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DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DE GESTÃO DE ATIVOS EM UMA

INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO

Daisuke Yamaki (1)


Manuel Enrique Alvarez Almeida (2)
Jimy Prado Muci de Lima (3)

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo demostrar as etapas de implementação da


Gestão de Ativos Físicos da Anglo American Fosfatos, um dos líderes de mercado
na produção de fertilizantes fosfatados com unidades em Cubatão/SP,
Catalão/GO e Ouvidor/GO.
A Gestão de Ativos da Anglo American tem como objetivo a cadeia de valor
da produção, com foco na gestão de ativos físicos (equipamentos e plantas)
durante o seu ciclo de vida completo, com o objetivo de otimizar de forma
sustentável as atividades integradas relacionadas a produção e manutenção. Ele
fornece diretrizes para as unidades de negócio para agregar valor através da
redução de perdas, custos e tempo e melhoria da eficiência operacional. Essas
atividades abrangem todo o negócio, e são monitorados através de medição de
desempenho dos ativos e processos chaves. Neste sentido, buscar o melhor
desempenho, aumentar a confiabilidade e disponibilidade de unidades produtivas
tem função primordial para este objetivo. Para isto, Anglo American dispõe de
padrões técnicos corporativo para Gestão de Ativos denominado GTS 20, que tem
como base a norma PAS 55 – 1:2008.
A implementação dos padrões técnicos focaram na elaboração de uma
política e estratégia de Gestão de Ativos, definição das táticas de manutenção,
elaboração e revisão de FMEA, revisão dos planos de manutenção,
monitoramento de condições, análise de falhas e implementação de melhorias.

Palavras-chave: gestão de ativos, manutenção, confiabilidade

(1) Engenheiro Mecânico, Gerente de Manutenção da Anglo American Fosfatos – Unidade


Catalão/GO
1. INTRODUÇÃO
(2) Engenheiro Mecânico, Gerente de Asset Management da Anglo American Fosfatos –
Corporativo
1.1. (3)
A EMPRESA
Engenheiro Mecatrônico, Engenheiro de Planejamento de Manutenção da Anglo American
Fosfatos – Unidade Catalão/GO

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A Anglo American plc. é uma das maiores companhias de mineração do
mundo, com sede no Reino Unido e ações negociadas nas bolsas de Londres e
Johanesburgo. Seu portfólio de negócios abrange commodities de alto volume –
minério de ferro e manganês; carvão metalúrgico e carvão mineral; metais básicos
– cobre e níquel; e metais e minerais preciosos – nos quais é líder global em
platina e em diamantes.

A Anglo American adota os mais altos padrões de segurança e


responsabilidade em todos os seus negócios e localidades e promove o
desenvolvimento sustentável nas comunidades próximas às suas regiões de
atuação. As operações de mineração, projetos de expansão e atividades de
exploração da empresa estão presentes no sul da África, América do Sul,
Austrália, América do Norte, Ásia e Europa.

A empresa atua no Brasil desde 1973 e hoje está presente no País com
quatro produtos: minério de Ferro, com o Minas-Rio, o maior projeto de exploração
de minério de ferro em desenvolvimento no mundo; níquel, com operações nos
municípios de Barro Alto e Niquelândia, em Goiás; fosfato, com as operações nos
municípios de Ouvidor (GO), Catalão (GO) e Cubatão (SP), e nióbio, presente nos
municípios de Catalão e Ouvidor, em Goiás.

A Copebrás, empresa do grupo Anglo American responsável pela


fabricação de produtos fosfatados, é uma das maiores produtoras de fertilizantes
do Brasil.

Fundada em 1955, a Copebrás tem mina e unidade de produção de


fertilizantes em Catalão e Ouvidor (GO), no coração da região agrícola brasileira, e
uma unidade de produção próxima ao Porto de Santos, em Cubatão (SP). A
empresa fornece fertilizantes fosfatados e insumos para alimentação animal de
alta qualidade, abastecendo a crescente agroindústria em todo o País, além de
fabricar produtos para fins industriais, como ácido fosfórico, sulfúrico e
fluossilícico.

