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Geometria II
A.C. Morgado
E. Wagner
M. Jorge

4a EDIÇÃO

_í.. — -:-Z-
A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

GEOMETRIA II
(Métrica Plana)

4? Edição
FICHA CATALOGRÁFICA

(Preparoda pelo Centro de Catalogação-na-fonte do


Sindicato Nacional dos Editores de Livros, GB)

Morgado, Augusto César, 1944—


M845g Geometria II: métrica plana | por | A.C. Morgado,
E. Wagner e M. Jorge. Fortaleza, VestSeller, 2008

1. Geometria plana — Problemas e exercícios. I.


Wagner, Eduardo, 1949- II. Jorge, Miguel. III. Tí­
tulo.

CDD 17. — 513.1


18. — 516.22
73-0460 CDU — 513.1
SUMÁRIO

CAPÍTULO I Póg.

Divisão do um segmento em uma razão.. .. . 1


Divisão harmônica 3
1.10 — Distância entre divisores harmônicos. 6
1.12 — Problemas resolvidos 8
Problemas propostos 13

CAPÍTULO II

Feixe de paralelas 17
2.6 — Teorema das bissetrizes 21
2.7 —- Divisão harmônica pelos pés das bissetrizes 22
2.8 — Divisão da bissetriz interna, harmonicamente pelo incentro e exincentro 24
2.9 — Círculo de Apolonius 25
2.10 — Raio do círculo de Apolonius 25
2.11 — Problemas resolvidos 26
Problemas propostos ....................... 35

CAPÍTULO III

3.1 — Triângulos semelhantes 38


3.6 — Casos clássicos de semelhança de triângulos
3.7 — Feixe de retas concorrentes 42
3.8 — Polígonos semelhantes 43
3.9 — Feixe harmônico 47
3.10 — Retas antiparalelas 49
3.11 — Problemas resolvidos 52
Problemas propostos 60

CAPÍTULO IV

Triângulos retângulos 73
4.1 — Relações métricas 73
4.2 — Triângulos retângulos com lados em progressão aritmética
4.3 — Trapézio isásceles circunscrhível 76
4.4 — Tangente comum a círculos tangentes 77
Póg.

4.5 — Problema» resolvidos 77


Problemas propostos 86

CAPÍTULO V

Triângulos quaisquer 100


5.1 — Lei dos co-senos 100
5.2 — Síntese de Clairout 101
5.3 — Lei dos senos (Lamy) 101
5.4 — Relação de Stowart 102
5.5 — Teorema de Menelaus 103
5.6 —- Teorema de Ceva 104
5.7 — Cálculo das principais cevianas
5.8 — Problemas resolvidos
Problemas propostos 119

CAPÍTULO VI
Áreas (introdução) 128
6.10 — Área do retângulo ..... 136
6.11 — Área Jo do paralelogramo.. 137
6.12 — Área do triângulo 137
6.13 — Área do losango. . . 137
6.14 Área do trapézio
_.. . — ------- 138
6.15 — Área do polígono regular. 138
6.16 - Á-eo do círculo...................... 139
6.17 — Área de um setor circular.*. 139
6.18 — Área do segmento circular 140
6.19 — Área da coroa circular .............................................................................. 140
6.20 — Área do triângulo em função dos lados 141
6.21 —- Teorema 141
6.22 — Razão entre áreas de triângulos semelhantes 142
6.23 — Razão entre áreas do triângulos que possuem um ângulo comum 143
6.24 — Problemas resolvidos 144
Problemas propostos 154

CAPÍTULO VII

O triângulo e seus círculos 172


7.1 —- O círculo inscrito 172
7.2 — Os círculos exinscrítos 173
7.3 — Relações principais.... 173
7.4 —• Cevianas isogonais... 175
7.5 — O círculo circunscrito.. 176
7.6 — Problemas resolvidos. 177
Problemas propostos 181

CAPÍTULO VIII

Os quadriláteros 187
8.1 — Quadrilátero inscritível. ... 187
8.2 — Quadrilátero circunscritível. 187
Pág.
8.3 — Relação de Euler (quadrilátero qualquer) 188
8.4 —Aplicação nos trapézios . . .. 189
8.5 —Aplicação no paralelograma 190
8.6 —•
Relações em quadriláteros inscritíveis 190
8.7 —Area do quadrilátero convexo......... 192
8.8 —Área do quadrilátero circunscritível 193
8.9 — Área do quadrilátero inscritivel 193
8.10 — Área do quadrilátero inscritivel e circunscritível 195
8.11 —• Problemas resolvidos 196
Problemas propostos 198

CAPÍTULO IX
Relações métricos no círculo. 202
9.1 — Teorema 202
9.2 — Teorema 202
9.3 — Definição 203
9.4 — Teorema 204
9.5 — Eixo radical. . .......... 206
9.6 — Centro radical 21 1
9.7 — Problemas resolvidos. 212
Problemas propostos 217

CAPÍTULO X
Polígonosregulares 224
10.1 — Definição 224
10.2 — Construção 224
10.3 — Lado e apótema 227
10.4 — Duplicação do gênero de um polígono convexo. .......................................... 228
10.5 — Cálculo dos lados dos polígonos regulares inscritos num polígono do
raio R 229
10.6 — Comprimento do círculo .................................................................................... 234
10.7 — Comprimento de um arco 237
10.8 — Cálculo de ir ....................................................................................... 237
10.9 — Problemas resolvidos ................................................ 239
Problemas propostos ............................................................................... 243

APÊNDICE

Homotetia 250
A reta de Simpson-Wallace 257
A reta de Eulor — O círculo dos nove pontos 260
Triângulos pedais 263
As simedionas 264
As fórmulas de Euler 272
Inversão 277
RESPOSTAS DOS TESTES 284
CAPÍTULO 1

DIVISÃO DE UM SEGMENTO EM UMA RAZÃO

1-1 — Dizemos que o ponto M divide interiormente o segmento AB na


razão k quando

MA 8 2
----- — = k
MB A M B

1.2 — Dizemos que o ponto N divide exteriormente o segmento AB na


razão k quando

— = k
NB N A B

onde MA, MB, NA e NB representam as medidas dos segmentos


MÃ, MB, NÃ e NB e k > 0.

Assim, em nosso curso vamos associar ao ponto P e ao segmento


__ PA
AB a razão--------
PB

Exemplos

A M B

M divide AB na razão = JL = 4
MB 2
2 A. C. MORGAOO / E. WAGNER / M. JORGE

8 4_
A divide MB na razão
AB 10 5

B divide AM na razão
BM
■ 21-5
2

1.3 — TEOREMA

Dado um segmento AB e uma razão k, existe apenas um ponto M


que divide interiormente o segmento nesta razão.

Demonstração A M M1 B

Consideremos um ponto M' que divida interiormente o segmento


na mesma razão. Temos, então,

MA M'A MA + MB M'A + M'B


MB M'B MB M'B

AB AB
MB = M'B
MB M'B

Então, M = M'.

1.4 — TEOREMA

Dado um segmento AB e uma razão k, existe apenas um ponto N


que divide exteriormente o segmento nesta razão.

Demonstração
Consideremos um ponto N' que
divida exteriormente o segmento na A B N N1
razão. Temos que

NA N'A NA - NB N'A - N'B


e
NB n'b NB N'B

AB AB
NB = NB'
NB N'B

Então, N s N'.
GEOMETRIA II 3

1.5 — OBSERVAÇÃO

Consideremos os divisões abaixo:

x 2x MA x

A M B MB 2x 2

3x 3X NA 3x
N A B NB 6x 2

Verificamos que, dado um segmento AB e uma razão k 7* 1 (7, por


exemplo), conseguimos encontrar dois pontos que dividem AB nessa razão:
um interior e outro exterior. Quando um segmento AB está dividido
por dois pontos M e N, na
mesma razão, dizemos que o
N A M B segmento AB está dividido har­
monicamente.

DIVISÃO HARMÔNICA

1.6 — DEFINIÇÃO

Dizemos que os pontos M e N dividem harmonicamente o segmento


AB quando

MA NA
MB NB
N A M B

_ MA , NA
Como -------- = k e -------- = k, os pontos M e N dividem o segmento
MB NB
AB na mesma razão (um interiormente e outro exteriormente). Estes pon­
tos chamam-se conjugados harmônicos de AB na razão k
4 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

1.7 — OBSERVAÇÃO

Quando a razão da divisão harmônica (k) é menor, maior ou igual


□ 1 (um) verificam-se facilmente as configurações abaixo.

k > 1
A M B N

N A M 0 < k < 1
B

A M B N -> CO k = 1

1.8 — PROPRIEDADE

Em uma divisão harmônica existe a relação

2
= __L_ + _L_
AB AM AN
— para k < 1
+ para k > 1

l.° caso: k > 1

Demonstração

MA NA
MB NB A M B N
AM AN
ou
AB - AM AN - AB

AM (AN - AB) = AN (AB - AM)

AM • AN - AM • AB = AN • AB - AM ■ AN
2 AM • AN = AN • AB + AM ■ AB e -r- por AM • AN • AB,

2
temos
AB
=—
AM
+—
AN
GEOMETRIA II 5

2.° caso: k < 1

Demonstração

MA NA
MB NB

AM AN
AB - AM AB + AN

AM (AB + AN) AN (AB - AM)

AM • AB + AM • AN = AN • AB - AM • AN
2 AM • AN = AN • AB - AM ■ AN e 4- por AM • AN ■ AB,

2 1 1
temos
AB AM AN

1.9 — PROPRIEDADE

Em uma divisão harmônica existe a relação


OA2 = OM • ON

sendo O ponto médio de A B.

MA NA
4-
MB NB A 0 M B N
OM — OA ON + OA
OB - OM ON - OB

substituindo OB por OA, temos


(OM + OA) (ON - OA) - (ON + OA) (OA - OM)

OM • ON - OM • OA + ON • OA - OA2 = ON ■ OA - OM ■ ON +
OA2 - OM • OA
2 OM ■ ON --- 2 OA2

I OA2 OB2 OM-ON |


6 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

1.10 — DISTÂNCIA ENTRE DIVISORES HARMÔNICOS

MB
Sejam M e N conjuga­
dos harmônicos de AB. Assim,

MA 2^-k>i.
NB A
l

M
4 B
b
f
N

oc
Consideremos AB = I e
í '“I'
- = k dados e calculemos x, que é a distância entre os divisores
MB

harmônicos de AB na razão k > 1.

MA
D ---- = k
MB

1 — a
= k
a

I
| — a = ak a —
k+ 1

2) 2^=k
NB

1+A = k
b

__ I
I + b = kb > b
k - 1

__ I___ I
Por 1) e 2), x = a 4“ b =
k+ 1
+ k - 1

2 kl
x =
k2 - 1
GEOMETRIA II 7

Por rociocínio análogo, caso considerássemos k < 1,

l
MA ^ = k<1,
N A M B MB NB
x

2 kl
chegaríamos a x =
1 - k=

1.11 —Sejam A, B, C e D pontos de uma reta.

„ BA DA CB AB
a) Se ------- — então -------- ~
BC DC CD AD

De fato, basta permutar os meios ou os extremos de uma delas.

b)
A B C D
Vimos que B e D são divisores harmônicos de AC se A e C
forem divisores harmônicos de BD e v. v.

BA ^- = k> 1.
Sejam
BC DC

CB ^L=k'<i.
CD AD

A relação entre k e k' obtém-se da seguinte forma:

1- —I- L

A B C D
X
8 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Se B e D são divisores harmônicos de AC.


então, por 1.10,

2 kl
X =
k2 - 1
(D

mas, se A e C dividem harmonicamente BD,

2 k'x
I = (2)
1 - k'2
substituindo (2) em (1),

2k 2 k' x
X =
k2 - 1 1 - k'2

(k2 - 1) (1 - k'2) = 4 kk' que, resolvida

para k e para k', fornece

k > 1
k' =
k - 1
e k =
1 + k'
k+ 1 1 - k'
O < k' < 1

1.12 — PROBLEMAS RESOLVIDOS

1. Um segmento AB é tal que 7 AB = 3 CD. Qual será sua medida

na unidade — CD?
4

Solução
3
AB = — CD.
7
GEOMETRIA II 9

Seja u = — CD ou CD = 4 u
4

3
AB — — 4 u
7

AB 12 *

u T’

12
Resposta:
v
2. Se AB = 5 CD, calcule:

3 AB 5 AB
a) b)
CD 3 CD

Solução

3 AB 3 . 5 CD
a) 15
CD CD

5 AB 5 . 5 CD
b) 25
CD CD

Respostas: a) 15

b) 25

3. Se M divide um segmento AB, de 1 8 cm, interiormente na razão

2
—, calcule MA e MB.
7

* A**. Q mcdida Jegmcnto AB no unidade u.


u
10 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Solução

MA 2
18
MB 7

x 18-oc
x 2_
A M 8 18-7 7
7x = 36 - 2x

9x = 36

x = 4 Logo,

18 - x = 14

Respostas: MA = 4 cm

MB = 14 cm

4. Calcule x para que os pontos do figura abaixo formem divisão


harmônica.

2x 2 3x
Solução N-
A M B
MA NA
MB NB

2 2x
3x 5x + 2
óx2 — lOx + 4

3x2 — 5x — 2 = 0
x = 2

1
x = Resposta: x ~ 2
3
GEOMETRIA II 11

5. Considere os pontos A, B e C sobre uma reta.

BA 3 AB CA
Se -------- = —, calcule as razões-------- e
BC 5 AC CB

Solução

„ BA 3
Se -------- = sejam AB = 3x e BC = 5x
BC T'
3x 5x
A B c

AB 3x 2
ÃC 7x 7

ca 7x 7_ 3 7_
Respostas: -- e
CB 5x 5 7 5

5
6. Os pontos M e N dividem o segmento AB de 42 cm na razão —.
2
Calcule MN.
42

Solução

A M B N
5
Como — > 1,
2

temos, por 1.10,

5
2 • ~ ■ 42
2 kl 5.42
x = = 40
21
k2 - 1
W-’ 4

Resposta: x = 40 cm
12 A. C. MORGADO/E. WAGNER/M. JORGE

Os pontos M e N dividem harmonicamente o segmento AB na


3_
razão Sabemos que os pontos A e B dividem o segmento
2 ‘
MN harmonicamente. Calcule a razão desta divisão.

Solução

MA
Temos k = 2> !.
MB NB 2

BM AM
= k' < 1.
BN AN

Por 1.11 a) e b) temos

3 _l_
k - 1 T-1 ][ 1
k' =
k+ 1 A+i J 5
2 2

Resposta: k' = ±
5

Verificação

Repare agora o leitor na divisão abaixo

12 8 40
A M B N

MA 12 2
M e N divisores
MB V 2
k =A
2
harmônicos de AB
NA 60 2
NB 40 2
GEOMETRIA I! 13

BM 8
BN 40
B e A divisores

harmônicos de MN
AM 12
AN 60

PROBLEMAS PROPOSTOS

8. Se A, B e C são pontos de uma reta (B entre A e C), sendo AC = 24 e 8A = 5BC


então BC mede:

A} 3; C) 5;

B) 4; D) 6;

E) NRA.

9. Um segmento AB é tal que 3AB = 4CD. Qual a medida de CD se tomarmos como


2
unidade — de AB?
5

3 8
A) C)
7o’; 75’;

10 J5
B) D)
3 8 ‘

E) NRA.

3
10. Um segmento AB é igual a 5 vezes um segmento CD. Quol a razão entre — AB
2
e 4CD?

15
A) 6; C)
2

3 15
B) D)
8

E) NRA.
14 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

5 2
11. Qual a razão entre — AB o — CD?
4 3

15 75
A) C) 8 '
8

25 16
B) D)
8 25 '

E) NRA.

2 4 AB
12. Sc AB =» — CD o CD = — MN, ------- é igual a:
3 5 MN

8 5
A) O
15 T
15 6_
B) D)
8

E) NRA.

13. Sejam A, B e C nesta ordem sobre uma reta tais que AB 12 e BC = 3. Seja
D conjugado harmônico de B em relação ao segmento AO. Então, BD mede:

A) 5; O 8;

B) 6; D) 12;

E) NRA.

Determine x para que os pontos abaixo formem uma divisão harmônica.

A) 1; C) 4;

B) 2; D) 8; 2x 6

E) NRA.

15. Determine x para que os pontos abaixo formem uma divisão harmônica.

A) 8; O 11;

B) 10; D) 12.

E)
x 6 X+1
GEOMETRIA II 15

16. Considerando a figura abaixo, podemos afirmar que os 4 pontos:

2 x x 3x

A) nunca formarão uma divisão harmônica;

B) sempre formarão uma divisão harmônica qualquer que seja;

O formarão uma divisão harmônica se x > 0;

D) $6 formarão divisão harmônica se x for par;

E) NRA.

Os pontos A, M, B e N do uma reta formam uma divisão harmônica de razão

MA 7
—. Sc AB = 40, MN mede:
MB 3

A) 24; O 40;

B) 38; D) 42;

E) NRA.

18. 0$ pontos A, M, B o N de uma reta formam uma divisão harmônica. Sc AB = 7

MA
o MN = 24, a razão -------- é igual
MB

_4
A) 2; C) 3 ’

3 5
B) D)
3

E} NRA.
16 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

19. Os pontos P e Q pertencem ao interior do segmento AB e estão de um mesmo

2
lado de seu ponto médio. P divide AB na razão — e Q divide AB na razão
3
3
—. Se PQ = 2 AB mede:
4

A) 50; O 70;

B) 60; D) 80;

E) 90.

20. Os pontos A, M, B e N de uma reta formam uma divisão harmônica de razão

MA NA JA
-------- = k. Se J ó o ponto médio de MN, a razão ------ vale:
MB NB JB

A) k; C) k2;

B) 2k; D) k2 - 1;

E) NRA.
CAPÍTULO 2

FEIXE DE PARALELAS

2.1 — TEOREMA

Se um feixe de paralelas determina sobre uma secante seg­


mentos de mesmo comprimento, determinará sobre qualquer
outra segmentos de mesmo comprimento.

H — r, II r2 II r, // r4

AB = BC = CD.

T — A'B' = B'C' = C'D'

D — De fato, como os triân­


gulos A'MB', B'NC' e
CZPD' são congruentes,
pois possuem um lado
de mesmo comprimento
compreendido entre
ângulos respectivamen­
te congruentes,

A'B' = B'C' = C'D'. C.Q.D.

2.2 — Um feixe de paralelas determina sobre duas secantes quaisquer


segmentos proporcionais.
18 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

A A1
l^Ü' rl

H — r, // r2 // r3 // r.
B B'
ia
AB CD
T —
A'B' C'D' Cl .C
ü—/ r3

D —

D D'

Seja u um segmento que divide exatamente ÃB e cabe m vezes


em AB. Traçando paralelas ao feixe como mostra a figura, encontra­
remos u' na outra transversal que divide exatamente A'B' e cabe m vezes
em A'B'. Podemos, então, escrever

AB = mu e CD = mu'

É claro que u não tem obrigação de dividir CD. Assim, marcando u


sucessivamente em CD, vamos supor que D esteja na n-ésima parte,
ou seja, entre o (n-l)-ésimo e n-ésimo pontos de divisão. Traçando para-
lelas ao feixe, vemos que o mesmo se verifica na outra transversal.
Podemos, então, escrever

(n-l)u < CD < nu e (n-1 )u' < C'D' < nu'

Dividindo a primeira por mu e a segunda por mu',

n— 1 CD n n— 1 C'D' n
e
m AB m m A'B' m

ou

m AB m m A'B'
e
n— 1 CD n— 1 C'D'
GEOMETRIA II 19

m m AB A'B'
se n °>, n — 1 n, e, então, ------ - = ou ainda
n— 1 n CD C'D'

AB CD
A'B' C'D'

Analogamente, podemos escrever

AB BC CD AD u
A'B' B'C' C'D' A'D' y

2.3 — OBSERVAÇÃO

As razões homólogas são iguais em secantes atravessadas por


feixe de paralelas.

H — rt II r2 // r,

T-^- A'B
AC A'C

D —

AB AC AB A'B'
De fato,
A'B' A'C' AC A'C'

2.4 — APLICAÇÃO NO TRIÂNGULO

Toda paralela a um dos lados de um triângulo determina nos outros


dois segmentos proporcionais e reciprocamente.
20 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

AD DB AB
AE Ic AC

2.5 — TEOREMA

Toda paralela a um dos lados de um triângulo determina um outro


de lados respectivamente proporcionais ao primeiro.

H — DÊ // BC

AE DE
AB AC BC
D — Considerando 2.4,
temos

AD AB
AE ÃC
AD AE
-------, mas, sendo DF // AC, temos
AB AC

AD CF DE
ou
AB CB BC

AD AE DE
ab AC BC
GEOMETRIA II 21

2.6 — TEOREMA DAS BISSETRIZES

As bissetrizes interna e externa de um triângulo dividem o lado


oposto em partes proporcionais aos lados adjacentes.

Demonstração
E
Seja AD a bissetriz interna do
/ ângulo Â.
T/
Tracemos CE paralela a AD.
Temos

■ W x = z (correspond.)
B D x = y (alt. int.)
/
y = ?.
O triângulo ACE é, portanto, isósceles.

DB AB
-------- , e como AE = AC,
DC AE

DB AB
DC AC

Consideremos a bissetriz do ângulo externo A (AD').


Tracemos CE paralela a AD'. Temos

x = z
* = y
y = £
O triângulo ACE é, por­
tanto, isósceles.

D'B AB
= -------- , e como AE — AC,
'dx AE

D'B AB
AC
22 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

2.7 — DIVISÃO HARMÔNICA PELOS PÉS DAS BISSETRIZES

As bissetrizes interna e externa que partem de um mesmo vértice


de um triângulo dividem harmonicamente o lado oposto na mesma razão
dos lados adjacentes. /
A

B □ C

AB
Seja k = -------- razão dos lados que concorrem em A. Do teorema
AC
das bissetrizes, temos

D'B
-5L = k -------- = k
DC D'C
II
v

DB D'B
DC “ "Fc
O que mostra que D e D' dividem harmonicamente o lado BC.

AB
AC

0 < k < 1
GEOMETRIA II 23

k > 1

z\
Dío

k = 1
B D C

Para os casos I e II, podemos escrever

DB c DB DC a
DC b c b b+c
Assim,
ac
DB = e
b+c

ab
DC =
b+c
24 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

e, analogamente,
ac
D'B = e
|b -c|

ab
D'C =
|b -c|

2.8 — DIVISÃO DA BISSETRIZ INTERNA, HARMONICAMENTE,


PELO INCENTRO E EXINCENTRO

No triângulo ABD, BI e Bla são


bissetrizes interna e externa de
B, dividindo AD harmonicamente.

A razão da divisão harmônica


será

BA
k = 2* ------ , mas
ID BD

ac
BA = C e BD =
b + c

Então,

k =
c b + c
k =
ac a
b-j-c

e, analogamente, para as outras


bissetrizes.
GEOMETRIA II 25

2.9 — CÍRCULO DE APOLONIUS

É o lugar geométrico dos pontos P tais que a razão PA/PB é igual


a k, sendo k constante e A e B pontos fixos.

A
X /N
/
Conhecemos os pontos M e N pertencentes ao lugar que são os
pontos quo dividem o segmento AB interio-mente e exteriormente na
razão k.

MA NA
--------- = k.
MB NB

Seja P um ponto qualquer do lugar.

PA PA MA
Como -------- = k,
PB PB MB

Logo, PM é bissetriz interna do triângulo PAB. Da mesma forma,

PA NA
pb’
NB

Portanto, PB é bissetriz externa do ângulo P do triângulo PAB.

Como PM e PN são perpendiculares e os pontos M e N são fixos,


o lugar geométrico de todos os pontos P é círculo de diâmetro MN,
sendo M e N os conjugados harmônicos do segmento AB na razão k.

2.10 — RAIO DO CÍRCULO DE APOLONIUS

O diâmetro do círculo de Apolonius é a distância entre os conju-


gados harmônicos do segmento AB de comprimento I na razão
k > 0, pí 1.

I
26 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Por 1.10 concluímos que o raio do círculo de Apolonius é dado por

kl
|k= - 1|

Em um triângulo de lados a, b e c, feríamos

I = a

c
k = Logo,

c
— • a
b_____
r =>
c2
v-'
abc
r
|b2 ~ cT

2.11 — PROBLEMAS RESOLVIDOS

21. Considere sobre uma reta quatro segmentos AB, BC, CD e DE de


comprimentos respectivamente iguais a 8, 10, 12 e 15. Consi­
dere numa outra reta os segmentos MN, NP, PQ e QR propor­
cionais aos primeiros. Se MN = 10, calcule NP, PQ e QR.
27
geometria II

Solução Al

CD DE
AB BC
NP PQ QR d
MN

10 12 15
8
X y
z 3 P
10

8 10 :>x = 12,5 z'


gj
10 X

8 12 ==> y = 15
10 y

8 15 => z = 1 8,75.
10 z
Respostas: NP = 12,5
PQ = 15
qr = 18,75.

jv- ~ "B i AB = c e
~ figura
AC = b.
No triângulo ABC da
22. MN//BC, calcule AN.
Se AM = x e i

Solução A

c b
AM = AB
'x y
AN AC
.N
M;
X c =>
"b C
y
B bx
bx Resposta: AN = ----
c
=> y =
c
28 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

23. Considere um triângulo ABC de lados AB = 12, AC = 8 e


BC = 15. As bissetrizes interna e externo de A encontram
o lado oposto em D e D'. Calcule DB, DC, D'B e D'C.

Solução

DB AB 15 - x 12
x = 6
DC AC x 8

DC = 6 e DB = 15-6 = 9.

D'B AB y + 15 12
y = 30
D7? AC y 8

D'C = 30 e D'B = 30 + 15 = 45.

Respostas: DB = 9, DC = 6
D'B = 45, D'C = 30.

CA = £
24. Em um triângulo ABC, A bissetriz externa de C
CB 4
encontra a reta suporte de AB em P (A entre P e B). A
PA ,
razao ------- e:
AB

A) 1/3
B) 3/4
C) 4/3
D) 3/1
E) 7/1
GEOMETRIA II

Solução

Pelo teorema das bissetrizes,

PB CB 4_
PA CA 3

PB - PA 4-3
PA 3

AB 1 B C
»-^=3
PA 3 AB
Resposta: D.

25. Em um triângulo ABC, as bissetrizes interna e externa de B


encontram o lado oposto em M e N. Se AC = 20, AB = ló e
AN =10, calcule CB e BN.

Solução

Como os pontos A, M, B e N
formam uma divisão har­
mônica, poderemos aplicar,
por exemplo, a relação en­
l
contrada em 1 -8— 1.° caso.

2 2 1 1
AB
=—
AM
+—
AN 16 10 ÃN

1 1 1
------- => AN = 40 BN =
AN 7 TÕ 40

40 — 16 = 24. Como MB = 6, temos

MA CA 10 20
:> CB = 12
MB CB 6 CB

Respostas: CB = 12, BN = 2
30 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

26. Em um triângulo ABC, a base BC é fixa e o ponto A percorre


uma reta r paralela a BC. Determine o lugar geométrico do
baricentro do triângulo.

