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1 - A intenção da imagem em movimento

Nesta aula aprenderemos sobre a intenção de representar movimento em figuras bidimensionais e tridimensionais.
Observe a imagem ao lado.
Você consegue perceber se esta imagem transmite qualquer sensação de movimento?
Ela está foi impressa no papel, está parada, estática, mas como ela pode sugerir movimento? É uma ilusão?

Trata-se de uma imagem de Op Art, que vem do inglês optical art e significa “arte óptica”. Neste estilo de arte, a intenção do artista é
criar obras que brincam (através do uso de cores, linhas e formas geométricas) com a nossa percepção óptica, causando assim a
sensação de movimento, ou seja, efeito denominado ilusão óptica. A Op Art utiliza de recursos visuais para “confundir a visão
humana”, dando a impressão de que a imagem está se movendo conforme ela seja vista de formas diferentes, dependendo do ângulo
de quem a observa.
PRÉ-HISTÓRIA : DESDE AS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES DE ARTE JÁ HAVIA A INTENÇÃO DO
MOVIMENTO
Desde a Pré-História o ser humano sempre se interessou pela imagem e o movimento, cenas da
vida cotidiana eram representadas por meio de desenhos em movimento, como caça a animais,
danças, rituais, entre outras. Ou seja, o ser humano tentava através da imagem demonstrar o
movimento, seja ele de um animal correndo, de alguém jogando uma lança, etc. Na imagem, ao
lado, podemos observar uma representação de uma caçada. As posições das pernas dos animais e
dos homens simulam o movimento de correr ou saltar.
Muitos pesquisadores afirmam que estes desenhos eram feitos como uma forma de contar
histórias. Hoje em dia, contamos histórias por meio de filmes, séries, novelas, livros, histórias em
quadrinhos, etc. Naquela época era através das paredes das cavernas!
Outro motivo para existência destas pinturas estaria ligado à magia, um tipo de ritual, que os seres
humanos da época realizavam para garantir que o caçador conseguisse uma caçada bem sucedida. Eles acreditavam que pintando sobre
a rocha estariam “prendendo” ali o espírito do animal e isso facilitaria a caçada.
Você lembra como se chamam estas pinturas da Pré-história que eram feitas nas cavernas? Elas são
conhecidas como pinturas rupestres (RUPE significa ROCHA,
RUPESTRE = feito na rocha).
IDADE ANTIGA : EGITO ANTIGO
No Egito antigo, também encontramos muitas representações
associadas a imagem em movimento. O exemplo mais clássico é a
luta Wrestling, “luta livre” egípcia, pintada na parede há 5 mil
anos. Observe ao lado.
Aa pinturas descrevem a ação em sequência, divididas em
quadros, como em uma história em quadrinhos, a imagem pode ser acompanhada pelo olhar, criando assim uma certa “narrativa”. Ou
seja, se seguirmos a imagem quadro a quadro conseguimos apreciar a forma que os egípcios encontraram de contar uma história.
GRÉCIA ANTIGA:
Outro povo que tentou representar o movimento por meio de pinturas foram os gregos. Os gregos
eram fascinados pelo movimento e conseguiram expressá-lo em outros suportes além da parede. É o
caso dos vasos gregos que ilustravam sequências de imagens de seus esportistas
olímpicos. Observe ao lado.
Na Grécia antiga, a beleza, a proporção (relação entre as medidas) das formas
eram elementos essenciais na Arte. Nessa pintura feita em um vaso de cerâmica,
percebemos que os corpos dos homens têm uma proporção muito parecida e o
desenho representa o movimento das pernas ao correr.
Além das representações do movimento em formas bidimensionais (planas) na pintura, os gregos também
trouxeram a ideia de movimento para as formas tridimensionais, as esculturas. Observe a imagem da escultura
grega do século V a.C “Discóbolo”. Você acredita que a imagem apresenta alguma intenção de movimento?
Veja a posição do corpo, perceba como são detalhados os músculos para demonstrar a força que utilizamos na
realização de um movimento na vida real. A obra, feita pelo escultor grego Míron, representa um atleta momentos
antes de lançar um disco, e provavelmente é a estátua de desportista em ação mais famosa do mundo.
CHINA:
Observe a imagem ao lado. Trata-se de uma fotografia que mostra um teatro de sombras oriental. O teatro de
sombras é uma arte muito antiga. Há relatos de que seja proveniente da China. Inicialmente, os artistas
trabalhavam sob a luz do sol para criar os contrates de luz e sombras. Depois, os chineses começaram a usar
velas, acesas ao cair da noite, por trás da cortina, e assim criaram um mundo lúdico e mágico por séculos e
séculos. Essa arte se espalhou por todo o mundo e ainda é muito praticada, tanto no teatro quanto na dança,
como recurso cênico com efeitos de iluminação.
Na China (e outras regiões do Oriente) o teatro de sombras (arte que existe desde a Pré-história, mas que, na cultura milenar chinesa e
de outros países asiáticos, teve grande desenvolvimento técnico e artístico) utiliza o movimento para contar histórias por meio da luz e
da sombra.
2 – História do Cinema: Imagem em Movimento
Nesta aula aprenderemos sobre a história do cinema, um desejo antigo e a junção de diversas tecnologias. A ciência, a magia e a
indústria.
Você já foi ao cinema? Gosta de assistir filmes? Qual é o seu gênero preferido: Ação, Animação, Aventura, Comédia, Documentários,
Drama, Fantasia, Faroeste, Ficção científica, Guerra, Musical, Policial, Romance, Suspense, Terror???
ORIGEM DO CINEMA:

“Se a fotografia já havia influenciado a maneira de ver o mundo, o cinema a mudou ainda mais. As imagens em movimento nos abriram
milhares de possibilidades de viver experiências visuais.”
A origem do cinema está relacionada com a paixão do ser humano por imagens e o movimento. Estudamos, na aula anterior, que
desde a Pré-História, cenas da vida cotidiana eram representadas por meio de desenhos em movimento (caça a animais, danças, rituais,
entre outras). E que também temos uma relação muito forte com as luzes e as sombras, assim como a necessidade de contar histórias,
um exemplo disso, são os teatros de sombras da China (e outras regiões do Oriente). Mas, foi a fotografia que possibilitou a criação do
cinema, e o fenômeno óptico da persistência das imagens na retina que permitiu desenvolver máquinas capazes de dar a ilusão de
movimento a elas.

MEMÓRIA E R ETINA :
O cinema não seria possível sem o estudo da fisiologia (parte da biologia
que estuda as funções orgânicas e o funcionamento dos seres vivos.)
Observe a imagem ao lado. Trata-se da representação de um olho humano
em vista lateral. A retina, a membrana interna do olho, é responsável pela
formação das imagens.
A observação do funcionamento do olho humano é antiga. O estudioso
grego Cláudio Ptolomeu (90-168) observou que, ao tingir parte de um disco
de vermelho e girá-lo rapidamente, o disco todo se apresentava vermelho.
Essa experiência mostrou que o olho humano guarda na retina a impressão
da imagem. Com base nesse saber, séculos depois Isaac Newton (1643-1727) fez experimentos com cores e discos em movimento.

Existe uma certa dificuldade em estabelecer um marco de quando exatamente surgiu o cinema. Pois, foram diversas pesquisas e
inventos, tentativas e erros, criação e adaptação de variados objetivos, engenhocas, que eram aparelhos de reprodução de imagens em
movimento, como o taumatrópio, zootrópio, estroboscópio, fenacistoscópio, cinetoscópio e o cinematógrafo, que acabaram resultando
no surgimento dessa arte tão difundida e apreciada por tanta gente nos dias de hoje.
CINETOSCÓPIO:
A captura da “imagem-movimento” (imagens dinâmicas da realidade e não estáticas/paradas, como é o
caso da fotografia) foi possível a partir de 1889 com a criação do cinetoscópio por Thomas Edison, cientista
e inventor americano. Esse invento e os modelos que o sucederam na década seguinte contribuíram para o
desenvolvimento do cinema tal como o compreendemos hoje. Todavia, o cinetoscópio não projetava as
imagens em telões, o espectador tinha de observar (durante um tempo-limite de 15 minutos) as imagens
no interior de uma câmara escura por meio de um buraco em que colocava um dos olhos. Observe, ao lado
esquerdo, o funcionamento de um cinetoscópio.
CINEMATÓGRAFO :
Em 1895, experimentos dos irmãos franceses Louis e Auguste Lumière, a partir do cinetoscópio, deram
origem ao cinematógrafo, aparelho que registrava uma série de fotogramas (quadros com imagem) em
um filme negativo perfurado, e movido a manivela passava as imagens em velocidade para dar a ilusão
de movimento.
O cinematógrafo dos irmãos Lumière possibilitou fazer várias produções cinematográficas de pequena
capacidade e exibi-las em sessões especiais, dando origem ao cinema da forma como nós o
conhecemos até hoje. Mas o tempo de todo o filme exibido publicamente era de aproximadamente
um minuto. Eles filmaram a saída dos operários de uma fábrica, a chegada de um trem na estação, um
bebê sendo alimentado pelos pais e uma série de outras ações simples. A intenção não era a de contar
uma história, e sim registrar movimentos.
Filmes com história, começo, meio e fim, só surgiria nas três primeiras décadas do século XX, quando o
cinema se afirmou enquanto arte. E isso ocorreu, sobretudo, pela ação de artistas interessados em
teatro, mágica (e ilusionismo) e todo tipo possível de efeito cênico. Um dos principais nomes dessa fase do cinema foi do francês
Georges Meliès, que dirigiu “Viagem à Lua”, em 1902, conseguindo com esse filme efeitos visuais verdadeiramente impressionantes
para a época.
No final do século XX as máquinas fotográficas passaram a ter melhores condições de passar imagens em velocidade. Depois surgiriam
filmadoras e projetores e se estabeleceria no cinema o padrão de exibição de 24 fotogramas (quadros de imagens) por segundo, para
provocar uma sensação bem realista de movimento e continuidade.
A luz, o tempo e a velocidade foram fatores que possibilitaram a criação do cinema – invenção que nasceu da fotografia – e fascinou
tanto o olhar das pessoas que durante um tempo foi considerado a grande descoberta entre as linguagens artísticas. Hoje, a fotografia,
o cinema, e outras linguagens, têm seus papéis na sociedade, e já existe um grande foco nos meios de produção de imagem multimídia,
que usam muitas linguagens ao mesmo tempo.

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