Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ALAGOINHAS
2012
0
DÉBORA SILVA DOS SANTOS
ALAGOINHAS
2012
1
DÉBORA SILVA DOS SANTOS
2
Dedico com amor à minha mãe Edmunda.
Minha maior Educadora, que me instruiu
sob princípios que regem minha vida.
3
AGRADECIMENTOS
4
“Deus criou os números inteiros; e todo o resto é obra do homem.”
Leopold Kronecker
5
RESUMO
6
ABSTRACT
This work is the result of a study conducted on teaching and learning fractions in the
6th year of primary school at the Municipal School of Alagoinhas, in order to analyze
students' conceptions about teaching and learning fractions. The idea of fractions
comes on the river Nile in Egypt before the man's need for marking their land.
Methodologically, teachers develop traditional classes without the use of concrete
materials and decontextualized approach, which justifies students' difficulties in
understanding the different meanings of fractions, since learning of this content is
best developed with the use of materials manipulative and establishing analogies
between content and its application in daily life. Then, we applied a questionnaire
with one of the classes. The data were discussed in qualitative and quantitative
aspects. It could be observed that students prefer the traditional approach, since they
are not accustomed to another type of approach. These proved to have some ideas
about the concept of fraction, however, had difficulties in resolving problem situations
involving everyday. In this perspective, we conclude that, for the group of students
researched, learning fractions produces better results even when not addressed in
context.
7
ÍNDICE DOS GRÁFICOS
8
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO.............................................................................. 10
1.0 – Justificativa.................................................................................... 10
2.0 – Problematização............................................................................ 11
3.0 – Objetivos e Variáveis de Investigação........................................... 12
4.0 – Estruturação do Estudo ................................................................ 13
1.0 – Fundamentação............................................................................... 35
2.0 – Caracterização................................................................................. 36
3.0 – População / Amostra........................................................................ 37
4.0 – Instrumento, Coleta e Tratamento.................................................... 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 51
APÊNDICE ........................................................................................................... 56
9
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.0 Justificativa
10
deste em sala de aula, visto que, muitos professores possuem poucos
conhecimentos acerca do tema Fração e, ademais, desenvolvem aulas limitadas,
impossibilitando a ampliação dos conhecimentos dos alunos.
2.0 Problematização
11
no 6º ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Alagoinhas tem sido
concebido de forma contextualizada?
12
que envolvam este assunto, e por sua vez, não estão habituados a estabelecerem
analogias entre o conteúdo e a sua prática diária.
13
No terceiro subtítulo abordamos os aspectos que comprometem o
desenvolvimento da aprendizagem dos números fracionários. Aspectos estes, que
estão relacionados à ausência de domínio das operações fundamentais, dificuldades
de interpretação do significado da fração, procedimentos metodológicos tradicionais
e a falta de compromisso dos alunos. Como consequência disto, os educandos
acabam optando pela aprendizagem por meio da memorização não obtendo a
devida compreensão do conceito. Por fim, no quarto subtítulo refletimos sobre a
importância da contextualização das frações, visto que, as necessidades cotidianas
permitem que os alunos busquem informações, estabeleçam analogias entre as
frações e algumas situações do dia a dia, e desenvolvam a relação entre a teoria e a
prática, o que gera nos educandos a predisposição em aprender e identificação com
conteúdo.
1
Expressão latina equivalente a local, lugar.
14
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
15
Para Eves (2004), com a evolução da sociedade, tornava-se inevitável a
contagem e o método mais antigo era fundamentado em procedimentos de registro
simples, aplicando o princípio da correspondência biunívoca, bem como, marcações
no barro ou numa pedra. Sobre esse aspecto, Boyer (1974) defende que o homem
primitivo registrava um número fazendo marcas em um bastão ou pedaço de osso.
O que indica que a ideia de numero é demasiado antiga, bem como a civilização e a
escrita.
Segundo Jess (2004), desde muito cedo o homem sentiu que havia uma
necessidade de comunicação que o levou a criação de outros números, além dos
números inteiros. Os números fracionários surgiram no Egito, às margens do rio Nilo,
devido à necessidade de realizar a marcação de terras, uma vez que, pelo menos
uma vez por ano o rio inundava levando toda a parte da marcação. A marcação era
feita da seguinte forma: esticavam-se as cordas e observavam quantas vezes essa
unidade de medida estava contida no lote. Como a maioria das medidas dos
terrenos não era dada exatamente por números inteiros, surgiu então à necessidade
de um novo conceito numérico, o número fracionário.