Solução

A
-ih

h G
-H- s
3
B M C

____ MG 1
Porque ------- = -— , o lugar geométrico do ponto G é uma reta
MA 3 ’
h .
s paralela a r (s entre r e BC), distando — de BC.
8
27. Em um triângulo ABC, AB = 12, AC = 8 e BC = ló. O círculo
inscrito é tangente ao lado AB em J. Se JP e JQ são paralelas
a BC e AC, respectivamente, calcule o perímetro do paralelo-
gramo JPCQ. x
GEOMETRIA II 31

Solução

12 + 8 n 16
O semiperímetro do triângulo ABC é p = = 18.
2
AJ = p — a = 18—16 = 2. Seja AP = x. Como JP//BC,

2 12 _4 20
------- => x = > m — 8 — —
x 8 3 3 3

BJ = p - b = 18-8 = 10. Seja BQ = y. Como JQ//AC,

10 12 40 40
------- => y = ------- => n — 16-----------
£
y 16 3 3 3

O perímetro do paralelograma JPCQ será

20 + 8_ \ = 56
(2p)jPCQ = 2 (m + n) = 2 . 3 + 3/
3

56
Resposta:
3

28. Calcule o raio do círculo de Apolonius construído sobre o seg­

mento AB de 21 cm na razão
£
2

Solução

I = 21

k= A
2
5
2 21
kl
Por 2.10, r = = 10
|k»- 1| 25

Resposta: 10 cm
32 A. C. MORGADO / E. WAGNER ./ M. JORGE

29. Em um triângulo ABC, BC = 12 e — 2, calcule o valor

da altura relativa ao lado a, sabendo que ela é máxima.

Solução

AB
Se -------- = 2, o vértice A pertence ao círculo de Apolonius cons-
AC
truído sobre BC na razão 2. Se ha é máxima, seu valor é igual
ao raio do círculo de Apolonius.

1=12

k = 2

kl 2 ■ 12 2-12
h. = r = = 8
|k’- 1| 22 - 1 3

Resposta: ho •= 8

29-A. Em um triângulo ABC, de perímetro 30, o lado BC mede 10 e


a distância entre os pés das bissetrizes que partem de A é igual
a 24. Calcule os lados AB e AC do triângulo.
GEOMETRIA II 33

1° Solução

Calcularemos a razão da divisão harmônica k = —


b
Por 1.10,

2 kl 2 ■ k • 10
x = => 24 =
k2 - 1 k2 - 1

k = (não serve)
2
=> 6k2 - 5k - ó = 0
k=±
2

a -f- b 4~ c = 30, a = | = 10 => b + c = 20

c 2 b+c 2 20
— => b = 8
2 b 2 b 2

c 2 >c=12
2

2.° Solução

Chegaremos a idêntico resultado a partir da definição de divi­


são harmônica sem necessidade de aplicação de fórmulas.
34 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

I
10- x X 24-x
I
DB D'B 10 - X 34 — x
DC D'C X 24 - x ~

> (10 - x) (24 - x) = x (34 - x) =>

> 240 - lOx - 24x + x2 = 34x - x2 =>

x = 30 (não serve)
> x2 - 34x + 120 = 0
x = 4

Enlõo, DC = 4 e DB — 6. Como b + c — 20, temos

c 20 — 2
-------
7 4 10

— = 2 => c = 12
6

b
— = 2 :> b = 8
4

AB = 12
Resposta:
AC = ó
GEOMETRIA II 35

PROBLEMAS PROPOSTOS

30. O valor de x na figura é: r


27 X
A) 9
2
r//s
2 12
B) 8
27
S
C) 6

D) 4

E) NRA.

31. Em um triângulo ABC, de lados AB = 9, AC = 12 e BC = 15, traça-se DE para-


lolo a BC passando polo barlcentro do triângulo (D om AB e E em AC). O perí­
metro do triângulo ADE é:

A} 12 O 20

B) 18 D) 24

E) NRA.

32. Em um triângulo ABC de lados AB = 12, AC = 8 e BC = 10, o maior segmento


que a bisselriz Interna de A determina sobre BC é:

A) 4 C) 6

B) 5,5 D) 7,5

E) NRA.

ENUNCIADO RELATIVO ÀS QUESTÕES 33 E 34.

Em um triângulo ABC de lados AB = 15, AC = 6 e BC = 14, seja 1 o ponto de


concurso das blssetrizes internas AD e BE.

IA
33. A razão----- vale:
ID

2 2
A) O
3 7

3 7
B) D)
2 3

E) NRA.
36 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

IE
34. A razão ----- vale:
IB

6 1
A) C)
29 ó

29
B) D) 6
6

E) NRA.

35. Em um triângulo ABC de lados AB = 12, AC = 8 e BC = 10, a bissetriz interna


FN
de B encontra a bissetriz AN externa de A no ponto F. A razão ------- vale:
FA

3 5
A) C)
2 2

4 5
B) ~ D)
3 3

E) NRA.

AB 3
36. Em um triângulo ABC, BC = a calcule o comprimento da altura
AC 2
relativa ao lado a sabendo que ela é máxima.

5
A) ha = a C) ho = — o
4

3 5
B) ho — o D) ho ■= — a
2 3

6_
E) ha
5

AB
37. Em um triângulo ABC, BC = 16 e ha = 8, calcule a razão -------- sabendo que
AC
ela é máxima.

3
A) 2 C)
2

4
B) 3 D)
3

E) NRA.
GEOMETRIA II 37

38. O» lados do triângulo ABC medem AB ■■ 6, AC = 9 e BC 11. Sb Jéo ponto


do tangdncia do círculo exinscrito relativo ao Jado c com o lado AB »e JL é
paralelo a BC, então AL vale:

A)

BI
A
D)

J.
D)

E> NRA. -tf-


B

39. Considere em um círculo de centro O um diâmetro AB. Prolongue uma corda AP


qualquer do círculo de um comprimento PQ = AP. QO e BP cortam-se em J. Cal-
JQ
cule a razão
JO

A) 3 C} 2

3 5
B) D)
2 3

E) NRA.

40. Considero oi quadrados ABCD e ABEF da figura, Se FG = 12 e GH = 4, cal-


cule HC.

A) 9

B) 8

C) ó

D) 5

E) NRA
CAPÍTULO 3

3.1 — TRIÂNGULOS SEMELHANTES

Se dois triângulos possuem lados respectivamente proporcionais,


então são "semelhantes".

a b c
AABC AA'B'C'.
ã'~ b' 7
3.2 — TEOREMA

Dois triângulos que possuem seus ângulos respectivamente congru-


entes são semelhantes.
De fato, em 2.5 os triângulos ADE e ABC possuem mesmos ângulos
internos e mostramos que seus lados são respectivamente proporcionais.

3.3 — RECÍPROCA

Se dois triângulos são semelhantes, seus ângulos internos são res­


pectivamente congruentes.
GEOMETRIA II 39

H — AABC - ADEF

T — Â = 6
B = Ê
C = F.
c D — Seja áAMN por construção, tal que

AM = DE e MN /./ BC-

De 2.5, temos

AM AN MN
AB AC BC

Como AM = DE,

DE AN MN
(D
AB ÃE ~BC’

Mas, por hipótese,

DE DF EF
(2)
AB AC BC

Por (1) e (2), AAMN e ADEF são congruentes e

 = D, M = B = E, N = C = F

C. Q. D.
40 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

3.4 — CONCLUSÃO

Se ABC e A'B'C' são dois triângulos,

' Â = Â' '


AB AC BC
B = B' = k
A'B' A'C' B'C'
. C = C' _

k é chamado razão de semelhança dos dois triângulos.

Da relação acima conclui se que a razão entre os perímetros de


dois triângulos semelhantes é igual à razão de semelhança, ou seja,

AB + BC + AC (2p)ABC
= k => = k.
A'B' + B'C' + A'C' (2p)a’S’C'

3.5 — OBSERVAÇÕES

o) Dois triângulos de lados respectivamente paralelos ou perpen­


diculares são semelhantes.
GEOMETRIA II 41

b) Toda paralela a um dos lados de um triângulo determina um


outro semelhante ao primeiro

D E

B C
B C

DE // BC AADE ÁABC.

3.6 — CASOS CLÁSSICOS DE SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

l.° caso

Se dois ângulos de um triângulo A'B'C' são respectivomente con­


gruentes a dois ângulos de um triângulo ABC, esses triângulos são se­
melhantes.

r b = b' i r â = â'
=> âABC ÓA'B'C' a b c
= k
Lc = C'J T7 b' c'

2.° caso

Se dois lados de um triângulo A?BZC/ são respectivamente propor­


cionais a dois lados de um triângulo ABC e se forem congruentes os
ângulos formados por esses lados, os triângulos são semelhantes.
42 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

b c
r b = b' n
— = k c = c'
b' ==> AABC AA'B'C' =>
-2_ = k
LÃ = Ã'
3.° coso
Se os três lados de um triângulo K'b,C, sâo respectivamente pro­
porcionais aos três lados de um triângulo ABC, esses triângulos são
semelhantes.

a b
r â = â'-]
^- = k => AABC AA'B'C' => B = B'
az b' c' C = C'

3.7 — FEIXE DE RETAS CONCORRENTES

Um par de paralelas intercepta um feixe de concorrentes, deter-


minando segmentos proporcionais.

h'
h
A' B' yC'

A B £
GEOMETRIA II 43

Da semelhança dos triângulos OA,B/ e OAB, OB'C' e OBC temos,


por 8.5, a) e b)

OA' OB' OC'


OA "OB oc h

Verificamos também que da semelhança desses mesmos triângulos


os segmentos homólogos determinados nas paralelas são proporcionais,
ou seja,

A'B' B'C' h'


AB BC h

3.8 — POLÍGONOS SEMELHANTES

3.8.1 — Dois polígonos são semelhantes se os ângulos internos


forem ordenadamente congruentes e se os lados que
formam ângulos congruentes forem proporcionais.
44 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

r = Â'
B = B'
C = C'

P P' =>
e

AB BC CD
= k
A'B' B'C' C'D'

3.8.2 — A razão entre os perímetros de dois polígonos seme­


lhantes é igual à razão de semelhança.

Da proporcionalidade dos lados homólogos conclui-se imedia­


tamente

(2p)P
= k
(2p)P,

3.8.3 — Dois polígonos semelhantes podem ser divididos em


igual número de triângulos ordenadamente seme*
lhantes.

Nos dois polígonos tracemos todas as diagonais possíveis por


A e Az, dividindo cada polígono em n — 2 triângulos (n = gênero).
GEOMETRIA II 45

H — P P' (com as implicações de 3.8)

T — T, - V
T2- V
etc.

D — rã = Bz â = â'
=> Tt T,'=>

AB BC AC
= k = k
A'B' B'C' (2.° caso) A'C'

mas, se c = c' e a = a', então /3 = 0' e, então, temos

'0 = 0' 7=7


=> t2 T,' =>

AC CD AD
= k = k
A'C' C'D' AD'
(2° caso)

e assim sucessivamente, ficando provado o Teorema.

3.8.4 — Em quaisquer polígonos semelhantes a razão de duas


linhas homólogas é igual à razão de semelhança.

Ax Zx
B J C ~
B’

Sejam dois triângulos ABC e A'B'C' semelhantes na razão k. Sejam


J* c

J e y pontos que dividem BC e B^C' na mesma razão m. Vamos provar


que x e xz guardam mesma razão k.
46 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

A ABC
H — ------ ---- — k
A A'B'C'

JB
----- = m
JC

JBJ = m
J'C'

T - 2L = k.
x'

J'B' m + 1
D — ----- = m
JC 7c7 m

JB + JC m + 1 J'B' + J,C' m + 1
JB m J'B' m

BC m + 1 B7J m + 1
JB m J'B' m

dividindo membro o membro.

BC

_2L_=1
Tb'
BC B'C' JB -BC-=k.
ou
JB Tb7 7 b7 B'C'

Assim, os triângulos ABJ e A'B'J' são semelhantes na razão k


e, então,

2L = k.
x'
GEOMETRIA II 47

Assim, a razão de semelhança de dois triângulos é igual

— à razão entre dois lados homólogos,

— à razão entre os perímetros,

— à razão entre duas medianas homólogas,

— à razão entre duas alturas homólogas etc.

3.9 — FEIXE HARMÔNICO

3.9.1 — Se os pontos A, M, B e N formam uma divisão har-


mônica e se J é um ponto não pertencente à reta
que os contém, JA, JM, JB e JN formam um feixe
harmônico.

Notação:
J(AMBN)

3.9.2 — Teorema

Se uma reta é paralela a um dos raios de um feixe


harmônico, os outros três raios determinam segmentos
congruentes e reciprocamente.
48 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Consideremos um feixe harmônico J(AMBN) e uma reta r paralela


a JA determinando os segmentos xy e yz, que mostraremos serem con­
gruentes.

Seja PBQ paralela a r.

JA MA
A JMA A PMB ------------ = K.
PB MB

A NJA A NBQ
BQ
JA
J^=
NB
k.

Daí conclui-se que PB = BQ e que

xy = yz.
GEOMETRIA II 49

3.9.3 — Teorema

Um feixe harmônico determina em qualquer secante


quatro pontos em divisão harmônica.

Seja J(AMBN) um feixe harmônico e uma secante s que determina


os pontos A', Mz, Bz e N'.
!
Ora, se r // JA' determina xy = yz (pois J-AMBN é feixe harmô­
nico), então J(A,M'B,N/) é um feixe harmônico, sendo M' e bl' conju­
gados harmônicos de A'B'.
-
3.10 — RETAS ANTIPARALELAS

3.10.1 — Seja um ângulo xOy. Se duas retas r e s são tais


que o ângulo que r forma com Ox é o mesmo ân­
gulo que s forma com Oy, as retas r e s são anti-
paralelas.
50 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

r
X

3.10.2 — Retas antiparalelas formam triângulos semelhantes.

Porque os triângulos ABC e ADE possuem ângulos internos con-


gruentes, temos

AD AE DE
e AD • AC = AE • AB
ãb' AC BC

I II
GEOMETRIA li 51

3.10.3 — Retas antiparalelas formam quadrilátero ínscritível.

B = a
6 = 1 80° - a =>
=> B + D = 1 80°
BCDE é ínscritível.

3.10.4 — Caso Particular

Se as retas r e s da figura são antiparalelas em


relação a O, a relação 3.10.2 — II transforma-se em

OA2 = OB ■ OB'
52 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

3.10.5 — Se r e s são antiparalelas em relação a O, as bis-


setrizes de O e de (r, s) são perpendiculares.

De fato, M = a + O (externo A OMC)

N = a+ O (externo A ONA)

Como M = N, o triângulo JMN é isósceles, sendo a bissetriz de J


perpendicular à base MN. Assim,

Ox _L Jy C. Q. D.

3.11 — PROBLEMAS RESOLVIDOS

41. Os lados de um triângulo ABC são AB = 12, AC = 16 e


BC = 24. Seja M do lado AB tal que MA = 3 MB. Traçando
MN paralela a BC/ calcule o perímetro do triângulo AMN.
GEOMETRIA II 53

Solução

B 24
MA + MB = 12, MA = 3 MB

4 MB = 12, MB = 3, MA = 9.

A AMN A ABC.

o ~ t
Razao de semelhança
ii i AM
k = --------
9 2
AB 12 7
(2p)AMN 2
(2p)*BC 4

(3 p) AmN____ 3
12 + 16 + 24 4

(2plAMN 2
52 4

(2p)*mn — 39

Resposta: 39.
54 A. C. MORGADO/E. WAGNER/M. JORGE

42. Considere o triângulo ABC, de lados a, b e c, e seu baricentro G.


Traçam-se GE e GF paralelas a AB e AC respectivamente. Cal­
cule os lados do triângulo GEF.

Solução

A GEF A ABC

, GM
k = --------
AM 3

Então, o

EF = —, GF = — e GE = —
3 3 3

Resposta:
a 2 c
e —
3'' 3 3

43. Em um triângulo ABC, considere as alturas BH2 e CH2.


Se AB = 8, AC = 12 e AH2 = 2, calcule AH3.

Solução

AAHjHj AABC

AH2 AH,
AB AC

2
8

x = 3
Resposta: 3.
GEOMETRIA II 55

44. Calcule x na figura

So/ução

a AED A ACB

AD DE
AB BC

10 X
x = 5,625
16 9

Resposta: x = 5,625.

45. Na figura abaixo, ADEF é um losango, AB =12 e AC = 6.


Calcule o lado desse losango.

So/ução

a BDE a BAC

a 12 - a
7 12

12a = 6(12 - a)

a = 4

Resposta: 4.
56 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

46. Em um trapézio de bases AB e CD, traça-se por B uma paralela


à diagonal AC que encontra o prolongamento de AD em E.
Sendo P o ponto de concurso dos lados AD e BC, prove que
PA é média geométrica entre PD e PE.

Solução

PD PC
APDC APAB =>
PA PB
PD PA
■■> PA2 —PD • PE.
PA PE
APEB => ~^- = PC
APAC
PE PB

47. Em um triângulo ABC, toma-se um ponto M qualquer de AC.

Traçam-se MN paralela a AB e NP paralela a AC. Prove que

_AP AM
-------- = 1.
Tb AC
GEOMETRIA It

Solução

A CMN A CAB

MN MC

AP AC - AM
>---- -
AB ÃC

AP AC AM AP AM
4" = 1.
AB AC AC AB AC

40. Em um trapézio de bases AB = b e CD = b', considere um

s. , , , — , MA
ponto
f-- ■- M do
-- lado AD tal que ------- = k. Calcule o compri-
MD
mento do segmento MN paralelo às bases do trapézio.

D b1 c
I
Solução I
I
I
D M
b’ y
J|“

X
I
-i—
A L B
M
kx -H b-b'

MA DM x 1 CJ
A MD 7 DA u+kx k+1 CL
58 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Seja MN = b' + y

A CJN ~A CLB

y CJI 1 b-b'
- = -------- => y =
b-b' CL k+1 k+1
b-b'
MN = b' +
k+J
b'k + b' + b - b' b + b'k
MN =
k+í k+1
b + b'k
Resposta:
k + 1

49. No figura, r e s são tangentes em A e 8 ao círculo. Por um ponto


P do maior arco AB, traçom-se Px, Py e Pz perpendiculares a AB,
r e s, respectivamente. Se Py = 4 e Pz = 9, calcule Px.
GEOMETRIA II 59

Solução

YÂP = XBP= -^í- > A YAP A XBP => — = — (1)


2 x b

BP X
XÂP = ZBP = => A XAP A ZBP => — = (2)
2 b z
Por (1) e (2),

X. = ± ■■> x2 =
yz- Como y = 4 e z = 9,
x z
x2 = 4 • 9 = 36

x = 6
Resposta: 6

50. Na figura abaixo, PP^ = P,P2 = b. Calcule o limite da


soma

R,

P7

Solução

A PP(P2 A P^P, A P2P3P< A P3P4P5

Então,

a b P8P,
Kp? P3P4
60 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

b2 b3 bn
e P,P3 = —, PSP< = Ar' • ...z PnPn+i = -~v
a a~ a

A soma dos segmentos será

2
b2 b3
a+b+— +—
a2
a 1+-U (7) + ....
a a

P.G.

1 a2
a • --------------
a — b
i-A
a

a2
Resposta:
a — b

PROBLEMAS PROPOSTOS

51. No figura abaixo, AD «= 20, DB = 5, AC = 30 e BC = 45. Se DE é paralelo


a BC, calcule o perímetro do trapézio BC DE.

A) 80

B) 86

C) 90

D) 92

E) NRA.
GEOMETRIA II 61

BD
52. Na figura abaixo, BC = 32,------ = y . DE//BC, DF/,'AC o EG//AB. Então, FG
BA
mede:

A) 8

B) 16

C) 24

D) 30

E) NRA.

1
53. Na figura abaixo, AD — AB, DE//BC, EF//AB, FG//ÃC <s GH//BG Então,
4

EH
------- vale:
AC

1_
A)
2
A
1
B)
3

1
C)
4

2
D)
3

3
E)
4

54. Na figuro, coda lado do triângulo ABC estó dividido em três segmentos congru­
entes. Considere a ceviana AJ que passo pelo ponto de concurso de DE e FH.
62 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Se FJ = BC mede:
A

A) 3x

B) 4x

C) 6x
■■
D) 9x B F J C
X
E) NRA.

55. Dado um triângulo de perímetro P, unindo-se os pontos médios de seus lados for­
ma-se um triângulo, unindo-se os pontos médios desse segundo triângulo forma-se
um terceiro e assim por diante, indefinidamente. A soma dos perímetros de todos
os triângulos

A) é infinita

B) é igual a P

C) é igual a 2P

D) é superior a 2P mas finita

E) NRA.

56. Um trapézio tem bases de comprimentos 8 e 4 e altura 9. A que distância da


base maior cortam-se os diagonais?

A) 4,5

B} 5

O 6

D) 6,5

E) NRA.
GEOMETRIA II 63

O comprimento do lado do quadrado inscrito em um triângulo de base 12 e ohu-


ra 8 é: - —

A) 4

B) 4,2 CD

C) 4,5

D) 4,8

E) 5
12

58. Calcule na figura

A) 20

B) 24

C) 28

D) 30

E) 32

59. Um retângulo cuja base é o dobro da altura está inscrito em um triângulo de base
12 c altura 9. O perímetro desse retângulo é-

A) 3,6

B) 14,4

O 18,8

D) 21,6

E) NR A.

12
64 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

60. Por um ponto P da base BC de um triângulo ABC traçamos PQ e PR paralelos a


AB e AC, respectivamente. Se AB = 8, AC = 12, BC = 10 e BP = 2, o perí­
metro do paralelograma AQPR é:

88
A)
5

76
B)
5

64
O
5

44
D)
5

E) NR A.

B P C
61. Por um ponto P da base BC de um triângulo ABC traçamos PQ e PR paralelos a
AB e AC, respectivamente. Se AR = 4, RB = 1 e QC = 6, então AQ mede:

3
A) 1 C)
2

6 8
B) D)
5 5

E) NRA.

62. Num retângulo ABCD de lados AB = 15 o BC “ 9 traçam-se a diagonal BD e


o segmento CM (M, médio de AB) que se cortam cm P. Por P traçam-se as per-
pendiculares PR e PS aos lados AB e BC. O perímetro do retângulo PRBS é:

A) 12 O 16

B) 15 D) 1 8

E) 20
GEOMETRIA II 65

MA 1 -----
63. Na figura abaixo, ABCD é um trapézio, AB = 22, CD 13,------- — e MN
MD 2
é paralelo a AB. O comprimento do segmento MN é:

D C

a) 16

B) 17

O 18
M N
D) 19

E) 20

~ff~
A B

64. Em um triângulo ABC retângulo em A in$creve-$e um retângulo MNPQ (mN sobre


BC). Sendo BC = 20, BM ~ 4 c NC - 9, o perímetro do retângulo é:
A
A) 18

B) 20

C) 24 Q; P

D) 26

E) 30

B M N

65. Inscreve-se um quadrado em um triângulo retângulo ABC como mostro a figura


Se os catctos do triângulo retângulo medem 12 c 24, o lado do quadrado mede

A)

B)

C)

D) 9,25

E) NRA.
66 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

66. Um trapézio ABCD possui bases AB = a e CD = b. Pelo ponto de concurso das


diagonais traça-se uma reta paralela às bases. Calcule o segmento desta pa-
ralela limitado pelos lados não paralelos;

ab ab
A) C)
a 4" b 2 (a + b)

2ab a (a — b)
B) D)
a 4" b (a 4" b)

E) NRA.

67. Considere os quadrados da figura de lados a e b (a > b). Então, x vale:

a X

b2
A)
a — b

a2
B)
a — b

ab
c)
a

ab
D)
a — b

E) NRA.
GEOMETRIA II 67

68. Considere os quadrados da figura. Calcule x.

A) 2

B) 3

C) 4

D) 4,5

E) NRA.

9 6 X

I
69. O perímetro do triângulo ABC da figura é BO, sendo BC = 9 e DE paralela a
BC, tangente ao círculo inscrito. Então, DE mede:

A) 3
A
16
B)
5

18
Cl
5

D) 4

E) NRA.
B C
70. Na figura, P e Q são os pontos de langência dos círculos ex-inscrito e inscrito com
o lado AC do triângulo ABC e PJ e QL são paralelos a AB. Se AB = 12,
AC = 8 e BC ■ 10, o perímetro do trapéxio PQU vale:

A) 15 C) 16

31 33
B) D)
2 2

E) NRA.
68 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

71. Os trapézios da figura são semelhantes. Então, x vale:

A) 40

B) 41
X
7^
C) 42

D) 38

E) NR A.

50

ENUNCIADO REFERENTE AS QUESTÕES 72 o 73.


Na figura ao lado, temos

P[P2 // P3P4 // PiPc // ■ ■ • P2n-1 P2n// . . .

P2P3 // PiPs // • • P2r> P2n + 1 // . .

plp2 - a

P5Pt = >>
GEOMETRIA I! 69

72. P3P4 e igual a:

D) 2\/ab

73. O limite da soma P[?2 4" P3P4 4“ P&Pfi 4" • • • «:

a (b 4“ \/ab)
A) a 4" \/ãb C)
a — b

b (a 4* V ab)
B) b + \/ab D)
a — b

a (a 4“ \/ab)
E)
a — b
70 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

74. Num círculo de raio igual a 12 está inscrito um triângulo ABC cujos lados AB e
AC medem 8 e 9, respecfivamente. A altura relativa ao lado BC é igual

A) 3 O 6

B) 4 D) 8

E) NRA.

75. No quadrilátero ABCD, B — D = 90”. Traçamos por C paralelas CE e CF ao.


lados AB e AD, respectivamente. Se AF = 8, FB = 3, AE = 4 e ED = 6, a dia­
gonal AC mede:

A) 8 c) 10V2
B) 8\/2 D) 12V2
E) NRA.

76. Considerando a figura abaixo, a soma dos diâmetros de todos os círculos é:

A]

B)
GEOMETRIA II 71

77. Calculo x na figura

-i-
I
X
L
A) 6

B) 8

C) 9

D) 10 12
E) NRA.

18

78. um trapézio retângulo tem diagonais perpendiculares e bases iguais,


Se um a sua
altura é igual a:

A) 18 C) 20

B) 19.5 D) não se pode calcular

E) NRA.

79. Em um triângulo ABC, a bissetriz interna de A encontra BC em D e o circulo cir-


cunscrito em E. Sc AB = 8, AC = 6 e DE = 3, calcule o comprimento da bisse-
triz AD.

A) 9 C) 12

B) 10 D) 13

E) NRA.

