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Métodos para a Avaliação de Riscos Laborais- Introdução


Genérica
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3 de novembro de 2018

TIPO DE ARTIGO: Artigos da Equipa Técnica


Autores: Santos M(1), Almeida A(2), Lopes C(3), Oliveira T(4).

Introdução

A Gestão do Risco envolve várias etapas, tendo por objetivo a análise, valoração e controlo dos riscos. A
Análise de Risco inclui a identificação dos Perigos, bem como a estimativa dos Riscos. A Avaliação de
Riscos permite a valoração do risco, ou seja, aferir se o risco é aceitável e, por fim, a Gestão do risco
adiciona a dimensão do controlo sobre o mesmo (medidas a adotar para a eliminação ou minimização do
mesmo).

Para identificar os Fatores de Risco profissionais poderão ser consideradas quer a consulta aos
trabalhadores e/ou seus representantes, análise sistemática das tarefas laborais (habituais e
excecionais), informações sobre as instalações- “lay-out” e atividades da empresa, opções tecnológicas,
dados técnicos (manuais dos equipamentos), inventário, dados toxicológicos e medidas de autoproteção
(coletivas e individuais).

A Avaliação de Riscos é o cerne da Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, pois sem uma avaliação
de riscos eficaz não serão tomadas medidas preventivas adequadas- se um perigo não for identificado
não terá oportunidade de ser controlado. As técnicas mais habituais para atingir esse objetivo são as
Auditorias, com recurso a listas de verificação (Check-lists) e a visita aos postos.

A maior ou menor valoração do risco dependerá do número e tipo de trabalhadores expostos (nível de
formação, sensibilização, experiência e suscetibilidade individual) e da frequência da exposição. Não
devem ser esquecidos os clientes, visitantes e trabalhadores subcontratados ou temporários; nem
indivíduos com vulnerabilidades especiais, como funcionários inexperientes, grávidas, pessoas com
mobilidade condicionada ou outras situações equivalentes. A valoração é a finalização da Avaliação do
Risco e pretende comparar a magnitude do risco com padrões de referência, atribuindo o grau de
aceitabilidade. Aqui também se avaliam as medidas de controlo já instituídas e quais deverão ter
destaque, bem como ações de prevenção/ correção que serão desejáveis desenvolver.

Existem diversos métodos de Avaliação de Risco, desenvolvidos ao longo dos anos para aplicação de
acordo com as necessidades das organizações e adequados às mais diversas atividades.

Seja qual for o método escolhido, deve existir oportunidade para observar o local de trabalho e meio
circundante, fazer a identificação das atividades realizadas no local de trabalho, constatar padrões, bem
como ter em atenção fatores externos que possam ser relevantes.

A equipa de Saúde Ocupacional deverá identificar todos os Fatores de Risco, Avaliar os Riscos
consequentes, propor e implementar medidas de prevenção e proteção e, por fim, avaliar a eficácia das
medidas propostas. Contudo, por vezes, é necessário adaptar a metodologia global à organização e
atividade, pelo que, por vezes, os métodos são aplicados com algumas adaptações.

Tipos de Métodos

Os métodos podem ser qualitativos, quantitativos ou semiquantitativos (nestes destacam-se as técnicas


matriciais, como sendo as mais frequentemente usadas).

Os métodos qualitativos baseiam-se em dados estatísticos prévios associados aos riscos profissionais
(por exemplo, informação da sinistralidade da instituição, dados de sinistralidade desse setor de atividade
ou pareceres de experts, trabalhadores e/ou seus representantes). São adequados para avaliações
simples ou podem ser completados posteriormente com outros métodos diferentes. Descrevem ou
esquematizam os fatores de risco e medidas preventivas ou corretivas, mas não se procede à
quantificação.

