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Referências - Item 20.10 - Subitens 20.10.1 à 20.10.4.

1 -Análise de Riscos - Aplicação

20.10 Análise de Riscos


20.10.1 Nas instalações classes l, Ilelll, o empregadordeve elaboraredocumentaras
análises de riscos das operações que envolvam processo ou
processamento nas atividades de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e de líquidos
combustíveis.
20.10.2 As análises de riscos da instalação devem ser estruturadas com
base

em metodologias apropriadas, escolhidas em função dos


propósitos da análise, das características e complexidade da
instalação.
20.10.2.1 As análises de riscos devem ser coordenadas por
profissional habilitado.
20.10.2.2 As análises de riscos devem ser elaboradas por equipe
multidisciplinar, com conhecimento na aplicação das
metodologias, dos riscos e da instalação, com
participação de, no mínimo, um trabalhador com
experiência na instalação, ou em parte desta, que é objeto
da análise.
20.10.3 Nas instalações classe l, deve serelaboradaAnálise Preliminarde Perigos/
Riscos (APP/APR). (Vide prazo no Art. 30 da Portaria n. 0 308/2012)
20.10.4 Nas instalações classes II e III, devem ser utilizadas metodologias de
análise definidas pelo profissional habilitado, devendo a escolha levar
em consideração os riscos, as características e complexidade da
instalação. (Vide prazo no Art. 30 da Portaria n. 0 308/2012)
20.10.4.1 0 profissional habilitado deve fundamentar tecnicamente
e registrar na própria análise a escolha da metodologia
utilizada.
Objetivos e Aplicação da Metodologia
O item 20.10.1 estabelece que nas instalações classes l, II e III, o empregador deve
elaborar e documentar as análises de riscos das operações que envolvam processo
ou processamento nas atividades de extração, produção, armazenamento,
transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis, nas etapas de projeto,
construção, montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da
instalação.
Por ocasião da identificação inicial dos perigos, a organização deve considerar, o
atendimento aos requisitos técnicos e legais, além das boas práticas de trabalho. Os
EAR devem incluir também as atividades realizadas pelas empresas prestadoras de
serviço (EPS).
Os Estudos de Análise de Risco (EAR) têm se mostrado importantes para a
identificação das vulnerabilidades resultantes de falhas latentes envolvendo fatores
potenciais de acidentes, desvios organizacionais, possibilidade de erro humano. Este
tipo de análise contínua nas instalações já em operação contribui para minimizar o
risco residual resultando na implementação de recomendações na visão da melhoria
contínua.
Aidentificação dos riscos do empreendimento e seus efeitos potenciais aos
trabalhadores e à população externa contribuem para o direcionamento e
justificativa de recursos a serem alocados no processo de gerenciamento dos riscos
visando implementar medidas preventivas / corretivas que possibilitem minimizar a
probabilidade de materialização das possíveis causas identificadas nos estudos.
Estudos realizados separadamente para plantas ou instalações podem apresentar
limitações na interpretação dos seus resultados, levando à subestimação do risco e à
proposição de medidas de gerenciamento insuficientes.
Existem técnicas visando garantir a segurança operacional e do processo. As NR
propõem técnicas mais simples visando a segurança operacional como por exemplo
o Mapa de Riscos, PPRA, PCMAT, PT, PGR e ART (APR). A segurança do processo
pode ser avaliada pela APR HAZOP, FMEA e Análise de Vulnerabilidade.
Realizar o estudo do processo como um todo e não apenas de uma etapa irá
possibilitar o conhecimento dos riscos para a adoção das medidas de controle
necessárias para a implementação de uma gestão de riscos consistente.
Nesta etapa, os profissionais que irão realizar o EAR devem conhecer os processos,
atividades e métodos de trabalho. A etapa inicial para elaboração deve incluir a
identificação dos procedimentos e o resultado do processo de investigação e análise
dos incidentes incluindo o histórico das situações de emergência ocorrida na
instalação ou similares.
O empregador deve identificar a metodologia mais aplicável e realizar análise
qualitativa ou quantitativa dos riscos, com o propósito de recomendar ações para
controlar e reduzir a ocorrência de incidentes que comprometam a integridade
estrutural e a segurança operacional da instalação. Independente da metodologia os
seguintes passos devem ser seguidos para elaboração dos EAR:
Metodologia
A condução dos EAR deve passar pela seguinte abordagem:
a) Ser definida em seu escopo;
b) Considerar análises de riscos já realizadas na instalação ou em outras
instalações similares;
c) Levar em conta a análise histórica de Incidentes ocorridos na instalação ou em
outras similares;
d) Observar a influência de fatores humanos e de causas externas;
e) Classificar os riscos identificados; e
f) Determinar as ações necessárias para prevenção e mitigação dos riscos.
Elaboração
A identificação e análise de riscos deve ser executada por uma equipe
multidisciplinar e qualificada. A aprovação da análise de riscos deve ser realizada
por responsável designado pelo transportador.
Relatório
O relatório deve incluir, no mínimo:
a) Identificação da equipe;
b) Objetivo e escopo da avaliação;
c) Descrição da instalação, componentes, sistemas ou equipamentos submetidos à análise;
d) Descrição e justificativa da metodologia utilizada;
e) Identificação, análise e classificação dos riscos; e
f) Recomendações e conclusões.
Implementação
a) Os relatórios de EAR devem apresentar as recomendações e conclusões para
cada etapa do ciclo de vida da instalação.
b) Os relatórios de EAR devem estar disponíveis para consulta da ANP e demais
partes interessadas, a qualquer tempo.
c) O empregador deve implementar as recomendações e documentar a sua
implementação. Caso alguma das recomendações seja modificada ou
rejeitada, este deve elaborar parecer técnico com as justificativas que
levaram a tal ação.
d) O empregador deve manter arquivados os relatórios que evidenciem que os
riscos foram sistematicamente avaliados durante as fases de projeto,
construção, operação, inspeção, manutenção e desativação.
NR 20 - Abordagem Legal dos Estudos de Análise de Riscos (EAR)
O subitem 20.10.2, as análises de riscos da instalação devem ser estruturadas com
base em metodologias apropriadas, escolhidas em função dos propósitos da
análise, das características e complexidade da instalação.
Cada vez mais as empresas estão trabalhando com Sistema de Gestão Integrada (SGI), isso justifica
utilizar sempre que possível, os mesmos conceitos e metodologias visando atender o licenciamento
ambiental, legislação trabalhista e corpo de bomeiros estaduais de forma a evitar a criação de
redundâncias de documentos dificultando o controle de documentos.
A exigência na elaboração de EAR é uma das novidades da nova NR 20. Esses estudos
até então eram exigidos apenas pelos órgãos ambientais, agora passam a fazer parte
do pacote de ròtinas a serem exigidos pela fiscalização do trabalho,
Embora a NR 20 não faça uma distinção clara entre as metodologias APP/APR,
metodologicamente existe uma diferença entre elas em relação ao escopo e
abrangência, não se tratando apenas de uma questão de terminologia. Veja a
diferença entre elas:
APR: Identifica os micro cenários envolvendo a relação homem x máquina
sendo uma simplificação da APP. Ex: queda de nível, exposição a energia
elétrica, agentes ambientais, deficiência de oxigênio, entre outros.

