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1a. Edição
Matemática
Em Nível IME/ITA
Volume 2:
Álgebra Vetorial e Geometria Analítica
Editora Vestseller
Fortaleza - CE
1a Edição - 2013
Sumário
Apêndice................................................................................... 297
A.1. Trigonometria.................................................................... 297
A 2. Conceitos Básicos de Geometria Plana - Triângulos 299
A.3. Tabela de Derivadas e Integrais Básicas.................... 308
Bibliografia 310
X - Nível Difícil
S - Nível Insano
Por fim, ressaltamos que muitas das questões acompanham o nome de onde foram
tiradas. Em alguns casos é comum ver a palavra 'adaptada' junto à referência. Isso
acontece nos casos em que a questão é a mesma que caiu no vestibular citado,
porém com alguma alteração, tornando-a mais interessante para a nossa discussão.
Para que futuras tiragens do livro estejam cada vez mais completas, pedimos
aos leitores que enviem eventuais "erros" identificados ao correio eletrônico do
autor: matematicanivelimeita@gmail.com. A Editora Vestseller disponibiliza a
versão atualizada do arquivo de erratas dos livros Matemática Em Nível IME/
ITA (Volumes I e II) no endereço:
http://www.vestseller.com.br/Caioguimaraes
Capítulo 1 - Vetores 15
^-Vetores
5
4
3
2 t
1
01
0 1 2 3 4 5
Descartes publicou suas descobertas no ensaio La Geometria, parte integrante
do apêndice da obra Discours de La Méthode (1637). Inicialmente, sua obra em
francês não foi muito bem reconhecida, principalmente devido à lingua de escrita
e às suas complicadas equações.
Foi apenas depois da tradução para o latim e dos comentários do matemático
holandês Van Shooten (1615-1660), doze anos mais tarde, que a obra de arte de
Descartes passou a ser compreensível para a comunidade matemática e se espalhou
para o mundo com seu devido reconhecimento.
Frans Van Shooten passou ainda o resto de sua vida contribuindo para o
desenvolvimento da obra de Descartes, tendo sido um dos pioneiros a sugerir que
16 Matemática em NIvel IME/ITA-Volume II
Dizemos que uma grandeza fisica é um vetor quando convém diferenciá-la com
elação à sua intensidade (módulo), direção e sentido. Quando a grandeza fisica
e diferencia apenas por sua intensidade (módulo), a chamamos de escalar.
y
B
yB
yA -A ü
X
xA xB
Figura 1.2.1 - Representação geométrica de um vetor no R2
Capítulo 1 - Vetores 17
Zr
yo
y
xqZ
X
Figura 1.2.2 - Representação geométrica de um vetor R3
Figura 1.2.3
Soma de Vetores
A soma de dois vetores é definida pela soma algébrica das suas ternas (ou pares)
ordenadas.
ü + v = (xu, yu, zu) + (xv, yv, zv) = (xu + xv, yu + yv, zu + zv)
No plano, em termos geométricos, a soma se dá da seguinte forma
y
4
-yJI
r-xu—I*—Xv-- >) X
y-
y“
v
yu + yvr _ ü ü+v
yu + yvzr-_-_-^
: v
H XA k—*u+Xv X
'a) (b)
Figura 1.2.4 - Representação geométrica da soma de dois vetores - (a) Regra do Polígono; (b)
Regra do Paralelogramo
■
Regra do Polígono
Na figura 1.2.4 (a), vemos que.se coincidirmos a extremidade inicial de um vetor a
ser somado com a extremidade final do primeiro, a soma vetorial pode ser obtida
unindo o inicio e o final do conjunto geométrico. A Regra do Polígono dá margem
à soma de múltiplos vetores de forma simplificada.
V
ü w z
ü+v+w+z
Fig. 1.2.5- Regra do Polígono
Demonstração:
Demonstra-se a regra do polígono para n vetores de maneira geral:
An-iAn + An_2An_, + ... + A,A2 = An - An_, + An_, - An_2 -
-A2 + A2 - A, = An - A, = A,Ãn □
Regra do Paralelogramo
Na figura 1.2.4 (b) vemos que se traçarmos um paralelogramo com lados iguais
aos vetores a serem somados, e extremidades iniciais coincidentes, o vetor soma
será representado pela diagonal que passa pelo mesmo ponto das extremidades
coincidentes. O vetor soma terá também sua extremidade inicial no ponto coincidente
das extremidades iniciais dos vetores a serem somados.
ü Ü-V'
V
Figura 1.2.6-Regra do Paralelogramo
Módulo do Vetor
A= ‘
(0,0,zu)
Q = (xL.yu.zu)
c = (0,yu,0)
B= ,
(xu,0,0)A
p
X
Figura 1.2.7- Módulo de um vetor
|ü| = 7x2 + y2 + z2
Resultado 1.2.1
Vetor Nulo
O vetor nulo é um vetor de módulo igual a zero. A rigor, é o resultado da soma de
dois vetores de mesmo módulo e direção, porém com sentidos contrários.
Õ = ü + (-ü)
VÜ, Õ + ü = ü
k-Õ = Õ, Vk e R
Capítulo 1 - Vetores 21
Solução:
Vamos dividir a soma em partes. A primeira delas (fig.l) é determinada com uma
simples regra do paralelogramo.
w
I
I
l
i 7 45°
i X
II
w +Z
Figura I
22 Matematica em Nível IME/ITA- Volume II
|w + x| = 72
[ü| = 2-72
|Ü + w + z| = 72
Figura II
Para somar v faremos uso da Lei dos Cossenos no triângulo hachurado (veja a
figura III abaixo).
ü+v+w+z
Figura III
Dependência Linear
Exemplo 1.2.b Mostre que dois vetores são linearmente dependentes entre si se
e somente se eles são paralelos.
Solução:
Ida' ”se dois vetores são L.D. entre si, então são paralelos"
Considere a igualdade: ü + a2 v = Ó
Se, por hipótese, os vetores são linearmente dependentes, um dos fatores escalares
é não nulo. Sem perda de generalidade, seja
Logo, ü e v se diferenciam apenas pela multiplicação por um real, e com isso são
paralelos.
Volta: "se dois vetores sao paralelos, então são L.D. entre si”
Se, por hipótese, os vetores são paralelos, então existe k real não nulo tal que:
ú = kv
Base Vetorial
É fácil ver que os vetores unitários paralelos aos eixos ordenados formam uma base
vetorial. No caso geral do R3, considere:
v, = (1, 0, 0) = úx
V2 = (0, 1, 0) = Úy
v3 = (0, 0, 1) = úz
Exemplo 1.2.C Mostre que os vetores ü e v a seguir formam uma base vetorial
do R2.
ü = (3, 3) ; v = (2, 0)
Solução:
Primeiro devemos mostrar que os vetores são linearmente independentes.
a,ü + a2v = Õ => a, (3, 3) + a2(2, 0) - (0, 0)
=> (3a,, 3a.,) + (2a2, 0) = (0,0) => (3a., + 2a2, 3a,) = (0, 0)
|3a, + 2a2 = 0
=> a, = a2 = 0
|3a, = 0
O segundo passo consiste em mostrar que qualquer vetor (x,y) do R2 pode ser
representado como uma combinação linear de ú e v
DBS.: Fica como exercício ao leitor mostrar que 2 vetores não paralelos formam
sempre uma base vetorial do R! (exercido de fixação 1.12)1
Definição 1.3.1
Propriedades Importantes:
1. Produto Escalar de um vetor por ele mesmo
ü-ü = |0|2
Resultado 1.3.1
2. Comutatividade
|Ü V = V-Ü|
Resultado 1.3.2
Demonstração:
ú V = (xu, yu, zu) (xv, yv, zv) = xu xv + )yuyv + zu-zv
= (xv, yv, zv)-(xu, yu, zu) = vüi
3. Propriedade Distributiva
[ü (v + w) = Ü V + ü- w|
Resultado 1.3.3
Capítulo 1 - Vetores 27
Demonstração:
ü (v +w) = (xu, yu, zu) ((xv, yv, zv) + (xw,.yw, zw))
= (xu* yu. zu) (xv *** xw yv Vw' + zw)
Demonstração:
Tomemos dois vetores com um ângulo 0 entre eles.
Figura 1.3.1
Devemos mostrar que a expressão também vale para (I igual a 0o e 180° (casos
em que não há triângulo).
0 = 0° ü v = ükü = k|ü|2-1 = |ú|(k■ |ü|)■ cose => |ü||v|cos0
9 = 180° => üv = ükü = -k |ü|2 • (—1) = |ú|• (|k|■ |u|)■ cose |Ü| • |v| • COS e
k < 0
Demonstração:
As demonstrações tanto da “ida” quanto da “volta'' da relação de “se e somente se”
acima, saem direto da Relação Geométrica do produto escalar.
Solução:
Considere a igualdade:
lü + 2v|2 |ü - v|2
Do resultado 1.3.1
(ü + 2v) (ü + 2v) = (ü-v) (ü-v)
=> u ü + 4uv +4vv=üü-2üv +vv
=> |ü|2 + 4ü v + 4|v|2 = |ü|2 - 2ü v + |v|2
0 = 120°
Capitulo 1 - Vetores 29
Solução:
Como é v paralelo a p, e wé perpendicular a p, temos que:
v ± w => v ■ w = 0
||v - w| = >/Í4|
Demonstração:
projúv
Figura 1.3.2
proJvu = |PrM'v = üv _v
, -i- ü v v üv
jzi = ^- v □
PI PI
30 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Note que o caso em que o ângulo 0 é obtuso está incluso na demonstração. Neste
caso o produto escalar, que acaba dando o sentido do vetor projeção, será negativo,
e. portanto, a projeção terá sentido contrário ao de v .
v
proj^ü
Figura 1.3.3
Solução:
Considere a figura abaixo.
A= (1,1,1)
^0
B (1.2,4) H=? C = (0,-2,3)
Figura I
Sabe-se que:
BÃ = A - B = (1, 1, 1) - (1, 2, 4) = (0, -1, -3)
BC = C - B = (0, -2, 3) - (1, 2, 4) = (-1, -4, -1)
BÃ BC
BH = projBCBA = •BC
|BC|2
Finalmente
BH = — BC 18(H-B) = 7(C-B)
18
7C + 11B (0, -14, 21) + (11, 22, 44) 11 4 651
H =
18 18 18' 9' 18J
11 4 65
H =
18’ 9' 18
Capítulo 1 - Vetores 31
Figura 1.3.4
Solução: Considere o sistema de eixos adotado tais que o lado do quadrado ABCD
seja unitário. Desta forma, representemos as coordenadas de F e E por: E = (e,0)
eF = (1,f).
D = (0.1) C =(1,1)
F G
(e,-1) = k (1J-1) k = - f = ±ü
1 f-1 e
(Lembrando que os passos acima são válidos uma vez que f#1,e#0)
AF = F - A
n (e-1)
Com isso: 2^1]
e = (- m(e-1), 1-m)
De onde segue (dado que e 1)
n = 1 + m(e - 1)
e(1 - m)
e(1 - m) => 1 + m(e - 1) =
n = e - 1
e - 1
Resolvendo:
e - 1 + m(e-1)2 = e
1
e■m m =
e2 - e + 1
A coordenada de G neste sistema será:
e-1 1 e2 e2 - e
G = , 1 -
e2 - e + 1 e2 - e + 1 e2 - e + 1' e2 - e + 1
Temos portanto:
e2 e2 - e e - 1 e(e-1)
BG = G - B = - (1 0) =
e2 - e + í’ e2 - e + 1 e2 - e + í e2 - e + 1
DE = (e. -1)
Definição 1.4.1
J
Ü
S>’ V
Figura 1.4.1
Definição 1.4.2
34 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Ox a Oy = Oz X ,z
Oy a Oz = Ox
z y X
ÕzaÕx = Õy z
y X
Propriedades Importantes:
1. Produto Vetorial de um vetor por outro paralelo a ele
|üx(kü) = Õ|
Resultado 1.4.1
2. Anti-Comutatividade
|üxv = -(v^ü)]
Resultado 1.4.2
3. Propriedade Distributiva
|üx(v + w) = üxv + üxw|
Resultado 1.4.3
Sejam ü = (x,j, yu, zu) e v = (xv, yv, zv). O produto vetorial pode ser escrito
na forma matricial:
í J k
ÜxV = yu zu
xv yv 2v
Demonstração:
Escrevamos os vetores como combinação linear dos vetores da base canônica do R3.
ü = xu i + yu j + zu k; v = xv i + yv j + zv k
Res. 1.4.3, ?
= (xu ' X xv i) + (xu-í x y, j) + (vi x
X z. k) + (yu j x xv i)
Res. 1.4.4
= xu xv(ixi) + xuyv(ixj) + xuzv(ixk) + yuxv(íxi)
t ^r
+ YuYv (jxj) + yu zv-(jxk) +zu xv (kxí)
Tr
Zu • yv • (k x j) + zu • zv • (k X k)
=—i =Õ
36 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Re-arrumando:
üxv = (yu zv - zu yv)í + (zu xv - xu zv)j + (xuyv - yu xv)k
J
|yu zuh _ |xu zu| , + lxu yu| - =
xu Yu □
|yv zv| |xv zv| |xv yv|
xv Yv zv
Na última passagem foi usado o teorema de Laplace para determinantes, citado
no Apêndice deste livro.
Demonstração:
Considere a figura I abaixo.
|ú|senO
v
Figura 1.4.2
A A = iAparalelogramo . hM □
Capítulo 1 - Vetores 37
Solução:
Do resultado 1.4.6, temos que (OBS: como os dois vetores estão no plano, suas
componentes na direção k são nulas, e portanto a 3a coluna do determinante
abaixo é nula):
____ i J k
s = l.|ABxAC| = 1. bf-a,
b2 — 3% 0
ct-a. C2 — a2 0
Desenvolvendo:
^•|((bi-ai)(c2-a2) - (b2-a2)(c,-a,))-k|
s =
= 2 I -alHC2 — a2 ) - (b2 ~ a2 )(c1 -al))|
a, a2 1
2 b, b2 1 □
2
c, c2 1
Resultado 1.4.7
Exemplo 1.4.b
a) Verifique se os pontos A = (1,2), B = (-2,-2) e C = (2,4) são colineares no plano R2.
b) Determine o valor de t para que C = (t, 2t) seja colinear com A = (1,2) e
B = (-2.-2).
c) Verifique se os pontos A = (1,3,3), B = (2,1,0), C = (4,-3,-6) do R3 são colineares
no espaço R3.
Solução:
a) Como se trata de pontos no R2, podemos usar o resultado 1.4.7 para verificar
se os pontos A, B e C são colineares.
1 2 1
-2 -2 1 = -2 + 4 — 8 + 4 - 4 + 4 = —2 * 0
2 4 1
A, B, C não são colineares.
c) Não podemos mais usar o resultado 1.4.7, pois estamos agora analisando
pontos no espaço. Para que A, 8, C sejam colineares basta que os vetores AB
e AC sejam paralelos. No R3, se os vetores dois vetores são paralelos, então
seu produto vetorial será nulo (resultado 1.4.1). Vamos verificar!
í j k
AB x AC = 1 -2 =Õ (linhas de 2 e 3 são proporcionais)
3 -6 -9
A, B, C são colineares.
Exemplo 1.4.c Calcule a área do triângulo formado pelos pontos médios de duas
arestas de vértice comum de um cubo e pelo ponto médio da aresta ortogonal (e
reversa) àquelas arestas. Dé o resultado em função da aresta a do cubo.
Solução:
Tomemos as arestas concorrentes em um dos vértices como eixos coordenados. As
figuras I e II abaixo mostram como determinamos as coordenadas, neste sistema
de eixos, dos pontos que constituem o triângulo a ser analisado.
Capítulo 1 - Vetores 39
z H = (O.a.a)
G = (a.a.a)
E = (O.O,a)
F = (a.O.a)
y
/H =
=
(O.a.O)
(a.a.O) R = (o,o,5
>X
A =(0,0,0) B = (a,0.0)
Figura I Figura II
í J k í í k
|rp X rq|
2 a 2 a a
Aó 5-0 a-0 a~2 a
2 2 2 2 2 2
a-0 1-0 a—
a
2
a
a
2
a
2
Calculando:
A
2 í a2 a2Y
+ 5Í-a2k =
2 2 4 4 2 J
4
2 í a2 3a2
2 4 ’ 4 ' 4
a2>/H
8
a2 ■ VTl
Aa =
8
Solução:
Sejam: ã = (a1,a2,a3), b = (b1,b2,b3), c = (c„ c2,c3), tem-se, desenvolvendo
o lado esquerdo da identidade:
bxc = (b2'C3 — b3 c2, b3'C^ — b^'C3, b^*c2 — b2'C^J
40 Matemática em NIvel IME/ITA-Volume II
E, portanto:
OBS.: Note que é bxc um vetor perpendicular ao plano formado pelos vetores
b e c . Logo ã x [b x cj, por ser perpendicular a este vetor, estará contido no plano
formado por b e c. Consequentemente, ã x (b x c) deverá ser uma combinação
linear dos vetores b e c, como bem verifica-se no lado direito da identidade.
Demonstração:
Sendo M o ponto médio do segmento AB:
A + B
AM = MB => M - A = B-M => M = □
2
Exemplo 1.5.a Determine o ponto D que resulta da reflexão de A = (1,1) em relação
à reta que une os pontos B = (2,3) e C = (5,4).
C = (5.4)
D = (x.y)
B = (2,3)
A = (1,1)
Figura I
2 - — = 3k r <
2 2_2S±1 = 9 _ 3fy±l
y+1
=> 3y - x =12 (eq. II)
y+1 2 2
3 - = k
2
Solução:
O fato de que 2 medianas se cruzam em um ponto é trivial. Seja G esse ponto
Mostremos que a 3a mediana passa também por G. Sejam M, N, O os pontos médios
dos lados BC, AC e AB, respectivamente.
Figura I
Para mostrar que a 3- mediana passa por G, basta mostrar que os vetores CG e GO
são paralelos.
Escrevamos esses dois vetores em termo dos vetores linearmente independentes
ú e v escolhidos:
ÍNÃ = CN = ü BN = BC + CN = ü - 2v
[MB = CM = v ÃM = ÃC + CM = -2Ü + v
Além disso:
BG = m-GN
GN = —— ü _?_.v
BG + GN = BN m+1 m+1
GM = n ■ AG — 2
AG = - — ú — v
ÃG + GM = ÃM n+1 n+1
- — + —— + 1 = — - = 0
n+1 m+1 n+1 m+1
Capítulo 1 - Vetores 43
De onde segue:
1
n = -; m = 2
2
Temos ainda que-
CG =
h ?v
3
CG = 2 GO
GO = 1-ü l.v
3 3
PA / PC = q; QB / QC = r
B C
Q
Figura 1.5.1
Solução:
Vamos tentar atacar o problema utilizando uma metodologia semelhante á usada no
exemplo anterior. Escolhemos dois vetores linearmente independentes interessantes
para iniciar o problema.
44 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
B
C
V
Figura I
PÃ = k, ü QB = k2v
f_^.
V n +1J
ü + lnr_LYv
+ 1J
+ Vm(_q
+1J
•ü +
m+1
v + qü = Õ
=>
( --q+1
—
1
+ ------- + q
> u- +
(■ 1 r+1
•v = Õ
n+1 m+1 ) Vn +1 m+1
-S±l + ^_ + q = _l__I±l = 0
n+1 m+1 n+1 m+1
Nos interessa determinar m e n. Re-arrumando o sistema:
1
m+1
q-q
n+1 1
— .(1 - (r + 1).(q + 1)) = -(r + 1)q
— = (r +1)[q-q
n+1 v Vn + 1
(r + 1)-(q + 1) - 1 rq + r + q
n + 1 =
(r + 1)q (r + 1)q
Capítulo 1 - Vetores 45
De onde segue:
TQ r
n = ==•
AT (r + 1)q
Calculando m:
1 q + 1 q+1
- - q =
m + 1 n—+ ;1 - q = r
— + 1
(r + 1)q
(q 1).(r + 1) - r - (r + i)q> q
q r + (r + 1)q J r + (r + 1)q
BT r(q+ 1)
m = = =
TP q
OBS.:CertamenteonossocolegaestásereferindoaosTeoremasimportantíssimos
de Menelaus e Ceva. O aluno que está se preparando emnivel IME-ITA
certamente se esbarrará com esses teoremas ao estudarGeometria Plana. De
fato, o Teorema de Menelaus seria uma saídaexcelente no caso do exemplo
acima. No entanto, é importante que fique nacabeça a metodologia empregada
na resolução dos últimos 2 exemplos poisserá muito útil em outros exercícios
semelhantes.
Se você nunca ouviu falar dos Teoremas de Menelaus e de Ceva, não se
preocupe. Esses teoremas serão tema de dicussão nos exercícios de fixação!
Baricentro
Dado um polígono A,, A,, A3,.... An, o seu baricentro é definido como o ponto com
coordenadas iguais à media aritmética das coordenadas dos vértices do polígono.
+ A2 -r ■■■ + An
G
n
Definição 1.5.1
4b Matematica em Nível IME/ITA-Volume II
o
a4\ ia7
A5 As
Figura 1.5.2
Resultado 1.5.2
Figura 1.5.3
OBS.: Há quem defina baricentro apenas para triângulos como sendo diretamente
o ponto de encontro de suas 3 medianas. Aqui preferimos definir baricentro de
forma geral, e mostrar que o encontro das medianas coincide com o baricentro
no caso do triângulo.
De qualquer forma, nos será muito útil lembrar que, sendo G o encontro das
medianas do triângulo A, B, C, teremos a seguinte expressão:
A + B + C
G =
3
Exemplo 1.5.d (IME - 2000) Sejam r, s e t três retas paralelas não coplanares no
espaço São marcados sobre r dois pontos A e A', sobre s os pontos B e B' e sobre
t os pontos C e C de modo que AA' = a, BB' = b e CC = c tenham o mesmo
sentido.
a) Mostre que se G e G' são os baricentros dos triângulos ABC e A'B'C,
respectivamente, então o segmento GG' é paralelo às 3 retas.
b) Determine o comprimento do segmento GG' em função de a. b, c.
Solução:
Sendo ü o vetor unitário que dá a direção das 3 retas, podemos escrever.
AA' = a u =. A’ = A + a • u (eq. I)
BB' =b ú B'=B + b ú (eq. II)
CC = c ■ u => C' = C + c • u (eq. III)
Somando as 3 equações, e dividindo por 3 nos dois lados da equação resultante,
teremos:
A' + B’ + C A -f B + C a + b + c ■
----------------- u
3 3 3
a b + c - a + b + c
G' = G + ---------- u GG’ = ■ü
3 3
Ou seja, o segmento que une G e G’ tem a mesma direção e sentido das 3 retas,
e o comprimento do segmento é:
a + b + c
GG' =
3
Incentro
Resultado 1.5.4
Demonstração:
A concorrência das 3 bissetrizes de um triângulo em um único ponto, chamado
Incentro, é demonstrada no Apêndice deste livro. Para a demonstração do resultado
acima, usaremos também o Teorema da Bissetriz Interna.