16
Com a descoberta do Papiro de Rhind (descoberto em 1858; escrito por
volta de 1650 a. C. por Ahmes) contendo problemas matemáticos, constatou-se que
os egípcios utilizavam as frações. Entretanto, estas eram escritas na forma de
frações unitárias – ou seja, com numerador um. (Eves, 2004).
17
Continuando, a autora ressalta que estes povos foram os primeiros a
atribuírem uma notação racional. Ou seja, “a sua notação para frações, a melhor que
qualquer civilização tenha possuído até a Renascença.” (Boyer, 1974, p.21).
18
indianos, os números inteiros já eram considerados como frações com a unidade no
denominador.
De acordo com Silva (1997, p.21), nos séculos XI e XII era produzido o
sistema de numeração e de escrita das frações onde o numerador era colocado
sobre o denominador. A autora aborda que:
Silva (1997) discorre ainda que, a notação moderna das frações se deve
aos hindus pela sua numeração decimal de posição e aos árabes que inventaram a
famosa barra horizontal para separar o numerador do denominador. No entanto, a
dificuldade de trabalhar com os números fracionários era grande, e por conta disso,
durante muito tempo, muitos matemáticos procuraram a representação para as
frações que facilitassem os cálculos com uma nova escrita.
20
Para Castro e Oliveira (2009) a maneira como é conduzido o saber
matemático também definem o quê, e de que forma será adquirido pelos alunos. Daí
procede à necessidade de fazer uma análise em livros didáticos com relação às
frações, bem como, o método que o professor utiliza no ensino e aprendizagem do
conceito de frações, pois é ele que adapta o saber escolar ao saber ensinado.
21
Para Castro et. al. (2011), o conteúdo Fração quando abordado através
de situações-problemas, seguido dos materiais manipuláveis e, além disso,
relacionado com outros conteúdos proporciona desenvolvimento cognitivo e facilita a
interação com o conhecimento prévio do aluno. Para os autores, o professor tem a
autonomia de agir na transformação do conteúdo, fazendo a adaptação necessária
para que o ensino de frações seja conduzido de forma significativa.
Nuernberg e Andrade (2011) afirmam que o professor deve fazer uso dos
materiais manipuláveis, pois a manipulação de objetos estimula o raciocínio, a
reflexão e a construção do conhecimento. Sant’Anna, Bittencourt e Olsson (2010,
p.9) destacam ainda que o professor deve “[...] organizar os conteúdos em torno de
grandes ‘temas geradores’, e propor o ‘entrosamento entre os temas’, visando uma
outra dinâmica curricular.
[...] a elaboração do saber se faz a partir dos guias curriculares, dos livros
didáticos, dos materiais instrucionais alternativos e principalmente dos
professores, são eles que irão agir na transformação do conteúdo,
adaptando o saber escolar já determinado, em um saber que deverá ser
ensinado, conciliando os objetivos de ensino com seus próprios
conhecimentos e organizando-os para um ensino gradativo e significativo.
(Castro et. al. 2011, p.5)
Corroborando com essa ideia Leontiev (1983, apud Lopes, 2011, p.11),
entende que,
23
admitindo diferentes formas de considerar uma fração, para que assim, seja possível
a aquisição do conhecimento e a compreensão por parte dos estudantes.
[...] as atividades propostas pelo professor em sala de aula têm que ser
significativas a fim de promover a aprendizagem. Ao privilegiar um ensino
que dê a oportunidade ao aluno de participar do processo de aprendizagem
de forma ativa e dinâmica, a partir de diferentes tipos de experiência, que o
leve a construir significados, este, por sua vez, é capaz de atribuir mais
sentido as atividades realizadas, construindo um agente do seu processo de
aprendizagem. (Nascimento, 2008, p.207).
Já para Castro e Oliveira (2009), mesmo com o auxílio dos livros didáticos
ao abordar o conteúdo de forma simples e também com o uso de materiais
manipuláveis utilizado pelos professores em sala de aula, os alunos apresentam
dificuldade na aprendizagem de fração, devido ao nível de complexidade do conceito
do número fracionário.
