Você está na página 1de 26

VIOLÊNCIA DE GÊNERO

PODER E IMPOTÊNCIA

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – CAMPUS PETROLINA


DISCIPLINA: PRÁTICA IV
DOCENTE: EDIANNE NOBRE
DISCENTES: JOÃO WICTOR MEDRADO SILVA, JUSCIELLEN KETLEN
BARBOSA DE FRANÇA E VANESSA DIAS DA SILVA BATISTA
Autora Obra

Heleieth Saffioti
• Professora, socióloga e feminista brasileira;
• Ciências Sociais: faculdade de filosofia, ciências e letras
de São Paulo (USP) – 1960;
• Professora de Sociologia, aposentada, da UNESP, e do
Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais
da PUC-SP;
• Pioneiras nos estudos e análises sobre as desigualdades
entre mulheres e homens, as diversas formas de opressão
e exploração no trabalho, a violência de gênero e análise
sobre as políticas públicas em seu meio;
• Obras: A mulher na sociedade de classes (1976); Mulher
brasileira: opressão e exploração (1984); Poder do macho
Fonte: https://www.geledes.org.br/heleieth- (1987); Violência de gênero: poder e impotência (1995)
saffioti-categoria-genero/
etc.
Autora Obra

• Capa e contracapa do livro “Violência de Gênero” (1995)


• Fonte: https://www.estantevirtual.com.br/
O QUADRO ENDÊMICO DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO

• A luta feminista contra a violência de


gênero;

• Países: Bolívia, Colômbia, Venezuela, El


Salvador, Peru, França, Europa;

• Cenários da violência: estupros, violência


nos locais de trabalho, violência infantil,
incestos ( 8 a 12 anos), prostituição,
violência doméstica etc.;

• Agressores: conjugues, namorados,


sogros, irmãos, pais etc.;
Fonte: Revistamarieclaire.globo.com
O QUADRO ENDÊMICO DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO

“O fenômeno desconhece qualquer


fronteira: de classes sociais, de tipos
culturais, de grau de desenvolvimento
econômico, podendo ocorrer em
qualquer lugar, no espaço público ou
privado, em qualquer etapa da vida e
por estranhos e parentes conhecidos”
(p. 8).

Fonte: https://www.cut.org.br
O GÊNERO E A VIOLÊNCIA COMO CONSTRUÇÃO SOCIAL
• O plano molar (macropoderes - Homens) e
molecular (micropoderes - Mulheres) segundo
Félix Guattari (1981);

• O caso de Sandra Oliveira e os efeitos sobre os


macropoderes;

• Carol Gilligan (1991) – representações binárias nas


relações de violência;

• O ciclo e a construção da violência no ambiente


familiar;

• Teresa de Lauretis (1987) e o conceito de gênero. Fonte: https://www.amazon.com.br/Flagrante-


Farsa-Operacao-Uruguai
BRASIL: VIOLÊNCIA, PODER E IMPUNIDADE

• A violência de gênero é estrutural;

• A violência como contrato social;

• O contexto familiar.

Fonte:
https://comunidadeemmovimento
bh
/Violenciacontraamulher
CONCEITOS IMPORTANTES

VITIMAÇÃO VITIMIZAÇÃO

CONSENTIMENTO CESSÃO
A DIVISÃO IMPOSTA DE GÊNERO

• A normatização da conduta
feminina e masculina;

• Ambiente público e privado;

• Monopólio Simbólico.
Fonte:
https://www.rizzobaloes.com.br
/charevelação
A DIVISÃO IMPOSTA DE GÊNERO

• A violência Simbólica;

• Banalização da violência;

Fonte: https://medium.com/qg-feminista/as-mulheres
• Interseccionalidade.
A CAPTURA DA HISTÓRIA

• Violência conjugal e fora do “lar”;

• Culpabilização da mulher;

• Violência linguística.

Fonte:
https://comunidadeemmovimentobh.com.br/violen
cia-contra-mulheres-no-contexto-da-pandemia
HISTÓRIA E MEMÓRIA

• Apagamento histórico;

• O passado como meio de resgate;

• Memória como função coletiva;

Fonte:
https://www.genera.com.br/blog/o-apagamento-da-histo
ria-da-populacao-negra-brasileira
“O registro dos seus depoimentos representa momento
único de tirar do anonimato a memória de pessoas
exploradas dominadas ao longo de sua trajetória, e
portanto, historicamente silenciadas [...]” (P. 66).
SUBMISSÃO E REBELDIA: OS AMORES DE LUÍSA

“Me chamou na sala dele, ele começou a


• Relacionamento tradicional;
conversar comigo [...] Perguntou: "Por que você
• Histórico de violência familiar; briga com seu marido?" Eu falei do
• O casamento e a dupla função; temperamento dele. Ele disse: "Porque são duas
pessoas de um nível cultural, vocês deviam se
• A agressão conjugal – entender. Estou achando que o problema de
“reafirmação do poder”. vocês é relacionado a problema sexual” (Relato
de Luísa – p. 96)
A VIOLÊNCIA APRENDIDA: A GRANDE PAIXÃO DE ROSA

• “Ele aprendera com seu pai a ser violento [...] em surrar sua esposa, que
considerava normal apanhar do marido. Assim, já era habitual Alceu
surrar Rosa” (p. 113);
• Sua sogra havia cumprido seu destino de gênero, sem se rebelar. Sua
paciência a transformara, pelo menos em seu imaginário, em uma
vitoriosa, pois deixara de ser espancada (p.117).
A VIOLÊNCIA APRENDIDA: A GRANDE PAIXÃO DE ROSA