Este teorema está também devidamente demonstrado na seção do Apêndice deste
livro. Considere o triângulo abaixo, sem perda de generalização, e os segmentos:
A
b; m A' C
a-
Figura 1.5.4
BA’ m
Sabemos que: ----- = —
A’C a - m
Capitulo 1 - Vetores 49
m c a c
Logo: m = --------- (eq. I)
a m b b + c
E, também:
BA' c
A' - B
ÃTc b
c C + b-B
Arrumando, chega-se a: A' = (eq. II)
b + c
Exincentro ou Excentro
Demonstração:
A demonstração do resultado acima é pedida como exercício de fixação (exercício
50 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Ortocentro
Demonstração:
Consideremos o triângulo não retângulo abaixo sem perda de generalização.
Verificaremos que a afirmação acima continuará valendo para triângulos obtusos.
B
C
A'
a
Figura 1.5.5
Logo: BC = ÍMcÃ
1‘9PJ
Atga + BtgP
Com isso, temos: C’ - B = (A C =
7 l tgp J tgu + tgp
=> B m-
tgp m----- Í9P_]
(tga + tgp) (tga + tgp)]
m = tgp
(tga + tgp)
Analogamente: n=—
tga + tgy
Como os vetores são linearmente independentes (vemos que eles são não
paralelos), deveremos ter:
qn + p - 1 = 0
1-mp-q=0
52 Matemática em NIvel IME/ITA-Volume II
1 - tgy
1 - n tga + tgy tga + tgp
P =
1 - íl tga tgp_
1 - m n __ _tgy__ tga + tgp + tgy
T tgp tga + tgy
tgp__ ]
1 - m tga -r tgp J tga + tgy
q =
1 - m-n tgp U--]
tga + tgp ) Itga + tgyj
tga + tgp + tgy
A-tga + Btgp
Substituindo o valor de C , demonstramos o que nos pedido:
tga + tgp
OBS.: Verifique que a expressão continua válida para triângulos obtusos! Neste
caso, uma das tangentes da expressão teria sinal negativo. Para triângulos i
retângulos, encontrar o ortocentro é uma tarefa trivial, uma vez que os catetos do
triângulo são alturas, e com isso, o vértice do ângulo reto é o próprio ortocentro! j
OBS.: Essas fórmulas, de fato, têm algo em comum. Todas representam médias
ponderadas das coordenadas dos vértices do triângulo.
No caso do baricentro, é uma média simples (média ponderada com pesos
iguais a 1)
A B + C
G =
3
O incentro é uma média ponderada com os comprimentos dos lados opostos
aos respectivos vértices:
a-A + bB + c-C
I =
a + b+ c
Embora ainda não demonstrada (será pedida como exercício de fixação mais
adiante), a expressão do circuncentro é uma média ponderada com os senos
dos dobros dos ângulos internos dos respectivos vértices:
Asen(2ci) + B-sen(2p) + C-sen(2y)
C =
sen(2a) + sen(2p) + sen(2y)
Definição 1.6.1
Sejam ü = (xu, yu, zu), v = (xv, yv, zv) e 1 = (xw, yw, zw)
W
xu Yu zu
[ü, V, w] = xv yv Zv
xw ywI
J
Resultado 1.6.1 - Equação Matricial do Produto Misto
Demonstração:
Escrevamos os vetores como combinação linear dos vetores da base canônica do R3.
ü = xu i + yu j + zu k; v = xv i + yv j + zvk; w = xw í + yw j + zwk;
Calculando
Logo’
= xv yv Zv □
xw yw Zw
Propriedades Importantes:
1. Permutar a ordem de 2 vetores no produto altera o sinal do resultado
[[ü, v, w] = -[v, 0, w] = [w, ü,~ü]|
Resultado 1.6.2
|ü|cosí)
Figura 1.6.1
Demonstração:
|[ü, v, w]| = |ü-(vxw)| = ||ü|J(vxw)|■ cosO|
Sejam os vetores u,v e w.O volume do tetraedro formado com arestas laterais
dadas pelos 3 vetores é dado por:
1
^telraedro = ^|[Ü. V. W]|
Resultado 1.6.5
56 Matemática em NIvel IME/ITA-Volume II
Figura 1.6.2
Coplanaridade
Dizemos que 3 vetores são coplanares se os segmentos orientados por esses
vetores pertencem a um mesmo plano no espaço. Sejam os vetores ü,v e w
não-nulos:
[ü, v, w] = 0 ü, v, w são coplanares
Resultado 1.6.6
Demonstração:
Do Resultado 1.6.4, o módulo produto misto entre os 3 vetores nos dá o volume
do paralelepipedo formado por eles. Se o produto misto é nulo, não há volume (2
vetores são paralelos e, portanto, os 3 vetores são coplanares; ou os 3 são não-
paralelos mas coplanares). A volta é válida pela razão reciproca (se os 3 vetores
são coplanares, então o volume formado pelos 3 é zero).
Exercício 1.10 (ITA -1995) Três pontos de coordenadas, respectivamente, (0, 0),
(b, 2b) e (5b, 0), com b > 0, são vértices de um retângulo. Dê as coordenadas do
quarto vértice em função de b.
Exercício 1.13 Mostre que 3 vetores não coplanares no R3 sempre formam uma
base vetorial do R3.
Exercício 1.17 (IME -2003) Sobre uma reta r são marcados os pontos A, B, C e
D. São construídos os triângulos eqüiláteros ABE, BCF e CDG, de forma que os
pontos E e G se encontram do mesmo lado da reta r, enquanto que o ponto F se
encontra do lado oposto, conforme mostra a figura. Calcule a área do triângulo
formado pelos baricentros de ABE, BCF e CDG em função dos comprimentos dos
segmentos AB, BC e CD.
Exercício 1.21 X (Teorema de Pappus) Uma reta que passa pelos pontos A,,A2
e A3 intersecta outra reta que passa por Br B2 e B3 em um ponto O. Considere que
A2B3 e A3B2 têm interseção em Pt; A,B3 e AjB, tém interseção em P~ 2eA,B,eA2B,
tém interseção em P3. Mostre que P,, P2 e P3são colineares.
Exercício 1.23 S É dado o triângulo ABC e seja P um ponto sobre o lado BC. Mostre,
usando vetores, a relação conhecida como Relação de Stewart para Cevianas:
—2 —2 —2
AB AC AP
=1
BP-BC CPCB PB-PC
Exercicio 1.25 £ (Balkan Math Olympiad) Seja O o centro do circulo que passa
pelos pontos A, B e C. Seja D o ponto médio de AB e E o baricentro do triângulo
ACD. Prove que CD é perpendicular a OE se, e somente se, AB = AC.
Exercício 1.28 5 Verifique que a área do triângulo do Exemplo 1.4.a pode também
ser obtida da seguinte forma.
s = ~H
Onde A é obtido usando o algoritmo:
Linhas Linhas
principais ■’ secundárias
a1 a2
bf b2
C'i . ,C2
a1 a2
Em seguida, mostre que o algoritmo pode ser estendido para qualquer polígono
simples (nâo há cruzamentos entre os lados) de n lados no plano (R2), montando
0 determinante com n + 1 linhas e duas colunas, repetindo sempre na ultima linha
o primeiro vértice.
OBS.: É importante observar que a ordem dos vértices importa: primeiro deve-
se plotar os pontos no plano pra ver em que ordem eles aparecem (o sentido
pode ser tanto horário quanto anti-horário, mas a ordem é indispensável).
Capítulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 61
2 Estudq-da-Geometria-nq-Plano-e-no-Espaçq-
Embora a palavra reta dispense definições para o leitor a esta "altura do campeonato”,
vamos defini-la a seguir:
..y
B P = (x,y)
x
Figura 2.1.1
Sendo P um ponto (x, y), ele pertencerá à reta suporte do segmento AB (onde
A = (xa. ya) e B = <xb' Vb» quando:
ÃP = t-(ÃB), t eR
Desenvolvendo:
x - xa = t(xb -xa)
=• (X-Xa, y-ya) = t(xb— xa, yb-ya)
y - ya = ‘(yt-ya)
Dadas as coordenadas dos pontos A = (xa, ya) e B = (xb, yb), a equação da reta
suporte de AB pode ser escrita como:
íx = xa + t(xa-xb)
( , .. t e R
[y = ya + ‘(ya -yb) 1
A variável t é um parâmetro que, ao variar nos Reais, faz com que (x,y)
representem todos os pontos desta reta.
Definição 2.1.2
62 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Note que poderiamos ter escolhido qualquer ponto da reta como sendo A, Além disso,
os coeficientes que acompanham o parâmetro t nas equações paramétricas são as
coordenadas de um vetor paralelo à reta. De modo que as equações paramétricas
podem ser.
Além da forma paramétrica já citada, a equação da reta pode ser escrita de diversas
outras formas Tais formas representam apenas maneiras diferentes de escrever
algebricamente a mesma equação da reta.
Por exemplo, isolando o parâmetro t na equação paramétrica da reta, chegamos a:
X ~ xa y - ya
xb - xa yb - ya
yb - ya ya xb - yb xa
y = ■x
xb - xa Xb - xa
m h
y = m- x + h
Denomina-se a constante m de Coeficiente Angular da reta, e a constante h
de Coeficiente Linear da reta.
Definição 2.1.4
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 63
<L0_.
0
> X
h/rn
Figura 2.1.2
= y2 - yi = rn x2 - m x,
tgO = m—--------- — = m
X2 - X1 X2 - X,
h <0
m>0
----- ► x
h<0
m<0
----- ► x
Figura 2.1.3
OBS.: As retas paralelas ao eixo y não possuem coeficiente angular, pois pela
definição que usamos até o momento, sendo A = (xa, ya)e B = (xb, yó) pontos da
reta:
ixb-xa;
64 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
Forma Segmentaria:
Dada uma reta no piano, não paralela aos eixos ordenadas e, que não passe
pela origem, sua equação pode ser escrita algebricamente na forma:
x y 1
P q
Solução:
A tarefa de achar a equação da reta pode ser feita de diversas maneiras. Optemos
por usar o Resultado 1.4.7 Sendo P = (x,y) um ponto qualquer desta reta, devemos
ter que A, B e P são colineares. Para isto, basta:
xa ya 1 1 5 1
xb Vb 1 2 1 = 0
x y 1 X y 1
Desenvolvendo- -3 + 5x + 2y + 3x - y -10 = 0
Temos portanto a equação da reta na forma Geral:
8x + y-13 = 0
(Forma Geral)
x -* =1
13 13
8
(Forma Segmentaria)
y = -8x-s-13
(Forma Reduzida)
íx = t
1 ao „
(y = 13-8t
(Forma Paramétrica)
Exemplo 2.1.b Considere a reta dada por a x + b y + c = 0 . Tal reta divide o plano
do R2 em dois semiplanos. Sejam A = (xa, ya) e B = (xb, yb) dois pontos distintos não
pertencentes a reta. Mostre que:
Se a xa + b ya + c
> 0, então A e B estão no mesmo semiplano.
a xb + b yb + c
Se a xa + b ya + c
< 0, então A e B estão em semiplanos opostos.
a xb + b yb + c
Solução:
Se a xa + b ya + c
> 0, teremos k > 0, e com isso, A e B estão no mesmo
a xb + b y b + c
semiplano.
Se a xa + b ya + c
< 0, teremos k 0, e com isso, A e B estão em semiplanos
a xb + b yb + c
opostos.
Dados dois pontosA= (xa, ya) e B = (xb, yb) no R2, a distância entre eles é dada por:
Demonstração:
Sejam dados um ponto P = (x0, y0) e uma reta r em sua forma geral, I
7?Tb1
Resultado 2.1.2
Demonstração:
Façamos primeiramente o caso da reta não ser paralela ao eixo Oy (isto é,b não
é nulo)
-.y ax + b-y + c = 0
A d„.
A "0 P = (x0,y0)
d
----------------- ►x
Figura 2.1.5
Nós buscamos o valor mínimo desta função, com variável xa. Porém, sabemos que
quando d for mínimo, d2 também será mínimo (uma vez que a função y(d) = d2 é
estritamente crescente para d > 0). Este fato nos permite simplificar as contas, uma
vez que agora buscamos minimizar a seguinte função:
s2
f (xa) = d2 = (xo - xa )2 a ' xa c)
y° + ..b + K
b)
68 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
Desenvolvendo f, temos:
A função f trata-se de uma função do segundo grau com concavidade para cima.
O ponto critico dessa função é um ponto de mínimo. O valor mínimo será dado
portanto pelo vértice da função do segundo grau:
^min _ /
4 1 +
a2
Desenvolvendo:
.2
+ ^yoa /ac
^min “ (dmjn) ~
- ~/xo
b + b2
+4+^){x°2+íy°+^i
b2 )
\2
y»a a-c ] a2 + b2 f 2 ( c '|2')
‘o
b bd +ly°+bJJ
[a2 + b2 j
Desenvolvendo os produtos notáveis e cancelando devidamente, chega-se a:
Conhecendo dois pontos A = (xa, ya) e B = (x0, yb) de uma reta, a distância de um
3C ponto P = (x0, y0) a esta reta é dada por:
xo~ xa y0-ya
d = |lxb-xa yb-yal|
i y(xb”xa)2 + (yb-ya)2
Resultado 2.1.3
Demonstração: Estamos tratando de pontos e retas no plano (ou seja, no R2). Nada
nos impede de considerarmos o R2 como sendo o plano z = 0 do R3, por exemplo.
Desta maneira, considere os mesmos pontos tratados no R3:
A = (xa, ya, 0), B = (xB, yb, 0), P = (x„, yo. 0)
Z
1 Q>l
Figura 2.1.6
' 15
j
xo -xa y0-ya 0
k. xo xa y0 Va
|APx ab| xb “xa yb-ya 0 xb - xa yb - ya I
Logo: d=
R v(xb-xa) + (yb-ya)
xo~xa y0-ya
| xb ~ xa__________
yb-ya
□
\/(xb-xa)2 + (yb - ya )2
1-2 7-3
I11-1-2 1-3 I|| -1 -2
d =
-3
5
4
IzlPl
5
=2
7(-1 - 2)2 + (7 - 3)2
Figura 2.1.7
m2 m,
Dependendo da orientação das retas, pode ser negativo.
1 + m,m2
Neste caso, estaríamos calculando a tangente de um ângulo obtuso entre as duas
retas.
9a0ud« + =n
“ " => l9(qaguao) " ~tQ(Qob,u«o) > 0
Para resolvermos o impasse, basta dizermos que, sendo 0 o ângulo agudo entre
as retas:
m2 - m, I
tgO =
1 + m,m2|
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 71
Se nenhuma das duas retas são perpendiculares ao eixo x, temos que o ângulo
agudo entre elas é dado por:
— m2
0(r„ r2) = arctgl
1 + m^nij
Resultado 2.1.4
Como consequência direta, se r1 e r2 são paralelas, então o ângulo entre elas é nulo.
— m2
r, // r2 = 0 — m2
1 + m1m2
m, = m2 e h, = h2
Se r, e r2 são perpendiculares, então a tangente do ângulo entre elas não existe,
r, ± r2 => 1 + m, • m2 = 0 => m, • m2 = -1
Então:
(1) r, e r2 são paralelas e não coincidentes se e somente se m, = m2 e
h, # h2.
(2) r, e r2 são retas coincidentes se e somente se m, = m2 e h, = h2.
(3) r, e r2 são perpendiculares se e somente se m, ■ m2 = -1.
Resultado 2.1.5
Exemplo 2.1.d Mostre que sendo r e s duas retas dadas, com vetores normais
h, e fi2, então o ângulo agudo entre elas é dado por:
0 = arccos
f l"i p-;
"2I l
72 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Solução:
A figura abaixo mostra que o ângulo entre as retas 9 e o ângulo entre os vetores
normais a podem ser relacionados:
\ a
r
nrA
"s
s
Figura I
Note que, se ri, fosse orientado no outro sentido, o ângulo entre os vetores normais
seria expresso por: n - a. Em todo caso, sendo 9 o ângulo agudo entre as retas,
teremos sempre que:
cos(0(r,,r2)) = |cos(a(n1,n2))|
|ni-n2|
Ini n2| = N'|n2|-|cosa| cos 8 =
coso
m - Vb-Va
mAB - -------------
XB ~XA -2
2a + 2b = 2 a+b=1
Figura I
A equação da reta que passa por A e C é
y=m■x+h y
Como esta reta deve passar por B, sua equação será do tipo:
a2_ 1 - 2a
y => b => h = 1 - a
1-a 1 - a
y =pq.
^,1-a)
x + i^
1-a
=> (1 —a)-y = a x + 1 - 2a => y - a y = a x + 1 - 2a
. y - a y = a x - a + 1 - a => (y-1) - a (y-1) = a (x-1)
=> (y-1)(1-a) = a(x-1)
74 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Se axa + b ya + c
> 0, então A e B estão no mesmo semiplano.
a xb + b yb + c
Se a xa + bya + c
< 0, então A e B estão em semiplanos opostos.
a xb + b yb + c
Podemos verificar que se f(A) e f(B) tiverem o mesmo sinal, então A e B estão no
mesmo semiplano com relação à reta f(x,y) = 0. Caso f(A) e f(B) possuírem sinais
i opostos, A e B estarão nos semiplanos opostos.
f(x,y) = y-2x-1
■ g(x.y) = -x-y + 3
h( x, y) = 3x + y -1
Note que o ponto (0,2) torna f positiva, pois f(0, 2) = 2-20-1 > 0 . Logo,
do resultado 2.1.6 sabemos que todos os pontos no mesmo semiplano do ponto
(0,2) em relação à reta y - 2x - 1 = 0 tornam f positiva.
y - 2-x - 1 = 0
(0.2)0,
/. *
X
Figura I
Note agora que o ponto (0,0) torna g(x,y) positiva, pois g(0,0) = -0-0 + 3>0. Do
resultado 2.1.6 sabemos que todos os pontos no mesmo semiplano do ponto (0.0)
em relação ã reta -x - y + 3 = 0 tornam g positiva.
(0,0)
76 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
(0,2)
\ >X
3x + y-
Figura III
2 7
1
3 3
= llÊ _ 1 _ ? + 10
apor - 2 4 1
2|3 3 6
0 1 1
. 5
apor - 3U a-
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 77
Figura 2.1.8 - A reta b é bissetriz, pois divide o ângulo formado petas retas r e s em dois
ângulos iguais.
Note na figura acima, que para qualquer ponto P da bissetriz b temos que a distância
de P a r é igual à distância de P a s uma vez que os triângulos POP, e POPS serão
sempre congruentes.
As equações das retas bissetrizes dos ângulos entre essas duas retas são dadas
por:
arx + b,y + c, a2x + b2-y + c2
=± □
7a? + b? •jaj + b|
Resultado 2.1.7
Solução:
x y 1
(r,): Reta suporte do segmento AB: 1 1 1 = 0 => x + y- 2 = 0
2 0 1
x 1 y
(r2): Reta suporte do segmento AC: 1 1 1 = 0 — 2x + y + 1 = 0
3 5 1
(, 2v/1Õ
(br): x- 1 + -------- 1 = 0
I 5 5
^2); f. 2/10
+ y 1 + — = 0
l 5 I o 5
DBS.: Dadas duas retas r, e r2, existem duas bissetrizes. Isto é. existem duas
retas tais que seus pontos equidistam de r, e r2. São exatamente estas duas
retas que resultam do uso da expressão do Resultado 2.1.7.
Figura 2.1.9
Sabemos que duas retas não paralelas formam 4 ângulos (em geral, 2 ângulos
obtusos iguais e 2 ângulos agudos iguais). Achando as equações das retas
bissetrizes usando o método que acabamos de citar, em muitos casos será
também de interesse saber qual reta corresponde à bissetriz do ângulo agudo,
e qual corresponde à bissetriz do ângulo obtuso.
Para resolver este impasse propomos a seguinte solução!
Escolhamos um ponto qualquer de uma das retas. Sabemos que o ponto (3.-1),
por exemplo, pertence à reta r,. Podemos calcular a distância deste ponto às duas
retas bissetrizes encontradas:
d, =
]. (--)[' - 70
5
6710
~ 5
L 1
K + 5 ) 5
1 ++ 5 1 -
2
, 2s/iõ)2 f. VwY L4 2^0
- --------
5 J l 5 ) 5
Como d, < d2, temos que a bissetriz b, corresponde ao ângulo agudo, e b2ao
ângulo obtuso formado por r, e r2.
i
i
<i
/ i \ d2
/ I*d^
Figura I
Figura II
2a/ÍÕ 2 , x/ÍÕ
B: 2 1 = >o
5 5 5
Figura 2.1.10
Figura 2.1.11
82 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
De maneira geral vamos definir estes dois tipos de feixes de retas a seguir.
Feixe de Retas Paralelas
Sendo m um valor fixo e t um parâmetro real, o feixe de retas paralelas (todas
1
com coeficiente angular m) tem equação:
y mx + t, t e R
Resultado 2.1.8
Resultado 2.1.9
J
O feixe de retas concorrentes em um único ponto possui ainda um segundo tipo
de representação, ainda mais usual. Consideremos duas equações de retas cuja
interseção ocorre em (a,P):
a x + by + c = 0
dx + ey + f = 0
r1:ax + by + c= 0 e r2 : dx + ey + f = 0,
o feixe de retas concorrentes que passam pelo ponto de interseção entre r, e r2 i
tem equação:
(a ■ x + b- y + c) t (dx + ey + f) = 0, teiR
Solução:
Uma reta perpendicular a uma reta de coeficiente angular -3 terá coeficiente angular
1/3 (lembre-se, o produto dos coeficientes angulares de duas retas perpendiculares
é igual a -1). Logo, a equação do feixe de retas pedido será:
1
y = gX + te 15.
Exemplo: 2.1 .j Sejam a, b, c três inteiros impares consecutivos. Mostre que a reta
a x + b y + c = 0 passa sempre por um único ponto no plano e ache este o ponto.
Solução:
C = (1,-2)
Solução:
Sabemos que todas as retas do feixe passam pelo seu centro. Novamente, para
acharmos o centro do feixe basta encontrarmos o ponto de encontro de duas retas
pertencentes a ele.
t = 0 x + y - 1 = 0
t = 1 2x + 4 = 0
84 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Solução:
O feixe dado nesta questão é idêntico ao feixe dado no exemplo anterior cujo
centro è C = (-2, 3). Dentre todas as retas do feixe, deseja encontrar aquela que
tem coeficiente angular igual a 2
Usando o resultado 2.1.9:
(y 2) = 2(x - 3) .-. |y = 2x - 8|
a y
OC - (x0\ y0)
X. /
P = (x.y)
Figura 2.2.1
CapItulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 85
Resultado 2.2.1
x2 - 2x x0 xo2 + y2 - 2y y0 + y02 = R2
x2 y2 + a x + b y + c = 0
Solução:
A circunferência pedida é justamente a circunferência circunscrita ao triângulo ABC.
