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1. APRESENTAÇÃO
O estudo de operabilidade e riscos (HazOp) é uma metodologia de Análise de Riscos que foi desenvolvida na década de 60, pela indústria química
ICI, para identificar riscos e problemas operacionais em plantas de processos industriais, os quais, apesar de aparentemente não apresentarem riscos
imediatos, podem comprometer a produtividade e a segurança da planta. Apesar de ter sido desenvolvido originalmente para análise qualitativa de riscos
e problemas operacionais principalmente quando da utilização de novas tecnologias, onde o conhecimento sobre a operacionalidade das mesmas é
escasso ou inexiste, esta técnica tem sido efetivamente utilizada em qualquer estágio da vida útil de plantas industriais.
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
O processo de execução de um estudo de HazOp é estruturado e sistemático. Portanto, se faz necessário o entendimento de alguns termos
específicos que são utilizados no desenvolvimento de uma Análise de Riscos desta natureza:
● Nós-de-estudo (Study Nodes): são os pontos do processo, localizados através dos fluxogramas da planta, que serão analisados nos casos em que
ocorram desvios.
● Intenção de operação: a intenção de operação define os parâmetros de funcionamento normal da planta, na ausência de desvios, nos nós-de-
estudo.
● Desvios: os desvios são afastamentos das intenções de operação, que são evidenciados pela aplicação sistemática das palavras-guia aos nós-de-
estudo (p. ex., mais pressão), ou seja, são distúrbios provocados no equilíbrio do sistema.
● Causas: são os motivos pelos quais os desvios ocorrem. As causas dos desvios podem advir de falhas do sistema, erro humano, um estado de
operação do processo não previsto (p. ex., mudança de composição de um gás), distúrbios externos (p. ex., perda de potência devido à queda de
energia elétrica), etc.
● Consequências: as consequências são os resultados decorrentes de um desvio da intenção de operação em um determinado nó-de-estudo (p. ex.,
liberação de material tóxico para o ambiente de trabalho).
● Parâmetros de processo: são os fatores ou componentes da intenção de operação, ou seja, são as variáveis físicas do processo (p. ex., vazão,
pressão, temperatura) e os procedimentos operacionais (p. ex., operação, transferência).
● Palavras-guia ou Palavras-chave (Guide Words): são palavras simples utilizadas para qualificar os desvios da intenção de operação e para
guiar e estimular o grupo de estudo ao brainstorming. As palavras-guia são aplicadas aos parâmetros de processo que permanecem dentro dos
padrões estabelecidos pela intenção de operação. Aplicando as palavras-guia aos parâmetros de processo, em cada nó-de-estudo da planta em
análise, procura-se descobrir os desvios passíveis de ocorrência na intenção de operação do sistema. Assim, as palavras-guia são utilizadas para
levantar questões como, por exemplo: "O que ocorreria se houvesse mais... ?" ou "O que aconteceria se ocorresse fluxo reverso?".
● Chefe do projeto: este normalmente é o engenheiro responsável por manter os custos do projeto dentro do orçamento.
● Engenheiro de processos: geralmente é o engenheiro que elaborou o fluxograma do processo. Deve ser alguém com considerável
conhecimento na área de processos.
● Engenheiro de automação: devido ao fato de as indústrias modernas possuírem sistemas de controle e proteção bastante automatizados, este
engenheiro é de fundamental importância na constituição da equipe.
● Engenheiro eletricista: se o projeto envolver aspectos importantes de continuidade no fornecimento de energia, principalmente em processos
contínuos, esta pessoa também deverá fazer parte do grupo.
Para complementar a equipe de estudo devem ser incluídas pessoas com larga experiência em projetos e processos semelhantes ao que será
analisado. No caso de estudo de uma planta já existente, o grupo deve ser constituído como segue:
● Líder da equipe: como no caso anterior.
● Chefe da unidade ou engenheiro de produção: engenheiro responsável pela operação da planta.
● Supervisor-chefe da unidade: é a pessoa que conhece aquilo que de fato acontece na planta e não aquilo que deveria estar acontecendo.
● Engenheiro de manutenção: responsável pela manutenção da unidade.
● Responsável pela instrumentação: é aquela pessoa responsável pela manutenção dos instrumentos do processo, que pode ser executada tanto
por engenheiros de automação como por eletricistas, ou por ambos.
● Engenheiro de pesquisa e desenvolvimento: responsável pela investigação dos problemas técnicos e pela transferência dos resultados de um
piloto para a fábrica.
Além das pessoas recomendadas acima, em certas ocasiões se faz necessário o auxílio de outros membros, especialistas em determinados aspectos
operacionais ou do projeto, como controle de processos, incêndios, computação, etc.
4 - Fluxograma Hazop
PALAVR AÇÕES
DESVI
A CAUSAS CONSEQUÊNCIAS SUGERIDAS
O
-GUIA
(1) Válvula A não Fechamento
abre. automático da
(2) Suprimento de válvula B na redução
Ausênci ácido fosfórico Excesso de amônia no reator do fluxo da
Nenhum a de esgotado. e liberação para a área de tubulação de
fluxo (3) Entupimento trabalho. suprimento de ácido
ou ruptura da fosfórico.
linha de ácido
fosfórico.
Fechamento
Excesso de amônia no reator
automático da
e liberação para a área de
válvula B na redução
(1) Válvula A trabalho; a quantidade
do fluxo da
parcialmente liberada está relacionada à
tubulação de
Menor fechada. redução quantitativa do
Menos suprimento de ácido
vazão (2) Entupimento suprimento. Um dos
fosfórico. O set point
ou vazamento na integrantes do grupo ficou
depende do cálculo
tubulação. designado para calcular a
de grau de
relação grau de toxicidade X
toxicidade X redução
redução do fluxo.
de fluxo.