Os métodos quantitativos têm como objetivo obter uma exposição numérica da magnitude do risco,
usando técnicas elaboradas de cálculo, que assimilam dados sobre as variáveis consideradas. Por
exemplo, a quantificação da gravidade usa modelos matemáticos de consequências. Contudo, estas
técnicas podem ser complexas, trabalhosas e dispendiosas (além de exigirem dados prévios fiáveis e
representativos). Elas quantificam o risco através da probabilidade de ocorrência e respetiva valoração,
por vezes também estimando os danos esperados. Neste grupo podem ser citados as “árvores lógicas”,
método de Gretener e método simplificado de avaliação de Risco de Incêndio.

Por sua vez, nos métodos semiquantitativos, são criados índices para situações de risco salientadas e
são elaborados planos de atuação para hierarquizar o risco- por exemplo, o método de William Fine e o
Sistema Simplificado de Avaliação de Risco de Acidente (desenvolvidos em detalhe noutros artigos, de
forma individual). Devem ser escolhidos quando os métodos qualitativos são insuficientes e quando os
quantitativos não são adequados (pela complexidade e/ou custo, por exemplo). Aqui estima-se a
magnitude do risco (R) pela multiplicação da frequência (F) pela gravidade (G) esperada das lesões. Este
poderá ainda ser multiplicado pelo número de trabalhadores expostos, se pertinente. A acrescentar que o
nível de probabilidade é obtido pelo produto dos níveis de exposição e deficiência.

Nos quadros 1 e 2 pode ser consultada uma síntese comparativa entre os diversos tipos de métodos para
avaliar riscos laborais (os autores acrescentam que a maioria dos métodos mencionados no quadro será
destacada individualmente em artigos sucintos e práticos, a publicar posteriormente).

Nota: a RPSO sugere a colocação dos quadros no final, após a bibliografia. Os autores deste artigo
solicitaram a inserção dos mesmos ao longo do texto por considerarem que a informação seria assim
mais percetível.

Quadro1: Vantagens e Desvantagens das Metodologias Qualitativas, Quantitativas e Semiquantitativas

Métodos Vantagens Desvantagens

Qualitativos Simples, não requerem quantificações; São subjetivos; dependem da


permitem o envolvimento de diferentes experiência dos avaliadores; não
elementos da organização permitem efetuar análise custo-
benefício

Quantitativos Proporcionam resultados objetivos/ Os cálculos são complexos,


mensuráveis; permitem a análise de dispendiosos e morosos;
medidas de controlo de risco; são objetivos necessitam de metodologias
e facilitam a sensibilização do empregador estruturadas e bases de dados
fiáveis
Semiquantitativos Relativamente simples; identificam as Dependem dos descritores
prioridades de intervenção através da inseridos e da experiência dos
identificação dos riscos; também facilitam a avaliadores
sensibilização do empregador

Quadro 2: Comparação entre os principais Métodos usados para Avaliação de Riscos Laborais

Tipo Aplicação Vantagens Desvantagens

Métodos QL SQT QT

Análise de X Analisa de que Muito eficiente em Mais adequada a


modo de forma um sistemas simples indústrias de
falhas e equipamento ou processo; pode falhar
efeitos sistema pode falhar se o sistema não for
e as consequências conhecido ao
que daí podem pormenor; se o
resultar sistema for complexo
são necessárias
outras técnicas

Análise X X Aplicável na fase de Fácil de executar e Como se desenvolve


preliminar projeto; possibilita razoavelmente rápido numa fase inicial
de riscos determinar os riscos pode faltar alguma
e medidas informação sobre
preventivas antes alguns detalhes;
da fase operacional; necessita de ser
permite a análise de complementada por
sistemas técnicas mais
exigentes; em
sistemas bastante
conhecidos deve
utilizar-se outra
técnica mais
específica

Análise por X X Identifica quais os Identifica uma Se o processo não


árvore de eventos que podem sequência de dados for bem conhecido,
eventos suceder a um possível; é possível poderá se perder
evento iniciador; introduzir valores informação relevante
estuda sistemas de numéricos e proceder a
controlo de uma avaliação
emergência; inicia- quantitativa
se com a falha de
um componente do
sistema
Análise por X Inicia-se com o Permite revelar falhas Exige conhecimentos
árvore de dano e prossegue- críticas e um de álgebra de Boole
falhas se com as causas conhecimento mais e uma equipa
que lhe possam ter completo do sistema; experiente; pode ser
originado, calcula a determina a sequência necessário realizar
probabilidade de mais crítica; encontra um estudo preliminar
ocorrência de a(s) combinação(ões)
acontecimentos que precisam de ser
básicos ou prevenidas; pode ser
intermédios; permite usado para avaliar
a análise de muitas falhas; não
sistemas necessita de chegar a
uma análise
quantitativa