APP: Identificar macro cenários, isto é, situações potenciais de acidentes que


podem ultrapassar os limites da instalação. Ex: vazamentos, decomposição,
incêndio e explosões, entre outros. esses cenários envolvem normalmente
transformações físicas, químicas elou fisico-químicas indesejáveis que podem
comprometer significativamente a operacionalidade da planta.
Vale destacar que tanto os macro quanto os micro cenários são situações potenciais
que podem resultar em acidentes com lesões e até mesmo morte aos trabalhadores
envolvidos nas operações. O subitem 20.14.3 estabelece que esses cenários devem
ser incorporados ao plano de emergência.

Em nosso entendimento, como a NR 20 visa a prevenção de acidentes envolvendo


incêndios e explosões com gases, líquidos inflamáveis e combustíveis, é razoável
sugerir que deva ser utilizada a APP numa abordagem mais abrangente para
identificação dos perigos e das possíveis causas de forma a minimizar a
probabilidade de ocorrência desses acidentes numa determinada planta industrial.
Tanto a APP quanto APR fazem parte do sistema de gestão de riscos da organização
sendo fundamental para elaborar um Programa de SSO consistente. Os EAR fazem
parte do PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos. A técnica APP - Análise
Preliminar de Perigos foi introduzida inicialmente no Brasil para dar suporte na
tomada de decisão para o licenciamento ambiental.
O subitem 20.10.3 definiu que para as instalações de Classe 1 deve ser utilizada a
Análise Preliminar de Perigos/Riscos (APP/APR). Em nosso entendimento, para as
instalações das Classes 2 e 3 pode ser APP/APR podendo ser complementada por
outras metodologias a serem definidas pelo profissional habilitado ou por exigência
das autoridades competentes.
As outras metodologias qualitativas que podem ser usadas para complementar os
estudos da APP/APR são: HAZOP, FMEA, What If. A escolha da metodologia vai
depender do nível de profundidade da análise e dos objetivos a serem alcançados.
Os estudos de vulnerabilidades são elaborados em complemento aos estudos
qualitativos para fins de atendimento aos requisitos do licenciamento ambiental.
Isto quer dizer que poderá ser exigida das instalações de Classes 2 e 3, por exemplo,
avaliação quantitativa como, por exemplo, "Estudo de Vulnerabilidade". Estes
estudos šfrñ1JJar Vâžament0S de gás, vapores e fíquidos no ar, água ou solo,
tornando possívei saber quai a quantidade, quai ã dislància ê ConcenìraçàO Âué OS
hiuiðòŠ iÌåò percorrer no tempo, quais as distâncias seguras em caso de necessidade
de isolamento e abandono do local, dimensionar recursos de vazamento elou
contenção.
Dependendo das características das instalações, os estudos de vulnerabilidade são
exigidos pelos órgãos ambientais, sendo fundamental para estabelecer os recursos
materiais e humanos necessários para otimizar o plano de mergência e assim
minimizar a gravidade/impactos no caso de ocorrência de acidente.
Uma das razões para dar esta abertura de uso de outras metodologias, é que não
existe uma metodologia universal para identificação de perigos e avaliação de
riscos, que responda a todas as perguntas, caberá ao profissional qualificado saber
o objetivo do estudo e aplicar aquela que mais se adeque aos objetivos do estudo.
Os estudos de análise de risco devem considerar as possibilidades de falha, em
função do erro humano, organizacional e do equipamento. São utilizados procedimentos
para entender e justificar os aspectos de segurança existentes ou a serem implementados.
Veja no Anexo como identificar e registrar as substâncias perigosas que serão abordadas no
EAR.

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