A mina de fosfato da Copebrás, situada em Ouvidor (sudeste do estado de


Goiás), é uma das jazidas de fosfato mais atraentes do Brasil e a segunda maior
produtora de rocha fosfática do País, com capacidade anual de produção de 1,35
milhão de toneladas de concentrado de fosfato (base úmida).

Figura 1 – Fluxo simplificado de produção de produtos fosfatados

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1. GESTÃO DE ATIVOS E MANUTENÇÃO

Conforme norma PAS 55 1:2008, Gestão de Ativos são atividades e


práticas sistemáticas e coordenadas através dos quais uma organização gerencia
de maneira sustentável e ótima seus ativos e/ou sistemas de ativos, seu
desempenho associado, riscos e custos durante seus ciclos de vida com a
finalidade de alcançar seu plano estratégico organizacional.

Ele fornece diretrizes para as unidades de negócio para agregar valor


através da redução de resíduos, redução de custos, economia de tempo e
melhorar a eficiência. Essas atividades abrangem todo o negócio, e necessitam de
aferição do desempenho dos ativos e processos.

Manutenção é definida como a combinação de ações técnicas e


administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um
item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida , ou seja,
manter significa fazer tudo que for preciso para assegurar que um equipamento
continue a desempenhar as funções para as quais foi projetado, num nível de
desempenho exigido.

Basicamente, as atividades de manutenção existem para evitar a


degradação dos equipamentos e instalações, causada pelo seu desgaste natural e
pelo uso. Esta degradação se manifesta de diversas formas, desde a aparência
externa ruim dos equipamentos até perdas de desempenho e paradas de
produção, fabricação de produtos de má qualidade, risco à segurança e poluição
ambiental.

2. IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO DE ATIVOS

A Gestão de Ativos da Anglo American é implementada através de seis


etapas, composta de 21 elementos de gerenciamento de ativos que norteiam a
jornada de melhoria contínua para a excelência operacional.
• Desenvolver uma estratégia de Gestão de Ativos: A estratégia de gestão
de ativos define o que o usuário deseja alcançar. Visa alcançar,
finalmente, a excelência operacional sustentável.
• Identificar os imperativos, facilitadores e controles: A Gestão de ativos
se articula em dois imperativos estratégicos: segurança e
desenvolvimento sustentável e gestão dos recursos minerais. A Gestão
de Ativos é baseada em quatro facilitadores (liderança, gestão da
informação, gestão de ativos financeiros e gestão da cadeia de
suprimento de ativos) e dois controles (gestão da informação, gestão de
ativos financeiros) que facilitam e permitem a implementação.

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• Implementação e operação: O sucesso da implementação da norma de
Gestão de Ativos requer uma compreensão completa da seguinte
disciplina: gestão de mineração, gestão metalúrgica, gestão de
manutenção de ativos, gestão de recursos minerais e gerenciamento de
projetos.
• Avaliação de desempenho: O desempenho é medido em termos de
porcentagem do desempenho geral dos equipamentos eficácia (%
OEE), esforço de trabalho e custo.
• Melhoria: A Melhoria é obtida através de eliminação de defeitos e
otimização de ativos.
• Revisão: Rever os resultados de auditorias e avaliações de
conformidade com a norma de gestão de ativos, que fornece uma base
para uma auto-avaliação anual da estratégia.

Os requisitos que regem a Gestão de Ativos da empresa Anglo American


são os padrões técnicos do grupo denominado GTS número 20, GTS 20, na qual
possuem 21 requisitos de práticas recomendadas do grupo técnico:

• Gestão de Ativos;
• Gestão de Ativos Financeiros;
• Gestão da Cadeia de Suprimentos de Ativos;
• Liderança, Pessoas e Organização;
• Gestão da Informação de Ativos;
• Gestão de Ativos de Segurança e Desenvolvimento Sustentável;
• Gestão de Ativos de Mineração;
• Gestão de Ativos nas Áreas Produtivas;
• Gestão de Ativos de Manutenção;
o Táticas de Manutenção;
o Monitoramento de Condições;
o Planejamento do Trabalho;
o Instalações, Ferramentas e Oficinas;
o Paradas de Manutenção;
o Gestão de Contratos;
o Gestão do Ciclo de Vida do Ativo;
o Utilização do ERP.
• Gestão de Projetos de Ativos;
• Métricas de Desempenho de Ativos;
• Eliminação de Defeitos de Ativos;
• Otimização de Ativos.

