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Resumo
1. INTRODUÇÃO
O assunto Falha Humana, Erro Humano ou Confiabilidade Humana tem sua relevância
reconhecida em todos os segmentos industriais, seja pelo impacto dos acidentes, da
qualidade do produto, nos incidentes e na saúde do trabalhador ou nas pequenas perdas de
produção que afetam o resultado da empresa.
A expressão Confiabilidade Humana tem sua origem na busca dos engenheiros da indústria
de energia nuclear por valores que representassem as possíveis falhas humanas em
1
M.Sc.
Engenharia
de
Produção
–
Consultor
Sênior
CAPACIT
Assessoria
e
Consultoria,
doutorando
engenharia
industrial
UFBA-‐Universidade
Federal
da
Bahia
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situações críticas. A partir dos estudos verificou-se a necessidade de se desenvolver
métodos para tratar os dados e que capazes de predizer as falhas e a forma com que elas
poderiam se desenvolver nas atividades.
Comparando com a teoria conhecida da confiabilidade de sistemas e a forma probabilística
adotada para a predição das situações de falha, toda uma área de estudo foi desenvolvida
para se obter taxas e como consequência probabilidades de falhas humanas. O valor
probabilístico encontrado é usado nos diagramas de blocos de confiabilidade em série com
a confiabilidade do equipamento, em árvores de falhas ou em árvore de eventos que não
conseguem representar o contexto e muito pouco a realidade dos eventos.
Contudo neste processo percebeu-se a necessidade de inclusão de muitas outras variáveis
nos modelos matemáticos propostos. Mais do que qualquer máquina, o ser humano varia
seu desempenho significativamente em função de fatores externos, assim como pelos
fatores internos, complexos pela própria natureza humana. Espera-se que o homem no
ambiente industrial de risco atue de maneira uniforme/ previsível a todas as situações, mas
é de fácil entendimento de que isto não é possível para nenhum ser humano em longo
prazo.
Serão apresentadas as abordagens geradas para se obter um valor referencial, com
característica probabilística, nos últimos 30 anos e o que se propõe atualmente. Este texto
não tem como objetivo esgotar todos os métodos e não é uma revisão bibliográfica com
corte nos artigos e revistas científicas, mas tem como referência as correntes mais aceitas
e já publicadas em livros, artigos em revistas internacionais sobre ergonomia e segurança
de processo, e nos encontros nacionais de profissionais que atuam na aplicação dos
métodos.
Uma proposta de integração considerando fatores contextualizados como o ambiente físico,
características pessoais, características das tarefas executadas, influencias da organização
e da interface homem-máquina, foi desenvolvida para avaliar cenários de resposta que
possam gerar valores de confiabilidade humana na atividade de inspeção sensitiva de
equipamentos em campo.
2. JUSTIFICATIVA
Apesar da reconhecida e altamente criticada (REASON, 1980; FILGUEIRAS, 2003) os
modelos e avaliação quantitativa das falhas humanas, e sua confiabilidade associada, ainda
são demandados nas empresas. Ainda são publicados textos sobre estes modelos
(DOMECH et all, 2009; DHILLON, 2009; PALLEROSI, 2011) o que significa que existe a
necessidade de desenvolvimento desta área, e de métodos de aplicação.
Apesar de não existir consenso sobre qual a melhor abordagem, há claramente tendências
nas quais se aceitam as limitações nas aplicações, mas são usadas. A referência da
instrução da API 770 (versão Fev 2001), que trata o assunto, exemplifica usando a
metodologia THERP, e chama atenção para situações em que se justifica a aplicação das
análises quantitativas.
A área de projetos de novas plantas e sistemas demanda avaliações de confiabilidade
humana, não só nas análises de risco como para avaliações econômicas, já que a
confiabilidade do sistema depende da confiabilidade humana envolvida na sua operação e
manutenção. Se as equipes de projeto tiverem acesso a ferramentas de análise e avaliação
quantitativa das falhas humanas, as soluções de projeto levaram em consideração estes
aspectos podendo ser comparar entre elas por mais este critério.
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Durante o período de operação dos sistemas, análises quantitativas podem servir na tomada
de decisões e atualização da confiabilidade global após serem conhecidos as taxas de
falhas históricas e o ajuste do contexto nas suas empresas.