80. Os pontos E e D pertencem aos lados AB e BC de um triângulo ABC e sâo tais

AE 1 CD 1
que e------- — . Sendo F o ponto de concurso de AD e CE, então
EB 3 DB 2

EF AF
----- F - é igual a:
FC FD
72 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

4
A)
5

£
B)
4

3
C)
2

D) 2

5
E)
2
CAPÍTULO 4

TRIÂNGULOS RETÂNGULOS

4.1 — RELAÇÕES MEDRICAS A

Seja ABC um triângulo re­


tângulo em A e seja AH a altura
relativa à hipotenusa.
Fazendo CAH = x e BAH = y,
verificamos imediatamente que
B = x e C = y. Portanto, os tri­
ângulos retângulos HAC, HBA e ABC são semelhantes, como mostra a
figura abaixo. a

A
A
a -> hipotenusa
b, c -> ca tetos
h altura
h h
m, n -» projeções dos
catetos sobre
a hipotenusa.
74 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Temos, então,

b h m
AHAC AABC
a c b

bc ah

b2 = am II

c h_ n
AHBA AABC —:
a b c

c2 = an III

b h m
AHAC AHBA
c h h

h2 = mn IV

A partir destas, conseguimos ainda duas outras relações impor­


tantes.

a) Teorema de Pitágoras

Somando membro a membro II e III, temos

b2 + c2 = am + an

b2 + c2 = a(m + n), mas m + n — a

V
GEOMETRIA II 75

b) De I, lemos bc = ah

b*c2 = o2h2

1 a2
h2 b2 • c2

1 = c b2
h2 b2c2'
+ b2c2

=> 1 = _L + _L VI
h2 b2 c2

concluímos, portanto, que em um triângulo retângulo,

a) cada cateto é média geométrica entre a hipotenusa e sua pro-


jeçâo sobre ela;

b) a altura relativa à hipotenusa é média geométrica entre as


projeções dos catetos sobre a hipotenusa;

c) o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados


dos catetos;

d) o produto dos catetos é igual ao produto da hipotenusa pela


altura;

e) o inverso do quadrado da altura é igual à soma dos inversos


dos quadrados dos catetos.

4.2 — TRIÂNGULOS RETÂNGULOS COM LADOS EM PROGRES­


SÃO ARITMÉTICA

Sejam x — R • x • x + R, R > 0 lados de um triângulo


7b A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

retângulo. Então, por 4 • 1 — V,

(x 4- R)2 = (x - R)2 4- x2

X2 + 2xR + R2 X2 - 2xR + R2 + X2

4xR = x2 como x 0,

x = 4R.

Os Iodos do triângulo retângulo são, portanto.

3R, 4R e 5R.

4.3 — TRAPÉZIO ISÓSCELES CIRCUNSCRITÍVEL

A altura de um trapézio isósceles circunscritível pode ser calculada


em função das bases do trapézio.
Porque o trapézio é
circunscritível,
b'
2a = b 4* bz.

b + bz
ou a
2
E também
2x = b - b'

jj.
b — bz
ou X
2
Temos, então,

2
b 4- bz b - bzy
4- h2 =>
2 , 2 7
4bbz = 4h2 ou

h — \/b bz. I
GEOMETRIA II 77

4.4 — TANGENTE COMUM A CÍRCULOS TANGENTES

Se dois círculos

são tangentes exte­

riormente, o segmen­
to da tangente co­

mum externa pode


ser calculado em fun-

çõo dos raios.

Sejam A e B centros de dois círculos tangentes exteriormente de


raios R e r e BC paralelo a Tf; mosfra a figura.
TTZ, como mostra

Temos TT' = t

AB = R + r

AC = R - r

BC = t.

Do triângulo ABC, retângulo em C, vem

(R + r)2 + (R - r)2 + t2
4Rr = t2

t = 2VRr.

4.5 — PROBLEMAS RESOLVIDOS

81. Calcule a altura do triângulo eqüilátero de lado a.


A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

So/uçõo

A relação de Pitágoras fornece

a2 ou

h2 = a2-^- 3a2

4 4

ay 3
h =
2

V_3
Resposta: h = °
2

82. Em um círculo de raio 13, considere uma tangente t e uma corda


AB paralela a t, distando 8 dessa tangente. Calcule o compri-
mento da corda.

So/uçõo

B
■H
Consideremos o diâmetro CD perpendicular a ÃB e o triângulo

ACD, retângulo em A. Seja x = ~ •


GEOMETRIA II 79

Aplicando a relação IV, temos


X* = 8 • 18

x2 = 144

x = 12 => AB = 24.

Resposta: 24

83. Seja ABC um triângulo isósceles de base BC = 1 2 circunscrito


a um círculo de raio igual a 3. Uma paralela à base BC tan­
gente ao círculo determina nos lados congruentes os pontos D
e E. Calcule DE.

D.

B
4
7.tt Solução

Porque C + Ê = 1 80°, S + Â = 90o, sendo a


triângulo OCE
2 2
80 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

retângulo em O. Como OF é altura relativa à hipotenusa e como


CJ = CF = 6 e EF = EL = x, a relação IV fornece

32 = 6 • x > x = — ==> DE = 3.
2

2.“ Solução

Como BCED é um trapézio isósceles circunscritível, por 4.3 temos

BC = b = 12 h = -\/bb'

DE = b'

JL = h = 6 62 = 12 • b' =>

=> b' = 3.

Resposta: 3

84. Em um triângulo ABC, as medianas que partem de A e de B são


perpendiculares. Se BC = 8 e AC = 6, calcule AB.

Solução

4a2 + b! = 9

4b2 + a2 = 16. Somando

5a2 + 5b2 + 25 =:
GEOMETRIA II 81

Então, 4a2 + 4b2 = 20 =>

=> AB2 = 20 => AB = 2y/~5

Resposta: 2y/5

85. É dado um quadrado ABCD de lado 8. Traça-se um círculo tan-


gente ao lado BC passando por A e D. Calcule o raio desse
círculo.

Solução

r2 = 42 + (8 - r)2
r2 — 16 + 64 + r2 - 16r

lór = 50

r = 5

Resposta: r = 5

86. Calcule a hipotenusa de um triângulo retângulo sabendo que um


dos catetos mede 3 e que a bissetriz do ângulo reto mede y/l.

Solução
Vã /
/X
z /

b

zZi
X = 1.

a
82 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

2 1b => b = 2
3 2

•■-3-+ (!)’- 45 3
9+—= 5
4 4 2

Resposta:
2 5
2

87. Calcule o lado a de um triângulo sabendo que os lados b e c


medem respectivamente 5 e 7 e que a projeção de b sobre c
mede 3,

Solução
l.“ hipótese: A < 90°

52 = 3* + h2 => h = 4
a2 = 42+42 = 2 • 42=>
a — 4y/2 .

2.a hipótese: Â > 90°


a
52 = 32 + h2 => h = 4
1 a2 = 42+ 102 = 1 16=>
=> a = 2v/29.

Resposta: 4-\/2 ou 2a/29.

88. / traçam-se a altura AH e os


Num triângulo ABC, retângulo em A,
segmentos HE e HF perpendicularess a AB e AC, respectivamente.

Se BE = p e CF = q, prove que

"V^p2 + X/q2 = X''a2


GEOMETRIA II 83

Solução

abeh abac —> n = 2_


a c

2
mas c = an ou n — ----- Logo,
a

c2
o
— => c3 = a2p > C6 = a4p2 (D
a c

m q
ACHF ACBA =>
a b
b2
mas b2 = am ou m — Logo,
a

b2

—— — — ==> b3 = a2q => b° = a4q2 (2)


a b

Como b2 + c2 = a2, temos

y/a4p2 4- a4q2 = V/a® =>


=> 4-
C.Q.D.
84 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

89. As bases de um trapézio medem 17 e 6. Os lados não para-


lelos medem 5 e 4\/~5 . Calcule a altura desse trapézio.

Solução
6

5, h h 475

x 6
-4
17

x + y + 6 = 17 x + y = 11

25 = h2 + x2

80 = h2 + y2.

Subtraindo,

55 = (y2 — x2) - (y + x) (y — x)

55 = 1 1 (y — x) => y — x = 5

y + x = 11
x = 3, y = 8
y - x = 5

h2 = 52 - 32 = 25 - 9 = 1 ó => h = 4

h2 = (4\/5)2 - 82 = 80 - 64 = 16 => h = 4

Resposta: 4.
GEOMETRIA II 85

90. Se a, b, c e d são lados de um quadrilátero de diagonais per­


pendiculares, prove que

Solução

o2 = p2 + q2
c2 = m2 + n2

d2

o2 + c2 = p2 + q2 + m2 + n2

b2
86 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

PROBLEMAS PROPOSTOS

91. Os lados de um triângulo retângulo estão em progressão geométrica. A razão


desta progressão és

1 4- V5
C)
2

/i+a/s
B) i D)
Vf 2
E) NRA.

92. Os catetos de um triângulo retângulo medem 1 5 e 20. A altura relativa à hipo­


tenusa mede:

A) 8 O 12

B) 10 D) 15

E) NRA.

93. Os catetos de um triângulo retângulo medem 3 e 6. A razão entre as projeções


desses catetos sobre a hipotenusa é:

1 2
A) C)
2 3

B)
2 D)
1
3 4

E) NRA.

94. Em um triângulo retângulo, a hipotenusa mede 10 e a altura a ela relativa mede


3. O menor cateto desse triângulo mede:

A) 2-^5 C) 3V2-
B) 2VT D) \AÕ
E) NRA.

95. Considere um triângulo eqüilátero ABC de lado 12, uma altura AH o o ponto M,
médio dessa altura. O segmento BM mede:

A) a/18 C) 6

B) \/28

E) V98
GEOMETRIA II 87

96. Considere um ponto P no interior de um quadrado de lado a, de forma que tenha


mesma distância a dois vértices consecutivos e ao lado oposto a esses vértices.
Se d é a distância comum, então d vale:

3a 3a
A) O
5 8

5a aV2
B) D)
8 2

E)
2

97. Calcule o perímetro do trapézio do figura

A) 120

B) 132

O 138

D) 145

E) NRA.

50
98. Calcule a hipotenuso do triângulo retângulo sendo h = 9 e n = 12.

A) 16

B) 18

C) 1 8,5

D) 20

E) NRA.

99. Em um triângulo retângulo, as projeções dos catetos sobre a hipotenusa medem


18 e 32. O perímetro desse triângulo é igual a:

A) 120 O 132

B) 125 D) 150

E) NRA.
88 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

100. Em um trapézio isósceles de bases 5 e 3, a altura é igual a 2. Os lados con­


gruentes do trapézio medem:

5
A)
2

B) 3

E) NRA.

101. As bases de um trapézio circunscrito um círculo medem 9 e 6. Cada um dos


outros dois lados do trapézio mede:

A) 4,5 C) 7.5
B) 6 D) 8

E) NRA. (EPUSP —■ 66)

102. Em um trapézio retângulo de Lases 1 e 3, a altura é igual a \/3 . Então assi-


nale a afirmativa falsa:

A) o lado oblíquo às bases mede \/7

B) a menor diagonal mede 2

C) a maior diagonal mede 2\/3

D) uma das diagonais é perpendicular ao lado oblíquo às bases

E) uma das anteriores é falsa.

103. O raio do círculo inscrito em um triângulo equilátero do lado igual a 6\/3 mede:

A) V3 C) Vi
bi 2yT 0) 3

E) NRA.

104. Um trapézio Isósceles é circunscrito um círculo. Se seu perímetro é 36 e uma


base é o quíntuplo da outra, a altura desse trapézio mede:

A) 6 C) 3Vs

BI Dl 2a/2

E) NRA.
GEOMETRIA II 89

105. Num triângulo retângulo de catetos b c c c hipotenusa a está inscrito um círculo.


O raio desse círculo é:

b +c— a C) \/a2 - b2
A)
2

2 (a -|- b + d o 4~ b 4~ c
B) D)
3 2

E) NRA. (FEIUC — 67)

106. Dois círculos de raios 9 e 4 são tangentes exteriormente. O comprimento do seg­


mento da tangente comum externa mede:

A) 6 O 9

B) 8 D) 10

E) 12

107. A distância entre os centros de dois círculos é 37. Sc os raios desses círculos mo-
dem 20 e 8, o segmento da tangente comum externa mede:

A) 30 C) 33

B) 32 D) 34

E) 35

108. A distância entre os centros de dois círculos c 53. Se os raios desses círculos me-
dem 20 o 8, o segmento da tangente comum interna vale:

A) 45 C) 48

B) 46 D) 50

E) 52

109. Considere um triângulo ABC de catetos AB = 5a e AC = 4a. Pelo ponto M,


médio do AC, trace MN perpendicular a AC- Se N é exterior ao triângulo e se
MN = a, BN mede:

A) 7a C) 5ax/2

15a
B) a\/40 D)
2

E) NRA.
90 a. c. mOrgado/e. wagner ,'m. jorge

110. Calcule x na figuro 8

A) 4

B) 4,5

C) 5
10
D) 6

E) NRA.
00+2

111. O perímetro de um triângulo retângulo é 12 e a altura relativa à hipotenusa


mede 2. A hipotenusa desse triângulo mede:

A) 5 C) 6

36 41
8) D)
7 8
E) NRA.

1 12. O raio do círculo inscrito em um losango de diagonais 2 e 4 mede:

2 2yT
A) O
5 5

B)
vi D)
3V5
5 5

E) NRA.

113. Um trapézio retângulo de bases a e b possui diagonais perpendiculares. A altura


desse trapézio mede:

ab
A) C) -x/õb
a+b

a+b
B) D) não pode ser calculada
2

E) NRA.
GEOMETRIA II 91

114. Considere um quadrado Q de lado a e cinco círculos de mesmo raio r, interiores


a Q, dos quais um é concêntrico com Q e tangente exteriormente aos quatro outros,
c cada um destes tangencia dois lados consecutivos de Q. Então, r é igual

a (2 - x/2 )
A) C)
3 2

a (a/3~ - \/2 ) a
B) O)
8 5

E) nada disso. (CICE — 70)

ENUNCIADO RELATIVO ÀS QUESTÕES 115 E 115

As retas r e $ são perpendiculares a t, como mostra a figura. Sabe-se que


AB = 2a, BC = 3a e que AC é perpendicular a BD-

AD mede:

A) a

B) 2a

3
C)
2

4
D) — a
3

E) NRA.

116. DC mede:

5
A) — a C) 2o\/7
2

B) 3a D) \/61

E) NRA.
92 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

O raio do círculo inscrito em um setor circular de raio r e ângulo de 60° é:

A) O
2 4

B) D)
3 5

E) NRA. (EPUSP — 67)

118. P é um ponto interior a um retângulo ABCD e tal quo PA = 3 PB = 4 e PC = 5.


Então, PD mede:

A) 2y/3 C) 3\/3

B) 3\/2 D) 4V2

E) 2.

119. É dodo um triângulo


- ABC retângulo
- de hipotenusa
. 1 o e cotetos b e c. (b < c).
Pelo ponto M, médio da hipotenusa BC» traça-se MN perpendicular a BC (N £ AC)«
O círculo circunscrito ao quadrilátero CAMN tem raio igual ai

a2 a2
A) O
2c 4c

a2 _a2
B) D)
ab 4b

E) NRA.

120. Sejam b e c catetos e h a altura relativa à hipotenusa de um triângulo retângulo.


Podemos, então, afirmar que a equação

2,2
2 2 1
— x2-------x H------- = 0
b h

A) tem sempre raízes reais

B) tem sempre raízes imaginárias

C) tem sempre raízes cuja soma dos quadrados é 4a2

D) só terá raízes reais se h2 > bc

E) nada se pode afirmar.


GEOMETRIA II 93

121. Considere um semicírculo de centro O, diâmetro AB e raio R. Construa interior­


mente a esse semicírculo dois outros de diâmetros AO e OB e um círculo tangente
interiormente ao primeiro e exteriormente ao segundo e terceiro semicírculos. O
raio deste círculo é:

R R
A) O
2 4

R 2R
B) D)
3 5

E) NRA.

122. São dados dois círculos tangentes exteriormente de mesmo raio R. Calcule o raio
do círculo tangente 00$ dois primeiros e a tangente comum externa.

R
A)
2

R
B)
3

R
C)
4
<?>
R
0)
5

E) NRA.

123. As bases de um trapéxio retângulo circunscritível a um círculo medem 15 e 10.


Sua altura medei

A) 10 C) 8V2
B) 12 0) 5^5
E) NRA.

124. Calcule o raio do círculo inscrito em um triângulo cujos lados medem 5, 5 o 6.

3
A) 1 O
2

3
B) D) 2
4

E) NRA.
94 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

125. Seja ABCD um quadrado de lado a, como mostra a figura. Por A e C traçam-se

AJ c CL paralelos. Se a distância entre essas paralelas é —, calcule DJ = BL — x.


5

D____________J C

3
3a
A)
4

3a
B)
5
a
4a
c)
5

a'1/'5
D)
5
AL B
E) NRA. X

126. Calculo x na figura

A) 5

B) V7
C) 3^3

D) Viõ
E) NRA

127. Calcule a hipotenusa de um triângulo retângulo sabendo que um catelo é igual a


ó c que a projeção do outro sobre a hipotenusa é igual a 5.

A) 6\/3 C) 8

28
B) 4\/2 D)
3

E) 9.
GEO/AETRIA II 95

128. Em um círculo de raio 6 está inscrito um triângulo ABC onde A = 45°. Então,

A) AB = AC C) BC = ó\/2

B) BC = 6 D) BC = 3\/2

E) NR A.

129. Dois círculos de raios R e 4R são tangentes exteriormente e tangentes a uma reta
nos pontos A e B. Então, AB vale:

A) 2R

7
B) — R
2

10
O ------- R
3
4R
D) 4R
R
E) 5R.
B

130. Calcule x na figura sabendo diâmetro e t é tangente cm B no cír*


culo.

A)

B)

O
D) 18

E) NRA.
96 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

131. Dois círculos de raios 8 e 10 são ortogonais. O comprimento da corda comum é:

3
A} a/10 c) — vTõ
2

4 5
B) — VlO d) — VTõ
3 3

E) NRA.

132. Pelo vértice A de um quadrado ABCD traça-se uma secante que encontra CD em
E e o prolongamento de BC em F.
F. Se AE = 3 e EF = 1, o lado do quadrado
mede:

9_
A)
5

10
B)
3

9
C)
2

15
D)
7
B F
J2
e)
5

133. Calcule a altura de um trapézio isósceles do bases iguais a 10 e 6 sabendo que


as diagonais são perpendiculares aos lados oblíquos às bases

A) 3 C) 5

B) 4

E) NRA.

134. Uma corda de um círculo corta um de seus diâmetros segundo um ângulo de 45°.
A corda fica então dividida em dois segmentos que medem 1 2 e ó. O raio desse
círculo mede:
GEOMETRIA II 97

Al 2\/10

B) 3->/10

C) 6y/s
D) 10

El NRA.

135. A base maior e um dos lados congruentes de um trapézio isósceles circunscritível


medem respectivamente 16 o 10. A altura desse trapézio é igual a:

A) 4 C) 8 E) NRA.

B) 6 D) 9

136. Considere a figura que consiste cmi um segmento AB de comprimento a e dois


< centros respectivamente em B e A.
arcos circulares AC e BC de raio o e O raio
do círculo inscrito nessa figura, tangente ao segmento AB o aos arcos AC e BC, é:

3a
Al C-v/2 — 1> o C)
8

\/2 2a
B) -------- a D)
4 5
E) NRA. (CICE — 70)

137. ABCD é um trapézio, CD = 25 e AD = 15


98 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Então,

A) AC = BD = 24

B) sua altura vale 10

C) ABCD é circunscritível

D) AB = 7

E) NRA. (TESTE VETOR — 72)

138. Na figura abaixo, ABCD é um quadrado, Calcule seu lado sabendo que M é
ponto médio de AB, CP perpendicular a MÕ e MP = 3.

A D

A) 5
M
B) ^7

O 2>/5

D) indeterminado

E) NRA.
8 C

(V.l. DEZ 71)

139. O raio do círculo circunscrito a um triângulo isósceles de base 6 e altura 9 é:

A) 4 O 6

B) 5 D) 6,5

E) NRA.
GEOMETRIA II 99

140. Dois círculo» de raios 4 e 1 são tangentes exteriormente, como mostra a figura.
Calcule o raio do circulo tangente a estos círculos e a tangente comum externa.

A)

8)

C)

D)

E)
CAPÍTULO 5

TRIÂNGULOS QUAISQUER

5.1 — LEI DOS CO-SENOS

Em um triângulo, o quadrado de um lado é igual à soma dos qua­


drados dos outros dois menos o duplo produto destes dois Iodos pelo
co-seno do ângulo formado.
B
4^
Demonstração i
i
i p
o,
Seja ABC um triângulo
lados BC = a, AC = b e AB = C.
de
lh
i
Consideremos ainda a altura i
BH = h e a projeção AH = x do
u_
A H C
lado AB sobre o lado AC. x

Temos, entoo.
b
4
ABHC a2 = h2 + (b - x)2
ABHA h2 = c2 - x2
as = cs - x2 + (b - x)2 =>

o2 = c2 - x2 + b2 + x2 - 2bx

o2 = b2 + c2 - 2bx (D
~ X
ABHC cos A — —
c

x = c • cos A-
GEOMETRIA II 101

Substituindo 8 em (1), teremos

az = b2 + c2 - 2bc • cos A
Analogamente,
b2 a2 c2 — 2ac • cos B
e
c2 = a2 4~ b2 — 2ab • cos C

O leitor deve notar que não há alteração alguma se A > 90°, pois

a2 = b2 4- c2 + 2bx (2)

mas — = cos (1 80° — A) = — cos Á x = c cos A.


c

Assim, substituindo em (2), chegaríamos novamente a

a2 = b2 4- c2 — 2bc • cos A.

5.2 — SÍNTESE DE CLAIRAUT

Observando a lei dos co-senos, podemos escrever

 <90°<=>a2<b2+ c2

 = 90° <=> a2 = b2 + c2

 > 90° <=> a2 > b2 + c2.

5.3 — LEI DOS SENOS (Lamy)

Os lados de um triângulo são proporcionais aos senos dos ângulos


opostos na mesma razão do diâmetro do círculo circunscrito ao triângulo.
102 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Demonstração

Seja ABC um triângulo

de lados a, b e c inscrito
em um círculo de raio R

e seja BJ um diâmetro
desse círculo. Como o tri­

ângulo BJC é retângulo

em C e como J = A, vem

a
sen A = -— = 2R. Analogamente,
2R sen A

a b c
= 2R
sen A sen B sen C

A
5.4 — RELAÇÃO DE STEWART A\

Seja ABC

guio de lados a, b e c e

seja x o comprimento de

uma ceviana AD que

vide BC em dois segmentos


um triân-

di­
B /Jh m

a
D
n
C

m e n.
GEOMETRIA II 103

Da lei dos co-senos vem

AABD c2 = x2 + m2 — 2xm cos a (D

AADC b2 = x2 + n2 — 2xm cos (1 80° — a) (2)

Multiplicando a primeira equação por n, a segunda por m e lembrando


que cos (180° — a) = — cosa, temos

c2n = x2n + m2n — 2xmn cos a

b2m = x2m + n2m + 2xmn cos a. Somando,

b2m -f- c2n = x2(m + n) + mn(m + n), mas m + n = a,

b2m + c2n = x2a + mna.

S.S — TEOREMA DE MENELAUS A

r
Uma reta qualquer
L
determina, sobre os lados
de um triângulo ABC, os
C
pontos Lz M e N, como

mostra a figura.
B
.N

- t
Mostraremos que -------- •
MB
— = i.
LB MC NA
104 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Seja AJ II r.

B M tC J

,N

Considerando as paralelas e
LA LB LA MB
as secontes BLA e BMJ, temos — ------- ou -------- = I.
MJ MB MJ LB
E agora, das secantes MJ e
MJ MC MJ
AN, tiramos ou 2í£ = i.
NA NC NA MC

Multiplicando membro a membro, temos

LA MB MJ NC
= 1 ou
MJ LB NA MC

LA MB
i.
LB MC NA

5.6 — TEOREMA DE CEVA

Consideremos em um triângulo ABC três cevianas, AM, BN e CL. Se


t „ LA MB
MB NC ,
essas tres cevianas forem concorrentes, então ----- • ------- • ------- = l,
LB MC
MC NA
e reciprocamente.
GEOMETRIA II 105

C1 A B1
Seja r // BC.
l An
Dos triângulos se­
'''7P
B
J—
M c
melhantes formados,
temos

MB AB' NC BC LA AC'
MC AC'' NA AB' ' LB BC

Multiplicando membro a membro.

LA MB NC AC' AB' BC
LB MC NA BC AC' AB'

LA MB
Tb" MC NA

5.7 — CÁLCULO DAS PRINCIPAIS CEVIANAS

a) Mediana

Seja ma a mediana relativa ao lado a de um triângulo ABC

B MC
a/2
HH
106 A. C. MORGAOO / E. WAGNER / M. JORGE

A relação de Stewart fornece

a
C1 . + b2 • — = m2 • a — • a
2 2 2 2

1 (b2 + c2) = m; + —
2 4

m2 =
2 (b2 + c2) - a2
4

mo = -y -\/2 (b2 + c2) — a2.

Analogamente,

rn. = y V2 (b2 + c2) — a2

mb = — -\/2 (a2 + c2) — b2

m, = 1 V2 (a2 + b2) - c2

b) Altura

Seja ho a altura relativa ao lado o de um triângulo ABC.


GEOMETRIA II 107

Da lei dos co-senos.

b2 = a2 + c2 — 2ac cos B

BH

BH =
2a

2
h2 = c2 —
2a

4 a2c2 - (c2 + a2 - b2)2


=
4?
(2ac)2 - (c2 + o2 - b2)2
hí =
4a2

(2ac + c2 + a2 — b2)(2ac — c2 — a2 4" b2)


h’ =
4a2

[(a + c)2 - b2][b2 - (a - c)2]


h’ =
4a2

(a + c + b)(a + c — b)(a + b — c)(b + c — a)


h; =
4a2

a + b + c = 2p
b+ c — a = 2 (p — a)

o+ c — b = 2 (p — b)

a + b — c = 2 (p - c)

h2 16 p(p — a)(p — b)(p — c)


............. ~~ 4a2

ho------- — a)(p — b)(p — c)


a
108 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Analogamente, se

ha = — \/p(p — a)(p — b)(p — c) então


a

hb = — A/p(p — a)(p — b)(p — c) e


b

hc = — Vp(p — a)(p — b)(p — c)


c

c) Biuetriz interna

Seja 0Io a bissetriz interna relativa ao lado a de um trl-


ângulo ABC.