O seu centro será, portanto, o circuncentro do triângulo ABC, ou seja, o encontro
das mediatrizes do triângulo ABC.
y-y
11 2 5y = x 27
k mAB ) k
■------------------ -- ------------------- '
2
1
86 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
A + C
Sendo Q o ponto médio do segmento AC: Q =
A mediatriz do segmento AC terá equação:
2 =(íl)
y_3=f__LUx_2]
2 ( mACJ l 2j
3y = - x + 5
1
~~3
Solução:
a) Completando quadrados chega-se a forma reduzida da equação da circunferência:
Logo:
R2 = 5m2 + 5m - 10 > 0 m2 + m - 2 > 0
(m + 2) (m - 1) > 0
m<-2 ou m > 1
íx = m
b) O centro da circunferência terá coordenadas:
jy = 2(m + 1)
y = 2x + 2
Equação de uma Reta
Deverão ser excluídos os pontos do segmento de extremos (-2, -2) e (1,4) do L.G.
acima para que a condição do item (a) seja atendida.
x2 + y2 + mx + ny + p = 0
a x + by + c = 0
d = R
Figura 2.2.2
Neste caso note que a distância do centro da circunferência à reta é igual ao raio
da circunferência.
Figura 2.2.3
Neste caso note que a distância do centro da circunferência à reta é menor que o
raio da circunferência.
Reta externa à circunferência
A<0
CapItulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 89
Neste caso note que a distância do centro da circunferência à reta é maior que o
raio da circunferência.
Resultado 2.2.2
Figura 2.2.5
90 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Solução:
a) A equação da circunferência dada (x -1)2 + y2 = 4 .
Note que a distância do centro (1,0) da circunferência à reta y = 2 x - 4 é menor
que o raio da circunferência:
|0 - 2 1 4- 4| 2
Raio = 2
Ti2 + 22 :
Logo a reta é secante à circunferência.
Figura I
(àT
2 C2 2
8V5
d2 + — = R2 + — = 4 =>
4 4 C ~ 5
Demonstração-
Vamos demonstrar que o resultado acima vale para as tangentes não verticais,
primeiro. Uma reta não vertical qualquer pode ser representada por y = m ■ x + h.
Como P pertence à reta, temos.
y0 = mx0 + h h = y0 - mx0
Para que a reta seja tangente, a solução do sistema deve ser única!
x2 + (m(x-x0) yo)2 = R2
A solução desta equação do 2S grau deve ser única! Poderiamos, neste momento,
calcular o discriminante da equação acima e obrigá-lo a ser nulo. Vamos optar por
um outro caminho.
Aequaçao é do segundo grau, que só pode ter uma única solução. Mas conhecemos
esta solução! Trata-se de x = x0. Podemos dizer então que:
Yo
=R2
92 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
y yy0 + x x0 = R2 □
l y0) y0
OBS.: A demonstração foi feita para retas não-verticais. No entanto, a demonstração
para as tangentes verticais x = + Rex = -Ré trivial.
Exemplo 2.2.e Determine as equações das retas que passam por (4,2) e são
tangentes à circunferência de equação x2 + y2 = 4. Em seguida, determine os
respectivos pontos de tangência.
Solução:
Graficamente é fácil perceber que as retas pedidas são não-verticais. Uma equação
de reta não-vertical passando por (4,2) será do tipo: y - 2 - m (x - 4).
Para que a reta seja tangente, a distância do centro (0,0) da circunferência à reta
deverá valer o raio da circunferência.
fy
P = (4,2)
*X
Figura I
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 93
y=2
4x - 3y - 10 = 0
0 x + 2y = 4
(l)X + (-|}y = 4
Os respectivos pontos de tangência são, usando o resultado 2.2.3:
(0,2) e
f8 61
Exemplo 2.2.e Determine as equações das retas que passam por (2,5) e são
tangentes à circunferência de equação x2 + y2 = 4. Em seguida, determine os
respectivos pontos de tangência.
y - 5 = — (x - 2)
201 1
94 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
42 40
De onde, seguem os pontos: (2, 0) e
29' 29
Figura I
Para que haja tangência, a distância do centro (0,0) à reta deverá ser igual ao raio
da circunferência.
|2 0 + 0 - c|
= 1 C = ± a/5
V22 + 12
Existem, portanto, duas retas do feixe que tangenciam à circunferência dada.
2x + y = a/õ
2x + y = -75
Definição 2.2.2
(x-x0)2 + (y-y0)2 - R2 =0
Resultado 2.2.4
Rp^nItaHn 7 7
96 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Figura 2.2.6
-— 2 2
Segue que: PA -PB = PO -OA
Sendo d a distância definida na definição 2.2.2 (ou seja, d = PO), visto que OA = R
é o raio da circunferência, temos:
Figura 2.2.7
-—2
Calculemos o produto PA PB = (PM + k) (k - PM) = k2 - PM'
Resultado 2.2.6
Figura 2.2.8
----- 2
Do teorema de Pitágoras no triângulo OPT: PT = PO2 - OT2 = d2 - R2
J
Resultado 2.2.7
Solução:
A potência de um ponto (x,y) qualquer em relação à circunferência é:
3
Pot(x.y) = x2 + y2 + 2x - -
98 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Logo: PT =
PT = PT’
Resumindo, os segmentos tangentes a C a partir de um mesmo ponto exterior P
têm comprimentos iguais! Este resultado aparentemente simples é incrivelmente
útil, inclusive para nós daqui para frente.
Um resultado análogo vale no espaço R3. A partir de um ponto P exterior traça- i
se duas retas tangentes à uma esfera E. Sendo T e T' os pontos de tangência
vale que:
PT = PT'
Figura 2.2.9
Eixo Radical
Eixo radical
Figura 2.2.10
Demonstração:
Considere as equações de C e C’ não concêntricas como sendo expressas de
forma genérica:
C: x2 + y2 + m - x + ny + p=0
C: x2 + y2 + a x + bx + c = 0
Potc (P) = x2 + y2 + m ■ x0 + n y0 + p
Potc.(P) = x2 + y2 + a x0 + b y0
Exemplo 2.2.i Mostre que dadas duas circunferências não concêntricas C e C',
então o seu eixo radical é perpendicular à reta que liga os centros de C e C.
Solução:
Considere as equações de C e C expressas da forma genérica:
C: (x-a)'‘2 ■ (y-b)2 = R2
C: (x-p)2 (v-q)2 = R’2
IUU Matematica em Nível IME/ITA- volume ii
=> xi y' - 2a x - 2b x + a2 + b2 - R2 =
p - a
Logo, o coeficiente angular do eixo radical é: meix0 radlca, = b ~
O coeficiente angular da reta que liga os centros (a,b) e (p,q) é:
q-b
m00‘ “
P-a
Com isso:
Conclui-se que o eixo radical é perpendicular à reta que liga os centros das
circunferências.
Do resultado demonstrado no exemplo anterior, escrevemos:
Eixo radical
Figura 2.2.11
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 101
Figura 2.2.12
Jc: (x-1)2 + y2 = 4
|C: (x-3)2 + (y + 2)2=4
Solução:
As potências de um ponto P(x.y) qualquer relativas a C e C são'
Potc (x, y) = x2 - 2 x + y2 - 3
Potc(x,y) = x2-6 x + y2+4y+9
A interseção do eixo radical com qualquer das circunferências nos dará os pontos
AeB.
l(x-1)2 + y2 = 4
|y = x-3
=> x2 - 2x + 1 + x2 - 6x + 9 = 4
X2 -4x + 3 = 0 x = 1 ou x - 3
1U2 Matemática em Nível IME/ITA - Volume II
d (R - R')(R + R’)
2 + 2d
Solução:
Considere o sistema de eixos coordenados centrado em O e tal que O' esteja
também sobre o eixo das abscissas.
a y Eixo radical
■ó- >
Figura I
X+y
y2 - R2 = X - 2d x + d2 + X - R'2
A equação do eixo radical é, portanto:
Centro Radical
C'
O = (afe)
C
Figura 2.2.13
C: (x - a)2 (y - b)2 = R2
a b 1 a - a' b-b' 0
a-a' b-b’
a’ b' 1 a-a" b'-b" 0 . 0 (Eqi)
a"-a' b"-b |
a" b" 1 a" b" 1
Potc(x,y) = x2 + y2 - 2a x - 2b y + a2 + b2 -R2
c
Potc.(x,y)= x2 + y2 - 2a'x - 2b'y + a'2 + b'2-R'.2
Potc(x, y) = Potc.(x, y)
■ Potc.(x, y) = Potc..(x, y)
Potc(x, y) = Potc..(x, y)
2(a-a’) 2(b'-b)
Ap = a-a' bb’-b"|Eq.i
l = 4.||a'-a" '-b|.* 0
2(a’-a") 2(b’-b") |
2(a’-a) 2(b’-b)
AC, = 2(a’-a") 2(b'-b") c'-c"
2(a-a") 2(b-b") c — c"
C: (x - 1)2 + y2 = 1
C: (x - 3)2 + (y - 2)2 = 2
C": x2 + (y - 2)2 = 1
Capítulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 105
Solução:
Vamos achar a equação do eixo radical relativo a C e C:
Potc.(x,y) = x2 + (y-2)2 - 1 = x2 + y2 - 4y 3
Figura I
Í4x + 4 y - 11 = 0 4 17'
Centro Radical =
|2 x - 4 y + 3 = 0 3'12,
Define-se ângulo entre duas curvas que se interceptam em algum ponto como
o ângulo agudo formado entre as tangentes a cada curva neste ponto.
Quando este ângulo vale 90° diz-se que as curvas sâo octogonais neste ponto.
Definição 2.2.3
A definição acima vale para quaisquer duas curvas no plano. Vamos analisar o caso
particular das circunferências.
106 Matemática em NIvel IME/ITA-Volume II
Figura 2.2.14
d2 - (R? + R2)
cos 9 =
2R, R2
Para garantir que estamos tomando o ângulo agudo, basta aplicarmos o módulo
na expressão encontrada anteriormente:
d2 - (R? + R2)
cos 9 =
2R, R2
d2 - (R? + Rj)
9 = a recos =
2RrR2
Resultado 2.2.12
Solução:
Figura I
o,o22 -R| = R?
PotC2Í°l) Potc2 (°t) = Ri
O,O22 - R? = R| Potc, (O2) = R2
Potç2(O2)
O leitor que compreendeu razoavelmente bem tudo aquilo que vimos sobre retas no
plano (R2) até o momento não terá problemas em entender a extensão do conceito
para o espaço.
X
Figura 2.3.1
AP = t-(ÃB), teR
Desenvolvendo:
P-A = t (B-A) => (x, y,z)-(xa, ya, za) = t ((xb, yb, zb)-(xa, ya, za))
x = xa + t (xa - xb)
■ y = ya + t (ya - yb) , telK
z = za + t (za - zb)
!
A variável t é um parâmetro que, ao variar nos Reais, faz com que (x,y)
representem todos os pontos desta reta.
Definição 2.3.2
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 109
X - x a = t ux
y - ya = tuy ,teR
Z - za = t uz
Note que o vetor diretor da reta ü pode ser qualquer vetor paralelo à direção da reta
que, ainda assim, estaremos representando todos os pontos da reta ao variarmos
t nos reais.
Dado um ponto A = (xa, y , z3) e um vetor ü = (xu, yu, zu) paralelo â reta, a equação
da mesma pode ser escrita como:
X = Xa + tux
y = ya + tuy ,teR
z = za + tu2
Uy UZ
Definição 2.3.3
Como a reta é paralela ao vetor definido por AC , seu vetor diretor pode ser, por
2
x=-
3
y=- + t , te R
3
2
z=— 3t
3
Solução:
Capítulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 111
|GDxvrj
|GDxvr| = |GD| |vr| sene = |vr|-d => d(P, r) =
Logo:
i J k
|GDxvr| ______ 1_ 4 2 1 1
d(P, r) =
Kl s/o2 + 12 32 3 3 3 y/ÍÕ
0 1 3
1 + 16 + 1Ê y/1850
d(P, r)
ílõ 9 9 30
P
d(P.r)
ÍR^
Figura 2.3.2
Dados um ponto P não pertencente a uma reta r de vetor diretor vr, a distância
deste ponto à reta é dada por:
|RP x vr|
d(P, r) =
|vr|
Exemplo 2.3.C Considere a reta definida pelo ponto A = (1,0,1) e pela direção
ü = (2,-1,1). Considere também o ponto B = (1,3,1). Determine:
a) A projeção do ponto B sobre esta reta.
b) O simétrico (B') de B com relação a esta reta.
Solução:
a) Seja P a projeção de B sobre a reta. Do resultado 1.3.6
ÃB ü - (0 2 + 3(-1) + 0 1)
AP = projyAB
projuAB = 2- ü =
u + ■ (2. -1, 1) = y(2, -1, 1)
Figura I
AP = P- A = -i-ü 2 2
2 2' 2
Finalmente:
P = 0, -2' -I2)
b) Como B’ é simétrico de B em relação a P, temos:
B + B'
= P B’ = 2P - B = (0, 1, 1) - (1, 3, 1)
2
|B- = (-1, -2, Õ)[
x y - 1 z - 4
2 ’ ~~
Seja A o ponto que anula todos os termos da equação acima. Determine o ponto P
pertencente a r tal que P diste 5 unidades de comprimento de A.
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 113
Solução:
Da equação de r, o ponto A é (0,1,4). Seja t um parâmetro real, tal que:
x = 2t
x y - 1 z - 4
= t y = Tõ-t + 1
2 " “TF “ 4
z = 4t + 4
P(2t, Tõt + 1, 4t + 4)
Como AP = 5, temos:
P (2, 75 + 1, 8) ou P = (-2, - 75 + 1, 0)
Exemplo 2.3.e Mostre que sendo r e s duas retas dadas, com vetores diretores
ü e v , o ângulo agudo entre elas é dado por:
(lüvl 'l
Solução:
Figura I
O ângulo 0 é o ângulo entre as retas coincide com o ângulo entre os vetores diretores
ü e v . Do produto escalar entre estes dois vetores, temos:
ÜV = |Ü|-|v|-COS0
114 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
Para garantirmos que estamos tomando o ângulo agudo entre as duas retas,
aplicamos o módulo na expressão de cosq
(lü-vp
cos0=iWj
A expressão acima vale para todas as possibilidades de posição relativa entre as
duas retas:
rio-vn
r e s são concorrentes ou reversas: 0 = arccos
Figura 2.3.3
Neste caso, a distância entre as duas retas será a distância de um ponto qualquer
de uma das retas à outra. Bastará portanto, aplicar o resultado 2.1.2
Retas res são reversas:
Figura 2.3.4
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 115
|RS-vp| = |RS(yrxvs)|
d(r,s) = |projVpRs| = RS-Vp
Vp
|vp| |vrxvs|
M2
Dadas duas retas reversas r e s, cujos vetores diretores são vr e vs , a distância
entre elas é dada por:
|RS-(vrxvs)| |[RS,vr,vs]|
! d(r, s) =
|vrxvs| |vrxvs|
r: (x.y.z) = (1 + 2t , 3 + 4t, 5 + t)
s: (x.y.z) = (1 + 2t, — 1 + 2t, — 3 + t)
Solução:
De imediato vemos que as retas não são paralelas, pois seus vetores diretores não
são paralelos:
vr =(2,4,1), vs =(2,2,1)
Vamos verificar se essas retas são coplanares (neste caso seriam, então,
concorrentes) ou não coplanares (neste caso seriam reversas). Tomemos 2 pontos
quaisquer Pf e Ps pertencentes ares.
116 Matemática em NIvel IME/ITA-Volume II
32 32 32 32 16-75
d(r.s)
|vrxvs| i j k |2 Í - 4 k| ^22 + 02 +(-4)2 ” x/2Õ ~ 5
2 4 1
2 2 1
., . 1675
d(r,s) = —g—
Assim como o caso da reta, a definição de “plano" é tão intuitiva que é quase
dispensável. Tanto é intuitiva que a geometria Euclidiana costuma tratar a noção de
plano como primitiva. Para manter a coerência com o que já vimos até o momento,
vamos definir um plano da seguinte forma.
B x
A' *> C
Figura 2.4.1
Capítulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 117
Dados os pontos A = (xa, ya, za), B = (xB, yB, zB) e C = (xc, yc, zc), vejamos como
determinamos a equação analítica de um plano.
AX = ■ AB + a2 - AC , oq.ccj e R
De onde tem-se:
X —A = a,(B —A) + a2 (C-A)
=» (x,y,z) = (xa, ya, za) + a, (xb-xa, yB-ya, zB-za)
+ a2 (xc-xa. yc-ya. zc“za)
=► y = ya + “i(yb-ya) «2 (yc-ya)
z = za + a1(zB-za) “2 (zc“za)
y = ya + “i-(yb-ya)+<>-2-(yc-ya) ■ «2
z = za+“l'(zb-za) + “2-(zc-za)
L„__
Definição 2.4.2
Notaremos que os termos que acompanham a, e a2 no conjunto de equações acima
são coordenadas de dois vetores paralelos ao plano (não paralelos entre si).
Da equipolência de vetores no R3 poderiamos escrever a equação paramétrica de
um plano, de maneira geral, da seguinte forma:
X = Xa + a, ■ Xu + a2 • X„
y = ya+“i-yu + “2-yv • a2eR
z = za + ' Ai + “2 '
Um plano também pode ser definido por um vetor perpendicular ao mesmo, e por
pelo qual deve passar.
Vejamos!
N = (a,b,c)
' o
p = (x0.y0.z0)
Figura 2.4.2
ax + by + c-z + d = 0
Onde (a,b,c) é um vetor normal qualquer ao plano e
Figura I
Podemos interpretar a equação acima pelo fato de que os vetores não apresentam
volume (são coplanares).
21 Solução:
Note que o vetor dado pelo produto vetorial AB x AC será perpendicular ao plano.
1 j k
AB x AC = 2 2 1 5 Í - 6 j + 2 k = (5. -6, 2)
0 1 3
5 -1 - 6 0 + 2 (-1) + d = 0 d = -3,
Exemplo 2.4.b (IME 1998 - adaptada) Resolva o sistema linear abaixo em função
dos parâmetros a e 3- Em seguida, interprete geometricamente o que ocorre com
o sistema para os diversos valores destes parâmetros.
rt, : x - 2y + 3z = -4
rt2 : 5x - 6y + 7z = -8
n3 : 6x + 8y + az = 0
Solução:
As equações lineares representam 3 planos (n,, n2, rt3) não paralelos (uma vez que
seus vetores normais não são paralelos). Os dois primeiros planos, por não serem
paralelos, com certeza terão uma reta como interseção. Usando as 2 primeiras
equações vamos expressar x e y em função de z:
x - 2y = -4 - 3z
íx = 2 + z
6 8 7
” _ -y
X y =
= _--------- -z [y = 3 + 2z
5 5 5
Nesse caso a interseção (n, n2)nrt3 ocorrerá para todo t real, pois:
2» caso: a = -22, p # 36
Neste caso não haverá t real que satisfaça a equação da interseção (n, n2)r->n3, pois:
P # 36 => 6 (2 + t) + 8 (3 + 2t) - 22 t - P * 0 Vt
Ou seja, nenhum ponto da reta resultante da interseção entre os 2 primeiros planos
p, e p2 também será ponto de p3. A interseção simultânea entre os 3 planos é
portanto, o conjunto vazio.
32 caso: a # 22
Nesse caso haverá uma única solução para a interseção (rt, n2) r> n3 :
Resultado 2.4.2
Po= (xo.yo.z<>)
,P = (xD.yp,zJ
Figura 2.4.3
Demonstração:
Seja P = (xp,yp,zo) um ponto qualquer no plano. Consideremos o módulo do produto
escalar entre os vetores PP0 e N. x
|ppon|
|ppo n| = |N| |pp0| |cose| => d(p, k) =
|N|
=d(P.ít)
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 123
Desenvolvendo:
|(xo-xp. yo-yp. z„-z„) (a. b, c)|
d(P,n) =
>/a2 + b2 + c2
|a-x0 + by„ + c zo - (a xp + b-y„ + czp)|
7a2 + b2 + c2
i
/
/
I
Exemplo 2.4.C Calcule a área da seção determinada por um plano que intercepta um
cubo ABCD-EFGH (em função da aresta 'a') pelos pontos médios de duas arestas
de vértice comum G e pelo ponto médio da aresta ortogonal (e reversa) àquelas
arestas. Calcule também a distância de G a este plano.
Solução:
Os pontos T, P e Q determinam o plano em questão. Vamos achar a equação
deste plano sabendo que qualquer ponto X = (x,y,z) pertencer ao plano desde que
o produto misto dos vetores TX, TP e TQ seja nulo.
a
X y z—
2
a a a2 a2 3a2 3a3 n
a = x — + y----------------- z + ------ = 0
2 2 4 4 4 8
a a
a
2 2
124 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
z H = (O.a.a)
o-- —------ -OG = (a,a,a)
E = (0.0.a)
fF = (a.O a)
y
------------- O——► x
A =(0,0.0) B = (a.0.0)
Fig. I
A
O-
T'
i
i y
i__ «
Fii
-ízó x
Fig. III
Para determinar a área da seção vamos usar o resultado 1.4.6. Podemos separar
a área da seção TMQPN em 3 triângulos e usarmos a simetria do problema.
Atmopn - ATMQ + Atqp - Atpn - 2Atmq + Atop
P Q
z? T
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 125
TM = M - T =
a' °' i]
TQ = Q - T = í
!• I
a
TP = P - T = a
2'
j k i i k
Atmopn - a
a a 2 a
a a
2 2 2 2 2
a a a
a 0 a
3 2 2
=i— a2 a2 , a2
6 'T 2 2 4 1 T 4
= a2- 2 a2
+ ---
9 a^ Mii + ^.7ii = 2j£Ã.a2
36 36 4 2 16 16 16 ~ 6 8 24
Atmopn =-^a2
a
d(G, plano) =
27ÍÍ
Exemplo 2.4.d Mostre que sendo n e a dois planos com vetores normais na e no.
o ângulo diedro entre eles é dado por:
9 = arccos
MM
MIM
126 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
Solução:
d<P |
n„ /
.a n.
0
71
Figura I
O ângulo <p é o ângulo entre os vetores normais ri_ e ri„. Do produto escalar entre
estes dois vetores, temos:
nx n<z = |nre| |n<x| coscp
-cose
Para garantirmos que estamos tomando o ângulo agudo entre os dois planos,
aplicamos o módulo na expressão de cosq
|n- rig|
cos 9 =
l"n| |n„|
exemplo 2.4.e São dados os dois planos a e [3 a seguir. Verifique que estes planos
não são paralelos, e determine a equação da reta resultante da interseção entre
estes dois planos.
x = 1 + t, - 2t2
a: y = t2 ’ ^1’^2 e 0:2x-y + z + 1 = O
z = - t,
j k
ri// 1 0 -1 = í + 2j + k = (1, 2,1)
-2 1 0
Capítulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 127
1 + 2 0 + 0 + d = 0 d = -1
Como os vetores normais destes planos não são paralelos, os planos também não
o são. A interseção entre eles será portanto uma reta.
