempo investido em oração.

Deus irá revelar quanto tempo ele quer gastar com você cada dia. Líderes eficientes não
precisam abandonar o seu trabalho e sua família e gastar oito horas por dia em oração.
No outro extremo, no entanto, devocionais "fast food" pouco ajudam. Leva tempo para
desligar-se dos pensamentos e preocupações que acompanham a vida diária. Mike
Bickle afirma que "Quando você a princípio gasta 60 minutos em um período de oração
não se surpreenda se terminar com apenas 5 minutos que você consideraria tempo
qualitativo."

C. Peter Wagner escreve em Escudo da oração: "Minha sugestão é: é mais aconselhável


começar com quantidade do que qualidade no tempo diário de oração. Em primeiro
lugar, programe o tempo. A qualidade geralmente virá em seguida".
Todos os direitos reservados por 24
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

O líder vocacionado por Deus em nenhum momento pode negligenciar sua vida
devocional. Parece até que alguns líderes têm uma noção errada do que seja vida
devocional. Conquanto seja incontestável a necessidade de estabelecer tempo diário
para regrar a vida com momentos específicos de devoção a Deus, a comunhão não se
limita àquele tempo. Aparentemente, eles buscam experimentar comunhão com Cristo
apenas nos momentos especificamente destinados a isso. Entretanto, quem possui uma
vida devocional plena desfruta de comunhão com Deus em “todos” os momentos. Sl
55.17.

Quanto mais leio a Palavra, mais compreendo que a vida cristã não é fazer alguma coisa
para Jesus, é viver com Ele! Tenho entendido que nos últimos tempos Deus está
reintroduzindo uma visão perdida com o passar dos anos. O que, verdadeiramente, é a
vida cristã? A começar por mim, tenho reaprendido a responder a esta pergunta.

Em Lucas 10, através do encontro com as irmãs Marta e Maria, o Mestre ensina que é
mais importante para o Reino o que somos como cristãos, do que o que fazemos. A vida
cristã tem de começar aos pés do Mestre para ser capaz de terminar nos pés do próximo.

Há líderes que confundem compromisso com agenda cheia. Até pode ser esta a visão do
mundo. Mas está errada! Os maiores executivos expõem com orgulho os seus
calendários totalmente ocupados. Eles dizem: “Não tenho tempo para nada!” O
mercado julga que quanto mais compromissos, melhor será o executivo.

Jesus, o nosso exemplo, nunca quis preencher uma agenda. Ele não tinha uma ocupação,
ele tinha um modo de viver. A visão que se tem hoje é de que quanto mais
responsabilidade (atividades) o líder tem na igreja, mais maduro ele é. Deus nos tem
convidado para ver as coisas de uma perspectiva diferente. Até certo ponto, nova!

Muitos têm aprendido nos últimos anos que os nossos calendários cheios determinam
o quanto uma igreja é “boa”! Por isso, tanto seminários, congressos, clínicas, culto disso,
daquilo... Haja espaço nas agendas eclesiásticas! Temos colhido como fruto desta visão,
crentes fracos e despreparados para enfrentar a vida. Acredito que seja este um dos
principais (senão o principal) fatores para a queda de tantos líderes. O modelo de
ministério que mais aparece é aquele que é voltado para os holofotes. Quase sempre os
holofotes não são capazes de firmar os fundamentos de uma vida cristã saudável. Há
muitas tarefas para cumprir, mas nenhum valor para se viver.

Quando as coisas não acontecem na igreja, culpamos a falta de responsabilidade e de


compromisso com o serviço por parte dos crentes. Entretanto, antes que isto aconteça,
na verdade, o que falta é relacionamento com o Mestre. Não há serviço permanente
sem que antes haja intimidade com o Senhor!

Todos os direitos reservados por 25


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Nós passamos os anos correndo de um lado para o outro inventando meios, métodos e
fórmulas de se fazer alguma coisa para agradar a Deus. Isso nunca surtirá efeito
duradouro. Deus convida você líder para aprofundar o seu relacionamento com Ele. Este
é o novo olhar para o sentido da vida cristã. Não é fazer para ser, mas SER para fazer!.
Antes de começar a fazer a obra de Deus, você precisa deixar que Ele comece a fazer a
obra dEle em você!. E capacitar você:

» Deus capacita por Jesus,


» Deus capacita por Visão,
» Deus capacita os dispostos,
» Deus capacita os chamados,
» Deus capacita por meio da fé,
» Deus capacita por sua escolha,
» Deus capacita por perseverança,
» Deus capacita por meio das dificuldades,
» Deus capacita pelo poder do Espírito Santo.

Todos os direitos reservados por 26


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Todos os direitos reservados por 27


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

CAPITULO III

O ESPÍRITO SANTO E OS DONS ESPIRITUAIS

Há talentos diferentes para pessoas diferentes.


Há talentos iguais para pessoas diferentes.
Há talentos diferentes em pessoas semelhantes.
Há talentos iguais em pessoas semelhantes.

Acontece que um talento natural, quando dedicado a Deus e usado sob Sua direção
torna-se, de modo prático, em carisma, ou seja, dom para serviço. Há dons diferentes
para crentes diferentes, como também os mesmos dons podem ser doados para pessoas
diferentes.

Introdução

Os dons espirituais são importantíssimos. Nenhum cristão pode cumprir o propósito de


Deus quanto à sua vida sem dons espirituais. Nenhuma igreja local pode funcionar como
Deus quer, sem estes dons. São indispensáveis, tanto na vida particular do cristão
quanto no testemunho coletivo da igreja, pois o trabalho do Senhor é um trabalho
espiritual que só pode ser feito por meios espirituais. As palavras do Senhor Jesus aos
discípulos confirmam isto. Ele lhes disse: “Sem Mim, nada podeis fazer”. Jo 15:5. O
apóstolo Paulo afirmou que “os que estão na carne não podem agradar a Deus”. Rm 8:8.
Portanto, é impossível fazer a vontade do Senhor na força e na sabedoria da carne.

Vemos este fato ilustrado no trabalho de Paulo em Corinto. Ele nos diz que foi àquela
cidade “em fraqueza, e em temor, e em grande tremor”. I Co 2:3. A sua pregação não
consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, pois reconheceu que a sua
própria capacidade e o seu esforço não seriam suficientes para realizar o trabalho do
Senhor. Seria necessária a demonstração do Espírito e de poder. I Co 2:4. A obra do
Senhor não pode ser feita com capacidade carnal, nem tão pouco poderá ser feita por
meios mundanos.

Quantas vezes erramos neste ponto! Quantas vezes cristãos, bem intencionados,
tentam fazer a obra do Senhor fiados na sua própria capacidade e conhecimento. Logo
que sentem que os resultados desejados não estão aparecendo, passam a culpar os
métodos “antiquados” que estavam usando. Começam, então, a buscar meios mais
“eficientes” e adotam os mesmos métodos que dão resultados nos projetos dos
incrédulos. Ignoram que na obra do Senhor, estes métodos são desastrosos. A obra do
Senhor não depende de melhores métodos, e sim de mais dependência no Espírito, que
operará através dos dons que concedeu aos salvos.

Todos os direitos reservados por 28


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

I. Considerações Gerais

1. É o Espírito Santo quem realiza as manifestações sobrenaturais dos dons. I Co 12.11a.


Os dons não podem ser “usados” quando bem queremos. É Deus, por seu Espírito, que
nos usa, e isto quando bem quer. Há muitos que tentam usar a Deus. Fico surpreso
quando pregadores e ensinadores cristãos “mandam” que os seus ouvintes falem em
línguas.

Falamos em línguas quando queremos, ou nos é concedido falar pelo Espírito. I Co 12.7?
Tem até um padre na internet que ensina a falar em língua. Demos aqui o exemplo do
dom de línguas, mas nenhum outro pode ser manipulado por quem quer que seja. Pode-
se manipular pessoas, mas não os verdadeiros dons espirituais aqui tratados, que
manifestam-se eventualmente, inesperadamente e imprevisivelmente.

2. A concessão dos dons espirituais não está fundamentada nos méritos humanos. I Co
12.11b, 18. É o Espírito que distribui os dons, a cada um, como bem quer
(soberanamente). Cargos e funções na igreja podem ser concedidos pelos líderes por
amizade, paternalismo, politicagem, interesses pessoais etc., mas o Espírito não age
assim. Ele é santo e reto. Não se barganha com o Espírito, nem ninguém pode comprá-
lo.

3. Os dons espirituais não nos tornam melhores do que ninguém. I Co 12.10-27. Os dons
espirituais não são um atestado de boa conduta, nem transforma o caráter cristão.
Apesar da manifestação dos dons na igreja de Corinto, uma série de problemas de
ordem moral, familiar, eclesial, lá acontecia. Os portadores dos dons espirituais não são
crentes de primeira classe, nem devem se vangloriar pelos dons, pois são concedidos
para a edificação pessoal e da igreja (I Co 14.4) mediante a graça e a misericórdia de
Jesus.

4. O dom de profecia é mais útil e superior ao dom de línguas. I Co 14.1-5. Deixemos que
o próprio texto bíblico no fale: “Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais,
mas principalmente que profetizeis. Pois quem fala em outra língua não fala a homens,
senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. Mas o que
profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando. O que fala em outra
língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja. Eu quisera que vós
todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem
profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a
igreja receba edificação.” É triste e lamentável ver na igreja irmãos serem tidos por
“menos” espirituais por não falarem em línguas, ou não falarem em público.

Todos os direitos reservados por 29


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

II. Classificação dos dons:

Podemos para uma melhor compreensão classificar assim os dons:

1. Dons Espirituais. I Co 12.8 a 10

1.1. Dons que concedem poder para SABER SOBRENATURALMENTE

1.1.1. A palavra de Sabedoria. I Co 12.8.


1.1.2. A palavra de Ciência. I Co 12.8.
1.1.3. A palavra de Discernimento. I Co 12.10.

2.2. Aqueles dons que concebem poder para AGIR SOBRENATURALMENTE

2.2.1. Fé. 12.9.


2.2.2. Milagres. 12.10.
2.2.3. Curas, 12.9.

3.3. Aqueles dons que concedem poder para FALAR SOBRENATURALMENTE

3.3.1. Profecia. 12.10.


3.3.2. Línguas. 12.10.
3.3.3. Interpretação. 12.10.
Todos os direitos reservados por 30
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

A Necessidade dos dons espirituais: Os dons espirituais desempenham um papel de


grande relevância na Igreja, pois visam: (1) O aperfeiçoamento dos Santos. Ef. 4.11. (2)
A unidade da fé e do conhecimento de Jesus. Ef 4.13. (3) A unidade da Fé levando a um
conhecimento mais profundo do Senhor. Ef 4.15; II Pe 3.18. (4) A Maturidade Cristã. Ef
4.13,14. (5) Utilidade no serviço cristão. I Co 12.7; Ef. 4.12 e para edificação da igreja. I
Co 14.3.

2. Dons Ministeriais. Efésios 4.11

2.1. Apóstolos,
2.2. Profetas,
2.3. Evangelistas,
2.4. Pastores
2.5. e doutores.

Os cinco ministérios estão frequentemente ligados


à mão humana. O apóstolo é o polegar
trabalhando com todos os outros dedos. O
profeta é o indicador dizendo “assim diz o Senhor”
e trabalha mais próximo ao apóstolo. O dedo
mediano é o que mais longo alcance e é o
evangelista. O dedo da aliança é o pastor,
simbolizando o relacionamento de entre ele
mesmo e as pessoas. O dedo mindinho é o mestre
que trabalha mais próximo ao pastor e é muito
necessário para manter o equilíbrio. Assim como
todos os dedos são necessários para uma mão
completa e bem ajustada, todos os ministérios são
necessários para a completa edificação dos santos.

A necessidade dos dons ministeriais: Enquanto o Novo Testamento estava em processo


de formação, em certos lugares e tempos, Deus concedeu manifestações especiais do
Espírito Santo para ajudar as Igrejas a orientarem-se na verdade. Era isto necessário
porque os apóstolos eram poucos, as Igrejas distantes umas das outras, os meios de
comunicação e transportes vagarosos; sem estradas de ferro, nem telégrafos e sem
rádio as ideias se propagavam nos passos das pessoas. As igrejas em todas as partes
infestadas de falsos mestres a afirmarem toda espécie de coisas a respeito de Cristo,
não tendo e registro escrito dos verdadeiros fatos. A Bíblia era em forma de rolo e estes
eram poucos. Dai a necessidade da formação dos ministérios nas Igrejas. Querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de
Cristo, para que não sejamos meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento
de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Ef
4.11-14.
Todos os direitos reservados por 31
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

3. Outros dons

3.1. Exortação (estímulo à fé, encorajamento);


3.2. Contribuição (doação, generosidade);
3.3. Liderança (autoridade, governo, administração);
3.4. Misericórdia (simpatia, consolo, bondade);
3.5. Socorro;
3.6. Celibato (continência, abstinência sexual);
3.7. Pobreza voluntária (desprendimento material);
3.8. Martírio (submissão ao sofrimento);
3.9. Hospitalidade (alegria em receber pessoas);
3.10. Missões (amor dedicado a outras culturas);
3.11. Intercessão (oração, súplicas e louvor);

Conclusão: Deus não planejou que o corpo de Cristo fosse organizado em torno do
modelo ditatorial, em que um único indivíduo governa, por mais benévolo que seja o
governo de tal homem. Por outra parte, Ele também não tencionou que seu Corpo fosse
uma estrutura em que todos os membros governam. Ao invés de uma ditadura radical
ou de uma democracia ampla, Deus preferiu criar o corpo de Cristo como um organismo
que tem a Cristo como cabeça, e cada membro funcionando com algum dom espiritual.
Compreender os dons espirituais, portanto, é a chave que nos permite entender a
organização da Igreja.

A igreja deve buscar “com zelo os melhores dons” (I Co. 12.31), mas principalmente o
de profetizar. A razão para a prioridade desse dom é a edificação da igreja, considerando
que o falar em línguas edifica apenas a si mesmo, a menos que sejam interpretadas. I
Co. 14.2. Por isso, aquele que fala línguas deve buscar interpreta-las. I Co. 14.5-14. Paulo
dá o testemunho que prefere falar, na igreja, cinco palavras com entendimento, do que
dez mil palavras em língua estranha. I Co. 14.19. O culto, por assim, dizer, não pode se
restringir a um “festival” de línguas estranhas. O dom de línguas deva ser motivado
quando os crentes estiverem sozinhos em suas devoções particulares. Esse é o caminho
do amadurecimento espiritual, saber quando se deve ou não falar línguas. I Co. 14.20.

As línguas no culto, principalmente quando interpretadas, servem de sinal para os


descrentes, para que saibam quão distanciados de Deus estão. I Co. 14.21; At. 2.6. Mas
se transformamos o culto num encontro para que todos falem línguas estranhas, os
incrédulos não compreenderão a mensagem do evangelho e os crentes, como
aconteceu em Jerusalém (At 2.13), serão chamados de loucos. Por isso, Pedro, em At.
2.14, não falou a multidão em línguas estranhas, mas de forma audível e compreensível,
o resultado foi uma conversão de quase três mil pessoas. Assim, que tudo seja feito com
decência e ordem, para a edificação do Corpo de Cristo, se não houver quem interprete
as línguas, que fique calado ou fale apenas consigo mesmo. I Co. 14.28.
Todos os direitos reservados por 32
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Quanto à profecia, que falem dois ou três e outros julguem (I Co. 14.29-31-32), isso
mostra que o dom profético não é canônico, como a escritura, infalível, por isso, deva
ser julgado à luz da Escritura. Paulo admite que as pessoas podem acrescentar seus
próprios sentimentos. Talvez isso tenha acontecido quando os de Tiro, “pelo Espírito”,
exortaram Paulo para que não fosse a Jerusalém. At 21.4,11,12. Aquelas profecias não
foram infalíveis porque outras passagens, como a de Atos 9.16, 27.23,24, revelam que
era a vontade de Deus que Paulo fizesse aquela viagem.

Todos os direitos reservados por 33


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Anotações

_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Todos os direitos reservados por 34
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Evangelista
Segundo o Coração de Deus

Efésios 4.11 “E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
EVANGELISTAS, e outros para pastores e doutores.” Embora todos devam evangelizar não
significa que todos têm o dom de evangelista. II Tm 4.5.

O EVANGELISTA É ESSENCIAL NO PROPÓSITO DE DEUS PARA A IGREJA. A igreja que deixar


de apoiar e promover o ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos segundo
o desejo de Deus. Tornar-se-á uma igreja estática, sem crescimento e indiferente à obra
missionária. A igreja que reconhece o dom ministerial de evangelista e tem amor intenso
pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor.
At 2.14-41.

Todos os direitos reservados por 35


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Todos os direitos reservados por 36


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

CAPITULO IV

O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA NUMA PERSPECTIVA BÍBLICA

"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para


profetas, outros para EVANGELISTAS e outros para
pastores e mestres." Ef 4.11.

» Jesus - o maior evangelista. Lc 4.18.


» Paulo também era evangelista. I Co 1.17.
» Timóteo era evangelista. II Tm 4.5.
» Filipe era evangelista. At 21.8.
» A obra de um evangelista. II Tm 4.5.
» Enviado para evangelizar. I Co 1.17.
» O evangelista apregoa a libertação do mal. Lc 4.18,19.

l. O dom ministerial de evangelista

1. O conceito de evangelista.

Os termos gregos traduzidos nas passagens acima para "evangelista" são:

» At 21. 8: εὐαγγελιστοῡ (euangelistou)


» Ef 4.11: εὐαγγελιστάς (euangelistas)
» II Tm 4.5: εὐαγγελιστοῡ (euangelistou)

Evangelista é um dom de Deus, concedido através da capacitação espiritual e ministerial


para a propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas que estiverem ao alcance
da mensagem do obreiro que tem a chamada para cuidar da evangelização, como
prioridade em sua missão. Enquanto o pastor tem a missão de cuidar do ensino e do
discipulado, diretamente auxiliado por pessoas que amam cuidar dos novos decididos,
o evangelista esmera-se em buscar de Deus mensagens inspiradas e cheias de unção
para tocarem os corações dos pecadores.

O evangelista é por excelência o pregador das Boas-Novas de salvação. O salmista viu o


trabalho dos evangelistas, em mensagem profética: “O Senhor deu a palavra; grande era
o exército dos que anunciavam as boas-novas”. Sl 68.11. Nos dias presentes, há muitos
evangelistas, espalhados pelo Brasil e pelo mundo afora, difundindo a pregação do
evangelho de salvação em Cristo Jesus. Seus corações ardem de amor pelas almas
perdidas, e elaboram mensagens, com oração, jejum e estudo da Palavra, para que, na
hora do sermão, sejam instrumentos nas mãos de Deus para alcançar a mente e o
coração dos que precisam de Cristo.
Todos os direitos reservados por 37
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

EVANGELISTA - Aquele que é chamado para pregar o Evangelho em muitos lugares.


Palavra derivada do verbo evangelizo. Evangelizar significa trazer boas novas a alguém,
especificamente anunciar informações a respeito da salvação cristã. I Co 15.1-4. A
palavra é encontrada três vezes no Novo Testamento. Os evangelistas estão
relacionados junto com os apóstolos, profetas, pastores e doutores, como aqueles que
são chamados para compartilhar a construção da igreja. Ef 4.11.

Filipe foi chamado de "o evangelista". At 21.8. Embora fosse um dos sete escolhidos para
aliviar os apóstolos da tarefa de distribuir alimentos (At 6.5), ele foi especialmente
notado por sua atividade evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou
com grande sucesso. At 8.4. Dali foi enviado para evangelizar um oficial da corte etíope,
que estava viajando para casa depois de visitar Jerusalém. At 8.26. Então pregou o
Evangelho desde Azoto até Cesárea, onde tinha sua casa. At 8.40; 21.8.

Timóteo, o jovem ministro, foi exortado a realizar o trabalho de um evangelista (II Tm


4.5) como um acompanhamento de sua supervisão pastoral. Está claro que, embora os
apóstolos e outros compartilhassem o trabalho de evangelização, havia homens que
Deus chamava especialmente para essa tarefa. Nos anos posteriores, os escritores dos
quatro Evangelhos foram chamados de evangelistas porque registraram, de forma
persuasiva, os fundamentos do Evangelho de Cristo.

Os evangelistas eram os missionários, pátrios ou estrangeiros. Algumas traduções, como


a de Goodspeed, dizem mesmo «missionários». Os apóstolos eram evangelistas. e
muitos profetas também o eram; mas, além desses, havia outros, especialmente
talentosos, dotados do dom da fé, da exortação e de outras manifestações espirituais
apropriadas para seu oficio, os quais eram presenteados à igreja para multiplicá-la em
número. O grupo dos evangelistas, era aquele que efetuava a missão evangelizadora
da igreja entre os judeus ou os gentios, em posição subordinada aos apóstolos,
Geralmente os evangelistas não estavam limitados a qualquer comunidade cristã local,
mas foram de lugar em lugar, estabelecendo novas congregações locais, conduzindo os
homens à fé e à conversão a Cristo.

Devemos observar que na categoria registrada em I Coríntios 12.28, o terceiro lugar é


conferido aos «mestres». Em Efésios 4.11, entretanto, os «evangelistas» ocupam essa
posição. Além disso, a lista da primeira epistola aos Coríntios não menciona
especificamente os evangelistas, embora diversos dos dons espirituais ali aludidos sejam
instrumentos necessários para o evangelismo, o que nos dá a entender que essa
função determina evangelística realmente existia no seio da igreja cristã primitiva.

Outrossim, nem na primeira epistola aos Coríntios e nem na epístola aos Efésios se vê
qualquer tentativa de enumerar todas as gradações do ministério cristão. Por exemplo,
nenhum desses livros inclui os «diáconos», o que, naquele tempo, era um oficio
distintivo na igreja, e apenas a epístola aos Efésios menciona especificamente os
«pastores».
Todos os direitos reservados por 38
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Os evangelistas são os pioneiros no trabalho propagandístico da Igreja cristã. Os


evangelistas lançam uma trilha que, em seguida, transforma-se em auto--estrada,
mediante o trabalho dos pastores e dos mestres. Ministros especiais do evangelho, com
poderes quase apostólicos, eram chamados «evangelistas" no Novo Testamento, como
os casos de Filipe (Atos 21.8) e Timóteo (II Tm 4.5).

Os evangelistas são concedidos à Igreja como um «dom» divino à mesma, a fim de


expandir as suas fronteiras e aumentar o número de seus membros. Ef 4.11. Também é
responsabilidade dos pastores evangelizar, mas os dois ofícios - o de pastor e o de
evangelista - na verdade são distintos um do outro.

Alguns pastores modernos têm caído no grave erro de se tomarem pouco mais do que
evangelistas, deixando a sua gente essencialmente sem ensino e sem a capacidade de
pensar por si mesma. Os modernos evangelistas, que vão de igreja em igreja,
promovendo reuniões evangelísticas dentro das próprias comunidades cristãs, são
verdadeiros evangelistas. No entanto, fazem um trabalho menos útil e satisfatório do
que aqueles outros evangelistas que vão de porta em porta e também pregam em
lugares públicos, a fim de darem inicio a novas igrejas.

O vocábulo «missionário», conforme é usado em nossa época, está mais próximo da


ideia dos evangelistas dos dias do Novo Testamento, do que a palavra «evangelistas",
quando aplicada a pregadores itinerantes, que fazem das igrejas locais o centro de suas
atividades.

Os Documentos Sagrados e os Evangelistas. Na antiga Igreja cristã falava-se sobre os


evangelistas, que seriam os autores dos quatro evangelhos canônicos. Faziam isso com
base no fato de que a mensagem evangelizadora fundamental está contida nesses
quatro primeiros livros do Novo Testamento, embora saibamos que isso não deve ser
entendido literalmente. A mensagem do evangelho cristão é exposta também no livro
de Atos, nas epístolas e até mesmo no livro de Apocalipse.

A vocação do evangelista é distinta. Paulo disse de Cristo: “E ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério”. Ef 4.11.
A sabedoria divina previa o crescimento da Igreja e a consequente necessidade por
obreiros com dons diversificados. I Co 12.28.

E preciso um talento especial para a proclamação pioneira do Evangelho, encontrando


novas missões e construindo novas igrejas. O evangelista é dotado de dons espirituais
apropriados para revelar pagãos, idólatras, caminhos pecaminosos e dar acesso à
salvação de Cristo.

Todos os direitos reservados por 39


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

2. O papel do evangelista.

HOMENS CAPACITADOS PARA PREGAR

Filipe era um dos sete diáconos, escolhidos para cuidarem da assistência social aos
primeiros crentes, na igreja nascente, nos primórdios do cristianismo. At 6.1-3. Tinha
qualidades espirituais que o credenciavam a ser mais que um diácono, encarregado de
ações sociais em favor dos pobres.
» A igreja viu nele um diácono.
» Deus o viu como evangelista.
» Era homem que tinha intimidade com Deus.
» O apóstolo Paulo, em sua reunião após o retomo de sua terceira viagem missionária,
“entrou em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete e ficou com ele".
At 21.8.

Atos 8.6-8. A eficiência do ministério de Filipe é destacada aqui à medida que as


multidões reuniam-se e viam Filipe realizar sinais que davam autenticidade à
mensagem. Espíritos imundos saíam das pessoas. Os seus clamores revelavam a sua
fúria ao encontrar um poder maior do que o deles. Os demônios nunca ficam felizes
quando alguém lhes diz que deixem as suas moradias humanas, mas eles não têm
escolha a não ser se submeterem à autoridade maior. Mc 9.25,26. Filipe também curava
em Nome do Senhor Jesus. Como resultado das curas e da mensagem que ele trazia,
havia grande alegria naquela cidade.

Atos 8.26-28. Um anjo do Senhor apareceu em várias ocasiões nas Escrituras, dando
instruções às pessoas. Neste caso, Filipe recebeu a instrução de ir para o Sul. De acordo
com a estratégia soberana de Deus, Filipe saiu para o lado da estrada quando encontrou
o tesoureiro da Etiópia voltando para casa depois de uma peregrinação a Jerusalém. A
Etiópia está localizada na África, ao sul do Egito. O eunuco era obviamente dedicado a
Deus, porque tinha viajado uma distância tão grande para adorar em Jerusalém. Este
homem pode ter sido um gentio convertido ao judaísmo. O fato de que ele tivesse uma
cópia do livro do profeta Isaías indica esta possibilidade. Da mesma maneira, possuir um
pergaminho das Escrituras (manuscritas, e, portanto, raras) era um sinal de riqueza.

Atos 8.29,30. O Espírito Santo instruiu Filipe a caminhar ao lado do carro. Uma vez mais,
Filipe obedeceu imediatamente. Ele ouviu o homem lendo o profeta Isaías. Depois de
observar por um momento, Filipe perguntou: “Entendes tu o que lês?” Ao fazer isto,
Filipe exibiu duas das mais importantes características de um evangelista eficiente: a
primeira delas é a paciência. Ele esperou para descobrir como estava a compreensão do
homem antes de mergulhar no Evangelho. Uma segunda característica é o poder de
observação. Filipe esperou uma oportunidade para conduzir o homem a um nível
significativo.
Todos os direitos reservados por 40
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Atos 8.31-34. O oficial da corte expressou a frustração que todo estudante da Bíblia, ao
longo dos séculos, sentiu de tempos em tempos: “Como poderei entender, se alguém
me não ensinar?” Esta perfeita introdução ao Evangelho foi até melhor, considerando a
passagem que ele estava lendo. Tendo sido convidado a acompanhar o eunuco no carro,
Filipe descobriu o lugar da Escritura que o eunuco lia – Isaías 53. Aqui Deus continuou o
seu trabalho soberano. Não há passagem melhor do que Isaías 53 para se ler no Antigo
Testamento quando se deseja visualizar um retrato de Jesus Cristo. A passagem é a
profecia de Isaías a respeito do grande Servo sofredor - a sua rejeição, o seu silêncio
diante de seus acusadores, a sua morte juntamente com pecadores, a natureza
substitutiva do seu sofrimento, o seu sepultamento no sepulcro de um homem rico, e a
sua ressurreição.

Atos 8.35. Filipe, começando nesta Escritura, e acrescentando outras, anunciou-lhe as


boas novas a respeito de Jesus. E importante observar que Filipe começou onde o
homem estava lendo. Somente então o levou direta e claramente até onde precisava ir.
Isto significa que ele ouviu, pensou, adaptou a mensagem ao seu ouvinte e então
explicou as boas novas.

Atos 8.36. É óbvio que o oficial da corte veio à fé, a despeito daquilo que Filipe lhe tenha
dito. Evidentemente incluído no que Filipe tinha ensinado, estava o fato de que ser
batizado era o passo seguinte de obediência em sua fé recém descoberta. Filipe
começou onde o etíope estava, mas não ficou por ali. Filipe mostrou ao etíope o restante
da história - talvez a conclusão de Isaías 53 - incluindo a vinda de Cristo, a sua morte
substitutiva, a sua ressurreição, e a sua oferta de vida eterna. A maioria dos manuscritos
gregos mais antigos não inclui o versículo 37.

Atos 8.38. Depois de mandar parar o carro, o oficial e Filipe desceram à água. Ali Filipe
o batizou. As testemunhas do batismo incluíam pelo menos Filipe e o condutor do carro,
embora um homem de tal importância pudesse estar viajando com um cortejo
considerável.

Ordenado pelo Senhor Jesus Cristo (Mt 28.18-20), o batismo nas águas é um sinal
exterior e visível da identificação de um indivíduo com Cristo e com a comunidade cristã.
Este era um dos primeiros atos dos novos convertidos na igreja primitiva. Submetendo-
se ao batismo, este oficial estava proclamando a sua fé em Cristo. Profundamente
simbólico e significativo, o batismo envia uma poderosa mensagem aos espectadores a
respeito da obediência do indivíduo a Cristo.

Atos 8.39,40. Filipe foi subitamente transportado pelo Espírito do Senhor a outra cidade
(provavelmente o local do seu próximo trabalho). Azoto é uma das antigas capitais dos
filisteus, cerca de trinta quilômetros ao norte de Gaza.

Todos os direitos reservados por 41


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Este sinal maravilhoso pode estar aqui para mostrar a urgência de se transmitir a
mensagem aos gentios. Filipe anunciou o Evangelho. Filipe desaparece da história de
Atos neste ponto, mas na verdade ele acabou chegando a Cesárea. A única outra
menção a Filipe está em 21.8,9. Vinte anos depois, Filipe ainda estava em Cesárea e
tinha quatro filhas, e todas elas profetizavam. Nada mais está registrado sobre o eunuco
recém convertido, exceto este maravilhoso relato de que ele continuou o seu caminho,
jubiloso - uma evidência clara da obra do Espírito na vida deste novo crente. Gl 5.22.

Portanto, Filipe era um evangelista versátil, cheio do Espírito e guiado pelo Espírito. Ele
podia pregar para grandes multidões em um “avivamento que alcançasse uma cidade
inteira”. Mas ele também podia realizar um trabalho pessoal com um único indivíduo
em uma estrada deserta. A eternidade pode revelar que, quanto aos seus resultados
finais, a segunda destas atividades era tão fértil quanto a primeira. A lição essencial a
ser aprendida é que, quando o Espírito Santo nos impele a levar algum ministério a
outros, Ele nos dá o poder necessário para cumprirmos a missão. Onde Deus guia, Deus
provê. Outra lição é que, aos olhos do Senhor, nenhuma tarefa orientada pelo Espírito
é pequena. Somente a onisciência divina pode antever os resultados dos poucos
momentos de um testemunho dado a uma pessoa cujo coração o Espírito Santo
preparou para acolher este testemunho.

Filipe conduziu uma campanha evangelística bem-sucedida em Samaria, converteu e


batizou um oficial etíope enviando-o de volta para casa com o Evangelho. At 8.4-40. Foi
o primeiro dos “sete” (diáconos) eleitos pela igreja para servir às viúvas e não foi
apóstolo ou ordenado ministro. Mas era um evangelista porque "pregava acerca do
reino de Deus e do nome de Jesus Cristo” (8.12). Assim, todo aquele que é “um portador
de boas novas” é um evangelista. Nesse sentido, o próprio Deus é um evangelista porque
“anunciou primeiro o evangelho a Abraão”. Gn 13.8. E então, foram o anjo anunciador.
Lc 2.10. O próprio Jesus (20.1). Os apóstolos e novos convertidos em geral At 8.4.

O Ofício de Evangelista

O terceiro ofício listado por Paulo é o de evangelista. Este ofício é frequentemente mal
interpretado hoje, pois muitas denominações ainda têm um oficial chamado
evangelista. O moderno “evangelista” é alguém que prega o evangelho onde ele ainda
não é conhecido. Assim, os plantadores de igreja, missionários e pregadores de rua são
frequentemente chamados de evangelistas. De fato, o evangelista moderno gasta a
maior parte do tempo fazendo a obra de evangelismo. Contudo, mesmo o título de
“evangelista” estando ainda em uso hoje, se deve fazer distinção entre o ofício de
evangelista do Novo Testamento e seu conceito moderno. Há várias razões por que o
ofício de evangelista durante os primeiros tempos da igreja foi único.

Todos os direitos reservados por 42


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

(1) Todos os evangelistas nomeados no Novo Testamento (exceto talvez Estevão e


Filipe) tinham ministérios que estavam intimamente ligados à obra dos apóstolos (e.g.,
Barnabé, Timóteo, João, Marcos, Tito, Silas, Lucas). Eles frequentemente trabalhavam
como assistentes especiais para os apóstolos. “Quanto a Tito, é meu companheiro e
cooperador convosco; quanto a nossos irmãos, são mensageiros das igrejas e glória de
Cristo”. II Co 8.23.

(2) Os evangelistas do Novo Testamento tinham recebido poderes sobrenaturais do


Espírito para operar sinais e milagres (e.g., Estevão – At 6.8; Filipe – At 8.13; Barnabé –
At. 14:3). Os dons miraculosos foram necessários para autenticar a mensagem do
evangelho a cada vez que havia nova revelação (Ex 4.5; I Rs 17.4; Jo 17.4; II Co 12.12;
etc.); durante o período de fundação da igreja. Por causa de sua habilidade para operar
milagres e da intima conexão com o apostolado, o ofício de evangelista foi considerado
temporário e fundador pelos primeiros teólogos e comentaristas reformados.

(3) Os evangelistas do Novo Testamento frequentemente se envolviam em obras


especiais. Quando os apóstolos tinham um trabalho especial para fazer eles escolhiam
um evangelista para a tarefa. Eles eram em certo sentido vigários apostólicos; isto é,
eram homens investidos com poderes especiais para um propósito específico. Eles
desempenharam tarefas ministeriais que somente alguém especialmente comissionado
por um apóstolo poderia fazer.

Os enviados se igualam aos apóstolos como superintendentes das igrejas. “Espero,


porém, no Senhor Jesus, mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu
me sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação.” Fp 2.19. Paulo
ordenou Tito para “constituir presbíteros em cada cidade”. Tt 1.5; At 15.22; II Tm 4.9; Tt
3.12.