A manutenção nas usinas nucleares também consideram os impactos do fator humano pós
serviços de revisão em equipamentos nas suas análises de confiabilidade. Os outros
segmentos industriais não tratam esta questão de forma evidente e muitas vezes
desenvolvem planos de manutenção carregados de tarefas humanas muito propensas a
erros. Este trabalho coloca a preocupação em se considerar o valor da falha humana na
confiabilidade esperada de um sistema levantando a confiabilidade humana nas tarefas
listadas no plano de manutenção deste equipamento.
Uma das tarefas que tem sido largamente aplicada nos planos de manutenção é a de
inspeção sensitiva, principalmente a inspeção visual. Qual o impacto da confiabilidade
humana na confiabilidade global do equipamento devido às tarefas de inspeção?
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Os resultados são geralmente expressos na forma de taxas ou probabilidades de erros
humanos:
Neste contexto focado na busca de um valor a ser usado o primeiro passo para realizar uma
avaliação da confiabilidade humana é obter uma taxa representativa como apresentado
anteriormente. Mas como encontrar estas taxas se a variação da ação humana é
extremamente ampla e sujeita a muitas variáveis dependente dos ambientes e dos
momentos estas ocorrem, além de características intrínsecas ao ser humano envolvido.
Seguem abaixo as abordagens mais usadas.
Tabela 1 - Dados sobre tempo de resposta da equipe nos simuladores de plantas nucleares
de geração. Ref. ORNL – Oak Ridge National Laboratory (1981) – in Doughert (1988)
Fim do Número Respostas Número Distribuição
Intervalo de acumuladas de Não discreta
t i (min) Respostas Nt = Si ni respostas Nt / (N + 1) t
ni N- N i+1
2,2 1 1 10 0,09
3,2 1 2 9 0,18
5,2 1 3 8 0,27
7,0 1 4 7 0,36
8,8 2 6 6 0,55
11,7 2 8 4 0,73
16,7 1 9 2 0,82
31,7 1 10 1 0,91
N = 10
Prob de Resposta = Nt / N
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Tabela 2 - Dados sobre Probabilidade de Erro Humano, adaptado de SWAIN and
GUTTMAN (1986)
A tarefa humana e consequentemente os erros/ falhas humanas não são eventos que
possamos dar um valor específico, e os dados, como na tabela anterior, vem de
levantamentos estatístico de vários eventos.
Os dados obtidos foram tratados inicialmente por SWAIN & GUTTMAN22 (1983) e que
encontraram como resultado para o melhor ajuste dos dados uma Distribuição Log Normal.
Apesar de ser a mais apresentada como a curva para tarefas humanas, A distribuição Log
Normal é aplicável a tarefas específicas. Por ter dois parâmetros característicos, torna-se um
bom ajuste para experiência na tarefa ou reação dependente do tempo. É importante
ressaltar que quando falamos das Distribuições de Probabilidade estamos falando de
famílias de distribuição probabilística de lognormal.
A distribuição de probabilidade mais conhecida é a normal, representada curva de Gauss,
matemático que a propôs. Em função do comportamento dos dados e da característica da
variável aleatória escolhida uma dada distribuição de probabilidade se ajustará melhor.
No caso de Falhas humanas a variável mais usada é o tempo associado ao sucesso/ falha
de um evento, pois normalmente precisamos responder as seguintes perguntas:
- qual a probabilidade que o homem tome a ação correta quando uma emergência é
acionada em um tempo específico?
- qual a probabilidade de que uma tarefa humana de rotina termine dentro de um tempo
especificado?
As características da tarefa vão determinar a curva que melhor se ajusta, assim como as
condicionantes internas ao homem e as do ambiente. Nos primeiros levantamentos de
valores, a tarefa analisada recaía sobre a atividade de operadores reagirem a tempo com
sucesso a uma emergência percebida em uma central de controle. Porém existem várias
outras possibilidades. Seguem as tarefas e as possíveis distribuições:
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Exemplo: em tarefas de manutenção como substituição simples de componentes (sistemas
modularizados);
Ø Uso da Exponencial
Exemplo: tarefas em que a experiência prévia não é suficiente ou não necessária (processo
decisório de pesquisa de uma falha usando o isolamento de alternativas - a cada
passo várias alternativas possíveis de solução).