Fazendo z = t o parâmetro a ser variado nos reais, obtemos a equação desta reta:
-3t -1
x = ----------
Í2x — y = -t -1 5
[x + 2y = 1 - t 3 - t
y=—
Isolando t obtemos a equação da reta em sua forma simétrica:
= z = t e R
2a Solução:
fir,
v
Figura I
n„ = (1. 2. 1) 1 i
v // 1 2 1 = 3Í + j - 5k = (3, 1, -5)
= (2, -1, 1) 2 -1 1
128 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
X - 1 y - 1 ^ = t
3 1 -5
Seja C = (x0,y0,z0) um ponto no espaço R3. O conjunto dos pontos P tais que a i
distância de P a C é constante e vale R é chamada esfera de centro em C e raio R. i
Definição 2.5.1
2? P (x.y.z)
_________ ’
p-
Figura 2.5.1
Capitulo 2 - Estudo da Geometria no Plano e no Espaço 129
Resultado 2.5.1
C = {(x, y, z) e R3 : x2 + y2 + z2 - 2x + 2z - 14 = o}
Solução:
Rearrumando a : (x.y.z) = (2,1,0).t1 + (-1,0,—1).t2
O conjunto a é um plano que possui um conjunto de vetores diretores formado por.
ü = (2,1,0)
v =(-1,0-1)
O vetor normal deste plano será paralelo ao produto vetorial destes dois vetores
|i ik
n // 2 10 =-i + 2 -j-.- k = (-1,2,1)
-1 0 -1
-0 + 2-1 + 1 + d = 0 => d = -3
|-1 + 20 - 1 - 3| 5
d (O, a) =
7(-1)2 + 22 + 12 ~ 76
r -p
R d(O,a)
Figura I
d(O, a)2 + r2 = R2 — + r2 = 16 =:
6
r2 = 71JL
A área da circunferência é n ■
6___________
á 71jc
Area = ----- u.a.
6
Solução:
Se o plano deverá ser tangente á esfera, a distância do centro (1,1,1) da esfera até
o plano deverá ser igual ao seu raio.
Capitulo 2 - Estudo oa Geometria no Plano e no Espaço 131
|2 ■ 1 +1 - 2-1 + d| |d + l|
R=
^22 +12 + (-2)2 3
Exercício 2.2 (iTA - 2009) Sejam C uma circunferência de raio R maior que 4 e
centro (0, 0) e AB uma corda de C. Sabendo que (1,3) é ponto médio de AB; então
uma equação da reta que contém AB é?
Exercício 2.3 Obtenha a equação da reta que passa pelo ponto (0,2) que equidista
dos dois pontos A = (4,6) e B = (8,3).
Exercício 2.6 Demonstre analiticamente que se 3 pontos no plano são não colineares
eles definirão uma circunferência.
Exercício 2.7 (ITA - 2002) Num sistema de coordenadas cartesianas. duas retas r
e s, de coeficientes angulares 2 e 1/2 é respectivamente, se interceptam na origem
O. Se B pertencente a r, e C pertencente a s são dois pontos no primeiro quadrante
tais que o segmento BC é perpendicular a r e a área do triângulo OBC vale 1,2 u.a.,
então determine a distância de B ao eixo das ordenadas.
Exercício 2.12 (ITA - 1999 adaptada) Pelo ponto C: (4,-4) são traçadas duas
retas que tangenciam a curva dada por y = (x - 4)2 + 2 nos pontos A e B. Calcule a
distância do ponto C à reta determinada por A e B.
Exercício 2.14 s (IME 2003) Seja uma pirâmide quadrangular VABCD de base
quadrada de lado L e aresta lateral L • -J2 . Essa pirâmide é cortada por um plano que
contêm A e corta VC no seu ponto médio. Determinar a área do polígono formado
pela seção desse plano nessa pirâmide.
Sugestão: coloque os seus eixos coordenados com origem no centro do quadrado
e coincidentes com as diagonais do quadrado e com a altura da pirâmide.
Exercício 2.16 (ITA - 2004) Sejam os pontos A = (2, 0), B = (4, 0) e P = (3, 5 + 2x/2).
a) Determine a equação da circunferência C, cujo centro está situado no primeiro
quadrante, passa pelos pontos A e B e à tangente ao eixo y.
b) Determine as equações das retas tangentes à circunferência C que passam pelo
ponto P.
. y - 1
r: x - 1 = 4------ = - z
2
x z
s: — = y = —
2 2
134 Matemática em NIvel IME/ITA-Voiuve II
P = (-1.0, 2). Determine a equação do plano p, paralelo a a, que passa pelo ponto
Q = (3, —2, —1).
Exercício 2.23 (IME - 1973) Um circulo de raio R tem seu centro na origem. A
tangente ao circulo em um ponto qualquer N, encontra o eixo dos x em M. Por M,
traça-se uma paralela ao eixo dos y e por N uma paralela ao eixo dos x, sendo que
estas retas se cortam em P. Determine a equação cartesiana do lugar geométrico
descrito por P.
Exercício 2.24 (ITA - 2007) Considere, no plano cartesiano xy, duas circunferências
C, e C2; que se tangenciam exteriormente em P = (5, 10). O ponto Q =(10,12) é o
centro de Cr Determine o raio da circunferência C2, sabendo que ela tangenciaa
reta definida pela equação x = y.
Exercício 2.25 X Dadas as retas reversas r que passa pelo ponto (1,1,1) e é
paralela ao vetor (2,1 ,-1) e s que passa por (0,0,0) e é paralela a (1,1,2), determine
a equação da perpendicular comum.
Exercício 2.26 (EN - 2007) Considere rt o plano que contem o centro da esfera
x2 + y2 + z2 - 6x + 2y - 4z + 13 = 0 e a reta de equações paramétricas.
x = 2 + t
y = 1 - t , telit
z = 3 + 2t
Determine o volume do tetraedro limitado pelo plano e pelos planos coordenados.
Exercício 2.32 Dois pontos P e Q são ditos inversos com relação a uma circunferência
se são colineares com seu centro, situados na mesma semirreta em relação a ele e
se o produto de suas distâncias ao centro é igual ao quadrado do raio Determine
o Lugar geométrico dos pontos inversos dos pontos da reta x + y = 1 com relação
à circunferência centrada em (5,0) e raio 2.
Exercício 2.39 (EN - 1989) Determine a equação da reta s que passa por
v z — 2
P = (1-2,1) e corta a reta r de equações x - 1 = -^ = —-— tal que r seja
perpendicular as. z o
í1 - t2 1
X = xo
U + t2 J
, teK
f 2t 1
y = y“+r^J
Determine o lugar geométrico descrito por essas equações quando t é variado nos
reais.
^Seções-Cõnicas
Superfície
Cônica Reta
As seções cônicas estão mais presentes no nosso universo bem mais do que
possa aparentar. Você provavelmente já ouviu falar que a Terra percorre uma órbita
elíptica em torno do Sol. Um corpo sobre ação puramente gravitacional descreve
um movimento que é representado geometricamente por uma seção cônica!
Dependendo da energia do sistema, esta órbita pode ser uma elipse, uma hipérbole
ou uma parábola. No caso da órbita Terrestre, a órbita é uma elipse, tendo o Sol
como um dos Focos desta elipse.
138 Matematica em Nível IME/ITA-Volume II
tÇ Terra
!
Sol
Vocè sabia que de acordo com a Teoria Aerodinâmica, a forma plana de asa que
possui o menor arrasto induzido é uma asa elíptica? O alto custo de fabricação de
uma asa elíptica além de problemas decorrentes da distribuição de sustentação
uniforme deste tipo de asa (uma asa elíptica estola toda simultaneamente, gerando
alguns perigos como perda de controle) não permitiu que aviões com estas asas
obtivessem muito sucesso.
Uma das aeronaves mais famosas com este tipo de configuração é o Spitfíre, o avião
de caça britânico (único caça aliado em operação na 2" Guerra Mundial) projetado
por Reginald Mitchell em 1936.
Excentricidade
Considere uma superfície cônica de eixo de revolução reto cortada por um plano.
Sendo o. o ângulo que cada geratriz do cone faz com o seu eixo vertical e |3 o
ângulo que o plano faz com o mesmo eixo, define-se a excentricidade e da seção:
|
cosp
cosa
Definição 3.1.1
A definição acima é útil pois nos permite caracterizar o tipo de seção apenas pelo
parâmetro excentricidade (e). Vejamos:
Caso 1:
0 plano é oblíquo ao eixo vertical e à geratriz do cone, mas só intercepta uma das
partes do cone. A seção resultante é chamada elipse.
eixo
I a\ p>a
LA
Figura 3.1.4
140 MatemAtica em NIvel IME/ITA- Volume II
Caso 2:
O plano é oblíquo ao eixo e à geratriz do cone, e intercepta ambas as partes do
cone A seção resultante é chamada hipérbole.
eixo
\ TtT/
Figura 3.1.5
Caso 3:
O plano é paralelo á geratriz do cone, e oblíquo ao eixo vertical. A seção resultante
é chamada parábola.
Figura 3.1.6
Capitulo 3 - Seções Cônicas 141
/K
Figura 3.1.7
- COSP —_ n
^circunferência —
cosa
PA + PB 0 constante
Resultado 3.1.1
142 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Demonstração:
-p Foco 2
Foco 1
i
Afigura acima mostra as esferas de Dandelin para uma seção cônica do tipo Elipse.
Consideremos as esferas de Dandelin, tangentes ao plano cortante em A e B. Seja P
um ponto qualquer da elipse. Traçamos a geratriz do cone passando por P. Como as
esferas de Dandelin são tangentes ao cone, esta geratriz será tangente às esferas
em Ta e TB, como indica a figura 3.1.9.
..
/ ----
Figura 3.1.9 - 1“ Teorema de Dandelin - Elipses
Como P é um ponto externo à menor das esferas, PTB é tangente à esfera. O mesmo
acontece com o segmento PB. Segue então, da propriedade de potência de um
ponto com relação á esfera, que:
PTb = PB
Capitulo 3 - Seções Cônicas 143
PTa = PA
PA + PB = constante □
Resultado 3.1.2
Foco 1
ítA
Foco 2
A figura acima mostra as esferas de Dandelin para uma seção cônica do tipo
Hipérbole. Consideremos as esferas de Dandelin, tangentes ao plano cortante em
144 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
A e B. Além disso, considere os planos rrA e Ke. os planos da interseção entre cada
esfera e o cone.
PTb = PB
Com o raciocínio exatamente análogo para a segunda esfera, tem-se:
PTa = PA
Agora note que o comprimento PTB -PTA é igual a geratriz que liga os planos nAertB.
Este comprimento será constante para qualquer P que tomarmos sobre a hipérbole.
Com isso:
PB-PA = constante
PTa - PTB = PA - PB
2a Teorema de Dandelin-Quetelet
Considere uma superfície cônica de eixo de revolução reto sendo cortado por um
plano rt. Se P é um ponto qualquer da interseção, então existe um ponto F e uma
reta d fixos, pertencentes ao plano de corte rt, tais que:
PF
=■ = e
Pd
Resultado 3.1.3
Figura 3.1.12
146 MatemAtica em Nível IME/ITA- Volume II
Figura 3.1.13
P
Figura 3.1.14
Note que o ângulo APQ é também o ângulo cada geratriz do cone faz com o seu
eixo vertical. Da definição 3.1.1 este ângulo é a.
P
Figura 3.1.15
Capitulo 3 - Seções Cônicas 147
Note que o ângulo QPD é o ângulo que o plano rr faz com o eixo vertical do cone.
Da definição 3.1.1 este ângulo é p.
PA = PF (Eq. IV)
PF cosp
PF -cosa = PD-cosp
Pd cosa
O resultado anterior vale para os 3 tipos de seções cônica. A reta d como definida
no enunciado do resultado anterior é chamada Reta diretriz da seção cônica.
Como no caso das seções do tipo elipse e hipérbole há duas esferas de Dandelin,
para estas seções haverá sempre duas diretrizes.
Definição 3.1.2
Exemplo 3.1.a (IME 1982 - adaptada) Considere uma seção do tipo elipse,
conforme a figura abaixo. São dados: o comprimento AA' = k, a excentricidade da
seção igual a J6 / 3 e o ângulo que o plano da elipse forma com o eixo do cone de
45°. Pede-se, em função de k, a distância do vértice V do cone ao plano da elipse.
eixo
Á
148 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Solução
eixo
A Fig. I
[3 = 45°
Do enunciado, temos que: A
e = —
3
Zo°|30^0yjp
/ ! 45?\
A'
/ , '
x
Do triângulo A'PV, temos que: VA' =
cos(l5°)
Da lei dos senos no triângulo VAA':
VA' AA' X k
sen(l5°) sen(60°) sen("l5°) ■ cos(l5°) =
2
Ora, mas sabemos que:
Logo:
x k
I= V3
4 2
Ou ainda.
k-Vã
x ~ 6
Degenerações
Os casos limites em que o plano que secciona o cone circular reto passa pelo
vértice do cone geram figuras geométricas resultantes diferentes das esperadas.
Estas figuras geométricas são chamadas de degenerações da seção cônica.
Definição 3.1.3
3.2. Elipses
A primeira das três seções cônicas, que estudaremos mais a fundo neste capitulo, é
a elipse. Relembremos o resultado do 1a Teorema de Dandelin- Quetelet, e tomemos
o mesmo como definição de Elipse.
Dados dois pontos no plano F e F', não coincidentes, o lugar geométrico dos
pontos P tais que a soma das distâncias PF e PF' é constante é uma elipse.
PF + PF' = constante = 2a
4y
P = (x,y)
X
---- c<— >
F = (-c.0) F’ = (c,0)
Figura 3.2.1
Nesse passo é importante avaliar os sinais dos dos lados. Como o lado direito é
negativo, o lado esquerdo deve ser também, impondo uma condição pro x.
Capitulo 3 - Seções Cônicas 151
=> X2 —
- 2x c + a2 = x2 - 2x c + c2 + y2
a2
=0 X2 a2-c2
y2 = a2-c2
a2
fb21
x2
b + y2 = b2
Dividindo dos dois lados por b2:
x2
a4
+4
b2
=i
Resultado 3.2.1 Forma Canônica da Equação da Elipse com Focos sobre Ox
Se os eixos coordenados forem escolhidos tais que F e F estejam nos eixos das
ordenadas e a mediatriz do segmento FF' esteja sobre o eixo das abscissas, a
equação se torna:
y2 x2 „
|a2 b2
Resultado 3.2.2 Forma Canônica da Equação da Elipse com focos sobre Oy
aY
(a) (b)
Figura 3.2.2 (a) - Elipse com focos sobre eixo Ox. (b) - Elipse com focos sobre eixo Oy.
152 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
B = (O.b)
B = (0,-b)
Figura 3.2.3
Definição 3.2.2
F O F'
Figura 3.2.4
Capitulo 3 - Seções Cônicas 153
|a2 = b2 + c2]
Resultado 3.2.3 Relação Fundamental da Elipse
Exemplo 3.2.a Determine a equação da elipse tal que o segmento de reta que liga
um dos focos a uma das extremidades do eixo menor faz 60° com o seu eixo maior,
cujo comprimento é unitário.
Solução:
y
B' = (O.b)
60°K
*x
f1 = (c,o;
Figura 3.2.5
2
Das equações (I) e (II), temos: b2 = — a2
4
Sendo 2a = 1: a2 = -, b2 = —
4 16
A equação da elipse pedida é portanto:
+ £=T
1 3
4 16
154 Matemática em Nível IME/ITA-VoluueII
Exemplo 3.2.b Considere uma elipse de centro em (x,, y,) diferente da origem.
Sendo os eixos principais da elipse paralelos aos eixos coordenados Ox e Oy, e o
eixo contendo os focos da elipse paralelo a Ox, determine sua equação em função
dos seus parâmetros 2.a (comprimento do eixo maior) e 2.b (comprimento do eixo
menor).
Y1
x. X
Figura 3.2.6
Solução:
Sendo P = (x, y) um ponto genérico da elipse. Da definição de elipse:
PF = 2a - PR
7(x-x,+c)2 + (y-y,)2 = 2a - J(x-x,-c)2 + (y-y,)2
Elevando ao quadrado:
=> (x - X, + c)2 +
y' = y-yi
Aequaçâo da elipse de centro (x,,y,) e eixos 2.a e 2.b, nas novas variáveis será:
(xf + (yf .
a2 b2
Yi
>
*1 x
Figura 3.2.7
Solução:
Completando quadrados:
=> 16(x2 - 6x + 9j + 9(y2 + 8y + 16) + 144 = 16-9 + 9J6
Solução:
Procedendo como no exemplo anterior, completando quadrados, chega-se a:
O lado esquerdo é a soma de dois números não negativos resultando em zero. Isto
só ocorre quando ambos os termos forem zero!
x = 3
y = -4
Excentricidade da Elipse
A excentricidade de uma cônica qualquer já foi definida (definição 3.1.1). Vejamos
agora um resultado impressionante a respeito da excentricidade!
0 < e = - < 1
a
Resultado 3.2.4
Capítulo 3 - Seções Cônicas 157
Demonstração:
Utilizemos o 29Teorema de Dandelin (Resultado 3.1.3). Para todo ponto P da elipse
de foco F. existirá uma reta d tal que:
PF
— = e
Pd
F = (p.O)
O = (0,0)
Figura 3.2.8
PF J(x - p)2 + y2 =
— = e
Pd |x|
(x — p)2 + y2 = e2 x2 x2 - (1 — e2) - 2p x + y2 + p2 = 0
A equação acima deve ser satisfeita para todo ponto da elipse. Como para a elipse,
a excentricidade é uma constante entre 0 e 1, temos que e2 < 1, e portanto podemos
dividir a equação por (1 - e2).
2p y2 p2
X2 - x + . = o
1-e2 1-e2 1-e2
158 Matemática em NIvel IME/ITA- Volwe II
Completando quadrados:
x2-pU
v1-e2 )
y2
X + ——- +
1-e2
P2
(1-e2)2
+ _F_
1-e2
= P2
O-2)2
2
x2
+ y2 pe
X----
1-e2 J 1-e2
U1-2)J
Fazendo x— F
1-e2 .
= x‘, y = y', teremos:
2
= 1
A primeira vista, fica dificil interpretar o que acabamos de descobrir. Conforme vimos
rapidamente na observação do Exemplo 3.2.b, a mudança de variáveis que fizemos
é uma translação de eixos.
A equação obtida neste sistema de eixos é a equação da elipse na forma canônica.
a y aY'
------o— V---------------- —
F = (-c,0) O' = (p/(1-/),0)x
Figura 3.2.9
P e
a =
1 - e2
b = -,pe
JTF?
Dividindo uma equação pela outra
a 1
a2-(l - e2) = b2
b
F7?
Capitulo 3 - Seções Cônicas 159
=3 c2 = a2 e2 c
e=— □
a
Aescolha pela letra p para designar a distância entre um foco e sua diretriz mais
próxima não foi ao caso. Esta distância é chamada, muitas vezes, de parâmetro
focal da elipse, ou simplesmente, parâmetro da elipse (p).
Definição 3.2.3
Excentricidade Ex:
diminuindo a constante
c diminuindo
c=0
Figura 3.2.10
Z+ =1
4 16
y_L = 1
a2 b2
A equação das retas diretrizes (associadas a cada foco), neste caso serão:
a2
diretrizes: x = ± —
c
Resultado 3.2.5
AV
r/e
x
------- oi— ■*
diretriz diretriz
Figura 3.2.11
Demonstração:
O resultado acima é uma consequência do desenvolvimento feito para a
demonstração do resultado 3.2.4, onde vimos que um sistema de eixos tal que o
eixo Ox contém os focos da elipse e o eixo Oy é paralelo á diretriz nos dá a equação
da elipse na sua forma canônica:
x'2 y'2
f p-e Y* +r _p-
pe
V =1
e
ll-e2J Ui-e2 J
Capitulo 3 - Seções Cônicas 161
X = ± P
1 - e2
Mas, também do desenvolvimento sabemos que:
a =
P e
1 - e2
Finalmente, temos as equações das retas diretrizes:
a a2
X = ±- ±— = ±— □
e c c
a
Como exercício, reflita para onde tendem as retas diretrizes quando a elipse tende
a se degenerar em uma circunferência?
Do desenvolvimento acima é possível também descobrir o valor do parâmetro da
elipse em função dos parâmetros a, b e c da elipse.
P e P c p ca p ca b2
a = a = “b7" => p = —
1 - e2 c
O parâmetro p da elipse (de distância focal c e eixo menor b), definido como a
distância de um foco à diretriz mais próxima vale:
b2
P=T
Resultado 3.2.6
ny
P = (x,y)
R
r
> X
F = (-C.0) F' = (C.O)
Figura 3.2.12
Resultado 3.2.7
Demonstração:
PF = 2 a - PF’
> R2 = (2a-r)|2: => R2 = 4a2 - 4a r + r2
(í \2 2
^(x0+c) +y0 ) = 4a2 - 4a-r + ((,x0-c)2 + y02)
2 2
2x0c + Xj ^y?! = 4a2 - 4a r - 2x0 c + x, ^y0'
4a r = 4a2 - 4x0-c a - e x0
R = 2a - (a - e x0) = a + e x0
Capítulo 3 - Seções Cônicas 163
r= p e
1 + ecos0
Resultado 3.2.8
<40_q4___
—-i- F /
Figura 3.2.13
a2 + r(- + cosfij
—- = c + r cos9 — = c
e c
a2-c2 1 + ecosõ r= pe
> ---------- = r
c e 1 + e cosO
b2
~=p
Se prolongarmos o segmento PF até atingir novamente a elipse em P', o segmento
PP' será uma chamada corda focal. De maneira geral, definimos:
Se P e P' são dois pontos da elipse tal que o segmento PP' contém um foco F,
então PP' é chamado de uma corda focal da elipse.
Definição 3.2.5
164 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
2pe
PP’ =
1 - e2cos29
Resultado 3.2.9
Figura 3.2.13
r =
P e
1 + e cose
Do resultado 3.1.7, temos:
p e_____ pe
r' =
1 + e cos(n + e) 1 - e cos0
Com isso, o comprimento de uma corda focal qualquer será dado por:
PP’ =
pe pe 2p e
1 + e cosü 1 - e cosO 1 - e2cos2 0
Exemplo 3.2.f Determine o comprimento da corda focal que faz 120° com o eixo
focal e cujo um dos extremos é um dos extremos do eixo menor da elipse. É dado
que para esta elipse, a distância focal vale 30.
Solução:
Figura I
Capitulo 3 - Seções Cônicas 165
2b— 2-3 c2
2p e a_______ 2c 3c 48c
PP' =
1 - e2 cos29 c2 c2 1 1 15
1 COS2 (120°) 1 - 1
4 c2 4 16
Latus Rectum
A corda focal perpendicular ao eixo que contém os focos da elipse de semieixos
a e b tem comprimento igual a:
, 2b2
A. = -------
a
Demonstração:
*y
P = (x.y)
2a - >_/2
X72 \
4--- b >x
► F=(c/))
F - (-C.0) 2c
Figura 3.2.14
2(a2-c2)_2b2
=> À. —------------------------ □
a a
166 MatemAtica em NIvel IME/ITA-Volume II
Exemplo 3.2.g Dentre todas as cordas focais da elipse, mostre que a de comprimento
mínimo tem comprimento igual ao Latus Rectum.
Solução:
A expressão de uma corda focal é dada por (Resultado 3.2.9)
2p e
PP’ =
1 - e2 cos2 0
O numerador desta expressão é uma constante para cada dada elipse. 0
comprimento será portanto, minimo quando for máxima a expressão:
f(0)=1— e2 cos2 e
A expressão de f acima será máxima, quando cos20 for minimo. Ora, mas sabemos
que -1 < costí < -1, logo 0 < cos2 9 < 1.