(4) Sempre que Paulo lista os oficiais da igreja ele sempre coloca o evangelista antes do
pastor. Esta posição é logicamente determinada pelas habilidades do evangelista para
operar sinais e milagres e suas funções como representantes apostólicos para
inspecionar as igrejas, designar presbíteros e assim por diante.

Todos os direitos reservados por 43


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Todos os direitos reservados por 44


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

CAPITULO V

EVANGELIZAÇÃO E MISSÕES

INTRODUÇÃO: Se retrocedermos a história e


formos parar no período apostólico, verificaremos
que a igreja primitiva usava a alavanca do
evangelismo pessoal como método natural de
crescimento. Naquela época, não havia aviões,
televisão, rádio, Internet ou quaisquer meios
modernos e rápidos de comunicação, mas o
escritor apostólico registrava que: “…a multidão
dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.” At 5.14.
Mas como se não havia todos estes recursos discriminados acima? Simplesmente
porque eles usaram o evangelismo pessoal.

Infelizmente esse método que se constitui no maior segredo de ganharmos almas, está
sendo usado pelas seitas, para espalharem seu falso evangelho nos lares de nossos
vizinhos, parentes e amigos. Quantas vezes não acordamos no sábado ou no domingo
de manhã com uma Testemunha de Jeová batendo à nossa porta, tentando nos
empurrar suas literaturas cheias de doutrinas heréticas? Elas estão ali, cumprindo um
programa de visitação para qual foram destinadas, até parece que não surte efeito de
imediato, mas no final do ano, após sair o relatório de crescimento delas na revista “A
Sentinela”, veremos que não é bem assim. Muitas vezes crescem mais do que muitas de
nossas igrejas evangélicas, porque simplesmente estão colocando em ação um segredo
deixado por Jesus, e que nós, seus verdadeiros discípulos, não estamos usando. Não é
por acaso que Jesus disse: “…os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração
do que os filhos da luz”. Lc 16.8. Devemos então perguntar: Porque um método tão
importante como esse foi esquecido pela igreja durante tanto tempo?

Como tudo começou

O Atos dos Apóstolos é o nosso livro guia para aprendermos o segredo deste tipo de
evangelismo. Naquela época em que o cristianismo era considerado uma seita do
judaísmo (Atos 24:14) não havia liberdade de pregar abertamente o nome de Jesus
conforme mostra o episódio de Atos capitulo quatro. Eles então se reuniam nas casas
dos novos crentes Romanos 16:5 – I Coríntios 16:19 – Colossenses 4:15. Não havia
templos cristãos como temos hoje, não havia essas belíssimas catedrais que levaram até
séculos para serem construídas. Não, não tinham tempo para apreciarem a arquitetura
de suas igrejas pois estavam ocupados demais evangelizando lá fora, onde os pecadores
estavam.
Todos os direitos reservados por 45
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

A época de Constantino

Até então como já dissemos, a igreja era uma religião ilícita, proibida; os cristãos eram
tidos como desordeiros, e para piorar a situação, Nero, põem fogo em Roma, e acusa os
cristãos, estes já não eram muito bem visto pelos Imperadores Romanos, pois não
reconheciam outra divindade a não ser Jesus, naquela época chamar César de “Senhor”
equivaleria reconhecer que César era divino mas os Cristãos não admitiam nenhum
outro “Senhor” a não ser Jesus I Coríntios 12:3 e por isso eram perseguidos.

A igreja dessa época era uma igreja fervorosa, evangelística e missionária, os cristãos
expunham suas vidas nas arenas dos circos romanos, onde eram jogados para lutarem
com feras, até mesmo mulheres e crianças não escapavam do Coliseu. Essa era, ficou
conhecida como a “Era dos mártires”, pois muitos cristãos preferiam ser mortos `a
negarem a fé em Cristo. Vários bispos pagaram um alto preço por serem cristãos, entre
estes Policarpo, Justino o mártir, Irineu, Clemente e tantos outros.

No começo do século IV, o então imperador Constantino se “converte” ao Cristianismo


e torna-o religião oficial do império romano. Esse foi o início das conversões em massas,
os pagãos entravam para a igreja, mas continuavam pagãos sem conversão e muitas
vezes traziam consigo costumes e práticas pagas que a igreja por conveniência mais
tarde veio a adotá-los. Nesta época também, Constantino baniu a religião pagã e
confiscou seus templos transformando-os em templos cristãos, mandou construir
grandiosas basílicas, a mais famosa foi a catedral de São Pedro que existe até hoje em
Roma.

Os cristãos já não evangelizavam mais, pois pensavam que Deus estava em seus
templos, sendo que Salomão mesmo disse que nenhuma casa terrestre o pode
comportar I Reis 8:27. Esta situação se vê até hoje nos descendentes diretos daquele
tipo de cristianismo – o católico romano. Infelizmente esse quadro perdurou até a idade
média, nem mesmo os reformadores mudaram esse quadro resgatando o que era de
suma importância na igreja primitiva, o evangelismo pessoal.Com o avivamento de John
Wesley resgatou-se o evangelismo em massa, o pregador ia até ao pecador, não ficava
esperando que este, viesse ao templo para se converter. Mas ainda estava longe do
método neotestamentario!

Essa é a situação da igreja atual, todos nós esperamos que o pecador venha nos cultos
de domingo à noite, para então Deus de uma maneira miraculosa, o tocar e ele se
converter. Não queremos ir atrás das almas, queremos que elas venham até nossos
templos; lembra do que Jesus disse? Ele disse: “Ide e pregai” e não, “deixe que eles
venham e então você pregue”!

Todos os direitos reservados por 46


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Precisamos despertar-nos para a obra `a qual o Espírito de Deus nos tem chamado, o
velho “Ide” continua atual ele não foi mudado, Deus ainda continua chamando os
crentes para a pesca. Seitas como os mórmons e as testemunhas de Jeová, descobriram
isso e estão pregando um outro evangelho semeando o joio no meio do trigo Gálatas
1:8 temos que dar um basta nessa situação!

Evangelismo pessoal o método do Novo Testamento

O método de Cristo

Jesus sempre usava o evangelismo pessoal, lançava mão de termos como: pescar e
semear, algo que só podemos fazer pessoalmente, mais do que isso Ele a ensinou
comissionando:

a) os doze Marcos 3:13,14


b) os setenta Lucas 10:1
c) e por fim, todos os discípulos Marcos 16:15

O Método da Igreja Primitiva

Seguindo a ordem de seu mestre, os apóstolos e todos os crentes primitivos, não


deixaram de usar o evangelismo pessoal e os resultados eram tremendos. Vejamos:
“Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra. E, descendo
Filipe `a cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo”. Atos 8.4,5. Posteriormente com a
conversão de Saulo de Tarso o evangelismo pessoal explodiu de vez, falando aos anciãos
de Éfeso ele diz: “Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar
publicamente e pelas casas”. Atos 20.20. Os frutos deste tipo de evangelismo eram
maravilhosos. Veja o que Lucas registra:

No princípio era apenas um pescador – Jesus. Depois doze almas que foram treinadas
por cristo Lucas 6:13 após esses doze, vieram mais setenta, Lucas 10:1 em Pentecostes
o número já era de 120, Atos 1:15, a multidão alargou-se para quase 3.000 almas Atos
2:41, era algo contagiante pois a multidão crescia cada vez mais e chegava `a 5000 Atos
4:4 ; 5:14,o número dos discípulos crescia e multiplicava Atos 6:1,7,as igrejas se
multiplicavam Atos 9:31,e por fim diz o apostolo Paulo que aquele evangelho tinha sido
pregado a toda criatura debaixo do sol Colossenses 1:23.É algo realmente miraculoso
não é? Mas será’ que isto se encerrou com a era apostólica? Será que os apóstolos
tinham algo que nós não possuímos hoje? Sim e não. A diferença entre os crentes
primitivos e nós é que eles obedeciam, levavam a sério o “Ide” de Jesus. Você tem o
mesmo Jesus, a mesma mensagem, o mesmo evangelho, os mesmos tipos de pecadores,
então o que falta? Por que nossas igrejas estão vazias e os templos das seitas cheios?
Por que, se o nosso Deus é o mesmo, ontem, hoje e o será para sempre? Hebreus 13:8.
Todos os direitos reservados por 47
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Creio então que o problema está em nós, não em Deus ou nos pecadores, não são eles
que estão com os corações mais duros, somos nós!

Descobrindo o segredo do livro de Atos

Qual era o segredo de tanto sucesso para ganharmos almas? Seria novas estratégias, um
novo vocabulário para abordarmos os incrédulos, até mesmo empregar marketing como
fazem muitas igrejas? Não. O segredo se encontra em Atos 1:8 que diz: “Mas recebereis
a virtude do Espírito Santo, que ha de vir sobre vos; e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”.

É o “PODER DE DEUS” que faz a diferença meus irmãos! Temos que aprender a cooperar
com Ele e Ele cooperara’ conosco! “E eles tendo partido, pregaram por todas as partes,
cooperando com eles o Senhor…”. Marcos 16.20.

Nunca teremos uma igreja conquistadora de almas enquanto não tivermos crentes com
o desejo de buscarem o poder de Deus, de estarem cheios do Espírito Santo. Enquanto
não tivermos a coragem de nos dispormos de corpo e alma para tal tarefa nunca
teremos uma igreja evangelizadora nos moldes da igreja primitiva e, por conseguinte
nunca teremos crentes avivados.

Dá-se pouca importância a este fato em reuniões de evangelismo, passa por cima dele
apenas superficialmente, e isto é perigoso porque ele, e unicamente ele, é o principal
motor do avivamento para o evangelismo, não existe outro, não há métodos, formulas,
ou truques que o substitua. Se quisermos ter resultados duradouros não podemos agir
de outra maneira a não ser a que está em Atos 4:24 a 31, pare neste instante e leia-o.

Preparando os crentes para o Evangelismo

1. Através do avivamento:

1-1: arrependimento

Para que haja avivamento é necessário arrependimento de pecados, sondagem do


coração, ou como diz Hebreus 12:1: “…deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão
de perto nos rodeia…”. Não gostamos muito de fazer isso não é verdade? A carne clama,
protesta, briga e se debate. O Diabo fará’ de tudo para te impedir, pois ele sabe, que um
crente com a vida inteiramente nas mãos de Deus, pode fazer um estrago no seu reino,
e isto ele não quer!

Todos os direitos reservados por 48


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Todo grande avivamento na Bíblia começou com arrependimento:

a) Ezequias II Reis capitulo 18


b) Josias II Reis capitulo 22 e 23
c) Neemias Neemias capitulo 9

Agora chegou a hora do seu avivamento! Deus precisa de crentes corajosos que deixem
de viver dentro de seu mundinho egoísta e carnal e passe a viver no reino do Espírito!

1-2: Oração

Muitos crentes vão para o evangelismo despreparados, as vezes sem orar durante dias,
como podem querer ter sucesso na pesca de almas desta maneira? A oração é essencial,
indispensável na vida do crente, é a respiração espiritual da alma, sem a qual, esta
morrera’. Geralmente uma reunião de evangelismo em nossas igrejas se da’ da seguinte
maneira:

O líder de evangelismo, que no caso pode ser o pastor (muito difícil hoje em dia) ou um
simples membro, reúne o pessoal na igreja. Uns chegam desanimados, outros com
medo, uns afoitos para que comece e acabe logo, pois tem outras coisas mais
importantes para fazer, como por exemplo namorar. Alguns reclamam, mas finalmente
saem após repartirem os folhetos, sem nenhuma explicação ou treinamento e o pior de
tudo, sem oração. Na do evangelismo jogam os folhetos nos quintais, nos correios como
se fossem panfletos políticos, sabendo que irão ser molhados ou rasgados por algum
cão travesso, gastando assim dinheiro e tempo! Na rua enquanto evangelizam,
conversam sobre tudo: futebol, o último filme que assistiram, a namorada, riem,
brincam a vontade, e tudo isso na frente de incrédulos. Não ha’ oração, antes, durante
e muito menos depois do evangelismo. É lastimável!!Você acha que tal evangelismo
teria sucesso? Não? Mas é justamente essa a realidade hoje da maioria das igrejas (As
que ainda fazem evangelismo!).

Precisamos orar, buscar o poder de Deus a todo tempo. Não devemos contentar apenas
com o batismo com o Espírito Santo mas procurarmos ser cheios todos os dias como
faziam os crentes primitivos Atos 16.13. Até mesmo Jesus precisava ser cheio pois orava
continuamente Lucas 5.16; 6.12.

Temos tempo para tudo hoje em dia, menos para orar, mas é justamente ai que nos
erramos, pois quanto mais tempo gastamos com o Senhor em oração, mais direção
nosso espírito recebera’ para as coisas do cotidiano Lucas 10:41,42. Se quisermos ser
ganhadores de alma temos que pagar o preço, negar nossa própria vida pra viver a vida
de Cristo em nos Gálatas 2:20. Não se contente com uma vida fraca, morna e inerte sem
experimentar o poder de Deus.
Todos os direitos reservados por 49
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Ele não te obrigara’ a nada, a decisão é sua Apocalipse 3:20, Deus não trabalha em cima
de ameaças, pois tudo o que fazemos pra obra de Deus tem que levar a marca do amor
e finalmente quando entrarmos no seu tribunal esse será’ o critério para julgar nossas
obras. I João 4.18.

LEMBRE-SE: Somente o crente cheio do Espírito Santo poderá’ levar almas a Cristo com
eficácia, enquanto o gemido do Espírito Romanos 8:26 não for o nosso gemido de
intercessão por este mundo perdido, enquanto a paixão pelas almas não queimar dentro
de nos como fazia em Whitefild que disse: “Se não queres dar-me almas, retira a minha
”ou Hyde missionário na China que orava assim: “Dá-me almas, ou morrerei” não
seremos realmente discípulos de Cristo. Precisamos nos compadecermos da multidão.

O caso do Rico e Lazaro reflete a realidade do mundo perdido sem Deus.


a) O rico havia morrido sem salvação. Lc 16.22,23
Não há mais chance para quem morre sem Cristo Hebreus 9.27
b) Foi para o inferno V.23
O inferno é real e eterno. Mt 25.46; Apoc 20.15
c) Havia deixado cinco irmãos na mesma condição v.28.

Quantas pessoas existem sem salvação! São cerca de seis bilhões de pessoas habitando
este planeta, subtraia dois bilhões e meio de cristãos, dentre esses subtraia ainda os que
são cristãos autênticos, sobrará uma pequenina parcela o resto está caminhando a
passos largos para o inferno. Agora observe o dramático apelo desta alma perdida nos
versos 27,28,30 e a terrível realidade apontada por Abraão nos versos 29,31. Para o rico
que estava no Hades não havia mais esperança, mas para os mortos espirituais mas
fisicamente vivos sim I Timoteo 5:6. O mundo esta aflito, clamando por salvação. Os
anjos não podem pregar I Pedro 1:12 os mortos salvos também não Lucas 16:26,31,
somente nos temos este privilégio II Corintios 5:20.Deus procura pessoas para essa
tarefa,ouça o que Ele diz:
“A quem enviarei, e quem ha’ de ir por nós?” “Então disse…” Isaias 6:8
A ultima parte do versículo ainda está em aberto, quem irá atendê-la ?
Jesus chorava pela multidão Lucas 19:41,42
Jesus se afligia por elas Lucas 22:44
Jesus ia ao encontro delas Marcos 1:38,39
Temos que ter o mesmo sentimento de Cristo Filipenses 2:5 e andar como Ele andou I
João 2:6 eis como Ele andou Atos 10:38. Mais uma vez ouve o que Deus diz: “E busquei
dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante
mim por esta terra…mas ninguém achei” Ezequiel 22:30.
Você se dispõe a ficar na brecha? Quer ser obediente ao mandado de Deus?
Veja: Atos 8:26 levanta-te……..v:27 -levantou-se e foi. Atos 9:6 levanta-te……..v:8 -
levantou-se e foi. Atos 9:10 levanta-te……..v:17 -levantou-se e foi.
Todos os direitos reservados por 50
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Como preparar um grupo de evangelismo

Há um grande inimigo da igreja que deseja ganhar almas! Ele não permite que seus
membros se disponham na obra do evangelismo pessoal, de maneira sistemática,
continua e primordial. Este inimigo é: atividades demais.

O maior problema:

Atividades demais é o maior problema na igreja atual é a arma que o inimigo usa para
barrar o crescimento da igreja. Algo que deveria ser secundário na vida da igreja, tornou-
se a coisa principal e o pior de tudo é que muitas dessas atividades acabaram virando
tradição no seio das igrejas, e não pretendem sair tão fácil. Sim, louvar a Deus é bom,
mas fomos chamados a ganharmos almas, Jesus não disse “ide e louvai” mas antes “ide
e pregai o evangelho”. Hoje muitos se escondem atrás da fachada de músicos, pregador,
aliás, pregador de igrejas é o que não falta, ÁS PAREDES DAS IGREJAS SÃO OS LOCAIS MAIS
EVANGELIZADOS DO MUNDO! Mas ninguém quer ir lá’ fora no sol quente pescar;
esperam que os peixes venham limpos! Certamente que Deus deu dons a igreja como
pastores, doutores, ajudadores, cantores etc… mas não encontramos nenhum apoio
bíblico para que essas pessoas não evangelizem. Antes de um pastor ser um pastor, ele
tem que ser antes de tudo um evangelista pessoal ganhador de almas, e o mesmo se
aplica aos músicos e outros cargos dentro da igreja. Enquanto não percebermos que a
tarefa principal da igreja é ganhar almas, continuaremos a contentarmos com uma igreja
fraca e vazia, cheia de departamento de louvores, mas sem nenhum pecador salvo,
sendo que o maior louvor é quando uma alma se converte. Lc 15.7; Apoc 5.9,10.

Formando uma equipe

Se conseguir levar a igreja toda ao evangelismo, isto será maravilhoso, caso contrário
terá que usar o método que Deus mostrou a Gideão. Muitos dentro de nossas igrejas
estão dentro de uma dessas categorias descritas abaixo:

Categoria Tomé: São aquelas que duvidam de tudo, por isso não saem para evangelizar
e não conseguem crer que Deus poderá dar uma grande quantidade de peixes, mas
estão completamente enganadas. Lc 5.4,5,6.

Categoria do filho desobediente: São aqueles que se aprontam dão o nome, se


entusiasmam, mas nunca aparecem. Mt 21.28,29,30.

Categoria de Isaías: Estes sim estão prontos a fazerem a obra de Deus, pois sempre dirão:
“Eis me aqui Senhor, usa-me a mim”. Eles podem ser poucos, no entanto, são os que
darão resultado, pois estão dispostos, custe o que custar a fazer a obra de Deus. Então
com esta equipe formada, reine-a o mais arduamente possível. Tenha ordem e disciplina
no que faz e acima de tudo não seja somente um chefe, mas um líder exemplo.

Todos os direitos reservados por 51


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Depois do Evangelismo

Depois de ganhar almas, não as deixe a mercê da sorte, mas crie para elas um
departamento de discipulado dentro da igreja. Onde poderão fazer perguntas e ter a
chance de se expressarem. Mas cuidado, não coloque qualquer pessoa para este cargo,
prefira pessoas que conheçam bem a Bíblia e que seja sábia no tratamento com tais
indivíduos. Geralmente, os pecadores veem feridos (com traumas, preconceitos,
complexos, etc…) para o aprisco e é necessário que o pastor saiba aplicar os tipos certos
de remédios para cada tipo de ferimento.

Portanto…
AGORA O MUNDO É SEU!!!

Todos os direitos reservados por 52


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Todos os direitos reservados por 53


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

(Uma história Real)


Todos os domingos à tarde, depois do culto da manhã na igreja, o pastor e seu filho de
11 anos saíam pela cidade e entregavam folhetos evangelísticos. Numa tarde de
domingo, quando chegou a hora do pastor e seu filho saírem pelas ruas com os folhetos,
fazia muito frio lá fora e também chovia muito. O menino se agasalhou e disse:
- Ok, papai, estou pronto.
E seu pai perguntou:
- Pronto para quê?
- Pai, está na hora de juntarmos os nossos folhetos e sairmos.
Seu pai respondeu:
- Filho, está muito frio lá fora e também está chovendo muito.
O menino olhou para o pai surpreso e perguntou:
- Mas, pai, as pessoas não vão para o inferno até mesmo em dias de chuva?
Seu pai respondeu:
- Filho, eu não vou sair nesse frio.
Triste, o menino perguntou:
- Pai, eu posso ir? Por favor!!!
Seu pai hesitou por um momento e depois disse:
- Filho, você pode ir. Aqui estão os folhetos. Tome cuidado, filho.
- Obrigado, pai!!!
Então ele saiu no meio daquela chuva. Este menino de onze anos caminhou pelas ruas
da cidade de porta em porta entregando folhetos evangelísticos a todos que via. Depois
de caminhar por duas horas na chuva, ele estava todo molhado, mas faltava o último
folheto. Ele parou na esquina e procurou por alguém para entregar o folheto, mas as ruas
estavam totalmente desertas. Então ele se virou em direção à primeira casa que viu e
caminhou pela calçada até a porta e tocou a campainha. Ele tocou a campainha, mas
ninguém respondeu. Ele tocou de novo, mais uma vez, mas ninguém abriu a porta. Ele
esperou, mas não houve resposta.

Finalmente, este garoto de onze anos se virou para ir embora, mas algo o deteve. Mais
uma vez, ele se virou para a porta, tocou a campainha e bateu na porta bem forte. Ele
esperou, alguma coisa o fazia ficar ali na varanda.

Ele tocou de novo e desta vez a porta se abriu bem devagar. De pé na porta estava uma
senhora idosa com um olhar muito triste. Ela perguntou gentilmente:
Todos os direitos reservados por 54
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

- O que eu posso fazer por você, meu filho? Com olhos radiantes e um sorriso que
iluminou o mundo dela, este pequeno menino disse:
- Senhora, me perdoe se eu estou perturbando, mas eu só gostaria de dizer que JESUS A
AMA MUITO e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto que lhe dirá tudo
sobre JESUS e seu grande AMOR. Então ele entregou o seu último folheto e se virou para
ir embora. Ela o chamou e disse:
- Obrigada, meu filho!!! E que Deus te abençoe!!!
Bem, na manhã do seguinte domingo na igreja, o papai pastor estava no púlpito. Quando
o culto começou ele perguntou:
- Alguém tem um testemunho ou algo a dizer? Lentamente, na última fila da igreja, uma
senhora idosa se pôs de pé. Conforme ela começou a falar, um olhar glorioso
transparecia em seu rosto.
- Ninguém me conhece nesta igreja. Eu nunca estive aqui. Vocês sabem, antes do
domingo passado eu não era cristã. Meu marido faleceu a algum tempo deixando-me
totalmente sozinha neste mundo. No domingo passado, sendo um dia particularmente
frio e chuvoso, eu tinha decidido no meu coração que eu chegaria ao fim da linha, eu
não tinha mais esperança ou vontade de viver.
Então eu peguei uma corda e uma cadeira e subi as escadas para o sótão da minha casa.
Eu amarrei a corda numa madeira no telhado, subi na cadeira e coloquei a outra ponta
da corda em volta do meu pescoço. De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido,
eu estava a ponto de saltar, quando, de repente, o toque da campainha me assustou. Eu
pensei:
- Vou esperar um minuto e quem quer que seja irá embora. Eu esperei e esperei, mas a
campainha parecia tocar cada vez mais alto e era mais insistente; depois a pessoa que
estava tocando também começou a bater bem forte. Eu pensei:
- Quem neste mundo pode ser? Ninguém toca a campainha da minha casa ou vem me
visitar. Eu afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à porta, enquanto a
campainha soava cada vez mais alto.
Quando eu abri a porta e vi quem era, eu mal pude acreditar, pois na minha varanda
estava o menino mais radiante e angelical que já vi em minha vida. O seu SORRISO, ah,
eu nunca poderia descrevê-lo a vocês! As palavras que saíam da sua boca fizeram com
que o meu coração que estava morto há muito tempo SALTASSE PARA A VIDA quando
ele exclamou com voz de querubim:
- Senhora, eu só vim aqui para dizer que JESUS A AMA MUITO. Então ele me entregou
este folheto que eu agora tenho em minhas mãos. Conforme aquele anjinho desaparecia
no frio e na chuva, eu fechei a porta e atenciosamente li cada palavra deste folheto.
Então eu subi para o sótão para pegar a minha corda e a cadeira. Eu não iria precisar
mais delas. Vocês vêem - eu agora sou uma Filha Feliz do Rei!!!
Já que o endereço da sua igreja estava no verso deste folheto, eu vim aqui pessoalmente
para dizer OBRIGADA ao anjinho de Deus que no momento certo livrou a minha alma
de uma eternidade no inferno. Não havia quem não tivesse lágrimas nos olhos na igreja.
E quando gritos de louvor e honra ao REI ecoaram por todo o edifício, o papai pastor
desceu do púlpito e foi em direção à primeira fila onde o seu anjinho estava sentado. Ele
tomou o seu filho nos braços e chorou copiosamente.

Todos os direitos reservados por 55


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

A HISTÓRIA DA EVANGELIZAÇÃO

Um Breve Resumo

Durante o Primeiro Século depois de Cristo, os Seus seguidores possuíam uma paixão
inextinguível e um zelo tremendo, no sentido de persuadirem as pessoas a receberem
Cristo. Eles se lembravam da promessa de Jesus de voltar tão logo o Evangelho fosse
pregado em todo mundo, em testemunho a todas as nações. Mt 24.14. No Segundo Século,
o Cristianismo enredou-se em controvérsias teológicas. Ao invés de prosseguirem
veementemente até os confins da terra e às regiões mais distantes ainda, eles começaram
a debater questões doutrinárias. O Terceiro Século encontrou o Cristianismo afundado na
apostasia. O Quarto Século fechou o ciclo — a apostasia estava completa.

O Cristianismo foi então mergulhando num período de mil anos de trevas espirituais a Idade
Média ou “Período de Trevas”. Este terrível período de mil anos, tornou-se um véu que tem
obstruído a igreja contemporânea no sentido de perceber os métodos neo-testamentários.
Martinho Lutero, o grande reformador, primeiramente irrompeu destas trevas com a
revelação de que (...) o justo viverá pela fé. Rm 1.17. No entanto, a Reforma liderada por
Lutero não foi uma volta à evangelização pessoal. Foi, sim, uma revolta contra a hierarquia
religiosa e um convite aos crentes no sentido de examinarem as Escrituras por si mesmos,
algo proibido naquela época pelo clero em supremacia.

Lutero não disse praticamente nada sobre Missões nem sobre a evangelização mundial. Na
verdade, foi quase em 1800 d.C. que William Carey trouxe de volta o conceito de Missões
aos corações dos crentes. O evangelismo, bem como a experiência de sermos batizados no
Espírito Santo, só foram amplamente divulgados ou conhecidos novamente a partir do início
do Século XX.

O Cristianismo tem oferecido uma prolongada e tenaz resistência aos conceitos neo-
testamentários. Muitos ainda não retornaram ao fundamento da Igreja Primitiva - o princípio
básico da evangelização pessoal, que é Cristo ministrando através do crente. A evangelização
em massa reapareceu há cerca de 200 anos atrás, através de John Wesley (fundador da Igreja
Metodista). Homens como George Whitefield a introduziram no Ocidente. Nos dois últimos
séculos, houve aproximadamente quatro ápices da evangelização em massa: sob a liderança
de Wesley, Finney, Moody, e de muitos outros desde a virada do Século XX.

Em meados do Século XVIII, um grande mover do Espírito de Deus foi manifesto através do
que foi denominado de época dos acampamentos espirituais. No Século XIX, as reuniões
debaixo de arvoredos tornaram-se populares. Aí então, o reavivamento entrou em voga. No
Século XX, as palavras reavivamento e evangelização entre misturaram-se. Mais tarde, os
termos populares variavam de reavivamentos a cruzada ou campanha evangelística,
centralizadas em igrejas ou que abrangiam cidades inteiras. No entanto, a evangelização
pessoal ainda não foi geralmente redescoberta em termos genéricos pela igreja
institucionalizada. Torrey e Spurgeon escreveram os dois primeiros livros sobre a
evangelização pessoal no início do Século XX. Desde então, centenas e centenas de livros
foram publicados sobre o assunto. E muitas variedades de programas, projetos, planos e
cruzadas de evangelização espalharam-se rapidamente.
Todos os direitos reservados por 56
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

A GRANDE COMISSÃO

"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura" Mc 16.15

Um Pastor “sem visão” se levantou e, querendo encontrar alguma prova contra a Grande
Comissão dada por Jesus, perguntou-lhe; Mestre, o que devo fazer para realizar missões?
Jesus lhe respondeu; O que as Escrituras Sagradas dizem a respeito disso? O Pastor lhe
respondeu; “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as
forças e com toda a mente”. E ame o missionário como você ama a você mesmo. ”A sua
resposta está certa! – disse Jesus. Faça isso e você viverá.

Porém o Pastor “sem visão”, querendo se desculpar, perguntou-lhe; Mas quem é o


missionário? Jesus lhe respondeu assim; Um missionário, se preparando para ir ao Oriente
Médio, encontrou muitas dificuldades para prosseguir; Teve que renunciar o emprego,
separar-se da família amada, deixar seus estudos, lutou em fazer um seminário e depois um
curso de treinamento transcultural. Precisava de apoio espiritual e financeiro. Quem o
ajudaria a prosseguir? Acontece que um pastor de sua própria denominação, o encontrou.

Quando viu o missionário, disse-lhe; Hoje temos poucos irmãos no culto, é uma pena! Se
fosse em um domingo, a oferta seria boa! O missionário falou de seu chamado, foi embora,
e o pastor continuou o seu caminho, deixando o missionário sozinho. Também um outro
pastor da mesma denominação do missionário, o convidou à sua Igreja e disse-lhe; hoje o
culto é missionário, você tem 15 minutos para falar, por que depois eu vou pregar. O
missionário não pode falar sobre o seu chamado como deveria, o pastor pregou uma
mensagem fora do contexto de Missões, e no final do culto nem procurou o missionário para
cumprimentá-lo e nem deu uma oferta para o mesmo (era uma igreja rica).

O missionário sentiu-se triste. Mas uma Igreja de outra denominação, encontrando o


missionário, disse-lhe; Venha ao nosso culto. Chegando ao culto, o pastor “Samaritano”,
abraçou o missionário com um sorriso e disse-lhe; Você vai falar de seu chamado na Escola
Bíblica Dominical e no culto a noite. A Igreja, que tem vários gastos com as atividades locais,
deu-lhe uma boa oferta, deu-lhe presentes (roupas, shampoo, livros), deu-lhe atenção e
carinho, e por último o pastor disse-lhe: vamos estudar um plano para ajudar você a chegar
e permanecer no Oriente Médio.

O missionário reviveu, sentiu-se parte do corpo de Cristo e um embaixador de Cristo na


terra. Então Jesus perguntou ao Pastor “sem visão”: Na sua opinião, qual dessas três Igrejas
foi o próximo do missionário necessitado? Aquela Igreja que o socorreu! – respondeu-lhe o
Pastor “sem visão”. E Jesus lhe disse; – Pois vá e faça a mesma coisa. O que você diria para os
seus familiares se fosse fazer uma longa viagem? Além das palavras de despedida, abraços
e beijos, certamente você faria algumas recomendações. “Filhos obedeçam vossa mãe, não
briguem e não se esqueçam de alimentar os animais” diria um pai de família. “Dia tal temos
tantas contas a pagar, lembre-se de fazer aquele contato com os fornecedores” talvez
dissesse o diretor de uma empresa. Quando o Senhor Jesus ressuscitou, antes de subir ao
Céu, Ele também deu instruções aos Seus discípulos e conseqüentemente à Sua igreja, que
somos nós.
Todos os direitos reservados por 57
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Certo dia Jesus desejava chegar a Galiléia, mas era preciso passar por Sicar uma cidade
samaritana, e pelo cansaço da caminhada parou junto a um poço de água, no exato
momento em que uma mulher samaritana se dirigia para tirar água daquele poço, Jesus
então não pensou duas vezes e pediu:

"Dá-me de beber" – espantada, aquela mulher o interrogou "Como, sendo tu judeu, me


pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?" e com isso entendemos que os judeus
não se davam com os samaritanos.

E a partir daí um extenso dialogo ocorre entre os dois que esta descrito em todo capítulo 4
de João e dentro desse texto Jesus nos ensina sobre a missão a qual Ele nos encarregou. "É
me dado todo poder no céu e na terra. Portanto, ide e fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas
as coisas que eu vos tenho mandado. E certamente estou convosco todos os dias, até à
consumação do século" Mt 28.18-20.

"Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será
salvo, mas quem não crer será condenado estes sinais hão de seguir os que crerem: Em meu
nome expulsarão demônios; falaram em novas línguas; pegaram em serpentes; e quando
beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal algum; imporão as mãos sobre os
enfermos, e os curarão." Mc 16.15-18.

"e disse: Eis o que está escrito: O Cristo padecerá, e ao terceiro dia ressurgirá dentre os
mortos, e em seu nome se pregará o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas
as nações, começando por Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas. Envio sobre vós
a promessa de meu Pai, mais ficai na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder". Lc
24.46-49.

"Disse-lhes Jesus de novo: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu vos envio a
vós. Dizendo isto, soprou sobre eles, e disse: Recebei o Espírito Santo." Jo 20.21-22.

Bem, aqui esta os quatro textos básico extraídos dos quatro evangelhos, onde Jesus nos
comissiona, lembre-se quando Ele falou estas palavras, Ele estava diante de 11 discípulos
que também eram apóstolos e essas 11 pessoas eram a igreja de Jesus, na realidade era
toda a igreja que existia até aquele momento, é como se eu e você estivéssemos ali, Ele
falou para nós, para mim e para você com tudo isso, Ele quer dizer:

"Eu garanto, fui eu que mandei, podem deixar que eu garanto". Olhem que tremendo em
Mateus 28.18-19, ele fala "É me dado todo poder no céu e na terra e, portanto ide (...)" é
como se Ele falasse, "Agora todo poder me foi dado, eu posso tudo, por isso podem ir que
eu garanto, podem deixar que e o mais Eu vou fazer", tremendo Ele quer dizer que vamos
na mesma autoridade e poder olhem o texto de João 20.21" (...) Assim como o Pai me
enviou, eu vos envio a vós. (...)" pensei comigo como foi que o Pai enviou Jesus? Fazendo
milagres, libertando, salvando e tudo mais e então da mesma forma Ele me enviou e te
enviou. A grande comissão dividiu-se em quatro partes que vamos vê-las separadamente.

Todos os direitos reservados por 58


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Primeira Ordem

Ide

A primeira coisa que Jesus quer de mim e de você é que tenhamos a disponibilidade de ir,
de buscar, lembre-se Jesus veio "(...) buscar o que se havia perdido (...)" então Ele foi até a
pessoa, Ele veio buscar e assim nós devemos buscar, ide, devemos ir onde os perdidos estão
quebrar as barreiras do nosso coração, e permitir que o amor de Deus flua em nós tão
livremente que nada possa nos impedir de levar a salvação a este mundo, certo evangelista
um dia disse: "Nenhum sacrifício é tão grande se ao final uma alma for salva, nada é tão caro
se ao final uma alma for salva".

