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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
Como nasceu como uma atividade de projeto, onde a pressão de uma parada
de máquina e da escala de final de semana da equipe de manutenção não
aparecem como fatores para restrição do foco na aplicação da metodologia, a
Análise Funcional, ou a identificação das Funções, e a sua diagramação
passou a ter cada vez menos importância nas discussões do RCM. O impacto
disto é a ocorrência de replicação de tarefas de manutenção devido a alocação
de funções iguais em módulos funcionais ou elementos diferentes, aumento o
número de tarefas no plano e portanto maior consumo dos recursos.
O presente trabalho se propõe a apresentar um método que auxilie o processo
de identificação das Funções e das subunidades/ subsistemas de forma a
evitar os impactos negativos informados anteriormente e acelerar o processo
de aplicação da metodologia.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 1. As cinco grandes etapas da RCM (Fonte: Fleming, 2012)
• Abordagem baseada em Moubray (1996), que enfatiza a análise dos
principais ativos/equipamentos do sistema.
Ø De que modos ele falha para preencher suas funções? FALHAS FUNCIONAIS
Ø O que pode ser feito para prever ou prevenir cada falha? TAREFAS PRÓ-ATIVAS
Ø O que pode ser feito se uma tarefa pró-ativa conveniente não puder ser encontrada?
AÇÕES PADRÃO
equipamentos) de um sistema, como definido pelos gráficos esquemáticos de
engenharia (P&ID).
Um Diagrama de Blocos Funcionais (FBD) descreve o fluxo funcional do
sistema e o nível de estratificação da análise sem o objetivo “matemático” de
representar a lógica (série – paralelo) do sistema, como no caso dos RBDs
(Diagramas de Blocos de Confiabilidade)
Conforme assinalado em Zaions (2005), as normas militares americanas, a
NASA, assim como grande parte da literatura internacional em RCM sugere a
utilização de Diagrama de Blocos Funcionais para representar as interações
funcionais no sistema de interesse. Apesar disso, Moubray sugere que apenas
em sistemas de grande complexidade deveria se utilizar Diagrama de Blocos
Funcionais. Além disso, esta abordagem recomenda a identificação de funções
apenas para os ativos mais relevantes no contexto operacional de interesse
A grande vantagem da modularização para a análise de RCM é que ela permite
que todas as funções do sistema (módulo funcional / equipamento) sejam
consideradas de um modo racional e, também, que todos os “itens” estejam
relacionados explicitamente com estas funções, identificando todas as
interfaces de entrada/ saída de cada módulo funcional (Fleming, 2012).
Na literatura, o mais usual é se utilizar um primeiro Diagrama de Blocos
Funcionais (FBD) para descrever as relações funcionais entre os principais
módulos do sistema, como mostrado na figura 2 (tradução livre da referência
TM 5-698-4: FMEA for C4ISR Facilities, 2006), para um Sistema de Ar
Condicionado.
A figura 2 mostra uma visão funcional macro do sistema que poderia ser usada,
digamos, para descrever “didaticamente” como o sistema funciona a grosso
modo (sem detalhes).
Um segundo FBD poderia representar mais um nível de estratificação
detalhando as relações entre os principais equipamentos que constituem os
módulos funcionais do primeiro FBD, conforme mostrado na figura 3 (TM 5-
698-4: FMEA for C4ISR Facilities, 2006).
Figura 3. Estratificação do sistema com relações entre equipamentos principais
Sistema Automóvel
FUNCIONAL GEOGRÁFICO (ESPACIAL)
- Sistema de Refrigeração - Compartimento do Motor
- Sistema de Propulsão - Compartimento do Passageiro
- Sistema de Freio - Painel de Controle e Instrumentos
- Sistema de Direção - Portas
- Etc... - Parte Traseira
- Etc...
Figura 4. Forma de Divisão dos Módulos
Em geral, esta divisão é feita de forma hierárquica (ou estratificada) e pode ser
representada, de modo alternativo, numa forma de diagrama de árvore, o que
facilita o registro em CMMS e, também, a representação do sistema em
softwares de confiabilidade (RCM). A figura 5 mostra este tipo de
representação.
registrados de forma “hierárquica”, em “famílias”, ou em esquemas que
denotam um “relacionamento funcional” entre eles. Ou seja, a BOM é uma lista
estruturada do componentes do sistema.