Com essas informações, sabemos que a corda focal será mínima quando
cose = 0, ou seja, quando 6 = 90°.
A corda focal que faz 90° com o eixo focal é o Latus Rectum.
Exemplo 3.2.h (IME-2005 adaptada) Considere uma elipse dada de focos F e F’,
e M um ponto qualquer dessa curva. Traça-se por M duas secantes MF e MF', e
que interceptam a elipse em P e P’, respectivamente.
a) Mostre que = + =L é constante.
MF FP
. . .. , MF MF .
b) Mostre que ■= + =—? e constante.
FP F'P’
Solução:
Figura I
MF =-----------------
1 + e cosí-)
pe P e
FP =
1 + e cos(n + 0) 1 - ecos0
Capítulo 3 - Seçôcs Cônicas 167
Logo.
1 _1_ 2a
MF FP b2
1 1 -
MF FP' " b2
Multiplicando a primeira equação por MF e a segunda por MF', temos:
MF 2a —
1 + ■=■ = MF
FP b2
. MF’ 2a —,
1 + = = —x-MF
F’P' b2
MF MF' 4a2
(mf + mf') - 2 = —------2 = constante
FP FP' b2 ? . I b2
-2 a
a2
(>}«♦
Resultado 3.2.11
168 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Demonstração:
Se P é um dos dois pontos da elipse sobre o eixo horizontal, (a,0) e (—a,0) é trivial
perceber que o resultado acima é válido. Note que a reta tangente nestes casos
será x = a e x= -a, respectivamente, o que respeita a equação citada:
P = (a. 0) x=a
P = (-a, 0) -(3)>•(?)-’ x = -a
Vamos provar que o resultado vale para todos os demais pontos da elipse. Uma reta
qualquer pode ser representada por y = m x + h. Como P pertence à reta, temos:
y0 = m ■ x0 + h => h = y0 mx0
íy = m(x-x0) + y0
|b2 x2 + a2y2 = a2 b2
Para que a reta seja tangente, a solução do sistema deve ser única1
b2 x2 + a2 (m (x - x0) + y0)2 = a2 b2
Como o ponto P deve ser tangente, a solução desta equação do 2e grau deve ser
única! Algo nos diz que devemos calcular o discriminante da equação acima e
obrigá-lo a ser nulo. De fato, este é um caminho.
Tente e logo verá que as contas se complicam. Ora, a equação é do segundo grau, que só
pode ter uma única solução. Mas conhecemos esta solução! Trata-se de x = x0. Podemos
dizer então que:
= (b2 + a2 m'>2)(x-x0)2
Da identidade:
(b2 + a2 m2) x0 = m2 a2 x0 ma
- m 2 ■ y0
■ a‘
b2 x0
m =
"a2 y0
x2 y2 d y2(x) 2x + ^ = 0
0 =>
?=1 - dx a2 b2 a2 b2
y-y' X _b^ fx)
y’ a2‘lyj
b2 "?
Substituindo (x,y) pelas coordenadas (x0,y0) de P conheceremos a inclinação a
reta tangente à curva y = y(x). Tal inclinação é justamente o coeficiente angular
m da reta que buscamos.
b2 Xo
m =
a2 y0
M
P<
A = (-a.0) A* = (a.O)
x
Figura 3.2.15
Solução:
Seja M = (x0,y0). A equação da reta suporte do segmento PP' será
b2 b2 x0
P = -a, — +
y0 ayo
f
P' = a,-------
b2 b2xo]
l y0 a y0 )
Com isso:
X^
APA'P’ =
b2 b2 x0 tf b2x0
y0 ay» y0 ay0 ) yo l a2
a .
x2 v2
Lembrando que M pertence à elipse: -%■ + = 1
a bb2
APA'P’
b4
2
d = b2 = constante
yo b2
Exemplo 3.2.j Mostre que as retas não verticais y = m x ± <ja2 rtf + b2 são
sempre tangentes á elipse dada por:
x2 + y2 1
tf + tf=1
Capitulo 3 - Seções Cônicas 171
Solução:
Considere uma reta não-vertical qualquer de equação y = m ■ x + h. Esta reta será
tangente á elipse quando o sistema abaixo tiver apenas uma solução:
l^
a2
+ xi
b2
=1
y = m■x + h
Do sistema:
X2 m2x2 + 2mhx + h2
=1
?+ b2
(b2 + a2-m2)-x2 + (2a2 rn-hjx + a2(h2-b2) = 0
Para que a solução seja única, a equação do segundo grau acima deve ter
determinante nulo.
A = 4a4 ■ m2 ■ h2 - 4a2 ■ (b2 + a2 • m2) • (h2 - b2) = 0
h2=b2+ a2-m2
x2
az +4=1
b2
OBS.: O resultado acima é muito importante e poderá ser aplicado em diversas I
questões antigas do IME e do ITA. Para aqueles que gostam de truques, vale a
pena tentar guardar este! A seguir ilustramos um exemplo cuja solução se torna
muito elegante usando o resultado mostrado.
Figura 3.2.16
172 Matemática em Nível IME/ITA- Vollwe II
Solução:
x2 y2 .
Considere a representação da elipse na forma canônica: ~ 1
Conforme demonstrado no exemplo anterior, uma das tangentes pode ser escrita
de forma:
y = mx + 7a2 ,rr|2.2 + b2
A segunda tangente deve ser perpendicular a esta, logo sua equação deve ser da
forma:
1
y =------ x + h
m
Novamente, usando o exemplo anterior, para que a reta acima seja tangente á
elipse, devemos ter:
a^
h = lb2
m2
y'’2 m2 x2 - 2m x y = a2 m.2: + b2
m2 y'2 + x2 + 2m ■ x • y = a2 + m'>2-b2
Seja P = (x0,y0) a interseção destas duas retas. Somemos as duas equações acima
aplicadas no ponto P.
+ y*-
ElZ y2 = a2 + b2~[
Esta equação nos diz que o L.G. da interseção de duas retas perpendiculares
tangentes a uma elipse representa uma circunferência de centro coincidente com
o centro da elipse e raio Ja2 + b2 .
Capítulo 3 - Seções Cônicas 173
P = (Xç.yo)
Figura I
Nós iniciamos a seção 3.2 deduzindo a equação de uma elipse analiticamente. Até
o momento, o tratamento a respeito das propriedades da elipse foi feito quase que
inteiramente por meio do algebrismo da Geometria Analítica.
Muitas vezes, ao se deparar com uma questão de seções cônicas, o aluno
automaticamente pensa em uma escolha de par de eixos para atacar o problema.
Embora em muitos casos esta seja uma excelente abordagem, veremos nesta seção
3.3 que, em alguns outros casos, a análise puramente geométrica pode significar
um caminho muito menos trabalhoso.
Para ilustrar que nem sempre a solução analítica é mais eficiente, vejamos o
seguinte exemplo:
Exemplo 3.3.a Sobre uma reta r são traçados A, B e C, nesta ordem. Os comprimentos
de AB e BC valem 5 e 2, respectivamente. Considere uma circunferência variável
tangente a r em C. As tangentes a esta circunferência traçadas por A e B cortam-
se em P. Determine o lugar geométrico de P à medida que a circunferência varia
de tamanho.
Figura 3.3.1
174 MatemAtica em Nível IME/ITA-Volume II
Solução:
Das propriedades que vimos no capitulo 2 a respeito de potência de um ponto com
relação a uma circunferência, sabemos que os segmentos definidos pelas tangentes
traçadas de um ponto externo a uma circunferência são iguais.
Segue que:
AF AC
PF PE
BE BC
PA + PB = 9
Em outras palavras, o ponto variável P é tal que a soma das suas distâncias á dois
pontos fixos é constante. Relembrando a definição de elipse (definição 3.2.1), temos
que o lugar geométrico de P é:
OBS.: Neste caso, a solução geométrica é, de fato, muito mais simples. Não
vamos nos iludir achando que a solução por geometria plana sempre será mais
fácil. O objetivo desta seção é de apenas dar ainda mais ferramentas para que
o aluno possa escolher qual caminho usar na hora de resolver as questões.
Capitulo 3 - Seções Cônicas 175
Construção 1
Suponhamos que são dados 2 pontos no plano Ae B e um comprimento de 2.a
unidades. Desejamos traçar a elipse de focos Ae B e eixo maior igual ao comprimento
dado. Sabemos que todo ponto P da elipse será tal que:
PA + PB = 2a
Figura 3.3.2
Esticando este barbante com um lápis, o ponto X aonde aponta a ponta do lápis
será tal que:
XA + XB = comprimento do fio = 2a
Figura 3.3.3
Como todo ponto X traçado pelo lápis segue a definição da elipse, se movimentarmos
o lápis de tal forma que ele faça uma volta completa sempre esticando o barbante,
o traço resultante será uma elipse de focos A e B e eixo maior 2a.
176 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
Figura 3.3.4
Construção 2
Suponhamos que conhecemos os valores desejados do comprimento do semi-eixo
maior a. e do semi-eixo menor b. Desejamos traçar tal elipse.
Sabemos que a equação de uma elipse centrada na origem de um sistema de eixos
coordenados e seus eixos coincidindo com os coordenados é:
x2 + y2 .
?+?=1
Para que a equação seja satisfeita, devemos ter:
x2 y2
0 < -y < 1 e 0 < iy <1
=2
a' b2
Ou ainda:
-a < x < a e -b < y < b
Note que para cada valor de (x,y) pertencente à elipse, existirá um valor de t real,
entre 0 e 2.n, tal que:
íx = acost
[y = bsent
Figura 3.3.5
A partir do centro, tracemos uma semirreta que cortará as circunferências nos pontos
M e N e fará um ângulo 9 com o eixo x.
Figura 3.3.6
Passando por M, vamos traçar uma reta paralela ao eixo x, e passando por N uma
reta paralela ao eixo y. Seja P o ponto de encontro destas duas retas.
Figura 3.3.7
Observe que o ponto P terá coordenadas (a.cos0, b.senG). Logo P está na elipse
que desejamos traçar!
178 Matematica em Nivel IME/ITA- Vcluue II
IN
Pf^b . senO
0
■ / x
Figura 3.3.8
Circunferências Principais
Considere a elipse de respectivos semi-eixos maior e menor a e b. A circunferência
centrada na origem e com raio a é chamada de circunferência principal maior
da elipse.
A circunferência centrada na origem e com raio b é chamada de circunferência
principal menor da elipse.
Definição 3.3.1
Além destas duas, outra circunferência será utilizada nos resultados que veremos
a seguir.
Circunferência Diretora
Considere a elipse de respectivo semi-eixo maior a. A circunferência centrada
em um foco e com raio 2.a é chamada de circunferência diretora da elipse.
Definição 3.3.2
Capitulo 3 - Seções Cônicas 179
Diretora Diretora
Principal
Maior\
Principal
Menor
Figura 3.3.9
Construção 3
A terceira maneira, que citaremos por enquanto, de obter uma elipse é um pouco
menos prática, mas provavelmente mais fascinante!
Recorte, em uma folha de papel, um circulo de centro C. Desenhe sobre este círculo
um ponto fixo P, diferente de C.
Figura 3.3.10
Figura 3.3.11
180 Matematica em Nível IME/ITA-Volume II
Façamos isto várias vezes, sempre marcando o segmento criado pela dobra. A
figura resultante delimitará uma elipse!
Figura 3.3.12
Embora este resultado seja uma pouco “louco" de fato, a demonstração se baseia
num resultado simples, porém não menos fascinante. Vejamos a seguir.
Figura 3.3.13
Demonstração'.
Sabe-se que um ponto M pertencerá a elipse de focos F e F’ e comprimento de
eixo maior 2 • a, quando
MF + MF ’ = 2a = cons tan te
Figura 3.3.14
Para mostrar que t é tangente à elipse, basta mostrar que P é o único ponto de t
que pertence a elipse. Tomemos outro ponto, P', pertencente a t. Vamos mostrar
que P' não pode pertencer à elipse.
182 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Figura 3.3.15
ogo, P'F + P’F’ í 2a e portanto P’ não está na elipse. Com isso, t é tangente
á elipse.
Exemplo 3.3.b Mostre que o simétrico de um foco com relação a uma tangente
está na circunferência diretora relativa ao outro foco.
Figura I
FQ = 2a
Capitulo 3 - Seções Cônicas 183
Resultado 3.3.2
Figura 3.3.16
Figura 3.3.17
184 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
OR OF’ 2
FQ FF’ 2
E, portanto:
Aõ fq 2a
OR = — = — = a
2 2
Exemplo 3.3.C Seja P um ponto de uma elipse de focos F e F'. Mostre que a normal
à elipse em P é bissetriz interna do ângulo FPF’.
Figura 3.3.18
Solução:
A reta normal à elipse em P é perpendicular à tangente á elipse em P. Portanto:
90° = 0 + a
a =p
90° = 0 + p
Exemplo 3.3.d Considere uma elipse de focos F e F, e seja t uma reta tangente
qualquer a essa elipse. Considere P e P' como a projeção de F e F' sobre a reta t.
Use o Teorema de La Hire para mostrar que para qualquer que seja a tangente t.
o produto PF P'F' é constante.
Figura 3.3.19
Solução:
Usando o Teorema de La Hire, temos que P e P' estão sobre a circunferência
principal maior da elipse.
Vamos tomar a reta r, paralela a t, também tangente à elipse. Seja Q a projeção
de F sobre r.
P' t
Figura 3.3.20
Da simetria, temos que: QF = P'F', o que sugere que basta provarmos que o
produto QF PF é constante.
Ora, mas o segmento que une P e Q é uma corda da circunferência principal (que é
fixa, dada a elipse). Pelo resultado 2.2.6, devido à potência do ponto F em relação
à circunferência, sabemos que o produto QF PF é constante.
186 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
OBS.: Vamos parar um pouco para refletir sobre o que acabamos de ver com I
estes últimos resultados.
Considere um ponto qualquer P sobre a elipse, e os raios vetores relativos a este
ponto. Dos resultados que obtivemos anteriormente, sendo n e t as retas normais
e tangentes à elipse neste ponto P, temos a seguinte figura.
Figura 3.3.21
Figura 3.3.22
Jean-Victor Poncelet
(1788-1867)
Demonstração:
Considere os pontos MeM' como sendo os simétricos de F e F' com relação á r e
t, respectivamente. Lembremos o resultado 3.3.1 nesta construção.
A partir desta construção teremos:
PF = PM . PF' = PM'
Figura 3.3.23
Notaremos que os triângulos PMF' e PM'F são congruentes (pelo caso LLL).
188 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Figura 3.3.24
Logo: a = u ’
Isto conclui a primeira parte do teorema. Ainda da congruência, temos que o ângulo
assinalado como 0 a seguir é igual a |i'.
Figura 3.3.25
Solução:
Na figura abaixo, seja M o simétrico de F com relação à reta r. Da construção temos
que os ângulos MPR e FPR são iguais. Do teorema de Poncelet, estes ângulos
são também iguais ao ângulo F'PT.
Figura I
x2 + y2 -1
Demonstração:
Demonstraremos a seguir o resultado acima, mesmo que precisemos utilizar Cálculo
Integral. A Escola Naval costuma cobrar noções de Integrais Imediatas como a que
desenvolveremos a seguir. Para melhor referência do assunto, consulte um livro
de Cálculo Integral.
Da equação da elipse podemos explicitar y como função de x:
4
X2
=> y = ±b.l1----- =•
V a
Figura 3.3.26
190 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Da figura acima e da simetria da elipse, notamos que a área da elipse pode ser
dividida em quatro partes iguais.
^elipse
3.4. Hipérboles
Vamos conhecer um pouco mais da segunda das três seções cônicas que
estudamos. Novamente, relembremos o resultado do 12 Teorema de Dandelin-
Quetelet, e tomemos o mesmo como definição de Hipérbole.
Capítulo 3 - Seções Cônicas 191
Dados dois pontos no plano F e F', não coincidentes, o lugar geométrico dos
pontos P tais que o módulo da diferença das distâncias PF e PF' é constante é
uma hipérbole.
|PF — PF j = constante = 2a
“ y
p.
—► x
F = (—c,0 (c.O)
Figura 3.4.1
c a = ±^(x-c)2 + y2
=> X -
a
192 Matemática em NIvel IME/ITA-Volume II
- y■‘2 = c2 - a2
-o
Dividindo dos dois lados por b2.
- y2 = b2
x2 y2
= 1
tf
Resultado 3.4.1 Forma Canônica da Equação da Hipérbole com Focos sobre Ox
Se os eixos coordenados forem escolhidos tais que F e F’ estejam nos eixos das
ordenadas e a mediatriz do segmento FF’ esteja sobre o eixo das abscissas, a
equação se torna:
y2 x2
Figura 3.4.3
Como a curva da hipérbole atravessa o eixo que contém os focos, este eixo
é comumente chamado de eixo transverso. O outro eixo, portanto, recebe o
nome de eixo não transverso. Os seguintes termos são geralmente usados para
referir-se a hipérboles.
Definição 3.4.2
|c2 = a2 + b2|
Figura 3.4.6
Capitulo 3 - Seções Cônicas 195
Solução:
Assim como foi feito no exemplo 3.2.b para elipses vamos partir da definição da
hipérbole. Sendo P = (x, y) um ponto genérico da hipérbole. temos:
PF = PF' ± 2a
=» 7(x - X, + c)2 (y - y,)2 = \/(x - X1 - c)2 + (y - y,)2 ± 2a
(x-xj2 (y-yj2
(y-y,r
a2 b2
(xf (yf.
a2 b2
p = x.y
>
X
Figura I
196 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Ou ainda:
|x2 - y2 = 4|
Solução:
Completando quadrados:
x2 - 6x + 9 - 2(y2 +2y+ ^) + 3 = 9 - 21
(x~3),2: (y+iy^ = 1
=> (x-3)2 - 2(y +1)2 = 4
4 2
A curva é, portanto, uma hipérbole de centro em (3,-1), focos sobre um eixo paralelo
ao eixo Ox e distância focal 2 ■ Vê.
Solução:
Procedendo como no exemplo anterior, completando quadrados, chega-se a:
Ou ainda:
(x-3) - >/2 (y + 1) = 0
(x-3) + >/2-(y + 1) = 0
Capitulo 3 - Seções Cônicas 197
Excentricidade da Hipérbole
A partir da definição da excentricidade de uma seção cônica qualquer, deduz-se o
seguinte resultado:
e = - > 1
a
Resultado 3.4.4
b2
P = —
c
Resultado 3.4.5
I
Excentricidade
aumentando a constante
b aumentando
Figura 3.4.7
198 Matemática em NIvel IME/ITA-Vawsll
x2 y2^
A equação das retas diretrizes (associadas a cada foco), neste caso serão:
a2
diretrizes : x = ± —
c
Resultado 3.4.6
4y
?/e d
diretriz diretriz
Figura 3.4.8
Exemplo 3.4.e (IME 2009) Considere as hipérboles que passam pelos pontos
(—4,2) e (-1 ,-1) e apresentam diretriz na reta y = —4. Determine a equação do lugar
geométrico formado pelos focos dessas hipérboles, associados a esta diretriz, e
represente o mesmo no plano cartesiano.
Capitulo 3 - Seções Cônicas 199
Solução:
Do 2! teorema de Dandelin-Quetelet, podemos escrever:
PF
Pd’®
A equação acima pode ser aplicada para dois pontos P da curva dados no enunciado
(note que o ponto (-4,2) dista 6 da reta y = —4, e o ponto (-1 ,-1) dista 3 da mesma
reta.
= ££ = e
P^d 6
^F ^= e
P2d 3
^=2
p2f
7(x + 4)2+(y-2)2
SL = 2 2
P2F •^(x + 1)2+(y + 1)2
\ (x + 4)2 + (y - 2)2 = 36
''<-q' X
n -►
x2 + (y + 2)2 =8
Figura I
Assintotas da Hipérbole
A distância da hipérbole é uma reta fixa tende a zero, à medida que x tende a
±co. A esta reta, damos o nome de assíntota da hipérbole.
Devido à simetria de sua curva, toda hipérbole possui duas retas assintotas.
Definição 3.4.3
x2 y2
Hipérbole
Reta
assíntota/'
Figura 3.4.9
Cap.tulo 3 - Seções Cônicas 201
v2 x2
Da equação da hipérbole, temos que: = — - 1
b a2
Reparemos que, para valores muito elevados de x, a parcela x2/a2 - 1 parece-se
cada vez mais com apenas x2/a2.
x2 x2
Resumindo: x -» +
1 +
Pelo principio da equivalência, podemos dizer que para valores de x próximos a
infinito (ou menos infinito), os pontos da hipérbole tendem à equação:
y2 x2 , b
y = ±- x
b2 a2
x2
As equações das retas assíntotas à hipérbole de eq. -y
b
y = ± —• x
a
Resultado 3.4.7
Figura 3.4.10
(x + 2)2 (x + 2)'
4- 1 =
9 9
Logo, a equação das assintotas virão de:
(y-1)2 2)'2
(x +■ °' 2
y = 1 ± - (x + 2)
4 9 3
Solução:
x2 y2
Considerando a hipérbole em sua forma canônica: = 1
ba2 -b'
b2
Sabemos que as assintotas têm equações: y = ±- x
a
Um dos focos da hipérbole terá coordenadas F = (c, 0). A distância deste ponto a
cada uma das assintotas será:
y i± |b| = b
11 +
o2 -
a' V
V
1 +
a'21
o
ld(Foco, Assintota) = bl
g Èl
Raio Vetor da Hipérbole
Dada uma hipérbole e um ponto P pertencente à mesma, o vetor que liga um
foco a P é chamado de raio vetor (também chamado de raio focal) da hipérbole
relativo ao ponto P.
Para cada ponto pertencente à hipérbole, há exatamente 2 raios vetores.
Definição 3.4.4
Capitulo 3 - Seções Cônicas 203
Ay
F = (/.O)
R.
L. >x
F' = (c,0)
Figura 3.4.11
Resultado 3.4.8
Demonstração.
Para o ramo direito:
PF = PF’ + 2a => R2 =(r + 2a)2
=> R2 = r2 + 4a ■ r + 4a2
=> h
^(x0 + c) + y? ) = ((xo-c)2 + yo + 4a r + 4a2
P-e
1 - ecosQ
Resultado 3.4.9
= (x.y)
Figura 3.4.12
Demonstração:
Da figura, temos: x = c + r ■ cosO
/'r + a'1
I —— I = c + rcos0
=> rf —-cosB ) a2 b2 r = —P e
= c------
/ c c 1 - e cosfi
Capitulo 3 - Seções Cônicas 205
Se P e P’ são dois pontos da hipérbole tal que o segmento PP’ contém um foco
F, então PP1 é chamado de uma corda focal da hipérbole.