E a ordenança do ide de Jesus quer dizer justamente isso, que eu não posso ter minha vida
como preciosa e sim antes, ter as vidas como preciosas, ide é a ordenança cabe a nós
cumprir essa ordenança. E qual é o limite desse ide, "(...) de todas as nações (...)" e "(...) por
todo mundo (...)" ai esta o limite os confins da terra, nada nos pode prender, nunca
poderemos dizer onde ir?, o que fazer?, nunca, pois a nossa missão é essa, ide por todo
mundo, e lembrando que o original de ide é indo, ou seja enquanto eu vou, eu vou buscando
os perdidos, com toda certeza o propósito de Deus na sua vida ainda não esta 100%
cumprido.

Hoje você esta ai, amanhã podes estar em qualquer outro lugar que Deus queira te levar, o
detalhe é enquanto você vai caminhando para alcançar o propósito completo de Deus na
sua vida, você vai buscando os perdidos, isso é cumprir o ide (indo), enquanto caminho,
caminho na busca dos perdidos.

Enquanto houver na face da terra, pessoas que ainda não ouviram falar de Jesus, sempre
haverá onde ir, ainda que seja somente uma pessoa, o ide não estará terminado enquanto
todos não ouviram o verdadeiro evangelho de Jesus.

Segunda Ordem

Pregai o Evangelho

Mas não basta ir, não basta chegar perto, é preciso ter o que dizer, é preciso ter aquilo que
os perdidos necessitam e nós temos, Jesus nos mandou "Ide (...) e pregai o evangelho" aí
está a mensagem é o evangelho, Ele não nos mandou ir e falar sobre vários assuntos, Ele
nos mandou ir e pregar o evangelho e quantas vezes falamos sobre todos os assuntos,
menos o evangelho, não basta testemunhar do que Deus fez na sua vida, nenhuma
estratégia será 100% eficaz, se através dessa o evangelho não for pregado, somente o
evangelho pode salvar as pessoas, Jesus nos deu a boa notícia que precisa ser proclamada,
cabe a mim e a você fazê-lo.

Com isso entendemos que precisamos ir e pregar o evangelho, não qualquer mensagem
mais sim, o evangelho puro, simples e poderoso como ele é. Podemos iniciar uma conversar
sobre qualquer assunto, mas não podemos deixar de levar aquela pessoa a ter a
oportunidade de ouvir o evangelho, de receber as boas notícias que Jesus tem para ela.

Todos os direitos reservados por 59


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Que o nosso coração seja de fato um grande rio de amor e vida de onde o evangelho possa
fluir e que nenhum de nós venha por limites no evangelho, como dizendo que o evangelho
serve para uns e para outros não, chega de colocarmos amarras no evangelho, afinal ele
serve tanto para o livre como para o preso, o pobre ou o rico, todos, absolutamente todos
precisam do evangelho, sem exceção alguma, façamos como Paulo que disse: " (...) o
evangelho não esta acorrentado" não sejamos nós os primeiros a colocar correntes no
evangelho, Jesus disse "Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão." (Mc
13.31), o evangelho nunca mudou e nem mudará por um simples fator, ele não precisa
mudar, continua atual e poderoso, mais cortante que qualquer espada de dois gumes.

Simplesmente dentro do evangelho esta as respostas para as ansiedades da humanidade, o


evangelho muda o homem de dentro para fora, proporcionando uma transformação
completa, no corpo, na alma e no espírito. Temos a mensagem que mudará a humanidade,
não precisamos nos envergonhar do evangelho de forma nenhuma, todos precisam dele é
a boa notícia de libertação e cura, e essa poderosa mensagem que é o poder de Deus para
salvar todo aquele que crer, esta em sua boca. E a quem esse evangelho deve ser pregado?
"... a toda criatura", não façamos como os discípulos que debaixo dos seus preconceitos
foram resistentes quando Jesus estava evangelizando aquela mulher, não deixemos que as
pessoas se percam por causa de nossos preconceitos, que o jeito das pessoas se vestirem,
falarem e se comportarem não seja empecilho para você pregar o evangelho, em nome de
Jesus, veja as pessoas como gente não como arvores, aprenda a ver com os olhos do coração
de Deus, que bate forte pelas vidas.
Terceira Ordem

Fazei Discípulos

É como se nesse momento Jesus estivesse dizendo, vão é multipliquem-se, procriem, façam
filhos espirituais, pois na realidade discípulos são verdadeiros filhos espirituais. Durante
muitos séculos a igreja não tomou consciência do propósito de Jesus a respeito da grande
comissão, muitos acreditavam que ela se resumia a vocacionados, pastores, evangelistas e
etc. mais hoje nos últimos dias Deus levanta a sua igreja para entender a sua
responsabilidade nesta missão, que é de todos, nós. E apreenda uma coisa, a evangelização
só é completa quando há consolidação, ou seja, retenção do fruto, Jesus disse que devíamos
ir e dá fruto e o nosso fruto permanecer (Jo 15.16), isso é projeto de Deus, somos
responsáveis pelos que ganhamos e se temos oportunidade de acompanhar o fruto,
devemos fazê-los para então obedecermos o chamado.

Quarta ordem

Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado

Além de mantermos os frutos é preciso ensinar a palavra, mesmo como evangelista, é


preciso ensinar os princípios básicos e elementares da Palavra, os mandamentos e como
viver a vida em Cristo. Isso é ordem de Jesus para toda a igreja, a grande comissão só esta
completa quando ensinamos os mandamentos, quando ganhamos e levamos essas pessoas
ao conhecimento de como viver sua vida em Cristo, até o momento em que ela caminhe
sozinha e possa fazer isso com outros. Portanto, investir em um evangelismo eficaz que
produz fruto permanente.
Todos os direitos reservados por 60
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

EVANGELIZAÇÃO: A PRINCIPAL TAREFA DA IGREJA DE CRISTO

“... Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura.” Mc 16.15

Todo o dia morrem aproximadamente 55 mil pessoas no mundo sem conhecer a Jesus
Cristo. A responsabilidade de evangelização e missionária da igreja significa o compromisso
permanente da pregação do evangelho. É a função principal da igreja. As boas novas do
evangelho foram deixadas na terra por Jesus Cristo para toda raça humana, e não apenas
para algumas regiões.

1. A urgência da tarefa a evangelização dos perdidos

Pregar o evangelho é uma tarefa urgente. “Prega a palavra... Pois haverá tempo em que não
suportarão a sã doutrina”. II Tm 4.2,3. Hermisten M. P. Costa chega a afirmar que “o senso
de urgência deve nos levar a falar como se aquela fosse a última vez”. Deus tem pressa.
Jesus olhou para Zaqueu em cima da árvore e disse: “Zaqueu, desça depressa. Quero ficar
em sua casa hoje” Lc 19.5. Desça depressa!

O que você diria de alguém que visse um cego andando em direção a um precipício e não
fizesse nada para impedi-lo? O mesmo acontece com os crentes que olham os incrédulos
caminhando para o inferno, mas não fazem nada para impedi-los de continuarem no
caminho do engano. A omissão da igreja é a perdição do mundo. Evangelizar é uma tarefa
inadiável. Devemos fazer a obra de Deus enquanto é dia, enquanto temos oportunidade,
enquanto as portas estão abertas. Existem milhões de pessoas que nunca ouviram falar de
Jesus. É tempo de ouvirmos a voz de Cristo, sua ordem e obedecê-lo. Precisamos levar o
evangelho a toda criatura. A evangelização é para ser feita agora, sem demora. É hora de a
igreja sair em busca dos perdidos. Multidões estão cegadas espiritualmente e aprisionadas
a falsas religiões. Está na hora de a igreja correr e avisar os pecadores do grande e grave
perigo que estão correndo.

2. O mundo está agonizando sem Salvação

“Perto das Cataratas do Iguaçu no Paraná, boiava o cadáver de um bezerro que corria
vagarosamente na direção do grande abismo. Era inverno, e uma águia faminta, subiu no
bezerro morto e enterrou nele suas garras possantes e, calmamente o ia devorando.

Todos os direitos reservados por 61


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

- Bezerro e água iam sendo levados pela correnteza do rio. Navegaram, navegaram e
navegaram... A águia estava ali absorvida com aquela presa gostosa e não pressentiu o
perigo eminente das altas cachoeiras...

- E como o banquete estava saboroso ela enterrava ainda mais suas garras para não perde-
lo! Ela avista a alguns metros a gigantesca cratera com imenso volume de águas caindo, e
não deu tanta atenção porque confiava na força brutal de suas asas, e, levantaria vôo como
tantas vezes já tinha feito...

-Até que uma das correntes do redemoinho arrastou o bezerro e o lançou no terrível
abismo. A águia já no perigo tentou largar à presa, mas suas garras estavam de tal modo
presas que não conseguiu. Se esforçou, fez várias tentativas... Até que as águas encobriram
aquela gigante do espaço.

Morreu porque estava presa nos manjares. Morreu porque deixou para depois...

Na verdade esta experiência acontece com muitas pessoas com respeito à salvação da
alma. Sabem que vão morrer um dia, mas apesar disso, não se preparam para a
morte. Sabem que estão perdidas, mas não buscam a salvação da alma.

Sabem que estão separadas de Cristo pelo pecado, mas não tomam nenhuma providencia
para uma aproximação com Deus. Sabem que a alma esta manchada pelo pecado e que no
céu não entra impureza, mas nada fazem para uma purificação. Sabem que só Cristo Salva,
mas não O buscam com sinceridade.

Sabem finalmente, que se morrerem nas condições em que se encontram irão fatalmente
para o inferno, mas permanecem na indiferença, no pecado, na indecisão. Vão deixando
para amanhã, para mais tarde, para depois.... e como a Águia distraída a comer o seu manjar,
estão sendo tragados pela correnteza da morte! Quando observamos a sociedade hoje, o
mundo em que estamos vivendo. Estamos vendo muitas pessoas agonizando neste mundo,
precisando conhecer a verdade da Palavra de Deus.

As pessoas estão se agonizando pelas terríveis enfermidades do espírito. São os pecados


que dominam e se impõem sobre a vontade de Deus. São os ataques malignos, as
opressões, as perturbações e em vários casos as possessões. Agonizam pela mais terrível
de todas as enfermidades do espírito: a fome de Deus.

As pessoas estão agonizando pelas doenças da alma e da mente. É a insegurança e o medo


que o mundo moderno impõe sobre nós. Saímos à rua e ficamos preocupados com a
segurança de nossas casas. Preocupados com a segurança de nossos filhos que estão
sozinhos na escola, no trabalho e nos afazeres da vida. E isso gera traumas, dúvidas e às
vezes falta o chão para a gente pisar firme!

As pessoas estão agonizando pelas doenças do corpo. São os vícios que dominam, tiram a
liberdade, afastam as pessoas do bem e as empurram para o abismo. Agonizam pelas
enfermidades das doenças que consomem a alegria do viver, minam as forças e impõe
sofrimento a toda família.

Todos os direitos reservados por 62


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

As pessoas estão agonizadas pela calamidade da vida. Crescem a cada dia as famílias
desconcertadas, os casamentos falidos, os filhos desajustados na vida e os pais que se
tornam cicatrizes vivas na vida dos seus filhos. Porém, as pessoas estão agonizando
principalmente porque não tem Jesus.

3. O Estado dos Perdidos

Três jovens pescadores mexicanos ficaram nove meses à deriva no oceano Pacífico,
sobrevivendo da água da chuva, de gaivotas e peixes crus, até serem resgatados por um
barco pesqueiro taiwanês, a 8.000 km do México. Os imprudentes pescadores de tubarões
saíram do México, em outubro de 2005, em um barco de três metros de largura por nove
de comprimento, que ficou à deriva depois de uma tempestade. Além disso a gasolina
acabou e o motor quebrou, deixando-os à mercê de uma corrente marinha que desemboca
na costa da Austrália.

"Ficávamos alegres quando víamos um barco, fazíamos sinais e quando víamos que não nos
dava bola, que ia embora, ficávamos tristes e chorávamos...”

Este tipo de acidente incomum, principalmente pela longa duração, nos faz entender melhor
o significado da palavra “perdido”. Quem se perdeu ou está perdido, não tem nenhuma
possibilidade de remediar ou resolver a situação. A pessoa perdida está só, distante e sem
proteção, exposta a todo tipo de perigos como o frio, calor, chuva, fome e até a morte. A
pessoa perdida agoniza sem enxergar nenhuma possibilidade de salvação. A pessoa perdida
não é ouvida, não é vista e todos, depois de um determinado tempo as consideram mortas
e não se preocupam mais.

As pessoas perdidas no mar, na terra, nas montanhas e até nos desertos, ainda contam com
um fiapo de esperança de serem encontradas. Mas quando é Deus quem diz que uma
pessoa está perdida, não existe a mais remota possibilidade de salvação, e não se trata de
perdição temporária, mas eterna. Quando Jesus falou de si mesmo, apresentando o
propósito de sua vinda a este mundo, Ele falou de forma específica sobre as pessoas
perdidas, dizendo: “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido". Lc
19.10.

Por isso é fácil entender porque Jesus se importa com os perdidos. Lc 15.1-32. Ele é o “bom
pastor” O propósito do pastor é levar a ovelha perdida a seu lugar de origem, restaurando
seu estado original. O que uma ovelha "perde quando se perde"? Uma ovelha perdida perde
sua utilidade, muda seu estado, mas não perde sua identidade e valor.

"Uma ovelha em cem é só 1% do rebanho. Quem se importa com um por cento?"

Nenhum criador de ovelhas ou qualquer pecuarista diria tal frase ou deixaria de ir atrás de
uma única vaca fosse qual fosse o número de cabeças do rebanho. Jesus então faz a
pergunta retórica "Quem não deixaria as 99 e iria atrás da perdida?" Cuja resposta óbvia
justificava (perante os religiosos judeus) a importância que Cristo dava ao pecador perdido.
Não é difícil entender a lógica do Bom Pastor. Então porque os religiosos condenavam Jesus
por andar e comer com gente de tão baixo nível como prostitutas e servidores públicos
corruptos. Por que não compreendiam que Jesus era o pastor em busca da ovelha perdida?
Todos os direitos reservados por 63
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Na maioria das vezes o perdido não se parece com seu estado original. Por vezes, parece
até repulsivo. Pense nos objetos que perdeu e no estado que estavam quando os recuperou
depois de muito tempo: sujos, carcomidos, enferrujados, desbotados, descaracterizados. Só
quem perdeu reconhece o valor original. Para os outros é lixo.

Nem tudo está perdido para o perdido. É preciso sabermos o que foi perdido e o que
ainda permanece. De fato, não há nada tão radicalmente perdido que não possa ser achado.
Especialmente em se tratando dono ser Aquele diante de quem nada ou ninguém está
escondido.

Não há como fugirmos da graça de Deus: se estamos "achados" estamos em segurança e


bem servidos e se estamos perdidos, das duas uma: ou Jesus está nos procurando ou
esperando nossa volta. Ou ambas as coisas.

4. Como a Igreja deve se portar em relação aos perdidos da sociedade?

Quantas coisas perdidas você já recuperou? Assim como Jesus, a Igreja deve ser a
manifestação da possibilidade de recuperação do que foi perdido. O perdido deve olhar para
a igreja e dizer a si mesmo: "Ainda dá... Ainda tenho chance."

O perdido nem sempre foi perdido. Quem ele foi e como foi antes de se perder? Assim como
Jesus, a Igreja deve olhar para o perdido de uma forma que abranja o que ele foi, o que é e
o que pode vir a ser; numa perspectiva de utilidade, estado, identidade e valor. E isso porque
quando algo (ou alguém) se perde, também se perde a utilidade (não há como usar algo
desaparecido), perde-se o estado original (o perdido se estraga, se suja); muitas vezes
perde-se o valor. Mas não se perde a identidade.

Assim é que podemos olhar para o perdido, seja ele um político corrupto, um assassino ou
mesmo um religioso hipócrita e legalista de uma forma multidimensional: ele nem sempre
foi assim, ele é (está) assim; mas ele pode vir a ser outra pessoa.

Olhar apenas para o passado recente foi o erro do filho mais velho (na Parábola do Filho Pródigo)

Olhar apenas para o estado atual era o problema dos fariseus

"Amar uma pessoa significa vê-la como Deus pretendia que ela fosse" (Fiodor Dostoievski)

O perdido recebia de Jesus (e deve receber da Igreja) cuidados especiais, não por sua
utilidade, mas por suas necessidades. Dessa forma podemos dizer que quanto mais perdido,
maior o empenho de Cristo/Igreja na recuperação. Ocorre que não parecer ser justo que
aquele que teve um mau comportamento receba maiores cuidados. Por isso nossos ciúmes
aparentemente justificáveis. Mas a maneira de Deus não é a do Papai Noel que recompensa
"o bom menino que não faz mal-criação". E nós também não agimos assim? Não nos
empenhamos para salvar um marido alcoólatra, um filho dependente, uma ovelha perdida?
Por que negamos isso à Deus? O mais fascinante é que Jesus acolhia (e a Igreja também
deve acolher) os críticos dos perdidos. Jesus gastou tempo com os fariseus para fazê-los
compreender a necessidade de busca e acolhimento aos perdidos. Ele contou a parábola da
ovelha perdida aos fariseus justamente para ilustrar essa realidade.

Todos os direitos reservados por 64


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

TIPOS DE EVANGELISMO

No livro de Atos havia somente dois métodos de evangelização: a evangelização em massa


e a evangelização pessoal. Dentro de pouco tempo, após a morte dos apóstolos, controvérsias
teológicas usurparam o lugar da evangelização na Igreja, resultando assim a apostasia. Já em
torno do Século IV, a Idade Média (conhecida como Período de Trevas) já havia começado.
Foi somente no Século XVIII que a evangelização em massa começou a reaparecer com John
Wesley. A evangelização pessoal, da maneira como a Igreja Primitiva a praticava, foi
redescoberta há pouco tempo.

Durante muitas gerações, os cristãos evangelizaram a igreja, as salas de aulas, os bancos de


igreja — mas não o mundo. As pessoas eram convidadas para o templo da igreja, onde
esperava-se que elas se decidissem por Cristo. Isto foi bom para os poucos que freqüentavam
a igreja, mas muitos dos não-convertidos nunca entram numa igreja e, consequentemente,
nunca podem ser alcançados. É por isto que a maior oportunidade do cristão encontra-se
fora da igreja. Isto nos estimula a ganharmos almas na fábrica, nos parques, nas ruas, nos
lares etc. A maior oportunidade do cristão não se encontra em seu testemunho dentro do
santuário da igreja, mas lá fora, no mundo, onde as pessoas estão.

A igreja nasceu numa labareda de evangelização pessoal. Foi um ministério de casa em casa,
face a face. Este material sobre evangelização é um estimulante para cada cristão, no sentido
de reacender nele a paixão pelas almas. Ele poderá servir como um passaporte aos
movimentados cruzamentos e mercados da humanidade; seus conceitos, apresentados em
forma simples e prática, pode produzir uma nova estirpe de seguidores de Jesus,
promovendo o contato entre os que estão dentro da igreja e os que estão fora, no mundo, nos
lares e escolas, nas salas e nos escritórios, nas fábricas e mercados, nos parques e ruas — lá
fora, onde a humanidade sofre mais, e onde somente o amor de Cristo pode curar.

Não existe nenhuma realização e satisfação semelhante a de fazermos


parte da tarefa número um de Deus: proclamar as Boas Novas a todas as
criaturas, ganhar almas — lá fora, onde as pessoas estão!
Na terra só existe um povo que pode fazer missões, levar as boas novas aos perdidos. Nem
mesmo os anjos têm a missão de anunciar o evangelho. Se a igreja não fizer missões
ninguém mais o fará e conseqüentemente, o mundo estará perdido. Só que Deus poderá
pedir conta de nós, pois somos seus atalaias. Ez 3.18. É agora ou nunca, missões é questão
de sobrevivência daqueles que perecem o remédio para a alma dos caídos, perdidos, aflitos.
Observemos alguns tipos de evangelismo:
Todos os direitos reservados por 65
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

1. Evangelismo Pessoal

Só ha uma maneira de combatermos ou pelo menos


restringirmos o crescimento das seitas. Esta
maneira é a preventiva, ou seja: “chegue antes
delas” através do evangelismo pessoal, o que
muitos chamam de corpo a corpo, de casa em casa
e termos semelhantes...

Se retrocedermos a historia e formos parar no


período apostólico, verificaremos que a igreja
primitiva usava a alavanca do evangelismo pessoal
como método natural de crescimento. Naquela
época, não havia televisão, radio, Internet ou
quaisquer meios modernos e rápidos de
comunicação, mas o escritor apostólico registrava que: “... a multidão dos que criam no
Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.” Atos 5.14. Mas como se não
havia todos estes recursos discriminados acima? Simplesmente porque eles usaram o
evangelismo pessoal.

Infelizmente esse método que se constitui no maior segredo de ganharmos almas, esta
sendo usado pelas seitas, para espalharem seu falso evangelho nos lares de nossos vizinhos,
parentes e amigos. Quantas vezes não acordamos no sábado ou no domingo de manhã com
uma Testemunha de Jeová batendo à nossa porta, tentando nos empurrar suas literaturas
cheias de doutrinas heréticas? Elas estão ali, cumprindo um programa de visitação para qual
foram destinadas, até parece que não surte efeito de imediato, mas no final do ano, após
sair o relatório de crescimento delas na revista “A Sentinela”, veremos que não é bem assim.
Muitas vezes crescem mais do que muitas de nossas igrejas evangélicas, porque
simplesmente estão colocando em ação um segredo deixado por Jesus, e que nós, seus
verdadeiros discípulos, não estamos usando. Portanto, evangelismo é ato de levar boas
novas com estratégia e técnicas. Evangelizar é apresentar Jesus Cristo, o Filho de Deus, como
único e exclusivo Salvador, é também um ato de amor para com o próximo. O evangelho de
João é o que mais destaca esta atividade de Jesus.

Capítulo 1 – Jesus levou André para sua casa, e quando este saiu, havia aceitado como o seu Messias;
Capítulo III – Jesus passou parte de uma noite revelando o plano de salvação a uma só pessoa: Nicodemos;
Capítulo IV – Jesus passou a sua hora do almoço anunciando o evangelho a uma mulher samaritana;
Capítulo V – Jesus parou junto ao tanque de Betesda para dar atenção a um homem paralítico.

O Evangelismo Pessoal pode Produzir Avivamento

Todos os livros que que eu já li sobre "avivamento" referem-se ao mesmo, na igreja,


mediante a pregração da Palavra em evangelização em massa. Mas o evangelismo em massa
não é necessariamente o único meio para termos avivamento! O evangelismo pessoal pode
ser o instrumento mediante o qual vem o avivamento, e com a mesma intensidade. De fato,
mais intenso ainda, posto que o avivamento instaurado através do evangelismo pessoal é
mais profundo. Por quê ? Porque é o único tipo de avivamento que tira o crente da posição
de espectador.
Todos os direitos reservados por 66
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Pode-se manter o Espirito de Avivamento

Esse é o elemento que mais se destaca no evangelismo pessoal. Tanto o avivamento como
o evangelismo produzidos podem ser conservados. Uma vez que o coração de um pastor ou
de um leigo é incendiado com a conquista de almas, essa atitude pode ter prosseguimento.
A alegria não precisa ser passageira. A conquista de almas conserva o crente mais perto de
Cristo, em sua vida cotidiana. O testemunho é a própria expressão da vida espiritual normal
e abundante. A árvore só produz fruto da riqueza e extravasamento de sua vida. Possui mais
do que pode conter, e por isso produz fruto.

Entre em qualquer igreja "morta". Sente no banco. Contemple a congregação. A congre


gação ali se encontra, em estado quase hipnótico. Todos têm um ar inexpressivo. Porque?

Não há expectativa. Ninguém realmente espera encontrar-se com Deus, nem ver o Seu
poder! Semana após semana, nada realmente acontece na igreja. Por outro lado, a igreja
que está conquistando almas é como um formigueiro, esperando para ver o que Deus vai
fazer em seguida. Muitos pastores que tem visto suas próprias vidas e as de suas
congregações avivadas por meio do evangelismo pessoal, tem dito: "Agora prego com uma
unção como nunca conhecera antes. O povo espera, na expectativa do que Deus está
prestes a fazer".

Nada existe de mais emocionante para o crente do que vir à igreja e ver, em outro banco,
um recém-convertido que ele mesmo conquistou para Cristo. Uma igreja assim certamente
não está morta!

Outra característica da igreja que começa a conquistar almas é que perde milagrosamente
o seu complexo de culpa. Inadvertidamente, quase todos os pastores e congregações têm
um complexo de culpa por não conquistarem almas. Livrar-se desse complexo é estar em
completa liberdade. E o fato de não reconhecermos a existência desse complexo nos está
destruindo.

O Evangelismo Pessoal pode Evangelizar o Mundo

O vocábulo "evangelizar" não quer dizer conquistar o mundo para Cristo, e, sim, apresentar
o evangelho até todos terem tido a oportunidade de se decidirem se querem aceitar ou
rejeitar a Cristo. Jamais devemos esperar conquistar o mundo para Cristo enquanto não
tivermos reconquistado forte ênfase sobre o testemunho pessoal. Não podemos esperar
que os homens que saem como missionários evangelizem o mundo sem esse instrumento.

Primeiramente devem ter experiência com o evangelismo pessoal, em suas próprias pátrias.
Os missionários trabalham sob a pressão de uma severa desvantagem, porquanto não vêm
de igrejas conquistadoras de almas, nem nunca viram o avivamento mediante o cristianismo
pessoal em ação. Portanto, não podem levar tal experiência para os campos missionários.
Nossos missionários não podem ser maiores que as igrejas de onde vieram.

O evangelismo pessoal é o único princípio de evangelismo que pode ser utilizado,


através do mundo inteiro, para chegar a cada habitante deste planeta.

Todos os direitos reservados por 67


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

(a) A Conquista de almas gera Conquistadores de Almas


Os homens que são ganhos para Cristo mediante o testemunho pessoal são sempre os mais
prontos a se torna rem pescadores de almas. Esse é um fato que geralmente foge à nossa
observação. Mas o terreno para sua multi plicação é muito fértil.
(b) O Evangelismo pessoal faz os crentes crescerem
Um notável evangelista, que dedicou a maior parte de sua vida ao evangelismo em massa,
mas que recentemente começou a dedicar todo o seu tempo ao ministério do evangelismo
pessoal, confidenciou certa vez: "Durante todos os anos de meu ministério evangelístico,
nunca recebi mais de três ou quatro cartas por anos de crentes que me agradeciam pela
influência de meu ministério em suas vidas. Mas, desde que me dediquei integralmente ao
evangelismo pessoal, não é extraordinário eu receber quinze dessas cartas por semana!".

Se quiser conquistar uma alma para Cristo, terá de pôr em ação tua vida cristã inteira: a
Palavra, a oração, a dependência ao Espírito Santo, e todos os frutos da maturidade em
Cristo. Trata-se de um desafio constante. A nova experiência conserva o testemunho cristão
fresco e vivo. Como pode qualquer de nós sentir-se feliz em Cristo, quando nada realmente
de novo aconteceu conosco, desde a nossa conversão? Mas a testemunha cristã, coerente
consigo mesma, anda no poder manifesto de Deus. . . diariamente. Contamos com muita
gente que são grandes membros de igreja, mas que são crentes excessivamente fracos.
Quando esses membros de igrejas começam a conquistar almas, pode-se notar que alteram
sua área de devoção. Surge neles um amor profundo pela pessoa de Jesus Cristo. Os crentes
ficam realmente transformados quando ganham almas.

O Evangelismo Pessoal é o mais Produtivo de Todos


Para muitos isso é um fato revelador, mas sempre vemos mais pessoas aceitarem a Cristo
— e entrarem como membros das igrejas — através de cruzadas de evangelismo pessoal,
do que aquelas que estão sendo ganhas para Cristo mediante quaisquer campanhas
similares, estilo evangelismo em massa.

Quanto à porcentagem, baseada no número de crentes que realmente participam do


evangelismo pessoal, esse é o tipo de evangelismo que se mostra mais rico em frutos. Talvez
chegue o dia em que o evangelismo pessoal receba igual ênfase à que é dada ao evangelismo
em massa, quanto ao número de pessoas e de igrejas participantes. Se chegar o dia em que
grande número de igrejas se unam para evangelizar cidades inteiras, mediante o teste
munho de casa em casa, então A IGREJA VERÁ A MAIOR CONQUISTA DE ALMAS DE TODA A
HISTÓRIA DA CRISTANDADE!

Se alguém te pedisse que descrevesse um "avivamento", o que diria? Talvez algo como o
seguinte: "Os crentes sairiam por toda parte, falando sobre Jesus para todos. Todo ser
humano numa cidade ficaria cônscio da mensagem de Cristo e poderia ter um encontro
pessoal com Ele. Multidões aceitariam a Cristo. Haveria o espírito de expectativa por toda
parte. Os crentes testificariam — aos banqueiros, aos carpinteiros, aos barbeiros, a todos,
enfim. Uma cidade inteira se sentiria convicta de seus pecados. Alegria e poder varreriam
as igrejas, e Cristo seria exaltado". Pois bem, meu amigo, isso é uma descrição do
evangelismo pessoal em ação!

Todos os direitos reservados por 68


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Vantagens do Evangelismo Pessoal


Mensagem própria condizente com a condição espiritual da pessoa; a mensagem é pregada
no ambiente da pessoa, pois muitas pessoas nunca entrariam num templo para assistir um
culto, por vários motivos: preconceitos, falta de interesse, falsos boatos, por proibição e etc.

Quando e onde realizar Evangelismo Pessoal?


Não há momento específico para se evangelizar, qualquer hora é o momento, a bíblia nos
fala dos tempos:
- Agora – At 17.30
- Hoje – Hb 3.7
- Todos os dias – At 5.42.
Consideramos quatro oportunidades muito comuns, mas isso não significa que o trabalho
deve se limitar somente aos lugares e ocasiões aqui citados:

Viagens em condução coletiva: muitas pessoas sentem-se mais à vontade para conversar
enquanto viajam porque têm tempo à disposição. At 8.26-39.

Em lares: nos dias atuais parece que está havendo um novo interesse por estudos bíblicos
e oração conjunta nos lares. O crente pode oferecer sua própria casa para realização de
estudos bíblicos, ou pedir a um amigo descrente ter um desses estudos em sua casa. At
20.20.

Locais públicos: o ganhador de almas deve usar de tato para que não se torne inoportuno
e não venha a interferir na atividade de quem ele deseja evangelizar. Nunca chamar a
atenção dos presentes, querendo prevalecer sua opinião, nem iniciar uma discussão
acalorada. Mc 2.14

Em instituições: hospitais, escolas, penitenciárias, orfanatos e asilos, oferecem excelentes


oportunidades para evangelismo pessoal. Nestes lugares, sendo permitido, deve-se realizar
rápidas reuniões de evangelismo pessoal.

Como ganhar almas pessoalmente? Como o ganhador de almas executa o seu trabalho? Ter
entusiasmo e disposição, mas não preparo, resultará em fracasso.

Experiência pessoal: deve estar preparado para explanar seu testemunho pessoal de
salvação e para responder perguntas como: “Você acaba de me dizer que devo aceitar Jesus
como meu Salvador pessoal. Agora quero saber o que esta experiência realizou na sua vida.”

Vida cristã: deve ter uma vida cristã acima de qualquer suspeita, senão todas as palavras
de sabedoria e argumentação serão vãs se o ouvinte sabe que ele é um hipócrita.

O conhecimento: deve estar fundamentado na fé, ter um conhecimento básico da palavra


e saber no que crê e por que crê. A falta de preparo poderá trazer dificuldades para si mesmo
e para sua igreja, além de deixar confusa a pessoa com quem irá tratar.

Todos os direitos reservados por 69


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

A atitude: deve sentir profundo amor pelos perdidos, este amor abrirá muitas oportunida-
des. Este trabalho não terá resultados permanentes se a preocupação for ganhar louvor dos
homens.

A coragem: deve estar preparado para o dia da rejeição e mesmo da perseguição, nem
todos aplaudirão os esforços e dedicação, uma pessoa poderá rejeitar inúmeras vezes antes
de mostrar-se interessada e a oração, pois a batalha não é carnal, não é intelecto luta contra
intelecto. A batalha é espiritual e somente no poder do Espírito pode-se vencer.

Alguns aspectos singulares do Evangelismo Pessoal

O tempo disponível do crente deve definir o tipo de abordagem produtiva no evangelismo


pessoal, geralmente a abordagem mais duradoura requer mais paciência, porém poderá ser
mais frutífera.

Amizades duradouras: se o tempo disponível for indefinido, é bom estabelecer primeiro


uma sólida amizade, posteriormente essa pessoa estará mais disposta a ouvir o que você
tem para dizer. Quando se trata de amizade duradoura, o pecador ficará mais
impressionado em ver Jesus na vida do crente, em todos seus aspectos da vida, vinte e
quatro horas por dia.

Amizades de curta duração: se o tempo está limitado a algumas horas é melhor primeiro
abordar um ponto de interesse comum, deste ponto o crente poderá estabelecer um
relacionamento social e daí entrar no assunto da salvação, sempre confiado na direção do
Espírito Santo. Se a pessoa não quiser fazer sua decisão de seguir a Jesus naquele instante,
é melhor fazê-la entender que não rejeitou ao Senhor definitivamente, incentive a procurar
uma igreja onde possa receber ajuda espiritual.

Contato único: se o tempo disponível é extremamente curto, o método mais eficaz é o de


deixar com a pessoa uma mensagem impressa. Multidões têm sido conduzidas à salvação
por intermédio da mensagem impressa. Essa literatura deve estar identificada com uma
referência onde a pessoa poderá encontrar uma ajuda espiritual.

Conteúdo dos folhetos: Nunca distribua um folheto sem primeiro ler cada palavra para
certificar se o conteúdo é totalmente bíblico. Esta certificação será válida se a instituição for
notoriamente idônea e defensora da fé cristã.