De 2.7, temos

m =

n =
b+c

ab
b+c
ac

B
2^ m
4a_
D
n
Ç

A relação de Stewart fornece

b2ac j c’ab , , a2bc . a


------- = xza +
b+c b+c (b + c)2

bc (b + c) a2bc
b+c (b + c)2
GEOMETRIA II 109

bc (b + c)2 - a2bc = X2
(b + c)2

bc [(b + c)2 ~ a2]


X2 =
(b + c)2

bc (b + c + a)(b + c — a)
x2 =
(b + c)2

bc . 2p . 2(p — a)
x2 =
(b + c)2

4
x2 = bcp(p — a)
(b + c)2

x = ■——— bcp(p — a),


b + c

Analogamente, se

2 %/bcp (p —a), então


/?io =
b +c

2
ftb = Vacp (p —b) e
a + c

2
bc = Vabp (p — c)
a+b

d) Bissetriz externa

Seja /3ea o comprimento da bissetriz externa relativa ao lado a


de um triângulo ABC.
110 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Ainda de 2-7, temos


* = 0.o
ac
m =
|c — b|
ab
n =
|c - b|

No triângulo ABD', a relação de Stewart fornece

ab ac a . ab . ac
|c - b|
= b2
Ic — b|
+ (c - b)2

— bc (b — c)2 + bca2
x2 =
' (b - c)2

bc[(a + b — c) ■ (a + c — b)]
X2 =
(b - c)2

bc . 2 (p — b) 2 (p — c)
X2 =
(b - c)2

4
x2 = bc (p — b) (p — c)
(b - c)2

2 Vbc (p — b) (p — c)
x =
|b - c|

Analogamente, se

2 A/bc (p — b) (p — c),
0„ = então
|b - c|

2 A/acíp — a)(p — c)
P.b = e
| a — c[

2 "\/ab (p — a) (p — b)
0.c =
|a - b|
GEOMETRIA II 111

5.8 — PROBLEMAS RESOLVIDOS

141. Calcule o terceiro lado de um triângulo sabendo que os dois


primeiros medem 5 e 8 e que formam 60°.

Solução

Temos b = 5, c = 8 e cos 60° = —


2

Pela Lei dos Co-senos,

a2 = 52 + 82 - 2 ■ 5 ■ 8 • — a = 7
2
Resposta: 7

142. Determine a natureza do triângulo cujos lados medem 12, 23 e 19.

Solução

Basta comparar

a2 = 232 = 529
b2 + c2 = 122 4- 1 92 = 144 -F 361 = 505

Como 529 > 505, ou seja, como

a2 > b2 4~ c2, o triângulo é OBTUSANGULO.

143. Em um triângulo ABC, AB = 10, AC =14 e BC = 16. Calcule


cos B.

Solução

Temos: a = 16
b = 14
c = 10
112 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M . JORGE

Pela Lei dos Co-senos,

cos B

cos B =

162 + 102 - 142


cos B =
2-16-10

256 +100 -196 160


cos B =
320 320 2

Resposta: cos B = —
2

144. Calcule x no triângulo abaixo.

Solução

Pela Lei dos Co-senos,


temos

(x + 2)2 = x2 + (x + l)2 - 2 • x (x + 1)
pois cos 120° — — 2
2 ’

x2 + 4x + 4 = x2 + x2 + 2x + 1 + x2 + X

x = —1 (não serve)

2x2 - x - 3 = 0 =>
x =
2
2

Resposta:
2
2

145. Um triângulo ABC está inscrito em um círculo de raio igual a 13.


Se a = 10, calcule cos A.
GEOMETRIA II 113

Solução

Pela Lei dos Senos, temos

a 10 5
= 2R = 2Ó sen A = -------
sen A sen A 13

25 144 + 12
cosA = ± a/ 1 — sen2 A = ±
1- =± 169 " 13
169

„ .
Resposta-, ±
. ’2 •

abc
146. O produto dos senos dos ângulos de um triângulo é k -

onde a, b e c são os lados e R é o raio do círculo circunscrito ao


triângulo. Calcule k.

Solução

a b c
= 2R=>
sen A sen B sen C

— a b
sen A = ----- , sen B = ----- , sen C = —
2R 2R 2R

Então,

~ abc abc
sen A . sen B ■ sen C = -------
8R’ 7 ^R^

Logo, k = —
8

Resposta:
2
114 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

147. Um observador vê uma torre segundo um ângulo a. Aproxima-se


x metros e passa a vê-la sob ângulo 2a. Aproxima-se mais
y metros e passa a vê-la sob ângulo 3a. Calcule em metros a
altura da torre desprezando a altura do observador.

Solução
J

Verificamos inicialmente que AJB = BJC = a e que BJ = x.


No triângulo JBC a Lei dos Senos fornece

X y
sen (1 80 — 3a) sen a

X y x - y x - y *
sen 3a sen a sen 3a — sen a 2 cos 2a • sen a

y x - y
sen a 2 cos 2a • sen a

x -y (x - y)‘
cos 2a = e sen 2a = 1 -
4y2
y

* ien p — sen q = 2 co$ p 4- g p — g


■ sen
2 2
GEOMETRIA II 115

Do triângulo JBH,

(x - y)2
h = JB • sen 2a h = x • 1 -
4y2

(x - y)2
Resposta: h = x 1 -
4y2

148. Em um triângulo cujos lados medem: a = 8, b = 7 e c = 5


calcule: a) ho, b) mc c) ft,b.

Solução

a = 8
b = 7 p = 10.
c = 5

a) h„ = — Vp(p — a)(p — b)(p — c)


a

ha = — V10 . 2 - 3 • 5 = — • 10 • Vã = — Vã
S 4 2

b) mc = — V2(a2 + b2) - c2
2

mc = — V2(Ó4 + 49) - 25 = — V2Õ7.


2 2

2
e) 0«b = ac (p — a)(p — c)
1° cl
/?.b = — Vs ■ 5 • 2 • 5 = — ■ 20 = 40
3 3 3

Respostas: a) — \/3, b) — 201, 0


2 2 3
116 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

149. Calcule x na figura.

Solução Av
I
4 6
10

A relação de Stewart fornece

x2 • ó + 9x2 ■ 4 = 4x2 • 10 + 4 • ó ■ 10

2x2 = 240

x2 = 120, x = 2n/30
Resposta: 2\/ 30.

150. Demonstre que as três alturas de um triângulo são concorrentes.


A

c cos Â
b cos Â

a cos C
0 COS B

B ccos B b cos C C
GEOMETRIA II 1 17

Pelo teorema de Ceva,

b COS A ■ c cos B ■ a cos C = 1.


a cos B ■ b cos C ■ c cos A

JA
151. Na figura abaixo, calcule a razao ----------
JM

Solução

Consideremos o
Ax
B

triângulo
2X

AMC
M

e a
3x

transversal
C

NJB. Pelo
teorema de Menelaus,

_JA BM
i
JM BC NA

JA 2x 3y JA 5_
1
JM 5x y JM 6

5_
Resposta:
6

152. Demonstre que as três medianas de um triângulo são concor-


rentes.
118 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Solução
A
Como

AC' BA' CB'


= 1,
C'B A'C B'A

pelo teorema de Ceva

AC' ■ BA' ■ CB'


= 1.
C'B ■ A'C ■ B'A

x
153. Calcule a razão — na figura.

Solução

Pelo teorema de Ceva,

3 ■ 5 ■ y
6 8 - x y ló

Resposta:

154. Calcule a altura de um trapézio cujas bases medem 30 e 9


e cujos lados não paralelos medem 17 e 10.

Solução

Calcularemos a
altura do triân­
gulo ABC

o = 21
b = 10 ■ ■■> p = 24
c = 17
GEOMETRIA II 119

2
h = — V24 (24 - 2 1 )(24 - 10)(24 - 17)
21

9 . — 2
h = —— v 24 • 3 ■ 14 • 7 = ------- ■ 84 = 8.
21 21
Resposta: 8

PROBLEMAS PROPOSTOS

155. O triângulo cujos lados modem 20, 29 e 21 c;

A) obtusângulo C) retângulo

B) isósceles D) acutângulo

E) NRA.

156. Calcule cos a na figura.

A)
£ C)
1
3 4

B) D)
2
3 4

E) NRA.

157. O triângulo cujos lados medem 56, 33 e 66

A) tem um ângulo de 30°

B) é acutângulo

C) ó retângulo

D) é obtusângulo

E) NRA.

158. Em um triângulo ABC sabe-se que AC = 7, BC = 8 e B = 60°. Então, AB mede:

A) 5 C) 5 ou 3

B) 3 D) 4

E) NRA.
120 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

159. Calcule o lado □ de um triângulo ABC sabendo que b e c medem 10 e 7 respec-


livamente e que a projeçõo de c sobre b mede 0,25.

Al 12 Cl 5/143

BI 13 D) 5/T29

E) NRA.

160. Calcule o co-scno do ângulo a de um triângulo ABC, onde BC — 8, AC = 7 e


AB = 5.

1
A) O
3 5

_1 1
B) D)
4 6

1
E)
7

161. Calcule a tangente do ângulo C de um triângulo ABC, onde AB = 6, AC = 5 e


BC = 3.

A) 4\/l4 C| -45/14

BI /Ü D) -y/14

E) NRA.

ENUNCIADO RELATIVO ÀS QUESTÕES 162 E 163

Em um triângulo ABC sabemos que AB 6, A — 00° e B = 45°.

162. O lado AC mede:

A) 6 (a/J - 1) C) 6 (3 - \/3 I

BI 3(\/3’+ 1) D} 3 + V?
E) NRA.

163. A projeção do lado BC sobre AB mede:

A) 3 + 5/3 C) 3 (3 - 5/3')

B) 2 (3-5/3") D) Blx/T + II
El NRA.
GEOMETRIA II 121

164. Em um triângulo ABC cujos lados medem BC = 8, AC = 6 e AB = 4, considere


o ponto M do interior do lado BC tal que CM — 2. Então, AM mede:

A) 4 C) 3\/2

B) V17
E) NRA.

163. Considero o triângulo ABC de lados AB = AC = ó e BC 4. Seja M o prolon-

— — MC
An k. I1
gamento do lado AC tal quo -------- =----- Então, BM mede:
MA 3

ai V5õ C) \/35

B) y/33 D) 4/37

E) NRA.

166. Considere um quadrantc AOB de raio R. Um ponto M do arco AB é tal que stÀ
é a metade da sua distância no ponto A. Então, MA mede:
distância ao raio OB é

3
A) R C) — R
2

4 . 2
B) —- R D) — R
3 3

E) NRA.

167. Em relação à figura abaixo, a partir da relação de Stewart ó verdadeiro con-


cluir que:

b2 + c2 A
Al
m n

b2 c2 x2
B) ------ 1------ =
an am mn

x
C) —
m
+—
m
+—
a
=1
b! , C2 Xx2 2
D) ---------- 1------------------------- ---- ]
an am mn B D C
E) nada disso.
a
122 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

16B. Colcule x na figura.


A

BI 2y/s

C) 3\/5

D) 3^/2

B 3 C i D
El NRA.

169. Colcule x no (igura.

X+ 3
X
X+1

X 2 X

Z5
A) 1 c)
5

BI \/í D) o problema é Impossível

E) NRA.
GEOMETRIA II 123

170. Em um triângulo de lados 5, 7 e 11, a menor mediana tem comprimento igual

9 3
A) -\/3 C) 3
2 2

3
B)
2
35 D) 7VT5
Ê) NRA.

171. Em um triângulo cujos lados medem 24, 20 e 16, quantas vezes x/V está con-
lida na altura relativa ao maior lado?

A) 5 C) 7

B) 6 D) 8

E) NRA.

172. Se 0$ lados de um triângulo medem: a = 1 2, b = 10 e C = 8, a bissetriz extern:


relativa ao lado c tem comprimento igual
J
A) 15\/2 C) 25\/2

B) 20 5/2" D) 30V2"

E) NRA.

173. Se os lados do um triângulo medem: a = 5, b 7 e c = 8, então a razão entre


a altura relativa ao lado a e a bissetriz interna relativa ao lado b é:

10 5_
A) O
13 8

13 8
B) D)
10 5

E) NRA.

174. Os lados do um triângulo ABC medem: AB = 13, AC = 15 e BC = 14. Se H é


o ortocentro do triângulo, então HA medo:

A) 8 C) 8,25

B) 8,2 D) 8,4

E) NRA.
124 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

175. A soma dos senos dos ângulos de um triângulo é:


p = semíperímetro
P
A) C) R = raio do círculo
R 2R
inscrito.

2p 2R
B) D)
R P
E) NRA.

176. Os lados de um triângulo ABC são a, b e c. O valor de

cos S
cosA
|--- -
cos B
|----- -
b
abc

ab + bc + ca
A) a2 + b2 + c2 O
o2 + b2 +?
1 a2 + b2 + c2
B) D)
a -f- b 4- c 2abc

É) NRA.

177. Um triângulo ABC tem lados a, b e Se T 4- 2A, então:

b
A) sen B = 2 sen A O cos A = ~~—
2a

a
B) sen A = “—;— D) sen C = sen A + sen B
b 4* c

E) NRA.

JA
178. Na figura abaixo, vale:

A) 4

B) 5

16
C)
3

20
D)
3

E) NRA.
GEOMETRIA II 125

179. Calcule x na figura.

A) 6

B) 6,5

O 6,75

D) 9

E) NRA.

180. Calcule x na figura, sendo:

AB = 6

AC = 8

BC = 10

MA = 6

NA = 2

PB = x

A)

20
B)
3

25
C)
3

D) 15

E) NRA.
126 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

181. Na figura abaixo,


A

A'C = — BC,
3

B'A = — CA c
3

C'B = — AB.
3

MN
A razão ------- é:
AA

A)
2

2_
B)
5

5_
E)
9

182. Se G é o bariccntro de um triângulo ABC, demonstre que

AB2 -f- BC2 4- CA2 = 3 (GA2 + GB2 + GC2).

183. Dodo um triângulo isósceles ABC de base BC o um ponto D qualquer de sua


base, prove que

AB2 - AD2 4- BD - DC.

184. Determine o lugar geométrico dos pontos cuja soma dos quadrados das distâncias
a dois pontos fixos é constante e igual a k2.

185. Seja ABCD um retângulo. Prove que para um ponto P qualquer

PA2 4- PC2 = PB2 4- PD2.


GEOMETRIA II 127

186. Seja ABCD um retângulo de centro O. Prove que, se um ponto P varia sobre Um
círculo de centro O,

PA2 + PB2 4- PC2 + PD2


permanece constante.

187. São dados dois círculos concêntricos. De um ponto P variável do círculo exterior
traçam-se PA e PB, sendo A e B extremos de um diâmetro do círculo interior.
Mostro que PA2 -f- PB2 ó constante.

188. Determine o lugar geométrico dos pontos P tais que PA2 4~ 3PB2 = k2, k constante.

189. Sendo M e N os pontos que dividem em três segmentos congruentes a hipofenusa


BC de um triângulo retângulo ABC, demonstre que

2
AM2 + AN2 + MN2 = — BC2.
3

190. iça dos quadrados das dis-


Determinar o lugar geométrico dos pontos cuja diferen<
tâncias a dois pontos fixos A o B é constante e igual a k2.
CAPÍTULO 6

ÁREAS

INTRODUÇÃO

6.1 — DEFINIÇÕES

Estudamos até agora nas figuras geométricas a sua forma, as


medidas de seus ângulos e os comprimentos dos segmentos que as com­
põem, assim como relações entre eles. Vamos agora estudar a exten­
são* das superfícies limitadas pelas figuras. Na figura abaixo, notamos
que a superfície do pentágono ABCDE é claramente maior que a do
triângulo XYZ.

Duas figuras se chamam EQUIVALENTES se possuem igual exten-


são, independente de suas formas.Imagine o leitor que, depois de
recortarmos em uma mesma folha de papel duas figuras quaisquer

* A extensão é um conceito primitivo.


GEOMETRIA II 129

A e B, vamos pesá-las em uma balança de precisão. Se encontrarmos


pesos iguais, é porque a extensão de suas superfícies é a mesma, sendo
as figuras, portanto, equivalentes. Escreveremos, neste caso,

A B.

Se o peso de A for maior que o de B, então a superfície de A é maior


que a de B e escreveremos

A > B.
A
B
Sejam A e B duas figuras tais

que sua interseção seja vazia ou


sejam apenas pontos de seus

contornos. A reunião de suas


superfícies se chama soma das
referidas figuras. Assim,

F A + B.

Se B está contida em A, defini­


remos diferença entre estas fi­
guras a superfície formada pelos

pontos de A que não pertencem


a B. Se A e B são os retângulos
da figura ao lado, e F é a figura hachurada, então

F A - B.

6.2 — AXIOMAS

A 1 — Duas figuras congruentes são equivalentes

A = B A B.
130 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

A 2 — A equivalência goza das propriedades reflexiva, simétrica


e transitiva.

i) A «A

ü) A SS 8 B R; A

iii) A ~ B
A « C.
B « C

A 3 — As somas (ou diferenças) de figuras equivalentes são equi­


valentes.

A, « A,
A| + Bj A.. + B.
B, « B,

6.3 — TEOREMA

Se duas figuras podem ser divididas em igual número de outras


respectivamente congruentes, então são equivalentes.
Realmente, se Fj pode ser dividida nas partes Al# Bu .... e
se F2 pode ser dividida nas partes A2, B2, C2........... , e se

Ai = An

B, = B2

C, = c2

temos

como Fi = Aj + Bt + Ct + e
GEOMETRIA II 131

por 7.2 — Al e A3 concluímos que

Fj F2

Exemplo a

A a

B
a

2a

Sejam A um quadrado de lado a e B um triângulo retângulo de cotetos


o e 2a.

Dividamos o quadrado

duas partes At e A2/ como


em
í Az

At

mostra a figura. A« A, + A2
132 a. c. morgado/e. wagner/m. jorge

Dividamos também o triân­

gulo em duos partes B, e B2,

como mostra o figura.


B = 8, t 82
Verificamos imediatamente que:

A| = Bj e

A2 = B2

Logo, podemos concluir que

A 8.

6.4 — TEOREMA

Dois paralelogramas de bases e alturas congruentes são equi-


valentes.

l.°ca$o— CD e C'D' têm um segmento ou um ponto comum

ABCD - F, + F2

ABC'D' - F2 + F3
GEOMETRIA II 133

Como ?! F„ e Ft F„
ABCD « ABC'D'

2.° caso — CD e C'D' não têm ponto comum.

D D< C D2C1 D' C2 C'


/ \ /
/ \
/ > /
/ /
/ x /

A B

Considerando tantos paralelogramas intermediários quantos necessários,


temos
ABCD « ABC^ « ABC2D2 « ABC'D'

6.5 — OBSERVAÇÃO

Em vista do demonstrado em 7.5, podemos afirmar que todo


paralelograma é equivalente a um retângulo de mesma base e altura.

h R RkP

b b

6.6 — ÁREA DE UMA FIGURA

Vamos associar a toda superfície limitada um número real positivo


ou nulo
A I— S(A)
134 A. C. MORGAOO/E. WAGNER / M. JORGE

Assim, a uma figura A foi associado um número S(A) (área de A)


tal que:

D Duas figuras equivalentes possuem áreas iguais

A «d B S(A) = S(B)

2) A área de uma figura composta de várias partes é a soma


das áreas dessas partes.

A = At + A~ + A3 +
=> S(A) = S(AJ + S(A2) + S(A3) +

6.7 — TEOREMA

A razão entre as áreas de dois retângulos de bases congruentes


é a razão entre suas alturas

A B

b'
x{

a a

Sejam b e b' comensuráveis. Logo, existe um número x que “cabe"


um número inteiro de vezes em b e em b'.Temos então

b = mx
b m
(I)
bz = hx b' n
GEOMETRIA II 135

Podemos, então, dividir A e B em retângulos congruentes de base a


e altura x. Sesé a área de cada um deles, temos

S(A) = ms
S(A) m
(II)
S(B) = ns S(B) n

Por I e II, temos

S(A) b
S(B) b'

Se b e b' não forem comensuráveis, chegaremos a idêntico resultado,


pois x pode ser tão pequeno quanto se queira. Assim, podemos dizer que

“A razão entre as áreas de dois retângulos que possuem uma di­


mensão congruente é a razão entre as dimensões não congruentes.”

6.8 — TEOREMA

A razão entre as áreas de dois retângulos é a razão entre os


produtos de suas dimensões.

Sejam

retângulos dimensões area

A • bt s (A)
a<
B °2 b2 s (B)

consideremos

c b2 s (C)
136 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Por 7.8, podemos escrever

S(A) b.
S(C) b2

S(C) °1 Multiplicando,
S(B) a2

S(A) S(C) °i
S(C) S(B) a2 b2

S(A) °i bi
S(B) Qn b2

6.9 — UNIDADE DE ÁREA

Devemos considerar a superfície de extensão unitária. Esta é ar­


bitrária, como acontece com qualquer unidade. Consideraremos, então,
como nossa unidade de área a área do quadrado de lado unitário

Qi

1 SÍQJ = 1.

1
6.10 — ÁREA DO RETÂNGULO

Sejam

retângulos dimensões ârea

R o b s

Qi 1 1 1
GEOMETRIA II 137

Por 7.9, temos

S a • b
S = ab
1 1 • 1

6.11 — ÁREA DO PARALELOGRAMO

Consideremos um paralelograma de base b, altura h e área S.


Tendo em vista o demonstrado em
7.5 e 7.6, concluímos

h
S = b ■ h

b
6.12 — ÁREA DO TRIÂNGULO

Consideremos um paralelograma de base b, altura h e área 2S,


e o triângulo formado por dois
lados consecutivos e uma diagonal,
como mosfra a figura. Natural­
mente que S é a área de cada um
dos triângulos congruentes em que
o paralelogramo ficou dividido.
Assim,

2S = bh
2

6.13 — ÁREA DO LOSANGO

D.
2

D 2 X

d
138 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Seja S a área de um losango de diagonais D e d. Temos então

d • —
5 = 2------- — s=^
2 2

6.14 — ÁREA DO TRAPÉZIO


,____ b'
Seja S a área de um trapézio de
bases b e b' e altura h. Por meio
h de uma diagonal, dividimos o tra­
pézio em dois triângulos de áreas
b Sj e S2. Então,

S = S, + S2

bh b'h
5 ----------- p ------- S = • h
2 2 2

ou simplesmente s = bm ■ h

6.15 — ÁREA DO POLÍGONO REGULAR

Sejam

S = área do polígono regular

I = medida do lado

a = medida do apótema

n = número de lados
p — semiperímetro do polígono
GEOMETRIA II 139

Como o polígono pode ser dividido em n triângulos congruentes


de base / e altura a, temos

i • a
S' = n .
~T~
Mas n • I é o perímetro do polígono; logo,

2p • a
S = S = pa
2

6.16 — ÁREA DO CÍRCULO

Seja S a área de um círculo de raio R e seja Sp a área de um po-


lígono regular de n lados nele inscrito.

P 7fR*
Se n —> oo, então a R
SP S

Assim,

S = lim Sp — lim Pa — tfR-R = ttR. Então,


n ro n -» ao

S = 7rR2

6.17 — ÁREA DE UM SETOR CIRCULAR

Como a área do setor varia


linearmente com o ângulo central,

S = ma. Mas

se a = 2?r rd, S = 7rR2. Logo,

R2
ttR2 = m 2tt m = ------
2

* O comprimento do círculo é dado em função do raio por C = 2ttR, onde x é uma


constante aproximadamente igual a 3,141 ó.
140 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Assim, 5 =
â R2
2

6.18 — ÁREA DO SEGMENTO CIRCULAR

R . R sen a
s= 2
2

S = (a — sen a) a em rd.
2

6.19 — ÁREA DA COROA CIRCULAR

S = ttR2 - 7r r2

S = 7T (R2 - r2)
GEOMETRIA II 141

6.20 — ÁREA DO TRIÂNGULO EM FUNÇÃO DOS LADOS

Consideremos um triângulo de área S, lados a, b e c e alturas


hoz hb, hc.

b hb c ht
2 ~2 2~

a • ha = b ■ hb — c • he = 25

Sabemos que

ha - ■—2 Vp(p — a)(p — b)(p — c), sendo p seu semiperímetro.


a
a
Multiplicando por — vem
2

— • ha = — • — y/p(p —■ a)(p — b)(p — cj


2 2 a

S = Vp(p — a)(p — b)(p — c) *

6.21 — TEOREMA

Um triângulo é equivalente a um retângulo de mesma base que a


do triângulo e altura igual à metade da do triângulo.

A B
h
A'. h.
C 2

’ Ejte radical é conhecido como ‘‘radical de Heron . Heron séc. I d.C.


142 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

mas

A « A'
B « B' T W R
C « C
Daí concluímos que

Dois triângulos de bases e alturas respectivamente congruentes


são equivalentes

S (ABC) = S (A'BC)

6.22 — RAZÃO ENTRE ÁREAS DE TRIÂNGULOS SEMELHANTES

b b’

Sejam S(T) = S

S(T') = S'
GEOMETRIA II 143

b
Se T T' = k (razão de semelhança).
b'

Então,

Ibh
S 2
S'
— b' h'
2

S b h
------ — k • k
S' b' h'

S'

Portanto, a razão entre as áreas de triângulos semelhantes é o


quadrado da razão de semelhança, Estendemos facilmente esta con-
clusão para polígonos e demais figuras semelhantes.

6.23 — RAZÃO ENTRE ÁREAS DE TRIÂNGULOS QUE POSSUEM


UM ÂNGULO COMUM
144 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Consideremos os triângulos ABC e AB'C' da figura que possuem


o ângulo  em comum. Sejam S e S' suas áreas e h e h' as alturas tra-
çadas de C e C', respectivamente. Temos então

AB ■ h AB' ■ h'
S = S' =
2 2

S AB h
S' AB' h'

h AC
Mas Logo,
h7 AC'

S AB ■ AC
S' AB' • AC'

A razão entre as áreas de dois triângulos que possuem um ângulo


comum é a razão entre os produtos dos lados que em cada triângulo
formam esse ângulo.

6.24 — PROBLEMAS RESOLVIDOS

191. Calcule os catetos de um triângulo retângulo de área igual a


108 ua* sabendo que são proporcionais a 2 e 3.

Solução

2x • 3x
3x
108 =
2

x2 = 36 => x = 6.

Resposta; 12 e 18.

* Unidades de área.
GEOMETRIA II 145

192. Dividir um triângulo ABC

a) em duas partes equivalentes por uma ceviana


b) em quatro partes equivalentes por meio de três cevianas.

Solução
A A

B C B C

X y y y y
_S
s
4 4

193. Considere um quadrado de lado a, um segundo quadrado


cujos vértices são os pontos médios do primeiro, um terceiro
formado pelos pontos médios do segundo e assim sucessivamente.
Calcule o limite da soma das áreas dos quadrados.

Solução

4 2

2'/ã
146 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

lados áreas

4 16

2a/2 8

2 4


lim S = = 32
1
1
2

Resposta: 32 ua

194. Calcule a área de um triângulo eqüilátero de lado a.

Solução

aV3
h =
2

h
2

a -y/3

s.rz:' 2
a-y/ 3
4
a

a2 -\/3
Resposta-.
4
GEOMETRIA II 147

195. Sendo eqüilátero o triângulo da figura, calcule a área assinalada.

Solução

A — O
S =

62V3
Sa = = 9V3
4

r=—h =
i 6 Vã
3 3 2

So = rrr2 = rr(-\/3)2

S =
9V3 - .^=3^3-^
3
Resposta: 3\/3 — ir ua

196. Calcule a área de um losango de perímetro 40 sabendo que


uma diagonal é o dobro da outra.

