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ISO 55.000: Como aplicá-lo na gestão de ativos?

Fazer uma boa gestão de ativos significa administrar os bens e recursos de uma empresa
de forma que eles tragam o máximo retorno possível. O tema é tão importante que
ganhou uma norma dedicada a ele: a ISO 55.000.

Desde sua publicação, empresas no Brasil e no mundo buscam se adaptar às diretrizes


dela e seguir os princípios da gestão de ativos. Mas, afinal, o que isso significa? Como a
ISO 55.000 pode ser implementada? Qual o impacto dela na manutenção? Continue
lendo para entender mais!

O que significa fazer gestão de ativos?


Antes de tudo, precisamos entender o que é a um ativo. Em linhas gerais, é tudo que
pode trazer valor para a empresa, imediatamente ou em algum momento no futuro. Esse
conceito é bem amplo e pode incluir máquinas e equipamentos, imóveis, marcas,
patentes, direitos, ações, ferramentas, contratos, know-how e assim por diante.

Fazer a gestão de ativos é, portanto, gerenciar o ciclo de vida de todos eles. Essa
atividade começa já no planejamento da aquisição: o investimento é necessário? Depois,
a gestão de ativos se preocupa com a utilização, a manutenção e, finalmente, com o
descarte.

O objetivo é que cada ativo gere o maior benefício possível, com custos equilibrados e
riscos minimizados. Assim, espera-se aproveitar oportunidades e aumentar a
performance da empresa.

O que é a norma ISO 55.000?


Assim como outras publicações da ISO (International Organization for
Standardization), ela é uma norma internacional. No Brasil, a ISO 55.000 é divulgada
pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e existe desde 2014.

Essa norma apresenta os conceitos gerais da gestão de ativos e especifica seus


princípios e terminologia. Além da ISO 55.000, existem outras duas normas da família:

• ISO 55001: requisitos de um sistema de gestão de ativos


• ISO 55002: diretrizes para a aplicação da ISO 55001
Antes da criação dessa família de normas, porém, já se falava em gestão de ativos. As
empresas perceberam a necessidade de controlar custos operacionais e passaram a se
preocupar com a maneira de gerir seus ativos.
Em 2004, a BSI (British Standards Institution) publicou, na Inglaterra, o PAS 55. Esse
documento contém 28 aspectos-chave da gestão de ativos. Ele serviu como base para
criação da norma, 10 anos mais tarde.

A diretriz contém diversos conceitos e passa, por exemplo, pelo gerenciamento de


dados, de risco e de materiais e pelo planejamento da manutenção.

O objetivo da ISO 55.000 é unificar os princípios de gestão de ativos ao redor do


mundo, fazendo o mundo corporativo falar a mesma língua. Em conjunto com as
demais normas da família, é possível criar um sistema de gestão de ativos bem
estruturado e eficiente.

Quais são os benefícios trazidos


por ela?
As normas ISO têm excelente reputação no mercado e trazem muitos benefícios para as
corporações que as adotam. Falando especificamente da família ISO 55.000, podemos
citar alguns pontos positivos. Confira!

Metodologia e critérios claramente


definidos
O primeiro impacto ocorre pois, com a adoção da norma, todos os setores da empresa
passam a entender a gestão de ativos e conhecer suas responsabilidades em relação a
ela. Assim, a metodologia de trabalho e os critérios para tomada de decisões ficam
definidos com clareza.

Lucratividade
Com investimentos mais inteligentes e ativos trabalhando em sua capacidade máxima,
o retorno sobre o investimento é maximizado e os custos são reduzidos. Assim, a
empresa tende a ganhar em lucratividade.

Transparência
Ao implementar a ISO 55.000, a empresa passa a ser capaz de comprovar que faz uma
boa utilização dos seus ativos. Com isso, fica mais fácil justificar as decisões tomadas,
demonstrar a eficiência dos ativos, provar a necessidade de investimento e assim por
diante.
Sustentabilidade do negócio
Por fim, a empresa que adota uma gestão de ativos eficiente consegue ganhar em
diversos aspectos que garantem a sustentabilidade do negócio.

Essas variáveis incluem melhoria da qualidade dos produtos, mais segurança para seus
colaboradores, gerenciamento de riscos, demonstração de responsabilidade social e
muito mais.

Como implementar a gestão de


ativos segundo a norma?
Como já falamos, a implementação da gestão de ativos segundo a norma se dá pela
observação dos itens contidos nas três normas da família. As normas não descrevem
processos para a gestão de ativos, mas um sistema. Segundo elas, o processo deve
conter 7 elementos:

1. Contexto da organização: objetivos, necessidades e plano estratégico


2. Liderança: comprometimento, estabelecimento de uma política de gestão de ativos
e atribuição de responsabilidades
3. Planejamento: avaliação de riscos e oportunidades, estabelecimento de objetivos,
documentação de critérios, integração com outras atividades de planejamento
4. Suporte: fornecimento de recursos e de pessoal para a gestão de ativos,
comunicação e conscientização
5. Operação: implementação, monitoramento de riscos, gestão da mudança
6. Avaliação de desempenho: definição de métricas, medição do desempenho
financeiro da gestão de ativos, realização de auditorias
7. Melhoria: tratamento de não conformidades e estabelecimento de práticas de
melhoria contínua
Na prática, o sistema de gestão de ativos precisa ser implementado segundo várias
frentes. Entre elas, destacamos:

• estratégia e plano de manutenção incluindo histórico, custos, itens de controle


e equipamentos críticos. Devem ser criados planos de manutenção preventiva e
preditiva;
• qualificação de mão de obra;
• gestão de materiais e redução de desperdício;
• qualificação de fornecedores;
• rotinas de inspeção e auditorias;
• padronização de documentos e emissão de relatórios.
Qual a relação entre gestão de
ativos e manutenção?
Embora a gestão tenha relação com ativos de toda natureza, as máquinas e
equipamentos ainda representam boa parte dos bens da empresa e têm impacto direto na
produtividade. Portanto, uma boa gestão de ativos sempre passa pelo setor de
manutenção.

A gerência de manutenção deve entender completamente a importância de fazer a


gestão dos equipamentos e promover boas práticas no sentido de otimizar a
performance e reduzir as falhas deles.

Para isso, o gestor precisa se preocupar em planejar, documentar, relatar e documentar


todos os detalhes dos processos de manutenção.
Assim, ele contribuirá para uma boa gestão de ativos, na medida em que reduzirá as
chances de quebra de equipamentos e prolongará a vida útil deles.

Como obter a certificação da ISO


55.000?
Primeiro, será preciso conhecer os ativos que estão em posse da empresa no momento.
Portanto, um inventário é uma boa ideia.

Depois, será necessário definir objetivos e metas para a gestão de ativos e capacitar o
pessoal. Também deverão ser adquiridos os recursos necessários para a implementação,
como softwares ou outras tecnologias.
Todo o processo pode ser acompanhado por uma consultoria especializada ou realizado
pelo próprio pessoal da empresa, desde que tenham o devido conhecimento. Por fim,
após implementar todos os passos, a empresa pode procurar as certificadoras.

Para finalizar, ressaltamos que o trabalho não termina com a certificação da ISO 55.000.
A gestão de ativos deve ser parte da rotina e um plano de longo prazo.

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