Seria cativante visitar uma igreja do primeiro século e notar o seu programa de
evangelismo. Poderiam informar-nos sem perda de tempo sobre a maneira de fazer uma
igreja tornar-se conquistadora de almas. Se hoje pudéssemos viajar até essas antigas
igrejas, sem duvida ficaríamos maravilhados com nossas descobertas. Chegando em
Éfeso, nossa visita seria mais ou menos assim:

Todos os direitos reservados por 70


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

"Boa tarde, Áqúila. Sabemos que você é membro desta igreja. Queremos entrar e conversar".
"Sejam bem vindos. Entrem".
"Se não for demais, queremos que nos conte como as igrejas da Ásia Menor efetuam seu programa de
evangelização. Lemos que antes você era membro da igreja em Corinto, depois em Roma e, agora, aqui em Efeso.
Portanto, você deve saber informar-nos com exatidão e clareza acerca do evangelismo do Novo Testamento.
Também desejamos ver a igreja antes de regressarmos".
"Sentem-se. Já estamos na igreja. Ela se reúne em nossa casa". "Vocês não têm templo?"
"Quer dizer templo? Não, acho que não temos."
"Diga-nos, Áquila, o que a igreja está fazendo para atingir a cidade com o evangelho?"
"Ora, já evangelizamos a cidade de Éfeso. Todos os habitantes desta cidade compreendem bem o evangelho".
"Que?"
"É verdade... acha isso extraordinário?"
"E como é que a igreja conseguiu fazer isso? Por certo vocês não têm rádio nem televisão. Realizaram, então,
muitas cruzadas de evangelização?"
"Não. Como vocês provavelmente ouviram dizer, experimentamos evangelismo em massa nesta região, mas quase
sempre terminávamos na cadeia!"
"E então, como fizeram tudo?"
"Oh, então não sabem? Somente visitamos todas as casas da cidade. Foi assim que a igreja evangelizou a princípio
aquela cidade. Os discípulos evangelizaram a cidade inteira de Jerusalém em muito pouco tempo. Todas as igrejas
da Ásia Menor seguiram esse exemplo."
"E esse método tem dado bons resultados em todos os lugares?"
"Sim. Tem havido tantas conversões que os líderes das religiões pagãs temem que suas religiões sejam extintas.
Quando o irmão Paulo saiu de Éfeso pela última vez, lembrou-nos que deveríamos continuar evangelizando com o
mesmo método".
"Áquila, isso é maravilhoso! Nesse passo, quantas pessoas ouvirão o evangelho e o aceitarão?"
"Não ouviram ainda dizer? Já levamos o evangelho a todas as pessoas da Ásia Menor — tanto a gregos como a
judeus".
"Ora, isso é impossível. Você não está realmente dizendo que cada pessoa já foi evangelizada, não é mesmo?"
"É verdade. Cada pessoa".
"Mas isso incluiria Damasco, Éfeso e dezenas de cidades grandes, aldeias e povoações — e também as tribos
nômades do deserto. Quanto tempo foi necessário para as igrejas alcançarem todo esse povo?"
"Não muito tempo — exatamente 24 meses. O mesmo está acontecendo na África do Norte e no sul da Europa. O
evangelho também já chegou à Espanha. Ouvimos falar de um país que se chama Inglaterra, e muitos cristãos já
chegaram lá. Esperamos completar a Grande Comissão de Jesus antes do fim deste século".
"Áquila, o que você nos está contando é incrível. Vocês têm feito mais, em uma geração, do que nós em mil
anos". "Não compreendo a razão disso. Para nós foi algo simples. Pode ser que vocês tenham usado métodos
errados de evangelização".
Todos os direitos reservados por 71
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

2. Evangelismo em Massa

O evangelismo em massa é comumente usado


em se tratando de cruzadas ou campanhas
realizadas com o interesse de despertar os
perdidos de uma comunidade inteira para a
salvação.

1. Jesus e a Evangelização em Massa

Jesus empregou na evangelização dois


métodos: Quando falamos sobre Evangelismo
em massa, estamos mencionando um dos dois métodos de ministrar a Palavra de Deus ao
mundo. Jesus esteve sempre empenhado nos dois tipos de Evangelismo. Nós o vemos
abrindo as portas da salvação a indivíduos, como Nicodemos, a mulher samaritana, o jovem
rico, Zaqueu e André. Por outro lado Jesus ministrou também muitas vezes às massas.
Fornecemos uma lista de alguns exemplos escolhidos:

Em Samaria (Jo 4.40) – multidão


Em Jericó (Lc 18.35-37) - multidão
Na Galiléia (Mt 4.23-25) - multidão
Mar da Galiléia (Mc 4.1-4) - multidão
Num lugar deserto (Mt 14.13,14) - multidão
Em Emaús, (Lucas 24.25-27) - duas pessoas
Em Samaria, (João 4.6-27) - para uma pessoa
Jesus Cristo ensinou nas sinagogas. Mt 4.23
Jesus Cristo ensinou nas aldeias. Mc 6.6
Jesus Cristo ensinou no Templo. Mc 12.35
Jesus Cristo ensinou nas praias. Mt 13.2,3
Jesus Cristo ensinou nos montes. Mt 5.1
Jesus Cristo ensinou nas casas. Mc 2.1,2.

2. Paulo e a Evangelização em Massa

As Campanhas ou Cruzadas Evangelísticas

Campanha de Chipre. A primeira viagem missionária do apóstolo Paulo durou cerca de


dois anos, 48 e 49 d.C. O verbo grego dierchomai, “atravessar”, usado nesta expressão:
“atravessado a ilha até Pafos” (13.6), dá a idéia de campanha evangelística. O Dr. Sir William
Ramsay, arqueólogo que investigou o livro de Atos, constata que Lucas não cometeu
nenhum erro ao mencionar os 32 países, as 54 cidades e as 9 ilhas em Atos. Ele diz que o
referido verbo significa “uma turnê evangelística em toda a ilha”.

Em Listra e Derbe. O texto sagrado diz: “Ali pregavam o evangelho”. At 14.7. O contexto
mostra que Paulo e Barnabé fizeram uma cruzada evangelística entre os gentios. Constata-
se isso em decorrência do movimento provocado pelos moradores da região em virtude da
cura do coxo de nascença, e por haverem confundido Paulo e Barnabé com divindades
romanas, Mercúrio e Júpiter. At 14.8-14.
Todos os direitos reservados por 72
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

As diversas Estratégias

(a) Nas Casas. Paulo fundou igrejas não somente usando as sinagogas e através de
campanhas evangelísticas. Ele usou muitas outras estratégias. Em Corinto, começou por
uma sinagoga (18.4), em seguida encontrou abrigo na casa de Tito Justo, e depois teve o
apoio de Crispo, líder da sinagoga, que logo se converteu. At 18.7,8. Da mesma forma,
fundou a igreja de Filipos, na casa de uma empresária de nome Lídia (At 16.14,15), e em
Éfeso, começando por uma sinagoga (18.19), continuou nas casas (20.20). Até hoje, a
maioria das igrejas nasce nas casas dos crentes. Essa estratégia continua a ser usada em
nossos dias.

(b) Nas Praças. A pregação nas ruas e praças tem dado origem a muitas igrejas locais. Há
muitas localidades onde esse trabalho não é permitido; em outros lugares não dá resultado.
O apóstolo Paulo usou essa estratégia em Atenas. At 17.17. Esse método foi, no princípio,
usado por nossos pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren. Em muitos lugares, continua
surtindo resultados. O modelo é bíblico; cabe a cada um ter o necessário discernimento para
aplicá-lo na hora e na localidade adequadas. As praças de sua cidade podem ser uma terra
fértil para semear a semente.

(c) Nos Centros Acadêmicos. A igreja de Atenas nasceu de um trabalho do apóstolo Paulo
entre os acadêmicos. At 17.19,22,34. O Senhor Jesus tem muitas testemunhas entre os
universitários, professores e eruditos de todo o mundo. Muitos destes organizam trabalhos
programados para alcançar os seus pares para Jesus. Muitos conseguem espaço físico na
própria instituição de ensino para reuniões, além de cultos em ação de graças em eventos
como formaturas. É um trabalho promissor, e tem suas bases na Bíblia.

(d) Os grandes centros urbanos. O apóstolo procurava os grandes centros urbanos


fundando neles igrejas. Ele passou por inúmeras cidades em suas viagens, mas sua meta era
alcançar as de maior porte. Depois, as igrejas das grandes cidades encarregam-se de
evangelizar as cidades menores vizinhas. Éfeso era o centro das sete igrejas da Ásia; Paulo,
portanto, foi o fundador delas através da cidade de Éfeso.

3. A igreja primitiva e o evangelismo em Massa

Após receberem o batismo do Espírito Santo, os discípulos foram às ruas e pregaram a


multidões compostas de judeus, provindos de todas as nações da terra. Atos 2.5,6. O
resultado foi três mil convertidos agregados à Igreja. No Novo Testamento existiam dois
tipos de evangelismo bem definidos, o evangelismo de massa e o evangelismo pessoal. Por
volta do século III essas maneiras de evangelizar praticamente desapareceram e só foram
ressurgir, pode se assustar, depois de 1.600 anos, com o ministério de John Wesley que
reacendeu o evangelismo em massa.

4. O Evangelismo nos dias atuais

Já passamos pela história da igreja primitiva e vimos como por quase 1.600 anos ficamos
apagados e inertes sem fazer nenhum tipo de evangelismo até a reforma de Lutero que
reacendeu a igreja. E nos dias atuais, o que a igreja tem feito para alcançar os perdidos?
Como a igreja tem feito para alcançar os perdidos?

Todos os direitos reservados por 73


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Atualmente, grande parte das igrejas trabalha basicamente com o evangelismo em massa,
como já vimos antes, esse estratégia é limitada, pois em um grande grupo de pessoas
presentes nessas campanhas, poucas realmente vão para a igreja e criam vínculo com o
evangelho de Jesus. O problema do evangelismo em massa feito nos templos, nas nossas
campanhas e congressos é que as únicas pessoas que serão ganhas serão aquelas que se
dispuserem a ir ao templo.

Medite nisto: As únicas pessoas a quem podemos conquistar para Cristo, em qualquer
campanha evangelística, são os perdidos que deliberadamente se levantam, se preparam e
vão aos auditórios de livre e espontânea vontade, para que se exponham à pregação da
Palavra. Essas são as únicas pessoas acerca das quais temos possibilidades de esperar
ganhar com o Evangelho. Só há um problema, a maioria das pessoas não se sujeita a isso!

O mundo perdido tem procurado transmitir-nos um recado: "Por favor, certifiquem-se que
seu pastor é formado em teologia; ponham ar condicionado em seus edifícios; ponham
almofadas nos bancos; convindem-nos à igreja por meio do rádio, da televisão, do telefone,
de cartas, boletins, anúncios nos jornais, e por visitas pessoais... E depois disso tudo, eles
não vão aos templos. Temos construído todo nosso esquema de evangelismo na premissa
de que se ao menos as pessoas vierem, nós as conquistaremos. Na verdade nós achamos
que estamos evangelizando o mundo, principalmente aos domingos, o problema é que os
perdidos não estão em nossas classes da Escola Dominical e sim lá fora do templo.

Entende a diferença? A ordem foi "IDE" e não "RECEBA" as pessoas no templo. Vejam bem,
uma estrutura bem montada, equipes de recepção, hospitalidade, consolidação e
discipulado são importantíssimas no processo de ganhar e firmar o perdido, mas elas só
terão trabalho se houverem pessoas a serem consolidadas e discipuladas e recebidas e etc.
Pense comigo, quantas igrejas hoje tem um programa efetivo de ganhar as pessoas que não
vêem à igreja? Deus não espera que sejamos gênios da técnica, da publicidade, da
promoção, da organização, para que nosso evangelismo adquira maior eficácia. Podemos
estar certos que o programa que Deus quer utilizar para conquistar as comunidades e
evangelizar o mundo inteiro será algo simples. . . algo que qualquer congregação local
poderá organizar, dirigir e realizar! "Não por força nem por poder, mas pelo meu
Espírito..." Zc 4.6.

Que tipo de evangelismo podemos realizar e que não custe nada aos cofres da igreja, que
não dependa de uma data previamente marcada e nem da agenda de um grande
conferencista? O Evangelismo Pessoal. O Evangelismo Pessoal pode atingir a todos em
qualquer lugar e em qualquer tempo. Portanto, o Senhor Jesus disse: "... Mas recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, E sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra". At 1.8. Se Jesus
tivesse de baixar novamente essa ordem, hoje em dia, aqui mesmo em nosso país, e você
estivesse presente para ouvi-Lo. . . Que te diria Ele? Primeiramente, pergunte-se:
Qual é a minha Jerusalém? Que era Jerusalém para eles, naqueles dias?
Que é a Judéia para mim? Que era a Judéia para eles?
E que é a Samaria para mim?
E que significa para mim os confins da terra?

Todos os direitos reservados por 74


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Jerusalém é o seu bairro.


Judéia é a sua cidade.
E a Samaria? Seu Estado, seu País.
E os Confins da Terra? Isso em nada mudou! É o vasto e inteiro mundo - tanto para nós
como o foi para aqueles primitivos cristãos. E aqueles discípulos do Novo Testamento foram
Obedientes à ordem de Jesus? Qual foi a reação deles a essa ordem suprema?

Qual foi o plano de ação de que se utilizaram? Jesus baixou a ordem. Subiu aos céus. Eles
retornaram a Jerusalém (depois de serem um tanto animados a isso pelos anjos ). Depois
todos ficaram cheios do Espírito Santo. Depois saíram em obediência a Jesus. Começaram
sua obra por Jerusalém.

A pergunta mais importante que a Igreja do século XX tem para fazer à Igreja do primeiro
século é: COMO FIZERAM ISSO? Sim, que fizeram eles para alcançar toda a cidade de Jerusalém?
Talvez fosse melhor perguntar, antes de tudo: Como é que não fizeram?

No livro de Atos há o registro de apenas duas concentrações que poderíamos designar de


evangelismo em massa. Mas esse método verdadeiramente desempenhou papel sem
importância no evangelismo da Igreja do Novo Testamento. Há outra coisa que obviamente
não faziam. Não construíam edifícios nem batiam de porta em porta pedindo que as pessoas
que "fossem aos cultos da igreja". Precisamos lembrar-nos que não havia templos cristãos
nos dias do Novo Testamento. Isso nem ao menos é um conceito bíblico. A Igreja não teve
templos senão já no século III. Hoje, o conceito de evangelismo realizado no templo da igreja
é o maior impedimento isolado à evangelização do mundo. Não porque tenhamos templos
— mas porque não queremos sair deles! O templo da igreja não é a igreja. O termo "igreja"
vem do vocábulo grego, ekklesia, que significava "assembléia", "congregação", e nada tem
a ver com a idéia de templo, de santuário.

Precisamos corrigir isso em nossas mentes, pois do contrário sofreremos eternas


consequências. O templo da igreja serve apenas para um propósito: impedir-nos de morrer
de frio no inverno e de calor no verão, ou de ficarmos molhados quando chove! Sem dúvida
que o "conceito de templo da igreja" é necessário para nós, nestes dias. Porém, devemos
considerá-lo do ponto de vista correto!

Reconheçamos que o evangelismo não deve estar centralizado no templo da igreja. Pelo
contrário, deve estar centralizado fora do templo. (O templo não deve servir de lugar onde
levamos os perdidos, a fim de convertê-los. Mas é um posto avançado — do interior de onde
enviamos os crentes!)

O livro de Atos registra exatamente como os cristãos primitivos evangelizaram Jerusalém. E


isso tornou-se modelo para a Igreja, por todo o resto daquele século. Já lemos os versículos
abaixo por muitas vezes. Talvez seja bom reconsiderá-los: "Diariamente perseveravam unânimes
no templo, partiam pão de casa em casa, e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,
louvando a Deus, e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia
a dia, os que iam sendo salvos". At 2.46,47. A cada dia o Senhor acrescentava alguém à igreja. O
número mínimo de convertidos, nos dias do Novo Testamento, era de 365 por ano! Pelo
menos um por dia! E como a Igreja do Novo Testamento realizou esse feito? Trabalhando
no templo e de casa em casa.
Todos os direitos reservados por 75
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

As igrejas do nosso século têm experimentado apenas a primeira metade — no templo da


igreja. Como poderia uma igreja alcançar a média de ao menos um convertido por dia? Só
há um modo dos homens serem salvos a cada dia do ano, através do ministério de uma
igreja. É que os seus membros individuais ganhem almas todos os dias. Qualquer outra
modalidade de evangelismo que tentasse ganhar almas todos os dias do ano se esgotaria
dentro de poucos meses.

Somente o evangelismo pessoal pode alcançar essa façanha. Em Atos 5.42 vemos até que
ponto eles seguiram o conceito de "evangelismo de casa em casa": "E todos os dias, no
templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar, e de pregar Jesus, o
Cristo". Evangelizaram a cidade inteira de Jerusalém, visitando cada um dos lares! Desse
modo, sabiam quando obedientemente cumpriram a ordem do Senhor! Assim é que se deve
obedecer à ordem de Atos 1.8. Eis um conceito neo-testamentário tão radical, tão novo, tão
revolucionário, que é quase inacreditável. Trata-se do evangelismo primitivo, bíblico.

Já evangelizou a sua "Jerusalém"? Os membros de sua igreja já bateram em cada casa, em


cada apartamento — em cada lar? Sua igreja já fêz isso? Seja honesto, ao menos já pensou
em fazer isso? Você pode fazê-lo! E pode fazê-lo do mesmo modo que os crentes primitivos
o fizeram! Esse é o propósito da igreja É a razão da existência da igreja — evangelizar a
comunidade inteira. Não conseguiremos isso da maneira como estamos agindo, atingindo
somente aqueles que vêm até nós. Não esqueça:

Ganhar almas é uma pescaria espiritual

Jesus disse: “... Não temas; doravante serás pescador de homens.” Lc 5:10. O verbo pescar,
como aqui usado, quer dizer no original grego pegar vivo. O objetivo da igreja é trabalhar
para libertar as vidas aprisionadas por satanás e conduzi-las à liberdade do Reino de Deus.
Rm 14.17.

Ganhar almas é uma colheita

Jesus preveniu os discípulos: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para
a sua seara.” Mt 9.38. A tarefa não é fácil; as horas de labor são muitas e cansativas; mas a
colheita significa almas ganhas para a vida eterna. O salmista declara: “Os que com lágrimas
semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com
júbilo, trazendo os seus feixes.” Sl 126.5,6.

Ganhar almas é buscar o perdido

No evangelho de Lucas 15, Jesus falando por parábolas faz algumas comparações para
apresentar a alma perdida e o seu resgatador. Lc 19.10:

- Uma ovelha perdida e o pastor que a busca;


- Uma moeda perdia e a sua dona que a procura;
- Um filho pródigo e seu pai que o espera.

Todos os direitos reservados por 76


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

O primeiro passo é aprendermos com Jesus, que temos que nos interessar pelos outros se
quisermos que eles se interessem pelo que temos a falar. O sentimento que nos leva ao
interesse pelas pessoas que não conhecem o evangelho é a compaixão. O segundo passo é
despertarmos a curiosidade das pessoas, agindo de forma diferente do mundo, para que as
pessoas enxerguem:

- Uma vida irrepreensível de um legítimo filho de Deus. Fl 2.14-15


- Uma fé inabalável. I Pe 1.7-9
- As boas obras que glorificam a Deus. Mt 5.13-16
- A nossa união, como corpo de Cristo. Jo 17.21.

O terceiro passo é a palavra certa no tempo oportuno, isto é um trabalho de dependência


do Espírito Santo, nos capacitando com poder, autoridade e sabedoria para evangelizar. At
1.8. E o quarto passo para levar um pecador a Jesus é anunciar as boas novas, isto abrange:

- Necessidade de salvação. Rm 3.23


- Possibilidade de salvação. Jo 3.16
- Perdão de pecados. I Jo 1.9
- Vida abundante. Jo 10.10.

3. Outras formas variadas e novas de evangelização

Evangelização por e-mail;


Evangelização por site;
Evangelização por cartas;
Evangelização por panfletos;
Evangelização por adesivos- em casas e carros;
Evangelização por artigos especializados.

Devemos evangelizar, porque o mundo está por um fio. O vazio da vida dos seres humanos
cresce vertiginosamente, quer sejam eles médicos, engenheiros, comerciantes, operários
ou lixeiros. As páginas dos jornais estão, cada vez mais, marcadas pelas conseqüências do
pecado do homem – crimes, roubos, imoralidades, infidelidade e conflitos diversos de
grandes e pequenas proporções. O uso de drogas e o abuso sexual entre jovens e até
pessoas de idade estão praticamente incontroláveis.

A vida humana, para muitos, não tem valor algum. O individualismo é tão crescente como a
conhecida inflação, o seu produto mais recente aqui no Brasil foi à aprovação do divórcio.
Andar a noite pelas ruas de qualquer cidade é um risco muito grande. Tudo, tudo isto é fruto
do pecado que habita no homem. E o que os crentes estão fazendo?

Trancafiados e lotados de atividades nas quatro paredes dos templos. Luzes escondidas
debaixo do alqueire. Sal insípido. Quando saem para evangelizar apresentam uma
mensagem tão diluída, tão antropocêntrica (o homem no centro), que o evangelismo perde
a sua essência. Isto sem contar o desinteresse ou falta de tempo para providenciar a
integração do neófito na vida da Igreja e no Reino de Deus. Em vista disso procuramos
mostrar a necessidade de sairmos das quatro paredes e como fazer isto a fim de ganharmos
almas para Cristo nesta última hora da Igreja na terra.
Todos os direitos reservados por 77
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

MÉTODOS DE EVANGELIZAÇÃO

"Existem dois grandes perigos na evangelização", disse um observador perspicaz.


"Um é mudar a mensagem; o outro é recusar mudar os métodos".

Procuremos, por todos os meios, preservar o que é útil nas velhas técnicas, mas não fujamos
à experiência criativa e imaginativa de novas formas de evangelização. O evangelista cristão
deve ser como o mordomo da parábola de Jesus: emprega meios antigos e novos, usa
métodos provados pela experiência, mas também outros que precisam ser
experimentados.
Não há dúvida de que a flexibilidade e a imaginação desses esforços concordam com o Novo
Testamento, onde "dar testemunho" cobre toda a variedade de métodos. Nele
encontramos exemplos de evangelização em massa (João Batista, Pedro, Estêvão, Jesus);
evangelização pessoal (35 entrevistas pessoais de Jesus estão registradas nos evangelhos);
evangelização circunstancial (Jesus junto ao poço de Jaco, Pedro e João na porta Formosa
do templo); evangelização através do diálogo (Paulo na Colina de Marte e Apoio em Éfeso,
At 18.28); evangelização sistemática (os 70 discípulos enviados por Jesus, dois a dois, e a
visitação domiciliar mencionada em Atos 5.42); evangelização através de literatura (Jo
20.31; Lc 1.1-4, ambos afirmando claramente a intenção evangelística destes evangelhos).
Não podemos esperar que todos os métodos sejam eficazes para todo mundo, mas
certamente existe um meio adequado de nos aproximarmos de cada pessoa. Ou então, Deus
pode usar uma combinação de métodos diferentes para ganhar um indivíduo.... Devemos
procurar, na escolha dos nossos métodos, ser naturais, cheios de tato, pacientes, cheios de
imaginação, sensíveis, livres de tensões e confiantes.
Tenhamos sempre pronto algum método, por mais natural que seja. George Sweazey diz
com razão que a afirmação de que "tudo que nós fazemos é evangelização", usualmente
acoberta um testemunho tão vago que a frase deveria ser "nada que nós fazemos é
realmente evangelização".
Antes de criticarmos o que o outro está a fazer, deveríamos lembrar a clássica resposta de
Moody a um crítico que reprovou os seus métodos.
— Nem eu mesmo gosto muito deles, confessou Moody. Mas, que métodos você usa?
Quando o crítico disse que não usava nenhum, Moody respondeu com certa aspereza:
— Bem, prefiro a minha maneira de fazê-lo, do que a sua de não fazê-lo!

Evangelização, no Novo Testamento, combina três linhas: koinonia — o testemunho da


comunidade; diakonia — o testemunho do serviço; e kerygma — o testemunho da
proclamação.

Como evangelizava Jesus? Evangelizava amando (Mc 2.16), pois era, antes de tudo, um
amigo e especialmente para os necessitados e pecadores. Evangelizava servindo. Mc 1.34.
Quando encontrava um doente, o curava; um homem faminto, o alimentava. E evangelizava
também falando (Mc 1.14), pois era Mestre e pregador por excelência. Como evangelizavam
os discípulos de Jesus? Evangelizavam à maneira do seu Mestre. Davam testemunho através
do amor fraternal (At 2.44), do serviço compassivo (At 3.6) e da fiel proclamação. At 5.42.
Todos os direitos reservados por 78
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Cremos que a igreja que não evangeliza precisa ser evangelizada. Não vivemos para nós
mesmos. Existimos para a nossa missão como o fogo existe para a combustão. Cada crente
uma testemunha, a única maneira de ganharmos esta geração – Se não ganharmos nossa
geração teremos fracassado em nossa tarefa. Evangelização é um estilo de vida mais do
que um programa – Evangelização não é apenas uma questão de método, mas de
compromisso. É mais um estilo de vida do que um programa.

Evangelização como estilo de vida

1. Precisamos ter visão

(a) Visão de que o homem sem Cristo está perdido


(b) Visão de que as falsas religiões prosperam
(c) Visão de que a ignorância não salva
(d) Visão de que os campos estão brancos para a ceifa

2. Precisamos ter paixão

(a) A evangelização é uma tarefa imperativa


(b) A evangelização é uma tarefa intransferível
(c) A evangelização é uma tarefa impostergável

3. Precisamos ter compromisso

(a) A evangelização exige investimento financeiro


(b) A evangelização exige investimento de vida

Evangelização como influência

1. O Método de André e Filipe

(a) Vem e Vê – O envolvimento pessoal, a influência, o esforço.


(b) Levar alguém a Cristo – Os crentes novos que levam outras pessoas a Cristo.
(c) Culto da colheita – Um domingo por mês você faz um culto especial de evangelização.
(d) Só Jesus satisfaz o seu coração – Trabalho de mobilização dos jovens e adolescentes para
trazerem amigos.
(e) Reuniões de estudo em casa – para estudar a Bíblia, para assistir a uma mensagem de DVD.

2. O Método da Pescaria

(a) Há diferentes tipos de peixes. Para cada um você precisa de uma isca diferente, de uma
abordagem diferente.
(b) Precisamos identificar os melhores métodos para alcançarmos os melhores resultados.
(c) Jesus foi estratégico no envio dos discípulos como pescadores de homens.
(d) Paulo foi flexível com os métodos.

Todos os direitos reservados por 79


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

O método da igreja primitiva

Seguindo a ordem de seu mestre, os apóstolos e todos os crentes primitivos, não deixaram
de usar o evangelismo pessoal e os resultados eram tremendos. Vejamos: “Mas os que
andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra. E, descendo Filipe a cidade
de Samaria, lhes pregava a Cristo”. Atos 8.4,5. Posteriormente com a conversão de Saulo de
Tarso o evangelismo pessoal explodiu de vez, falando aos anciãos de Éfeso ele diz: “Como
nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas”. Atos 20.20.

Os frutos deste tipo de evangelismo eram maravilhosos. Veja o que Lucas registra: No
principio era apenas um pescador - Jesus. Depois doze almas que foram treinadas por Cristo
(Lucas 6.13) após esses doze, vieram mais setenta, (Lucas 10.1) em Pentecostes o número
já era de 120, (Atos 1.15) a multidão alargou-se para quase 3.000 almas (Atos 2.41) era algo
contagiante, pois a multidão crescia cada vez mais e chegava a 5000 (Atos 4.4; 5.14) o
número dos discípulos crescia e multiplicava (Atos 6.1,7) as igrejas se multiplicavam (Atos
9.31) e por fim diz o apostolo Paulo que aquele evangelho tinha sido pregado a toda criatura
debaixo do sol. Cl 1.23.

É algo realmente miraculoso não é? Mas será que isto se encerrou com a era apostólica?
Será que os apóstolos tinham algo que nós não possuímos hoje? Sim e não. A diferença
entre os crentes primitivos e nós é que eles obedeciam, levavam a sério o “Ide” de Jesus.
Você tem o mesmo Jesus, a mesma mensagem, o mesmo evangelho, os mesmos tipos de
pecadores, então o que falta? Por que nossas igrejas estão vazias e os templos das seitas
cheios? Por que, se o nosso Deus é o mesmo, ontem, hoje e o será para sempre?. Hb 13.8.
Creio então que o problema está em nós, não em Deus ou nos pecadores, não são eles que
estão com os corações mais duros, somos nós!

Descobrindo o segredo do livro de Atos

Qual era o segredo de tanto sucesso para ganharmos almas? Seria novas estratégias, um
novo vocabulário para abordarmos os incrédulos, até mesmo empregar marketing como
fazem muitas igrejas? Não. O segredo se encontra em Atos 1.8: “Mas recebereis a virtude
do Espírito Santo, que ha de vir sobre vos; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém
como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. É o poder de Deus que faz a
diferença meus irmãos! Temos que aprender a cooperar com Ele e Ele cooperara conosco!.
“E eles tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor...”. Mc
16.20.

Nunca teremos uma igreja conquistadora de almas enquanto não tivermos crentes com o
desejo de buscarem o poder de Deus, de estarem cheios do Espírito Santo. Enquanto não
tivermos a coragem de nos dispormos de corpo e alma para tal tarefa nunca teremos uma
igreja evangelizadora nos moldes da igreja primitiva e, por conseguinte nunca teremos
crentes avivados. Da-se pouca importância a este fato em reuniões de evangelismo passa
por cima dele apenas superficialmente, e isto é perigoso porque ele, e unicamente ele, é o
principal motor do avivamento para o evangelismo, não existe outro, não ha métodos,
formulas, ou truques que o substitua. Se quisermos ter resultados duradouros não podemos
agir de outra maneira a não ser a que esta em (Atos 4.24- 31), pare neste instante e leia-o.

Todos os direitos reservados por 80


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Preparando os crentes para o Evangelismo, através do Avivamento e do Arrependimento

Para que haja avivamento é necessário arrependimento de pecados, sondagem do coração,


ou como diz Hebreus 12.1: “... deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos
rodeia...”. Não gostamos muito de fazer isso não é verdade? A carne clama, protesta, briga
e se debate. O Diabo fará de tudo para te impedir, pois ele sabe, que um crente com a vida
inteiramente nas mãos de Deus, pode fazer um estrago no seu reino, e isto ele não quer!.
Todo grande avivamento na Bíblia começou com arrependimento:
(a) Ezequias - II Reis capitulo 18
(b) Josias - II Reis capitulo 22 e 23
(c) Neemias - Neemias capitulo 9
Agora chegou a hora do seu avivamento! Deus precisa de crentes corajosos que deixem de
viver dentro de seu mundinho egoísta e carnal e passe a viver no reino do Espírito!
Oração: Muitos crentes vão para o evangelismo despreparados, as vezes sem orar durante
dias,como podem querer ter sucesso na pesca de almas desta maneira? A oração é
essencial, indispensável na vida do crente, é a respiração espiritual da alma, sem a qual, esta
morrera. Geralmente uma reunião de evangelismo em nossas igrejas se assim:

O líder de evangelismo, que no caso pode ser o pastor (muito difícil hoje em dia) ou um
simples membro, reúne o pessoal na igreja. Uns chegam desanimados, outros com medo,
uns afoitos para que comece e acabe logo, pois tem outras coisas mais importantes para
fazer, como por exemplo, namorar. Alguns reclamam, mas finalmente saem apos repartirem
os folhetos, sem nenhuma explicação ou treinamento e o pior de tudo, sem oração.

Na do evangelismo jogam os folhetos nos quintais, nos correios como se fossem panfletos
políticos, sabendo que irão ser molhados ou rasgados por algum cão travesso, gastando
assim dinheiro e tempo! Na rua enquanto evangelizam, conversam sobre tudo: futebol, o
ultimo filme que assistiram à namorada, riem brincam a vontade, e tudo isso na frente de
incrédulos. Não ha oração, antes, durante e muito menos depois do evangelismo. É
lastimável!! Você acha que tal evangelismo teria sucesso? Não? Mas é justamente essa a
realidade hoje da maioria das igrejas (as que ainda fazem evangelismo!).

Precisamos orar, buscar o poder de Deus a todo tempo. Não devemos contentar apenas
com o batismo com o Espírito Santo, mas procurarmos ser cheios todos os dias como faziam
os crentes primitivos Atos 16.13. Até mesmo Jesus precisava ser cheio, pois orava
continuamente. Lc 5.16; 6.12.

Temos tempo para tudo hoje em dia, menos para orar, mas é justamente ai que nos
erramos, pois quanto mais tempo gastamos com o Senhor em oração, mais direção nosso
espírito recebera para as coisas do cotidiano. Lc 10.41,42. Se quisermos ser ganhadores de
alma temos que pagar o preço, negar nossa própria vida pra viver a vida de Cristo em nós.
Gl 2.20. Não se contente com uma vida fraca, morna e inerte sem experimentar o poder de
Deus. Ele não te obrigara a nada, a decisão é sua, (Apoc 3.20), Deus não trabalha em cima
de ameaças, pois tudo o que fazemos pra obra de Deus tem que levar a marca do amor e
finalmente quando entrarmos no seu tribunal esse será o critério para julgar nossas obras.
I Jo 4.18.

Todos os direitos reservados por 81


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Lembre-se: Somente o crente cheio do Espírito Santo poderá levar almas a Cristo com
eficácia, enquanto o gemido do Espírito (Rm 8.26) não for o nosso gemido de intercessão
por este mundo perdido, enquanto a paixão pelas almas não queimar dentro de nos como
fazia em Whitefild que disse: “Se não queres dar-me almas, retira a minha ”ou Hyde
missionario na China que orava assim: “Da-me almas, ou morrerei” não seremos realmente
discípulos de Cristo. Precisamos nos compadecermos da multidão.

A importância do testemunho pessoal

Um bom testemunho vale mais do que um milhão de palavras. Os homens podem


questionar nossas palavras, mas não podem contestar o nosso testemunho. Um ouvinte
disse ao pregador: O que tu fazes, fala tão alto que eu não consigo ouvir tua voz.

A importância do testemunho no mundo: O cristão tem grande responsabilidade diante de


Deus e dos homens, para que, com seu testemunho glorifique o nome do Senhor. Jesus
estabeleceu o testemunho cristão como referencial ao mundo. Jesus disse que o cristão
deve ser o sal da terra. Mt 5.13. Todos nós conhecemos a importância do sal e o seu
significado. O próprio Jesus reconhecia o valor do sal, por isso afirmou: "Bom é o sal, mas,
se o sal se tornar insulso, com que o adubareis? Tende sal em vós mesmo e paz uns com os
outros." Mc 9. 50. Qualidade do sal:
O sal preserva

Desde tempos imemoriais, o sal tem sido utilizado pelos povos como substância
conservante, que preserva as características dos alimentos. O cristão, como o sal espiritual,
tem a capacidade de preservar o ambiente sob sua influência. Este mundo ainda existe
porque, apesar de sua degeneração, a igreja, formada pelos cristãos, está preservando o
que resta de saúde moral e espiritual no mundo. Quando a igreja for tirada da terra, a
podridão tomará conta dos povos sem Deus, levando-os à decomposição final, que os levará
ao inferno.
O sal dá sabor

Uma comida sem sal nunca é vista como saborosa. Normalmente, é Indicada para pessoas
que estão com problemas de saúde, para quem é contra-indicado o uso de sal. Por isso, a
Bíblia registra a importância do sal, como elemento que dá sabor, Jó 6.6.
O sal é humilde

"Sal sob medida" - uma importante característica do sal é sua humildade. Ele preserva e dá
sabor, sem aparecer. Assim é o crente humilde, "não faz questão de aparecer". Quando o
sal aparece pelo excesso, ninguém suporta. Quando o crente tem sal demais, se torna
insuportável. Isto acontece, quando se torna fanático em lugar de passar para os outros o
sabor da vida cristã, acaba afugentando as pessoas, com excesso de santidade. São pessoas
legalistas que vêem pecado em tudo. Por outro lado, há os que não têm mais sal em suas
vidas, são os liberalistas, que se acomodam com o mundanismo e dizem que nada é pecado.
São extremos. Por tanto é imprescindível ter equilíbrio no testemunho e na vida cristã, Cl
4.6 e Gl 5.22.