Solução

D = 2d

2d.d
S = - = d=

100 = d2 + — =
4

d2 = 80

S = 80

Resposta: 80
148 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

197. Um triângulo de altura h é dividido por uma reta paralela à


base em duas partes equivalentes. Calcule a distância desta
reta ao vértice.

So/ução
A ADE-> A ABC
< •■
razão de semelhança h
x
Sabemos que a
k=P
razão entre as áreas é o
quadrado da razão de B C
semelhança. Então,
S x2
2S h2

h2 h V2
x2 = — x =
2 2

h V2
Resposta:
2

198. A figura abaixo mostra um quadrado e seu círculo circunscrito.


Se a área assinalada é igual a tt — 2, calcule o lado do qua­
drado.

So/ução

S =

7T—2 = —
4 2
D2
7T— 2 = ----- (-tt— 2) =>
4

Rí = 4 => R = 2.

O lado do quadrado será a = Ra/2 = 2V2


Resposta: 2-\/2
GEOMETRIA II 149

199. Num triângulo isósceles ABC, AB AC = a. Calcule sua área

sabendo que é máxima.

Solução

Seja h a altura relativa


ao lado AC- Então,

h = a sen A e

a • a sen A
2
2

A área será máxima se sen A = 1 Â = 90°. Então,

s= ^
2

a2
Resposta:
2

200. IME - 65.

Divida a área de um círculo de raio R em n partes equivalentes


por meio de círculos concêntricos de raios r1# r2, r3,.... r; - **n—!•
Estabelecer o valor de r, em função de R, n e i.
150 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Solução

A área de cada parte será

7rR2
s = -------
n

Como o círculo r-, está dividido em i partes equivalentes,

TTfj2 = =: r, = R
n

i
Resposta: R
n

201. Calcule a área do trapézio de bases 25 e 4 e lados não para-


lelos 17 e 10.

Solução

Calculemos a altura do
trapézio.

Traçando por um dos


vértices da base menor
21
uma paralela a um dos
lados oblíquos, formamos
um triângulo de lados 17, 25
10 e 21. Sua altura será:

a = 21
b = 17 p = 24
c = 10

2 _____________
ho = -------V24 3 • 7 ■ 14 = 8
21
GEOMETRIA II 151

Então, a área do trapézio será

25 + 4
S = • 8 = 116
2

Resposta: 1 ló ua

202. Calcule a área do quadrado inscrito em um triângulo de base 12


e altura 6

Solução

a 6 — a
77 6
6

a -S
a = 4.

Então, 1 12
S = 42 = 16
Resposta: 1 6 ua

203. O perímetro de um triângulo isósceles é 2p. Calcule a área desse


triângulo.

Solução

2p

x = p(2 - V2)

x2 p2(2 - V2)'
x\/2 2 2 2
x
S = p2(3 - 2 V2)-

~l
X
Resposta-, p2(3 — 2-\/~2).
152 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

204. Em um círculo de raio R, AB é um diâmetro e AC uma corda que


forma 15° com esse diâmetro. Calcule a área do menor dos

segmentos circulares determinados pela corda AC.

Solução

x=^-(â- sen 2) v. 6.18


2

a = 150° = rd
6

sen a =
2
2 A

s = 2í 5tt 1
2 ~6 7
D2
S = — (5rr - 3)
12

Resposta; -— (5tt - 3).


12

205. O triângulo ABC de lados a, b e c da figura tem área igual a

36 ua. Se DC = — e CE = —, calcule a área do triângulo BDF.


3 3
GEOMETRIA II 153

Solução A

C-OC

b
F

LC
B D \3b

.E
±2

Pelo Teorema de Menelaus,

PA DB EC = 1
FB DC EA

c X 2 c
±=1 X =
X 1 4 3

Como BDF e BCA têm o ângulo B em comum,

S BF ■ BD 1 2 2
36 BA ■ BC 3 3 9

> S = 8 uo
Resposta: 8 ua
154 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

PROBLEMAS PROPOSTOS

206. Calcule a área do retângulo de perímetro igual a 14 sabendo que sua diago­
nal mede 5.

A) 6 C) 12

B) 8 D) 16

E) NRA.

207. Os lados de um paralelograma medem 10 e 6\/3 • Se esses lados formam 60°,


sua área mede:

A) 90 C) 60

B) 120 D) 75

E) NRA.

208. A figura abaixo representa um triângulo eqüilátero de lado 6 e seu círculo cir-
cunscrito. A área assinalada mede:

A) 2tt — V3

3tt - 2%/ã’
s
B)

O 4tt - 3^3

D) 12r - 9 Vã'
E) NRA.

209. Dois triângulos são semelhantes, sendo a razão de semelhança igual a 3. A ra-
zão entre suas áreas é:

A) 3 C) 9

B) 6 D) 27

E) NRA.
GEOMETRIA II 155

210 Dois círculos de centros A e B e raios R e 4R são tangentes exteriormente. Uma


reta é tangente cm C c D aos dois círculos. A área do quadrilátero ABCD é:

A) 4R2 C) 8R2

B) 5R2 D) IOR2

E) NRA.

211. Calcule o perímetro de um losango em que uma diagonal mede 10 equivalente


a um quadrado de lado igual a 5.

A) C) 10\/5

B) 5\/5 D) 5s/FÓ
E) NRA.

212. Considere dois círculos concêntricos de raios R c 2R e centro O. Considere uma


corda AB do círculo maior tangente ao círculo menor. Sc a área do setor AOB
é kjrR2, k vale:

1 3
A) C)
2 4

3 4
B) D)
2 3

E) NRA.

213. Se o raio de um círculo é multiplicado por 2,5, a sua área fica multiplicada por:

A) 5 C) 25

B) 10 D) 125

E) NRA

214. A área de um triângulo retângulo em que um catefo mede 45 c a hipotenusa 53 é:

A) 1.260 C) 760

B) 930 D) 630

E) NRA.
156 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

215. Em um trapézio isósceles de bases 10 e 6, as diagonais são perpendiculares aos


lados oblíquos às bases. A área desse trapézio é:

A) 32 C) 24

B) 28 D) 20

E) NRA.

216. O círculo inscrito em um setor de 60° e raio R tem área kR2, onde k vale:

3
A) O
4 10

4
B) D)
8 15

E)
9

217. A área do triângulo da figura é:

A) 12

B) 18

C) 20

D) 30

E) NRA.

218. Um trapézio retângulo de bases 9 e 4 tem diagonais perpendiculares. Sua área é:

A) 26 O 52

B) 39 D) 78

E) NRA.

219. A área de um circulo inscrito em um triângulo eqüilátero é 36ir. A altura desse


triângulo mede:

A) 6 C) 18

B) 12 D) 24

E) NRA.
GEOMETRIA II 157

220. Se o raio de um círculo aumenta de 10%, sua área aumenta de-.

A) 10% C) 21%

B) 20% D) 100%

E) NR A.

221. A área de um hexágono regular inscrito em um círculo de raio 8 é:

Al 64v'f C) 841/3

B) 72/3" 0) 96 \/3

E) NRA.

222. Os catetos de um triângulo retângulo medem 16 e 30. A área do círculo circuns-


crito o esse triângulo é;

A) 1747T C) 289tf

B) 21 1 7T D) 3 I 6t
E) NRA.

223. O lado de certo quadrado aumenta do 30%. Sua área então aumenta de;

A) 15% C) 60%

B) 30% D) 69%

E) 27%

224. A ároa de um segmento circular do raio R e ângulo central de 60° é:

R2 R2
A)------ (2tt — 3a/3~) C) 4- (2rr - V3)
12 6

R2 R2
BI — (2rr - 31/3 ) D)
6 12

El NRA.

225. A óroo de um setor circular do raio R o ângulo central de 30° é:

R2 R2
Al ---- (r — 6} C) ■---- (rr — 3)
12 12

R2 R2
B) — (tr — 3) D) — (r - 3)
6 6

E) NRA.
158 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

226. A razão entre as áreas dos quadrados inscrito e circunscrito ao mesmo círculo é:

3
A) O
2 4

2
61 ~3 D)
5

E) NRA.

227. A área de um triângulo equilatero circunscrito a um círculo de raio r é:

5
A) -r2 C) 3-\/3 7rr2
2

B) 3\/3 r2 D)

E) NRA.

228. A razão entro as áreas dos triângulos eqüiláteros inscrito o circunscrito ao mesmo
circulo é:

2
A) C)
2 3

J 1
B) D)
3 4

2
E)
5

229. A razão entre as áreas de um triângulo eqüilátero inscrito e de um hexágono re­


gular circunscrito ao mesmo círculo és

2
A) C)
3 5

1 £
B) — D)
4 5

3
E)
S
GEOMETRIA II 159

230. Um dos lados oblíquos de um trapézio mede a e a distância do ponto médio do


lado oposto a este lado é x. A área do trapézio é:

ax
A) C) 2ax
2

B) ax D) indeterminado

Ej NRA.

231. No quadrilátero qualquer ABCD, P é meio de AD e M é meio de BC. Se a área


de ABCD é 18, a área do quadrilátero APCM é:

A) á C) 12

B) 9 D) indeterminado

E) NRA.

232. Considere um paralelograma ABCD de lados AB = 12 e BC “ 4\/3. Se um


dos ângulos desse paralelogramo mede 60°, calcule a área do losango inscrito
de forma que uma diagonal seja formada pelos pontos médios dos lados AD e BC.

A) 18 C) 30

B) 24 D) 36

E) NRA.

233. Considere um trapézio de bases a e b (a > b) e altura h. Calcule a área do tri-


ângulo de base o formado pelos prolongamentos dos lados não paralelos.

b2h a2h
A) C)
a — b 2 (a - b)

oSh b:h
B) D)
a - b a -f- b

E) NRA.

234. Seja P um ponto interior a um triângulo ABC. Se os triângulos PAB, PBC e PCA
sâo equivalentes, então P é o:

A) circuncentro C) baricentro

B) incentro D) ortocentro

E) NRA.
160 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

235. Um retângulo está inscrito em um círculo de raio igual a 6. Se um de seus lados


mede 9, sua área medei

Al 7-s/z ci 2iv>
B) Uv7 Dl 27i/7

E) NRA.

236. Um triângulo ABC tem área igual a 18. Pelo baricentro do triângulo traça-se uma
paralela a BC que determina em AB e AC os pontos M c N. A área do triân­
gulo AMN 6i

A) ó C) 8
B) 7 D) 9

E) 10

237. Um retângulo de área igual a 24 está inscrito em um triângulo de base 9 e


altura 12. A maior dimensão que esse retângulo pode ter é:

A) 6 O 8

B) 7,5 D) 9

E) NRA.

Na figura abaixo, MNPQ 6 um quadrado. A soma das áreas dos triângulos


NQB e MFC é:

a
GEOMETRIA II 161

A) m (a + C) m (2a — m)

ro
B) 2m {a — m} D) —— (a 4~ m)
2

E) NRA.

239. Em um losango de área igual o 12, a distância entre dois lados opostos 6 O
perímetro desse losango é:

A) 24 C) 30

B) 26 D) 36

E) NRA.

ENUNCIADO PARA AS QUESTÕES 240 A 245

Nas figuras 240 a 245 o triângulo ABC tem área S, sendo AAZ» BBZ CCZ me­
dianas. Calcule a área assinalada.

OPÇÕES PARA AS QUESTÕES 240 A 245

s S
A) C)
2 4

S S
B) D)
3 6

5
E)
12

240.

B C
162 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

241.

242.

243.

244.

B c
GEOMETRIA II 163

245.

246. Calcule a área assinalada.

irR2
A)
4

ítR2
B)
8

ttR2
O
16

7rR2
D)
32

E) NRA.
R
247. Considere um triângulo eqüilátero de lado a onde foram traçados três círculos de
a
raios — , com centro nos vértices. Calcule a órea exterior aos círculos e Interior
2 ' ” '

ao triângulo eqüilátero.

a2
A) — (2\/3 - =r)

a2
B) ----- (sr — \/3 )
4

°2 r-
O — [2y/3 - t)
4

D) -y- (2V3 - *•)

E) NRA. a
164 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

248. Considere um quadrado de lado figura abaixo. Calcule a área assinalada.

A) a2 (r — 2)

a2
B) ------ (2r — 1 >
2

O — Gr - 2)
2

D) 2a2 br - 1)

E) NRA.

249. Considere o quadrante de raio R da figura. Calcule a área assinalada.

rR2
A)
8

rR2
B)
12

5ttR2
C)
24

n-R2
D)
16

E) NRA.

250. Na figura abaixo, AB = BC = CD = OB = OC = 60". Calcule a área assi-


nalada.

A)
R2 -
------ (3 a/3 - »>
B C
6

B) -y-OV^-rr)

C) R2 (3^/3 - 2rr)

R2(t-VT)
A D
D)
R
E) NRA.
GEOMETRIA II 165

251. Calcule a área assinalada.

A) R2 (t - 2)

R2
B) —-(7T - 2)
2
R2
Cl ------ (4 — ír)
2

R2
D) —— (4 — tf)
4

El NRA.

252. (IME — 67) Calcule a área assinalada em função de r.

A)

B)

D) Isrr2

E) NRA.

253. Calcule a área S da figura em função do raio r do quadrante.

A) r2 (t - 2)

r2
B) — («• - 2)
2

C) - 2)

D) — br - 2)
8

El NRA.
166 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

254. (CICE — 70) Na figura abaixo, r é o raio do círculo maior e t é o comprimento


da tangente AB comum aos dois círculos menores. Então, a área assinalada compre­
endida entre o círculo maior e os dois menores é:

xr*
A)
8

irrt
B)
8

rt2
C)
8

•tt (t — r)2
D)
8

E) nada disso.

255. (CICE — 70) Considere um triângulo eqüilátero DEF inscrito um triângulo


eqüilátero ABC de modo que os lados de DEF sejam respectivamente perpendi­
culares aos lados de ABC. Então, a área do triângulo DEF éi

1
A) “ da área de ABC C) ~ da área de ABC

1
B) — da área de ABC D) — da área de ABC
3 2

E) nada disso.

256. (CICE — 68) A altura de um triângulo eqüilátero T tem comprimento igual ao


lado de um triângulo eqüilátero S. Se a área de T é 30, a de S é:

A) 40 C) 305/3-

40
B) 40^/3 D) 3
3

E) NRA.
GEOMETRIA II 167

257. (CICE — 68} Sujo p o perímetro e h a altura relativa à hipotenusa de um tri­


ângulo retângulo. A área desse triângulo é:

hp2
A) S = h • p D) S =
4 (h + p)

B)
S = lhp2 h* + p*
E) S =
h+p

C) s h2 + p2

258. Calcule área do círculo inscrito em um quadrante de raio r.

A) r1!^ - 1) C) r*(3 — 2x/2~)

B) r’(vT + 11 01 r‘ (3 + 21/2")

E) NRA.

259. Considere duas cordas paralelas de um semicírculo de raio 6 que determinam


neste semicírculo arcos de 60° e 120°. Calcule a área da figura limitada por
essas cordas e pelo semicírculo

9
A) 3?r C)
2

B) 4tt D) ór

El NRA.

260. Dado um triângulo de altura h, considere duas paralelas a base que o dividam
em trôs partes equivalentes. Calcule em função de h as distâncias destas retas
ao vértice do triângulo.

I 2 hyT 2h-\/3
A) — h e —h C)
3 3
3*3

2hx/2~ h\Z3” h\/ó~


B) D)
3 # 3 3*3

hn/ã" hy/ó
El
3 6
168 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

261. (CICE — JUL. — 70) Na figura abaixo, ABC é um triângulo retângulo e H é


a projeção de A sobre a hipotcnusa. Conslroem-se semicírculos sobre BC. BH e HC.
A região assinalada tem área igual à:

A) do quadrado de lado AH

B) do disco de diâmetro AH

C) do disco de raio AH

D) do triângulo ABC

E) NRA.

262. al
Na figura abaixo, I é o incentro do triângulo ABC e DE, IF e IG são paralelos
BC, AB e AC, respectivamente. Se AB = 8, AC = 10 BC = 10, a razão entro
as áreas dos triângulos ADE e IFG é:

5
A) 2 C)
2

3 9_
B) D)
2 2

9
E)
4

263. (CICE — JUL. — 70) Se o ângulo A de um triângulo ABC é igual ao ângulo A'
de AZBZCZ, então:

área de ABC AB • AC
A)
área de A/B'C/ A'B' • A'CZ

área de ABC sen B • sen Cz


B)
área de AZBZCZ sen B' • sen C

área de ABC AC2


O
área do A'B'C' A'Cz2
GEOMETRIA II 169

área de ABC perímetro do ABC


D)
área de A'B'C' perímetro de A'B'C'

E) NR A.
A
264. Na figura abaixo, sabemos que

1 B
CA' — CB
3 M

AB' = — AB
3 C.

BC' - — BA. N
3

B A' C
A razão entro as áreas
dos triângulos MNP o
ABC é:

1 1
A) C)
3 ó

1 1
B) D)
4 7

1
6)
9

265. Considere um quadrilátero ABCD de área S. O quadrilátero cujos vértices sSo


os pontos médios dos lados do quadrilátero ABCD tem área:

S S
A) C)
2 4

S
B) D) indeterminado
3

E) NR A.
170 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

266. Considere o trapézio da figura. Então:

A) S! < S2 se a < b

B) Sj > $2 se a < b

Cl S] = Sj se e só
se a = b

0) S = Sj

E) NRA.

267. Constroem-se semicírculos sobre os lados de um triângulo retângulo, como mostra


a figuro. Prove que R -f- S = T.

26». É dado um triângulo retângulo ABC de catetos AB = a e AC = 2a. Por M, meio


de AC, traçam-se MN perpendicular a AC e MP bissetriz de NMC. Calcule a
área do triângulo MNP.

269. Considere um quadrado e um triângulo eqüilátero de mesmo lado a, como mostra


a figura. Calcule a área assinalada.

rb
a a
I
GEOMETRIA II 171

270. Calcule, em função das bases a e b de um trapézio, o comprimento do segmento


da paralela ãs bases que divide o trapézio em dois outros equivalentes.

271. Calcule a razão entre as áreas dos triângulos AMN e ABC.

ENUNCIADO RELATIVO AOS PROBLEMAS 272, 273 e 274

Na figura abaixo, sendo S a área do triângulo ABC, calcule:

272. A área do triângulo CPM,

273. A área do quadrilátero PMA.

274. A área do triângulo SAM.


CAPÍTULO 7

O TRIÂNGULO E SEUS CÍRCULOS

7.1 — 0 CÍRCULO INSCRITO

Seja S a área do triângulo ABC, de lados a, b Sendo I o in-


centro, temos

S = S(BCI) + S (ACI) + S (ABI) =:

S = 2L + ±L + -S. =:
22 2
(g + b + c) r
S =
2 =>

2 P ■ r =
s= 2 >

=> S = pr
GEOMETRIA II 173

7.2 — OS CÍRCULOS EXINSCRITOS

Consideremos o círculo
exinscrito relativo ao
lado a no triângulo
ABC da figura.

Se S é a área do triângulo ABC, temos

S = S (ACIJ + s (ABIJ - S (BCI.)

=> s = L_^ + S^_ c ■ r= _ a • ra


2 2 2
(b + c — o) ■ r„
S =
2
2 (p — a) ■ ro
s=
2

S = r„ (p — a) e, analogamente,
S -- rb (p — b)
S = rc (p — c)

7.3 — RELAÇÕES PRINCIPAIS

7.3.1 — Sabemos que

S = pr
S = ro (p — o)

S = rb (p — b)

S = rc (p — c). Multiplicando, temos


174 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

S4 = r • r„ • rb • rc • p (p — a)(p — b)(p — c)

S*

S = Vr • ra • rb • rc

7.3.2 — Temos, ainda,

S
p — a =
r<.

p - b = ------
s
fb

s Somando, temos
P - c =
te

3p — (a 4- b + c) = S a+_l + J-
. r- rb tc .
2p

z=_L + _L + J_. Mas


P _ '
S r„ rb rc S r

1
Logo,
r ro rb re

7.3.3 — O raio do círculo inscrito no triângulo pode ser cal­


culado em função das alturas, como se segue:

2s = aha = bh|'b =

2s
a = (D
h.

2s
b = (2)
hb
GEOMETRIA II 175

2s
c Somando, (3)
hc

2p = 2s Mas
. hb \/

como pS - _Lr ' temos

1 = J_ + _L+_L.
r h„ hb hc

7.3.4 — Também poderemos calcular os raios dos círculos


exinscritos em função das alturas, bastando operar
convenientemente as relações 7.3.3 — (1), (2) e (3),
que forneceriam os seguintes resultados:

1
=—
hb
+—
hc
- 1
h=
r<.
1
= -L+_L- 1
hb
l"b ha he

1 1
=—
ho
+— -
hb

7.4 — CEVIANAS ISOGONAIS

Se duas cevianas par­


tem do mesmo vértice e fazem
mesmo ângulo com os lados
que concorrem nesse vértice,
são chamadas isogonais.
B D E C

AD e AE são isogonais
176 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Sejam AD e AE duas cevianas


isogonais no triângulo ABC.
(D sobre a base e E no ar­
culo circunscrito.)

Verificamos que os triângulos ADB e ACE são semelhantes, pois:

1) BÂD = EÂC por construção

2) ABD = AÊC = — AC.


2

Podemos, então, escrever

c AD
bc = AD • AE.
ÃÊ b

7.5 — O CÍRCULO CIRCUNSCRITO

Considerando ainda a mesma figura do item anterior, vemos que


os triângulos ADB e ACE são semelhantes independentemente do ângulo
que AD e AE formam com AB e AC, respectivamente. Assim, nestes
triângulos, se D = 90°, então C — 90°, sendo, portanto, AD a altura
relativa ao lado a e AE o diâmetro do círculo circunscrito. Aplicando
a propriedade anterior, temos

fa • c ho • 2R.

Multiplicando ambos os termos por a, vem

abc — a • ha • 2R, mas a • ho — 2s.


GEOMETRIA II 177

Logo, abc = 4 RS.

7.6 — PROBLEMAS RESOLVIDOS

275. Calcule o raio do círculo inscrito em um triângulo de lados 10,


17 e 21.

Solução

o = 10
b = 17 p = 24
c = 21

S = V24 (24 - 101(24 - 17)(24 - 21) =


= V24 • 14 ■ 7 • 3 = 84

S = pr

84 7_
84 = 24 r
24 2

7_
Resposta:
2

276. Calcule os raios dos círculos exinscritos do triângulo do problema


anterior.

Solução

Temos: S = r„ (p — a)
a = 10 84 = ro (24 - 10) => To = 6
b = 17 S = rb (p — b)
c = 21 84 = rb (24 - 17) => rb = 12
p = 24 S = rc (p — c)
S = 84 84 = rc (24 - 21) => r. = 28

Respostas: 6, 12 e 28.
178 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

277. Calcule o raio do círculo circunscrito ao triângulo de lados 10,


17 e 21.

1° Solução

a = 10
b = 17 p = 24, S = 84 (já calculado; n.° 275)
c = 21

abc = 4 RS

10-17-21 = 4R - 84 => R=-H-


8

2° Solução

Já tendo calculado nos problemas n.°‘ 275 e 276 os roios


dos círculos inscritos e exinscritos, poderemos calcular o raio
do circulo circunscrito utilizando a relação dos cinco raios (Geo­
metria I, n.° 8.7.3).

7_
Temos:
7
ro = 6
r„ = 12
re = 28.

Sabemos que 4R = ro + rb + rc - r

7
4R = 0+12 + 28- —
2

R = -ÊL
8

85
Resposta:
V
GEOMETRIA II 179

278. Calcule o raio do círculo inscrito em um triângulo retângulo de


perímetro 2p e hipotenusa a.

Solução

Considerando o triângulo da figuro, temos

2x 4- 2y + 2r = 2p
x+y+ r= p r = p - a

a
Resposta: r = p — a.

279. Seja ABC um triângulo retângulo em A e seja D o ponto de con-


tato do círculo inscrito com a hipotenusa. Prove que a área
desse triângulo é BD ■ DC.

Solução

S = pr, mas r = p — a.

Logo, S = p • {p — a).

Como

S2 = p (p —a) (p —b) (p—c),


concluímos que no triângulo
retângulo S = (p —b)(p—c).
B 0 C
Mas p — b = BD e p — c=DC.
Então,

S = BD • DC
180 C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

280. (IME - 65) Calcule os lados de um triângulo conhecendo


as alturas

e
“■ = 7

7.* Solução

De acordo com as relações 7.3.3 e 7.3.4, temos

1
=—
h.
+—
hbb
h
+—
hc
_L = 9 + 7 + 4=>r = —
r 20

1 1
= —+—- h?
— = 7 + 4 — 9=>r„ = -2-
hb hc ra 2

1 1 1
= —+—- _L = 9 + 4 - 7 -b= —
ib ho he hb

1 1 1 1
=— +— - — = 9 + 7 -4=> re= —
hb
ha K r. 12

Mas S = r ' r. • rb ■

1 1 y5
Logo, S =
20 2 6 T? 120

Como 2S = ah0 bhb = chc, teremos

2 y5
= a
1
■ -— a =
3 V5
120 9 20

2 V? = b.l b =
7 y/5
120 7 60

2 -y/5 1 y5
= c ■ — c =
120 4 15
GEOMETRIA II 181

2.° Solução

aha = bhb = ehc = 25 OU

a b c
2S. Então,
9 7 4

a = 185
b = 14S
c 85

2p = 40S p = 20S.

Pela fórmula de Heron, temos

S2 --- 20S (2S)(6S)(1 2S)


120

18 V5 _ 3 V5
a =
120 20

14 y/5 = 7 V5
b =
120 60

c =
8 y<5 V5
120 15

3_\/5 7j/5
Resposta: e
20 60 15

PROBLEMAS PROPOSTOS

281. O raio do círculo inscrito em um triângulo do lados 5, 7 e 8 é;

A) \/3 C) 2\Z3~
B) a/2 0) 2^/5"
E) NRA.
182 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

282. Os lados de um triângulo medem 5, 7 e 8. O maior circulo exinscrito tem raio


igual a:

A) 10 vT C) 51/3
10 r-
bi --Vã D) 2>/3

E) NBA.

283. Os lados de um triângulo medem 5, 7 e 8. O menor círculo exinscrilo tem roio


igual a:
10 /“

A)
T'7
Bl
C)

D) duas vezes o raio do círculo nele inscrito

E) NRA.

284. Em um triângulo, a ■>4eb+c = ó. A razão------ 6:


ro

1 1
A) ~ C)
2 4

1 1
B) D)
3 5

E)
2
5

ra
285. Em um triângulo, a = 7, b — 10 e c = 11. Então, ------ vale:
rb

1 3_
A) T C)
3 5

2 3_
B) D)
3 7

4
E)
7
GEOMETRIA II 183

286. Em um triângulo, o produto dos raios dos círculos exinscritos é <gual

Al P2r

BI 2pZr p = semiperímetro

C) pr2 raio do círculo inscrito.

D) 2pr2

E) NRA.

287. (CICE — 70) A soma dos inversos das alturas de qualquer triângulo é igual:

A) à soma dos inversos dos lados

B) ao inverso do raio do círculo inscrito

C) ao inverso do raio do círculo circunscrito

D) à razão do raio do círculo inscrito para o quadrado do raio do


círculo circunscrito

E) nenhum destes.