Nas Análises RAM (Reliability, Availability, Maintainability) a figura humana aparece como
parte do sistema e necessita ser tratada alocando um valor a sua participação (uma ação
especifica a ser realizada) no sistema, quando solicitada. Assim, seja em uma Árvore de
Falhas ou em um diagrama de blocos, duas ferramentas usadas em confiabilidade de
sistemas, a ação humana entra como um elemento e seu valor associado. Ver Figura 1.
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Rt = 0,990 * 0,950 * 0,999 * 0,999 * 0,999 = 0,930 (93%)
Este valor refere-se a uma situação genérica da aplicação na qual os valores de cada ação
são conhecidos. Porém em geral as atividades podem ter valores referenciais, mas elas
variam muito em cada ambiente, e os dados de falha humana, quando existem, não são
detalhados nas atividades, no caso cada bloco da figura. Assim os valores usados não estão
contextualizados, e no caso da falha humana o contexto tem impacto através e muitas
variáveis, internas ao ser humano, externas – referente a infraestrutura ou condição do
momento da execução.
Abaixo segue uma situação para o uso de uma árvore de Falhas. Neste caso fica mais
evidente que as situações são representadas em ramos, mas elas podem ocorrer não de
forma seriada como se espera que uma máquina execute – exatamente conforme o roteiro -
mas que não é aplicável a um ser humano, que pode criar a sua própria sequencia cada vez
que realiza ou que certamente não é igual entre um e outro profissional.
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computador, apenas banco de dados, programas de avaliação do risco. ou ferramentas
apenas de identificação dos erros humanos).
A Instrução da API- Americam Petroleum Institute (API 770, 2001), sugere uma classificação
baseada na forma como são levantados os valores de probabilidade de falha (Figura 1) .
A técnica mais conhecida e mais largamente usada é a THERP, que é de primeira geração,
e ainda é considerada uma ferramenta útil com um banco de dados sólido e bem conhecido
de especialistas.
Uma outra classificação dos métodos (FIGUEIRÔA, 1999) pode ser feita, conforme abaixo
com exemplos:
A. Métodos Usados em Modelos de Engenharia para Estimar a Confiabilidade Humana
A .1 Métodos Analíticos
• THERP – Technique for Human Error Rate Prediction
• HEART – Human Error Assessment and Reduction Technique
• HCR - Human Cognitive Reliability
• OAET – Operator Action Trees
• FMEA – Failure Modes and Effects Analysis
• ÁRVORE DE FALHAS
• ASEP Accident Sequence Evaluation Programme
• CONFUSION MATRIX
• ORCA - Operator Reliability Calculation an Assessment
• SHARP - Sistematic Human Acting Reliability Procedure
• STAHR - Sociotechnical Assessment of Human Reliability
A .2 Métodos Baseados no Julgamento de Especialistas
• SLIM – Success Likelihood Index Method
• APJ - Absolute Probability Judgement
• TESEO – Tecnica empirica stima errori operatori
A . 3 Modelos de simulação
• MSAPPS - Micro Maintenance Personnel Performance Simulation
B. Métodos Baseados nos Modelos Cognitivos para identificar Erros Humanos
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• DDM – Design Decision Method
• CREAM - Cognitive Reliability and Error Analysis Method
C. Métodos Analíticos para Identificação e Redução de Erros Humanos
§ HAZOP (Hazardous and Operability Study)
• PHEA (Predictive Human Error Analysis)
• Work Analysis
• MORT (Management Oversight Risk Tree)
D. Métodos para Conduzir uma Avaliação da Confiabilidade Humana
Assim nem todos métodos desenvolvidos tinham como foco estabelecer um valor de
probabilidade associado a falha na ação humana. Porém todos os métodos que buscavam
um valor tinham como entrada uma análise qualitativa da situação.
Em uma revisão BORING, 2009, colocou como critério a popularidade no uso dos métodos
para avaliação quantativa de :
• THERP (Swain & Guttman, 1983) – Technique for Human Error Rate Prediction
• CREAM (Hollnagel, 1998) – Cognitive Reliability and Error Analysis Method
• ATHEANA (NRC, 2000) – A Technique for Human Event ANAlysis
• SPAR-H (Gertman et al., 2005) – Standardized Plant Analysis Risk-Human Reliability
Analysis
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erros humanos para tarefas típicas da indústria (não só especificamente da indústria de
geração de energia nuclear).
Apesar de ter como preocupação a quantificação dos erros humanos, a técnica tem uma
parte significativa referente a análise qualitativa da tarefa e seus riscos. Abaixo etapas de
implantação da técnica que chama atenção para as atividades de abordagem qualitativa.