Definição 3.4.5
Figura 3.4.13
Considere uma corda focal definida pelo segmento PP’, com P e P' sobre a
hipérbole, passando por um foco. Seja 9 o ângulo que a corda faz com o eixo
que contém o foco F. O comprimento desta corda PP' será
2p ■ e
PP’ =
1 - e2■cos2 9
Resultado 3.4.10
Demonstração:
r= pe
1 - ecos9
f- P’e______ P-e
1 - e cos(rt + 0) 1 + ecos9
Com isso, o comprimento de uma corda focal qualquer será dado por:
P-e pe 2p - e
PP’ = □
1 + e-cos0 1 - e•cos 0 1 - e2■cos2 0
206 Matemática em Nível IME/ITA- Voluve II
Latus Rectum
A corda focal perpendicular ao eixo que contém os focos da hipérbole de semi-
eixos a e b tem comprimento igual a:
x ; 2b2
a
2a X/2
= (x,y)
/ X/2
U—-----► x
f F' = (c,0)
2c
Figura 3.4.14
Demonstração:
Do teorema de Pitágoras no triângulo PFF’ da figura acima, tem-se:
4c2 = 4a2 + 2a ■ X +
rx2/
2(c2-a2) 2b2
X = □
a a
2^.2
X = PP' =--------- 2p_e_----- c a 2b2
1 - e2-cos2 (90°) 1 - e20 a
Como exercício, mostre que o Latus Rectum é também a corda focal de comprimento
mínimo.
Capitulo 3 - Seções Cônicas 207
x2 y2
= 1
Resultado 3.4.12
Demonstração:
A demonstração é análoga ao que fizemos para elipses. Uma reta qualquer pode
ser representada por y = m ■ x + h. Como P pertence à reta, temos:
y0 = m xo + h => h = y0 - m x0
Para que a reta seja tangente, a solução do sistema deve ser única,
íy = m-(x-x0) + yo
|b2x2 - a2 y2 = a2 b2
Asolução desta equação do 2S grau deve ser única! Mas conhecemos esta solução.
Trata-se de x = xo. Portanto, de maneira análoga ao que fizemos com elipses,
podemos fazer a identidade polinômio do segundo grau acima com o polinômio
que tem raiz dupla em x = xo
= (b2 - a2 m2j.(x-x0)>2‘
Da identidade:
(b2 - a2 m2) x0 = m a2 y0 - m2 a2 xo
íb2 x0 1
Yo = b v x° + h
\a Jo /
h = y0
a2 y0 Yo [lb2‘ a2
íí _ xi _= 11
a2 b2
Usando o resultado acima, na expressão de h:
„ b2 fy2 x2'
h = —
Yo Vo
y =
f b2 xo 1 x x0 y y,
yo a2 b2
Para aqueles que já estão familiarizados com Derivadas, fica como exercício
deduzir a expressão do resultado acima também usando Cálculo diferencial, como
fizemos no caso de Elipses.
Solução:
Considere uma reta qualquer de equação y = m x+ h. Esta reta serà tangente á
hipérbole quando o sistema abaixo tiver apenas uma solução:
x2 y2
= 1
y = mx + h
Capítulo 3 - Seções Cônicas 209
Do sistema:
x2 (mx + h)'
b2 ■ x2 - a2 m2 x2 - 2a2mhx - a2 h2 = a2 b2
b2
Para que a solução seja única, a equação do segundo grau acima deve ter
determinante nulo:
x2 y2 .
Figura 3.4.15
Solução:
2 2
Considere a representação da hipérbole na forma canônica: í----- 4- = 1.
a2 b2
Conforme demonstrado no exemplo anterior, uma das tangentes pode ser escrita
de forma:
y = mx ± 7az i2 - b2
A segunda tangente deve ser perpendicular a esta, logo sua equação deve ser da
forma:
1
y =------ x + h
m
210 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Novamente, usando o exemplo anterior, para que a reta acima seja tangente á
hipérbole, devemos ter:
h = - b2
m2
Seja P = (x0,y0) a interseção destas duas retas. Somemos as duas equações acima
aplicadas no ponto P.
A equação do lugar geométrico de P será:
|xg + y2 = a2 - b2|
Esta equação nos diz que o L.G. da interseção de duas retas perpendiculares
tangentes a uma hipérbole representa uma circunferência de centro coincidente
com o centro da hipérbole e raio 7a? - b2 •
Figura I
Solução:
y
Ti T2
>
A(-1,0) O B(2,0) x
P
Figura I
ÃTj = ÕÃ = 1
BTj = ÕB = 2
Construção 1
Esta primeira construção requer o uso de uma régua e um barbante.
Sobre o foco F da hipérbole a ser traçada prega-se uma das extremidades da régua,
de modo que a permitimos à mesma rotacionar em torno de F,.
Figura 3.5.1
F,^
Figura 3.5.2
Figura 3.5.3
Figura 3.5.4
Construção 2
Sejam F, e F; os focos da hipérbole. Vamos traçar a circunferência C de centro em
um dos focos e raio igual a constante 2a da hipérbole.
Figura 3.5.5
Figura 3.5.6
Circunferência Diretora
Considere a hipérbole de constante 2a. A circunferência centrada em umfoco e
com raio 2a é chamada de circunferência diretora da hipérbole.
Definição 3.5.1
Circunferências Principal
Considere a hipérbole de constante 2a. A circunferência centrada na origem e
com raio a é chamada de circunferência principal da hipérbole.
Definição 3.5.2
Diretora Diretora
Principal
Figura 3.5.7
Figura 3.5.8
Demonstração:
Seja Q o simétrico de F com relação à reta t. Como t é bissetriz do ângulo FPQ,
temos que será também mediatriz do segmento FQ.
Figura 3.5.9
Portanto: PF = PQ (Eq. I)
Além disso:
Para mostrar que t é tangente à hipérbole, basta mostrar que P é o único ponto de t
que pertence à hipérbole. Tomemos outro ponto, P', pertencente a t. Vamos mostrar
que P' não pode pertencer á hipérbole.
216 Matemática em Nível IME/ITA-Voluve II
Figura 3.5.10
Demonstração:
Da equação III do desenvolvimento da demonstração do resultado anterior temos
que, sendo Q o simétrico do foco F com relação à tangente t:
F’Q = 2a
Demonstração:
Sendo O a origem (ponto médio do segmento FF') e M a projeção do foco F sobre
a tangente t, tem-se a seguinte figura:
Figura 3.5.11
_____ -i _____ -i
Da semelhança entre AFMO-AFQF', temos: OM = - F’Q = g-2a = a
Portanto, M está na circunferência principal da hipérbole.
Exemplo 3.5.b Dada uma reta t tangente à hipérbole de os focos F e F', como
encontrar geometricamente o ponto de tangência?
Fo
Figura 3.5.12
Solução:
Seja Teto ponto de tangência procurado. Seja M' o simétrico de F' com relação á
reta t. Desta construção sabemos que t é a mediatnz e bissetriz do triângulo M'TF’.
F>
Figura I
Do resultado 3.5.1 sabemos que o t é bissetriz do ângulo FTF'. Logo, M' está na reta
que liga F e T. Para encontrarmos geometricamente o ponto T basta prolongarmos,
portanto, a reta que liga FeM' até encontrar a reta t em T.
218 Matemática em Nível IME/ITA-Voluue II
Figura II
Exemplo 3.5.C Considere uma hipérbole de focos F e F’, e seja t uma reta tangente
qualquer a esta hipérbole. Considere P e P' como a projeção de F e F' sobre a reta
t. Use o Teorema de La Hire para mostrar que para qualquer que seja a tangente
t, o produto PF P'F' é constante.
Figura 3.5.13
Solução:
Usando o Teorema de La Hire, temos que P e P’ estão sobre a circunferência principal
da hipérbole. Vamos tomara reta r, paralela a t, também tangente à hipérbole. Seja
Q a projeção de F sobre r.
Figura 3.5.14
Da simetria, temos que: QF = P'F', o que sugere que basta provarmos que o
produto QF ■ PF é constante. Ora, mas o segmento que une P e Q é uma corda da
circunferência principal (que é fixa, dada a hipérbole).
Capitulo 3 - Secôes Cônicas 219
OBS.: Vamos parar um pouco para refletir sobre o que acabamos de ver com
estes últimos resultados.
Considere um ponto qualquer P sobre a hipérbole, e os raios vetores relativos
. a este ponto. Dos resultados que obtivemos anteriormente, sendo n e t as retas
normal e tangente à elipse neste ponto P, temos a seguinte figura.
Figura 3.5.15
0 raio vetor F'P reflete-se na hipérbole (na tangente no ponto) e segue em uma
reta que possui a mesma direção do raio vetor FP respeitando a Lei da Óptica
de que o ângulo de incidência (ângulo que o raio vetor faz com a normal em P)
é igual ao ângulo de reflexão (ângulo que o raio vetor refletido faz com a normal
em P). Esta propriedade é chamada de propriedade refletora da hipérbole.
Alguns espelhos, chamados refletores hiperbólicos usam esta propriedade.
0 primeiro espelho hiperbólico proposto, em 1672 por Cassegrain, utiliza um
segundo espelho num formato de um hiperbolóide com o foco coincidindo com
ofoco do espelho principal parabólico com o objetivo de lançar a imagem (após
refletida) diretamente no foco do outro ramo do hiperbolóide.
É interessante chamar a atenção a outra aplicação prática de hipérboles na
engenharia. Você sabia que antes do desenvolvimento do GPS o sistema mais
confiável de navegação se baseava unicamente no principio do lugar geométrico
chamado Hipérbole?
■ 0 sistema LORAN (Long Range Navigation) era usado para permitir a localização
de um navio, por exemplo.
Imagine que estações de rádio em posições conhecidas emitam sinais que são
recebidos pelo navio situado em uma posição, a principio, desconhecida (P).
220 Matemática em NIvel IME/ITA-Voluve II
Ou seja, pelo intervalo de tempo entre a recepção dos dois sinais conhecemos
o ramo de hipérbole onde localiza-se o navio. Basta uma 3a-estação emissora
de sinal radio para que localizemos exatamente P.
Figura 3.5.16
Figura 3.5.17
Capítulo 3 - Seções Cônicas 221
Demonstração:
Considere os pontos M e M' como sendo os simétricos de F e F' com relação á r
et, respectivamente. Do resultado 3.5.1 temos cuidado para observar que, nesta
construção, os pontos R, M e F' serão colineares (o mesmo ocorrerá com T, M' e F).
Figura 3.5.18
(7-,
F’
P, .T
P' M’
R M
r t
Figura 3.5.19
a.
_F £ \/ F’
P.
P’
kP/
r
t
Figura 3.5.20
Dos ângulos opostos pelo vértices em F e M, segue que: e = p = [}', o que conclui
a 2’ parte do teorema. □
Solução:
Na figura abaixo, seja M o simétrico de F com relação á reta r. Da construção temos
que os ângulos MPR e FPR são iguais. Do teorema de Poncelet, estes ângulos
são também iguais ao ângulo F'PT .
Figura I
PM2 + DP'
PF 2 = (2a)2
Capítulo 3 - Seções Cônicas 223
PF 2 = 4a2
PF2 + PF'
3.6. Parábolas
Aparábola é a terceira e última das seções cônicas que estudaremos. Vamos definir
parabolas da seguinte forma:
O lugar geométrico dos pontos P que equidistam de uma reta d e um ponto F não
pertencente à reta é uma parábola. O ponto F é denominado foco da parábola
e a reta d, diretriz da parábola.
Definição 3.6.1
♦y
f = (x.y)
F (0, p/2)
---------------► x
d: y = -p/2
Figura 3.6.1
Para manter a coerência do que vem sendo feito nos casos das demais cônicas,
chamemos a distância entre o foco e a diretriz de parâmetro da parábola, e nos
referiremos a esta distância pela letra p.
Definição 3.6.2
224 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
HL = J(x-o)2+(y-|J
/õ2??
2
Desenvolvendo:
, \2
(y + 2) = x? +
= x2 + X-2y| x2 = 2p y
|2py = x2|
y2 = 2px
F = (p/2, 0)
x
d: x = -p/2
?F^W.-p/2)
kx
x2 -2p-y
y2 = -2 p-x 4
F = (-p/2, 0)
x
d: x = p/2
Analogamente ao que foi feito nos casos anteriores, se o eixo de simetria da parábola
for paralelo a um dos eixos coordenados, porém o vértice estiver deslocado a um
ponto (xp y() diferente da origem, a equação da parábola é escrita da seguinte forma:
2p (y - Yi) = (X - X,)2
Equação da Parábola com foco sobre reta paralela ao eixo Oy e vértice em (xv y,)
226 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Ou:
2p (x - x,) = (y - y,)2
Equação da Parábola com foco sobre reta paralela ao eixo Oy e vértice em (x,, y,)
2 p (x-x,)
___ Yj
Exemplo 3.6.a (ITA) São dadas uma circunferência de centro C e uma reta exterior
s. Determine o lugar geométrico dos centros das circunferências que são tangentes
exteriormente à circunferência dada e à reta s.
(x - a)2 y2 = R2 , a>R
.P
C(a,0)
*
Figura I
Note que o raio da circunferência variável será dada pela distância do ponto P
variável ao eixo Oy.
r = |x| = x
Capitulo 3 - Seções Cônicas 227
0 lugar geométrico pedido é uma parábola com eixo principal perpendicular à reta
x2 - 6x + 8y - 15 = 0
Logo a equação descreve uma parábola com parâmetro igual a 4, vértice em (3,3),
eixo principal paralelo ao eixo das ordenadas e concavidade para baixo.
y2 - 4y + 3x + 7 = 0
Trata-se de uma parábola de eixo principal paralelo ao eixo das abscissas, vértice em
(-1,2), concavidade para a esquerda e parâmetro igual a 3/2. Traçando o desenho
fica mais fácil de determinarmos o foco e a diretriz.
Ay
d:x = —1
4
2
-> x
d: x = -1 + p/2
Figura I
228 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
Excentricidade da Parábola
A excentricidade de uma cônica qualquer já foi definida (definição 3.1.1).
Pelo resultado do 2a Teorema de Dandelin, que diz que a excentricidade é a
razão entre a distância de um ponto P ao foco F e a distância de P à diretriz
d, segue que, no caso parábola, a excentricidade é sempre constante e
vale 1.
PF
6~Pd = 1
Resultado 3.6.1
Nos casos elipse e hipérbole a excentricidade variando nos dava uma forma diferente
da curva. Na parábola, como a excentricidade vale sempre 1, o parâmetro p será
o fator de influência sobre sua "aparência".
No caso da parábola x2 = 2 . p . y acima, aumentando p, a parábola parece estar
"se abrindo”, se aproximando de uma reta horizontal. Diminuindo p, a parábola "se
fecha", se aproximando de um segmento de reta vertical.
P= 1/4
p= 1/3
Figura 3.6.6
Dada uma parábola e um ponto P pertencente à mesma, o vetor que liga seu
foco a P é chamado de raio vetor (também chamado de raio focal) da parábola
relativo ao ponto P.
Definição 3.6.3
Capítulo 3 - Seções Cônicas 229
r = P
1 - COS0
Resultado 3.6.2
Demonstração:
r
r-cose
.------ >
Figura I
Da figura I, anterior:
r = p + r-cos0
Com isso:
r = —P— o
1 - COS0
OBS.: Vimos que para as 3 cônicas o comprimento do raio vetor é dado por
r=- p.e -
1 + ecos9
r = P e
1 + ecos9
Se P e P’ são dois pontos da parábola tal que o segmento PP’ contém um foco
F, então PP’ é chamado de uma corda focal da parábola.
Definição 3.2.4
Figura 3.6.8
PP’ =
2p ■]
1 - cos20
Resultado 3.6.3
Capítulo 3 - Seções Cônicas 231
Latus Rectum
A corda focal perpendicular ao eixo que contém o foco da parábola tem
comprimento igual a
X = 2p
Demonstração:
PP' =. 2p = 2p
■ 1 - cos2 90"
Figura 3.6.9
Como exercício, mostre que o Latus Rectum é também a corda focal de comprimento
mínimo.
Exemplo 3.6.d Determine o comprimento da corda focal L que faz 60° com o eixo
de simetria da parábola.
Solução:
2P = 2p = 8p . L = 8p
L =
1- cos2 (60°) -i _ 1 3 ___ 3.
4
232 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
x2 = 2p • y
Resultado 3.6.5
Demonstração:
O resultado acima é bem parecido com o que já vimos para Elipses e Hipérboles.
Vamos proceder de maneira exatamente análoga para demonstrá-lo.
Uma reta qualquer pode ser representada por y = m ■ x + h. Como P pertence à
reta, temos:
Yo = m xo +h =» h = y0 -m x0
Para que a reta seja tangente, a solução do sistema deve ser única!
x2 - 2p (m-(x-x0) + yo) = 0
y solução desta equação do 22 grau deve ser única. Como já conhecemos esta
solução (x = x0), temos:
x2 - 2p (m(x - x0) + y0) s (x - x0)2
í-2pm = -2xo
Da identidade:
|2pmx0 - 2p-y0 = x2
Desenvolvendo a primeira equação resultante da identidade de Polinômios acima,
temos:
m xo
m = —
P
Yo = [^jxo + h => h = Yo “
P
Capitulo 3 - Seções Cônicas 233
y = (y] x- yo - p (y y0) = x xo □
™ X°
m = — i
P
Exemplo 3.6.e Seja uma parábola de foco F e diretriz d. Por um ponto P pertencente
a d. traçam-se tangentes à parábola que a interceptam em M, e M2. Demonstre que
M,, M2 e F estão em linha reta.
Solução: Considere o sistema de eixos tal que a parábola seja escrita na forma
2p y = x2.
M.
______________ ZT
p d: y = -p/2
Figura I
234 Matemática em Nível IME/ITA-VollveII
A equação das retas tangentes à parábola em M, = (x,, y,) e M2 = (x2,y2) são dadas
por:
x,x = p(y+y,)
x2x = p-(y+y2)
O ponto de encontro destas duas retas deverá ser P. Logo P deve ser solução do
sistema acima. Resolvendo para y:
P_y2 x, - yrx2
2 x2 - x,
y2 • x, - y, • x2 - P.x, + P-x2 = 0
2 1 2 2
(M
Vamos verificar que F = (0,p/2), M, = (x,, y,) e M2 = (x2,y2) são colineares:
x, Yi 1
P x2 y1 Eq
= '0
A = x2 y2 1 - x1 • y2 + x2 .P - x. B
2
0 p 1
2
m2
Exemplo 3.6.f Mostre que a reta y = m x--------- - é sempre tangente parábola
dada por: 2
x2 = 2py
x2 = 2py
y = mx + h
Do sistema: x2 = 2p (m x + h) => x2 - 2p m x - 2p h = 0
Para que a solução seja única, a equação do segundo grau acima deve ter
determinante nulo:
A = 4p2m2 + 8ph = 0
m2 -p
Ou ainda: h = -
2
Capítulo 3 - Seções Cônicas 235
m2
Logo as retas y = +m x - - p serão sempre tangentes à parábola x2 =2p y.
Figura 3.6.10
m2 p
y = m x------ —
A segunda tangente deve ser perpendicular a esta, logo sua equação deve ser da
forma:
1
y =------ x + h
m
Novamente, usando o exemplo anterior, para que a reta acima seja tangente à
parábola, devemos ter:
1
P
2 2 m2
m.2 p
y = mx 2y - 2m x = -m2 p
2
1 2m2y + 2mx = -p
y =------ x _ P
m 2m2
Esta equação nos diz que o L.G. da interseção de duas retas perpendiculares
tangentes a uma parábola representa uma reta localizada p/2 unidades abaixo da
tangente pelo vértice da parábola. Ora, esta reta é a diretriz parábola!
Resumindo, para todo ponto da diretriz, as tangentes à parábola a partir deste ponto
são perpendiculares entre si.
Figura 3.7.1
Figura 3.7.2
Capitulo 3 - Seções Cônicas 237
Construção 1:
Suponhamos que são dados uma reta d (a diretriz) e um ponto F (o foco) não
pertencente a esta reta.
°F
d
Figura 3.7.3
-abertura-o,
• DF
d r
Figura 3.7.4
Se para dada abertura não houver interseção entre a reta e a circunferência traçadas,
façamos uma abertura de compasso maior e repetimos o processo.
Uma vez que para os dois pontos de interseção teremos que suas distâncias ao
ponto F e à d serão iguais, concluimos que estes pontos serão pontos da parábola
de foco F e diretriz d.
238 Matemática em Nível IME/ITA-Volwe II
-abertura-
Figura 3.7.5
Repetindo para várias aberturas de compasso, obteremos cada vez mais pontos
da parábola.
Construção 2:
A 2°- construção não será justificável de maneira tão óbvia quanto a primeira.
Trabalharemos logo em seguida para justificar (demonstrar) esta construção com
resultados geométricos da parábola.
Novamente, suponhamos que são dados uma reta d (a diretriz) e um ponto F (o
foco) não pertencente a esta reta.
A partir de um ponto D qualquer da reta d, traça-se uma perpendicular.
°F
d
Figura 3.7.6
D
P
'°F
d
Figura 3.7.7
D
P
'°F
d
Figura 3.7.8
Figura 3.7.9
240 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Demonstração:
Sabe-se que um ponto M qualquer com projeção M' sobre a diretriz pertencerá a
parábola quando: MF = M'M. Um ponto M, portanto, não pertencerá a esta parábola
quando MF * M'M.
Considere agora os pontos P, F e Q, bem como a reta t bissetriz interna do triângulo
FPQ em P, mencionados no enunciado.
Da definição de parábola, o triângulo FPQ será isósceles. Neste triângulo a bissetriz
t coincide com a mediatriz do segmento FQ.
Para mostrar que t é tangente â parábola, basta mostrar que P é o único ponto de t
que pertence à parábola. Tomemos outro ponto, P’, pertencente a t. Vamos mostrar
que P’ não pode pertencer à parábola.
Figura 3.7.10
Logo:
E, portanto, P' não pode pertencer à parábola. Com isso, t é tangente à parábola
Como resultado imediato do Teorema das tangentes podemos enunciar:
Demonstração
Seja P o ponto de tangència e Q o simétrico do foco em relação a esta reta tangente.
Do resultado 3.7.1, a tangente também é bissetriz do ângulo QPF. Neste caso, a
bissetriz também é mediatriz relativa ao mesmo ângulo.
Exemplo 3.7.a Mostre que a projeção F' do foco F de uma parábola sobre uma
tangente pertence à tangente ao vértice da parábola.
t-
Figura 3.7.11
Solução:
Se|a Q a projeção de P sobre a diretriz. Dos últimos resultados, podemos desenhar a
seguinte figura. Nesta figura, tome r como sendo a reta paralela a d passando por F'.
P
Q
*Õ< V F
d r
Figura 3.7.12
VF F’F 2
ÕF QF 2
Com os resultados que acabamos de ver, pedimos ao leitor, como exercício, que
tente justificar a 2a construção para parábolas que vimos no inicio desta seção.
Exemplo 3.7.b Dada uma reta t, o eixo principal da parábola r e o foco F, como
encontrar geometricamente o ponto de tangência e a diretriz?
Figura 3.7.13
Solução:
Traça-se o simétrico de F (F‘) com relação a t. Por F' traçamos uma reta (s) paralela à r.
De acordo com o resultado 3.7.2, a reta perpendicular a r, passando por F' será a
reta diretriz da parábola. O ponto de encontro de s com t será o ponto de tangência
à parábola.
Figura I
OBS.: Mais uma vez, vamos refletir sobre estes últimos resultados obtidos.
Sendo P um ponto da parábola, juntando os resultados obtidos, chegamos à
construção da seguinte figura, onde n e t são a normal e a tangente à parábola
em P.
Definição 3.7.1
P)?