Observação X Permite a Carateriza os riscos É facilmente


direta dos identificação dos associados ao influenciado pelas
atos atos inseguros comportamento dos convicções prévias
inseguros cometidos pelos trabalhadores; identifica do avaliador
trabalhadores; usa necessidades
listas de verificação
e faz análise aos
postos

Análise da X X Tem como alvo Analisa as condições Podem escapar


segurança principal o ato de segurança de todos tarefas menos
das tarefas inseguro; identifica os postos de trabalho; frequentes
os perigos através estabelece hierarquia
da análise das na intervenção; engloba
tarefas segurança, qualidade,
ambiente e eficiência
das tarefas

Hazop X Estudo das falhas, Identifica as causas Demorado; em


erros ou desvios possíveis, desvios, projetos novos deve
possíveis consequências e ações ser completado com
necessárias para outras técnicas;
garantir a segurança do necessita que o
sistema processo esteja já
bem descrito; mais
adequado a
processos industriais

Método X Quantifica a Fácil e rápido O ponto de partida é


simplificado amplitude dos riscos a deteção de não
e dá hierarquia na conformidades
intervenção
Método X Identifica os perigos Estima probabilidade, Há subjetividade no
William T. e hierarquiza e exposição e cálculo da
Fine controla os riscos consequências; justifica perigosidade e
economicamente as depende da
ações experiência de quem
executa

Método X Estima probabilidade, Há subjetividade das


Integrado exposição e variáveis inseridas no
consequências; justifica cálculo do Risco
economicamente e Intrínseco e depende
calcula o risco residual da experiência do
investigador

Alguns exemplos genéricos

Poder-se-á considerar que o risco resulta do produto entre a probabilidade e a gravidade das lesões ou
danos, ou seja: R = P x G.

Existem quatro itens a considerar na construção de um método matricial, nomeadamente os níveis


(recomendam-se quatro a seis- menos tornará o método eventualmente pouco preciso e mais níveis
criarão tabelas de cálculo muito grandes) e as ponderações, descrições e escalas (as primeiras são os
valores definidos para cada nível, ou seja, os valores alvo da multiplicação entre fatores.

Surge aqui o problema de que valores devem ser escolhidos para a ponderação mas, na realidade, há
que definir o primeiro nível e os restantes ficam acordados por comparação a partir daí; assim, o primeiro
nível ficará com o valor “0” ou “1”- contudo, não esquecer que o “0” é o elemento absorvente na
multiplicação e por isso a anulará e que o “1” é o elemento neutro que não terá impacto na multiplicação,
pelo que alguns autores contestam o seu uso.

Devem ser definidos todos os fatores que se pretendem incluir no método, quer para a probabilidade,
quer gravidade; ainda que estes devam ser no menor número possível, ou seja, escolher os que são
fundamentais.

As descrições de cada nível devem ser definidas posteriormente, em função do tipo de trabalho e
patamares desejados.

As escalas são obtidas para cada tabela e fazem a correspondência entre os diversos níveis.

Em relação ao tempo de exposição, deve-se elaborar uma tabela de probabilidade adequada à


instituição, ou seja, se nenhuma tarefa se faz de forma mais espaçada que trinta dias, não fará sentido
incluir a hipótese de tarefas que só se realizem trimestral, semestral ou anualmente.

No quadro 3 está representado um exemplo de uma tabela de Probabilidade.