“Eu não aguentava mais. Eu achava que a gente ia para uma delegacia e
que ia ficar resguardada, porque ali era um lugar onde a gente pedia
proteção e ficava protegida. Justamente o contrário! Não era nada
daquilo, principalmente em delegacias onde só tem homens. Você chega
lá e a primeira coisas que eles falam: 'Minha filha, você apanhou? Você
gosta de apanhar, ne? Esta foi a primeira vez que você apanhou? (p. 119).
A DETERMINAÇÃO PERSONIFICADA:
A HISTÓRIA DE TÂNIA

• Negação a autoridade paterna;


• Atuação fora do gênero;
• Violência: torturas psicológicas e ameaças;
• Negacionismo policial e delegacias especializadas;
• 1 destino = 3 vivências distintas.
RELATO DE UM EPISÓDIO DE LINCHAMENTO

• "Antes de tacar fogo, fiquei com pena. Pensei 'será que foi ele mesmo?' Mas todo
mundo estava dizendo que foi. Então eu achei mesmo que ele tinha que morrer.
(…) Eu coloquei lenha na fogueira, abanei o fogo, joguei pedra nele, cuspi,
xinguei. Ele gritava pra mim 'Ai loura, socorro!' Eu dizia: 'que socorro que nada
vai morrer é agora safado!' (…) Primeiro deram umas pauladas nele, depois
botaram fogo nos seus documentos. Então ele rolou no chão para apagar o fogo,
mas aí vieram os galões de gasolina."
• "A polícia chegou quando ele ainda não estava todo queimado. Mas eles não
deixaram ninguém socorrer, teve um tenente que disse: 'deixe morrer esse
desgraçado'. Botaram mais fogo nele na frente dos policiais.
• "Me senti bem, me senti legal porque conseguimos pegá-lo. Senti que fiz
justiça" (Isto É, 26/09 a 02/10/93, pp. 16 e 17)
CULTURA DA VIOLÊNCIA

• Violência não é algo novo,


mas com a internet ela é
potencializada;
• Onde ocorre o julgamento
dessa nova justiça?
• "Razão Louca"
Sergio Paulo Rouanet, 1934 – Atual
(Foto retirada da Academia Brasileira
de Letras)

Livro "As Razões do


Iluminismo", escrito por
Sergio Paulo Rouanet em 1987
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

• Consciência de que a violência é historicamente


forjada;
• Ocorre um abrandamento das agressões ao jogar a
culpa na mulher;
• Conceito da honra e da moral atingida;
• Associações que a autora vai fazer.
RELATO DE UM CASO DE AGRESSÃO

• "Eu dei uns tapas nela e ela tentou me agredir com um pedaço de pau;
inclusive me agrediu por duas vezes. O mesmo pedaço de pau que
ela me agrediu, tomei e agredir ela também" (p. 161)
• "No dia seguinte me senti até realizado porque eu já vinha sofrendo
muitas agressões à minha moral há bastante tempo, dela me xingar.
Mas depois comecei a pensar que foi um ato que eu não deveria ter
cometido" (p. 161)
Desigualdade social
CARACTERÍSTICAS
QUE PERMEIAM A Masculinidade
VIOLÊNCIA ameaçada
CONTRA A
MULHER Dependência emocional

Dependência por si só.


ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS

• O estado e o macropoder;

• Políticas públicas para as mulheres no Brasil (pós aos


80) – Saúde (PAISM – Programas de assistência
integral a saúde da mulher) e Violência;

• Violência: o lóculos familiar como local de violência e


ameaça a integridade física da mulher, hierarquias de
gênero, caráter androcêntrico das instituições, o
espectador – emocionar-se ou ser conivente com a
violência, mobilizações feministas;

• Pressões políticas e a criação das delegacias da


mulher.
1° Delegacia da Mulher – 1985 – São Paulo.
Fonte: https://www.acidadeon.com
“A LEI VÊ E TRATA AS MULHERES DA MANEIRA COMO
OS HOMENS VÊEM E TRATAM AS MULHERES”

• Desafio: estruturar uma política feminista em um estado androcêntrico;


• A defesa estatal e as mulheres em situação de violência: ampliação dos
serviços jurídicos;
• Política da impunidade: o lado opressor do sistema policial;
• Serviço social nas delegacias: assistencialista, direitos sociais;
• SOSs e delegacias especializadas;
• Lacuna profissional e ausência de financiamentos pelo estado.
O RELATO DE UMA TRANSGRESSÃO

• “Vocês precisam me ajudar, precisam fazer exames de lesões corporais, eu


preciso da materialidade, preciso da prova (...) E elas chegavam e o medico
não estava lá. Já não teria medico para atende-las. As lesões iam sumir, as
marcas iam desaparecer, a impunidade ia continuar [...]”;

• "Eu vou construir uma Delegacia de Defesa da Mulher onde tenha um


albergue onde eu possa colocar essas mulheres, possa dar esse apoio, onde
tenha o Instituto Médico Legal funcionando dentro da própria delegacia. (...),
Mas construir a Delegacia de Defesa da Mulher com auxílio da LBA, sem o
governo; o governo esteve lá me ajudando com alguns moveis. Mas só com a
sociedade nós conseguimos construir essa delegacia [...].
Referências Bibliográficas:

SAFFIOTI, Heleieth IB; ALMEIDA, Suely Souza de. Violência de gênero:


poder e impotência. In: Violência de gênero: poder e impotência. 1995. p.
218-218.

ACADEMIA, Brasileira de Letras. Sergio Paulo Rouanet. Disponível em: 


https://www.academia.org.br/academicos/sergio-paulo-rouanet/biografia.
Acessado em: 16 de dez. de 2021.

Você também pode gostar