I N
P’
subnormal
Figura 3.3.14
5^\
N
V.
subtangentè1
Figura 3.3.15
244 Matemática em NIvel IME/ITA-Voluve II
Exemplo 3.7.C É dada uma parábola e uma reta tangente a ela em um ponto P.
Mostre que a subnormal relativa ao ponto P tem comprimento constante e igual ao
parâmetro p da parábola.
Solução:
Seja Q o simétrico do foco F com relação á reta tangente t. De acordo com o resultado
3.7.2, Q estará sobre a diretriz da parábola. Do resultado 3.7.1, a reta t é também
mediatriz do segmento QF, e com isso o segmento QF é paralelo ao segmento PN.
Figura I
Exemplo 3.7.d Mostre que o ponto médio de uma subtangente de uma parábola
coincide com o vértice da parábola.
Solução:
Do resultado 3.7.1, a reta t é mediatriz do triângulo isósceles QTF. Como QP é
paralelo ao eixo principal da parábola, os seguintes ângulos podem ser destacados:
t
J
ti P
T O F P'
Figura I
Capitulo 3 - Seções Cônicas 245
TO = FP'
Com isso, o ponto médio do segmento TP’ será o ponto médio do segmento OF ,
que é justamente o vértice da parábola.
Solução:
+y t
-T P = (x0.y0)
■é------------------
T *x
P’ = (xo,O)
Figura I
2xo =p Xo
=£
2
Como P pertence à parábola, podemos descobrir o valor de sua ordenada:
Yq = 2p xo = p2 => y0 = ± p
246 Matemática em NIvel IME/ITA- Vctw= II
P
2' p)e[r-p)
Teorema de Poncelet para Parábolas
Figura 3.7.16
Demonstração:
Vamos considerar os simétricos T e R do foco F com relação às tangentes t e r.
Do resultado 3.7.2, sabemos que T e R estão sobre a diretriz da parábola. Portanto
o segmento que liga T e R será perpendicular ao eixo principal (e à reta s).
Notaremos na figura a seguir que as retas t e r são mediatrizes do triângulo FTR,
e portanto P será o circuncentro deste triângulo.
Figura I
Capitulo 3 - Seções Cônicas 247
Figura II
Note que o arco RF vale, ao mesmo tempo 2(3 (ângulo central) e 2a. pois a é um
ângulo inscrito).
Logo: a = [3.
Solução:
Sejam S e S' os simétricos de F com relação às retas tangentes. Usando o Teorema
de Poncelet destacamos os ângulos a na figura seguinte:
Figura 1
|S’PT’ = T'PF = a
Logo:
SPS’ = SPT + TPF -t T'PF + S'PT'
= (90°-a) + (90°-a) + a + a = 180°
248 Matemática em Nível IME/ITA-Vcluve II
Segue que S. P e S' sâo colineares. Ora, mas sabemos do resultado 3.7.2, que S
e S’ estão sempre sobre a diretriz. Logo, o ponto P estará sempre sobre a diretriz
da parábola.
O L.G. dos pontos P a partir dos quais as tangentes à parábola sâo perpendiculares
é a própria reta diretriz da parábola.
Solução:
Vamos traçar a figura ilustrativa do enunciado. Já fazendo uso dos resultados 3.7.1
e 3.7.4 e da geometria do triângulo retângulo, já destacamos os ângulos abaixo.
M^'
'a.
,2 . a
F
a'
M'
Figura I
Os segmentos FM e FM’ são raios vetores com relação aos pontos M e M'.
respectivamente. Usando o resultado 3.6.2:
FM = -------- ---------
1 - cos(2a)
FM' = ----------- - -----E— P P
1 - cosÍ2n - 3rr 1 - sen(2a)
1 - 2“ 1 - COS + 2a
Do triângulo MFM'.'
P
tga = 1 ~ cos(2a) =1 - sen(2a)
P 1 - cos(2a)
1 - sen(2a)
C*p-tulo 3 - Seções Cônicas 249
2tga
sen(2a) =
1 + tg2a
1 - tg2cz
cos (2a.) =
1 + tg2a
'A
M
O,
B
S
Figura 3.7.17
Solução:
Considere as projeções B' e A’ de B eA, respectivamente, sobre a diretriz.
Figura I
’A
M
Qj A,
W ■o—
B' /s A'
Figura 3.7.18
Solução:
Note que os triângulos AA,O e 68,0 estão na mesma condição do triângulo ABS
no exemplo anterior. Com isso, a medianas a partir dos vértices A, e B, também
são paralelas ao eixo da parábola.
Observe que tais medianas servem como base média nos triângulos AOS e BOS (o
caso do triângulo AOS está ilustrado na figura I acima, em que a mediana referida
é ilustrada por uma linha tracejada).
Segue, portanto que. A, é ponto médio do segmento AS, e B, é o ponto médio do
segmento BS, concluindo a primeira parte da demonstração.
252 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
Sendo A, e B, pontos médios dos lados AS e BS do triângulo ABS, temos que A,B,
é base média deste triângulo. Sabemos, portanto, que O corta no meio qualquer
ceviana partindo de S (em particular, o segmento MS), concluindo a segunda parte
da demonstração.
|'Aabs
^segmento
Resultado 3.7.5
Ac
B x
Figura 3.7.19
Demonstração:
A relação acima foi primeiro demonstrada por Arquimedes (287 -212 a.C.) quando
estudava somas infinitas. O resultado desenvolvido pelo matemático ficou conhecido
como “Problema da Quadratura da Parábola”.
Cerca de 2000 anos antes do Cálculo começar a existir, Arquimedes teve a ideia de
preencher o segmento de parábola com triângulos cujas áreas seguiam uma soma
geométrica já conhecida na época.
B W /
Ai
Bi
A
Figura 3.7.20
Capítulo 3 - Seções Cônicas 253
A, - aabo = 2 Aabs
_ 2 •(jaabs
"2 4^ ‘ABS = ~aabs
A4=TA3=Í^8'AabS
1 1 A
As - 4'A4 - ^2'aabs
1 1 1
-2 Aabs + g AABS + 22 AftBS + ■"
aabs '
2
8 32
^segmento — õ ‘ A ABC
Resultado 3.7.6
Demonstração:
A' c = (^cXc)
Figura 3.7.20
XA
(xb-xa){^4 * ^4
f4 xj
2 2p 3 3
xb ~ XA + 3xb xa xB2
3xa ■ X '
6
(£q- 0
2p
XA yA 1
A -1
mAbc - 2 XB yB 1
xc yc 1
— X2
XA 2p A
1
xA XA 1
_1 1 x2
1
’ 2 XB 2p XB 1 XB Xs
4p
x2 xA +xB )
xA+xB _1_ XA + XB
1
1 2
2 2p 2 )
x z \2
4. X f XA+XB 1
xa-4 + xA[ XA 2+xB J Bl 2 J
4p ^XA +XB XA+XB 1
-4- - xl■XB - XA ■
De xfl > 0 e xA < 0, tem-se 3xA xB2 + xA3 - 3xA2 xB - xB3 < 0
4
De onde, finalmente, tem-se que: Asegmento = — ■ Aabc
EUREKA III
Arqulmeaes
287 BC-c. 212 BC
256 Matematica em NIvel IME/ITA- Volume II
Exercício 3.2 Dada uma elipse de eixo maior AA', considere todas as cordas da
elipse traçadas a partir de A. Determine o lugar geométrico dos pontos médios
dessas cordas.
Exercício 3.5 (IME) Dados dois pontos fixos A e B (AB = d), considere as elipses
passando por B, com foco em A e eixo maior de comprimento 2a, tal que 2a > d .
Determine o lugar geométrico do segundo foco F das elipses.
Exercício 3.6 Sejam os pontos A = (0,4) e B = (0,-4). Por B traça-se uma reta variável
que intercepta o eixo das abscissas em C. Por Atraça-se uma perpendicular à reta
AC, que intercepta a reta BC em M. Determine o lugar geométrico do ponto M.
Exercício 3.7 Na elipse de excentricidade 1/2, foco na origem reta diretriz dada por
3x + 4y = 25, determine:
a) O outro foco da elipse
b) A equação das diretrizes da elipse.
Exercício 3.9 É dada uma circunferência de diâmetro AB = 12. Seja CD uma corda
perpendicular a AB. Os pontos M e N dividem CD em 3 partes iguais. Determine o
LG dos pontos M e N.
Capítulo 3 - Seções Cônicas 257
Exercício 3.12 (IME 1991) Determine o quadrado OABC cujos vértices são a origem
e os pontos A(1,1); B(0,2); C(—1,1). Seja F(0,1) o centro desse quadrado e (P) a
parábola de foco F e cuja diretriz é o eixo das abscissas.
Pede-se:
a) Mostre que (P) passa por A e por C.
b) Determine a equação dessa parábola.
c) Calcule as coordenadas do ponto D, segundo ponto de intersecção da reta BC
com (P).
d) Seja M um ponto qualquer de (P) cuja abscissa é x. Mostre que a potência de M
em relação ao circulo de diâmetro CD é:
l-(x + 1)3-(x - 3)
Exercício 3.13 (IME - 1996) Um triângulo ABC tem base AB fixa sobre uma reta
r. 0 vértice C desloca-se ao longo de uma reta s, paralela a r a uma distância h da
mesma. Determine a equação descrita pelo ortocentro do triângulo ABC.
Exercício 3.19 5 (IME 2001) Considere uma parábola de eixo focal OX que passe
pelo ponto (0,0). Define-se subnormal em um ponto P da parábola como o segmento
de reta ortogonal á tangente da curva, limitado pelo ponto P e o eixo focal. Determine
a equação e identifique o lugar geométrico dos pontos médios das subnormais dessa
parábola. OBSERVAÇÃO: A definição de subnormal definida nesta questão não
coincide com a definição que foi dada no capitulo 3.
Exercício 3.23 X Mostre que se uma reta corta as assíntotas em PeQea hipérbole
em M e N, então PM = NQ.
+£=1
16 9
Exercício 3.30 (IME 1988) Seja ABCD um trapézio cuja base maior AB = a é fixa e
cuja base menor CD tem comprimento constante igual a b. A soma dos lados não
paralelos é constante e igual a L. Os prolongamentos dos lados não paralelos se
cortam em I Demonstre que o lugar geométrico descrito pelo ponto I, quando a
base CD se desloca, é uma cônica.
m-k + k2 + 2 = 0
Exercício 3.36 (Teorema das Borboletas) Seja M (0,k) o ponto médio da corda
AB paralela ao eixo transverso da hipérbole. Através de M, 2 outras cordas CD e
EF são traçadas. ED corta AB em P e CF corta AB em Q. Mostre que M é também
ponto médio de PQ.
Exercício 3.37 (IME 1989) Seja uma elipse cujo eixo maior AA’ = 2 a e cuja
excentricidade é 0,5. Seja F o foco da elipse, correspondente ao vértice A. Considere
a parábola, cujo vértice é o ponto O, centro da elipse e cujo foco coincide com o foco
F da elipse. Determine o ângulo entre as duas curvas nos pontos de intersecção.
Exercício 3.39 Seja a elipse a2 ■ y2 = b2 - (a2 - x2) et uma tangente variável. Sejam
M(x',0) e N(0,y') as interseções de t com os eixos coordenados. Determine a equação
cartesiana do lugar geométrico descrito pelos pontos P(x',y') e esboce seu gráfico.
Exercício 3.40 X (IME - 1989) Seja um triângulo ABC cujos lados são tangentes
a uma parábola. Prove que o círculo circunscrito ao triângulo passa pelo foco.
Exercício 3.41 (IME-1974) Considere um cone de revolução, cujo eixo forma com
uma geratriz o ângulo a.
a) Determine o lugar geométrico dos focos de todas as parábolas, seções planas
deste cone.
b) Seja P uma parábola, seção do cone dado, cujo vértice lista d do vértice do
cone. Calcule, em função de d e de a, a área do segmento parabólico de P,
compreendido entre P e uma corda que é perpendicular ao eixo Peque encontra
o eixo do cone.
Capítulo 3 - Seções Cônicas 261
Exercício 3.42 Determine o lugar geométrico descrito pelos vértices das hipérboles
equiláteras que passam pelo ponto M(2,3) e que admitem como eixo de simetria,
não transverso, o eixo das ordenadas.
Exercício 3.43 (ITA- 2001) Seja o ponto A = (r, 0), com r > 0. O lugar geométrico
dos pontos P = (x,y) tais que é de 3 . r2 a diferença entre o quadrado da distância
de P a Ae o dobro do quadrado da distância de P á reta y = -r é?
Exercício 3.44 (IME 1984) Dá-se (P) uma parábola de foco F e diretriz d. Sejam M
um ponto qualquer de P. M, sua projeção sobre d, M2 a projeção de M, sobre FM.
Identifique o lugar geométrico de M2 quando M descreve a parábola P.
Exercício 3.45 Dados os pontos C = (0,4) e D = (0,-4) e a elipse 3x2 + 5y2 = 60,
traça-se para cada ponto M da cônica a reta CM que intercepta o seu eixo focal em
N. Determine o lugar geométrico do ponto de interseção das retas OM e DN, onde
0 é a origem dos eixos coordenados.
^-Cônicas :-Tqpigqs-Espegiais
X2 V2
Como exemplo, citamos a elipse de equação — + ':r = 1 da curva abaixo:
2b x
2a
Figura 4.1.1
Figura 4.1.2
Resultado 4.1.1
Capítulo 4 - Cônicas: Tópicos Especiais 263
Demonstração:
A demonstração é simples e consiste apenas de um desenvolvimento algébrico do
2! Teorema de Dandelin. Vamos relembrá-lo (Resultado 3.1.3).
Para todo ponto P de uma seção cônica de foco F, existirá uma reta d tal que:
PF
== e
Pd
\/(x-xf)2 + (y-yf)2
= e
|rx + sy + t|
Onde:
(l-e2)r2 + s2 (l-e2)s2 + r2
2e2 r s
A= , B=— C=
r2 + s2 r2 + s2 ’ r2 + s2
e2rt ) e2 s t p _ v 2
e2t2
D ” — 2 Xf E = -2 yf + F = Xf + Yf2
+ r2 + s2 ' 77^1’ r2 + s2
OBS.:
Por enquanto tudo que sabemos é que dada uma seção cônica e um sistema de
eixos coordenados em seu plano, a equação que representa a curva será uma
equação quadrática.
Se conseguirmos transformar estas equações quadráticas, por meio de mudanças
de variáveis, nas equações canônicas já conhecidas, poderemos reconhecer de
qual cônica se trata, e até mesmo extrair as informações geométricas necessárias
| para traçá-las.
Translação de Eixos
Considere dois sistemas de eixos. Um deles (x’oy') é tal que seja deslocado de x0
unidades para direita, e y0 unidades para cima em relação ao outro sistema xoy.
ty y't
p
y o
X' y'
X’
q
cr _
o p x
Figura 4.1.3
X = x'+ x0
Da figura acima, temos:
y = y’+yo
X’ = X - Xq
Ou, invertendo:
,y’ = y-y0
y»
F = (x. - c.y.) F = (x. -t c,yj.
Xo
Figura 4.1.4
CapItulo 4 - Cônicas: Tópicos Especiais 265
y' = y-yo
Agora podemos entender o sentido geométrico desta transformação.
Estamos deslocando os eixos coordenados de tal forma a coincidirem com os eixos
canônicos da curva. Nestes novos eixos a equação da curva toma a “aparência"
conhecida.
x'2 y2
y0
Xo *
Figura 4.1.5
Translação de Eixos
Sendo (x'oy’) um sistema de eixos deslocado de p unidades para a direita e q
unidades para cima em relação ao eixo (xoy), as coordenadas de um ponto nos '
dois sistemas se relacionam de acordo com o seguinte sistema:
jx' = x-p
ly' = y-q
Resultado 4.1.2
Organizando, obtemos:
Ax'2 + Bx'y’ + Cy .2 + x’(2Aa + Bb + D) + y'(2Cb + Ba + E) +
+ (a2A b2C + Bab + Da + Eb + f) = 0
Repare que podemos escolher a e b de tal modo que os termos em x' e em y'
desapareçam. Basta que:
[2Aa + Bb + D = 0
[Ba + 2Cb + E = 0
Lxemplo 4.1.a Encontre o sistema de eixos tal que a equação abaixo, quando
Solução:
Usando o resultado 4.1,3, as constantes da translação de eixos serão encontradas
resolvendo o sistema:
1
a =-----
Í2-3a + 8b + 6 = 0 ’3a + 4b + 3 = 0 13
=>
[8a + 2-1b + 2 = 0 4a + b + 1 = 0
b = -
£
13
Logo o novo sistema de eixos que resolverão problema será;
x' = x +
~T
13
9
y = y + —
13
Capítulo 4 - Cônicas Tópicos Especiais 267
OBS.:
; Felizmente, neste casos não precisa decorar a fórmula! Um métodomnemônico
nos ajudará a lembrar este resultado de maneira simples.Observemos o sistema
. que determina as constantes de translação queeliminarão os termos lineares:
2 A a + Bb + D = 0
Ba + 2C-b + E = 0
— (3x,2: + 8xy + y2 + 6x + 2y + 3H = 6a + 8b + 6 = 0
í ax^ 7|(a.b)
c (3x2
+ 8xy + y2 + 6x + 2y + 3) = 8a + 2b + 2 = 0
ay "(a,b)
x’ = x - a
Da translação de eixos resulta:
y' = y - b
Ax’2 + Bx'y' + Cy'2 + x’(2Aa + Bb + D) + y'(2Cb + Ba + E) +
A’ = A D' = 2Aa + Bb + D
Onde B' = B • E’ = 2Cb + Ba + E
C = C F' = Aa2 + Bab + Cb2 + Da + Eb + F
x’ = x - a
Dada a translação de eixos o termo independente da equação
y’ = y - b’
resultante é obtido substituindo o par (a,b) na equação geral da curva:
Resultado 4.1.5
Solução:
Sabemos que os termos quadráticos não se alterarão, os termos lineares serão
anulados e que:
/ d \2
, 351
+ o = ----
169
A equação resultante da translação será portanto:
Isto ocorrerá quando o sistema do resultado 4.1.3 não tiver solução (ou que sua
solução não seja única).
2A a + B b - D-0
B a + 2C b + E = 0
Ou seja, se a curva for tal que B2 = 4-AC, então será impossível eliminar o termo
linear por meio de uma simples translação de eixos.
Exemplo 4.1 .c Descubra para quais seções cônicas (elipse, hipérbole ou parábola)
não será possível eliminar o termo linear por meio de uma translação de eixos.
Solução:
Lembremos as constantes da curva em função dos parâmetros da reta diretriz
d: rx + sy + t = 0, foco F = (x(, y() e excentricidade e que definem a cônica.
r2(1 _ e2) + s2 2e2.r.s r2 + (1 - e2)s2
2e2 r s
A = “ r2 + s2 ,' B = -
"7T?' r2 + s2
e2-r.t ] e2 s t p W 2
e2t2
D = - 2 xf + E = -2 yf + r - Xf + Yr2
' r2 + s2 ' PT?!’ r2 + s2
E, portanto:
\2(l e2j + s2Ws2(l - e2) + r2' 2
2e2 r s
4A C - B2 = 4
r2 + s2 7TV
Desenvolvendo
'r2(l e2) + s2Us2(l-e2) + r2 2
2e2rs
4AC - B2 = 4
r2 + s2 r2 + s2 r2 + s2
>õ
270 Matemática em NIvel IME/ITA-Volume II
4AC - B2 = 0 e=1
4A C - B2 > 0 0<e<1
Logo:
4AC - B2 < 0 e>1
Com isso, concluímos que nos casos elipse e hipérbole será possível eliminar o
termo linear por meio de uma translação de eixos. Já no caso parábola, isto não
será possível! Vale notar que as degenerações de parábolas também não permitirão
a eliminação dos termos lineares a partir de uma única translação de eixos.
A partir do resultado do exemplo anterior, escrevemos:
—
Para uma seção cônica descrita por
Ax2 + Bxy + Cy2 + Dx + Ey + F = 0,
Resultado 4.1.6
OBS.: As degenerações de cada tipo estão incluídas nos casos acima. Portanto,
o sinal do determinante não nos permite distinguir uma elipse de uma elipse
degenerada, por exemplo.
Para facilitar futuras referências, vamos definir centro de uma seção cônica.
3x2 + y2 + 6x + 2y + 5 = 0
Solução:
Sabemos que esta curva é do tipo elipse pois:
OBS.: A equação obtida no exemplo anterior mostra que a curva dada representa
o conjunto vazio uma vez que não existe reais x' e y' tais que:
3x.2 + „
’2 a ’2 + 1 = 0
y*
Portanto, devemos nos atentar ao fato de que, de acordo com a nossa definição,
mesmo as degenerações das seções cônicas podem possuir centro!
Uma boa maneira de não ser pego de surpresa por estas degenerações é analisar a
equação da quadrática como uma equação do 2S grau em uma das variáveis (x ou y).
Exemplo: x2 + xy - 2y2 + x + 2y = 0
R2. Esta é uma degeneração do tipo hipérbole, pois: Aconica = 1 - 4-1 -(—2) > 0.
Ai,ca = 36 - 4(1-9) = 0
x2 + 2x + y2 - 4y + 5 = 0 => x2 + 2x + (y2 - 4y + 5) = 0
-2 ± 74 - 4y2 + 16y - 20 -2
-2 ± ± 7~4(y-2)2
x x - ------- —2
= —
2 => X
Capítulo 4 - Cônicas. Tópicos Especiais 273
Solução:
0 enunciado denuncia que trata-se de uma degeneração ao mencionar que a
figura geométrica resultante delimitada pela curva e os eixos coordenados será um
polígono. Vamos resolver a equação do 22 grau em x:
3x2 + x(5y - 9) + (2y2 - 8y + 6) = 0
(0,3) t4.y
(0,1)
(1,0)(2,0) X
Figura I
Rotação de Eixos
O que será que acontece com as coordenadas de um ponto se rotacionarmos o
sistema de eixos de um ângulo 0.
P = (x.y) = (x’,y')
Fig. 4.1.6
<\
X
-X—-4 ;
.-Jícosq:^
y’ísên0
Fig. 4.1.7
Rotação de Eixos
Sendo (x'oy’) um sistema de eixos rotacionados de 0 em relação ao eixo (xoy). com
i a mesma origem, as coordenadas de um ponto nos dois sistemas se relacionam
de acordo com o seguinte sistema:
x’ = x cosO + y sen0
í y' = -x-sen9 + y-cos9
Resultado 4.1.7
> OBS.: Existe ainda uma maneira mais simples de se determinar as equações de
rotação, usando números complexos.
Rotacionar os eixos de um ângulo e e escrever as novas coordenadas de um
ponto P = (x,y) equivalem a escrever as coordenadas de P’ (o vetor rotacionado
de-0) no sistema original. Basta observar a Figura.
| y'
Fig. 4.1.8
x’ = xcosQ + y-sen0
y’ = -x-sen0 + ycos0
' As equações acima são exatamente as mesmas obtidas geometricamente.
I Porém, a rapidez nesta demonstração facilita deduzir 'na hora da prova” de
■ maneira mais prática.
