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Guia para Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho –

BS8800
Avaliação de riscos
(Anexo D da BS 8800)

D.1 Introdução

D.1.1 Objetivos

Este anexo explica os princípios e práticas da avaliação de riscos de SST, e porque ela é
necessária.
As organizações devem adaptar a abordagem aqui descrita para atender suas próprias
necessidades, levando em consideração a natureza de seus trabalhos e a gravidade e
complexidade de seus riscos.
O planejamento e implementação da avaliação de riscos e de programas de controle de
riscos foram tratados no anexo C.

D.1.2 Termos – chave

Os termos – chave são:


a) Perigo/fator de risco é uma fonte de dano ou prejuízo potencial ou uma situação com
potencial para provocar dano ou prejuízo;
b) risco é uma combinação da probabilidade de ocorrência e das conseqüências de um
evento perigoso especificado (acidente ou incidente). Um risco, então, sempre tem dois
elementos:
1) a probabilidade de um perigo ocorrer;
2) as conseqüências de um evento perigoso.

D.1.3 Quando usar o procedimento de avaliação de riscos

Todos os empregadores e autônomos têm a obrigação legal de avaliar os riscos de suas


atividades de trabalho. O procedimento de avaliação de riscos descrito neste anexo foi
projetado para ser usado:
a) para situações em que os perigos parecem apresentar uma ameaça significativa, e é
incerto se os controles planejados ou existentes são adequados em princípio ou na prática;
b) por organizações que procuram a melhoria continua de seu Sistema de Gestão da
SST, além dos requisitos legais mínimos.
O procedimento completo descrito neste anexo não é necessário ou financeiramente eficaz,
quando está muito claro, a partir de estudos preliminares, que os riscos são triviais, ou quando
uma avaliação prévia tenha mostrado que os controles existentes ou planejados:
1) estão em conformidade com normas ou requisitos legais consolidados;
2) são apropriados para as tarefas;
3) são, ou serão, compreendidos e usados por todas as pessoas afetadas.
Neste caso, não é requerida nenhuma ação, além de assegurar, quando apropriado, que os
controles continuam a ser usados. Em particular, organizações de pequeno porte e com baixos
riscos devem ser altamente seletivas nos riscos que elas escolhem para avaliar em detalhes.
Os esforços dedicados à avaliação de riscos triviais ou à avaliação de controles –
padrão levarão à coleta de uma quantidade de informações maior do que, possivelmente,
poderá ser usada, e a situações em que fatos importantes são perdidos em meio a um grande
volume de documentação irrelevante.

D.2 O que é uma avaliação de riscos de SST e por que fazê-la?

D.2.1 Passos básicos

A avaliação de riscos envolve três passos básicos:


a) identificar perigos;
b) estimar o risco de cada perigo – a probabilidade e a gravidade do dano;
c) decidir se o risco é tolerável.

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D.2.2 Por que é importante a avaliação de riscos?

Os empregadores são legalmente obrigados a realizar avaliações de riscos de SST. Seu


principal propósito é determinar se os controles existentes ou planejamentos são adequados. A
intenção é fazer com que os riscos sejam controlados, antes que possa ocorrer o dano.
Por muitos anos, a avaliação de riscos de SST foi realizada geralmente de uma maneira
informal. Agora se reconhece que as avaliações de riscos são um fundamento – chave para a
gestão pró-ativa da SST, e que são necessários procedimentos sistemáticos para assegurar
seu sucesso.
Uma avaliação de riscos baseada em uma abordagem participativa dá a oportunidade para
a administração e para os trabalhadores estarem de acordo que os procedimentos de SST de
um organização:
a) são baseados em percepções compartilhadas de perigos e riscos;
b) são necessários e viáveis;
c) terão sucesso na prevenção de acidentes.