288. Em um triângulo de Iodos a, b eco produto dos raios dos círculos inscrito e cir-
cunscrito é dado por:

abc
Rr — k , onde k vale:
a 4- b + c
A) I C) 4

1
B) 2 D)
2

1
E)
4

289. Calcule o raio do círculo circunscrito a um triângulo isósceles ABC onde AB =


=» AC = b e a altura AH = h.

2b2
Al C)
h h

b2 b (b + h)
B) D)
2h h
E) NRA.
184 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

290. Em um triângulo ABC a soma das alturas ho + hb + hc é igual a:

ab + bc + ca abc
A) O
2R 4R2

ab -f- bc -f- ca abc


B) D)
4R 2R2

E) NRA.

291. Em um triângulo,

- ho hb
----- 1---------- c
j-----h—
bc ac ab

ó igual a:

1 1
A) — + tb- + -
abc

B)
R R =» raio do círculo circunscrito.

3
C)
4R

<? + b2 + ?
D)
abc

E) NRA.

292. Na figura ao lado,


AB = AC = 5 e AD = 4.
O prolongamento do ceviana
AD encontia o círculo circuns­
crito ao triângulo ABC em E.
Então, DE mede:

A) 2 O 2,5

B) 2,25 D) indeterminado

E) NRA.
GEOMETRIA II 185

293. Calcule a área de um


1 triângulo sabendo que os raios dos círculos exinscrilos
medem 3, 4 e 6.

Al \/6 C) 4\Só
BI Jx/ó D) Bx/6
E) NRA.

294. O raio do círculo circunscrito ao triângulo cujos lados medem 5, 7 c 8 mede:

7
a) yVí' C)
2
2

B) j-x/3 Dl -^3
5
3

E) NRA.

295. Considere dois círculos de centros A e B e raios a e b. respectivamente, estando


B sobre o círculo de centro A. Se MN é uma corda do circulo de centro A, tan-
gente ao círculo de centro B, o produto BM • BN vale:

ab
A) C) 2ab
2

B) ab D) a2
E) b2.

296. Um triângulo ABC de lados AB = 6, AC = 4 e BC = 5 está inscrito num círculo.


A bissetriz AD encontra o círculo circunscrito em E. Então. DE mede:

A) 1 Cl \/3~

BI V2 D) 2
E) NRA.

297. Um triângulo ABC de lados AB = 8 e AC = 12 está inscrito em um círculo de


raio igual a 8. A altura relativa ao lado a desse triângulo mede:

A) 3 C) 6

5) 4 D) 8
E) 9.

298. Seja S o área de um triângulo ABC e 2p seu perímetro. Então

C
»9 — * »g “T-
2 2 2
186 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

c igual a:

S 2P2
A) C)
P2 S

S
B) D)
S 4P2

E) NRA.

C
299. Em um triângulo ABC, cos ----- • cos ----- -- cos------ é igual a:
2 2 2

P
A)
R

p = semiperímetro
2P
B)
R
R = raio do círculo circunscrito.

C)
2R

P
D)
4R

E) NRA.

300.
A í c
Em um triângulo ABC, sen ----- • sen------ • sen ------ é igual
2 2 2

A)
R

raio do círculo inscrito


2r
B)
R R = raio do círculo circunscrito.

C)
2R

D)
4R

E) NRA.
CAPÍTULO 8

OS QUADRILÁTEROS

8.1 — QUADRILÁTERO INSCRITÍVEL

Os quatro vértices per­


tencem a um mesmo círculo.

 + C = B+Ô= 180°

8.2 — QUADRILÁTERO CIRCUNSCRITÍVEL

Os quatro lados são tan­


gentes a um mesmo círculo.

a b — c 4“ d
?
I
188 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

8.3 — RELAÇÃO DE EULER (quadrilátero qualquer)

Num quadrilátero qualquer, a soma dos quadrados dos quatro


lados é igual à soma dos quadrados das diagonais mais quatro vezes
o quadrado da mediana de Euler do quadrilátero.

Demonstração

Consideremos um quadrilátero
qualquer ABCD, sendo

AB = a
lados BC = b
CD = c
DA = d

diagonais AC = P
BD = q

mediana de Euler* JL =

Como J é médio de BD, AJ e CJ são medianas nos triângulos ABD e CBD.


Logo,
4 AJ2 = 2 (a2 + d2) - q2

4 CJ2 = 2 (b2 4- c2) - q2

Somando e dividindo por 2, temos

a2 4- b2 + c2 + d2 - q2 = 2 (AJ2 4" CJ)2. (D


Mas, no triângulo AJC, JL = m é mediana. Logo,

4 m2 = 2 (AJ2 + CJ2) - p2 ou
2 (AJ2 + CJ2) = 4 m2 + p2

Substituindo (2) em (1), teremos

a2 + b2 + c2 + d2 = p2 + q2 + 4 m2 |

• A mediana de Euler é o segmento que une os pontos médios das diagonais de


um quadrilátero.
GEOMETRIA II

8.4 — APLICAÇÃO NOS TRAPÉZIOS

8.4.1 — Trapézio escaleno

Consideremos um
trapézio ABCD
onde temos

/ AB = b
bases
\ CD = b'

AD = a
lados não paralelos
BC = c

AC = p
diagonais
{ BD = q

b - bz
mediana de Euler JL = m =
2

Substituindo na relação encontrada em 9.3, teremos

2bb' + a2 + c2 = p! + q2

8.4.2 — Trapézio isósceles

No trapézio isósce­
D C
les ABCD, devemos
considerar

AD = CB = a

AC = BD = p
A B
Assim, a relação an­
terior toma a forma

a2 + bb' = p2
190 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

8.5 — APLICAÇÃO NO PARALELOGRAMO

Consideremos um paralelo-
gramo ABCD onde

AB = CD = a
BD = BC = b
AC = p
AD = q
JL = O.

Substituindo na relação de Euler, temos

2 (a2 + b2) = p2 + q2

8.6 — RELAÇÕES EM QUADRILÁTEROS INSCRITÍVEIS

8.6.1 — Relação de Ptolomeu

Num quadrilátero inscritível, o produto das diagonais


é igual à soma dos produtos dos lados opostos.

Demonstração

Consideremos o
quadrilátero ins-
critível ABCD da
figura, sendo

AB =
BC = b
lados
CD = c
DA = d

AC = p
diagonais
BD = q.
GEOMETRIA II 191

Consideremos ainda AJ isogonal de AC em relação


a AB e AD. Assim, BaJ = CAD.
Da semelhança dos triângulos AJD e ABC, temos

JD
— => JD • p = bd. (1)
b P

Da semelhança dos triângulos AJB e ADC, temos

BJ a _,
— => BJ • p = ac (2)
c P

Somando (1) e (2), temos

p (BJ 4- JD) = ac + bd

pq = ac + bd

8.6.2 — Relação de Hiparco

A razão das diagonais de um quadrilátero é a razão


entre as somas dos produtos dos lados que concorrem
com as respectivas diagonais.

Demonstração A

Consideremos o
quadrilátero ins- B
critível ABCD, da
figura, e notemos
que sua área
é equivalente à
soma de dois tri­
ângulos com um
lado comum AC ou com um lado comum BD, o que
permite escrever

S (BAC) 4- S (DAC) = S (ABD) 4- S (CBD)


192 A. C. MORGADO/E. WAGNER/M. JORGE

Como os quatro triângulos possuem o mesmo círculo circunscrito e,


de acordo com a relação 8.5, temos

abp ] cdp adq bcq


~4R~ ~4R 4R~ 4R

p (ab + cd) = q (ad + bc) =>

P ab -j- cd

q ad 4- bc

8.7 — ÁREA DO QUADRILÁTERO CONVEXO

Seja ABCD um quadri­ D


látero convexo qualquer de
diagonais AC = p e BD = q,
sendo a o ângulo formado
por elas. C
A
Sendo S a área do qua­
drilátero ABCD, podemos es­
crever

S = S (ACD) 4- S (ABC).

Sendo DJ = x e BL = y per­
pendiculares a AC, teremos

1
S = — px 4—- py
2 2

1
S = — p(x 4- y).
2

Porém, x 4- y = BD' = q sen a. Logo,

e 1
S = — pq sen a
2
GEOMETRIA II 193

8.8 —ÁREA DO QUADRILÁTERO CIRCUNSCRITÍVEL


C
Consideremos o quadrilá­
tero circunscritível ABCD da
figura. Sejam a, b, c, d os
comprimentos de seus lados,
r o raio do círculo inscrito e I o
incentro. Se S é área do qua­
drilátero e p o semiperímetro,
temos

S = S (AIB) + S (BiC) + S (CIO) + S (DIA)

s = J5L + ±L + 2L + A =:
2 2 2 2

(o 4~ b 4~ c 4~ d)
S =

S = pr

8.9 — ÁREA DO QUADRILÁTERO INSCRITÍVEL

Consideremos o quadrilátero
ABCD da figura.
A Lei dos co-senos nos triân­
gulos ABD e CBD fornece B
BD2 = a2 + d2 - 2 ad cos A

BD2 = b2 + c2 — 2 bc cos C

Mas, como A + C = 180°,


cos C — — cos A-
194 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Igualando as expressões, temos

b2 + c2 + 2 bc cos A = a2 + d2 — 2 ad cos A =>

=> 2 (ad + bc) cos A = a2 + d2 — b2 — c2 =>


a2 + d2 - b2 - c2
=> cos A =
2 (ad + bc)

Calculemos ogora 1 + cos A.

o2 + d2 - b2 - c2 + 2 od + 2 bc
1 + cos A =
2 (ad + bc)

Mas 1 + cos A = 2 sen2 —• Então,


2

2 sen2 -Â- = (a + d)2 - (b - c)2


2 2 (ad + bc)

o s  (a + d 4- b — c)(a + d + c — b)
2 serr ------ =
2 2 (ad + bc)

Sendo 2 p o perímetro do quadrilátero, temos

2 sen2 Â = 2 (p — c) ■ 2 (p — b)
2 2 (ad + bc)

sen,2 ----
 = (p — c)(p — b) e, analogamente,
2 (ad + bc)

como 1 — cos A = 2 cos2 encontraríamos


2

(p — o)(p — d)
cos2 =
2 ad 4- bc
GEOMETRIA lí 195

A área S do quadrilátero é a soma das áreas dos triângulos ADB e CDB.

s= ad sen A
+ bc sen c
2 2

Mas sen A = sen C, pois A + C = 150°. Logo,

ad + bc
S = • sen A
2

ad + bc , Â
s= • 2 sen ------ • cos
2 2 2

Quadrando,

S2 = (ad + bc)2 sen2 --L- ■ cos2


2 2

(p — a)(p — b)(p — c)(p — d)


S2 = (ad + bc)2
(ad + bc)2

S = V^p — a)(p — b)(p — c)(p — d).

8.10 — ÁREA DO QUADRILÁTERO INSCRITÍVEL E CIRCUNSCRI-


TÍVEL

Em um quadrilátero inscritível.

a + c = b + d = p.

Teremos, então,

S = "\/!a t c — a)(b + d — b)(a + c - c)(b + d - d)


196 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

8.11 — PROBLEMAS RESOLVIDOS

301. Calcule x no quadrilátero da figura.

Solução

Porque o quadrilátero é circunscritível,

10 + x + 6 = x + 2x + 2 => x = 7

Resposta-. 7

302. Calcule a altura de um trapézio retângulo circunscritível de


bases 15 e 10. 10

Solução
X X 25-X

(25 - x)2 = x2 + 52 =>


=> x = 12 El
5

15

Resposta: 12
GEOMETRIA II 197

303. Calcule o comprimento das diagonais do trapézio isósceles da


figura.

Solução

De 8.4.2, temos

Resposta: x\/3.

304. Calcule as diagonais de um quadrilátero inscritível em função


dos lados.

Solução

Conhecemos as relações de Ptolomeu e Hiparco (8.6.1 e 8.6.2)

pq = ac 4~ bd

P. = ab 4“ cd
q ad 4" bc

Multiplicando membro a membro,

ab 4“ cd
PA • — = (ac 4~ bd)
q ad 4- bc

'(ac 4" bd)(ab 4~ cd)


P =
ad 4~ bc
198 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Dividindo membro o membro,

ad + bc
pq ■ — = (ac -f" bd)
P ab + cd

'(ac + bd)(ad 4" bc)


q =
(ab + cd)

PROBLEMAS PROPOSTOS

305. Calcule a menor diagonal do quadrilátero inscritível ABCD cujos lados AB, BC,
CD e DA medem respectivamente 1, 2, 2 e 3.

a) V7 Cl y/s
B) 2 D) x/7
E) NRA.

306. A mediana de Euler do quadrilátero do problema anterior tem comprimento


igual a:

A) O

B) D)

E) NRA.

307. O raio do círculo circunscrito ao quadrilátero do problema 305 mede:

V7 V14
A) C)
3 3

X/21
B) D)
3

E) NRA.
GEOMETRIA II 199

308. Calcule o comprimento do segmento que une os pontos médios das bases AB e

CD de um trapézio, conhecendo seus lados: AB = 14, BC = 7, CD = 4 e DA = 5.

A) 2 Cl 2\/if
81 2y/2 D' À\/3

E) NRA.

ENUNCIADO RELATIVO ÀS QUESTÕES 309 A 312

No quadrilátero

inscriiível da figu-

ra, AB = BC = 4

AD=8 c  =90°.

309. A área desse quadrilátero mede-.

A) 32 C)
B) 28 D) 16
E) NRA.

310. O raio do círculo inscrito nesse quadrilátero mede:

12 8
A) O
5 3

16 9
B) D)
3 4

E) NRA.
200 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

31 1. O raio do círculo circunscrito a esse quadrilátero mede»

A) -v/20 C) v/íB
B) 2\ZÍÕ D) V'Í5
E) NR A.

312. A menor diagonal desse quadrilátero mede:

4
A) \/20 O 20
5

5 2_
B) 20 D) 20
4 3

E) NRA.

313. Calcule a área do quadrilátero ABCD Inscritível cujos lados medem: AB = 2,


BC = 3, CD = 4 e DA = 7.

C) 2\ZTs
D) 2\/3Õ

E) NRA.

314. (CICE — 70) Dois lados consecutivos de um paralelograma têm por medidas a
e b, e uma das diagonais tem por medida c. Então, a medida da outra
diagonal é:

A) V3(a2 + b2) - 2c2


B) \/2 (o2 + b2) - c2

C) 5/4 (a2 + b2) - 3c2

D) •\/2ab — c

E) nada disso.

315. (IME — 66) Em um círculo de 10\/2 de diâmetro temos duas cordas medindo
2 e 10. Achar a corda do arco soma dos arcos das cordas anteriores.

A) 8 C) 8^2

B) 65/2 D) W\/2

El NRA.
GEOMETRIA II 201

316. Em um círculo do 10\/2 de diâmetro temos duas cordas medindo 2 e 1 0. Achar


a corda do arco diferença dos arcos das cordas anteriores.

A) 4 C) 3X/T
BI 3v'i D)

El 6\/2.

317. O quadrilátero cujos vértices são os pontos médios dos lados de um quadrilátero
que possui diagonais perpendiculares:

A) pode ser qualquer quadrilátero

B) c um retângulo

O é um losango

D) é um quadrado

E) NRA.

318. Num quadrilátero inscritível ABCD, AD = DC. Se as diagonais desse quadrilá-


terá cortam-se em I e se Al = 6, Cl = 4 e BI = 8, o maior lado desse quadri­
látero mede:

A) \/33 C) 3x/33

BI 2\/33 D)

E) NRA.
CAPÍTULO 9

RELAÇÕES MÉTRICAS NO CÍRCULO

9.1 — TEOREMA

Se duas cordas AB e A'B' de um círculo concorrem em um ponto P


interior ou exterior a esse círculo, o produto PA • PB é igual a PA' • PB'.

Demonstração

Realmente, porque AA' e BB' são antiparalelas relação a


PA e PA', efetivamente podemos escrever

PA • PB = PA' • PB' (V. 3 • 1 0 • 2 — II)

9.2 — TEOREMA

Se P é um ponto exterior a um círculo, PAB uma secante qualquer


e Pr o segmento da tangente traçada deste ponto ao círculo, então
PT2 = PA • PB.
GEOMETRIA II 203

Demonstração

Da semelhança dos triângulos

PAT e PTB, ou simplesmente notando

que TA e TB ainda sâo antipara-


lelas em relação a PT e PB, de

acordo com a relação encontrada em

3.10.4 podemos escrever

PT2 = pA . pBt

9.3 — DEFINIÇÃO

Se por um ponto P traçarmos uma reta que corte um círculo (O, R)


nos pontos A e B, chama-se POTÊNCIA do ponto P em relação ao cír-
culo ao produto escalar PA ~ PB e escreve-se

Pol(o)P = PA • PB

1° caso — Pé exterior ao círculo.

PA • PB PA ■ PB

Potw P = PA PB

2.° caso — Pé interior ao círculo.

PA ■ PB = PA ■ PB cos 180° =>

Pot|o| P = - PA ■ PB

* O produto escalar PA • PB é definido como sendo igual PA ■ PB cosü.


sendo a o ângulo que PA forma com PB.
204 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Pelas propriedades anteriores, verificamos que o produto PA ■ PB


é sempre constante para qualquer reta que contenha P, sendo função
apenas da sua posição em relação ao círculo.

9.4 — TEOREMA

A potência de um ponto P em relação a um círculo pode ser cal­


culado por d2 — R2, sendo d a distância de P ao centro do círculo e
R o raio desse círculo.

Demonstração
1° caso — Pé exterior

PA PB = (PI-IA)ÍPl-HA) =

= PI2-IA2 =

= (PO2-OI2) -

- (OA2 —OI2) =

= PO2-OA2 =

d2 - R2.

2.° caso — Pé interior.

- PA PB = - (IA-PI)(PI + IA)*

= (PI-IA)(PI + IA) =

= PI2-IA2 =

= (PO2-OI2) -

— (OA2 —OI2) =

= PO2 - OA2 =

= d2 - R2.

Concluímos, portonfo, Potw P = d2 — R2

* Segmentos não orientados.


GEOMETRIA II 205

Observemos que:

1) Se P é exterior ao círculo, d > R => Pot P > 0.

2) Se P pertence ao círculo, d — R => Pot P = 0.

3) Se P é interior ao círculo, d < R => Pot P < 0.

4) O centro é o ponto de potência mínima,


ou seja, Pot(o) 0 = — R2.

5} Função potência: (R + [- R2, + oo)

d I-* d2 - R2

Pot.

d
(R,0)

(0,-R2)-

ó) Se P é exterior ao círculo,

Pot(e) P = PT2
206 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

7) Se P é interior ao círculo,

Potlol P = - PT2.

9.5 — EIXO RADICAL

Chamamos de Eixo Radical de dois círculos ao lugar geométrico


dos pontos de igual potência em relação a esses círculos.

Para a pesquisa do lugar, consideremos dois círculos de centros


A e B e raios R e r, respectívamente. Consideremos ainda M, médio de
ÃB, um ponto P deste lugar e sua projeção H sobre AB.

Potw P = Pot|8| P

PA2 — R2 = PB2 - r2

PA2 - PB2 = R2 — r2 (D
GEOMETRIA II 207

AR2 AB ~
Á PMA PA2 = — + nr + 2 — m cos a
4 2

PB2 = m2 _ 2 A- m co$ a
â PMB
4 2

Subtraindo,

PA2 — PB2 = 2 AB m cos a e, por (D,


R2 - r2 = 2 • AB • MH. (2)

Vemos que, como R2 — r2 é constante, 2 ■ AB • MH também o será.


Desta última, concluímos que MH é constante, não dependendo das po-
sições de P. Logo, o L G. procurado é a reta perpendicular a AB, que
contém M, cuja posição determinaremos a partir de (2).

R2 - r2
MH =
2 • AB

M H

ER
208 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Observemos que:

1) O valor MH encontrado deve ser marcado a partir de M em


direção ao centro do menor círculo, pois

R > r => PA > PB ==> HA > HB.

2) De qualquer ponto do eixo radical podemos traçar tangentes


de mesmo comprimento aos dois círculos.

Pof(A) P PTa2

P°t(B) P = P"^B2 PTA = ptb


p € er

3) O eixo radical de dois círculos é o lugar geométrico dos centros


dos círculos ortogonais aos círculos dados.
GEOMETRIA II 209

Realmente, pois PTa = PBb e

ATaP = BTb p = 90°.

4) Se dois círculos são inferiores ou exteriores, o eixo radical não


tem ponto comum com nenhum deles.

ER

ER
210 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

5) Se dois círculos são secantes, o eixo radical é a reta suporte


da corda comum.

Pot(A) P = Pot(B1 P = 0

Pot(AJ Q — PofjgjQ — 0.

P, Q € ER.

ó) Se dois círculos são tangentes, o eixo radical é a reta tangente


comum.
ER

P°f|AIP = P°f|B| P = 0

ER X AB

ER é a tangente comum
p
aos círculos.
GEOMETRIA II 211

7) Dois círculos concêntricos não possuem eixo radical.

R2 - r2
De fato, se lembrarmos que MH =
2AB
temos
M —> A
B A
MH

9.6 — CENTRO RADICAL

Chamamos de Centro Radical de três círculos ao ponto que possui


igual potência em relação aos mesmos. Consideremos três círculos de
centros A, B e C, não colineares, e os eixos radicais ERA B e ERB, c que
concorrem em P.

era,c
.c

P € ERa.b => P°f(*l P = P°f(B) P

P € ERB c => Pot|B) P = Pot(c) P


212 A. C. MORGAOO / E. WAGNER / M. JORGE

Portanto,
Pot(A) P ~ P/ ou seja, P C ERA/ c

O ponto P é, então, o Centro Radical.

Observemos ainda que:

1) O centro radical é o único ponto de onde se pode traçar tan­


gentes de mesmo comprimento aos três círculos.

2) O centro radical é o centro do único círculo ortogonal aos três


círculos dados.

9.7 — PROBLEMAS RESOLVIDOS

319. Calcule na figura o comprimento da tangente traçada de P ao


círculo.

Solução

t2 — PA ■ PB, onde

PA = x e

PB = 4x

Logo, t2 = x • 4x = 4x2 —> t = 2x


Resposta: 2x

6 p
320. Calcule x na figura.
"x

O
?

GEOMETRIA II 213

Solução

Pot(o) P = d2 - R2 = (6 + x)2 - 62 = t2 = 82.


36 + 12x + x2 - 36 = 64
x2 + 1 2x - 64 = 0 ==>
X = — 16 (não serve)
x = 4
Resposta: x = 4

321. Determine as distâncias do eixo radical a cada um dos círculos


da figura.
ER

x y

Solução

Chamemos de x e y as distâncias procuradas e seja M médio


de AB. Temos

R2 - r2
MH =
2 • AB

82 - 42
MH = = 1.
2 • 24
214 C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Então,

x = AM + MH - R

x = 12+1 -8 = 5
y = AM — MH — r

y = 12-1-4 = 7

Respostas: x = 5
y = 7.

322. Considerando a figura do problema anterior, determine, dos


pontos que possuem igual potência em relação aos dois círculos,
aquele cuja potência é mínima e calcule esse valor.

Solução

Se as potências são iguais, o ponto pertence ao eixo radical


dos dois círculos e se o valor da potência é mínimo, o ponto
procurado é o ponto H da figura do problema 321, pois a dis­
tância a qualquer dos centros é mínima. Calcularemos a potên-
cia de H em relação a cada um dos círculos.

Do problema anterior, temos

AH 13 e BH = 11.

Então,

Pot(Aj H AH2 — R2 = 132 - 82 = 169 - 64 = 105

Pot(B) H = BH2 - r2 = 1 12 - 42 = 121 - 16 = 105.

Resposta: PotlAj H = PotÍBJ H = 105.

323. Considere o círculo que passa pelo ponto A de um quadrado


ABCD e pelos pontos médios dos lados AB e AD. Prove que a
GEOMETRIA II 215

tangente a esse círculo traçada por c tem comprimento igual


ao lado do quadrado.

Solução

A N D
\r
a
2

J a

t
a

Consideremos a figura. Verificamos imediatamente que MN


e AJ são diâmetros e, consequentemente, AMJN é um quadrado

de lado — — • Então,
2

AC = o 2

MJ = —
2

oV2
AJ = CJ =
2

a v—2 2 = a2 => CT = a.
CT2 = CJ • CA ■ a
2
216 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

324. Calcule x na figura

sendo

PC = 4

CD = 5

PE = 2

EF = x.

Solução

Como P pertence ao eixo radical dos círculos, P possui potências


iguais em relação a ambos. Então,

PC • PD = PE ■ PF =>

==> 4 ■ 9 = 2 (2 + x) x = 16.

Resposta; 1ó
GEOMETRIA II 217

325. Pelo ponto M médio do arco AB de um círculo traça-se uma corda


MD que é concorrente com AB em C. Demonstre que MA é tan­
gente ao círculo que passa por A, C

Solução

Considerando os triângulos

MAC e MDA da figura, temos

MB AM
= D.
2 2

Então, A MAC A MDA

MA MC
MD MA

=> MA2 = MC • MD, o que mostra que MA é tangente


A ao círculo que passa por A, C e D

PROBLEMAS PROPOSTOS

326. Calcule x na figura.

A) 8

B} 6

C) 5

iox/T
D)
3
«o
E) NR A.
218 A. C. MORGAOO / E. WAGNER / M. JORGE

327. Na figura, calcule x sendo o raio do círculo igual a 4 . PO = ó

A) x/iõ
BI

C)

0)

E) NRA.

328. Considere o círculo do figura. Eníão, Pot(o)A + Pot(o)B -f- Pot(o)C vale:

A) 8

B) 9

O 33

D) 83

E) NRA.

329. Calcule x para que Pof(o)A + Potfop = 0.

A) 2

B) 3

C) 1y/ 2

D) impossível

E) NRA.
GEOMETRIA II
219

330. Calcule x para que Pot(O)A 4~ Pot(O)® =

A) 0

B) 1

ci

D) Impossível

E) NRA.

331. Calcule x na figura.

A)
2

B) 1

O 2

5
D)
2

E) 3

332. Calcule o raio do círculo da figura.

A) v'iõ
B) 2\/yo

C) 3\/10

0) impossível

E) NRA.
220 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

333. Em um círculo, as cordas AB e CD são perpendiculares e cortam-se em I. Tra­


ça-se por I uma perpendicular a AD que corta o círculo em E e G e AD em F.
(F entre I e G). Se AF =» 4, FD = 9 e FG = 5, então El mede:

8
A) 1 C)
5

6 7
B) D)
5 6

El NRA.

I
334. Seja P um ponto exterior a um círculo de centro O e raio R e tal que
OP = R\/3. Traça-se por P a secante PAB ao círculo. Se PA = R, AB é igual at

A) R c) rvY

R R>/3~
B) D)
2 3

E) NRA.