Esta representação estratificada pode coincidir, em parte, com a estrutura de
uma taxonomia dos equipamentos do sistema. Como assinalado por Rausand
(2004), uma taxonomia representa uma classificação sistemática dos
equipamentos em grupos genéricos baseados em fatores (características)
possivelmente comuns a vários deles (Figura 6).
Taxonomia
Elementos da Descrição Exemplo
ISO 14224
Industria Tipo de Indústria Defesa
A gestão moderna da manutenção exige que se tenha um cadastro único que
inclua todos os equipamentos para facilitar a tomada de decisões no
planejamento da manutenção. A gama de registros neste cadastro inclui, o
histórico de falhas, as atividades de manutenções realizadas, peças trocadas,
dentre outras informações.
Do ponto de vista da RCM, a modularização do sistema já estará definida pela
taxonomia do cadastramento e a análise de funções e falhas funcionais será
desenvolvida no nível de detalhamento de interesse.
5. ABORDAGEM PROPOSTA
A figura abaixo representa uma lista de funções que componentes e peças
devem exercer nos sub-sistemas. Estas referencias são conceitos de projetos
de máquinas e são usados nas análises funcionais (BACK, 2008) de novos
produtos.
Figura 9. Modelo para levantamento das interfaces dos módulos funcionais
Funções e Interfaces de
Saída:
Função Principal
Verbo Objeto Status
Transmitir torque/potência
para o compresso
expandir adequadamente
o freon
Transferência de Material?
Verbo Objeto Status
Transferência de Energia?
Verbo Objeto Status
Transferência de Sinal?
Verbo Objeto Status
6. ESTUDOS DE CASO
6.1 Sistema de Geração de Locomotivas
Segue abaixo uma análise funcional com as Funções e a estratificação para
definição de funções.
a) Geração de energia para o conjunto de tração.
• Sistemas cujo objetivo principal está associado a geração de energia para
o conjunto de tração.
b) Movimento e Frenagem Dinâmica
• Sistemas associados a tração da locomotiva e sua frenagem elétrica.
c) Baixa Tensão
• Sistemas cujo objetivo é gerar e acumular energia elétrica em Baixa
Tensão.
d) Suporte e estabilidade aos equipamentos e sistemas
• Sistemas associados a suporte dos equipamentos instalados e à
estabilidade estrutural da locomotiva.
e) Frenagem mecânica (comando/ controle pneumático ou eletrônico)
• Sistemas associados a frenagem mecânica.
f) Geração de Ar comprimido
• Produção e Acumulação do Ar comprimido para os sistemas da
Locomotiva que demandam esta energia.
g) Sistemas acessórios à operação
• Sistemas que servem como auxílio à operação, essenciais ou não.
h) Sistemas Registros
• Sistemas cujo objetivo é gerar dados operacionais para análise de
desempenho.
Tabela 2. Identificação dos módulos funcionais de 2o e 3o Nível
Armazenagem e Distribuição da Água
Sensoreamento
Sistema de Arrefecimento
Elevação e Controle da Pressão - Bomba d’agua
Radiadores
Geração Principal e Partida (Alternador)
Geração Auxiliar e Excitação de Campo do
Geração de Energia Elétrica
alternador Principal
Proteção e Controle
Sistema de Inversão
Chaveamento
Sistema de Partida
Proteção e Controle
Informação
Figura 11. Diagrama funcional do sistema de Lubrificação de um Compressor de Gás
7 CONCLUSÃO
8 BIBLIOGRAFIA
• CRELLIN, G. L., MATTESON, T. D., e SMITH, A. M., Use of Reliability
Centered Maintenance for McGuire Nuclear Station Feedwater System,
EPRI NP-4795, September, 1986.
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Confiabilidade – Curso MBA em Gestão da Manutenção. Universidade
Salvador – UNIFACS, 2012.
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• LEVERETTE, J. C. An Introduction to the US Naval Air System Command
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RCM 2006 - The Reliability Centred Maintenance Managersʼ Forum. 2006. p.
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• LEVERETTE, J.C. & ECHEEVERRY A. 2005. RCM in the Public Domain:
An Overview of the US Naval Air Systems Command’s RCM process.
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• SMITH, Anthony M., Reliability Centered Maintenance, McGraw Hill Inc,
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• SIKORSKA, J.Z., HAMMOND, L., KELLY, P. Identifying Failure Modes
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Centrada em Confiabilidade em uma Planta de Celulose e Papel. 2003.
219 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia
de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2003
Zaions (2005).