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- Política de Gestão de Ativos
- Abordagens e Táticas de Manutenção
- Estratégia de Manutenção
1. - Estratégia de Gestão de Ativos
ESTRATÉGIA

Excelência
Operacional

- Autoavaliação - Gestão de Ativos Financeiros


- Auditorias - Gestão de Ativos da Cadeia de Suprimentos
2. - Gestão de Recursos Minerais
6. Facilitadores, - Gestão de Recursos Humanos
REVISÃO Imperativos e - Sistema de Gestão da Informação
Controles - Gestão de S&SD

FAZER
GESTÃO DE
ATUAR
ATIVOS

FOSFATOS

- Táticas de Manutenção
- Monitoramento de Condições
3. - Planejamento e Programação de Manutenção
5. Implementação - Gestão do Trabalho
MELHORIA em operações e - Gestão de Oficinas e Instalações
- Gestão de Paradas
projetos
- Gestão de Contratada
- Gestão do Ciclo de Vida

- Eliminação de Defeitos (Análise de Causa Raiz)


4.
- Otimização de Ativos
- Investimento
AVALIAÇÃO DE
- Disponibilidade
- Inovação DESEMPENHO - MTBF / MTTR
- Manutenção Centrada em Confiabilidade (RCM) - Horas Extras
- Transferência de conhecimento - Custos de Manutenção
- Conformidade de Programação
- Conformidade com Tempo/ Programação de Parada
- Índice de Manutenção Corretiva / Programada
- Utilização de Mão de Obra de Manutenção
- Backlog
- Manutenção Planejada Equipamentos Críticos
- Leading Indicators para Equipamento Críticos Segurança
- Satisfação de Clientes Internos

Figura 2 – Mapa de Implementação de Gestão de Ativos

Para implementação da Gestão de Ativos da Manutenção através do GTS


20, foram definidas as seguintes etapas:

• Constituição de uma equipe de trabalho;


• Elaboração da política de Gestão de Ativos;
• Elaboração da estratégia de Gestão de Ativos;
• Revisão da estratégia de Manutenção;
• Revisão das táticas de manutenção;
• Definição dos indicadores chaves de Manutenção;
• Definição de um quadro a vista padrão de Gestão de Ativos da Manutenção
para cada planta;
• Auto avaliação dos requisitos do GTS 20;
• Definição das unidades produtivas críticas A de cada planta;
• Revisão da análise de criticidade de equipamentos;
• Elaboração e revisão de FMEAs;
• Revisão das táticas de manutenção no sistema ERP;
• Revisão de APLs (Aplication Part List) de componentes no sistema ERP;
• Identificação e implementação de melhorias;
• Resultados da implementação da Gestão de Ativos.

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2.1. Política de Gestão de Ativos:

Foi elaborada uma política de Gestão de Ativos, baseado no PAS 55: 2008
e GTS 20, conforme abaixo:
Visão
“Atingir o nível de maturidade de competência na gestão de ativos até
2015.”
Missão:
“Implementar os padrões técnicos e gerenciais do Grupo Anglo American,
através de boas práticas e indicadores chaves para atingir o nível de maturidade
de competência.”
Política
“A Anglo American Fosfatos assegura a eficácia na produção de fosfatados,
operando de forma segura e ambientalmente correta, atendendo às expectativas
dos clientes, fornecedores, acionistas, colaboradores e sociedade em geral. Para
tanto, a gestão de ativos deve garantir o cumprimento dos padrões técnicos e
gerenciais do Grupo em seus processos, durante todas as fases do ciclo de vida
do ativo - projeto, construção, operação, manutenção e desativação, pois a
excelência do desempenho de seus ativos e a busca da melhoria contínua do seu
sistema de gestão, contribui de forma decisiva para a continuidade e expansão de
seus negócios e a satisfação das partes interessadas.”
Para atender a Política de Gestão de Ativos, a Anglo American Fosfatos
estabelece as seguintes diretrizes para as suas atividades das fases do ciclo de
vida dos ativos:
• Projeto e construção – Ter uma equipe capacitada para conduzir os
projetos e processos, aplicando os padrões técnicos do Grupo, de forma
a otimizar o capital alocado para o projeto, cumprindo o orçamento e o
prazo e garantindo o desempenho operacional previsto;
• Operação – Desenvolver um plano de produção consistente baseado na
capacidade dos ativos, as manutenções periódicas e a troca de produto,
bem como o Life of Mine (LOM) e Sales and Operations Planning
(S&OP), medir e monitorar o desempenho operacional através do
Overall Equipment Effectiveness (OEE) e maximizar o valor pela
melhoria contínua para garantir as metas de produção, qualidade e
custo;
• Manutenção – Assegurar que os ativos desempenhem as suas funções
requeridas para as quais foi projetada, num nível de desempenho
exigido com segurança e integridade do meio ambiente, a um custo
global otimizado e alta disponibilidade para operação e mantenabilidade
através de um gerenciamento de manutenção eficaz e consistente;
• Desativação – Utilizar o modelo de análise de custo do ciclo de vida
(LCC) de equipamentos críticos para assegurar estratégias que
conduzam a maximização do lucro líquido do ativo ou a sua
desativação.