Todos os direitos reservados por 82


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Os viajantes no deserto costumavam levar na bolsa uma vasilha com sal para provocar mais
sede e assim evitar a desidratação, visto que no deserto era muito elevado. Quando Jesus
disse que o cristão deve ser salvo isto significa que além de preservar, devemos provocar
sede (desejo) no pecador. Estamos?

No lar

Os cristãos devem também dar um bom testemunho no seu lar, principalmente os pais, na
formação moral e espiritual dos filhos, no relacionamento conjugal, parentes, amigos e com
os vizinhos.

Num depoimento dramático, um ex-líder do comando vermelho, ex-traficante, e agora


convertido ao Evangelho, demonstra bem essa situação. Segundo ele, 50% dos jovens que
compravam drogas nas "bocas de fumo" eram filhos de crentes ou desviados. E mais, 70%
dos jovens que estão presos por infrações, são nascidos em lares evangélicos. Apesar de ser
filho de pastor, entrou para os "guetos" do trafico aos quatorze anos. Buscou nos amigos o
que não encontrou em casa. "Fui vítima de um sistema religioso" diz ele. Via uma coisa dita
no púlpito e outra sendo em casa. "A maioria dos meus amigos não tinha medo de chegar
no pai e ouvir os gritos ou levar aquela surra, quando faziam coisas erradas. Minha vida era
uma tensão o tempo todo. Não havia dialogo e nem companheirismo, apenas surras e
surras. Meu pai falava do amor de Deus na igreja, mas em casa eu não podia perguntar nada,
ou demonstrar qualquer atitude que fosse contrária ao que diz a Bíblia", declara.

Na igreja

O testemunho na comunidade é de suma importância. Ecl 5.1, At 2.42-47. Luz: Jesus Cristo
afirmou que o cristão deve ser luz neste mundo de trevas. A luz é o oposto do sal (que não
é visto em ação). A luz só tem valor quando é percebida, quando aparece. Mt 5.14-16.

O testemunho elevado: Comparando seus seguidores como luz do mundo, Jesus disse que:
"Não se pode esconder uma cidade edificada sobre o monte." Antigamente as cidades eram
edificadas sobre os montes, o que tornava impossível esconder a sua iluminação. Como luz,
o crente está edificada em Cristo em posição muito elevada, Ef 2.6.

O cristão no velador: Mt 5.15 - Jesus declarou também que não se "acende" e se coloca de
baixo do alqueire mas no velador, para iluminar todos os que estão na casa. Infelizmente há
pessoas nas igrejas que se colocam no de baixo alqueire do comodismo, da indiferença, da
falta de fé e de ação, e apagam-se, por lhes faltar oxigênio de Deus.

Preparação: Já sabemos da necessidade do:

(a) Por que evangelizarmos?. Mc 16.15


(b) Quando evangelizarmos?. II Tm 4.2
(c) Onde evangelizarmos?. At 20.20
(d) Para que evangelizarmos?. Ez 3.18
(e) O que evangelizarmos?. Rm 1.16

Todos os direitos reservados por 83


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Mas o “como” evangelizar, muitos de nós não sabemos! Nesta parte iremos mostrar ao
crente como proceder no evangelismo pessoal. Já vimos que o melhor preparo é o crente
se revestir com o poder de Deus, sem o qual não poderá responder como Samuel. I Sm 3.10.
Passaremos agora para a preparação de um evangelista. Mas... antes de começar:

Como vai sua aparência?

Você já parou para analisar como os mórmons se apresentam diante das pessoas?
Pessoalmente nunca vi um mórmon com o cabelo despenteado ou com tênis e calcas Jeans
sair para evangelizar. E as testemunhas de Jeová? Fazem questão de se apresentarem bem
vestidas! Sabe porquê? Por que as seitas sabem que a primeira impressão é a que fica.

Por que nos servos de Deus temos que ser diferentes? Pense nisso: “eu e você somos os
cartões postais de nossas igrejas”, e as pessoas sabem disso! Imagine se um vendedor de
salgados batesse a sua porta para lhe vender seu produto e você percebesse que suas unhas
estão compridas, cabelos despenteados, roupas não muito limpas, barba mal feita; você
compraria tal produto? Creio que não, não é verdade?

Infelizmente acontece quase a mesma coisa com membros de nossas igrejas que saem de
porta em porta a evangelizar, não se dão conta que as pessoas dão muita importância
aquela conhecida frase: “O mundo trata melhor quem se veste bem ”. Não estou querendo
dizer com isso que o homem tenha que vestir terno e gravata e a mulher tenham que ir ao
salão de beleza antes de sair para o evangelismo! De modo algum, mas não podemos
descuidar de nossa aparência pessoal.

Muitos confundem o que é humildade, acham que precisam vestir a roupa mais velha que
tem para poder dizer que são humildes, nada mais longe da verdade. Ha pessoas que são
muito humildes que se vestem bem, e pessoas muito orgulhosas que se vestem
relaxadamente.

Homens: Barba feita, se possível roupa social, camisa por dentro das calcas, unhas cortadas,
higiene bucal bem feita (pois no evangelismo pessoal você terá que conversar cara-a-cara
com a pessoa a ser evangelizada, creio que ninguém ira gostar de conversar com alguém
que solta bafo de cebola em seu rosto ou lhe mostre restos de alimento em seus dentes )
sapatos limpos, camisa com os botões fechados, não chupar balas ou chicletes quando
estiver conversando etc...

Mulheres: Cabelo preso, higiene feita, roupa decente e as demais regras gerais...

Cuide de suas ferramentas

Quais são as ferramentas de trabalho de um evangelista? Basicamente são duas: Bíblia e


folhetos. Lembro-me certa vez quando estava evangelizando, e passando por uma rua
estavam dois meninos, um virou para o outro e apontando para minha Bíblia disse: “Oia
fulano, a Bibria dele é veia e a du outro é nova”. Não é preciso dizer que fiquei muito
envergonhado!

Todos os direitos reservados por 84


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

A Bíblia: A Bíblia de um evangelista tem que estar em condições de uso, não caindo aos
pedaços ou cheia de papeis que mal da’ para fechá-la! Se possível sublinhar os principais
versículos que tratam sobre a salvação, fé, pecado, amor de Deus etc... Ninguém consegue
guardar todos os versículos na mente por isso uma Bíblia sublinhada seria muito útil no
evangelismo.

Os folhetos: Uma das ferramentas que menos damos importância são os folhetos. A
literatura impressa é uma arma poderosa no evangelismo pessoal. Poderá ser que alguém
queira discutir com você, mas com um folheto ninguém discutira. Entretanto precisamos
tomar alguns cuidados com os folhetos.

(a) Ao sair para o evangelismo não amasse os folhetos, se possível ponha-o em uma pasta
onde eles poderão ficar sempre no estado em que você os comprou. Ninguém gosta de ler
um folheto todo amassado. É horrível!!

(b) Não deixe-os ficar molhados com o suor de suas mãos, sempre entregue-os em perfeito
estado ao pecador.

(c) Prefira folhetos coloridos, que chamam a atenção. Às vezes é preferível pagar um pouco
mais em um folheto atraente, do que em outro, mais barato, que ninguém irá se interessar.
Existem várias editoras no Brasil que possuem catálogos de folhetos, é sempre útil ao
evangelista possuir um ou mais catálogos para sempre se dispor de variedades.

(d) Entregue o folheto apropriado a pessoa certa. Por exemplo: a um jovem não entregue
um folheto que serviria para uma criança e vice-versa. Os folhetos são como remédios, para
cada tipo de enfermidade, um tipo de medicamento. Assim também são os folhetos. Para
um doente um folheto que fale sobre cura, a uma pessoa aflita, um folheto que fale sobre
esperança. O evangelista pessoal deve sempre ter em mãos vários tipos de folhetos

(e) Leia sempre a mensagem de todos eles, você precisa saber do que se trata para falar ao
pecador.

(f) O folheto deve sempre ter atrás, o carimbo da igreja com o endereço e dias de culto de
modo legível.

Quantos testemunhos ha de pessoas que se converteram através de um folhetinho!

Como entregar um folheto?

(a) Entregue o folheto sempre sorrindo. Um evangelista nunca irá conquistar uma alma
oferecendo-lhe um folheto com a cara fechada ou sem mesmo olhar na pessoa! Portanto,
seja jovial.

(b) Entregue o folheto debaixo de oração. Ora antes, durante e depois de entregá-lo. Os
demônios fazem de tudo para atrapalhar a obra de evangelização.

Todos os direitos reservados por 85


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

(c) Não force ninguém a pegar o folheto. Quando a pessoa rejeitar não tente forçá-la, isso
só piora a situação, mesmo por que, a pessoa esta no direito dela de rejeitá-lo. Nesse ínterim
agradeça de modo gentil e não a ameace com versículos bíblicos ou coisas do gênero.

Como preparar um grupo de evangelismo?

Ha um grande inimigo da igreja que deseja ganhar almas! Ele não permite que seus
membros se disponham na obra do evangelismo pessoal, de maneira sistemática, continua
e primordial. Este inimigo é: atividades demais. Atividades demais é o maior problema na
igreja atual é a arma que o inimigo usa para barrar o crescimento da igreja. Algo que deveria
ser secundário na vida da igreja, tornou-se a coisa principal e o pior de tudo é que muitas
dessas atividades acabaram virando tradição no seio das igrejas, e não pretendem sair tão
fácil. Sim, louvar a Deus é bom, mas fomos chamados a ganharmos almas, Jesus não disse
“ide e louvai”, mas antes “ide e pregai o evangelho”.

Hoje muitos se escondem atrás da fachada de músicos, pregador, aliás, pregador de igrejas
é o que não falta, às paredes das igrejas são os locais mais evangelizados do mundo! Mas
ninguém quer ir lá fora no sol quente pescar; esperam que os peixes venham limpos!
Certamente que Deus deu dons a igreja como pastores, doutores, ajudadores, cantores
etc... Mas não encontramos nenhum apoio bíblico para que essas pessoas não evangelizem.
Antes de um pastor ser um pastor, ele tem que ser antes de tudo um evangelista pessoal
ganhador de almas, e o mesmo se aplica aos músicos e outros cargos dentro da igreja.
Enquanto não percebermos que a tarefa principal da igreja é ganhar almas, continuaremos
a contentarmos com uma igreja fraca e vazia, cheia de departamento de louvores, mas sem
nenhum pecador salvo, sendo que o maior louvor é quando uma alma se converte. Lc 15.7;
Apoc 5.9,10.

Formando uma equipe

Se conseguir levar a igreja toda ao evangelismo, isto será maravilhoso, caso contrário terá
que usar o método que Deus mostrou a Gideão. Muitos dentro de nossas igrejas estão
dentro de uma dessas categorias descritas abaixo:

Categoria Tomé: São aquelas que duvidam de tudo, por isso não saem para evangelizar e não
conseguem crer que Deus poderá dar uma grande quantidade de peixes, mas estão
completamente enganadas. Lc 5.4,5,6.

Categoria do filho desobediente: São aqueles que se aprontam dão o nome, se entusiasmam,
mas nunca aparecem. Mt 21.28,29,30.

Categoria de Isaías: Estes sim estão prontos a fazerem a obra de Deus, pois sempre dirão: “Eis
me aqui Senhor, usa-me a mim”. Eles podem ser poucos, no entanto, são os que darão
resultado, pois estão dispostos, custe o que custar a fazer a obra de Deus.
Onde Evangelizar?

Vamos examinar o Novo Testamento. Vamos ver em quais lugares os primeiros


evangelizadores, a começar por Jesus, anunciaram o Evangelho:
Em Lucas 8.1: Jesus pregando o evangelho nas cidades e aldeias.
Todos os direitos reservados por 86
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Em Atos 5.42: Os discípulos anunciando a Jesus Cristo no templo e nas casas.


Em Atos 16.31: Paulo e Silas pregando o Evangelho na prisão.
Em Atos 8.29: O diácono Filipe pregando durante uma viagem.
Em II Timóteo 4:2, Paulo recomenda a Timóteo: "que pregues a palavra, que instes a tempo
e fora de tempo...". Assim, o plano de evangelização da igreja do Senhor Jesus Cristo deve
ser: “todas as pessoas em todos os lugares”.

Alguns lugares: Como exemplos, relacionamos alguns lugares onde se pode anunciar o
Evangelho. Podendo ser por contato pessoal ou oferecendo literatura evangelística
(folhetos evangelísticos, evangelho, revistas bíblicas, Bíblias ): Nas filas: comércio, ônibus,
bancos, nas portas de bancos, de escolas, de feiras, de estádios, de estações, nas festas
religiosas, nos hospitais, nos presídios, etc.

Depois do Evangelismo: Depois de ganhar almas, não as deixe a mercê da sorte, mas crie
para elas um departamento de discipulado dentro da igreja. Onde poderão fazer perguntas
e ter a chance de se expressarem. Mas cuidado, não coloque qualquer pessoa para este
cargo, prefira pessoas que conheçam bem a Bíblia e que seja sábia no tratamento com tais
indivíduos. Geralmente, os pecadores vêem feridos (com traumas, preconceitos,
complexos, etc...) para o aprisco e é necessário que o pastor saiba aplicar os tipos certos de
remédios para cada tipo de ferimento. Uma vida vale todo investimento.

Um missionário na China, forçado pelas circunstâncias da guerra a deixar seu campo de


trabalho, recebendo ordenado pequeníssimo para enfrentar o encarecimento da vida
naquela região, foi procurado por um industrial chinês que lhe ofereceu o lugar de chefe
em um dos departamentos de sua organização, com um excelente ordenado.
Travou-se no coração do missionário uma luta titânica. De um lado, a precariedade da
situação financeira, a filhinha enferma, precisando de tratamento adequado, a esposa
sobrecarregada porque o ordenado insuficiente não permitia o luxo de uma empregada;
do outro, a possibilidade de tudo se resolver com um emprego honroso e bem
remunerado.
Depois de pensar por algum tempo, respondeu o nosso missionário ao industrial chinês:
- Agradeço-lhe, mas não posso aceitar o emprego que me oferece. - Mas, por que?
perguntou o chinês.
Se você acha o ordenado pequeno, podemos aumentá-lo. - Não - foi a resposta - o
ordenado é bom, o emprego é que é pequeno.
E o chinês, meio "queimado", foi dizendo - Não compreendo!
E o missionário: - Não pretendo insultá-lo. Do ponto de vista do mundo, a posição que
o senhor me oferece é a que se pode chamar de grande. Mas, não percebe o senhor que,
comparando-a com a tarefa que o Senhor me deu, esta é incomparavelmente maior?
Ganho um pequeno ordenado, insuficiente para as nossas necessidades, mas eu tenho
um grande emprego: ganhar almas para Deus.
Eu seria um louco se deixasse essa obra magnífica para ir vender mercadorias....
"Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!". Rm
10.15.

Todos os direitos reservados por 87


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

RAZÕES PORQUE ALGUNS NÃO EVANGELIZAM

Edison Queiroz afirma: Descobri uma coisa


interessante em meu ministério: os crentes não
evangelizam porque não sabem fazê-lo. Antigamente
eu pensava que se tratava de falta de consagração, de
falta de fé, de desânimo etc., mas logo descobri que o
grande problema era a falta de um ensino prático.

Certo domingo preguei, sobre a importância de o


crente ganhar vidas para Cristo. Durante minha
pregação exortei a igreja, afirmando que todo crente deve ser um ganhador de almas e que
o crente que não ganha almas está em pecado, etc. Após o culto um jovem venho falar
comigo e disse: “Pastor, você fica o tempo todo nos dando chicotadas do púlpito, nos
exortando a ganhar vidas para Cristo, mas nunca nos ensinou a fazê-lo.”

Confesso que tive de reconhecer meu erro e dar a mão à palmatória. Pedi perdão àquele
jovem e disse que iria providenciar o treinamento. Naquela época convidei a equipe da
Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo para vir dar um treinamento de evangelização
e discipulado para a igreja; telefonei-lhes e perguntei se tinha um treinamento para a igreja.

Eles me informaram que sim e que necessitavam de um período de 12 horas/aula. Agendei


o mês de outubro e usei o tempo do culto e da escola dominical nos quatro domingos
daquele mês para o treinamento. Foi maravilhoso o trabalho do Espírito Santo, que levou
os crentes a entender que podem pregar o evangelho.

No terceiro domingo de treinamento, preparamos uma surpresa para os membros da igreja.


Cheguei mais cedo com a Equipe da Cruzada, colocamos uma mesa na calçada da igreja,
fechamos o portão e esperamos os crentes chegarem.

Cada um que chegava perguntava: “O que aconteceu, pastor? Não haverá treinamento
hoje?” Logo explicávamos que iríamos fazer uma experiência e enviávamos pares a
evangelizar na praça; pedimos que voltassem ás 11h para darem testemunhos.

Lembro-me do testemunho de um diácono que falou com lágrimas nos olhos: “Pastor, sou
crente há mais de 30 anos e nunca alguém orou comigo entregando a vida a Cristo, mas
nesta manhã eu tive a alegria de ver alguém orando comigo, convidando Cristo para entrar
em sua vida. Aleluia!”.

Hoje o treinamento em evangelização faz parte da instrução dos novatos na Escola


Dominical, e a meta é que todos os membros da igreja saibam explicar o plano de salvação,
levar uma pessoa a orar recebendo Cristo como Senhor e Salvador e dar os primeiros passos
no discipulado. Portanto observemos os principais motivos de muitos não se envolverem
diretamente na evangelização.

Todos os direitos reservados por 88


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

I. Não foram treinados

A primeira e principal razão porque não evangelizamos é porque não fomos treinados para
isso. Não sabemos realmente o que dizer e como proceder. As tentativas mal sucedidas do
passado servem ainda de um grande bloqueio.

II. Por causa de timidez e medo

Muitos são demasiadamente tímidos e entram em pânico somente com a idéia de terem de
abordar alguém, mesmo que seja conhecido.

III. Por causa de falsos conceitos

Qual a primeira idéia que vem na mente de um crente quando lhe falamos sobre
evangelismo? Alguns pensam na situação desagradável de ter de ficar de pé numa praça
gritando para pessoas desinteressadas. Outros se angustiam com a idéia de que devem
bater à porta de um desconhecido.
A maioria associa o evangelismo a algo desagradável, inconveniente e embaraçoso.
Podemos fazer cada uma dessas coisas, mas não temos necessariamente de fazê-las. Não
podemos levar a igreja a evangelizar a menos que os ajudemos nesses conceitos
exagerados.

IV. Não possuem o dom de evangelista

Esse é certamente o principal equívoco, a idéia de que somente aqueles que possuem o
dom de evangelista podem realmente evangelizar com sucesso. Creio que a visão
departamental da Igreja tem contribuído para que a maioria dos crentes se sintam eximidos
de pregar por causa desse pensamento.

V. Por se julgarem desqualificados

Existe uma mentira maligna de que precisamos ser mais santos que o anjo Gabriel para
podermos evangelizar. A idéia de que o testemunho é mais importante que as palavras tem
levado as pessoas ao extremo de se calarem. Por melhor que seja o nosso testemunho, as
pessoas somente serão salvas se ouvirem a mensagem do evangelho e aceitarem.

VI. Não têm mais amizade com incrédulos

A igreja tem confundido separação com isolamento. Muitos crentes já não possuem amigos
incrédulos depois de alguns anos de conversão. Separação é a estratégia de Deus para a
nossa santificação, mas isolamento é a estratégia do diabo para impedir que influenciemos.
O barco deve estar no mar, mas o mar não pode estar nele. Isto é separação. Um barco que
nunca sai da areia da praia, porém, está isolado e fora do seu propósito.

VII. Porque possuem vergonha do evangelho

Parece estranho, mas alguns confundem vergonha dos evangélicos com vergonha do
evangelho. Se não confessarmos o Senhor hoje ele não nos confessará naquele dia diante
do Pai. Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de
todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Rm 1.16.

Todos os direitos reservados por 89


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

POR QUE EVANGELIZAR E FAZER MISSÕES?

Quantas vezes nos perguntamos qual o significado de


evangelismo e também por que devemos evangelizar? A
palavra “evangelho” vem de duas palavras grega seu, que quer dizer “bom”, e de angelia,
que significa “mensagem, notícia, novas”. Assim, a palavra euuangelion quer dizer “boas
novas, notícias alvissareiras”. Essa palavra aparece tanto no Antigo Testamento como na
literatura extra-bíblica. No hebraico é bessorah (II Sm 18.20,25,27; II Rs 7.9), que a
Septuaginta traduziu por euuangelion. Originalmente significava “pagamento pela
transmissão de uma boa notícia”. Com o tempo, passou a ganhar novo significado no mundo
romano de fala grega, em virtude do culto ao imperador, pois a palavra euuangelion era
usada para anunciar o nascimento deste ou a sua coroação.

Evangelizar segundo Cannon May Warren, da Abadia de Westminster, é “apresentar Jesus


Cristo no poder do Espírito Santo, de tal maneira que os homens possam conhecê-lo como
Salvador e servi-lo como Senhor, na comunhão da igreja e na vocação da vida comum”.
Portanto, evangelização é a transmissão do Evangelho de Cristo de forma clara, objetiva e
direta, mostrando todo o plano de Deus para o ser humano. Qualquer outro tipo de
conteúdo, que não mostre o pecado do homem e a sua separação do seu Criador, é apenas
informação sobre o Evangelho e, nunca, evangelização. Vale ressaltar que o nosso papel é a
transmissão oral; o convencer e o converter pertencem ao Espírito Santo que faz a obra
como lhe apraz e na hora certa. Mas, por que eu devo evangelizar?

1. Porque é uma ordem do Senhor. Mt 28.19,20; Mc 16.15-18


2. Porque o Senhor ordenou pregar o Evangelho a todas as aldeias. Mt 9.35
3. Porque o Senhor ordenou pregar o Evangelho em todo o lugar. At 17.30
4. Porque o Senhor ordenou pregar o Evangelho a toda a criatura. Mc 16.15
5. Porque o Senhor ordenou pregar o Evangelho a todas as nações. Mt 28.19
6. Porque o Senhor ordenou pregar a todo o mundo. Mc 16.15
7. Porque não é opcional e sim compulsório. I Co 9.16
8. Porque é um privilégio de cada salvo. Mt 10.32
9. Porque é uma responsabilidade de cada crente. I Tm 2.4
10. Porque é uma prova de que temos a natureza de Deus. I Pe 1.4 e I Jo 4.8
11. Porque é uma dívida de todo crente. Rm 1.14,15
12. Porque a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Jo 9.4
13. Porque os cristãos são os únicos que podem tornar Cristo conhecido. At 20.26
14. Porque temos recebido o ministério da pregação. I Tm 1.11,13-15
15. Porque sem evangelização, milhões perecerão sem salvação. Ef 2.1,12

Como afirmou o Pr. Antonio Gilberto, tendo em vista a obra de ganhar almas para Jesus, mediante
a evangelização pessoal, vamos considerar este assunto sob os cinco pontos seguintes:

Todos os direitos reservados por 90


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

1. “Porque” devemos Evangelizar


2. “Quando” devemos Evangelizar
3. “Onde” devemos Evangelizar
4. “Como” devemos Evangelizar
5. “Resultados” de Evangelizar

Porque devemos Evangelizar? Mc 16.15

Para muitos cristãos, Jesus é apenas o Salvador de suas almas, mas não Senhor e Rei de
suas vidas. O evangelho integral apresenta Jesus não só como Salvador, mas também como
Senhor. At 16.31. A ordem de evangelizar vem do Senhor para os seus súditos. Não é um
convite: é um mandamento do nosso Senhor. Mas não devemos evangelizar só porque é um
mandamento, mas porque amamos a Jesus e queremos ser-lhe gratos. Vejamos as descul-
pas mais comuns dos crentes quanto a esta ordem do Senhor:

"Estou muito ocupado"; "Não tenho tempo". Entretanto o Senhor Jesus não estava tão
ocupado a ponto de não poder vir morrer em nosso lugar. Aqui no mundo Ele sempre
cumpria na hora o programa do Pai, mesmo sabendo que o final seria o Calvário. Mt 26.45;
Lc 22.14; Jo 2.4; 13.1; 17.1. Ele não andava tão ocupado a ponto de não ouvir o clamor das
almas aflitas. Mc 5.30; Lc 18.40.

"Estou muito cansado". Jesus, no sol de meio-dia, junto à fonte de Jacó, não estava tão cansado
a ponto de não poder atender a samaritana perdida. Jo 4.6,7.

"Não sei falar"; "Não dou para nada na igreja".

"Não tenho capacidade". Outros também já deram as mesmas desculpas, mas ao obedecerem
à ordem do Senhor, foram maravilhosamente usados por Ele. Estude os exemplos de:

Moisés (Ex 3.11 )


Gideão (Jz 6.15)
Isaías (Is 6.5)
Jeremias (Jr 1.6)
Amos (Am 7.14)

Portanto, entregue ao Senhor o que você tem, irmão. Ele transformará o pouco no muito. Jo
6.9-13. Ele dará a capacidade necessária. Mt 4.19; II Co 3.5. A missão de evangelizar o
mundo, entregue por Jesus à sua Igreja, implica em dever e responsabilidade. Ez 33.8,9; Rm
1.14; I Co 9.16. Uma das razões da inatividade de muitas igrejas e crentes na obra de
evangelização vem do seu descuido quanto à vinda de Jesus. Os cristãos primitivos foram
ativos na evangelização, não só porque eram cheios do Espírito Santo, mas também porque
esperavam a volta de Jesus em seus dias.

Porque temos recebido de Deus talentos, e assim temos uma mordomia para dar conta.
Mt 25.14-30; Lc 16.2; 19.13. O dia da prestação de contas com o nosso Senhor está perto.
Rm 14.10; I Co 3.13-15; II Co 5.10.
Todos os direitos reservados por 91
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Porque Deus nos concedeu o privilégio de participar do seu trabalho: Servir ao Senhor não
é apenas um dever cristão, é também um grande privilégio. Deus podia usar outros meios
para levar a mensagem de salvação ao pecador. Ele assim faz quando lhe apraz, mas isto
não é regra geral; é exceção. Seu método é usar homens para falar a homens. O trabalho de
ganhar almas para Deus é um privilégio que Ele nos concede para obtermos galardão no dia
de Cristo. Fp 2.16. Há, neste sentido, uma solene declaração da Bíblia em Pv 11. 30. A
salvação é dádiva de Deus, mas galardão é recompensa que o crente obtém mediante sua
atividade na obra do Senhor.

Porque o pecador sem Jesus está perdido. Rm 5.12. A palavra perdido, significa perdido
mesmo, isto é, sem solução, desenganado, extraviado, desgarrado, arruinado. Jesus usou
esta palavra em Lucas 19.10. Precisamos compreender que esta é a situação atual do
pecador não-salvo. Jesus não usou termos menores, nem arrodeios.

Aqui, entre nós, quando desaparece um avião, um navio, uma expedição ou mesmo uma
pessoa, todos os recursos disponíveis são mobilizados para salvar o que está perdido. Vamos
nós fazer menos, ou cruzar os braços ante o perdido pecador, que se não aceitar Jesus como
seu Salvador, irá para o Inferno eterno? Se, como parte de um curso de evangelismo pessoal,
tivéssemos de passar 24 horas no Inferno, para ver o que se passa lá entre os perdidos, ao
voltarmos, toda nossa vida giraria em torno da obra de evangelizar e ganhar almas
perdidas, e também desviados, e jamais pôr tropeço na vida de alguém.

Uma alma vale mais do que todo o mundo. Mc 8.36,37. O amor que Jesus demonstrou por
nós no Calvário deve nos constranger. II Co 5.14. A visão deste sublime amor de Jesus torna-
se mais real quando meditamos a respeito do seu suor de sangue, da traição de Judas, das
vergastadas, do esbofeteamento, dos pregos nas mãos e nos pés; na sede, na zombaria; sim,
quando sentimos seu coração rasgado de dor; quando vemos seu rosto desfigurado pelos
maus-tratos; quando ouvimos seu brado pungente nas trevas e contemplamos a sua
cabeça pendente na cruz!

Na mensagem ao profeta Isaías, Deus dirige-se a todos nós: "A quem enviarei eu? E quem
irá por nós?". Is 6.8. O irmão já teve a visão horrível das almas condenadas caminhando
nas trevas para o abismo? Lembre-se de que está agora salvo porque alguém duma maneira
ou de outra o levou a Cristo, meu caro irmão! Queremos somente receber e não dar
também?

“Quando” devemos Evangelizar

A única resposta é: Agora! Como os pecadores crerão agora, se eu não falar agora?. Ml 1.9; At
17.30; Hb 3.7. As almas precisam ser ganhas para Jesus agora, porque:

Agora é que estamos vivos. Em Lucas 16 temos a história de um homem que se interessou
pela salvação dos outros, mas só depois de morto, quando nada mais podia fazer.
Agora temos pouco tempo. Jesus não tarda a vir. Se no tempo do apóstolo João, sua vinda
já estava próxima (Ap 22.20), que diremos nós hoje? Urge atentar para Jo 9.4. Nosso
tempo também pode ser pouco no sentido de a liberdade religiosa ser cerceada ou mesmo
cassada, como já aconteceu e está acontecendo em certos países.

Todos os direitos reservados por 92


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Quanto à idade daqueles a quem devemos evangelizar, a resposta sempre será - agora.
Crianças, jovens e velhos podem ser ganhos para Jesus agora. Na igreja, um dos grandes
setores de evangelização das crianças é a Escola Dominical, quando devidamente
aparelhada. Nela, o professor de crianças tanto pode levar as crianças a Cristo, como
ensiná-las a viver para Cristo. Quem ganha uma criança para Jesus salva uma vida inteira.
Quem ganha um adulto, salva apenas meia vida, pois a outra metade o mundo já levou.
Cuidado, pois! Uma oportunidade perdida pode nunca mais voltar. Um coração hoje aberto
pode amanhã estar fechado, e... para sempre.

“Onde” devemos Evangelizar

Nem em todos os locais podemos fazer cultos de pregação, mas ganhar almas
individualmente, sim. Vejamos alguns locais onde isso pode suceder:

Nos Cultos: Os crentes ganhadores de almas devem ficar alerta nos cultos de pregação,
especialmente quando estes chegam ao término. Há pecadores que, mesmo depois de
convencidos pelo Espírito Santo, precisam de ajuda para fazer sua decisão. Muitos têm
dúvidas, temores e dificuldades internas. Nessas horas, uma palavra de encorajamento da
parte de Deus é decisiva. Há pessoas que nunca entraram num templo. Acham tudo
estranho. Uma voz amiga vence tais barreiras. Quantos milhares de pecadores fizeram sua
decisão porque alguém os conduziu à frente. Não convém insistir demais nem também
forçar. Deixe o Espírito Santo dirigir as coisas. Muitas almas se extraviam por falta de uma
palavra amiga, portanto, dê atenção pessoal a elas. Nos cultos ao ar livre, o trabalho pessoal
com os circunstantes é valiosíssimo. Muitos frutos têm sido colhidos assim.

Nos Lares: O lar pode ser o nosso. Muitas vezes o campo de trabalho não é o interior do
país nem o exterior, mas a nossa própria casa, isto é, pais, irmãos, filhos, parentes. Jesus
disse que o campo é o mundo. Mt 13.38; ora, o mundo começa à nossa porta. Os crentes
primitivos evangelizavam de casa em casa. Mc 5.19; At 5.42; 20.20. Muitas grandes igrejas
de hoje, começaram em casas particulares. O lar foi a primeira instituição divina, e Deus tem
em mira a salvação de todos no lar. Gn 19.12; Êx 12.3; Js 6.23-25; At 11.14; 16.31.

Em Público: Aqui, há muitos locais a considerar. O apóstolo Paulo pregou em praças. At 17.17.
À beira de rios. At 16.13. Na parábola das bodas, o Senhor Jesus fez menção disso. Lc 14.21.
Há pessoas de tal temperamento e formação; de tais superstições e preconceitos, que
jamais entrarão num templo evangélico. Muitas vezes há também proibição. Tais pessoas só
poderão ser atingidas pelo evangelismo pessoal em público. Evangelizar é ir ao encontro do
povo. Jesus não disse: "Venha todo o povo ouvir a pregação do Evangelho", mas, "Ide por
todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura".

No trabalho (indústrias, profissões particulares, etc.): Jesus chamou vários discípulos


quando ocupados em seus trabalhos habituais. Mt 9.9; Mc 1.16-19. O grande evangelista
D.L. Moody foi salvo quando trabalhava no interior duma sapataria. Há ocasiões em que a
melhor maneira de falar de Jesus em .tais lugares é através da própria vida, vivendo diante
dos patrões, empregados e colegas como um verdadeiro filho de Deus, deixando a luz brilhar
nas trevas. Uma vida assim atrai os outros para Cristo.

Todos os direitos reservados por 93


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

"A única Bíblia que muitas pessoas lêem é a vida de um crente" (D.V. Hurst). É como se
fosse o "Evangelho Segundo Fulano de Tal". É preciso prudência para falar nos locais acima
mencionados, de modo que não haja violação de rotinas, quebra de instruções, etc. A hora
de almoço e. o tempo de descanso podem ser as ocasiões apropriadas. Não é preciso um
sermão. Muita gente pode ser alcançada em público: barbeiros, ascensoristas, engraxates,
comerciantes, comerciários, empregados em geral, balconistas etc. O irmão R.A. Torrey dava
cinco características de uma boa oportunidade em público. Ei-las:

Quando a pessoa está só;

Quando desocupada;

Quando de bom humor;


Quando comunicativa;

Quando em atitude séria.

Nos transportes em geral (trens, navios, aviões, ônibus, etc): Em viagem, normalmente
as pessoas estão dispostas: gostam de conversar e ler. Outras ficam apreensivas. O
transporte em que viajamos diariamente pode ser o meio de ganharmos muitas almas para
o reino de Deus. Peça, irmão, ardentemente ao Senhor que o dirija a falar aos pecadores. Às
vezes, quando não é possível falar, podemos entregar um folheto apropriado.

Nas instituições públicas (hospitais, prisões, abrigos, penitenciárias, institutos, etc):


Aqui, a primeira providência é obter a devida permissão para o serviço que se pretende
fazer. É um ato nobre e cristão levar alegria e prazer aos internos de tais instituições. Muitos
deles, dali não voltarão mais ao convívio dos seus. A única oportunidade que terão de ouvir
o Evangelho será pelo testemunho pessoal, pelo rádio ou pela página impressa. "Estando
enfermo e na prisão, não me visitaste". Mt 25.43.