D.2.3 Imprevistos e soluções

As avaliações mal planejadas, realizadas na crença de que são imposições burocráticas,


poderão acarretar perda de tempo e nenhuma mudança. Além disso, as organizações podem
se atolar em detalhes, em que o término do relatório final da avaliação se torna por si só um
fim. As avaliações de riscos devem fornecer um inventário para a ação, e se tornar a base para
a implementação das medidas de controle.
Os avaliadores de riscos potenciais podem se tornar tolerantes. As pessoas que estão muito
próximas das situações podem não “enxergar” mais os perigos, ou talvez julgar os riscos como
triviais, em função de seu conhecimento de que ninguém sofreu danos. A finalidade deve ser
que todos tratem a avaliação de riscos com visão clara e enfoque questionador.
A avaliação de riscos deve ser realizada por pessoal competente, com conhecimentos
prático das atividades de trabalho, preferivelmente com colegas de outra área da organização
que possam ter maior objetividade. Uma abordagem conveniente, sempre que possível, é
treinar pequenas equipes para realizar as avaliações.

Idealmente, todos deveriam contribuir para avaliações que se relacionem a si mesmos. Por
exemplo, eles deveriam contar aos avaliadores o que pensam sobre a necessidade e
praticabilidade de controles de riscos específicos. Em grandes organizações, geralmente, uma
pessoa competente deve coordenar e orientar o trabalho do avaliador. Pode ser necessário
obter um parece especializado.

D. 3 O processo de avaliação de riscos

D.3.1 Passos básicos na avaliação de riscos.

Os seguintes critérios são necessários para os organização realizam uma avaliação de


riscos eficaz:
a) classificar as atividades de trabalho: preparar uma lista de atividades de trabalho,
abrangendo propriedades, instalações, pessoal e procedimentos, e obter informações
sobre eles;
b) identificar os perigos: identificar todos os perigos significativos relativos a cada
atividade de trabalho. Levar em consideração quem poderia sofrer danos e como;
c) determinar os riscos: fazer uma estimativa subjetiva do risco associado a cada perigo,
assumindo que os controle existentes ou planejados, estão funcionando;
d) decidir se o risco é tolerável: julgar se as precauções de SST existentes ou planejadas
(se houver) são suficientes para manter os perigos sob controle e para atender os
requisitos legais;
e) preparar plano de ação para o controle de riscos (se necessário): preparar um plano
para tratar quaisquer questões encontradas na avaliação que requeiram atenção. As
organizações devem assegurar que os controles novos e os existentes estão
funcionando e são eficazes;
f) analisar criticamente a adequação do plano de ação: reavaliar os riscos em função dos
controles revisados, e verificar se os riscos são toleráveis.

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D.3.2 Requisitos da avaliação de riscos

Para a avaliação de riscos ser útil na prática, as organizações devem:

a) indicar um membro sênior da organização, para promover e gerenciar a atividade;


b) consultar todos os que estão relacionados à atividade; discutir o que foi planejado para
ser feito e obter seus comentários e o seu comprometimento;
c) determinar as necessidades de treinamento em avaliação de riscos para o
pessoal/equipe de avaliação, e implementar um programa de treinamento adequado;
d) analisar criticamente a adequação da avaliação: determinar se a avaliação é
apropriada e suficiente, isto é, adequadamente detalhada e rigorosa;
e) documentar detalhes administrativos e observações significativas da avaliação.
Geralmente, não é necessário fazer cálculos numéricos precisos dos riscos. Normalmente,
somente são requeridos métodos complexos, para a avaliação quantitativa dos riscos, quando
as conseqüências das falhas podem ser catastróficas. A avaliação de riscos em indústrias com
grandes perigos está relacionada à abordagem requerida em outros locais de trabalho, mas, na
maioria das organizações, métodos subjetivos muito mais simples são adequados.
A avaliação de riscos à saúde, associados à exposição a substâncias tóxicos e fontes
nocivas, podem requerer, por exemplo, medições da concentração de poeira no ar ou do nível
de exposição ao ruído.