Tabela 4 – Etapas da THERP (FRUTUOSO, 2007)
Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4
Familiarização Avaliação Qualitativa Avaliação Incorporação
Quantitativa
Visita às instalações; Entrevistas; Atribuição de probabilidades Realização de uma
Revisão das Análise das tarefas; de erros humanos (PEH); análise de
informações dos Desenvolvimento de Estimação dos efeitos relativos sensibilidade;
analistas de árvores árvores de eventos de dos fatores de modelagem de Fornecimento de
de falhas; ACH; performance; informações aos
Avaliação de dependências; analistas de
Determinação de árvores de falhas.
probabilidades de falha e de
sucesso;
Determinação dos efeitos de
fatores de recuperação;
Para incluir valores das falhas nas árvores a metodologia atualizou os resultados de vários
anos de simulações, de estatísticas de falhas das empresas e de avaliações de
especialistas, gerando como parte do trabalho escrito da metodologia as tabelas de
probabilidade de erro humano (exemplo abaixo), como consultá-las e como efetuar os
ajustes em função do contexto operacional.
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HEART - Human Error Assessment and Reduction Technique
Desenvolvido por Williams, J. C. (KIRWAN,1995) foi desenvolvido como um método simples
rápido e fácil de usar. É altamente procedimentado na busca pela quantificação. A sua
principal característica é o fato de tratar dos tipos de erros que tem um efeito maior no
sistema, de forma a reduzir os recursos envolvidos na sua aplicação
O método usa os seus próprios valores de confiabilidade e os Fatores de Forma não são
chamados assim, mas como condições que levam a produzir erros (Error producing
condition - EPC), que da mesma maneira serve na multiplicação dos valores de falha para
ajuste do valor nominal do Erro Humano.
Processo
Passo 1: Análise da Tarefa, com seus objetivos e detalhamento das atividades
Passo 2: Classificação da Não Confiabilidade da de uma tarefa genérica (tabela 5) que
melhor represente a situação.
Tabela 5 – Valores da Não Confiabilidade das Tarefas Genéricas
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EPC, com julgamento em uma faixa de 0 a 1 (0= baixo, 1 = alto)
Passo 5: Calcular o valor da probabilidade de erro humano - HEP (Tabela 6)
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As soluções propostas usam novas ferramentas matemáticas que não considerem apenas a
forma clássica da matemática de ter um valor final obtido como resposta. Também originada
da capacidade de processamento vinda da informática, a introdução do conceito de redes
para análise das variáveis permitiu o desenvolvimento de novos modelos possíveis de
representar a complexidade quanto tratamos da Confiabilidade Humana.
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vindas das avaliações em variáveis de avaliação não numérica, como vimos nos EPC do
método HEART que avalia de baixo (valor 0) a alto (valor 1).
FLEMING (1991), em uma aplicação nas avaliações usando a metodologia FMEA usou um
processo de `fuzzificação` para ajustar os valores dos critérios do método. O mesmo
processo pode servir para as nuances linguísticas de uma escala como Aplicável – Pouco
Aplicável – Não Aplicável para os fatores de influencia no desempenho humano em tarefas.
DOMECH et all (2009) desenvolveu um aplicativo de software para avaliar um grupo de
tarefas de operadores em uma refinaria de petróleo, usando a representação de
especialistas em fatores humanos e especialistas na execução das tarefa. O modelo obteve
uma matriz que definiu quais os fatores eram mais significativos e quais os valores destes,
demonstrando a capacidade do modelo de representar o contexto da tarefa.
Redes de influência
EMBREY (2000) propôs baseado no método SLIM (CCPS, 1996) que ele mesmo
desenvolveu, um processo em que os fatores identificados pela equipe de especialistas
deveriam ser limitados a um pequeno número de fatores. Estes fatores mais significativos
podem ter relação com os outros fatores e estas relações devem também ser ponderadas.
Embrey propôs então um Diagrama de Influência que relaciona os fatores usando como
critério o impacto que o Fator tem na tarefa, e o impacto do fator no contexto analisado.
Uma terceira consideração é quais os fatores que se relacionam entre si e quais o impacto
entre eles, desta forma cada fator se tornou um Nó do diagrama.
O modelo proposto por Embrey era uma simplificação matemática de uma abordagem por
probabilidades usando o teorema de Bayes, porém com a vantagem que ampliava as
correlações já que não se limitava as situações de probabilidade condicional da teoria.