Quadro 3: Exemplo de uma tabela de Probabilidade

Nível Ponderação Tabela de Exposição

1º 2 Atividade com periodicidade ≤2x/ ano

2º 12 Entre 1x/mês e de 6x/6 meses


3º 48 1 a 4x/ mês

4º 144 1 a 3x/ semana

5º 240 ≥3x/ semana

Neste exemplo como o primeiro nível obteve uma ponderação de “2”, o limite superior do segundo nível é
6x/ 6 meses, logo, seis vezes superior, surge a ponderação de “12” e assim sucessivamente.

A Gravidade ou Dano refere-se à lesão ou doença secundária ao acidente ou exposição prolongada a


um fator de risco/ perigo. No quadro 4 encontra-se um exemplo de uma Tabela de Gravidade.

Quadro 4: Exemplo de uma Tabela de Gravidade

Nível Ponderação Descrições

1º 2 Dano ou lesão sem dias com CIT

2º 4 Dano ou lesão com CIT ≤ 3 dias (não grave)

3º 16 Dano ou lesão com CIT ≥ 4 dias

4º 128 Dano ou lesão com incapacidade permanente

5º 2048 Morte, coma ou perda de autonomia

Neste exemplo, o primeiro nível obteve a ponderação “2” e os restantes seguiram a lógica de potenciação
exponencial (n x 2k), ou seja, segundo nível 2 x 21 = 4; 3º nível 4 x 22 = 16; 4º nível 16 x 23 = 128 e assim
sucessivamente.

A partir das tabelas de probabilidade e gravidade, será possível construir os níveis de risco, através da
multiplicação das anteriores, ou seja, NR = NP X NG. No quadro 5 está registado a conjugação dos
níveis de probabilidade e de gravidade, em função do exemplo anteriormente iniciado.

Quadro 5: Conjugação dos níveis de probabilidade e de gravidade

Níveis de Gravidade

1º 2º 3º 4º 5º

2 4 16 128 2048

Níveis de Probabilidade 5º 240 480 960 3.840 30.720 491.520

4º 144 288 576 2.304 18.432 294.912

3º 48 96 192 768 6.144 98.304

2º 12 24 48 192 1.536 24.576

1º 2 4 8 32 256 4.096
Contudo, se não se quiser ficar com 25 níveis de risco, poder-se-á agrupar, por exemplo, em cinco
patamares, através do uso de quantis, ou seja, os valores são divididos em 100 partes iguais, em que Qk
= K X n +1/ 5, em que K é o número total da amostra (neste exemplo, 25) e K representa a localização
dentro da amostra, ou seja, o primeiro quintil (ver quadro 6).

Quadro 6: Exemplo de agrupamento de níveis de risco

Níveis de Risco

Nível Valor

1º 2-24

2º 32-144

3º 192-256

4º 480-1536

5º 2304-491520

Outros profissionais, ainda que defendendo a utilização desta metodologia genérica, fazem-no de uma
forma um pouco diferente, atribuindo os significados aos diversos Níveis de Deficiência inseridos no
quadro 7.

Quadro 7: Significados dos Nível de Deficiência

Nível de ND Significado
Deficiência

Aceitável (A) 1 Não foram detetadas anomalias; o perigo está controlado

Insuficiente (I) 2 Foram detetados fatores de risco de menor importância; é de admitir que o
dano possa ocorrer algumas vezes

Deficiente (D) 6 Foram detetados alguns fatores de risco significativos; o conjunto de medidas
preventivas existentes tem a sua eficácia reduzida de forma significativa

Muito deficiente 10 Foram detetados fatores de risco significativos; as medidas preventivas


(MD) existentes são ineficazes; o dano ocorrerá na maior parte das circunstâncias

Deficiência total 14 Medidas preventivas inexistentes ou desadequadas; são esperados danos na


(DT) maior parte das situações

O Nível de Exposição traduz a frequência com que se está exposto ao risco (ver quadro 8).

Quadro 8: Significados dos Níveis de Exposição

Nível de NE Significado
Exposição

Esporádica 1 1x/ ano ou menos e por pouco tempo (minutos)

Pouco frequente 2 Algumas vezes por ano e por tempo determinado


Ocasional 3 Algumas vezes por mês

Frequente 4 Várias vezes durante o período laboral, ainda que com tempos curtos- várias
vezes por semana ou diário

Continuada/ 5 Várias vezes por dia, com tempo prolongado ou continuamente


rotina

No quadro 9 pode visualizar-se a conjugação entre os Níveis de Exposição e de Deficiência.