D.4 Avaliação de riscos na prática

D.4.1 Generalidades

Este item descreve os fatores que uma organização deve levar em conta no planejamento
da avaliação de riscos. É dada atenção à necessidade de serem feitas referências às
regulamentações e orientações pertinentes para assegurar que os requisitos legais sejam
atendidos.
O processo de avaliação de riscos aqui descrito abrange todos os perigos de SST. É
melhor integrar avaliações para todos os perigos do que realizar avaliações separadas para
perigos à saúde, manuseio de materiais, perigos com máquinas, e assim por diante. Se as
avaliações são realizados separadamente, usando métodos diferentes, a ordenação das
prioridades para o controle de riscos é mais difícil. Avaliações separadas podem também
conduzir a uma duplicação desnecessária.
Os seguintes aspectos da avaliação de riscos necessitam ser considerados
cuidadosamente no início:
a) elaboração de um formulário simples de avaliação de risco (veja D.4.3)
b) critérios para classificar atividades de trabalho e informações necessárias para cada
atividade de trabalho (veja D.4.4 e D.4.5)
c) métodos para identificar e categorizar perigos (veja D.5.1)
d) procedimentos para fazer uma determinação de riscos informativa (veja D.5.2)
e) palavras para descrever os níveis estimados (veja tabelas D.1 e D.2);
f) critérios para decidir se os riscos são toleráveis se as medidas de controle existentes ou
planejados são adequadas (veja D.6.1)
g) escalas de tempo para implementar ação preventiva (se necessária) (veja tabela D.2)
h) métodos preferidos para controlar os riscos (veja D.6.2)
i) critérios para revisar a adequação do plano de ação.
D.4.2 (Item ausente na norma, devido a algum equívoco)

D.4.3 Formulário para a avaliação de riscos

As organizações devem preparar um formulário simples que possa ser usado para registar
as observações de uma avaliação, tipicamente contendo:
a) atividade de trabalho;
b) perigo(s);
c) controles ativos;
d) pessoal sujeito a riscos;
e) probabilidade de dano;

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f) gravidade do dano;
g) níveis de risco;
h) ação a ser tomada após a após a avaliação;
i) detalhes administrativos, por exemplo, nome do avaliador, data etc.

As organizações devem desenvolver seu procedimento global para a avaliação de riscos,


podendo necessitar realizar julgamentos e analisar criticamente o sistema de forma continua.

D.4.4 Classificar as atividades de trabalho

Uma providência preliminar necessária à avaliação de riscos é preparar uma lista de


atividades de trabalho, para agrupá-las de modo racional e administrável, e para obter as
informações necessárias sobre elas. É fundamental incluir, por exemplo, tarefas não freqüentes
de manutenção, assim como o trabalho de produção do dia-a-dia. As maneiras possíveis de
classificar as atividades de trabalho incluem:
a) áreas geográficas dentro/fora dos limites da organização;
b) estágios no processo de produção ou no fornecimento de utilidades;
c) trabalho planejado e reativo;
d) tarefas definidas (por exemplo, direção de veículos).

D.4.5 Requisitos de informações das atividades de trabalho

As informações requeridas para cada atividade de trabalho podem incluir itens da seguinte
relação:
a) tarefas que estão sendo realizadas: sua duração e freqüência;
b) locais em que o trabalho é realizado;
c) quem normalmente/ocasionalmente realiza as tarefas;
d) outros que podem ser afetados pelo trabalho (por exemplo, visitantes, contratados, o
público);
e) treinamento que o pessoal tem recebido sobre as tarefas;
f) sistemas escritos de trabalho e/ou procedimentos para permissões de trabalho
preparados para as tarefas;
g) instalações e máquinas que podem ser usadas;
h) ferramentas portáteis motorizados que podem ser usadas;
i) instruções de produtores ou fornecedores para a operação e manutenção das
instalações, máquinas e ferramentas portáteis motorizadas;
j) tamanho, forma, natureza da superfície e peso dos materiais que poderiam ser
manuseados;
k) distâncias e alturas que os materiais têm que ser movimentados manualmente;
l) utilidades empregadas (por exemplo, ar comprimido);
m) substâncias utilizadas ou com as quais se tem contato perante o trabalho;
n) forma física das substância utilizadas ou com as quais tem contato (fumaça, gás, vapor,
líquido, poeira/pó, sólidos);
o) conteúdo e recomendações de fichas de segurança (data sheets) com dados sobre os
perigos relacionados às substâncias utilizadas ou com as quais se tem contato;
p) exigências de leis, regulamentações e normas pertinentes ao trabalho que está sendo
feito, às instalações máquinas utilizadas, e às substâncias usadas ou com as quais se
tem contato;
q) medidas de controle que se acredita estarem em uso;
r) dados do monitoramento reativo: experiência de incidentes, acidentes e doenças
ocupacionais associados ao trabalho que está sendo feito, equipamentos e substâncias
utilizadas, obtidos de informações internas e externas à organização;
s) observações de quaisquer avaliações existentes relacionadas à atividade de trabalho.