Paulo ganhou o carcereiro dentro da prisão. At 16.23,24. Há pessoas que em são estado de
saúde e em plena liberdade, jamais ouviriam o Evangelho, mas nas instituições de
internamento podem ouvir de boa mente. O campo é vasto nas organizações deste tipo.
Milhares têm aceitado Cristo nas prisões, sanatórios, abrigos, etc. Outros estão a espera
que alguém lhes leve a mensagem da salvação. Hb 13.3.

Aproveitando as ocasiões: Pessoas atingidas por infortúnios, desgraças, catástrofes, etc,


ouvindo do poder salvador de Cristo, poderão render-se a Ele. Quando uma pessoa acha-se
no centro de tais acontecimentos, esvaem-se-lhe a vaidade, o egoísmo, os pontos de vista,
os preconceitos, etc. Numa situação assim, o Evangelho deve ser indicado como a
felicidade eterna. Há pessoas que em situações normais não dão qualquer importância ao
assunto da salvação, mas atingidas pela adversidade, tornam-se receptivas. Muitos têm
sido salvos em tais circunstâncias. Por exemplo: ali está um homem morrendo sem salva-
ção. Ele treme ao enfrentar a eternidade sem Deus. Em tais momentos o testemunho de
Jesus pode ser vital e decisivo. Quantos já estão na glória, tendo sido salvos nos últimos
momentos de vida? O malfeitor ao lado de Cristo, foi salvo assim. Lc 23.42,43. Momentos
de decisões importantes também são ocasiões próprias para se falar de Jesus.

Todos os direitos reservados por 94


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

“Como” devemos Evangelizar

Para começar, o ganhador de almas tem de ter experiência própria da salvação. É um


paradoxo alguém conduzir um pecador a Cristo, sem ele próprio conhecer o Salvador. Isto é
apontar o caminho do Céu sem conhecê-lo. Quem fala de Jesus deve ter experiência própria
da salvação. Sl 34.8; II Tm 1.12.

O uso da Palavra de Deus e seu estudo constante. II Tm 2.15: Este é um dos fatores do
crescimento espiritual e da prática de ganhar almas. Estando nosso coração cheio da
Palavra de Deus, nossa boca falará dela. Mt 12.34. É evidente que o ganhador de almas
precisa de um conhecimento prático da Bíblia; conhecimento esse, não só quanto à
mensagem do Livro, mas também quanto ao volume em si, suas divisões, estrutura em
geral, etc. Sim, para ganhar almas é preciso "começar pela Escritura". At 8.35.

Aquilo que a eloqüência, o argumento e a persuasão humana não podem fazer, a Palavra
de Deus faz, quando apresentada sob a unção do Espírito Santo. Ela é qual espelho. Quando
você fala a Palavra, está pondo um espelho diante do homem. Deixe o pecador mirar-se
neste maravilhoso espelho! Assim fazendo, ele aborrecerá a si mesmo ao ver sua situação
deplorável.

Está escrito que "Pela lei vem o conhecimento do pecado". Rm 3.20. Através da poderosa
Palavra de Deus, o homem vê seu retrato sem qualquer retoque, conforme Is 1.6. No estudo
da obra de ganhar almas, há muito proveito no manuseio de livros bons e inspirados sobre
o assunto. Há livros deste tipo que focalizam métodos de ganhar almas; outros focalizam
experiências adquiridas, o desafio, o apelo e a paixão que deve haver no ministério em
apreço. A igreja de Éfeso foi profundamente espiritual pelo fato de Paulo ter ensinado a
Palavra ali durante três anos, expondo todo o conselho de Deus. At 20.27-31. Em Corinto ele
ensinou dezoito meses. At 18.11. Veja a diferença entre essas duas igrejas através do texto
das duas epístolas (Coríntios e Efésios).

Uma vida correta: Paulo evangelizando pessoalmente a Félix, o governador da Judéia, disse:
"Procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os
homens". At 24.16. A consciência nos seus dois lados - para com Deus e para com os homens
- deve estar limpa. Muitos crentes têm sido desaprovados por Deus por falharem nesta
parte. Trabalham à toda força e frutos não há. Perguntam: "Por que não há frutos no meu
trabalho?" As Escrituras respondem em Is 52.11. Davi compreendia que o pecado é um
impedimento à conversão dos pecadores. Sl 51.2-13. Consideremos aqui os seguintes textos:
I Pe 1.15 - Aqui a santidade é requerida em todas as maneiras de viver.
Fp 1.27 - Mostra que a nossa conduta deve ser conforme o Evangelho.
Rm 12.1,2 - O ensino aqui é que não devemos ter uma vida conformada com o mundo.
O povo de Deus deve caminhar o mais possível distante do mundo.
Certo patrão estava examinando um grupo de motoristas, a fim de selecionar um deles para
ficar como empregado de sua firma. A certa altura do teste, surgiu a seguinte pergunta dele:
"Se vocês fossem por uma estrada, beirando um precipício, qual seria a menor distância a
que chegariam da beira do abismo, respeitando os limites de segurança?" Os motoristas
querendo demonstrar habilidade e experiência, foram dizendo: "um metro", "menos de um
metro", "meio metro".

Todos os direitos reservados por 95


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Nenhuma resposta agradava o patrão até que um deles disse: "Eu caminharia tão longe
quanto possível do precipício". Este candidato foi aceito para o emprego. Assim deve ser
também na vida espiritual... O descrente não lê a Bíblia, mas lê a vida do crente, que de fato
deve ser uma Bíblia aberta!. II Co 3.2.

Aprendendo com o supremo ganhador de almas – Jesus. Mt 4.19

Em sacrifício, amor, serviço e métodos na obra de ganhar almas, Jesus é o nosso perfeito
exemplo. Entre os diversos casos de evangelização pessoal do Senhor Jesus, abordaremos
um - o da mulher samaritana, em João cap.4. Se seguirmos os passos de Jesus para ganhar
a samaritana, muito aprenderemos quanto à evangelização pessoal. Em seu ministério,
inúmeras vezes Jesus pregou a milhares de ouvintes; entretanto, um dos seus mais belos
sermões - o de João capitulo 4, foi proferido perante uma só alma. Isto revela também a
importância do testemunho pessoal. Noutra ocasião, Jesus dirigiu um extenso estudo
bíblico para dois discípulos. Lc 24.27. Sigamos, pois, os passos do Senhor ao ganhar a
samaritana:

Ter amor, espírito de sacrifício (vv. 4,6,8). O v.4 fala de sacrifício; o v.6, de cansaço; e v.8,
de necessidade (fome). Tudo por causa duma alma perdida. É interessante notar que Jesus
estava cansado da viagem (v.6), mas não do trabalho. O ganhador de almas deve estar
possuído de ardente amor e compaixão pelos perdidos. O apóstolo Paulo tinha a mesma
paixão. Rm 9.2,3.

Ir ao encontro do pecador ( v.5 ). Observe como o Senhor Jesus foi do geral ao particular:
primeiro, à província de Samaria ( v.4 ) , depois à cidade de Sicar ( v.5 ) , e por último à fonte de
Jacó, para onde a mulher deveria vir (v.6). Jamais deveremos esperar que os pecadores venham
ao nosso encontro. Jesus mostrou, em Mateus 4.19, que a obra de ganhar almas é comparada a
uma pescaria espiritual. O pescador tem de colocar-se no local da pesca, se quiser apanhar
peixes. Noutras passagens da Bíblia encontramos o mesmo ensino, como em Lc 15.4. O profeta
Ezequiel, conduzido pelo Espírito Santo, foi até os cativos do seu povo e sentou-se entre eles. Ez
3.14,15.

Paciência (v.6). "Assentou-se". Assim fez, esperando pelo pecador. At 17. 2.

Entrar logo no assunto da salvação (v. 7). Há sempre uma porta aberta para se falar da
salvação. No caso da samaritana, o assunto do mo mento era água e sede, e logo Jesus falou da
água da vida que sacia a sede da alma. Vemos um caso idêntico em Atos capítulo 8. Aí o assunto
era leitura e logo o servo de Deus iniciou a conversa com uma pergunta também sobre leitura
( v.30 ) . Em João, capítulo 2, quando Jesus conversava com Nicodemos, talvez soprasse uma
brisa, e logo Ele usou o vento como figura (v.8).

Ficar a sós com quem está falando (v. 8). Quando alguém estiver falando com um peca-
dor a respeito da salvação, evite perturbá-lo, a menos que seja convidado.

Deixar os preconceitos raciais ou sociais (vv.9,10). Jesus veio desfazer todas as barreiras que
impedem a perfeita relação entre Deus e o homem, e entre este e seu semelhante. Os
preconceitos têm causado grandes males na sua ação destruidora de separar, ao passo que Jesus
veio unir. Ef 2.11-22.

Todos os direitos reservados por 96


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Não se afastar do assunto da salvação (vv.9-13). No v.9, a mulher alega o problema do


preconceito. No v.12, Jesus volta ao assunto inicial: água, mas agora água da
vida. Nos w.11,12, a mulher apresenta dificuldades. Nos w.13,14, Jesus volta ao
assunto inicial: salvação. Resultado: no v.15 já há na pecadora um certo grau de
interesse.

Fazer ver ao ouvinte que ele é pecador (v.16). Jesus sabia que a samaritana não
tinha marido, mas para motivar uma declaração dela, disse-lhe: "Chama o teu
marido e vem cá". Muitos pecadores não se podem salvar porque não querem
reconhecer que são pecadores e muito menos perdidos.

Não atacar defeitos, nem condenar (v. 18). Isto não quer dizer que vamos bajular alguém
ou concordar com sua vida ímpia e pecaminosa.

Evitar discussão (vv.20-24). Não permitir que a conversa degenere em discussão. No v.20, a
mulher aponta o fato de os judeus desacreditarem na religião dos samaritanos. É costume
também o pecador apontar falhas nas igrejas e nas vidas de certas pessoas crentes. Isto
mostra que tais ouvintes, em lugar de olhar para Cristo, estão atrás de igrejas e pessoas.
O alvo perfeito é Cristo. Hb 12.2. Crentes errados darão conta de si mesmos. Rm 14.12.

Diz uma autoridade em Relações Humanas: "Você nunca vencerá uma discussão. Se perder,
perdeu mesmo, e se ganhar perdeu também, porque um homem convencido contra a
vontade, conserva sempre a opinião anterior. Quem perde numa discussão fica ferido no
seu amor próprio".

O sexo influi, às vezes (v.27). O ideal é falar com pessoas do mesmo sexo, sem contudo
fazer disso uma lei. É provável que se uma mulher falasse à samaritana, talvez não
prendesse tanto a sua atenção. Outros exemplos de Jesus evangelizando pessoalmente:

Jesus e Nicodemos. Jo 3.1-21.


Zaqueu, o publicano. Lc 19.1-28.
O cego Bartimeu. Mc 10.46-52.
O malfeitor na cruz. Lc 23.39-43.
O doutor da lei. Lc 10.25-37.
O jovem rico. Mt 19.16-30.
A mulher adúltera. Jo 8.1-11.
A mulher enferma. Mc 5.25-34.
A mulher siro-fenícia. Mc 7.24-30.
O paralítico de Cafarnaum. Mc 2.1-12.

Ser cheio do Espírito Santo. Nos negócios puramente humanos, o homem pode ter êxito
e promover o progresso. Isto acontece nas construções, nas indústrias, no comércio, na arte,
nas ciências, etc, mas no tocante à obra de Deus, só pode de fato haver avanço quando
ela é acionada pelo Espírito de Deus. Ele é que comunica vida. Quando o trabalho do
Senhor passa a ser dirigido exclusivamente pelo homem, torna-se em organização
mecânica, fria e estéril. A Igreja de Deus, quando dinamizada pelo Espírito Santo, é de fato
um organismo vivo, que cresce sempre para a glória de Deus.

Todos os direitos reservados por 97


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

A ordem de Jesus à Igreja para pregar o Evangelho está intimamente ligada à ordem para
receber o poder do alto, como se vê em Lc 24.49; At 1.8. O poder de Deus faz a diferença.
O apóstolo Pedro, fraco e tímido antes do Pentecoste, tornou-se coluna, após o
revestimento de poder. Todo o crente nascido de novo tem em si o Espírito Santo (I Co 3.16),
mas o poder glorioso para o testemunho e serviço de Cristo, vem com toda plenitude aos
servos batizados com o Espírito Santo. At 1.4,5,8; 2.1-4. Após o crente ter sido cheio do
Espírito Santo é preciso permanecer cheio sempre. Ef 5.18. Aí não se trata de um convite
divino, mas de uma ordem.
É preciso orar sempre. Ef 6.18,19. A oração abre portas e remove barreiras. Ela é o meio
de comunicação com Deus. A Igreja nasceu quando em oração, e é nesse ambiente que ela
cresce e se desenvolve. At 1.14. Pedro estava orando quando Deus o usou para a salvação
de Cornélio, seus parentes e amigos. At 10; Sl 126.6; At 20.31. É mais fácil falar ao pecador
sobre Deus, depois que falamos com Deus sobre o pecador...
Fé na operação da Palavra de Deus. Quando falamos a Palavra de Deus, precisamos confiar
no seu autor. À nós crentes compete anunciar a Palavra; a Deus, operar. Aquele que disse
"Ide por todo o mundo", também disse "Eis que estou convosco". Devemos falar a Palavra
com plena convicção de que é o poder de Deus para salvação de todo o que crê. Is 55.11;
Rm 1.16. Há pecadores que aceitam a mensagem da salvação com toda a simplicidade,
outros não. Se o irmão está procurando levar uma alma a Cristo, nunca desanime.
Certo irmão sueco orou 50 anos para Jesus salvar determinada pessoa, e viu-a aceitar o
Salvador. O Dr. R. A. Torrey, célebre ganhador de almas, orou 15 anos por uma pessoa, e
esta veio a crer em Jesus. Os homens que conduziam o paralítico de Lucas cap. 5 só
conseguiram chegar à presença de Jesus, subindo ao eirado, o que não era muito fácil.
Mas não desanimaram. Isto é perseverança. Às vezes é preciso um esforço assim. Qualquer
caso, mesmo os piores, acham solução no Senhor Jesus. Para Deus nunca houve
impossíveis. Ele é especialista nisso! Portanto, é preciso anunciar a Palavra com plena
confiança na sua divina ação. Quando você estiver falando de Jesus, ore em espírito para que
Deus honre a Palavra dele e manifeste o seu poder salvador.
É preciso amor. Fé e amor andam juntos na evangelização. Quaisquer outros recursos
serão meros paliativos, como relações humanas, sociologia etc. Jesus foi a personificação do
amor. Ele salvou os pecadores amando-os até o fim. Jo 13.1. Sua posição ao morrer de braços
abertos na cruz é a expressão máxima do amor. Ali, num gesto de infinito alcance, Ele uniu
os dois povos com seus braços acolhedores (judeus e gentios).
A apresentação pessoal: Cuide disso. Sua aparência é importante, como é importante a
mensagem que você leva. Deus pode usar quem Ele quiser e o que Ele quiser, até uma
queixada de jumento, como no caso de Sansão, mas quanto à sua aparência pessoal, irmão,
fica a seu critério. Cuide de sua apresentação, mas sem exagero. O traje deve ser modesto,
decente e de bom gosto. Um traje mundano, imoral e indecente não é próprio do cristão;
pode atrair o povo, mas não para Cristo. Não permita que seu traje seja motivo de atração
para os ímpios, desviando, assim, a atenção a Cristo. Diz a Palavra de Deus no Sl 103.1: "Tudo
o que há em mim bendiga o seu santo nome". Portanto o Senhor Jesus constituiu a Igreja
como a única agência do Reino de Deus na terra encarregada de anunciar as boas novas de
salvação. É necessário, pois, a mobilização de toda a Igreja para que essas metas sejam
alcançadas. Cada crente dos dias apostólicos era um dedicado, fervoroso e próspero
ganhador de almas. At 8.4.
Todos os direitos reservados por 98
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

O SEMEADOR

Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear. E aconteceu que, semeando ele, uma
parte da semente caiu junto ao caminho, e vieram as aves do céu e a comeram. E
outra caiu sobre pedregais, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque
não tinha terra profunda. Mas, saindo o sol, queimou-se e, porque não tinha raiz,
secou-se. E outra caiu entre espinhos, e, crescendo os espinhos, a sufocaram, e
não deu fruto. E outra caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu; e um
produziu trinta, outro, sessenta, e outro, cem. E disse-lhes: Quem tem ouvidos
para ouvir, que ouça. Marcos 4.3-9.

A Bíblia é o livro sagrado de um povo de agricultores e


pastores e, por isso, não é de admirar o uso da
linguagem simbólica das sementeiras e das sementes
para falar de realidades espirituais e transmitir
mensagens de fé.

A semente, embora pequena, tem a capacidade de


produzir uma enorme quantidade de outros grãos e de
estar na origem de uma grande árvore. Um saco de
semente pode encher um campo de trigo. A semente já
contém em si mesma o que no futuro se vai manifestar.

Ela é o símbolo de todas as capacidades e


possibilidades, da abundância de vida. É este o sentido
dado no 1º capítulo da Bíblia, quando o Senhor
promete o florescer da vida em abundância, criando as sementes de todas as árvores,
plantas e ervas. Gn 1.11.

O povo hebraico utilizou a mesma palavra ("zera", traduzido geralmente na Bíblia por
descendência) para falar da semente das plantas e da "semente" que origina a vida humana
e animal, pois toda a semente vem do Senhor. Jr 31.27. Se a semente produz frutos, a ação
de semear origina a esperança de um fruto que ainda não se colheu, que passará por muitas
dificuldades, que pode aparecer impossível. A ação de semear contrapõe-se à alegria da
colheita. Sl 126.6.

A semente é sinal das bênçãos de Deus e para falar da fidelidade de Deus ao seu povo ou da
fidelidade do povo a Deus, os profetas usam o símbolo da semente. Is 30.23. Quando não
se pode semear ou se semeia e não há produção, significa qualquer maldição. Is 5.10. O
semear para ceifar é também símbolo da luta pela sobrevivência de cada dia. Mt
6.26. O gesto do semeador é dos mais belos e característicos da vida no campo, sendo
um símbolo do bem ou do mal praticados. Jo 4.8; Prov 11,18. Longe de Deus a sementeira
das obras humanas só produz espinhos. Jr 12.13. A semente é ainda símbolo da palavra de
Deus. Os três primeiros evangelistas insistem na comparação entre semente e Palavra de
Deus.

Todos os direitos reservados por 99


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Na parábola da semente e do semeador, diz-se que o "semeador semeia a Palavra" (Mc


4,14) e esta foi uma das poucas parábolas que Jesus explicou aos seus discípulos. "A semente
é a Palavra de Deus" (Lc. 8,11) e Jesus compara-se a um semeador a semear a semente da
Palavra no campo do coração de cada um de nós. Agora temos a responsabilidade de sermos
“semeadores” assim como Ele foi.

O cristão como semeador deve estar consciente de que possui não apenas uma boa
semente, mas, a melhor semente. É imprescindível acreditar naquilo que está nas suas
mãos. O budista, o islâmico, o mórmon, o católico, o espírita, divulgam a sua crença porque
crêem naquilo que professam e pregam. Se eles semeiam suas crenças por que crêem,
muito mais o cristão. Três coisas são necessárias para o bom semeador, a saber:

Primeira: Levar semente selecionada.

Segunda: Ter disposição para o trabalho

Terceira: Ser persistente.

No primeiro caso ele deve levar "a preciosa semente", que é a Palavra de Deus. Sl 126.6; Lc
8.11. Isto porque o poder de fazer nascer e frutificar a semente não está no semeador, e,
sim, na própria semente. Há um provérbio que diz: "Se a semente é boa, ainda que a mão
do semeador seja torta, a planta nasce certa". No segundo, ele deve ter disposição para o
trabalho: "Eis que o semeador Saiu a semear." Mt 13.3. Isto significa que o semeador não
ficou em casa semeando apenas no seu quintal, ou em sua área de lazer. Não! " Ele saiu a
semear!". Eis a razão porque o Senhor Jesus disse: "Ide!". Aquele que já recebeu "Vinde" de
Jesus para a salvação Mt 11.28, deve também obedecer o seu "Ide" para proclamar o
Evangelho, Mc 16:15. Finalmente, no mesmo caso, o semeador deve ser persistente. Isso é
necessário, devido a desigualdade de terreno. Por isso, muitos trabalhos não prosperam de
acordo com o esperado. A culpa , porém, não está no semeador, e , sim, na qualidade do
terreno. Mt 13.4-6. O semeador da parábola realizou três trabalhos perdidos:

A semente a beira do caminho: Estes são aqueles que tem prazer apenas em ouvir a
pregação da palavra e isto não é suficiente, como conseqüência não compreendem a
palavra, Mt 13.19, se transformam em presas fácil do adversário, Mt 13:15 e seu coração
permanece endurecido, isto é, um coração duro é como uma terra ressecada e marcada
pelos pés dos homens. Este tipo de terreno não é apenas dos ímpios, mas dos indiferentes
que não deixam a semente penetrar. At 26.28; Lc 18.22.

A semente sobre os pedregais: Os que residem em áreas rurais conhecem bem o que
significa semear em terreno pedregoso. Como nascem depressa as sementes que caem em
terra sobre rocha, porque não há profundidade de solo; assim também é o coração de
algumas pessoas; "O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra e logo a recebe
com grande alegria. Mt 13.20". Aceitam a palavra apenas de forma superficial. Este tipo de
coração é atraído pela glória da vida cristã, chegam com alegria, mas não tem coragem de
romper com seus vícios, nem com seus amigos que amam o mundo, e este abandono é
fundamental na vida cristã, I Jo 2.15, isto é, para se ganhar na vida cristã e preciso perder.
Jo 12.25. Infelizmente, na vida cristã seguem a Cristo movidos por sentimentos ou comoção.
Mt 8.21,22. Em algumas reuniões extravasam os sentimentos de alegrias e lágrimas, todavia
são incapazes de viver o dia-a-dia em amor e fervor. Hb 12.16,17.

Todos os direitos reservados por 100


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Outros são excessivamente sensíveis. Não estando muito bem edificados em Cristo, sentem
demasiadamente toda a censura da parte do próximo, cedem a ciladas de sentimentalismo
causando efeito de amargura. Hb 12.15. Todos os defeitos dos irmãos lhe servem como
pedra de tropeço, II Co 11.23-33. Se alguém anda de alguma outra maneira a que ele
entende ser a correta, logo se entristece porque falta raiz, (Lc 8.13), e morrem
espiritualmente por causa das tribulações.

A semente entre os espinhos: O solo de espinheiro é fofo, tem profundidade. É como o


coração que está aberto e talentoso. Tem muito dinamismo, bastante vontade e
criatividade. O grande problema é a mistura das raízes, não devemos esperar que a Palavra
de Deus sufoque os espinhos (a sedução das riquezas do mundo e das ambições, (Mt 13.22;
I Tm 6.9), temos é que capinar (remover) nosso coração. Na parábola em evidência se o
semeador não fosse persistente, teria voltado com muitas dúvidas e de mãos vazias. Sl
126.6. Mas ele foi perseverante e prosseguiu até encontrar o terreno bom. Mt 13.8.

A semente em boa terra: Os que receberam a semente em boa terra são os que tem seus
corações arados pelo Senhor. Os espinhos foram arrancados e as pedras removidas. Estes
são os que ouvem a Palavra e praticam. Tg 1.19; Apoc 1.3. São os que compreendem a
Palavra - para que haja a compreensão das escrituras é preciso estar com o coração
preparado. At 32.1.
O Semeador
Saiu o Semeador a semear.
De norte a sul. De leste a oeste.
Pelos quatro cantos da Terra.
Faça Sol ou faça chuva,
ele sempre semeou.
Tempo bom ou ruim,
não importa, lá estava ele.
Não escolheu terreno bom..
Nem fez distinção de lugares especiais.
Nas cidades e nos campos.
Nas vilas e no deserto..
No calor do dia e no brilho das estrelas.
Sua semente sempre lançou.
Semeou sem esperar pela colheita.
Semeou porque assim estava escrito.
Desde que aqui pisou, já sabia a que vinha.
E até hoje, tantos séculos depois..
Ainda tem sementes que continuam dormindo.
Portanto, o grande alvo do semeador é que as sementes caiam em boa terra, e produzam
frutos abundantes. Mt 13.23. Jesus começou esta parábola dizendo que o "semeador saiu"
mas não disse que ele voltou. Isto significa que a semeadura continua através da igreja até
que Ele venha, quando então receberemos o galardão pelo que tivermos feito. II Co 5.10.
Independentemente do tipo de solo (solo duro, cheio de pedras, infestados de espinhos ou
boa terra) somos responsáveis pela semeadura.
Todos os direitos reservados por 101
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

AS TRÊS FASES DA EVANGELIZAÇÃO

Primeira fase: Ontem- O dia que passou

Devemos ser cuidadosos e vigilantes no cumprimento de nossos deveres espirituais, não


permitindo que escape de nossas mãos a grande oportunidade que o Senhor nos concede
de realizarmos a sua obra. Hoje muitos choram porque passou sua oportunidade. Se não
aproveitarmos a oportunidade certamente viveremos. Jr 8.20 que diz: "Passou a sega,
findou o verão, e nós não estamos salvos."

Segunda fase: Amanhã- O dia que nunca chegará

O Faraó do tempo do Êxodo é o exemplo típico do homem que põe sua confiança no dia de
amanhã, Ex 8.9,10. Nunca devemos deixar a obra da evangelização para o dia seguinte.

Terceira fase: Hoje o dia do Espírito Santo

Hoje é o dia do cumprimento das escrituras. Lc 4.21.


Hoje é o dia da salvação. II Co 6.2; Hb 3.15.
Hoje é o dia das grandes exortações de Deus, Hb 3.13.
Jesus disse ao ladrão na cruz: Hoje estarás comigo no paraíso, Lc 23.43.

"Não dizeis: ainda há quatro meses até a ceifa? Eu vos digo: Erguei os vossos olhos, e
vede os campos! Já estão brancos para a ceifa". João 4. As palavras do Senhor Jesus têm
poder permanente e alcançam todos os crentes de todas as épocas em todas as
circunstâncias. Quando os discípulos perguntaram a Cristo sobre a questão do tempo para
se fazer algo, a resposta foi franca e direta; sempre é tempo. O tempo é agora. Jesus disse
que os campos estão prontos.

O tom do verso indica que os campos estão prontos e sempre estarão. Que maravilhosa
palavra! Somos enriquecidos sabendo disto. Alguns crentes estão sempre esperando
confirmações especiais para fazerem algo relacionado com o evangelismo. Sempre dizem:
não sei se estou pronto. Não sei se é o tempo, e assim, estão sempre à procura de uma
confirmação especial para se, porém a obedecer. Esta teologia equivocada tem sido a razão
direta da inércia de muitas Igrejas e da falta de entusiasmo na proclamação da mensagem
de Salvação.

Não espere confirmações especiais para sair e ir aos campos brancos. Esta confirmação já
recebemos. Foi dada a nós há dois mil anos atrás. Jesus disse: Ide. Nada nos foi dito para
esperar algum toque especial. Ao contrário, foi nos dada uma ordem seguida de uma
gloriosa promessa da presença e dos sinais que nos acompanhariam. Além de tudo, se nos
faltassem garantias temos aquela que nos diz que o Evangelho é o poder de Deus. Então,
vá. Obedeça a Cristo. Levante-se! Corra! Alcance! Sempre é tempo de pregar! Erga-se a
altura de sua missão!

Muitos estarão no reino celestial simplesmente e gloriosamente porque você não


esperou demais, mas foi.

Todos os direitos reservados por 102


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Evangelize HOJE o homem de AMANHÃ

Um menino, de seis anos idade, foi interrogado:


— O que você vai ser quando crescer?
A resposta foi dada com toda a tranqüilidade:
— Bandido... Ou missionário.
— O quê?! — exclamou admirado o adulto. — Como assim?
— Depende de quem me ganhar primeiro — completou
rapidamente o garoto.

Realmente, depende de quem ganhá-lo primeiro! É urgente e


prioritário alcançar as crianças com a mensagem do
Evangelho. Não há tempo a perder. Se negligenciarmos a
criança, uma geração inteira se perderá. Depende de cada um
de nós.

Alcancemos as crianças com a Palavra de Deus. Evangelizemos


hoje o homem de amanhã! Lembremos das palavras do
Senhor Jesus Cristo: “Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que um só destes
pequeninos se perca”. Mt 18.14.

Como será o homem de amanhã? Antes de olhar para o futuro e fazer conjecturas sobre
como serão e como viverão os homens amanhã, deveríamos olhar para o agora, e verificar
como são e como vivem as crianças de hoje.

Hoje, infelizmente, está difícil olhar para as crianças e observar a inocência, a pureza, a
ingenuidade, a beleza, o sorriso, as brincadeiras, as cantigas, a felicidade na escola, no lar e
a própria esperança.

Hoje, milhões de crianças desamparadas nos colocam diante de um monstruoso quadro de


dor, de lágrimas, de tristeza, de fome, de exploração, de abandono, de engano, de
frustração, de miséria, de abuso sexual, de droga, de promiscuidade, de delinqüência, de
crime, de analfabetismo, de violência, de suicídio, de morte e de desesperança. Crianças
perdidas!

Outras, embora de condição social bem elevada, são mantidas o dia todo fora de casa, em
colégios e em aulas de música, de ginástica, de inglês, de judô, etc. Quando estão na rua,
estão dentro de um automóvel e, quando em casa, estão diante de um computador. Outras
ainda, que raramente vêem seus pais, pois ambos trabalham fora, passam a maior parte do
tempo diante da televisão e se alimentam de espetáculos de violência, de intrigas, de cenas
sexuais.

Diante deste quadro, perguntamos: “O que virá a ser, pois, este menino?”. Lc 1.66. Existem
milhões de crianças sem Cristo. O que acontecerá amanhã com o menino de rua? Com o
menino da vila? Com aquele cujos pais se separaram? Com o menino do asilo ou casas de
internos? Com as crianças que são deficientes?
Todos os direitos reservados por 103
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

O que acontecerá amanhã com o menino que convive com as guerras e rumores de guerras
que acontecem em todos os continentes? Quantas crianças cujas famílias desapareceram,
ou que estão em campos de refugiados, ou que procuram no lixo algo para comer. Que tipo
de homens estas crianças serão amanhã?

Os homens de hoje – como foram no tempo da infância?

As crianças são importantes para Deus. Elas têm uma alma imortal e uma vida inteira pela
frente. Elas ouvem e atendem à mensagem do Evangelho mais prontamente do que
qualquer outro grupo de pessoas. Os homens incrédulos de hoje, em sua grande maioria,
não ouviram de Cristo na infância. Pensemos em alguns homens famosos da história
recente. Você certamente já ouviu falar de Hitler, Stalin, Mao Tse-Tung e Billy Graham. Por
causa das decisões que Hitler tomou, morreram 55 milhões de pessoas na Europa. Por causa
das decisões de Stalin, morreram 30 milhões de pessoas na Rússia. Por causa das decisões
de Mao Tse-Tung, morreram 25 milhões de pessoas na China. Por intermédio do ministério
de Billy Graham, muitos milhares de pessoas vieram a Cristo em todo o mundo.

Billy Graham, o maior evangelista de todos os tempos, recebeu a Cristo como seu Salvador
quando ainda era criança. A História teria sido muito diferente se Hitler, Stalin ou Mao Tse-
Tung, tivessem sido levados a ter uma relação pessoal com Jesus Cristo na infância.

Muitos líderes evangélicos têm asseverado que o evangelismo de crianças é frutífero.

D. L. Moody disse: "Eu creio que, se as crianças têm idade suficiente para vir à Escola
Dominical, elas têm idade suficiente para vir ao Calvário. Vamos abrir nossas mentes e que
Deus nos ajude a ganhar as crianças para Cristo."

C. H. Spurgeon afirmou: "Geralmente tenho encontrado um conhecimento mais claro do


Evangelho e um amor mais fervoroso a Cristo na criança convertida do que no adulto
convertido. Elas não precisam abandonar a incredulidade e as noções erradas que impedem
tantos de aceitar o Evangelho". E ainda acrescentou: "Uma criança de cinco anos,
devidamente instruída, pode verdadeiramente crer e ser regenerada tanto quanto um
adulto."

Certa ocasião, Jesus Cristo teve uma contenda com os Seus discípulos, porque estes
impediam que as crianças se aproximassem dEle. O Senhor ficou indignado e disse-lhes:
“Deixai vir a Mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em
verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira
nenhuma entrará nele”. Mc 10.14,15.

Pode-se provar, sem sombra de dúvida, que 85% dos atuais cristãos receberam a Cristo
quando ainda eram crianças, antes dos 15 anos de idade. 10% o fizeram dos 15 aos 30 anos
e 5% só tomaram esta decisão após os 30 anos. E mesmo assim, há muito tropeço para
impedir que as crianças venham a Cristo. Muitos trabalhos com crianças se resumem em
contar historinhas, cantar musiquinhas, fazer oraçõezinhas, preparar programinhas, sem
nenhuma preocupação em mostrar a realidade do pecado e como uma criança pode receber
a Cristo como seu Salvador Pessoal.

Este quadro precisa mudar u r g e n t e m e n t e !


Todos os direitos reservados por 104
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

MISSÕES UM CHAMADO PARA ALCANÇAR NAÇÕES

A história de Missões inicia, na verdade, já na promessa de Deus de resgatar o homem caído


através da descendência de Eva, proferida Logo após a queda do ser humano no pecado.
Mas, em termos de uma divulgação do Reino de Deus pelos cristãos, é claro que teremos
que buscar as origens na Igreja Primitiva. Costuma-se dizer que missões nasce no seio da Igreja
de Antioquia e de fato é, a partir da viagem missionária de Barnabé e Saulo, que o movimento
missionário, propriamente dito, inicia.

Antecedentes no Antigo Testamento

A tarefa missionária não é nova quando a Igreja nasce no dia de Pentecostes. Já fazia parte
da chamada a Abraão e ao povo de Israel a tarefa de abençoar as nações. Gn 12.1-3.
A história do povo israelita, no entanto, não contém grandes feitos na área de divulgação
dos planos divinos, com raras exceções. Segundo J. Blauw, Israel foi comissionado, tanto
para uma obra centrípeta - ser um ambiente de atração onde Deus pudesse ser adorado,
como centrífuga - espalhar o conhecimento acerca de Deus para outras nações. No primeiro
aspecto, o povo eleito foi um pouco mais feliz, mas no segundo, houve um fracasso quase
que total. Entretanto, a preocupação divina com a humanidade como um todo e a expansão
do Reino a todos os povos existem claramente afirmadas nas páginas do Antigo Testamento.
Por isso, missões é também um cumprimento das profecias. At 26.22,23.