Quadro 9: Conjugação entre os Níveis de Exposição e de Deficiência

Nível de Exposição

Esporádica Pouco Ocasional Frequente Contínua


frequente

1 2 3 4 5

Nível de Aceitável 1 1 2 3 4 5
Deficiência
Insuficiente 2 2 4 6 8 10

Deficiente 6 6 12 18 24 30

Muito 10 10 20 30 40 50
deficiente

Deficiência 14 14 28 42 56 70
total

No quadro 10 podem ser assimilados os significados dos Níveis de Probabilidade.

Quadro 10: Significados dos Níveis de Probabilidade

Nível de NP Significado
Probabilidade

Muito baixa 1a3 Não é de esperar que a situação perigosa se materialize, ainda que
possa ser concebida

Baixa 4a6 A materialização da situação perigosa pode ocorrer

Média 8 a 20 A materialização da situação perigosa poderá ocorrer pelo menos uma


vez com danos

Alta 24 a A materialização da situação perigosa pode ocorrer várias vezes


30 durante o período de estudo

Muito alta 40 a Normalmente a materialização da situação perigosa ocorre com


70 frequência
O nível de Severidade refere-se ao dano mais grave que é razoável esperar (por favor consultar quadro
11).

Quadro 11: Significado dos níveis de Severidade

Níveis de NS Significado
Severidade
Danos pessoais Danos materiais

Insignificante 10 Sem Pequenas perdas

Leve 25 Pequenas lesões que não requerem Reparação dos danos, sem
hospitalização; apenas primeiros paragem da atividade
socorros

Moderado 60 Lesões com incapacidade transitória; A reparação exige a interrupção


exigem tratamento médico da atividade

Grave 90 Lesões graves que podem ser Destruição parcial do sistema;


irreparáveis reparação dispendiosa e
complexa

Mortal ou 155 Um morto ou mais; incapacidade total Destruição de um ou mais


catastrófico ou permanente sistemas, renovação/ reparação
difíceis

O nível de risco resultará da multiplicação entre o nível de Probabilidade e Severidade (analisar quadro
12).

Quadro 12: Conjugação entre os níveis de Probabilidade e Severidade

Não é de A A A A
esperar materialização materialização materialização materialização
que o do risco pode do risco é do risco pode do risco
risco se ocorrer passível de ocorrer várias ocorre com
materialize ocorrer vezes frequência

Pessoas Material NP 1a3 4a6 8 a 18 24 a 30 40 a 70


NS

Não há danos Pequenas 10 10 30 40 60 80 180 240 300 400 700


pessoais perdas
materiais

Pequenas Reparação 25 25 75 100 150 200 450 600 700 1000 1750
lesões que sem
não requerem interrupção
hospitalização da
atividade
Lesões com Reparação 60 60 180 240 360 480 1080 1440 1800 2400 4200
incapacidade que exige
temporária interrupção

Lesões Destruição 90 90 270 360 540 720 1620 2160 2700 3600 6300
graves que parcial do
podem ser sistema;
irreparáveis reparação
complexa e
dispendiosa

Uma morte ou Destruição 155 155 465 620 930 1240 2790 3720 4650 6200 10850
mais; de um ou
incapacidade mais
total ou sistemas;
permanente reparação/
renovação
difíceis

O nível de controlo (NC) tem como função orientar as ações, baseado na noção de custo- eficácia (por
favor analisar o quadro 13).

Quadro 13: Significado dos Níveis de Controlo

Nível de NC Significado
controlo

I 3600 a Situação crítica; intervenção imediata; eventual paragem imediata; isolar o


10.850 perigo até serem adotadas medidas de controlo permanentes

II 1240 a Situação a corrigir; adotar medidas de controlo enquanto a situação


3100 perigosa não for atenuada ou eliminada

III 360 a Situação a melhorar; deverão ser elaborados planos de intervenção


1080

IV 90 a 300 Melhorar se possível, justificando a intervenção

V 10 a 80 Intervir apenas se uma análise mais detalhada o justificar

A salientar que valores de controlo iguais ou inferiores a 300 são classificados como aceitáveis.