[...] muitas vezes os alunos reconhecem a forma a/b (a, b € N com b ≠ 0),
dizem que é uma fração, mas não conseguem representá-la ou aplicá-la
numa situação-problema, principalmente quando são apresentados mais de
um inteiro[...]. (Bezerra, 2004, p.1).
[...] uma aprendizagem do conceito de fração pode ser obtida com maior
êxito quando explorado seus diferentes significados, sendo da maior
importância considerar os invariantes operatórios do conceito,
explicitamente, na elaboração das tarefas. (Nunes, 2003 apud Campos,
2011, p.2).
30
Para Nuernberg e Andrade (2011), fora do ambiente escolar as frações
não são desconhecidas dos alunos, pois, estes associam as mesmas à partição de
alimentos, nas brincadeiras e também na porcentagem. Os autores consideram que
a maneira com a qual o aluno estabelece analogias com as frações no seu dia a dia,
mostra o nível de conhecimento que ele possui acerca deste conteúdo.
Muitas vezes, nos afastamos de dados reais e mesmo dos problemas aos
quais eles estão associados com a intenção de facilitar os cálculos, quando
se deveria promover a aproximidade da atividade matemática com a
realidade onde se encontram esses problemas. Por isso, é importante
trabalhar também com dados que são frequentes nas situações cotidianas
mesmo que demandem cálculos mais complexos. (Campos, 2001, p.7).
Bezerra (2004, p.2) afirma que “[...] a resolução de problemas com ênfase
na realidade do aluno possibilita uma aprendizagem significativa e propicia o
desenvolvimento e a compreensão do conceito da fração [...]”.
32
[...] quando os alunos têm a oportunidade de trabalhar com material
concreto, de fácil manuseio e que fazem parte de seu cotidiano, sentem
mais prazer em participar das aulas de matemática [...]. (Nascimento e
Oliveira, 2004, p.3)
Corroborando esta ideia, Hoff et. al. (2011) afirma que, com materiais
concretos o estudo de frações desenvolve-se de forma mais palpável, tornando-se
uma ferramenta eficaz na aprendizagem do aluno, pois favorece a interação do
conhecimento aprendido na escola com as diferentes situações encontradas no
cotidiano.
Segundo Rodrigues (2004) a escola, por sua vez, deve tomar como
fundamento o cotidiano, de modo que as atividades práticas sejam enfatizadas,
mostrando a matemática contextualizada, utilizando exemplos dos alunos que
tenham ligação com a sua vida diária e enriquecendo as aulas.
33
conceitos são empregados, desenvolvendo nos alunos competências para
compreender e transformar a realidade.
34
CAPÍTULO III – DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
1.0 Fundamentação
2.0 Caracterização
36
A cidade contém 23 escolas estaduais e 20 escolas municipais, que
abrangem alunos da zona rural e zona urbana. A pesquisa foi desenvolvida em uma
dessas escolas, com o intuito de conhecer a aprendizagem dos alunos referente ao
estudo números racionais na forma fracionária, no 6º ano do ensino fundamental. A
instituição escolhida foi a Escola Municipal de Alagoinhas, localizada no centro da
cidade.
A escolha do 6º ano justifica-se por ser nesta série a primeira vez que o
aluno tem a aprendizagem de um conteúdo mais metódico e com o professor
específico da disciplina de Matemática. Já a escolha da instituição, está relacionada
ao fato de que a determinada escola abrange apenas as modalidades de ensino
fundamental I e II e, por fim, pela razão de residir na comunidade em que a
instituição está instalada.
3.0 População/Amostra
38
CAPÍTULO IV – RESULTADOS
14 13
12
10 9
8 7
6
4
2
0
41
Para analisar o tipo de abordagem das atividades desenvolvidas pelo
professor, o gráfico abaixo verifica se as determinadas atividades trabalhadas em
sala de aula são relacionadas ao cotidiano.
18
16
16
14
12
10
8
8
6
6
4
2
0
42
Isto pode ser justificado pelo fato de que determinados professores fazem
apenas o uso de livros didáticos como material de auxílio no desenvolvimento das
aulas, e nesses livros, parte do conteúdo fracionário é abordado de forma
contextualizada, na perspectiva de facilitar aprendizagem e mostrar a finalidade
deste conceito para a prática diária.