Proselitismo judaico

Após o exílio na Babilônia e a volta de parte do povo de Judá à Palestina, o Judaísmo começa
a se estruturar tal como se apresenta na época do Novo Testamento. Jerusalém é,
naturalmente, o grande centro de culto ao Senhor, mas sinagogas surgem em diferentes
pontos do Império Grego, e mais tarde do Império Romano, onde havia um número
suficiente de judeus.

Através do proselitismo, isto é, a conversão de um gentio para a fé judaica, aceitando ser


circuncidado e guardar as tradições judaicas, houve certa expansão do Judaísmo. A busca
de prosélitos levava líderes religiosos e “missionários” a percorrerem grandes extensões
para converter os gentios. Mt 23.15.

Elementos de contribuição: A época escolhida por Deus para enviar seu Filho Jesus e para
implantar a Igreja na terra, não poderia ter sido mais acertada. Soberano e Senhor da
história, o seu planejamento é perfeito e coincide com, até então, a melhor situação para o
“lançamento” do desafio missionário. Podemos destacar três elementos decisivos, cada um
representando uma cultura:

Primeiro: A Diáspora - o elemento judaico. Nem todos os judeus voltaram à Palestina após
a libertação do exílio babilônico. Muitos ficaram e outros se espalharam pelas terras ao
redor do Mar Mediterrâneo. Onde se fixaram, estabeleceram sinagogas e tentaram guardar
as tradições de seu povo.

Todos os direitos reservados por 105


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Nas sinagogas se reuniam, tanto judeus, como prosélitos e os “tementes a Deus”. Este último
era um grupo formado por gentios que não queriam assumir completamente os costumes
judaicos, mas estavam interessados na fé num único Deus.

As sinagogas e as colônias judaicas serviram como centros de apoio aos primeiros


empreendimentos missionários e Paulo costumava começar seu trabalho ali. Como a
recepção nem sempre era a melhor, principal mente após ouvirem a mensagem do
apóstolo, a pregação era dirigida aos demais habitantes de uma cidade. Os “tementes a
Deus” eram geralmente receptivos e compunham, muitas vezes, a base inicial da nova igreja.

Segundo: O helenismo - o elemento grego. Devido à expansão do helenismo, ou seja, a


cultura grega, por causa das vitórias de Alexandre, o Grande, no século IV a.C., a língua grega
era falada em todo o Império Romano. A abertura para novas idéias também era um
resultado direto da mente analítica grega. O uso de um idioma e o interesse por idéias
inovadoras facilitaram a divulgação do Evangelho durante o primeiro século.

Terceiro: A Pax Romana - o elemento romano. O Império Romano tinha na época relativa
paz - chamada pax romana. Havia forte comércio entre as diferentes partes do Império e
comunicações bem estabelecidas. A unidade política dava condições de se viajar de uma
região para outra, principalmente para um cidadão romano como Paulo.

Outro aspecto relacionado, tanto com a cultura romana, como a grega, era a fraqueza
espiritual das religiões pagãs que dominavam estas culturas e o declínio moral resultante. O
evangelho encontrou um povo sedento e cansado de falsidade, ilusão e imoralidade.

As ordens missionárias de Jesus

Naturalmente, o próprio Mestre Jesus Cristo faz parte da história de Missões. Afinal, ele foi
o maior de todos os missionários, enviado por seu Pai para resgatar a humanidade. Sua
tarefa, no entanto, era mais restrita ao povo de Israel, mantendo-se dentro dos limites da
Palestina. Encontrou pessoas também de outras culturas e mostrou aos discípulos que, por
exemplo, os samaritanos também necessitavam das boas novas.

A estratégia de Jesus consistia tanto na pregação, como na ação. Atendeu a necessidade do


ser humano em todos os aspectos, deixando um importante exemplo a ser seguido por seus
discípulos. Nas ordens missionárias de Jesus encontramos uma visão ampla da tarefa.
Deveria:

1. Alcançar até os confins da terra - At 1.8


2. Incluir todos os povos - Mc 16.15
3. Fazer discípulos - MT 28.19
4. Seguir o modelo dado pelo Mestre - JO 20.21
5. Contar com a presença de Jesus - MT 28.20
6. Demonstrar as características do Reino - Mc 16.17,18
7. Resultar na salvação dos homens - Mc 16.16
8. Ser cumprida antes do fim dos tempos - MT 24.14

Todos os direitos reservados por 106


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Os apóstolos missionários

As ordens missionárias de Jesus são suficientemente claras, mas parece que os discípulos e
a Igreja em Jerusalém tiveram certa dificuldade em obedecê-las no início. Com a ajuda do
Espírito Santo e a contribuição das perseguições, a Igreja foi obrigada a se espalhar.
Segundo a tradição cristã, com base principalmente no historiador Eusébio (cerca de 260 a
340), os apóstolos fundaram igrejas em:

1. João - na Ásia
2. Pedro - em Ponto, Galácia, Bitínia e Capadócia
3. André - na Cítia
4. Mateus - em outras nações após ter escrito o evangelho
5. Bartolomeu - na Índia
6. Tomé - entre os partos (Irá, Iraque, Paquistão) e Índia
7. Marcos - no Egito, fundando Igreja em Alexandria
8. Simão, o zelote - na Pérsia
9. Tiago, o grande - na Espanha
10. Tiago, o justo - na Arábia
11. Filipe - na Frígia.

Estes dados não podem ser comprovados inteiramente, mas nos dão uma boa idéia de como
a Igreja se espalha no primeiro século, chegando aos mais remotos rincões do Império e até
além.

A iniciativa missionária do Espírito de Deus

As viagens missionárias dos apóstolos como vimos, se deram depois que o apóstolo Paulo
já tinha iniciado sua carreira de pregador. Pelo menos na sua maioria, os apóstolos se man
tinham em Jerusalém. At 8.1.

É na Igreja de Antioquia que vamos encontrar o nascimento de missões numa cooperação


entre duas estruturas paralelas: a fixa = igreja local e a móvel = equipe missionária. Quem
dá origem ao movimento missionário é o próprio Deus através do seu Santo Espírito ativo
na Igreja de Antioquia. At 13.1-3. O Espírito dirige também os planos missionários (At 16.6,9)
e dá ousadia na pregação. At 13.46-52.

Uma igreja preparada

Outro aspecto do início da história de missões, é que o berço do movimento missionário se


deu numa igreja preparada para a incumbência transcultural. Algumas características da
Igreja em Antioquia são:

1. Surgida devido à perseguição aos crentes em Jerusalém. At 11.19,20


2. Composta por nacionalidades diferentes - com liderança pluricultural. At 13.1
3. Generosidade. At 11.27-30.
4. De oração (sensível à voz de Deus). At 13.2
5. Envio dos melhores líderes, segundo a expressa vontade de Deus.

Todos os direitos reservados por 107


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Situação no fim do primeiro século

É impressionante como o Evangelho alcançou o mundo conhecido no primeiro século da era


cristã. Já em 80-85 d.C. havia em torno de 300.000 cristãos! As perseguições por parte dos
imperadores romanos tentaram reprimir o movimento cristão, mas a Igreja continuou
avançando e no ano de 300 já contava com 8 milhões de adeptos.

A conquista do Império Romano

No fim do 1o século, a Igreja se encontrava num


franco progresso, alcançando os diversos pontos
do Império Romano - o período de 100 a 500 d.C.
esta expansão continuou, pelo menos enquanto a
Igreja era livre e não se comprometera ainda com
o poder terreno. Estes 400 anos englobam
extremos, como forte expansão e o retrocesso, a
perseguição por parte dos imperadores romanos e
o casamento entre a igreja e o império.

Formas de expansão do evangelho no Império Romano

Várias formas de propagação do Evangelho contribuíram para a expansão nos dois primeiros
séculos da era cristã:

1. A pregação e o ensino de evangelistas;


2. O testemunho pessoal dos crentes;
3. A fé mostrada na perseguição e morte; e
4. O raciocínio intelectual dos primeiros apologistas.

Havia um forte entusiasmo por parte dos primeiros cristãos em levar a mensagem de Cristo
a outros e em relatar sua experiência pessoal. Os imperadores romanos podiam impedir
reuniões em massa, mas o testemunho pessoal dado no dia a dia era impossível de
controlar.

O Relacionamento entre a Igreja e o Império

Com o aumento do número de adeptos da fé cristã, a Igreja começou a ser incômoda para
os governantes do Império. Perseguições foram as armas imperiais para liquidar com os
cristãos. Paulo e Pedro sentiram o poder da perseguição já nos anos 64-67 quando foram
martirizados. No ano de 81, sob o domínio de Dominicano, as perseguições se agravaram e
perduraram por mais de dois séculos.

Imperadores como Décio, que reinou entre 249 e 251, e Diocleciano (284-305), fizeram
tentativas de eliminar a Igreja de uma vez por todas. Mas, no meio de todas as perseguições,
a Igreja cresceu e chegou, como citamos no capítulo anterior, a 8 milhões de adeptos em
torno do ano 300.

Todos os direitos reservados por 108


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Constantino ascendeu ao poder em 306 e, inicialmente, continuou a perseguição imposta


por seus antecessores. Converteu-se, no entanto, ao Cristianismo e em 311 decretou a lei
da tolerância e dois anos mais tarde a lei da igualdade, dando liberdade de religião no
Império. Foi, entretanto, o Imperador Teodósio, o Grande, que em 380 impôs uma lei que
elevava a Igreja de Cristo a religião oficial do Estado e que proibia os demais cultos religiosos
dentro do Império. Os interesses se misturaram e o imperador e o bispo principal, o
metropolita, dividiam o poder, tanto na Igreja, como no Estado.

As Lutas contra as heresias

Numa Igreja que se expandia fortemente e que estava ainda em fase de estruturação,
líderes de diversos tipos foram surgindo. As idéias sobre o Cânon Bíblico, especialmente o
do Novo Testamento, ou sobre aspectos de liturgia, administração da Igreja, hierarquia
eclesiástica, etc, divergiam. Centros teológicos se estabeleceram em alguns pontos do
Império e, geralmente, tinham sua linha a defender. As divergências entre o lado ocidental
e o lado oriental se agravaram e levaram a uma divisão. Para tentar manter um padrão
apostólico quanto aos ensinamentos básicos da Igreja, refutando hereges como Ano
(faleceu cerca de 335) e antes dele Marcião (faleceu cerca de 160), concílios e sínodos eram
organizados. Dois importantes concílios foram: Nicéia em 325 e Constantinopla em 381.

Personagens de destaque

Poderíamos mencionar muitas pessoas importantes nestes primeiros séculos do


Cristianismo. Por exemplo, os “pais da Igreja” que defenderam a fé contra as heresias e se
empenharam em conduz ir a Igreja conforme deixada pelos apóstolos. Vamos, todavia,
destacar um personagem de cada século, que com sua coragem e testemunho, contribuiu
para a obra missionária.

1. Policarpo (século II)

Bispo em Esmirna, discípulo de João, teve um ministério de cerca de 50 anos como bispo.
Foi martirizado, queimado numa estaca no ano de 156.

2. Perpétua (século III)

Juntou-se a um grupo de crentes em Cartago, no norte da África, que funcionava apesar da


proibição do imperador. Presa, assim como os demais do grupo, foi condenada à morte e
após ter sofrido tortura psicológica e física, foi decapitada.

3. Ulfilas (311 a 383)

Um dos maiores missionários da Igreja Primitiva. Trabalhou entre os godos (atual Romênia)
durante 40 anos. Traduziu a Bíblia para a língua nativa dos godos tendo que, primeiramente,
montar um alfabeto. Era ariano e deixou de incluir alguns livros do Antigo Testamento, mas
deixou um importante testemunho de coragem e persistência.

Todos os direitos reservados por 109


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

4. Patrício (cerca de 389 a 474)

Nascido na Escócia, filho de um sacerdote celta. Foi feito escravo quando tinha 16 anos de
idade e levado à Irlanda. Escapou após 6 anos e passou 10 anos com sua família, sendo
novamente aprisionado e levado à França. Recuperou sua liberdade e voltou aos seus, mas
desejou Fogo voltar aos “pagãos” para evangelizá-los. Preparou-se na França para depois
viajar de novo à Irlanda. Ficou conhecido como o apóstolo da Irlanda onde fundou, calcula-
se, 200 igrejas com mais de cem mil convertidos.

5. Columba (521 a 597)

Nascido na Irlanda, foi um dos mais famosos missionários celtas. Não deve ser confundido
com outro Columba, mais frequentemente chamado Columbano, que viveu alguns anos
mais tarde.

Columba estabeleceu um centro celta na ilha de lona, no litoral da Escócia, do qual fez sua
base de trabalho. Além da vida monástica praticada em seu mosteiro com alto grau de
piedade, ele primava pelo preparo de evangelistas que eram enviados para a Escócia a fim
de pregarem o evangelho, construírem igrejas e estabelecerem novos mosteiros. O trabalho
se estendeu por todo o país e posteriormente, também para outros países europeus.

6. O monasticismo e os celtas

O Monasticismo contribuiu fortemente para o movimento missionário, gerando grande


parte dos missionários entre os séculos VI e XVIII. Surgido inicialmente no deserto do Egito
com liderança leiga, ganhou adeptos em diferentes partes do Império dominado pela Igreja.
Os objetivos da vida monástica eram, principalmente, trabalho, adoração, ascetismo,
estudo, obediência e cooperativismo. Com o passar do tempo, deixou de ser unicamente
voltado para dentro de si e ganhou um aspecto missionário.

Reforma e Missões

Após mais de 1.000 anos na sombra dos interesses políticos e


econômicos, a Igreja é sacudida por um movimento de peso que
cria condições de mudanças profundas e duradouras. Trata-se da
reforma iniciada por Lutero no começo do século XVI.

Tentativas anteriores tinham mobilizado partes da Igreja por


períodos mais ou menos longos, porém, é a partir da reforma
protestante que uma parte significativa da Igreja busca uma volta
aos conceitos neotestamentários de igreja e de vida cristã.

Para o cumprimento da tarefa missionária da Igreja, a Reforma


contribuiu positivamente em muitos aspectos. Além da Reforma
em si, com uma tentativa de voltar aos conceitos bíblicos de igreja
e de vida cristã, temos outros resultados práticos.

Todos os direitos reservados por 110


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

O Grande Século Missionário

O Grande Século Missionário, período que compreende os anos de 1792 a 1914, pertence
às épocas mais brilhantes da história da Igreja e especialmente da história de missões. Um
movimento missionário sem igual, desde os tempos dos apóstolos, caracterizou estes 122
anos onde a determinação, a coragem, a fé e o sucesso acompanharam a maioria dos
pioneiros e seus sucessores.

A história missionária é a história de homens e mulheres que se colocaram à disposição para


levar o Evangelho aos mais remotos lugares do planeta. Estudando as biografias destes
heróis que ao mesmo tempo são humanos e falhos, podemos entender o movimento
missionário e apreciar a obra de Deus no meio da humanidade.
Personagens de destaque: Vamos mencionar alguns dos grandes nomes desta época:

1. William Carey (1761-1834)

Inglês, chamado o “pai das missões modernas”. Foi sapateiro dos 16 aos 28 anos de idade.
Converteu-se na adolescência e pertencia a um grupo de batistas. Dedicava-se ao estudo
nas horas de folga e assumiu o primeiro pastorado em 1785. Publicou em 1792 um livro de
87 páginas com o título: ”Uma Inquirição sobre a Responsabilidade dos Cristãos em Usarem
Meios para a Conversão dos Pagãos”. Já demonstrava uma forte preocupação missionária e
um profundo desejo de se envolver diretamente.

2. Hudson Taylor (1832-1905)

Inglês, filho de um farmacêutico e pregador metodista leigo. Converteu-se aos 17 anos, mas
desde criança queria ser missionário. Em 1853 viajou para a China onde mais tarde fundou
a “Missão para o interior da China”. Em sua estratégia de trabalho, destaca-se seu desejo de
identificação com o povo chinês. Vestiu-se como os chineses igualando-se a eles o máximo
possível, inclusive quanto ao cabelo e às unhas. Recebeu, por isto, muitas críticas de seus
colegas missionários, com os quais teve um relacionamento difícil.

3. David Livingstone (1813-1873)

Escocês, quem sabe o mais famoso de todos os missionários do período. Estudou medicina
e teologia, finalizando os estudos em 1840, sendo enviado no mesmo ano para a África, pela
Sociedade Missionária Londrina. Foi um grande desbravador do interior africano,
contribuindo, tanto para a divulgação do Evangelho, como para a exploração do continente.

4. John Paton (1824-1907)

Escocês, presbiteriano, trabalhou inicialmente entre os cortiços de Glasgow, como


missionário. Em 1858 nave gou para as Ilhas do Pacífico onde trabalhou em diver sas ilhas,
contribuindo para que, no final do século XIX, poucas ilhas não tivessem sido alcançadas.

Todos os direitos reservados por 111


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

O conceito bíblico sobre Missões

Missões é um sentimento de renuncia os próprios interesses. Gn 24.33


Missões é um sentimento de responsabilidade na geração de filhos espirituais. Gn 30.1
Missões é um sentimento que envolve a própria segurança espiritual. Êx 32.30-33
Missões é um sentimento que dá prioridade absoluta aos valores espirituais. Mt 6.33
Missões é um sentimento de renuncia as necessidades pessoais. Jo 4.31-35
Missões é um sentimento de sinceridade para com o cumprimento do dever. II Tm 4.5
Missões é um sentimento de paixão pelos perdidos da terra. Gl 14.19.

O conceito Paulino sobre Missões

Paulo tinha um profundo sentimento de obrigação com a obra missionária. I Co 9.16


Paulo tinha um profundo sentimento de responsabilidade com missões. I Co 9.19,20
Paulo tinha um profundo sentimento de entrega à causa missionária. I Co 9.24-27
Paulo tinha um profundo sentimento de gratidão pessoal a Deus. I Co 9.21-23
Paulo tinha um profundo sentimento de cumprimento do dever missionário. At 20.24
Paulo tinha um profundo sentimento de obediência à vontade do Senhor. At 21.8-14
Paulo tinha um profundo sentimento de amor pelos perdidos. Rm 9.1-3.

A mensagem central: Jesus Cristo

Poderá haver outro Homero, poderá haver outro Virgílio, poderá haver outro Dante, poderá
haver outro Milton, mas jamais haverá outro Jesus. Sejam quais forem as surpresas que
possam estar reservadas para o mundo, Jesus jamais será ultrapassado. Ele é o alvo de toda
bondade, o ápice de todo o pensamento, a coroa de todo o caráter e a perfeição de toda a
beleza. Ele é a encarnação de toda a ternura, a focalização do vigor, a manifestação da força,
a personificação do poder, a concentração do caráter, a materialização do pensamento e a
ilustração viva de toda a verdade. Ele é a profecia da possibilidade do homem.

Nós olhamos para ele e vemos nele a realização de todas as expectativas humanas, um líder
maior do que Moisés, um sacerdote maior do que Arão, um rei maior do que Davi, um
comandante maior do que Josué, um filósofo maior do que Salomão e um profeta maior do
que Elias. Ele anda como um homem. Fala como Deus. Suas palavras são oráculos. Seus atos,
milagres. A coroa da divindade repousa em sua fronte. O cetro do domínio universal está
firme em sua mão; o brilho da eternidade, em seus olhos. A retidão eterna está escrita em
sua face; o sorriso de Jeová transforma sua aparência.

Ele é a imagem expressa de seu Pai. As criança se agrupam aos seus pais. Os ventos lhe
obedecem. Um olhar seu e as águas cristalinas se transformam em vinho cor de âmbar. Os
mortos esquecem-se de si mesmo e vivem. Os cochos pulam de alegria. Ouvidos que nunca
ouviram anseiam pelo próprio som de sua voz e os olhos sem visão negam seu passado e
descerraram suas pálpebras abatidas para a beleza de sua presença. A dor se desvanece
sobre seu toque.

O nome de Jesus permanece sozinho. Deus lhe deu um nome que está acima de todo nome.
Nenhum credo pode contender, nenhum catecismo pode explica-lo, carne de nossa carne,
o próprio Deus do nosso Deus.

Todos os direitos reservados por 112


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

H. Bender escreveu sobre Jesus: Em meio à história do mundo encontra-se uma figura,
inserida nessa história em todos os seus aspectos, mas que a tudo sobrepuja. É Jesus Cristo.
Ele é completamente diferente, Ele é singular. Ele é o único que podia ousar colocar-se
diante de uma multidão hostil e fazer-lhe a pergunta: "Quem dentre vós me convence de
pecado"? A única resposta foi o silêncio da platéia, uma resposta eloqüente. Sua vontade
estava plenamente inserida na vontade de Deus. Sua postura era completamente dirigida
por Deus e direcionada para Deus. Nele não havia discrepância, não havia imperfeição
alguma. Jesus é Inigualável.
Para o Cego, Jesus é Luz.
Para o Faminto, Jesus é o Pão.
Para o Sedento, Jesus é a Fonte.
Para o Morto, Jesus é a Vida.
Para o Enfermo, Jesus é a Cura.
Para o Prisioneiro, Jesus é a Liberdade.
Para o Solitário, Jesus é o Companheiro.
Para o Mentiroso, Jesus é a Verdade.
Para o Viajante, Jesus é o Caminho.
Para o Visitante, Jesus é a Porta.
Para o Sábio, Jesus é a Sabedoria.
Para a Medicina, Jesus é o Médico dos Médicos.
Para o Réu, Jesus é o Advogado.
Para o Advogado, Jesus é o Juiz.
Para o Juiz, Jesus é a Justiça.
Para o Triste, Jesus é a Alegria.
Para o Pobre, Jesus é o Tesouro.
Para o Devedor, Jesus é o Perdão.
Para o Fraco, Jesus é a Força.
Para o Forte, Jesus é o Vigor.
Para o Inquilino, Jesus é a Morada.
Para o Fugitivo, Jesus é o Esconderijo.
Para a Ovelha, Jesus é o Bom Pastor.
Para o Problemático, Jesus é a Solução.
Para os Magos, Jesus é a Estrela do Oriente.
Para o Mundo, Jesus é o Salvador.
Para os Demônios, Jesus é o Santo de Deus.
Para Deus, Jesus é o Filho Amado.
Para o Tempo, Jesus é o Relógio de Deus.
Para o Relógio, Jesus é a Última Hora.
Para Israel, Jesus é o Messias.
Para as Nações, Jesus é o Desejado.
Para a Igreja, Jesus é o Noivo Amado.
Para o Vencedor, Jesus é a Coroa.
Para a Gramática, Jesus é o Verbo.
Jesus Cristo é inteiramente diferente, singular. Movimentou o mundo como ninguém antes
ou depois dEle. A Encyclopaedia Britannica utiliza 20.000 palavras para descrever a pessoa
de Jesus. Sua descrição ocupa mais espaço que as biografias de Aristóteles, Cícero,
Alexandre Magno, Júlio César, Buda, Confúcio, Maomé ou Napoleão Bonaparte.
Todos os direitos reservados por 113
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

O homem Jesus tornou-se o maior tema da história mundial. Sobre nenhum outro se
escreveu mais do que sobre Ele. A respeito de ninguém se discutiu tanto quanto sobre Jesus.
Ninguém foi mais odiado, mas também mais amado; combatido, mas também mais louvado.
Sobre nenhum outro foram feitas tantas obras de arte, hinos, poemas, discursos, e
compêndios do que sobre Cristo. Diante dEle dividem-se as opiniões – uns gostariam de
amaldiçoá-lO, outros testemunham que sua vida foi radicalmente mudada por Jesus e
enchida de esperança. Não é possível imaginar a história humana sem Jesus.

Nenhum personagem fora tanto escrutinado como o homem de Nazaré; cientistas,


arqueólogos, paleontólogos, antropólogos, historiadores, sociólogos, psicólogos, teólogos,
ateus, agnóstico... Enfim, todos querem comentar sobre esse personagem chamado Jesus!
Uns para abordar sua importância sociológica e o teor de suas mensagens, outros para
absorver sua teologia e ensinamentos. Entretanto, os que mais chamam atenção e batem
recordes de vendas de livros e revistas, são aqueles que querem desmistificar o homem
Jesus ou aqueles que arvoram a não existência do Cristo. A mídia atual sabe que, apesar da
morte de Deus ter sido anunciada pelos iluministas, o mundo está cada vez mais voltado à
religiosidade e ao espiritualismo, por isso as abordagens sobre o tema se tornam cada vez
mais acirradas e controvertidas.

Um desses autores que tem batido recordes de vendas é a escritora K. Armstrong, ela afirma
o seguinte sobre a existência de Jesus: "Sabemos muito pouco sobre Jesus. O primeiro relato
mais abrangente sobre sua vida aparece no evangelho segundo Marcos, que só foi escrito
por volta do ano 70, cerca de 40 anos depois de sua morte. Aquela altura, os fatos históricos
achavam-se misturados a elementos míticos... É esse significado, basicamente, que o
evangelista nos apresenta, e não uma descrição direta e confiável".

O Prof. João Flávio Martinez, neste artigo mostra a historicidade de Cristo, utilizando fontes
não só de autores cristãos, mas principalmente de autores seculares e de credibilidade, além
de documentos reconhecidos como provas comprobatórias disponíveis em grandes
bibliotecas.

Jesus - Um Homem Localizado na História

A atuação de Jesus deu-se na Palestina, pequena faixa de terra com área de 20 mil
quilômetros quadrados, dividida de alto a baixo por uma cadeia de montanhas. A cidade de
Jerusalém contava com aproximadamente 50 mil habitantes. Por ocasião das grandes festas
religiosas, chegava a receber 180 mil peregrinos. A economia centrava-se na agricultura,
pecuária, pesca e artesanato. O poder efetivo sobre a região estava nas mãos dos romanos,
que respeitavam a autonomia interna das regiões dominadas. O centro do poder político
interno localizava-se no Templo de Jerusalém. Assessorado por 71 membros do Sinédrio
(tribunal criminal, político e religioso), o sumo sacerdote exercia grande influência sobre os
judeus, mesmo os que viviam fora da Palestina. Para o Templo e as sinagogas convergia a
vida dos judeus. E foi nesta realidade que Jesus apareceu na História dessa região.

Os Evangelhos dizem-nos imensas coisas sobre Jesus. Mesmo se o seu objetivo,


propriamente dito, não é contar a história dia a dia e nem fazer a descrição jornalística como
gostaríamos hoje de fazer. Contudo, eles são muito mais precisos do que se pensou durante
muito tempo.
Todos os direitos reservados por 114
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Acontece que estão cheios de pormenores acerca das cidades e aldeias do tempo, das
maneiras de viver, de falar, acerca das personagens oficiais. A história e a arqueologia
confirmam que todos estes elementos são exatos, verídicos.
Aliás, certos pormenores não podiam ter sido inventados ou escritos mais tarde porque
certas instituições, certas práticas tinham mudado pouco tempo depois da morte de Jesus,
particularmente no ano 70, ano da destruição de Jerusalém. 1900 anos depois dos
acontecimentos, descobre-se que os Evangelhos é que tinham razão ao contrário do que,
durante muito tempo, os historiadores julgaram que estava errado, precisamente em
algumas das suas passagens: por exemplo, no Evangelho segundo S. João, considerado o
mais espiritual e, portanto, o menos concreto, menos preciso, mais afastado dos tempos e
dos locais, encontramos o nome de mais vinte localidades concretas do que nos outros três
evangelistas.

Certos números destas localidades desapareceram completamente, mas puderam ser


identificadas. Só recentemente os historiadores puderam provar a sua existência... Também
em dada altura se perguntou se a localidade de Nazaré não tinha sido inventada pelos
Evangelhos. Porquê? Porque o Antigo Testamento e os antigos comentários hebraicos não
falam dela. Críticos e jornalistas fizeram disto um romance completo. Mas, na realidade, já
em 1962, uma equipa de arqueólogos israelitas, dirigida pelo professor Avi Jonah tinha
encontrado nas ruínas de Cesaréia Marítima uma placa gravada em hebreu, datando do
século III antes de Cristo e com o nome da aldeia de Nazaré.

Em 1927, o arqueólogo francês Vincent encontrou o lithostrotos ou Gabbatha esse espaço


lajeado do pretório em que Jesus esteve quando compareceu diante de Pilatos (Evangelho
segundo S. João, capítulo 19, versículo 13). Quanto ao próprio Pilatos, o prefeito romano
que condenou Jesus à morte e do qual não se encontrava rasto concreto ao longo de dezoito
séculos (ainda que Pilatos seja várias vezes citado pelo Historiador épico Flávio Josefo ),
arqueólogos italianos encontraram em 1961, também nas ruínas de Cesaréia Marítima, o
seu nome gravado numa pedra com o seu título exacto: praefectus. Esta averiguação a partir
dos dados arqueológicos, geográficos e políticos podia ser muito mais desenvolvida.
Entretanto, a falta de espaço desse escopo não nos permite nos determos mais nessa
questão, mas cada um poderá compreender como o argumentado é fidedigno!

Fontes Não-Bíblicas Atestam a Historicidade de Jesus

Flávio Josefo (37-100 d.C.)

O historiador Josefo que viveu ainda no primeiro século (nasceu no ano 37 ou 38 e participou
da guerra contra os romanos no ano 70, escreveu em seu livro Antiguidades Judaicas ):

"O sumo sacerdote Hanan reúne o Sinedrim em conselho judiciário e faz comparecer
perante ele o irmão de Jesus cognominado Cristo (Tiago era o nome dele) com alguns
outros" (Flavio Josefo, Antiguidades Judaicas, XX, p.1, apud Suma Católica contra os sem
Deus, dirigida por Ivan Kologrivof. Ed José Olympio, Rio de Janeiro 1939, p. 254 ). E mais
adiante, no mesmo livro, escreveu Flávio Josefo:

Todos os direitos reservados por 115


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

"Foi naquele tempo (por ocasião da sublevação contra Pilatos que queria servir-se do
tesouro do Templo para aduzir a Jerusalém a água de um manancial longínquo ), que
apareceu Jesus, homem sábio, se é que, falando dele, podemos usar este termo - homem.
Pois ele fez coisas maravilhosas, e, para os que aceitam a verdade com prazer, foi um
mestre. Atraiu a si muitos judeus, e também muitos gregos. Foi ele o Messias esperado; e
quando Pilatos, por denúncia dos notáveis de nossa nação, o condenou a ser crucificado, os
que antes o haviam amado durante a vida persistiram nesse amor, pois Ele lhes apareceu
vivo de novo no terceiro dia, tal como haviam predito os divinos profetas, que tinham
predito também outras coisas maravilhosas a respeito dele; e a espécie de gente que tira
dele o nome de cristãos subsiste ainda em nossos dias". (Flávio Josefo, História dos Hebreus,
Antiguidades Judaicas, XVIII, III, 3 , ed. cit. p. 254). (1, pg. 311 e 3).

Tácito (56-120 d.C.)

Tácito, historiador romano, também fala de Jesus. "Para destruir o boato (que o acusava do
incêndio de Roma), Nero supôs culpados e infringiu tormentos requintadíssimos àqueles
cujas abominações os faziam detestar, e a quem a multidão chamava cristãos. Este nome
lhes vem de Cristo, que, sob o principado de Tibério, o procurador Pôncio Pilatos entregara
ao suplício. Reprimida incontinenti, essa detestável superstição repontava de novo, não
mais somente na Judéia, onde nascera o mal, mas anda em Roma, pra onde tudo quanto há
de horroroso e de vergonhoso no mundo aflui e acha numerosa clientela" (Tácito, Anais ,
XV, 44 trad.) (1 pg. 311; 3)

Suetônio (69-122 d.C.)

Suetônio, na Vida dos Doze Césares, publicada nos anos 119-122, diz que o imperador
Cláudio "expulsou os judeus de Roma, tornados sob o impulso de Chrestos, uma causa de
desordem"; e, na vida de Nero, que sucedeu a Cláudio, acrescenta: "Os cristãos, espécie de
gente dada a uma superstição nova e perigosa, foram destinados ao suplício" (Suetônio,
Vida dos doze Césares, n. 25, apud Suma Católica contra os sem Deus, p. 256-257). (1 pg.
311; 3)

Plínio o Moço (61-114 d.C.)

Plínio, o moço, em carta ao imperador Trajano (Epist. lib. X, 96), nos anos 111 - 113, pede
instrução a respeito dos cristãos, que se reuniam de manhã para cantar louvores a Cristo.
(4, pg. 106).

Tertuliano (155-220 d.C.)

Escritor latino. Seus escritos constituem importantes documentos para a compreensão dos
primeiros séculos do cristianismo. Ele escreveu: "Portanto, naqueles dias em que o nome
cristão começou a se tornar conhecido no mundo, Tibério, tendo ele mesmo recebido
informações sobre a verdade da divindade de Cristo, trouxe a questão perante o Senado,
tendo já se decidido a favor de Cristo...".

Todos os direitos reservados por 116


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Os Talmudes Judeus:

A tradição judaica recolhe também notícias acerca de Jesus. Assim, no Talmude de


Jerusalém e no da Babilônia incluem-se dados que, evidentemente, contradizem a visão
cristã, mas que confirmam a existência histórica de Jesus de Nazaré. Além, evidentemente
dos pais da igreja, como: Policarpo, Eusébio, Irineu, Justino, Orígenes, etc...

Considerações sobre a existência de Jesus Cristo

Para o leitor ter uma idéia do quanto à existência de Cristo é rica em suas fontes, analisemos
analogamente a biografia de Alexandre (o Grande) e Jesus. As duas biografias mais antigas
sobre a vida de Alexandre foram escritas por Adriano e Plutarco depois de mais de 400 anos
da morte de Alexandre, ocorrida em 323 a.C. e mesmo assim os historiadores as consideram
muito confiáveis. Para a maioria dos historiadores, nos primeiros 500 anos, a história de
Alexandre ficou quase intacta.

Portanto, comparativamente, é insignificante saber que os evangelhos foram escritos 60 ou


30 anos (isso no máximo) depois da morte de Jesus e esse tempo seria insuficiente para se
mitificar um indivíduo. Por exemplo, embora os Gathas de Zoroastro, que datam de 1000
a.C., sejam consideradas autênticas, a maior parte das escrituras do zoroastrismo só foram
postas por escrito no século III d.C. A biografia pársi mais popular de Zoroastro foi escrita
em 1278 d.C. Os escritos de Buda, que viveu no século VI a.C., só foram registrados depois
da era cristã. A primeira biografia de Buda foi escrita no século I d.C.

Embora as palavras de Maomé (570-632 d.C.) estejam registradas no Alcorão, sua biografia
só foi escrita em 767 d.C., mais de um século depois de sua morte. Portanto, o caso de Jesus
não tem paralelo, e é impressionante o quanto podemos aprender sobre ele fora do Novo
Testamento... Ainda que não tivéssemos nenhum dos escritos do Novo Testamento e
nenhum outro livro cristão, poderíamos ter um prisma nítido do homem que viveu na Judéia
no século I.