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D.5 Análise de riscos

D.5.1 Identificar os perigos

D.5.1.1 Generalidades

Três perguntas possibilitam a identificação de perigos:


a) há uma fonte de dano?
b) Quem (ou o que) pode ser danificado?
c) Como o dano pode ocorrer?
Os perigos que possuem potencial de dano claramente desprezível não devem ser
documentados ou levados mais em consideração.

D.5.1.2 Grande categorias de perigos

Para auxiliar o processo de identificação de perigos, é útil categorizá-los de maneiras


diferentes, por exemplo, por tópicos:
a) mecânicos;
b) elétricos;
c) radiações;
d) substâncias;
e) incêndio e explosão.

D.5.1.3 Lista de verificação de perigos

Uma abordagem complementar é desenvolver uma lista com questões tais como:

Durante as atividades de trabalho os seguintes perigos existem?


a) escorregões/quedas no mesmo nível;
b) quedas de pessoas de alturas;
c) quedas de ferramentas, materiais, etc., de alturas;
d) salas de comando de operações inadequadas;
e) perigos associados com elevação/movimentação de ferramentas, materiais, etc.;
f) perigo em instalações e maquinarias associados com montagem, comissionamento,
operação, manutenção, modificação, reparo e desmontagem;
g) perigos com veículos, cobrindo tanto transporte local, e viagem por rodovia;
h) fogo e explosão;
i) violência contra pessoas;
j) substâncias que podem ser inaladas;
k) substâncias que podem causar danos ao entrar em contato com a pele, ou ser
absorvida através dela;
l) substâncias que podem causar danos se ingeridas (i.e; entrando no corpo através da
boca);
m) energias perigosa (e.g. eletricidade, radiação, ruído, vibração);
n) distúrbios de membros superiores relacionados ao trabalho como resultado de tarefas
repetitivas;
o) ambiente térmico inadequado, e.g., muito quente;
p) níveis de iluminamento;
q) superfícies escorregadias ou irregulares;
r) corrimões ou guarda-corpos inadequados em escadas;
s) atividades de contratadas (terceirizadas).

A lista acima não é exaustiva. As organizações devem desenvolver suas próprias listas de
verificação levando em conta as características da atividade de trabalho e os locais onde estão
sendo realizados.

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D.5.2 Determinar os riscos

D.5.2.1 Generalidades

O risco decorrente de um perigo deve ser determinado estimando-se a gravidade potencial


do dano e a probabilidade de que o dano ocorra.

D.5.2.2 Gravidade do dano

As informações obtidas sobre as atividades de trabalho são dados fundamentais de entrada


para a avaliação de riscos. Quando se procura estabelecer a gravidade potencial do dano,
deve ser levado em conta o seguinte:
a) partes de corpo que provavelmente serão afetadas;

b) natureza do dano, variando do mais leve ao extremamente prejudicial:

1) levemente prejudicial, por exemplo:


lesões superficiais; pequenos cortes e contusões; irritações dos olhos com poeira;
incômodo e irritação (por exemplo, dor de cabeça);doença ocupacional que leve a
desconforto temporário;

2) prejudicial, por exemplo:


lacerações; queimaduras; concussão; torção/deslocamentos sérios; pequenas fraturas;
surdez; dermatites; asma; lesões dos membros superiores relacionadas ao trabalho;
doenças que provoquem incapacidade permanente menor;

3) extremamente prejudicial, por exemplo:


amputações; grandes fraturas; envenenamentos; lesões múltiplas; lesões fatais;
câncer ocupacional; outras doenças que encurtem severamente a vida; doenças fatais
agudas.