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2.2. Estratégia de Gestão de Ativos:

Foi elaborada uma estratégia de Gestão de Ativos com horizonte de 3 anos,


na qual incluem os seguintes tópicos:
• Implementação da política e estratégia de gestão de ativos;
• Implementação de uma estratégia de manutenção;
• Análise de criticidade de equipamentos;
• Definição da estratégia de monitoramento de condições;
• Indicadores chaves de desempenho dos ativos;
• Índice de rendimento global (OEE) das unidades produtivas a um nível
estabelecido, eliminando perdas de produção;
• Processo de análise de falhas com plano de ação focado para bloqueio
das falhas;
• Implementação da Manutenção Centrada em Confiabilidade;
• Revisão do plano de manutenção das plantas;
• Otimização dos ativos;
• Gestão eficaz de paradas de manutenção das unidades produtivas.;
• Gestão de equipamentos reserva e peças de reposição;
• Análise de custo do ciclo de vida do ativo;
• Utilização do sistema ERP para gestão dos ativos;
• Padronização de documentos;
• Treinamento, capacitação e acompanhamento de produtividade da
equipe própria e contratada;
• Segurança e desenvolvimento sustentável como premissa na gestão de
ativos;
• Atendimento ao GTS 20 (Gestão de Ativos);
• Análise crítica dos resultados da Manutenção.

2.3. Estratégia de Manutenção:

A Estratégia de Manutenção estabelece as diretrizes para a definição da


estratégia de manutenção mais adequada a cada equipamento, das instalações
industriais. Esta sistemática determina que cada equipamento deve ser analisado
quanto à sua importância para o processo produtivo, bem como quanto à
consequência das suas falhas, de tal forma que o tratamento a cada caso seja
diferenciado.

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Figura 3: Fluxo das melhores práticas da ação de manutenção

A Estratégia de Manutenção deve ser revisada a cada biênio com o objetivo


de medir os esforços e o progresso em relação aos objetivos estabelecidos, de
forma a adequar as estratégias e ações em andamento com a participação de
representantes a nível gerencial das áreas de Manutenção e Operação.
Foi estabelecida uma Estratégia de Manutenção da Anglo American
Fosfatos, na qual aborda os objetivos, metas, áreas de enfoque e táticas em
busca de um nível de excelência na otimização de ativos e custos com respaldo
formal da Diretoria da Unidade e Gerência de Manutenção e é amplamente
divulgada nas oficinas e escritórios de manutenção.