Sobre esse aspecto, Costa (2011) aborda que os alunos podem usar os
termos fracionários corretamente, mas ao se depararem com situações-problemas
envolvendo a aplicação do conceito de fração, demonstram haver lacunas entre o
que eles entendem e o que eles podem fazer com o conhecimento depois de terem
aprendido de forma particular. Portanto, o conceito deve ser compreendido de forma
clara de modo que propicie a percepção da relação entre os subconstrutos da
fração.
“Para mim fração é uma conta que faz para achar a resposta.”
44
“Para somar e para subtrair”
12
10
10
8 8
8
4
4
45
Dos alunos entrevistados, 33% preferiam que o conteúdo de fração fosse
abordado somente com problemas matemáticos. Outros 27% demonstraram preferir
que tais conteúdos fossem abordados com problemas relacionados à situações do
cotidiano, enquanto que, outros 27%, gostariam que o conteúdo de fração fosse
abordado com o auxílio de materiais que podem ser manuseados e, apenas 13%
dos alunos gostariam que o conteúdo de fração fosse abordado com problemas
relacionados ao cotidiano juntamente com o auxílio de materiais manipulativos.
Corroborando com esta ideia Bocalon (2008) afirma que, em suas aulas,
os professores não fazem uso de materiais necessários para facilitar a
aprendizagem dos conceitos trabalhados e os exercícios de fixação não são
contextualizados. Para a autora, os professores demonstram pouca preocupação
nos sentido de que os alunos aprendam de forma significativa, pois seus interesses
se concentram na resolução de exercícios.
46
discreta, e está fundamentada numa situação cotidiana, desenvolvendo assim, uma
abordagem contextualizada.
25 23
20
15
10
5
5
1
0
0
1/2 3/4 1/4 1/6
14
13
12
12
10
4
3
2
1
48
É importante ressaltar na análise desta questão, que das alternativas
erradas, a que obteve o maior número de escolha foi a fração 1/4, que por sua vez,
representa a quantidade de bananas verdes. O que indica que esses alunos não
compreenderam o enunciado da questão. Isto configura uma dificuldade, não só de
interpretação, mas de leitura.
49
CAPITULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASTRO, Damian Marques de; MÜHLEN, Giseli Von; ROSA, Lisani Meyring da; et
al. Projeto de Investigação sobre o ensino de Frações. IV Encontro Ibero-
americano de coletivos escolares e redes de professores que fazem investigação na
sua escola. Disponível em: <http://ensino.univates.br/~4iberoamericano/
trabalhos/trabalho025.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2011.
CASTRO, Regiane Arantes de; OLIVEIRA, Nanci de. Número Fracionário: Estudo
histórico, epistemológico e da transposição didática. Revista Educação, v. XII,
Nº. 13, p.59-69, 2009.
51
COSTA, Fabio Menezes. Concepções e Competências de Professores
Especialistas em Matemática em Relação ao Conceito de Fração em seus
Diferentes Significados. Mestrado Profissional em Ensino de Matemática. São
Paulo, 2011. Disponível em: < http://revistas.pucsp.br/index.php/emp/
article/view/7761>. Acesso em: 27 out. 2012.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. – 4. ed. – São Paulo:
Atlas, 2002.
NASCIMENTO, Ross Alves; OLIVEIRA, Fábia Alves de. Trabalhando Frações com
atividades do dia a dia: gincanas fracionárias. VIII Encontro Nacional de
Educação Matemática. UFPE, Recife, 2004.
53
OLIVEIRA, Ana Carolina Nogueira; HACK, José Lino; BRETTAS, Luis Alberto.
Reconstruindo Frações – o significado através do lúdico. UFPel. XVI CIC –
Congresso de Iniciação Científica, 2007.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. –
4. ed. – São Paulo: Atlas, 1996.
SILVA, Adegundes Maciel da. A Concepção de Frações por Alunos nos Anos
Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Disponível em: <
http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/2poster/GT19-4658--Int.pdf>. Acesso em: 20
fev. 2011.
54
THOMPSON, Alba Gonzalez. A Relação entre Concepções de Matemática e de
Ensino de Matemática de Professores na prática pedagógica. In: Zetetiké, v.5, nº
8, Campinas, SP: UNICAMP – FE – CEMPEM, 1997. P. 11-44. (Círculo de Estudo
Memória e Pesquisa em Educação MAtemática).
55
APÊNDICE
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
56