D.5.2.3 Probabilidade do dano

Quando se procura estabelecer a probabilidade de ocorrência do dano, devem ser


consideradas a adequação das medidas de controle já implementadas e a conformidade
com as necessidades. Requisitos legais e códigos de prática são bons guias para o
controle de perigos específicos.
Tipicamente, as questões a seguir devem ser levadas em conta, além das informações
sobre as atividades de trabalho obtidos em D.4.4:
a) número de pessoas expostas:
b) freqüência e duração da exposição ao perigo;
c) falhas de utilidades, por exemplo, eletricidade e água;
d) falhas de componentes de instalações e máquinas e de dispositivos de segurança;
e) exposição aos elementos;
f) proteção proporcionada pelos equipamentos de proteção individual, e índice de
utilização dos equipamentos de proteção individual;
g) atos inseguros (erros não-intencionais ou violações não-intencionais de procedimentos)
praticados por pessoas, por exemplo, que:
1) podem não conhecer, os perigos;
2) podem não ter conhecimento, capacidades física ou aptidão para fazer o trabalho;
3) subestimam os riscos a que estão expostas;
4) subestimam a praticabilidade e utilidade dos métodos seguros de trabalho.

É importante levar em consideração as conseqüências de eventos não-planejados.

Essas estimativas subjetivas de riscos devem, normalmente, levar em conta todas as


pessoas expostas ao perigo. Portanto, um determinado perigo é mais sério se afeta um
número maior de pessoas. Mas alguns dos maiores riscos podem estar associados a uma
tarefa ocasional realizada por uma única pessoa, por exemplo, manutenção de partes
inacessíveis de equipamentos de guindar.

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D.6 Avaliação de riscos: decidir se o risco é tolerável e agir sobre resultados

D.6.1 Decidir se o risco é tolerável

A tabela D.1 apresenta um método simples para estimar níveis de risco e decidir se os riscos
são toleráveis. Os riscos são classificados de acordo com sua probabilidade estimada e a
gravidade potencial de danos. Algumas organizações podem querer desenvolver abordagens
mais sofisticadas, mas este método é um ponto de partida razoável.
Podem ser usados números para descrever os riscos, ao invés de termos como 'risco
moderado', ,risco substancial", etc. O emprego de números não confere maior precisão a
essas estimativas.

D.6.2 Preparar plano de ação para o controle de riscos

As categorias de risco mostradas como exemplo na tabela D.1 formam a base para decidir se
são requeridos melhores controles e o cronograma para a ação. Uma abordagem, também
sugerida como ponto de partida, é mostrada na tabela D.2. Ela mostra que os esforços e as
urgências dos controles são proporcionais aos riscos.

Os resultados de uma avaliação de riscos devem ser um inventário de ações, em ordem de


prioridade, para recomendar, manter ou melhorar os controles. No anexo C foi descrito um
procedimento para planejar e implementar as mudanças necessárias posteriores à avaliação
de riscos.

Os controles devem ser escolhidos levando-se em consideração o seguinte:

a) se possível, eliminar completamente os perigos, ou combater os riscos na fonte, por


exemplo, usando uma substância segura ao invés de uma perigosa;
b) se a eliminação não é possível, tentar reduzir o risco, por exemplo, usando um
dispositivo de baixa voltagem elétrica;
c) quando possível, adaptar o trabalho ao indivíduo, por exemplo, levando em
consideração as capacidades mentais e físicas da pessoa;
d) aproveitar os progressos técnicos para melhorar os controles;
e) medidas que protejam cada uma das pessoas;
f) geralmente, é necessária uma combinação de controles técnicos e de procedimentos;
g) necessidade de introduzir a manutenção programada, por exemplo, das proteções de
máquinas
h) adotar os equipamentos de proteção individual somente como último recurso, depois
que todas as outras opções de controle tenham sido consideradas;
i) necessidade de medidas de emergência
j) são necessários indicadores pró-ativos de medição, para monitorar a conformidade
com os controles.