2.4. Seleção de Tática de Manutenção:

Quão severamente uma falha afeta os negócios influencia a maneira como


a empresa vê a falha e os passos considerados necessários para mitigar suas
conseqüências. Dependendo da gravidade da situação, as medidas tomadas
podem ser qualquer uma ou uma combinação de táticas disponíveis ou pode até
mesmo garantir a adição de sistemas de backup. Em alguns casos, o esforço e os
custos associados não podem ser justificados pela gravidade da falha.
Seguem-se os tipos de táticas de manutenção:
• Manutenção Baseada na Condição:
o Capaz de detectar degradação das condições ou desempenho;
o A falha deve ser previsível, desde a sua primeira evidência até a
quebra completa;
o Prática para monitorar e detectar a degradação em menos tempo do
que o necessário para o problema se desenvolver completamente;

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o O tempo entre a falha potencial e a falha funcional é longo o
suficiente para que algo seja feito e ações sejam tomadas para evitar
as consequências da falha.
• Manutenção Baseada no Uso:
o Há um ponto evidente em que o ativo mostra um rápido aumento na
taxa de falha, há uma “vida útil”;
o A tarefa restaura as condições do ativo e não há evidência de falha
além desse ponto.
• Manutenção Corretiva:
o Aplica-se quando nenhuma das outras Táticas de Manutenção pode
ser aplicada com sucesso;
o A consequência da falha pode ser tolerada.
• Manutenção de Melhoria:
o Somente deve ser utilizada quando for reduzir custos, melhorar
desempenho ou eliminar/reduzir as consequências de falhas.

Baseando-se nessas táticas, tem-se então que para os equipamentos


críticos A será realizada manutenção baseada na condição, tanto quanto for
possível. Para os equipamentos críticos B haverá o equilíbrio entre manutenção
baseada na condição e manutenção programada. Os críticos C terão limitada
manutenção baseada na condição, com uma grande parte dos equipamentos
funcionando até quebrar (manutenção corretiva).
Equipamento
Seleção da Tática de Manutenção Criticidade
A B C

Planos de manutenção dos equipamentos (EMPs) X X

Modos e efeitos de falhas (FMEA) dos subconjuntos e equipamentos. X X

Análises de causa raiz (ACR) das falhas de parada não programada superior a 2 ou 4 horas e plano de ações X X X

Monitoramento do tempo médio entre falhas (MTBF) dos equipamentos X X

Monitoramento do tempo médio de reparos (MTTR) dos equipamentos X X

Monitoramento do estoque de sobressalentes críticos X X

Análise das peças de reposição (componentes) dos equipamentos (APLs); X X

Análise de necessidade de ferramentas e equipamentos especiais para manutenção X X

Manutenção preditiva através de monitoramento de condições por inspeção visual e sensitiva X X X

Manutenção preditiva através de monitoramento de condições específicas para cada equipamento no sistema Ellipse; X X

Revisão bi-anual das táticas de manutenção (MSTs), FMEAS e sobressalentes; X

Revisão a cada 4 anos das táticas de manutenção (MSTs), FMEAS e sobressalentes; X

Figura 4: Seleção de Tática de Manutenção por Criticidade do Equipamento

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2.5. Análise de Criticidade do Equipamento:

Foram definidos novos critérios para análise de criticidade das unidades


produtivas críticas A, tendo como principal critério, parada de produção e com isto
houve um incremento dos equipamentos críticos A de 7% para 11%.

Figura 5: Resultado da Revisão da Criticidade do Equipamento

2.6. Elaboração e Revisão de FMEAs:

A metodologia de Análise do Tipo e Efeito de Falha, conhecida como FMEA


(do inglês Failure Mode and Effect Analysis), é uma ferramenta que busca em
princípio evitar, por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de
melhoria, que ocorram falhas no equipamento. O FMEA será realizado para os
equipamentos críticos A, descendo-se ao nível de componente, e para os
equipamentos críticos B. Os dados principais que compõem um FMEA são:
• Função
• Modos de Falha
• Causa
• Consequência
• Progressão da falha
• Severidade
• Ocorrência
• Detecção
• Risco
• Ações Recomendadas

Para o ano de 2013, foram elaborados ou revisados 107 FMEAs de


equipamentos críticos A das unidades críticas como elevadores de canecas,

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tambores rotativos, transportadores de correia, fornalhas de cavaco, bombas,
moinhos de correntes, agitadores.

Figura 6: Elaboração/ revisão de FMEAs de equipamentos críticos A

2.7. Revisão de APLs (Aplication Part List) de componentes:

Um dos problemas levantados foi desatualização das informações de


componentes na estrutura do equipamento. Foi alocado um técnico para atualizar
as estruturas de 159 equipamentos críticos A durante o ano de 2013. Deste total
2015 componentes foram amarrados, 523 componentes removidos e 260 foram
inseridos na estrutura destes equipamentos.