Importa ainda referir que a Gestão de Risco é um processo dinâmico, que consiste na análise sistemática
de identificação e avaliação dos fatores que podem contribuir para a ocorrência de acidentes e/ou
patologias médicas.

Nos artigos seguintes serão dados mais detalhes de alguns métodos individualizados.

AGRADECIMENTOS

A Célia Pereira, Consultora de Ambiente e Higiene e Segurança no Trabalho, pela análise e comentários
pertinentes à primeira versão do artigo.
BIBLIOGRAFIA GERAL

(usada na elaboração de todos os artigos relativos a métodos para avaliação dos riscos)

1-Pedro R. Métodos de Avaliação e Identificação de Riscos nos locais de Trabalho. Tecnometal. 2006,
167, 1-8.

2- Mendonça A. Métodos de Avaliação de Riscos- contributo para a sua aplicabilidade no setor da


Construção Civil. Relatório de Atividade Profissional para a obtenção do Grau de Mestre em Engenharia
do Ambiente. Faculdade de Ciência e Tecnologia, Universidade do Algarve. 2013, 1-225.

3-Batista J. Adaptação de Métodos Matriciais para a Avaliação de Riscos Profissionais. Safemed. 2016,
1-22.

(1)Mónica Santos

Licenciada em Medicina; Especialista em Medicina Geral e Familiar; Mestre em Ciências do


Desporto; Especialista em Medicina do Trabalho e Doutoranda em Segurança e Saúde
Ocupacionais, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Presentemente a exercer
nas empresas Medicisforma, Servinecra, Securilabor e SBE; Diretora Clínica das empresas
Quercia e Gliese; Diretora da Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line. Endereços para
correspondência: Rua Agostinho Fernando Oliveira Guedes, 42, 4420-009 Gondomar. E-mail:
s_monica_santos@hotmail.com.

(2)Armando Almeida

Doutorado em Enfermagem; Mestre em Enfermagem Avançada; Especialista em Enfermagem


Comunitária; Pós-graduado em Supervisão Clínica e em Sistemas de Informação em Enfermagem;
Docente na Escola de Enfermagem (Porto), Instituto da Ciências da Saúde da Universidade
Católica Portuguesa; Diretor Adjunto da Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line. 4420-
009 Gondomar. E-mail: aalmeida@porto.ucp.pt.

(3)Catarina Lopes

Licenciada em Enfermagem, desde 2010, pela Escola Superior de Saúde Vale do Ave. A exercer
funções na área da Saúde Ocupacional desde 2011 como Enfermeira do trabalho autorizada pela
Direção Geral de Saúde, tendo sido a responsável pela gestão do departamento de Saúde
Ocupacional de uma empresa prestadora de serviços externos durante 7 anos. Atualmente
acumula funções como Enfermeira de Saúde Ocupacional e exerce como Enfermeira Generalista
na SNS24. Encontra-se a frequentar o curso Técnico Superior de Segurança do Trabalho.

4715-028. Braga. E-mail: catarinafflopes@gmail.com

(4)Tiago Oliveira

Licenciado em Enfermagem pela Universidade Católica Portuguesa. Frequenta o curso de Técnico


Superior de Segurança no Trabalho. Atualmente exerce a tempo inteiro como Enfermeiro do
Trabalho. No âmbito desportivo desenvolveu competências no exercício de funções de
Coordenador Comercial na empresa Academia Fitness Center, assim como de Enfermeiro pelo
clube de futebol União Desportiva Valonguense. 4435-718 Baguim do Monte. E-mail:
tiago_sc16@hotmail.com.
Santos M, Almeida A, Lopes C, Oliveira T. Métodos para a Avaliação de Riscos Laborais- Introdução
Genérica. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line. 2018, volume 6, 1-9. DOI:
10.31252/RPSO.03.11.2018

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