Se houver dúvidas, consulte o volume 1 desta coleção Matemática em Nível IME/
| ITAque aborda o assunto de Rotação de Vetores usando Números Complexos.
276 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
Vejamos o efeito que uma rotação genérica tem sobre a equação geral da curva.
+ E(x’sen0 + y'cosO) + F = 0
Organizando, obtemos:
(a-cos29 + B cos0 sen0 + Csen20jx .2
Demonstração:
Veja o desenvolvimento acima.
Capítulo 4 - Cônicas: Tópicos Especiais 277
tg(20) = se A * C
L
Resultado 4.1.9
Demonstração:
Do desenvolvimento acima, o termo retangular será nulo quando:
B
sen(2B) (C - A) + Bcos(20) = 0 tg(20) =
A - C
cos(20) = 0
OBS. 2: Note que a rotação altera os termos lineares da equação, desde que os
mesmos existam! Para eliminar ambas as partes lineares e retangular é portanto
aconselhável fazer primeiramente a translação de eixos e depois a rotação.
2x2 - 4x y + 4y2 - 2x - 8y + 9 = 0
Solução:
Vamos, primeiramente, tentar eliminar os termos lineares. O sistema da translação
de eixos que eliminará estes termos será
4x - 4y - 2 = 0
õx
ò_
-4x + 8y - 8 = 0
ôy
278 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
f 5)
Resolvendo o sistema encontramos o centro da curva: centro =1 3, - I.
Ou ainda:
x’2 - 2x’y' + 2y '2 - 2 = 0
Vamos agora, por meio de uma rotação de eixos, eliminar o termo retangular. O
ângulo de rotação e que fará esta eliminação será
20 = arctg
(Ac) = arct9(A)= arctg(2)
Como qualquer ângulo que tenha tangente igual a 2 nos será suficiente, consideremos
o triângulo retângulo:
75 20 1
JV
2
Tõ rt .
De onde segue que: cos(29) = = — e, portanto:
7õ 5
(1 + cos(20) ____ 5 + 75
cosO =
2 = V 2 “ V 10
senü =
/1 - cos (20) ____ 5_ f5 - 75
2 = 2 10
As equações de rotação são:
x’ =
Is + 75 x"
^5-75
•y"
10 10
[5 - 75 [5 + 75
y' = ■X" + •y"
10 10
Capítulo 4 - Cônicas Tópicos Especiais 279
l5+75 '5-J5 ^5 + Jè
•X" y" -2 = 0
10 10 N 10
5+75 5-75 ..2
10 y
10
5-75 5 + 75
+ 2- y"2
10 10
^x ^Ê.y"2
-2 -2 = 0
5
-2 = 0
Figura I
De fato errar em contas em questões como o exemplo anterior não é nada incomum
O procedimento, embora simples, requer uma manipulação algébrica em alguns
casos um pouco trabalhosa.
No entanto, veremos que algumas propriedades da rotação de eixos ajudarão a
tornar nossa vida muito mais fácil! Vejamos a seguir.
A soma dos termos em x’2 (isto é, A) e em y'2 (isto é, C), não sofre alteração após
uma rotação:
A’ + C’ = A + C
Resultado 4.1.10
Demonstração:
Do desenvolvimento do resultado 4.1.7, lembremos que uma rotação de um ângulo
H qualquer resulta em uma nova equação tal que:
Logo:
B 12 - 4A'C' = B2 - 4AC
Resultado 4.1.11
Capítulo 4 - Cônicas: Tópicos Especiais 281
Demonstração’.
Usando novamente o resultado de uma rotação qualquer:
= (sen(20)(C - A) + B cos(20))2
E, também:
sen(20) sen (20)
A'C A cos2 9 + Csen20 + B • Ccos20 + A sen29 - B-
2 2
Desenvolvendo:
= AC(cos4 0 + sen4o) + (a2 + C2)sen20cos2 0 +
AB
+ — sen (20) (sen20 - cos2o) +
BC
+----- sen (29) (cos2 0 - sen20) - sen2 (20)
2
= AC^(sen20 + cos2 o),2 2sen20-cos20^ + (a2 + C2) • sen20 ■ cos2 0
B C sen(20) cos(20) ,
-^^•sen(20) cos(20) + ^^ - Bl.se|>n2 (20)
2 v ' ’ 4
= A C-(1 - 2sen20 cos2 0) + (a2 + C2) sen20cos2 0 +
^^■(B-C-A-B) - Ç.sen2(20)
sen2 a n 4. serl(40) g2
+ AC + (BC-AB) —— seim2(20) =
4
= +sen(40) (B C - A B - B C + A B) + B2(cos2(20) + sen2 (2(l)j - 4A C
=o ’ =7
= B2 - 4AC
Logo: B ’2 - 4A-C’ = B2 - 4A C □
A’ + C’ = A + C
B'2 - 4A’C = B2 - 4AC
A' + C’ = A + C
B2 - 4A C
A'C =
Ora, se a equação já não possuir termos lineares (basta aplicar anteriormente uma
translação de eixos adequadas) nem termo retangular, e sabendo que o termo
independente não é alterado, a equação resultante é obtida de maneira incrivelmente
simples!
Para resumir o que acabamos de discutir, vejamos o exemplo a seguir:
Solução:
Comecemos eliminando os termos lineares da mesma forma feita no exemplo 4.1 .f.
Chegamos, portanto á seguinte equação:
x2 - 2xy + 2y2 -2 = 0
A’ =
3-75
k2 - 3k + 1 0
2
3 + 75
C =
2
p^j-x’2 + 3 + 75 ■y’2 -2 = 0
A’ =
3 + 75
2
3-75
c
2
Isto mudaria a equação, de fato. Simplesmente, o que está sendo feito é uma
rotação no sentido contrário, que também adequará os eixos aos eixos da elipse.
y'
y
Fig I
OBS. 2: Se a curva for do tipo parábola, vimos que ela não possuirá centro.
Consequentemente não conseguiremos eliminar os termos lineares com uma
simples translação de eixos.
Quando a rotação for aplicada, estes termos lineares serão alterados. Sugerimos
que nestes casos,o método usado no exemplo 4.1 ,f seja utilizado!
I Passo 3:
Se o sistema não possuir solução, a curva não possui centro. Logo, trata-se de
í uma parábola. Neste caso, a única alternativa é determinar o ângulo adequado
para a rotação que eliminará o termo retangular. Para isso, usamos que:
2e = arctg[r^j
i
; Tendo obtido o valor de 6, aplica-se as equações de rotação para determinar a
equação resultante:
[x = x’cos9 - y'sen9
|y = x’sen9 + y'cos9
Passo 5:
Usamos os termos invariantes de uma rotação para determinarmos A' e C’:
A' + C = A + C
_ B2 - 4A-C
A’C
Passo 6:
Tendo em mãos A’, C' e F’, a equação resultante será:
A’x2 + C’y2 + F' = 0
Voilà!
A(xox) + B
yo-x + x0-y + eímjm
2
+F=0
2
Resultado 4.2.1
A-x2 + B-x y + C y2 + Dx + Ey + F = 0
2Axo + B-y„ + D
m =
Bx0 + 2Cy0 + E
Desenvolvendo:
-2F
= (2A-x2 + 2B-y0-x0 + 2C-y2 + 2Dx0 + 2E-yoj
=>+2 A(xo-x)
2
* c.(,o.,)»
+ n <x + x°) + e.ít <- y°) + F = 0
2 2
' OBS.: O resultado que acabamos de mostrar é o mais geral possível! Dada uma I
! curva quadrática qualquer, podemos encontrar a equação da reta tangente a ela
no ponto (x0, y0) da seguinte maneira.
Olhando para a equação da curva, substituir:
x2 por Xo X
y2 por y0-y
x0-y + yox
x ■ y por
2
x0 +x
X por
2
y0 + y
I y por
2
I
1 X2
Por exemplo, no caso da elipse — y_ = 1, a equação da reta tangente será:
a2
x-xo y-y0 =
+
a2 b2
Solução:
Usando o resultado 4.2.1, a equação da reta tangente no ponto (1,1) será:
x-1 + y 1A
x-1 - 3y-1 + 2 2 ) -3 = 0
288 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Arrumando: |7x - 4y - 3 = 0]
Parece até mágica, não é mesmo?
O diâmetro de uma cônica é o lugar geométrico dos pontos médios das cordas I
paralelas a uma dada direção.
Definição 4.3.1
Vamos iniciar esta seção com um exemplo de uma questão cobrada na Olimpíada
Brasileira Universitária de 2006. As ferramentas que temos até o momento já
permitem resolvê-la sem problemas. Sugerimos que o leitor acompanhe a solução
para darmos início ao conteúdo desta seção.
Exemplo 4.3.a (OBM-U 2006 adaptada) Dada uma hipérbole e uma reta, não
vertical e não paralela às assintotas, determine a equação lugar geométrico dos
pontos médios das cordas da hipérbole paralelas à reta dada. Obs: Uma corda de
uma hipérbole é um segmento cujos extremos pertencem à hipérbole.
Solução:
De acordo com a definição 4.3.1 o enunciado pede justamente a equação do
diâmetro de uma hipérbole relativas a uma direção não paralela às assintotas. Até
o momento não sabemos que tipo de curva este L.G. representa.
Vamos considerar a hipérbole na sua forma:
a2 b2
b
Seja uma reta (não-vertical) que atenda ao enunciado: y = m x + h, m # ± -
a
Os pontos de interseção serão as soluções do sistema:
Sendo P, = (x,,y,) eP2 = (x2,y2) os dois pontos de interseção da reta com a parábola,
teremos que o pontos médio da corda definida por estes dois pontos será:
As ordenadas de P, e P2 são:
y-, + y2 mxt + mx2 + 2h
Ym 2 “ 2 = mxm + h
mha2
xm =
b2 - a2-m.2‘
De modo que podemos escrever:
hb2
ym = b2 - a2m',2
Dividindo as equações:
xm ma2 ' b2
Ym = ’ xm
ym sm-a2
O lugar geométrico pedido é, portanto, uma reta, que passa pelo centro da hipérbole
e tem coeficiente angular igual a È
ma2
diâmetro
Figura I
Demonstração:
Considere uma direção dada pela reta de equação paramétrica:
fx = xm + pt
|.y = ym + q‘
onde (xm, ym) é um ponto do diâmetro e o vetor (p, q) determina a direção dada.
Os pontos de interseção desta reta com a cônica serão as soluções do sistema:
A x2 + B xy + Cy2 Dx + E y + F = 0
• íx = xm + pt
[y = ym + qt
Logo:
xm ~ xm + 2^1 + ^2) ^1 t2 = 0
A Xm + l{(p) 'xm + Ym + C- 0
Ía B D
=» [A-xm + — ym + - ) + (p)(rXm + Cym + l) = 0
Note que q/p é justamente o coeficiente angular m da direção dada. De modo que
a equação da reta do diâmetro da cônica será:
E''’ ' ’ r;-— —------- — -
Ía B DY (qWB
A■xm + 'Ym + 2) + U\2Xm + ym 0
Exemplo 4.3.b Mostre que se a curva for uma hipérbole ou uma elipse, o diâmetro
da curva passará sempre pelo seu centro.
Solução:
Na seção 4.1 vimos que o centro da cônica, se houver, será dado pela solução do
sistema:
Í2A-X + By + D = 0
(Bx + 2Cy + E = 0
B E
— xo + Cy0 + — = 0
(. B D') ÍB
[Ax0 + — y0 + 2 j + m|j Xo + C y° + 2) = 0 + m-0 = 0 □
292 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
1. Diâmetro da Elipse
a2 b2 J
x b2x
0 y = -
7 + = a2m
y2
2. Diâmetro da Hipérbole
a2
X b2-x
0 y= a-m
-P + nr(y) = 0 y = ^
____ m
b2 'l
—— -x , elipse
a2 -m J
r b2 ■x , hipérbole
y
I a2 m
£ , parábola
m
Resultado 4.3.3
Note que o diâmetro de uma elipse, por exemplo, relativo a uma direção m tem
equação:
b2
y = “ X
a2 -m
b2
Esta reta determina uma direção de coeficiente angular: m' =
a2m
Ora, mas as cordas paralelas a esta direção nova direção também definirão um
outro diâmetro da elipse, dando margem a uma importante definição:
Capitulo 4 - Cônicas: Tópicos Especiais 293
(elipse)
a2
• m2 —
b2
(hipérbole)
í
Resultado 4.3.4
y = mx + h
diâmetl
Fig. 4.3.1
294 Matemática em NIvel IME/ITA-Volume II
a) x2 + 6x■y - y2 =-4
c) 2y2 - 2x2 - 3x y + 2y + x = 0
d) 4x2 + 4xy + y2 + 6x + 3y = 0
e) x y = 2
f) y2 + 2x ■ y + x = 1
g) x2 + 2xy + y2 - 2x + 2y=0
c) x2 + 4x ■ y + y2 = 4
Exercício 4.3 (ITA - 1995) Uma reta t do plano cartesiano xOy tem coeficiente
angular 2a e tangência a parábola y = x2 - 1 no ponto de coordenadas (a, b). Se
(c, 0) e (0, d) são as coordenadas de dois pontos de t tais que c > 0 e c = -2d,
então determine a/b.
Exercício 4.8 Mostre que a tangente a uma elipse passando por um extremo de
um de seus diâmetros é paralela ao diâmetro conjugado.
Exercício 4.10 Determine o lugar geométrico dos pontos do plano dos quais
se podem traçar tangentes â elipse x2 + 2y2 = 4 paralelas a dois diâmetros
conjugados da cônica.
Sugestão: Use o resultado 4.3.3
Exercício 4.11 Determine o lugar geométrico dos pontos médios das cordas que
ligam os pontos de contato das tangentes â elipse x2 + 2y2 = 4 paralelas a dois
diâmetros conjugados.
Sugestão: Use o resultado da questão anterior.
Exercício 4.12 X (ITA- 2005) Determine todos os valores reais de a para os quais
a equação: (x -1)2 = |x - a| admita exatamente três soluções reais distintas.
Exercício 4.15 £ Mostre que as tangentes a uma elipse nos pontos extremos de uma
corda paralela a um de seus diâmetros d se encontram em um ponto pertencente
ao diâmetro conjugado de d.
Exercício 4.18 Uma reta r passa pelo ponto fixo P(-13) e intercepta a reta s:
3 x + 2 • y - 6 = 0 no ponto A e a reta t: y - 3 = 0 no ponto B. Determinar a
equação do lugar geométrico do ponto médio do segmento retilineo AB à medida
que a reta r gira em torno de P. Traçar o gráfico da curva.
1 I x2
2 - 1 - — =x
a V 4
Apénoxe 297
y^PÊNDICE-
A.1. Trigonometria
Definições básicas:
1 1 senx
sec x =------- cscx =------- , tgx =------- ctgx = —
cosx senx cosx tgx
Relações Fundamentais:
sen2x + cos2x = 1
Arcos-Dobro e Arcos-Metade
sen(2x) = 2senxcosx
cos(2x) = cos2x - sen2x = 2cos2x -1 = 1- 2sen2x
2tgx
tg(2x) =
1 - tg2x
/1 - cos(x)
senÈ) = V 2
Í1 + cos(x)
cosg) = ± 2
t9® = ±
|1 - cos(x)
1 + cos(x)
2<í)
tgx =--------
’-
cos x =--------- 7-4-
2”®
senx =--------- - / .■
’- ’ * <9 ' - <5)
Transformação de Soma em Produto
Definição Ap.2.1
B
s °M
c
Definição Ap.2.2
300 Matemática em NIvel IME/ITA-Volume II
Resultado Ap.2.1
A BM = MC
Definição Ap.2.3
Resultado Ap.2.2
Demonstração:
Figura I
Apêndice 301
Note que os triânglos APC e BPC são congruentes (caso LAL), portanto AC = BC
A<
M
Figura II
B C
D
Definição Ap.2.4
Demonstração:
Figura I
Tracemos por A, uma paralela ao lado oposto BC; por B, tracemos a paralela ao
lado oposto AC; por C, tracemos a paralela ao lado oposto AB.
Pela construção do triângulo PMN, temos que o quadrilátero ANBC é paralelogramo
e, portanto, AN=BC. Pela mesma razão, o quadrilátero AMCB também é
paralelogramo e, portanto, AM = BC . Segue que: AN = AM , ou que, ainda, A é
ponto médio do segmento MN.
O raciocínio análogo para os demais vértices do triângulo nos permite chegar à
conclusão de que A, B, C são pontos médios dos lados do triângulo MNP.
Ou seja, as alturas relativas aos três lados do triângulo ABC nada mais são do que
as mediatrizes relativas aos lados do triângulo MNP.
Ora, mas nós já provamos que estas retas se interceptam em um único ponto, o
circuncentro do triângulo MNP.
Logo, as alturas relativas ao triângulo A,B,C se inteceptam em um único ponto, o
Definição Ap.2.5
Apêndice 303
Definição Ap.2.6
\o !
6 \J
C
Definição Ap.2.7
Demonstração:
Tracemos as bissetrizes internas aos vértices A e C, se encontrando no ponto O.
Tracemos também o segmento de reta BO. Vamos mostrar que BO é bissetriz do
vértice B.
Figura I
304 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
Figura II
Resultado Ap.2.5
Apêndice 305
Demonstração:
/ a
a
P
-4^ B
C
Figura I
Seja E o ponto de encontro das bissetrizes externas relativas aos vértices A e B.
Vamos mostrar que a bissetriz interna do vértice C também passa por E.
A partir de E, vamos construir as perpendiculares a cada um dos lados (ou seus
prolongamentos) AB, AC e BC, com pés em P.Q.R, respectivamente
Note que, pelo caso de congruência LAA, temos:
AEPA = AEQA
AEPBs AERB
Resultado Ap.2.6
306 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
D
Figura I
DB CB
DA ~ CÃ
''.A
P^
f C B
Resultado Ap.2.7
Demonstração:
D
'~'„A
P
n\P,
P
f c E B
Figura I
AB
Da semelhança entre os triângulos AABE = ADBC , segue: DB
BC BÊ
Usando a equação I:
DB ÃB DB AB DB - DA
BC ~ BÊ BC-BC-CÈ~BC-ÃC
DB (CB - CÃ) = CB(DB - DÃ)
DB CB
DÃ " CÃ
n-1 df(x)
= nf(x)'
dx
sW® - ((«)■*>
_d(£(x)'| = dx dx
dx[g(x) J (g(x))2
d íx I
f(x) = — (f(t) dt , onde a é uma constante real,
dx J
Va )
~-f(g(x)) = f'(g(x))~^
dx dx
Apêndice 309
1 d . 1
— Arctgx = — Arcctgx = -
dx 1 + x2 ’ dx 1 + x2
Integrais imediatas:
„n+t
jxn dx = -—- + c (n*-1)
Jy = Hx| + c
jexdx = ex + c
f x . ax
a • dx = — + c
J Ina
Jsenxdx = -cosx + c
Jcosxdx senx + c
J sec2 x dx = tgx + c
b
Jf(x)dx = g(x) jf(x) dx = g(b) - g(a)
a
310 Matemática em NIvel IME/ITA- Volume II
^^ESPOSTAS-DOS-EXERCÍGIOS-DE-FIXAÇÃO-
Capítulo 1
3
1.1) ã-c + ãb + bc = -
2
1.2) |p| = 3
1.10) (4b,-2b)
1.17) Área = + BC).(BC + CÕ)
Capitulo 2
2.12) 12
373 ,
2.13) ——. L onde L é o comprimento da aresta do cubo
Respostas oos Exercícios de FixaçAo 311
1_
2.12) L.G. é a circunferência de equação:
2
2.14)
3
138
2'15> (x + 2*U 11
2.16) a) (x - 3)2 + (y 2a/2)2 = 9 b) y = 5 + 2^2 ± | (x - 3)
2.18) 2x + y = 5 e x = 2y
f 25'1 2
,2 25
2.19) x------- + y = —
l 4J 16
2.20) x = z
2.22) p: x + y =1
2.23) y2 = rJíLzI']
k x J
145 J2 + 15>/29
2.24) R =
49
22 22
x------
2.25) ____ 35 1 35 = z
3 -5 35
.. 100
2.26) V =----- unidades de volume
9
Í278
2.27)
V 21
2-28) (x2 + y2)máx = 36
2.29) 6
2.33) x + y + 1 = 0
HP
2.35) x + y+2z-6-V6=0
e
y-T
18? 73
5
2.37) x2 + (y + 2)2 = 8
y+2
2.39) x - 1 = Z —1 = t eR
-2
Capítulo 3
= 1
Respostas dos ExercIcios oe FixaçAo 313
3.5) LG é a circunferência de centro B e raio (2a — d), a menos dos pontos colineares
a Ae B.
125
3.7) a) F = -2,-Ê b) d: 3x + 4y + — = 0
3
2 2
OBS.: Sendo = 1 a equação da elipse dada, temos que a equação
a2 b2
do LG pedido é:
3.9) Elipse de eixo maior AB e eixo menor de medida 4, com exceção dos pontos
Ae B.
3.13) y = - — + (parábola)
h 4h V ’
2 3
3.18) S = ^y=(a-Xo - Yo)2
314 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
2 í a S215
y = ax
3.19) ±x = - y2 +
P 2
(duas parábolas com vértice coincidindo com o foco da parábola original)
Xq + Yo
i) Par de hipérboles, se K #
4
Xp + Yq
ii) Par de retas perpendiculares, se K =
4
162
3.22) O LG terá equação: - y2 = ----- (hipérbole)
25
+ xA2 = d2
k A
iscutindo o LG para os casos particulares de k:
0 < k < 1 -> elipse, com eixo principal na horizontal
•k = 1 -> circunferência de raio d e centro (0,0)
k > 1 -> elipse, com eixo principal na vertical
3.29)
4
3.38) X2 - y2 = 9 (hipérbole)
3.39) + = 1
x'2 y'2
Gráfico: o esboço abaixo considera uma elipse tal que b > a. Note que, apesar da
Respostas dos Exercícios de Fixação 315
■>
3.41)
a) O LG é uma superfície cônica que compartilha o mesmo eixo do cone e cuja
geratriz vale: p = Arcsen -0Sa
\ 2 J 8g
b) A área do segmento é dada por: S = — d 2 sena
3
Capítulo 4
4.1) a) hipérbole
VA;
■
316 Matemática em Nível IME/ITA-Volume II
b) elipse
y
->x
■> x
■> *
y
X"
y
Respostas dos ExercIcios de FixaçAo 317
f) hipérbole
y
y"
-> X
g) parábola
< y
45°
1
4.2) a) hipérbole, 0Rolaçao = - Arctanl - I
4.3) £ ___ 4
b ””l5
3 5
4.12) Os possíveis valores de a são: 1. — e —
4
318 Matemática em Nível IME/ITA- Volume II
4.14) k = j
Gráfico:
\\A
_______
t
- . >
7
X
4.21)
|a|> 1 1 solução
0 |a| < 1 2 soluções
Ia! =° 1 solução
4.22)
í a < 0 1 solução
1 a> 0 2 soluções
319
^BIBLIOGRAFIA-
A seguir está uma lista de livros/materiais que foram utilizados como referência para
a compilação adequada deste livro, e são altamente sugeridos para os vestibulandos
IME/ITA.
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_ J-
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ISBN o5b0b53d?-° ,