Figura 7: Revisão de componentes na estrutura de equipamentos críticos A

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2.8. Revisão de Táticas de Manutenção:

Através da análise de FMEAs foram identificadas ou revisadas 1015 táticas


de manutenção na qual foram inseridas ou atualizadas no sistema ERP para
atualização dos planos de manutenção. Nestas sessões, foram identificadas 66
oportunidades de melhorias em equipamentos, como redimensionamento de
algum equipamento ou componente, alteração de material, instalação de sistemas
periféricos.

Figura 8: Revisão de táticas de manutenção no sistema ERP

2.9. Implementação de Melhorias:

As melhorias em equipamentos são identificadas através de sessões de


FMEAs, ACR (Análise de Causa Raíz) de falhas de equipamentos com parada
superior a 4 horas e também através de reuniões denominadas “Tops 5” na qual
são identificadas os cinco equipamentos de maiores paradas por manutenção
corretivas de cada unidade produtiva do ano anterior e realizadas as sessões de
ACR para identificar ações preventivas e corretivas.
Assim, foram identificadas um total de 189 oportunidades de melhorias em
equipamentos, sendo que 106 foram executadas dentro do ano, tendo uma
efetividade de execução de 56%.

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Figura 9: Melhorias identificadas por ferramentas FMEA, ACR, Top 5

Seguem-se algumas melhorias que foram implementadas no ano de 2013:

Equipamento: Exaustor Reação


Titulo Melhoria: Instalação Bico Pulverizador Limpeza do Rotor
Objetivo Melhoria: Evitar as paradas não programadas durante a campanha
devido o acumulo de sujeira de material no rotor,
ocasionando o aumento da vibração.
Situação Atual: Com o aumento da vibração devido o acúmulo de material
durante a campanha, é necessário parar a unidade
produtiva para jatear e limpar com espátula. Essa limpeza
danifica o rotor, podendo soltar revestimento.
Solução Proposta: Foi instalado um bico spray na parte superior da caixa para
manter o rotor limpo. Após a instalação, os níveis de
vibração mantiveram baixos e minimizaram as paradas não
programadas durante a campanha.

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Equipamento: Elevador de Canecas
Titulo Melhoria: Alteração da transmissão das canecas.
Objetivo Melhoria: Evitar as sobrecargas no equipamento e rasgo da correia
transmissão durante a campanha.
Situação Atual: Alta Frequência de falha durante a campanha de produção
e limitante de aumento da carga.
Solução Proposta: Alteração do projeto de transmissão de correia para
corrente de elos, aumento do número de canecas com
aumento de capacidade de 30 t/h para 45 t/h e instalação
de mancais deslizantes.
Investimento: R$ 120.000,00

2.10. Resultados:

Um dos resultados obtidos com a implementação das boas práticas e seus


requisitos da Gestão de Ativos da Manutenção foi redução do índice de paradas
corretivas das unidades produtivas críticas comparadas entre 2012 e 2013.

Figura 10: Redução do Índice de Paradas Corretivas de Unidades Críticas

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3. CONCLUSÃO

Há grandes desafios para implementar um sistema de Gestão de Ativos


dentro de um ambiente corporativo, na qual envolvem diversas unidades e
pessoas.

As principais dificuldades para sua implementação foram:


• Ausência de pessoal técnico de campo experiente dentro do quadro;
• Falta de aderência dos novos processos;
• Falta de tempo do pessoal de campo, em função de prioridades na área;
• Requisitos dos padrões técnicos corporativos complexos e em excesso;
• Falta de documentação técnica de equipamentos mais antigos.

Este trabalho está em processo de implementação desde 2010 e resultados


significativos foram alcançados em termos de aumento de disponibilidade das
unidades produtivas, atingindo as metas de produção e manutenção em 2013
como aumento de OEE em 6,3% e redução do índice de parada corretiva em
29,0% em uma das unidades de Granulação.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Norma PAS 55 – 1:2008, IAM – BSI;


• Group Technical Standards (GTS), número 20 - Anglo American.

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