Com o aumento do processamento computacional e as possibilidades de testes das
correlações, uma nova abordagem de rede foi possível para o teorema de Bayes. Estas
redes Bayseanas tem sido objeto de aplicações para relacionar os diversos fatores de
Influencia (HATAKEYA, N., FURUTA, 2002; ZHANG, L., DAI, L., LI, P., 2010), permitindo um
tratamento mais completa da realidade e abrindo possibilidades para obter valores
dinâmicos. ZHANG et all (2010) propõe esta abordagem para auxiliar operadores de
centrais nucleares a realizar analises que possam avaliar a Consciência Situacional,
relacionada com a contínua percepção do risco envolvido.
Similar as redes de influência acima descritas é a abordagem por Mapas Cognitivos
proposta por BERTOLINI (2007), que relaciona com o processo cognitivo percebido por
quem avalia os fatores de influência e estabelece uma rede de influência de um fator em
relação ao outro usando um processo de Fuzzificação para estabelecer estas relações.
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extrapolado para uma nova situação na qual os dados de performance humana ainda não
foram coletados. Isto provê estimativas preliminares dos erros humanos assim como
sinalização para situações que precisam ser investigadas posteriormente para determinar o
risco atual aos humanos ou o risco de erros humanos.
Este novo processo de Quantificação através da Simulação tem sido colocado como uma
“Terceira Geração” de HRA.
BORING (2005) faz algumas considerações sobre as iniciativas de simulação e
modelamento no mundo virtual:
- Há uma diferença na abordagem percebida após o ajustamento usando simuladores: o
modelo do homem é real, mas o ambiente ainda era virtual.
- Uma simulação deve contemplar as situações em que o homem envolvido também é
virtual, e, portanto capaz de criar várias situações possíveis que se combinam com as
condições ilimitadas do ambiente virtual.
Assim, o conceito de simuladores, com os dados de tabelas para performance humana,
serve de base para as Simulações virtuais (homem e ambiente). Com este banco de dados
é feito o ajuste de especialistas e a inserção sem restrições dos Fatores de Influência.
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5.2.1 Técnica HEART
A técnica SLIM considera os fatores de influencia em uma rede de interpelações que tem
como resultado um peso final para ser multiplicado pelo valor referencial de erro humano de
0,0002. A análise considerou 8 fatores de influência principal (lay-out da fábrica,
interrupções do ambiente, acessibilidade aos pontos, complexidade da tarefa, suporte da
organização à tomada de decisão, experiência do inspetor, pressão do tempo,
luminosidade).
Para simulação foi usado o software HRW da Human Reliability Associates Ltd. O resultado
obtido para a tarefa completa foi de 0,4.
A metodologia THERP também foi usada considerando cada ramo da árvore de evento uma
sequencia de 3 atividades para cada ponto. Na tabela do método foi usado apenas a
referência de valor da tarefa de inspeção – 0,0002 – para cada uma das atividades do ramo
(inspeção-diagnóstico-ação). Como PSF foi escolhido como referência apenas o fator
experiência e luminosidade.
O resultado obtido da probabilidade de falha humana foi de 0,38.
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7. CONCLUSÕES
Verifica-se neste trabalho que as abordagens de avaliação quantitativa da Confiabilidade
Humana ainda carecem de desenvolvimento para serem reconhecida como boas
representantes da realidade dos cenários industriais, com sua complexidade, dinamismo e
caráter evolutivo. Os métodos inicialmente desenvolvidos ainda são usados e atendem a
várias aplicações reconhecendo-se as suas limitações do que pretendem representar.
O uso de modelos de simulação computacional aparecem como soluções para melhor
aproximação da realidade e, principalmente, como suporte a tomada de decisão. A
modelagem fuzzy para traduzir o discurso encontrado nas observações e entrevistas
demonstra ser uma clara tendência de aplicação, porém as redes de influência dos diversos
fatores parecem ser uma solução para reunir os conjuntos em um modelo global para
análise.
Os resultados obtidos pelos diversos métodos aplicados demonstram uma alta propensão a
falha humana na tarefa de inspeção sensitiva em equipamentos de campo. Estes resultados
implicam em que a confiabilidade percebida no sistema devido à constante realização de
inspeções é maior do que a confiabilidade real devido a falha humana.
8. BIBLIOGRAFIA
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