335. So a distância de um ponto ao centro de um círculo aumenta de 10%, a sua


potência em relação a esse círculo aumenta de:

A) 10% C) não é possível calcular

B) 20% O) 100%

E) 21%

ENUNCIAOO RELATIVO ÀS QUESTÕES 33ó E 337

Dois círculos de centros A e B e rolos 12 e 8 são tais que AB ="= 20.

336. A distância de A ao eixo radical desses círculos é:

A) 19 C) 21

B) 20 D) 29

E) NRA.

337. O valor da menor potência que um ponto pode possuir em relação aos dois cír­
culos é:

A) 156 C) 204

B) 189 D) 297

E) NRA.
GEOMETRIA II 221

338. A distância do eixo radical dos dois círculos ao maior deles é:

A)

BI

Cl

O)

E)

339. Num triângulo ABC, a ceviana AD encontra o círculo circunscrito em E. Se AB 5,


AC = 4, BC — 6 e BD = 4, então DE mede:

A) ■x/i i

BI Vz
8
C)
11

Dl 3^/3

8
E)
1 1
222 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

340. Considere os círculos da figura de raios 10 e 4 e seu eixo radical. Se OT é


tangente em J ao círculo menor, calcule a área do triângulo ATH.

11.881
A)
150

12.773
B)
133

11.166
C)
161

11.227
D)
100

1 1.655
E)
182

ENUNCIADO RELATIVO ÀS QUESTÕES 341 E 342

Seja P um ponto de um círculo de diâmetro AB e seja PC perpendicular a AB. O circulo


de diâmetro PC encontra o primeiro em E 1 reta PE corta AB em M. Sabe-se que
AB - 16 e MA - 2.

341. MC mede:
A) 3-^/2 C) 4v''2
B) 3x/ã" D)

E) 6

342. PC mede:

A) 3\/2 C)

B) Sa/Í 01 4VT
el 4
GEOMETRIA II 223

343. Dois círculos de raios 3 e 4 são ortogonais. Calcule a distância de um ponto P


à reta que contém os centros sabendo que ele possui potência igual a 16 em
relação aos dois círculos.

4
A) a/34 O 34
5

5 3
B) --x/n D)
4 5

E) NRA.

344. As cordas AB « CD de um círculo são perpendiculares e cortam-se em I. Se


Al = 4, 18 = 6 e Cl = 3, calcule o diâmetro deste círculo.

A) 5 C) 5-s/3

B) D) 5^/5

E) NRA.

345. Sendo AD a bissetriz interna do ângulo A do triângulo ABC, prove que


AD2 = AB • AC — BD • DC.

346. É dado um triângulo isósceles ABC, inscrito em um círculo, e um ponto M do pro-


longamento da base BC do triângulo. Prove que MA* = - AB2 - MB ■ MG

347. Os segmentos das tangentes traçadas de P a dois círculos distintos não concêntricos
são congruentes. Determine o lugar geométrico de P.

348. O ângulo entre as tangentes traçadas de P ao círculo A é o mesmo ângulo for-


mado pelas tangentes traçadas deste ponto ao círculo B. Determine o lugar geo-
métrico de P.

349. Prove que, se uma secante a dois círculos ortogonais passa pelo centro de um
deles, os quatro pontos de interseção formam uma divisão harmônica.

350. (IME — 67). Dois círculos exteriores possuem diâmetros 2 • 10 e seu etxo radi­
cal dista 5 de um deles. Pede-se:

a) O comprimento da tangente comum externa.

b) Sendo P o ponto em que o ER corta a tangente comum externa e O e O'


os centros dos dois círculos, determinar a ârea do triângulo POO'.
CAPÍTULO 10

POLÍGONOS REGULARES

10.1 — DEFINIÇÃO

Polígono regular é todo polígono que possui lados congruentes e


ângulos também congruentes. Verificamos, ainda, que todo polígono
regular é inscritível e circunscritível.

10.2 — CONSTRUÇÃO

Consideremos um círculo dividido em n partes iguais.

A partir de um determinado
ponto de divisão traçaremos cor­ P divisões

das consecutivas, congruentes, cor­


respondentes a p divisões. Então,
cada corda determina um arco

~ 360°
AB = ------- • p
n

Esta operação será repetida, até que voltemos ao ponto de partida.


O polígono obtido terá, então, gênero g, e para seu fechamento neces­
sitamos dar k voltas no círculo. Ao número k chamamos de espécie do
polígono. Se k = 1, o polígono é convexo e se k > 1, o polígono é
estrelado.
GEOMETRIA II 225

Exemplos:

divisões do círculo: n=5

construção: p= 1

gênero do polígono: g=5

espécie: k= 1

divisões do círculo: n= 8

construção: p=3

gênero do polígono: g=8

espécie: k=3

divisões do círculo: n=10

construção: p=4

gêneio do polígono: g=5

espécie: k=2
226 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Verificamos que:

a) ,
O arco correspondente a um lado mede -------- • p
360°
n

b) A soma dos g arcos é igual a 360° -k, sendo k o número de


voltas necessárias para o fechamento do polígono (espécie do
polígono).

Então,

360°
-------- • p • g = 360° • k
n

n i
g = — • k , sendo k o menor inteiro positivo que torna inteira
P

nk
a expressão------ .
P
c) Quando p = 1 e k = 1, o polígono obtido é convexo de gê­
nero n, como no primeiro exemplo.

d) Quando n e p são primos entre si, temos k = p e g = n, como


no segundo exemplo.

e) Quando n é múltiplo de p, temos

— = nz e g = n'k
P

n
Então, k = 1 e g = —, sendo o polígono convexo de gê-
P

n
nero .
P

Seria este o caso se dividíssemos um círculo em 8 partes e


uníssemos os pontos de dois em dois, obtendo assim um quadrado.
GEOMETRIA II 227

f) Quando n e p admitem fatores comuns, temos

n nz
sendo nz e p' primos enfre si.
7
Então, como g = — • k, concluímos que k = p' e g = n', sendo
P'
o polígono estrelado de gênero n' < n, como no terceiro exemplo.

Observação

Consideremos p < — pois, unindo os n pontos de divisão de p em p


2
ou de n — p em n < p, obteremos o mesmo polígono.

10.3 — LADO E APÓTEMA

Seja In uma corda de um círculo correspondente a p divisões de


um círculo que está dividido em n partes. Assim, lj ou simplesmente l8
é o lado do octógono convexo, l^Q o lado do decágono estrelado de
espécie 3.
Vemos, ainda, que, por exemplo, I20 é o correspondente ao lado
do pentágono convexo (ljo = I5) e Ih © correspondente ao lado do
heptágono estrelado de espécie 2 (pois l?4 = I7).
Chamamos de apótema de um polígono regular à distância do
centro do círculo circunscrito a um dos lados.

Se p e n são primos entre si, e

p < — t l{J é o lado do polígono de


2
gênero n e espécie p, a„ é o apóte-
ma desse polígono. Se um polígono
de gênero n está inscrito em um círculo
de raio R, temos

R2 = (°„)2 + OU
228 A. C. MORGAOO / E. WAGNER / M. JORGE

O» = 'r2_M
4

10.4 — DUPLICAÇÃO DO GÊNERO DE UM POLÍGONO CONVEXO

Se ln é o lado do polígono regular convexo de gênero n, inscrito


em um círculo de raio R, calcularemos 1^, que é o lado do polígono
regular de gênero 2n inscrito no mesmo círculo.

Seja AB = ln e o diâmetro CD

perpendicular a AB. Como AC= .


2
então AC -= lín.

Do triângulo retângulo ACD vem

AC2 = CM • CD

(l2„)= = 2R • (R - c„)

(l2„)2 = 2R R -
'R2_ (Ui
4

■^2R^R - ^R2 - AÍ
*2n —
GEOMETRIA II 229

10.5 — CÁLCULO DOS LADOS DOS POLÍGONOS REGULARES INS­


CRITOS NUM POLÍGONO DE RAIO R

1 — Triângulo oquilólero (n = 3)

A- = R sen 60°
2

i, = r Vã

a 3 — R cos 60°

£
V_|. o, =
2

2 — Quadrado (n 4)
(l4)’ = R2 + R2 = 2R2

l4 = R V2

a4 - R cos 45°

R V2

3 — Hexágono (n = 6, p = 1)
Como o hexágono regular pode ser
dividido em 6 triângulos equiláteros
congruentes, temos

le = R

r Vã
°‘ = —
230 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Observação

n = 6, p = 2 forma um triângulo equilátero.


4 — Octógono convexo (n = 8, p = 1)

Pela fórmula da duplicação, vamos obter l8 em função de 14/ cujo


valor conhecemos.

R2 — ——
4

I, = R V2 - VT

Para o apótema, temos

R2 -
R2 (2 - V2)
Os =
4

a8 =
R2 (4 - 2 + V2)
4

R ---------- 7=
a8 — —v2 -|~ \/2

Observação

n = 8, p = 2 forma um quadrado.

5 — Octógono estrelado (n = 8Z p = 3)

(l3s)2 = (2R)= - (l8)5

= 4R! - R2(2 - n/2)

= R2 (4 - 2 + V2) =:

Is = R2 V2 + Ví
GEOMETRIA II 231

Notamos ainda que

a| = ; logo,
2

= Â V2 - x/2

6 — Dodecágono convexo (n = 1 2, p = 1)

Novamente pela fórmula da duplicação a partir de l6 — R, temos

ll! = R«--*
4 á

I12 — R\/2 — \/3

Ez para o apótema,

a12 = R (2 — V3)
R2 -
4

°is = y V2 + y/ã

Observações

n = 12, p = 2 forma um hexágono regular

n = 12, p = 3 forma um quadrado

n = 12, p = 4 forma um triângulo equilátero


232 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

7 — Dodecógono estrelado (n = 12, p = 5)

(!■;..)' = (2R)2 - (l12)2 =

== 4R2 — R2 (2 — a/3) =

= R2 (4 - 2 + V3) —■

lf2 = R V'2 + V3

Notamos ainda que

ai2 = — ; logo,
2

a12 — Ra/2 4“ \/3

8 — Décagono convexo (n = 10, p — 1)

Na figura, onde O = 36°, AB = l10

e AD é bissetriz de A, temos

AD = OD = l10

DB = R lio*

Pelo teorema das bissetrizes,

JL = =>
ho R ~ Lo
=> (lio)2 4- R lio - R2 = 0 =>

R
ho = — (Ví ~ D
GEOMETRIA II 233

9 — Decágono estrelado (n = 10, p = 3)


O lado do decágono estrelado l?0 compreende um arco de
3 X 36° = 108°. Assim, na figura anterior, AC = Ijo- Mas o triân­
gulo ODC é isósceles e assim

DC = R e AD = l10
Então, •io — ho + R

l?o = — (V5 - I) + R =>

l?0 = | (y/5+1)

10 — Pentágono convexo (n = 10, p = 2)

(ls)2 = (2R)2 - (l%)2

R2
(l5)2 = 4R2 - — (V5 + D2
4 ' '
R2 (16 - 6 - 2\/5 )
W2 = 4

D__________________
= — Vio — 2 vt

1 1 — Pentágono estrelado (n 10, p = 4)

(I2)2 = (2R)2 - (l10)2


D2
(|2)= = 4R2 - — (V5 - I)2
4
R2 (16 - 6 + 2V5) =.
dl)2 =
4

D _________________
I5 = — a/10 + 2Vs
234 A. C. MORGADO/E. V/AGNER / M. JORGE

Para o cálculo dos apótemas dos decágonos e pentágonos, obser-


vemos a figura abaixo.

Vemos que

1%
a5 =
2

Lo
□í
2

010 ~

a3 — _k_
10------- 2~

10.6 — COMPRIMENTO DO CÍRCULO

Demonstraremos, inicialmente, que os comprimentos de dois cír-


culos são proporcionais a seus diâmetros.

Demonstração

Sejam dois círculos de comprimentos C e c e raios R e R'. Seja x


um segmento tal que

R' -
x — ------ ■ C
R

Consideremos dois polígonos regulares convexos semelhantes ins­


critos nos dois círculos. Podemos escrever

L, R

i; R'
GEOMETRIA II 235

Como n . In = 2p e n . 1^ = 2p', temos

2p = _R_
2p' R'
mas, por (1), temos

R C
R7 x

e então

2P C
2p' x

ou

C
x = ■ 2p'
2p

C
Como a relação -------- é maior que a unidade, x > 2p'. Analoga-
2p
mente, circunscrevendo dois polígonos regulares semelhantes de perí­
metros 2P e 2P', temos

2P C
ou
2PZ X

X = —5- • 2P'.
2P

C
Como a relação -------- é menor que a unidade, x < 2P'.
2P

Vemos que x está compreendido sempre entre 2p' e 2P'.


236 C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Quando o número de lados cresce indefinidamente, x = C'. Vol­


tando, então, em (1), temos

c=—.c OU
R

C C'
----- = cte
R R'

Naturalmente que é constante a relação entre o comprimento de um


círculo e seu diâmetro. Chamamos essa constante de tt. Então,

C
------ = 7T => C = 2ttR
2R

Para que possamos ter uma idéia do número ir, construímos uma
tabela, utilizando perímetros de polígonos regulares inscritos e circuns­
critos divididos por 2R. Os lados desses polígonos foram obtidos pela
fórmula da duplicação do gênero, a partir do hexágono regular.

Sejam
n = n.u de lados do polígono
2p = perímetros dos polígonos inscritos
2P = perímetros dos polígonos circunscritos
R = raio do círculo

2p 2P
n
2R 2R

6 3,00000 3,4641 1
12 3,10582 3,21540
24 3,13262 3,15967
48 3,13935 3,14609
96 3,14103 3,14272
192 3,14145 3,14188
384 3,14156 3,14167
GEOMETRIA II 237

Notamos que os números da primeira coluna crescem e os da se­


gunda decrescem, tendendo para o número tt, que apresentamos com
as vinte primeiras decimais.

ir = 3,141 59265358979323846. . .

10.7 — COMPRIMENTO DE UM ARCO

Seja Cab ° comprimento do arco


AB. Como este comprimento é pro­
porcional à sua medida, temos

a em graus

360° -> 2ttR

C*B = ' 21rR


360
a Cab

a em radia nos

2?r rd 2ttR
Cab ~ aR
a Cab

10.8 — CÁLCULO DE T

Consideremos um círculo de raio R e um polígono regular inscrito


de n lados e perímetro 2p.
238 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Este perímetro é menor que o comprimento do círculo, mas tende


a esse valor quando o número de lados cresce indefinidamente.

Temos

_ _C_
e, fazendo R = 1,
2R

C
TT =
2

Consideraremos, agora, polígonos regulares inscritos no círculo de


raio unitário, tendo cada um o dobro do número de Iodos do anterior.
Utilizaremos, para isso, a fórmula da duplicação dos gêneros.

I. = V2
i3 = V2_~7r

l|G ~

ho “

116 2

Analogamente,

I32 — 2 -

escreveremos l32 como l24 -f- 1, sendo 4 o número de radicais. Assim,

l2n + 1 = -^2 - V2 + 2+ + . . .
com n radicais.
GEOMETRIA II 239

Esse polígono possui gênero igual a 2n+1 e seu perímetro é

2n+1 • l2n+ 1.

Quando o número de lado cresce indefínidamente, esse valor


tende para o comprimento do círculo que, para R = 1, é igual ao dobro
do número ir. Assim, dividindo por 2, temos

2n ■

com n radicais.

10.9 — PROBLEMAS RESOLVIDOS

351. Calcule a área do hexágono regular inscrito em um círculo de


raio igual a 6.

Solução

l6 = R = 4

A área do hexágono regular


é igual a 6 vezes a área do
triângulo equilátero de lado
igual a 4. Então, 6

62 = 54 V3".
S = 6 •
4
Resposta: 54\/3u. a.

352. Calcule a área do polígono regular convexo de perímetro 2p


e apótema a.

Solução

Seja / o comprimento do lado e n, seu gênero. Como o polígono


regular pode ser dividido em n triângulos de base / e altura a,
240 A. C. MORGADO / E. V/AGNER / M. JORGE

temos

I ■ a
s= n • ---------- . Mas nl = perímetro do polígono = 2p.
2

2p • a
S = => S — p ■ a
2

Resposta: S = pa

353. Calcule o lado do polígono regular convexo de 24 lados.

Solução

Poderemos calcular l24 partindo de l12, que conhecemos pela


fórmula da duplicação do gênero.

l24 = 2R - A'
4
. Como I is = R Vi - 3,

R - ^/r2 - R2(2 - V3 )
l24 — 2R
4

^24 — 2R R yV4R2-2R2 + R2-\/3

l~
^'R(2R

lM = R-^2 - ^2 + VT

■^2 - -^2 + V3'


Resposta: R

354. A razão entre os comprimentos de dois círculos é k. Calcule a


razão entre suas áreas.
GEOMETRIA II 241

Solução

2ttR1 _ k _ Ri
2ttR2 R2

S,
2=4 = k2
S2 7rRo
Resposta: k2.

355. O comprimento de um círculo de raio Rj é igual ao comprimento


de um arco de 30° de um círculo
t de raio R2. Se a área do pri-
meiro é igual a 2, calcule ai área do segundo.

Solução

Comprimento do círculo de raio R| = 27rRj


Comprimento do arco de 30° do círculo de raio

30
R, = —--------2ttR2 = — 2ttR2
360 12

Igualando, 2ttR, = —2jrR2


12

R> 1_

tf 12

s, tf S, 1
Se S, = 2,
s. tf s2 b44

2 1
S2 288
S2 144

Resposta: 288

356. Calcule a área da coroa circular limitada pelos círculos inscrito


e ciscunscrito a um quadrado de lado 4.
242 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

So/uçõo

l4 = 4 = R V2=> R = = 2 V2
2

4
a4 = r = — = 2
2

S = 7T (R2 - r2)

S = ir [(2V2)2 - 22] =

Resposta: 4ir.

357. Sejam Pj, P2, P3, P4 e P5 os vértices de um pentágono regular


convexo inscrito em um círculo de raio unitário. Calcule o produto.

P = P,P2 • PjPj • P,P4 • PA

So/uçõo

Como

P,P2 = P,P5 = l5 e

PiPj ~ Pj P4 ~ l$/ temos

P (I5)2 • (I*)2 =

= 1110-2V5) —(1O + 2V5) =

(100-20) = —. = 5.
16 16

Resposta: 5.

Observação

Este problema pode ser generalizado. Cabe ao leitor interes­


sado demonstrar que, se Plz P2/ P3,..., Pn são vértices de um
GEOMETRIA II 243

polígono regular de n lados inscrito em um círculo de raio igual


□ 1, p,p2 . p,p, . p,p4... p,p„ = n.

358. O comprimento de um círculo é 12tr. Um arco AB deste círculo


tem comprimento igual a 5ir. Calcuie em graus a medida do
arco AB.

Solução
12tt - 360°
ct = 150°
5tt — a
Resposta: 1 50°

PROBLEMAS PROPOSTOS

359. A área do triângulo equilátero circunscrito a um círculo de raio unitário é:


A) 3\/3 a xvT
B) 2\/3" Dl Ói/T
E) NRA.

360. Calcule a distância entre dois lados opostos de um hexágono regular de lado
2\/3".

A) 2y/ó’ C) 4

B) D)

E) ó

361. Calcule a razão entre as áreas dos quadrados inscrito e circunscrito ao mesmo
círculo.

_1_
A) O
2 4

1
B) D)
3 8

E) NRA.
244 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

362. Calcule a razão entre as áreas dos triângulos equiláteros inscrito e circunscrito ao
mesmo círculo.

1 1
A) C)
2 4

1 1
B) D)
3 6

1
E)
9

363. Calcule o comprimento do círculo circunscrito umi triângulo equilátero sabendo


que o círculo nele inscrito tem comprimento igual a 8x.

A) láir
1 6>r C) 327T

B) 24%
24r D) 48ir
E) 64?r

364. A área do círculo circunscrito um triângulo equilátero mede 400t. A área do


triângulo equilátero mede:

A) 300tt C) 6005/3
B) 300-/3" D) 600>r
E) INR A.

365. Quantos polígonos regulares não semelhantes existem com 48 lados?

A) 5 C) 7

B) 6 D) 8
E) 9

366. Quantos polígonos regulares não semelhantes existem com 32 lados?

A) 4 C) 6

B) 5 D) 7
E) NRA.

367. Quando se divide um círculo em 84 partes e se une os pontos de divisão de 7


em 7, obtemos:

A) um polígono convexo de 84 lados

B) um polígono de 84 lados e espécie 7

C) um dodecágono de espécie 7

D) um dodecágono convexo

Ê) NRA.
GEOMETRIA II 245

368. Quando se divide um círculo em 90 partes e se une os pontos de divisão de 24


em 24, obtemos:

A) um polígono estrelado de 90 lados

B) um polígono convexo de 24 lados

C) um pentadocágono estrelado

D) um eneágono convexo

E) NRA.

369. Dividindo-se um círculo cm 47 partes iguais, quantos polígonos diferentes podem


ser construídos?

A) 21 C) 23

B) 22 D) 24

Ê) NRA.

370. O lado de um triângulo equilátero circunscrito a um círculo de raio R é:

2RyT
A) R5/3 Cl
3

BI 2RV5 D) SR-i/f

E) NRA.

371. Calcule o perímetro do hexágono circunscrito a um círculo de raio R.

2
A) -3-R\/3 C) 3R>/3

BI SR^/f D) 4R-/3

El 6R\/3

372. Calcule área do hexágono cujos vértices são os pontos médios dos lados de um
hexágono regular inscrito em um círculo de raio 4.

A) 12-/^ C) 2X5/3'

B) 18\/3 D) 30 y/3

E) NRA.

373. Calcule distância entre dois lados opostos de um octógono regular Inscrito em
um círculo de raio unitário.

A) y/2 ci 24-5/2

B) V? + 1 D) \/2 +<?

El NRA.
246 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

374. Um círculo de ralo y/2 está dividido em 8 parle* iguais, como mostra a figura.
A área do retângulo assinalado é:

A) 1

B) V2
O 2
D) 4

E) NRA.

375. Sejam l5 e |JO os lado* do pentágono regular convexo e do decágono regular


estrelado inscritos em um círculo de raio l. Então, (I5)2 -f- (Ijq)2 © igual as

A) l 0 4

B) 2 D) 10

E) NRA.

376. Calcule a altura de um trapézio isósceles inscrito cm um círculo de raio 2


bendo que as bases estão situadas em semiplanos opostos determinados por um
diâmetro paralelo e são iguais aos lados do triângulo cquilátero e hexágono
regular inscritos nesse círculo.

A) l/3- + l O y/3
B) x/í - l D) \/3 + 2
E) NRA.

377. O lado do octágono regular inscrito num círculo do raio R mede y/2. Então,

R vales

A) Vz + x/z O zVz+x/z
B) Vz ~ x/í” Dl 2 Vz - \/z
E) NRA.

378. Os catetos de um triângulo retângulo são iguais ao lodo do hexágono e do


decágono regulares convexos inscritos num mesmo círculo. A hlpotenusa desse tri­
ângulo é:

A) iJo C) li
B) l6 D) l8

E) NRA.
GEOMETRIA II 247

379. (CICE — 68) Seja p o perímetro de um polígono regular de n lados Inscrito em


um círculo de raio r. Assinale qual das seguintes relações é verdadeira.

A) p + 2n\/2 r C) p < 7r

B) P + (n + 1 )%/5 r D) p > 8r

n2
E) P " — V3 r

380. As cordas AB e CD que não se cortam no interior de um círculo de raio R me­


R "\/ 10 -f- 2\/5
dem, respectivamente, — e R2 — 3 Ai relas AC e CD
2
formam ângulo dei

A) 36’ C) 57° ou 87°

B) 21° ou 51’ D) o problema está indeterminado

E) NRA.
381. Considere dois dodecágonos regulares convexos de lados 2 e 4. Calcule o lado
do dodecágono regular convexo cuja área seja a soma das áreas dos dois
primeiros.
A) 6 C) 8
B) \/b D) JVT
E) NRA.

382. Considere um triângulo equilátoro e um quadrado inscritos em um círculo de raio


unitário. Então, I3 + U 6 aproximadamente Igual a:

A) 3

B) 7T

c) e (base dos logaritmos neperianos)

24
D)
7

E) -1
6

383. As duas tangentes traçadas de um mesmo ponto a um círculo de raio 2 deter-

minam dois arcos sobre o círculo, sendo o menor de comprimento O ângulo


T-
enlre as tangentes é:

A) 100° c: 135°

B) 120° D) 150°

E) 160°
248 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

384. A distância entre os pontos A e B é 3. Traçam-se círculos de raio 3 com centros


em A e B, que se cortam em M e N. Calcule o perímetro da figura curvilínea
AMBN.
A) O 4tt
B) 2r D) Ótt
E) NRA.

385. Considere o quadrado de lodo 6 da figura, Calcule o perímetro da figura


assinalada.

A) 6jr

B) 8jt

O 12r

D) 16x

E) NRA.

386. Os três círculos da figura são tangentes entre si, dois a dois, nos pontos A, B
e C. Se o raio de cada um deles é igual a 1, o perímetro da figuro curvilínea
formada pelos maiores arcos AB, BC e CA mede:

A)

B)
C)
D)

E)
GEOMETRIA II 249

387. Duas diagonais de um pentágono regular de lado L cortam-se segundo dois


segmentos m e n. Calcule estes segmentos em função de L.

388. Os pontos A, B, C e D são vértices consecutivos de um decágono regular de lado


L inscrito em um círculo do centro O e raio R. A diagonal AD corta o raio 08
em J. Calcule os segmentos AJ e JD.

389. Calcule a razão entre os perímetros dos dodecágonos inscrito e circunscrito a um


mesmo círculo.

390. Considere um pentágono regular convexo ABCDE de centro O. A rela AO encon­


tra BE em M e DC em N. Demonstre que os pontos A, M, O e N formam uma
divisão harmônica.

391. (IME — 67) A figura abaixo mostra o octógono MNPQRSTU e um quadrado


construído tendo por base MN. Sabendo
que a distância entre o centro do círculo
inscrito no octógono e o ponto de inter­
seção das diagonais do quadrado é a,
determine a área do quadrado em função
de a.

u Q

S
APÊNDICE

| A—1 | — HOMOTETIA

1.1 — Dados em um plano os pontos O e A, e um número real k 0,


chama-se homotetia de centro O e razão (ou característica) k à
transformação que a todo ponto A faz corresponder um ponto

A' tal que OAZ = k • OA chamaremos de Hom (O, K).

homotetia
direta

B*

0
A'
A
O < K < 1
GEOMETRIA II 251

homotetía
inversa

K < O. (*)

Da própria definição decorre que os triângulos CAB e OA'B' são


semelhantes, sendo AB // A/B'. Portanto, a homotetía transforma uma
reta em outra paralela distinta, caso k seja diferente de O' e de 1,
e caso a reta não contenha o centro O.

1.2 — A figura homotética de um ângulo AJB é um ângulo A'J'B'


congruente com o primeiro.

De fato, como JA // J'Á' e JB // J'B', independentemente da


razão, a = a'.

* Se k = — 1, a transformação é uma simetria de centro 0.


