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O testemunho é um momento de reelaboração, de afirmação e de reconhecimento da própria
subjetividade, de manifestação da necessidade de voltar a se subjetivizar. Podemos dizer que
o testemunho é uma tentativa de recomposição simbólica pessoal e sempre está dirigido a um
outro. É um ato colaborativo. Segundo Vich e Zavala “el testimonio nos permite acceder al
conflicto entre un decir posible y un imposible decir.” (p.109) “El testimonio es una especie de
‘épica de la cotidianidad’ y, como tal, su sistema narrativo no permite abstracciones. Por tanto,
su política consiste en mostrar cómo lo privado se vuelve público y como - en tanto privado - se
convierte en un imprescindible lugar para observar el asentamiento del poder.” (p. 111)
• Jelin dedica um capítulo ao tema do género das memórias. Ela chama a atenção para os
mecanismos diversos da repressão atuando sobre as mulheres e os homens, e também para
os trabalhos diferentes das memórias das mulheres e dos homens. Assim, (…) los símbolos de
dolor y sufrimiento personalizados tienden a corporizarse en mujeres, mientras que los
mecanismos institucionales parecen ‘pertenecer’ a los hombres.” (p. 99)
• É importante observar que a maioria de movimentos pelos direitos humanos, de procura dos
“desaparecidos”, são movimentos liderados por mulheres, elas são as primeiras em denuncias
a violência: mães, filhas, irmãs, avós, esposas dos desaparecidos. Embora a maioria de mortos
e desaparecidos sejam homens, a repressão exerce mecanismos particulares de violência
sobre as mulheres. Violentando seus corpos (torturas sexuais, estrupos, servitude sexual),
violentando seu lugar na familia e na sociedade (partos feito em sequestro, sequestro dos seus
filhos, desarticulação da familia e das comunidades, sequestro e morte das liderenças
comunitarias, etc.), degeneração do feminino (os atributos femininos passam a ser usados para
humilhar os pressos).