Também é necessário se levar em conta o desenvolvimento de planos de emergência e


evacuação, e o fornecimento de equipamentos para emergências, conforme os perigos da
organização.

D.6.3 Análise critica da adequação do plano de ação

O plano de ação deve ser analisado criticamente antes de sua implementação, através de
perguntas do tipo:
a) os controles revisados conduzirão a níveis toleráveis de risco ?
b) surgiram novos perigos ?
c) foi escolhida a solução de custo mais eficaz ?
d) o que as pessoas afetadas pensam a respeito da necessidade e praticabilidade das
medidas preventivas revisadas ?
e) os controles revisados serão usados na prática, e não serão ignorados no caso, por
exemplo, de pressões para terminar o trabalho ?

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D.6.4 Mudar condições e revisar

A avaliação de riscos deve ser vista como um processo continuo. Sendo assim, a adequação
das medidas de controle deve estar sujeita à análise crítica contínua, e deve ser revisada se
necessário. Similarmente, se as condições mudam de tal modo que os perigos e riscos são
significativamente afetados, então as avaliações de riscos também devem ser criticamente
analisadas.

Tabela D.1 – Um estimador simples do nível de risco


Levemente prejudicial Prejudicial Extremamente
prejudicial
Altamente improvável RISCO TRIVIAL RISCO TOLERÁVEL RISCO MODERADO
Improvável RISCO TOLERÁVEL RISCO MODERADO RISCO SUBSTANCIAL
Provável RISCO MODERADO RISCO SUBSTANCIAL RISCO INTOLERÁVEL
NOTA: “Tolerável” aqui significa que o risco foi reduzido ao nível mais baixo razoavelmente praticável.

Tabela D.2 - Um plano de controle simples baseado em riscos


NÍVEL DE RISCO AÇÃO E CRONOGRAMA
TRIVIAL Não é requerida nenhuma ação, e não é necessário conservar registros
documentados.
TOLERÁVEL Não são requeridos controles adicionais. Devem ser feitas considerações
sobre uma solução de custo mais eficaz ou melhorias que não imponham
uma carga de custos adicionais. É requerido monitoramento, para
assegurar que os controles são mantidos.
MODERADO Devem ser feitos esforços para reduzir o risco, mas os custos de
prevenção devem ser cuidadosamente medidos e limitados. As medidas
para a redução do risco devem ser implementadas dentro de um período
de tempo definido. Quando o risco moderado está associado a
conseqüências altamente prejudiciais, pode ser necessária uma avaliação
adicional para estabelecer mais precisamente a probabilidade do dano,
como base para determinar a necessidade de melhores medidas de
controle.
SUBSTANCIAL O trabalho não deve ser iniciado até que o risco tenha sido reduzido.
Recursos consideráveis podem ter que ser alocados para reduzir o risco.
Se o risco envolve trabalho em desenvolvimento, deve ser tomada uma
ação urgente.
INTOLERÁVEL O trabalho não deve ser iniciado ou continuado até que o risco tenha sido
reduzido. Se não é possível reduzir o risco, mesmo com recursos
ilimitados, o trabalho tem que permanecer proibido.
NOTA: "Tolerável' aqui significa que o riscofoi reduzido ao nível mais baixo razoavelmente praticável
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Gravidade dos danos em função dos valores de TLV

Gravidade do TLVs – Limites de exposição propostos pela ACGIH


Dano Gases e Vapores Particulados (névoa/poeira)
ppm mg/m3
Extremamente prejudicial 0-10 0-0,1
Prejudicial 11-100 0,11-1,0
Levemente prejudicial Acima de 100 Acima de 1,0
(Critérios acrescentados por Gilmar C. Trivelato)

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