252 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

1.2.1 — A figura homotética de um triângulo (polígono) é um outro


semelhante ao primeiro.

Este fato decorre imedíatamente da definição e proprie-


dades anteriores.

1.3 — A figura homotética de um círculo é um outro círculo.

Seja um círculo de cenlro A e raio R. Se o imaginarmos formado


pelas extremidades dos segmentos AP, todos congruentes, a figura
deste círculo transformada em uma homotetia será formada pelos extremos
GEOMETRIA II 253

dos segmentos A'P', todos congruentes e de comprimento igual a |k| ■ AP.


Assim, concluímos que:

1) A figura transformada de um círculo (A, R) em uma Hom(O, K)

é um círculo (A', | K | R), onde OA' = K • OA.

2) Dados dois círculos não concêntricos e de raios diferentes


existem sempre duas homotetias que transformam um deles no
outro.

3) As tangentes comuns a dois círculos passam pelo centro de


! homotetia.

1*4 — Produto de homotetias

1.4.1. — Produto de homotetias de mesmo centro.

Sejam Hom (O, Kj e Hom (O, K2) duas homotetias. A pri­

meira transforma um vetor AB em outro A^ = k; • AB e a outra

transforma A1Bl em outro A2B2 = k2 • AiB1. Por simples subs­

tituição vemos que


8?

Bj
A2B2 — Kj • K2 AB
8

A
A,

A2

o que mostra que a Hom (O, Iq • k2) transforma AB em A2B2.

Vemos, também, que o produto de homotetias é comuta-


tivo, não influindo a ordem em que são feitas as transformações.
254 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

1.4.2. — Produto de homotetias de centros distintos.

°2'

B,
0
Ai

o< A2

Consideremos, agora, Hom (Oj, Kj e Hom (Op K2). A pri-

meira transforma AB em AjBt = kj , AB e a segunda transforma

A^j em A2B2 = k2 • A|BP Vemos também que, como

A2B2 — ki • k2 ■ AB,

existe uma homotetia de centro O e razão k, ■ k2 que transforma

AB e, A2B2> (*)

* kl • k2 1 para que exista O perfeitamente determinado.


GEOMETRIA II 255

Concluímos, ainda, que:

D O, Ox e O2 são colineares.

De fato, seja r a reta que contém Oj e O2. Na primeira trans­


formação, rj s= r e, na segunda, rt = rt s r. Como rt r,
então r contém o centro O da homotetia que transforma AB
em A2&2.

2) A homotetia produto será direta duas primeiras forem


ambos diretas ou ambas inversas e será inversa se uma for
direta e outra inversa.
256 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

3) Três círculos de raios distintos e dois não concêntricos determinam


sempre seis centros de homotetia.

A 23 ”0^2'
Ais

Este fato decorre imediatamente das propriedades anteriores.


GEOMETRIA II 257

A-2 — A RETA DE SIMPSON-WALLACE

2.1 — Os pés das perpendiculares traçadas de um ponto do círculo

circunscrito a um triângulo aos lados desse triângulo são colineares.

Porque os quadriláteros PMAN e PMLC são inscritíveis.

NPA = NMA e CPL = CML.

Porque os quadriláteros BNPL e BAPC são inscritíveis,

NPL = A PC, pois são suplementos de B.

Logo, NPA = CPL ou NMA = CML, o que mostra que os pontos l, M e N


são colineares. A reta que os contém é chamada reta de Simpson,
reta de Wallace ou simplesmente simson do ponto P.
258 A. C MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

2.2 — Se as perpendiculares de um ponto P do círculo circunscrito a

um triângulo ABC aos lados BCZ CA e AB encontram novamente


o círculo em L", M' e N', as retas AL', BM' e CN' são paralelas

à simson do ponto P.

AP
a = T
2

â = ê- (quadrilátero inscritível PMLC)

0=7 AL' // S.
GEOMETRIA (I 259

2.3 — Se o ponto P move-se sobre o círculo circunscrito de um arco

de medida a, a reta de Simpson move-se de um ângulo de

medida sentido contrário à rotação de P.

P.P., = L/L/ = a

2.4 — A reta de Simpson de um ponto P divide ao meio o segmento

que une o ortocentro do triângulo ao ponto P.

2.5 — Os simétricos de um ponto do círculo circunscrito em relação aos


lados do triângulo inscrito estão sobre uma reta paralela à de
Simpson passando pelo ortocentro do triângulo.

2-6 —■ O ângulo formado pelas retas de Simpson de um ponto P em

relação a dois triângulos inscritos é o mesmo para qualquer


posição de P.
260 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

| A—3^ — A RETA DE EULER — O CÍRCULO DOS NOVE PONTOS

3.1 — A distância de um circuncentro de um triângulo a um dos lados


metade da distância do ortocentro ao vértice oposto.

Como O A' // HA,

ÕB“ // HB,

A'B' // AB, e

A'B' = — AB,
2
triângulos OA'B e HAB

1
são semelhantes na razao —, sendo
2

OA' = — HA.
2

3.2 — Em um triângulo, o ortocentro, o baricentro e o circuncentro


estão alinhados.
Como A' é médio de
BC, ÃÃ' é uma me­
diana, os triângulos
AHG e GOA' são
semelhantes, e sendo

OA/ 1
= — a razao
HA 2
de semelhança, en-

tão GA' = —— GA,


2
sendo G, portanto, o baricentro do triângulo.
GEOMETRIA II 261

A reta que contém o orfocentro, o baricentro e o circuncentro de


um triângulo é chamada reta de Euler do triângulo.

3.3 — O baricentro de um triângulo divide o segmento que une o

ortocenfro ao circuncentro na razão — •


2

Como os triângulos AHG e GOA' são semelhantes na ra-

OA' 1 ,
zâo —, logo
ha' 2

GO — GH.
2

3.4 — Círculo dos nove pontos

Transformemos o círculo circunscrito de um triângulo pela


(G'“T.
Hom . Seja F o centro do novo círculo. Ele é tal que

1
GF =------ GO.
2

De acordo com a figura,


7~x -H
1
FO = X
3 ó
H 7 G Õ

--> FO = — x 1
2
262 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

Logo, o centro do círculo transformado é o ponto médio do seg­


1
mento OH. Ora, segundo a Hom G, - , os pontos A, B e C

transformam-se em a; B' e C' médios dos lados do triângulo.

Como F é médio de ÕH,

FA = FHi, o que mostra pas­


sar este círculo também pelos

pés das alturas do triângulo.


Da congruência dos triângulos FOA' e FHP), temos

OAZ = HP, = — HA.


2

Logo, P, é médio do segmento HA e, como FA' = FPj, vemos também


que este círculo passa pelos pontos médios dos segmentos que unem o
ortocentro aos vértices e que são chamados de pontos de Euler do tri­
ângulo.
Hom ^G, —
Como transformamos o círculo circunscrito segundo a

d
o raio do círculo dos nove pontos tem raio-----
2

Assim, o círculo dos nove pontos:

4 • R
a) tem raio —,
2

b) tem centro no ponto F, médio de OH,


GEOMETRIA II 263

c) contém

A', Bz, C' pontos médios dos lados

Hx, H2, H3 pés das alturas

Pp ^2r P 3 pontos médios dos segmentos que unem o


ortocentro aos vértices.

3.5 — Os triângulos ABC, BCH, CAH e ABH possuem o mesmo círculo


dos nove pontos.

Observação: o círculo inscrito e os três círculos exinscritos são cha­


mados de círculos tritangentes.

3.6 — Teorema de Feuerbach

Cada um dos triângulos ABC, BCH, CAH e ABH definem quatro


Estes 16 círculos são tangentes ao círculo
círculos tritangentes.
dos nove pontos.

| A-4 | — TRIÂNGULOS PEDAIS

4.1 —■ Seja P um ponto do plano de um triângulo ABC e sejam PAlz


PB, e PCj as perpendiculares traçadas por P aos lados BC AC
e AB do triângulo. Se P não pertence ao círculo circunscrito, o
triângulo AjBjCj é chamado triângulo pedal de P.
264 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

4.2 — Lados do triângulo pedal

Como ACjPBj é inscritível, pela Lei dos Senos,

J^-PA; a
mas = 2R
sen A sen A

a • PA
B,C, =
~ 2 R~

Assim, se x, y e z sào as distâncias de P aos vértices A, B e C,


os lados do triângulo pedal medem

ax bx cx
e
~2R' 7r Ír'

[ A 5 | — AS SIMEDIANAS

5.1 — A isogonal de uma mediana chama-se simediana.

5.2 — A bissetriz de um

ângulo de um triân­

gulo é também bis­

setriz do ângulo for­

mado pela mediana


e simediana traçadas

do mesmo vértice. B
GEOMETRIA II

5.3 — Se D e E são os
pontos em que a
mediana e sime­
diana encontram o
círculo circunscrito
a um triângulo
ABC, então DE é
paralela a BC.

I Como F é médio de BC
BÈ = DC, logo DE // BC.

5.4 — A simediana relativa ao lado a de um triângulo ABC divide


ao meio qualquer antiparalela ao lado BC.

8 A‘ C

AA' —► mediana AS —*■ simediana


—> DM = ME. DM = ME.
DÊ // BC DE anti // BC

A demonstração é ele­
mentar. Seja AA' uma me­
diana, DE // BC, sendo M
médio de DÊ. A simetria
em relação à bissetriz AZ
do ângulo A leva a me­
diana AA' na simediana
AS, D em DM E em E, e
M em MP
266 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Concluímos imediatamente que a — a', sendo, portanto, D^j e BC


antiparalelas em relação aos lados do ângulo A, e que, se M é médio
do DE, então M, é médio de D^.

5.5 — Em um triângulo ABC, o pé da simediana e o pé da tangente


ao círculo circunscrito, traçadas por A, dividem harmonicamente
o lado BC.

Ora, como C = AÊD —

= BÃT, a antiparalela DE
é paralela à tangente AT,

e, como M é médio de DE,


O feixe A(TBSC) é harmô­

nico (V. 3.9.2).

5.6 — O ponto S, pé do simediona traçada pelo vértice A de um tri-

* — cc2
ângulo ABC, divide o lado BC na razão--------
b2
SB
Como a razão é
SC
JTB_ A
igual a calcularemos
~TC '
esta última. b
c

Da semelhança dos tri­


T B
z 'C
ângulos ABT e CAT, temos

TA c TA2 c2
ou
TC b TC7 b2
GEOMETRIA II 267
|
JBTC c2
mas TA1 = TBTC
= TC2 b2

TB SB c2
TC SC b2
I
5.7 — As distâncias de qualquer ponto da simediana aos lados adja­

centes são proporcionais aos próprios lados.

Como os triângulos ASB e ASC possuem mesma alturo em relação

SB
a BC, a razão entre suas áreas é igual à razão -------- de suas bases.
SC

Assim,

cx
S (ASB) £B c" V
S (ASC) SC b2 by
2

x c

y b
268 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

5.8 — As três simedianas de um triângulo são concorrentes.

Seja K o ponto de concurso das


simedianas So e Sb.
A
K C So => y. = ±
b c

z X y/ b
k e sb c
c a

Concluímos que

ou seja, K £ Se.
A = X.
a b*
B
± 0 C

O ponto K, de concurso das simedianas, é chamado ponto de Lemotne


e é o único ponto cujas distâncias aos lados são proporcionais aos pró­
prios lados.Além disso, devemos notar que o ponto K forma os triân-
gulos KBC, KAC e KAB, de áreas proporcionais a a2, b2 e c2, respecti-
vamente.

5.9 — Se por um ponto de uma simediana (mediana) traçarmos per­


pendiculares aos lados adjacentes, o segmento que une os pés
dessas perpendiculares é perpendicular à mediana (simediana)
correspondente.
GEOMETRIA II 269

Como AM)MM2 é inscrítível, MjAM = M1M2M = A'AC, o que


mostra ser MtM2 perpendicular a AAZ. Da mesma forma demonstramos
que NiN2 é perpendicular a AS.

Concluímos, aindo, que:

D M.M2 e NjN2 são antiparalelas em relação ao ângulo A.

2) M„M2,N2 e N) são concíclicos.

De fato, pois se AMi M2 = ANi N2, os triângulos AM( M2 e AN, N2


são semelhantes e AMj • ANj = AM2 • AN2/ demonstrando as proposi-
ções acima.

Devemos notar que estas propriedades valem para duas cevianas


isogonais quaisquer e as demonstrações são ínteiramente análogas.

5.10 — Comprimento de uma simediana.

Sejam m e s o comprimento da mediana e simediana relativas ao


lado a de um triângulo ABC. A mediana ÃA? corta o círculo circunscrito

em D, e seja A'D — x.
270 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Sabemos que

bc
bc = S • AD S =------ (D
AD

a a a2-
mas m • x = X
2 2 4m

4m2 + a2
AD m + x m + 4m 4m

4 . —I2(b2 + c2) - a2] + a2


4
AD
V2(b2 + c2) - a2
4 yV2(b2 + c2) - J2

Levando em (1),

bc /--------------------------
S = -7——V2 (b2 4- c2) - a2
b‘ + c-

bc
Analogamenfe, se So V2 (b2 + c2) - a2,
b2 + c2

ac
então Sb = V2(a! + c2) - b2 e
a2 -f- c2

Sc = is ^2 (a2 + b2) - c2
a2 + b2
271
GEOMETRIA II

Ic

Io S
272 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

| A-6 | — AS FÓRMULAS DE EULER

6.1 — Relação dos cinco raios

Considerando a figura da página anterior, verificamos inicialmente


que as bissetrizes Ali(0 e Alb são perpendiculares e que EF é um diâmetro
perpendicular a BC <em seu ponto médio D.

No trapézio lb JLIC, temos

BJ = p
JC = BL
CL = p J
Como D é médio de JL, DF é base média, sendo

DF = (1)
2
Temos ainda
CR = BM
BM = p - b = AU - AC = UC = CR
RD = DM

C?E = ECl =
2 EB = EC = El = Ela

CUE = LCE

Se D e E são médios de RM e ||a,


então podemos escrever

ro - r
DE = (2)
2

Como DE + DF = 2R,

rq ~ r
2
GEOMETRIA II 273

6.2 — Distância do incentro ao circuncenfro

No triângulo OIE, temos

OI2 = OE2 -|- IE2 - 2OE ■ ET, mas

IE2 = EC2 = 2R- ED

OI2 = R2 + 2R (ED - ET) = R2 — 2R (ET - ED)

OI = VR2 - 2Rr

6.3 — Distância do circuncentro a um exincentro

No triângulo OlaE, temos

Ol’ = OE2 + El’ + 2 • OE • ES, mas

El’ = CE = 2R ■ ED =>
OI’ = R2 + 2R (ED + ES) =:

Olo= VR2 +’ 2R ra e, analogamente,

Olb = VR2 + 2R rb e

Ole = VR2 + 2R r“

6.4 — Distância do incentro a um exincentro

Temos

II. = 2 El. = 2 CE2

II; = 4 • CE2

II2 = 4 • 2R • ED, mas ED = =>


2
274 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

II. = 2\/R(ro — r) e, analogamente,

llb = 2VR(rb ~ r) e

II, = 2v/R(r, - r)

6.5 — Distância entre dois exincentros

Calculemos lblc.
Flb — FL# sendo CF mediana no triângulo retângulo lbCle.
2CF = lblc
|b|2 = 4 CF = 4 • 2R • FD,

mas FD = rb + r=
2

IbL = 2 VR(rb + rj) e, analogamente,

l.'b = 2 VR(ro + rb) e

1.1. = 2Vü|r. + r.)

6.6 — Exemplos

6.6.1 — Calcular o raio do círculo circunscrito a um triângulo


sabendo que o circuncentro e os exincentros relativos a a e b
formam um triângulo equilátero de 4 m de lado.

So/ução

Pelas fórmulas de Euler, temos


Ol„ = VR2 + 2R r.
Olb = VR2 + 2R rb
l.lb = 2 VR(ro + rb)
GEOMETRIA II 275

Das duas primeiras vemos que ro — rb.

Na última, temos
4 = 2 V R (2 ra) ou

R • r. = 2.
Levando na primeira, temos

1 6 = R2 + 2 • 2 => R2 = 1 2

R = 2 \/3m

6.6.2 — No problema anterior, calcule os raios dos círculos


exinscrito e inscrito.

Solução

Do problema anterior,

R - ro = 2
V3
=> r-
R = 2 a/3
rb = —

Calculamos rc e r pelas relações

4R = ro + rb + re - r e

1
A+J_ + J_
r. fb r.

6.6.3 — Em um triângulo de lados 4, 6 e 8, calcule, se possível,


o comprimento da tangente traçada pelo circuncentro
ao círculo inscrito.

Solução

Calculemos a área do triângulo.

S = V9(l)(3)(5) = 3a/Í5 a.a.


276 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Os raios dos círculos inscrito e circunscrito medem

S = pr => 3 Vi 5 = 9r => r = ~ Vis


3

16 V15
abc = 4 RS => 4 ■ ó • 8 = 4 ■ R • 3V15 => R =
15

A distância d entre o incentro e o circuncentro é dada por uma


das fórmulas de Euler.

d2 = R2 - 2Rr

162
d2 = — - - 2 1£V1£ V15
15 15 3

32
d2 = 2Él
15 3

=> d2 = 2L
15

Podemos, então, calcular a potência do circuncentro em relação


ao círculo inscrito

Pot(|) O = d2 — r5

Pot||) O = —
96 £
15 3

71
Pot(n O = —
15

Como a potência é positiva, o circuncentro é exterior ao círculo


inscrito e, neste caso, a potência é dada pelo quadrado do
segmento da tangente. Logo, o comprimento t pedido é
GEOMETRIA II 177

[ A-7 [ — INVERSÃO

7.1 — Definição

Consideremos um ponto O de um plano Z. Chamamos de inversão


positiva de centro O e raío K a transformação em Z que faz corres­
ponder a cada ponto P de Z um ponto P' da semi-reta OP, tal que

OP • OP' = K2

Os pontos do círculo de centro O

e raio K são duplos. Se duas


curvas C e C' são inversas, a

sua interseção está necessaria-


mente sobre este círculo, Os
pontos A e A', B e B'z C e C' são pontos inversos e escreveremos

A' ■= Inv(A), B' = Inv(B) e C' = Inv(C)

e vice-versa.

7.2 — Produto de inversões de mesmo centro

Consideremos a inversão de centro O e raio Kt que leva P em P,

e a inversão de centro O e raio K2 que leva P| em P2. Então,

OP • OP, = K? e

OP, • OP.2 = K?.


278 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

Dividindo membro o membro, obtemos

OP2 = OP
fe)'
Vemos, então, que o produto de duas inversões de mesmo centro e raios
2
K( e K2 é uma homotetio de centro O e razão
K,

7.3 — Isogonalidade

7.3.1 — Teorema

Se dois pontos A e A' pertencem, respectivamente, às curvas


inversas C e Cz, as tangentes a essas curvas em A e A' formam
ângulos iguais com a reta AA'.
GEOMETRIA II 279

Consideremos os pares de pontos inversos A e A' e B e Bí


Porque OA • OA' = OB • OB', os pontos A, B, A' e B' perten-

cem a um mesmo círculo, sendo r e r' antiparalelas em relação


a 6. Se B tende a A, B' tende a A' e, quando B = A, B' = Aí

O círculo (J) será, então, tangente às curvas C e C' em A e A',

respectivamente, e as retas r e r' serão tangentes a esse círculo


e às curvas C

Vemos imediatamente

a = aí

7.3.2 — Teorema

Se duas curvas Cj e C2 formam ângulo a em um ponto de

interseção A, as suas inversas C/ e C2Í na mesma inversão,

formarão ângulo a em um ponto de interseção A', inverso de A.


280 a. c. morgado/e. Wagner/m. jorge

m)

0 A'

/z

C< N
Cz c;
Cz

Porque os triângulos MAA' e NAA' são isósceles, pelo teorema


anterior, concluímos imediatamente que

a = a'.

7.4 — Transformação do círculo por inversão

7.4.1 — O pólo é um ponto do círculo

Quando o pólo O de inver­


são é um ponto do círculo, a
figura inversa do círculo é
uma reta perpendicular ao
diâmetro que passa por O.

Seja A' do diâmetro OA


tal que

OA • OA' = K2.

Consideremos a reta r, que


contém A' e é perpendi­
cular a OA. Seja B um
ponto do círculo.
GEOMETRIA II 281

Vamos provar que B', ponto que r intercepta OB, é o


inverso de B.

Sendo os triângulos OA'B' e OBA semelhantes, temos

OA' OB'
=> OB • OB' =■• OA • OA' = K2
"õb" OA

Então, como B' = Inv (B), mostramos que

Inv (C).

7.4.2 — O pólo não pertence ao círculo

(C)

Quando o pólo de inversão não pertence ao círculo,


figura inversa é um outro círculo homotético do primeiro, numa
homotetia de mesmo centro.

Sejam A' = Inv(A) e B' = Inv(B).

Consideremos o círculo de diâmetro A'B'. Temos, então,

OA OBJ_
OA • OA' = OB • OB' K2=>
OB OA' '
282 A. C. MORGADO ! E. WAGNER / M. JORGE

o que mostra que (C') é homotético de (C), numa homotetia de


centro O. Temos ainda, considerando uma secante qualquer,

jOD_
AE = B'D' => A OAD â OD'A' =>
OA' OD'

OD • OD' = OA ■ OA' = K2.

Então, C' = Inv (C).

7.5 — Distância entre dois pontos inversos

Sejam A' — lnv(A) e

B' Inv(B).

Porque as retas AB e

A'B' são antiparalelas, os

triângulos OAB e OB'A' são semelhantes. Logo,

ZCBJ OB'
AB oT

OB'
A'B' AB ------------
OA

K2
Mas OB' Então,
OB

___ K2___
A'B' AB •
OA ■ OB
GEOMETRIA II 283

7.6 — Observação

Se dois círculos são ortogonais, a inversão cujo pólo é um ponto


de um dos círculos transforma estas figuras círculo e numa reta
que passa pelo centro deste.

Este fato decorre imediatamente de 7.4 e 7.3.2.

7.7 — Aplicações

1) Demonstrar que, em ium quadrilátero inscritível, o produto das

diagonais é igual à soma dos produtos dos lados opostos.

(Teorema de Ptolomeu).

Sugesfâo

Transforme círculo em reta, numa inversão de pólo A. Como


B'D' = B/C/ + C'D', aplique o resultado encontrado em 7.4.
284 A. C. MORGADO/E. WAGNER / M. JORGE

2) Considere um quadrilátero ABCD. Prove que, se os círculos


circunscritos aos triângulos ABC e ADC forem ortogonais, os
círculos circunscritos aos triângulos ABD e CBD também o serão.

Sugestão

Transforme os círculos (ABC) e (ADC) em retas, por inversão


de pólo A. Lembre que essas retas são perpendiculares.

3) Considerando o quadrilátero do problema anterior, se a, b,


c e d são os comprimentos dos lados, e p e q, os das diagonais,
prove que
p2q2 = a2c2 + b2d2

4) Os pontos A, B, C e D formam uma divisão harmônica. Trans­


formemos, por inversão de pólo A, os pontos B, C e D. Se
B' — Inv(B), C' = Inv(C) e D' = Inv(D), prove que B' é o ponto
médio de C'D'.

5) Se um círculo é tangente internamente ao círculo circunscrito


de um triângulo ABC e é tangente em P e Q a dois lados do
triângulo, prove que o incentro do triângulo ABC é o ponto
médio de PQ.

Sugestão

Transforme os dois círculos, utilizando uma inversão de pólo A


e raio Al.
GEOMETRIA II 285
! RESPOSTAS DOS TESTES

8 — B 62 — C 107 — E 156 — D
9 — D 63 — D 108 — A 157 — D
10 — D 64 — D 109 — B 158 — C
11 — C 65 — B 1 10 — C 159 — A
12 — A 66 — B 111—8 160 — E
13 — C 67 — A 1 12 — C 161 — C
14 — 8 68 — C 1 13 — C 162 — A
15 — E 69 — C 1 14 — C 163 — C
16 — C 70 — D 1 15 — D 164 — D
17 — D 71 — A 1 16 — D 165 — B
18 — C 72 — C 1 17 — B 166 — A
19 — C 73 — E 1 18 — B 167 — D
20 — C 74 — A 1 19 — C 168 — B
30 — C 75 — B 120 — A 169 — D
31 — D 76 — B 1 21 — B 170 — C
32 — C 77 — B 122 — C 171 — A
33 — 8 78 — A 123 — B 172 — D
34 — A 79 — A 1 24 — C 173 — B
35 — C 80 — C 1 25 — A 174 — C
36 — E 91 — D 126 — D 175 — A
37 — A 92 — C 127 — E 176 — D
38 — A 93 — D 128 — C 177 — C
39 — C 94 — D 1 29 — D 178 — D
40 — B 95 — D 130 — C 179 — C
51 — D 96 — B 131 — B 180 — B
52 — B 97 — B 132 — E 181 — C
53 — A 98 — E 133 — B 206 — C
54 — C 99 — A 134 — B 207 — A
55 — C 100 — C 135 — C 208 — C
56 — C 101 — C 136 — C 209 — C
57 — D 102 — D 137 — D 210 — D
58 — E 103 — D 138 — C 21 1 — C
59 — D 104 — C 139 — B 212 — D
60 — A 105 — A 140 — D 213 — C
61 — C 106 — E 155 — C 214 — D
286 A. C. MORGADO / E. WAGNER / M. JORGE

215 — A 248 — C 295 — C 339 — E


216 — E 249 — D 296 — B 340 — A
217 — E 250 — B 297 — C 341 — E
218 — B 251 — C 298 — A 342 — D
219 — C 252 — A 299 — D 343 — C
220 — C 253 — D 300 — D 344 — D
359 — A
221 — D 254 — C 305 — D 360 — C
222 — C 255 — B 306 — D 361 — A
223 — D 256 — A 307 — B 362 — C
224 — A 257 — D 308 — C 363 — E
225 — C 258 — C 309 — A 364 — B
226 — A 259 — D 310 — C 365 — D
227 — B 260 — D 31 1 — A 366 — C
228 — D 261 — B 312 — E 367 — D
229 — E 262 — E 313 — D 368 — C
230 — B 263 — A 314 — B 369 — C
231 — B 264 — D 315 — C 370 — B
232 — D 265 — A 316 — E 371 — D
233 — C 266 — D 317 — B 372 — B
234 — C 281 — A 318 — B 373 — D
235 — E 282 — C 326 — C 374 — C
23Ó — C 283 — D 327 — A 375 — C
237 — C 284 — D 328 — A 376 — A
238 — D 285 — E 329 — C 377 — D
239 — A 286 — A 330 — D 378 — B
240 — A 287 — B 331 — C 379 — C
241 — B 288 — D 332 — B 380 — C
242 — C 289 — B 333 — B 381 — D
243 — D 290 — A 334 — A 382 — B
244 — E 291 — C 335 — E 383 — D
245 — B 292 — B 336 — C 384 — C
246 — B 293 — C 337 — D 385 — B
247 — D 294 — B 338 — B 386 — C
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