Mais Maior (1) Válvula A Excesso de ácido fosfórico Controle automático
vazão aberta além do degrada o produto, mas não da válvula A em
parâmetro. função do nível do
(2) Elevação do apresenta riscos ao local de tanque para
nível de ácido trabalho. regulagem da vazão.
fosf'órico.
(1) Fornecedor Estabelecer
Decrésc entrega produto procedimento de
Excesso de amônia no reator
imo da errado ou com checagem da
e liberação para a área de
concen- concentração concentração de
trabalho; a quantidade
Parte de tração diferente. ácido fosfórico do
liberada está relacionada à
de ácido (2) Erro no tanque de
redução quantitativa do
fosfóric carregamento do suprimento de ácido
suprimento.
o tanque de ácido após o carregamento
fosfórico. do tanque.
Esta é uma -------------------------
Aument
consideração não --
o da
passível de
concen-
ocorrência, uma
Além de tração -----------------------------
vez que a
de ácido
concentração de
fosfóric
armazenagem é a
o
mais alta possível
Depende do produto Procedimento para
Outro (1) Fornecedor substituído. Um dos checagem do
material entrega produto integrantes do grupo ficará material pego antes
Outro que que não errado. encarregado de testar as de car-regá-lo no
não o ácido (2) Contaminação substituições potenciais tanque de
fosfóric da linha com baseado na disponibilidade suprimento de ácido
o outro produto. de outros materiais na fosfórico
planta.
1 – Objetivo:
Identificar e analisar os tipo de falhas e seu potencial de causa danos à saúde das pessoas ao patrimônio e ao meio ambiente, no projeto ou processo.
2 – Terminologia utilizada
A Terminologia utilizada pela Engenharia de Projetos, Processo, Serviços e da Qualidade, foi adaptada para a Segurança e Prevenção de
Acidentes do Trabalho:
➢ Desvio: não significa a ocorrência de acidentes, porém são características que contribuem para sua ocorrência, poderá ser:
● Desvio inaceitável da especificação ou das medidas de proteção - Não utilização do EPI indicado, etc.;
● Característica indesejável do procedimento ou processo (Propriedades físicas e químicas da Matéria Prima utilizada, etc.;
➢ Falha: Causa direta do Acidente que poderá ocasionar danos materiais ou pessoais (riscos Químicos, Físicos, Biológicos, Ergonômico e
Mecânicos, presentes no local de trabalho)
➢ Não conformidade: Deficiência de ação, característica ou documentação exigida por norma técnica ou legislação, que poderá ocasionar o dano.
Ex.: Falta de CA de um EPI fornecido, Falta de registro de treinamento, ou fornecimento de EPI, etc.
➢ Análise do Tipo de Falha – constatar o tipo e o mecanismo da falha (determinar os perigos e riscos presentes)
➢ Análise do Efeito da Falha – determinar o efeito provável da falha (determinar as conseqüências):
➢ Análise Crítica da Falha - determinar a severidade da falha em termos de risco ou perdas inaceitáveis – (determinar os prováveis danos)
3 – Etapas de Desenvolvimento
a) Identificação das funções, atividades, processo e suas características esperadas;
b) Identificação dos tipos de falhas em potencial que estes itens possam apresentar;
c) Identificação da cadeia de efeitos prováveis quando ocorrer algum tipo de falha em potencial identificada;
d) Identificação das causas comuns que podem contribuir para o aparecimento do tipo de falha em potencial;
Como ferramenta para pesquisar as prováveis causas, podemos utilizar a metodologia da Espinha de Peixe ou 6Ms de Ishikawa.
e) Identificação das formas de controle utilizados, para evitar a ocorrência, ou detectar os tipos de falhas em potencial.
f) Obtenção dos índices de severidade, ocorrência, detecção e risco, para os diversos tipos de falhas em potencial consideradas;
g) Proposição de ações recomendadas para reduzir o índice de risco, identificação dos responsáveis e a data prevista para sua efetivação
implementação, através da:
● Redução da sua severidade,
● Minimização ou eliminação das causas prováveis
● Melhoria da sua detecção;
h) Implementação das ações recomendadas e ou tomadas:
i) Reavaliação dos novos índices de severidade, ocorrência, detecção e risco, para os diversos tipos de falhas em potencial consideradas, após
implementação das ações recomendadas e ou tomadas;
j) Retroalimentação do Sistema de Informações
c) Índice de Detecção (Id): Estima-se a probabilidade da não detecção para um tipo de falha.
Detecção Índice Critérios
Certa 1 Certamente será facilmente detectado por qualquer pessoa
Elevada 2 Probabilidade de ser detectado por qualquer pessoa
Moderada 3 Grande probabilidade de ser detectado por membro da CIPA
Baixa 4 Grande probabilidade de ser detectado por membro do SESMT
Poderá ser detectado por pessoa especializada sem a utilização de
Mínima/Pequena 5
equipamentos, porém com a utilização de metodologias específicas
Somente será detectado por pessoa especializada e com utilização de
Remota 6
equipamentos e metodologia específicos
Absoluta Incerteza 7 Provavelmente não será detectado
d) Índice de Risco (Ir): Estima o risco em potencial da falha em um projeto ou processo, como base no seu Impacto, na probabilidade de sua ocorrência
e na probabilidade de sua não detecção, é calculado pela formula:
IRisco = ISeveridade X IOcorrência X IDetecção