Saberíamos, em primeiro lugar, que Jesus era um professor judeu; segundo, muitas pessoas
acreditavam que ele curava e fazia exorcismos; terceiro, algumas acreditavam que ele era o
Messias; quarto, ele foi rejeitado pelos líderes judeus; quinto, foi crucificado por ordem de
Pöncio Pilatos durante o reinado de Tibério; sexto, apesar de sua morte infame, seus
seguidores, que ainda acreditavam que ele estivesse vivo, deixaram a Palestina e se
espalharam, assim é que havia muitos deles em Roma por volta de 64 d.C.; sétimo, todo tipo
de gente, da cidade e do campo, homens e mulheres, escravos e livres, o adoravam como
se ele fosse Deus. Sem dúvida a quantidade de provas corroborativas extrabíblicas é muito
grande. Com elas, podemos não somente reconstruir a vida de Jesus sem termos de recorrer
à Bíblia como também ter acesso à informação sobre Cristo por meio de um material mais
antigo do que os próprios evangelhos. (Adaptado de 7 pg. 113 e 114).

Pelo que argumentamos acima, diante de tão significativa testemunha documental,


podemos afirmar que verdadeiramente Jesus Cristo é um homem da História, tanto que ele
a dividiu em antes e depois dele. O pesquisador que acurar a questão sem preconceito
chegará à conclusão que as provas são substanciais.
Todos os direitos reservados por 117
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

As provas existem, mas quem quiser escapar a elas, escapa. Como se, afinal de contas, Jesus
nos quisesse deixar a decisão de lhe conceder um lugar na história, na nossa história.
Recordemos quando Ele devolveu a pergunta aos apóstolos: "E vós, quem dizeis que eu
sou?". Os homens daquela época viam Jesus como sendo o João Batista que havia
ressuscitado, outros diziam que Jesus era o Elias, aquele que foi o mais respeitado de todos
os profetas; outros diziam que Jesus era o profeta Jeremias. Vemos que nivelavam Jesus aos
profetas, nivelavam Jesus aos homens mais proeminentes daquele tempo, respeitando
assim os homens e não a Jesus... Mas, a pergunta continua: “vós quem dizeis que Eu Sou?”

Napoleão I (1769-1821), imperador da França, teve muito tempo para pensar a respeito da
maior prova da realidade divina quando se encontrava deportado na ilha da Elba. Certo dia,
durante um passeio, Napoleão parou de repente, virou-se para Montholon, que o
acompanhava, e perguntou-lhe: “Que pensais vós de Cristo?” O mesmo ficou confuso com
a pergunta e disse-lhe: “Senhor, eu tenho de confessar que nunca pensei sobre esse assunto
em profundidade e não tenho opinião formada sobre Jesus Cristo.” Pior para vós!.
Respondeu o imperador, e enquanto prosseguia em sua caminhada, foi expressando os seus
pensamentos a respeito de Jesus Cristo.

"Conheço os homens, e os digo isto: Jesus não é um homem. Manda-nos que creiamos e
para isso não dá outra razão senão sua palavra, Eu Sou Deus. Os filósofos procuram solver
os ministérios do universo com suas dissertações vãs! Tolos: são como as crianças que
choram pedindo a luz para com ela brincar. Cristo jamais hesita. Fala com autoridade. Sua
religião é um mistério, porém subsiste por sua própria força. Procura e requer de modo
absoluto o amor dos homens, a coisa, neste mundo, mais difícil de se conseguir Alexandre,
César, Aníbal conquistaram o mundo, mas não tiveram amigos. Talvez seja eu a única pessoa
da atualidade que ame Alexandre, César, Aníbal. Carlos Magno e eu mesmo fundamos
impérios; mas sobre o quê? Sobre a força.

Jesus fundou seu império sobre o Amor; e nesta hora milhões morriam por Ele. Eu próprio
tenho inspirado a multidões tamanha aflição que elas morriam por mim. Mas a minha
presença era necessária. Agora que estou em Sta. Helena, onde estão meus amigos? Estou
esquecido, para voltar em breve à terra e tornar-me pasto de vermes . Que abismo entre a
minha miséria e o reino eterno de Cristo que é proclamado amado, adorado e que se vai
estendendo por todo o mundo. Isso é morte? Digo-vos, a morte de Cristo é a morte de um
Deus. Eu vos digo, Jesus Cristo é Deus."

Eis aqui o conquistador que realmente unifica, que não une uma nação apenas, mas toda a
humanidade. Que milagre! A alma humana com todas as suas capacidades sente-se ligada
à existência de Jesus Cristo. E como? Através de um milagre que supera todos os outros
milagres. Cristo quer o amor das pessoas, e isso é o mais difícil de se conseguir. Ele exige o
coração. Isso é tudo o que Ele quer, e Ele o recebe. Portanto, “Se a importância histórica for
medida pelo impacto no maior número de pessoas, pode-se afirmar com certeza que
nenhum evento isolado, nos tempos antigos, e em toda a História humana, foi tão
importante como o nascimento do homem que passou para a História com o nome de
Jesus... Desde então toda a História da humanidade comprova a sua importância,
simplesmente porque aqueles que mais tarde se intitularam cristãos, seguidores de Jesus,
mudariam a História de todo o globo.”

Todos os direitos reservados por 118


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

MISSÕES NO SÉCULO XX

O fim do Grande Século Missionário é


contado a partir do início da 1 Guerra
Mundial em 1914. Mas a obra
missionária não terminou. O século XX é
também um “grande século de missões”
com características diferentes do século
anterior e com métodos novos.

O desenvolvimento da Missiologia e sua


confrontação com outras ciências,
como a Antropologia, fez com que
novos rumos surgissem e o
empreendimento missionário se preocupasse também com aspectos culturais, sociais,
educacionais, de saúde, etc. Não que esta preocupação faltasse completamente na obra de
missionários anteriores, mas a partir de estratégias formuladas por homens como Henry
Venn (1796 a 1873), Rufus Andersson (1796 a 1880), John Nevius (1829 a 1893) e Roland
Allen (1868 a 1947), o conceito de missões sofreu profundas mudanças. As próprias
necessidades vividas pelo chamado Terceiro Mundo forçaram a adoção de novos métodos
e a mudança de prioridades, assim como a dificuldade de se entrar em algumas regiões do
mundo, criou novos tipos de estratégias e de missionários.

Visão geral do avanço no mundo

Diferentes tipos de agências missionárias e de missionários surgem em nosso século. Com a


liberação da mulher, as irmãs, até então mais acompanhantes de seus maridos, que
missionárias propriamente dito, começaram a ganhar espaço no terreno das missões. Não
encontrando a aceitação em muitas agências, criaram agências próprias. É impossível
descrever o movimento missionário no mundo, em todos os seus lances, num período de
grandes mudanças e de muitas iniciativas missionárias.

O Preparo para uma nova era missionária

A iniciativa missionária tem passado por diferentes fases ao longo dos anos:

A primeira fase encontramos na Palestina com o envio dos apóstolos pelo próprio Mestre
e o trabalho realizado por Paulo.

A segunda fase foi na Europa no século XIX com o surgimento das missões modernas, mas
com antecedentes desde a Idade Média.

A terceira fase coube à América do Norte que “invadiu” o mundo com seus missionários
durante este século.

A quarta fase e quem sabe a última fase, é de responsabilidade do Terceiro Mundo (ou 2/3
do mundo como vem sendo chamado). O número de missionários dos antigos países
receptores vem aumentando e existe a perspectiva que dentro de alguns anos iguale ao
número de missionários do Primeiro Mundo.
Todos os direitos reservados por 119
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

TIPOS DE MISSÕES

MISSÕES: Deus inventou isto, Jesus morreu por isto, Paulo viveu isto, Alguém reiniciou
isto, Você está disposto a terminar isto?

1. Missões Urbanas

2. Missões Nacionais

3. Missões transculturais

Missões Urbanas: é a missão que


trabalha especificamente em cidades
atingindo escolas, hospitais, viciados
em drogas, evangelização, através de
rádio, teatro e demais áreas culturais.

Missões Nacionais: Desenvolve seu


trabalho na evangelização de regiões
dentro do próprio país, com
conotações transculturais. Ex.:
Nordeste, centro-oeste, amazonas e
etc.

Missões transculturais: è o ministério


desenvolvido pela igreja além de suas
fronteiras culturais, fazendo discípulos
além das barreiras étnicas.

Jonas – um missionário que tentou fugir de sua missão

O profeta Jonas foi designado por Deus para fazer missões. Deus queria fazer uma grande
obra de salvação por intermédio de Jonas e lhe contou seu plano de salvar os moradores de
uma cidade chamada Nínive. Porém se recusou sistematicamente ao chamado divino e
tentou fugir para Tarsis.

Nínive estava com os dias contados para enfrentar um temível juízo divino. O fundador de
Nínive, (Ninrode), era tão mal que matou seu pai, cohabitou com sua própria mãe e teve
filhos com ela. Queria também fazer um caminho que chegasse mais perto de Deus. "O único
caminho que nos leva á Deus, é o caminho da humilhação!".

Ninrode, seduziu as pessoas á ajudá-lo a construir uma torre chamada Babel. O nome Babel
quer dizer confusão. Deus então confundiu a língua do povo e, eles se separaram.
Ninrode foi para um lugar onde construiu uma cidade chamada Nínive, que fica localizada
na margem oriental do rio Tigre, a mais de 800 KM da Palestina. O nome Jonas, quer dizer
"Pombo". Os pombos foram muito usados como pombos-correio, transmitindo mensagens
importantes.
Todos os direitos reservados por 120
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Jonas tinha a incumbência de levar a mensagem de Deus á cidade de Nínive. Era uma cidade
temida. As pessoas que passavam por alí, eram roubadas, espancadas, saqueadas e até
mortas e decapitadas! Eles matavam os profetas e dependuravam suas cabeças na entrada
da cidade exibindo-as como um troféu. Jonas, então, fugiu, descendo á Jope, onde comprou
uma passagem de navio para Társis, localizada ao sul da Espanha, próximo á gibraltar, 3.200
KM, a Oeste da Palestina. "seja qual for a distância ou lugar, ninguém pode se esconder do
olhos de Deus".
O profeta estava determinado, inflexível. Recusou-se a entregar a mensagem de Deus à
Nínive, porque receava que os seus habitantes se arrependessem e se livrassem da
destruição iminente. Jn 4.1,2. Jonas não queria que o Senhor tivesse misericórdia de
nenhuma nação, exceto Israel, e sobretudo que não tivesse compaixão da Assíria. Jonas se
esquecera de que o propósito supremo de Deus para com Israel era que este fosse uma
bênção para os gentios. Gn 12.3 Is 49.6.
O coração de Jonas estava tão obstinado e endurecido que mesmo tendo conhecimento da
vontade divina em perdoar o povo de Nínive, ele nutria a esperança de Deus mudar de idéia
e destruir a cidade. Jn 4.5. A característica principal do coração impiedoso de Jonas era o
egoísmo, pois ele estava mais interessado em seu próprio conforto do que na salvação de
milhares de pessoas. Jn 4.9-11. Mas Deus não desiste dos seus planos e enviou um enorme
peixe que engoliu Jonas e ele esteve três dias e três noites dentro da barriga do peixe. Nesse
período o profeta reconheceu o seu erro, orou e se dispôs a obedecer a ordem que o Senhor
lhe havia dado. Assim, Deus fez o enorme peixe vomitar Jonas em terra.

Jonas, então, foi a Nínive e, em um só dia, percorreu a cidade proclamando a mensagem


que Deus lhe havia mandado. Os Ninivitas creram em Deus e o rei proclamou um jejum em
toda a cidade. Deus, então, teve misericórdia do povo e não destruiu a cidade, conforme
havia dito antes. Mas Jonas ficou irado com a misericórdia de Deus e fez uma oração (Jn
4.2,3) em que pedia para morrer, pois ele não aceitava a decisão do Senhor de não ter
destruído Nínive.

O Senhor, então, lhe deu uma grande lição de amor. Fez nascer, próximo à barraca de Jonas
uma árvore que cresceu rapidamente e dava sombra sobre a cabeça de Jonas. Aparecendo
o sol, o Senhor mandou um bicho que matou a árvore e ela secou. Ao nascer o sol,
novamente, seus raios queimavam a cabeça de Jonas e ele novamente se irou com Deus,
desejando morrer porque a sua árvore havia morrido. Disse o Senhor a Jonas: Tu estás assim
por causa de uma árvore, que tu não plantastes e nem cuidastes, que nasceu numa noite e
na outra morreu? Em Nínive há mais de 120 mil pessoas que ainda não têm discernimento
das coisas. Não havia Eu de ter compaixão delas?. Jn 4.10,11.
Jonas foi o único pregador que ficou profundamente frustrado com o seu sucesso. Ele
quis morrer porque os ninivitas receberam vida. Jonas fazia do seu nacionalismo
extremado uma bandeira maior do que a obra missionária. Tinha prazer de pregar
condenação aos pagãos, mas não se alegrava com sua salvação.

Pare e Pense: Fugir de um chamado divino não é a melhor escolha!!!

Onde você anda se escondendo de Deus? Hoje Deus te convida a sair do seu esconderijo,
obedecer e aceitar o Seu chamado!

Todos os direitos reservados por 121


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Jesus Cristo foi o Maior Missionário que este Mundo jamais viu

“Deus tinha um único filho e fez dele um missionário - David Livingnstone”

É impossível compreender a vida e o ministério de Jesus fora do contexto missiológico. Foi


o Seu amor pelo mundo perdido que o trouxe do lar da glória a este mundo, onde deu a Sua
vida na cruz do Calvário para redenção de todas as tribos, línguas, povos e nações. Jo 3.16;
Apoc 5.9,10; 11.2.

A igreja e a Responsabilidade Missionária

Jesus é o nosso modelo e padrão de missionário, pois da mesma forma como Ele foi enviado
pelo Pai Ele também nos enviou. Jo 17.18,20. Ele organiza um movimento que divulga o
Reino. Primeiro, envolvendo os doze. Mt 10.5-8. Depois, numa segunda etapa, envolvendo
setenta. Lc 10.1. Em etapa última, o envio não é mais de um grupo, mas de toda a
comunidade dos salvos. Mc 16.15 Mt 28.18-20. Um chamado para dar continuidade ao
ministério missionário de Jesus. At 1.1 Hb 2.3,4. Para continuarmos a obra missionária que
Jesus iniciou. Jo 14.12

A Igreja primitiva entendeu que sua missão era mundial: ”(…) ser-me-eis testemunhas,
tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. At 1.8.
Primeiro ela se dirigiu aos judeus. Lc 24.47 At 13.46. Não só porque os judeus tinham as
promessas (Rm 9.4,5), mas porque a própria Igreja era composta por elementos de cultura
judaica.

A Igreja, enfim, rompe com o judaísmo e perde sua visão exclusivista. Foi, porém, um
rompimento custoso. Havia um preconceito muito forte contra os gentios arraigado na
mente dos judeus. Em Atos 10.9-23 tomamos conhecimento do trabalho que Deus precisou
desenvolver com Pedro para direcioná-lo à casa de Cornélio.

Foi preciso que por três vezes uma voz do céu, que Pedro identificou como sendo de Deus,
lhe dissesse: “não chames tu comum ao que Deus purificou” (comum, aqui, está associado
a imundo, impuro, do ponto de vista ritual, diferente de algo que um judeu poderia tocar).
Pedro reconhece que o evangelho não é uma mensagem de propriedade exclusiva dos
judeus. At 10.34,35; 15.6-11.

A vinda do Espírito Santo sobre os gentios produziu um grande espanto nos cristãos de
origem judaica. At 10.45. Isso porque, no Antigo Testamento, o Espírito não era de todos,
mas de uma elite “espiritual”, e eles não podiam imaginar que algo tão precioso fosse
derramado sobre gentios, a escória do mundo, segundo pensavam. À luz desse fato, de o
Espírito vir sobre os gentios, é que decidiram balizá-los, aceitando-os como membros da
Igreja. At 10.46,47.

Somente após a explicação de Pedro (At 11.4-17) é que os primeiros cristãos entenderam
que o evangelho era de alcance mundial: “Ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e
glorificaram a Deus, dizendo: Assim, pois, Deus concedeu também aos gentios o
arrependimento para a vida”. At 11.18.
Todos os direitos reservados por 122
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

O Espírito Santo e a Obra Missionária na vida de Paulo

A história da vida de Paulo como missionário é um exemplo excepcional. Nele vemos uma
pessoa que pela operação do Espírito Santo dedicou-se inteiramente ao chamado do
Senhor. At 13.2.

Veremos as manifestações do Espírito Santo na vida de Paulo como missionário enviado


pelo Senhor. O Espírito Santo encheu Paulo do amor de Deus. Paulo era dominado por este
amor, ele estava sempre disposto a, de boa vontade, deixar-se gastar para ganhar as almas.
II Co 12.15.

O Espírito Santo capacitou Paulo para dar sua vida em sacrifício vivo a Deus. Ele chegou à
situação de poder dizer “e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”. Gl 2.20. Para Paulo,
a sua vida era Cristo, e seu intenso desejo era que Cristo fosse engrandecido no seu corpo,
fosse pela vida, fosse pela morte. Fp 1.20-21.

O Espírito Santo operou poderosamente na vida de Paulo. O poder de Deus operava por
meio do ministério de Paulo como um arado, abrindo profundos sulcos no coração do povo,
preparando os corações para receberem a semeadura da Palavra. At 19.11,12 Rm 15.18,19.

O Espírito Santo operou na vida de Paulo uma total dependência de Deus. Paulo entendia
que tudo o que havia sido feito através de seu ministério era uma operação da graça divina.
I Co 15.10. Ele conhecia a sua grande limitação a ponto de dizer: “Não que sejamos capazes,
por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de
Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros…”. II Co 3.5,6.

O Espírito Santo deu a Paulo a visão da vitória que sempre acompanha o evangelho. Ele
pregava com muita ousadia o evangelho de Cristo, que é “o poder de Deus para salvação de
todo aquele que crê”. Rm 1.16. A sede de ganhar almas para o Senhor, o impelia sempre
para frente. Fp 3.13,14.

Cristo também confiou a igreja uma tarefa missionária maior do que a de Jonas – pregar o
evangelho ao mundo todo, entretanto, tal como Jonas, muitas igrejas pouco ou nada se
interessam pela obra missionária. É a missão da Igreja proclamar o Reino de Deus e chamar
ao arrependimento o mundo perdido. Partidos políticos não podem fazer isso. O governo
não pode fazê-lo. O que o evangelho pode fazer pelos homens nenhuma ideologia política
o pode, nem filosofia humana. Só o evangelho. Nós o temos. Nós o professamos como
verdade e como poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Nós somos a Igreja
de Cristo. Esta tarefa é nossa e de mais ninguém. Se não a fizermos, ninguém mais a fará.
Vamos fazê-la. Sejamos conscientes de nossa vocação missionária. Perder esta consciência,
abafar essa vocação, é negar nossa razão de ser.

Não podemos esquecer em circunstâncias nenhuma que:

1. Fazer missões é uma obra que exige urgência - O trabalho missionário não pode esperar.
A seara é grande, os trabalhadores são poucos e o tempo urge. Não há esperança para os
pecadores fora de Cristo. Não há salvação senão no evangelho da graça.

Todos os direitos reservados por 123


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Ninguém pode ser reconciliado com Deus por meio das obras, da religião ou dos sacrifícios.
Somente Cristo é o caminho para Deus. Somente ele é a porta do céu. Só ele é o mediador
entre Deus e os homens. Qualquer outra mensagem é inútil. Qualquer outro atalho somente
conduzirá os homens à desilusão e à perdição eterna. A evangelização dos povos é uma
tarefa impostergável. Deve ser a prioridade absoluta da nossa agenda. É tempo de sermos
luz para as nações. É tempo de investirmos o melhor dos recursos que Deus nos tem dado
na obra missionária.

2. Fazer missões é uma obra que exige envolvimento de todos - O privilégio de fazer missões
não é apenas para aqueles que têm o chamado de sair de sua cultura e ir além fronteiras.
Todos nós podemos orar por missões. Todos nós devemos contribuir com missões. Todos
nós precisamos fazer missões. Toda a igreja deve estar engajada nesse projeto de
conseqüências eternas. A obra missionária não deve ser apenas um apêndice na agenda da
igreja, mas uma frente de ação em que todos os crentes estejam envolvidos.

A evangelização não é um programa, mas um estilo de vida. Fazemos missões na dinâmica


da vida, em nosso lar, em nossa escola, em nosso trabalho e até mesmo em nosso lazer.
Fazemos missões quando oramos pelos missionários e quando contribuímos para a sua
manutenção no campo. Tanto os que descem ao poço como os que seguram as cordas estão
igualmente comprometidos com esta tarefa de conseqüências eternas.

3. Fazer missões é uma obra que exige os melhores investimentos - Não podemos cumprir
a agenda estabelecida por Cristo de ir por todo o mundo e fazer discípulos de todas as
nações sem fazer investimentos financeiros na obra. Somente uma igreja fiel na mordomia
dos bens pode ser missionária. Somente uma igreja generosa no ofertar pode ser luz para
as nações. O melhor e mais duradouro investimento que fazemos é na salvação de vidas.

A Bíblia diz que quem ganha almas é sábio. O dinheiro que investimos em missões é uma
semente que se multiplica e produz frutos para a vida eterna. Mas, não é suficiente apenas
investimentos de recursos financeiros; precisamos também de investimento de vida. Deus
chama uns para ir; outros para ficar. Uns devem estar numa ponta da corda, descendo aos
lugares sombrios para resgatar as ovelhas errantes; outros devem estar na outra
extremidade da corda para sustentar aqueles que descem com a provisão necessária.

Missões não é trabalho de um missionário visionário e aventureiro que deixa sua terra, sua
cultura e embrenha-se no meio de tribos e povos ignotos para levar-lhes a luz do evangelho.
Missões é um trabalho planejado, onde a igreja toda se dispõe a fazer seus melhores
investimentos para que mais pessoas sejam alcançadas e salvas pelo evangelho de Cristo.
Esta igreja tem o privilégio de ser uma agência do Reino de Deus nesta cidade, neste Estado,
neste País e, também, no mundo inteiro. Cumpramos nossa missão enquanto é tempo!.

"Cada coração com Deus, um missionário. Cada coração sem Deus um campo
missionário!".

Todos os direitos reservados por 124


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Inimigos da Evangelização Eficaz

1. Ativismo: O excesso de atividade de uma igreja, ou na vida particular de cada cristão


geralmente produz grandes prejuízos no trabalho de evangelização.

2. Mensagem Inadequada: Muitos estão pregando uma mensagem diluída do Evangelho,


tipo garapa “água com açúcar”. Onde não se utiliza o arrependimento e a mudança de vida.
Este não é o Evangelho de Cristo.

3. Individualismo: Muitos estão salvos, mas não se preocupam pelos outros. Falta amor
pelas almas.

4. Vidas cristãs inexpressivas: Crentes que não tenham vida de profunda intimidade com
Cristo não sentem disposição para a evangelização. Sem ter certeza da salvação e uma vida
espiritual profunda não podem ganhar almas.

5. Evangelização sem integração: Muitos pensam que a única tarefa é evangelizar, e


centralizam tudo nisto, mas os novos convertidos não permanecem na igreja, por falta de
discipulado e de ensino das doutrinas da Bíblia.

6. Falta de conhecimento: Muitos cristãos não sabem o que falar para evangelizar, nem
mesmo como começar uma conversa evangelística. Outros pensam que evangelizar é
apenas trabalho para o pastor e o ministério. Isto é muito prejudicial ä grande missão da
Igreja.

7. Evangelização pulpitocêntrica: Em muitas igrejas o trabalho evangelístico se restringe ao


púlpito. O crente se limita a convidar pessoas para que o pastor as evangelize. Assim não
ganharemos o mundo. Leia Atos 8.1-8.

8. Evangelho por prestações: “Venha para igreja com está e continue do mesmo jeito”,
“Cristo só que o coração”, etc. Ou pregamos a mensagem viva e transformadora ou nada
acontecerá.
Todos os direitos reservados por 125
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Oito Reflexões Edificantes

Primeira: Conta-se que certa vez um menino ouvira uma mensagem sobre o trabalho
missionário entre os pagãos. Pelas necessidades daqueles povos que vivem nas trevas, o
menino procurou a esposa do pastor e entregou-lhe uma moeda de pouco valor. Aquela
senhora estava fazendo um embrulho com roupas, remédios e alimentos para enviar ao
oriente. Ela comprou um folheto com aquela pequena moeda e colocou-o dentro do pacote.
O folheto caiu nas mãos de um dos chefes da Birmânia, que por meio de sua leitura
converteu-se ao evangelho. Mais tarde esse chefe, depois de haver experimentado as
alegrias da salvação, falou da sua regeneração a seus amigos. Ao ouvirem seu testemunho,
muitos deles também se converteram. Depois, foi organizada uma igreja que por sua vez,
solicitou um missionário. Como fruto desse trabalho, quinze mil pessoas, direta ou
indiretamente, foram atingidas pelo evangelho. E tudo isso devido a uma pequena moeda!

Segunda: Outro dia estava lendo uma tirinha de jornal bastante curiosa: Um crente norte-
americano deixou seu país e foi para a África evangelizar uma tribo. O primeiro convertido
desta tribo, muito agradecido, disse ao missionário norte-americano: "Obrigado por viajar
quilômetros para pregar o evangelho para nossa tribo... agora estou indo como missionário
para os Estados Unidos! Ouvi dizer que há uma grande necessidade lá...".

Terceira: Dez ambiciosos missionários colocaram suas vidas em risco: Um parou para
calcular o custo; e então sobraram nove. Nove missionários em potencial, preocupados com
o destino do mundo: Um achou que era velho demais; e então restaram oito. Oito
missionários estudiosos aprenderam a pregar sobre o céu: Um preferiu ser fazendeiro; e
então ficaram sete. Sete sinceros missionários partiram em direção ao arado: Um não
conseguiu apoio; e então ficaram seis. Seis ansiosos missionários desejando muito chegar:
Um cansou de esperar, pelo visto, e então ficaram cinco. Cinco missionários idealistas
chegaram ao solo estrangeiro: Um sofreu "choque cultural"; e então ficaram quatro. Quatro
sérios missionários, tão ocupados quanto possível: Um não manteve o casamento; e então
ficaram três. Três missionários cansados tentando não ficar tristes: Um não voltou das férias;
e então ficaram dois. Dois missionários maduros louvaram a Deus pelo que tinham feito:
Um foi chamado à glória, e então só resta um. Um missionário idoso fazendo o que pode
fazer. Mas o trabalho é muito grande. Quem irá ajudá-lo? Será você?

Quarta: O missionário Guilherme Carey, tinha vários filhos também missionários. Quando
um deles, Félix, começou a pregar, Carey escreveu com satisfação em seu Diário de Vida:
"Meu filho, Félix, respondeu ao chamado de pregar o evangelho". Anos mais tarde, quando
esse mesmo filho aceitou o cargo de embaixador da Grã Bretanha, Carey, desiludido e
angustiado, escreveu a um amigo: "Félix se rebaixou ao tornar-se um embaixador!" Carey
tinha uma correta visão do valor que as coisas tem para Deus. E é assim também que temos
de ver a suprema vocação que temos em Jesus Cristo.

Quinta: Um dia uma mulher criticou o grande evangelista do século XIX, D.L. Moody pelos
seus métodos de evangelismo no intuito de ganhar pessoas para Cristo. Moody respondeu,
"Concordo com você, eu não gosto do jeito com que faço isso também. Diga-me, como fazê-
lo?" A mulher respondeu, "Eu não sei fazer isso!" Moody então disse," Então eu gosto do
meu jeito de fazer isso melhor que o seu jeito de não fazê-lo!".

Todos os direitos reservados por 126


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Sexta: O falecido pastor Oswald Smith, da Igreja do Povo em Toronto, Canadá, contou a
seguinte história, a respeito de um cristão na China: João Chinês estava ao lado de um ateu
que lhe perguntou: Qual será a primeira coisa que você fará quando chegar ao céu? Ele
respondeu: Vou percorrer as ruas de ouro até encontrar o Salvador Jesus e me prostrarei
perante Ele para adorá-Lo pela minha salvação. Ótimo, disse o ateu zombando. E então,
João Chinês, o que fará em seguida? Ah! Percorrerei as ruas do céu até encontrar o
missionário que veio ao meu país trazendo o evangelho. Tomarei sua mão e lhe agradecerei
pelo seu papel em minha salvação. E o que fará em seguida, João Chinês? Inquiriu o ateu.
Então continuarei até encontrar o homem ou a mulher que tornou possível ao missionário
vir à China, sustentando-o com orações e dinheiro e também agradecerei pelo seu trabalho
e pela sua contribuição na minha salvação.

Sétima: Uma menina de 11 anos chegou ao púlpito e sob o olhar de quase 8 mil pessoas
que participam de uma das assembléias da Convenção Batista Brasileira, contou sua
história. Órfã de mãe, pai incrédulo, mas ela uma crente fiel e dedicada. Vocacionada para
a obra de missões fez um apelo que calou todo o auditório: "Mande um pastor para nossa
igreja. Eu quero ser missionária, mas precisamos de um pastor em nossa igreja".

Oitava: "E chamando ele os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do
que todos os que deitavam ofertas no cofre; porque todos deram daquilo que lhes sobrava; mas esta, da sua
pobreza, deu tudo o que tinha mesmo todo o seu sustento". Mt 12.43,44. Conta-se que uma senhora estava
enchendo uma caixa que seria mandada para a Índia quando um filho trouxe uma pequena
moeda para que fosse enviada também para a obra missionária. Com a moeda a mãe
comprou um folheto bíblico e colocou na caixa. O folheto foi entregue a um chefe birmanês
que, após ler o folheto, entregou sua vida a Cristo. Logo o chefe quis contar a história de seu
novo Deus e da sua felicidade para todos os amigos. Eles também creram e abriram o
coração para o Salvador. Uma igreja foi construída no local e um missionário enviado para
ensinar-lhes a Palavra de Deus. Cerca de 1.500 pessoas tiveram as vidas transformadas
apenas porque uma criança ofereceu sua moeda para Deus.

Muitas vezes nos omitimos em ajudar na obra missionária porque achamos que o que temos
é muito pouco e nada acrescentará no trabalho de Deus. Mas temos o exemplo daquela
pobre senhora que foi vista pelo Senhor Jesus oferecendo algumas moedas. Seu exemplo é
citado até hoje, dois mil anos depois, como gesto de fidelidade a Deus. Não é o valor de
nossa oferta que conta para o Senhor, mas o desejo de compartilhar o que temos com os
mais necessitados.

Se queres ter algo bonito, para ser por 1 dia lembrado. Crie uma borboleta em casa. Ela
ficará em sua casa um dia, e com sua beleza iluminará toda sua casa, mas é passageira, ficará
em sua casa só um dia e talvez não mais será lembrada.Se queres ter algo bonito para ser
lembrado por mais de 1 mês. Plante em seu quintal uma muda de rosa, q se transformará
em uma roseira, seu perfume espargirá por todo seu quintal e ficará bonita por algum
tempo, mas ela não terá mais vida e pode ser esquecida. Se queres ter algo bonito, para ser
lembrado por mais de 1 ano. Plante um ipê amarelo, onde você plantar, ele ficará ali
plantado por muito tempo, e se você se mudar, poderá ser lembrado um dia por outra
pessoa, mas o ipê ficará ali e não será eterno. Se queres ter algo bonito, para ser lembrado
por toda a vida. Faça a obra missionária, ganhe uma alma, porque quando seu nome for
esquecido na terra, será lembrado no céu.
Todos os direitos reservados por 127
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Frases Inesquecíveis sobre Missões!!!

Muitos querem viver a sombra da igreja, eu quero uma missão de resgate a um metro do inferno . Jonh Wesley

Quando Jesus diz: "Vinde" - Ele vem nos encontrar. Quando Ele diz: "Ide" - Ele vai conosco. Walter B. Knight

Muitos crentes consagrados jamais atingirão os campos missionários com os seus próprios pés, mas poderão
alcançá-los com os seus joelhos. Adoniran Judson

Por que alguém deveria ouvir do evangelho duas vezes, quando há pessoas que não ouviram nenhuma
vez. Oswald Smith

Contribua de acordo com a sua renda para que Deus não transforme a sua renda de acordo com a sua
contribuição. Peter Marshall

Coloque missões em primeiro lugar e Deus dará as coisas necessárias. Edison Queiróz

Nós somos imortais até que cumpramos a tarefa a nós encomendada. James Frazer

É raro ver o sustento de pastores locais ser cortado ou diminuído, mas isto é comum na vida de
missionários. É isto justo? David Botelho

É inconcebível imaginar que pastores locais devem ser desafiados para missões transculturais quando
isto é ordem de nosso Senhor Jesus. David Botelho

Quem não ama missões transculturais deve começar a duvidar de sua salvação, pois é o diabo que
odeia o término da tarefa da evangelização mundial, pois isso significaria o fim de sua obra na terra.
David Botelho

Uma igreja não existe para si mesma, mas sim para o mundo. George Carey

Uma igreja que não prega e envia pessoas para missões transculturais não está cumprindo plenamente
o Evangelho de Jesus. Fred Nuckley

Obediência parcial às palavras de Jesus ainda é desobediência – precisamos ir nós mesmos ou então
enviar pessoas para os "confins da Terra". Fred Nuckley

Se entusiasme com missões mundiais, pelo amor de Deus! Fred Nuckley

Eu o desafio para adquirir a visão da "Grande Colheita" e ver como Jesus poderá mudar sua
cosmovisão e o futuro dos povos. Fred Nuckley

Vida com Jesus é eterna e cheia de felicidade, mas vida sem Jesus é morte e sofrimento – que direito
você tem de guardar esse dom para si mesmo diante de 96% da população mundial que ainda não O
conhece? Fred Nuckley
Todos os direitos reservados por 128
ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo
CFE – CURSO DE FORMAÇÃO DE EVANGELISTAS ITI - Instituto Teológico Internacional

Colaboradores

Rev. Hernandes Dias Lopes


Pr.Missionário,Clodoaldo Pereira
Giordani, Mário Curtis. "História de Roma" Antiguidade Clássica II, Editora Vozes, 1968.
Macdowell, J., "Verdades que Exigem Um Veredito" Vol. 1, Ed. Candeia, 1992, São Paulo.
Mccgedtb.vilabol.uol.com.br/Ged_Tubarao/Reflexoes/reflexoes01.htm
Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Strobel, Lee, "Em Defesa de Cristo", Editora Vida, 1998, São Paulo.
Armstrong, K., A History of God, New York, Ballantine/Epiphany
Pr. Carneiro Missionário da Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil
Estudo sobre Missões (Supervisão: Pastor Décio Stefanov[Elaborado: Presb. Marcos F. Zanellato])
Hernandes Dias Lopes
CACP

“Não podemos levar o mundo todo a Cristo, mas podemos


levar Cristo a todo o mundo”. J. Blanchard

Todos os direitos reservados por 129


ITI - Instituto Teológico Internacional
Av. Itaberaba 1323 - CEP 02734-000
São Paulo - São Paulo

Você também pode gostar