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A análise de

riscos de
incêndio e de
explosão

José Simão
A análise de riscos de incêndio e de explosão

• Como deve ser executada a aplicação da


metodologia de análise de riscos nas fases do
projeto da instalação? Quais são os requisitos de
severidade adotados para o estudo de análise de
riscos? Quais são os requisitos de frequência de
ocorrência? Qual deve ser a matriz de risco a ser
adotada para o estudo de análise de riscos? Quais
devem ser os requisitos de severidade? Esses
questionamentos estão sendo exibidos na NBR
16955 de 04/2021 - Sistemas de prevenção de
deflagração - Análise de riscos de incêndio e de
explosão - Requisitos.

José Simão
A análise de riscos de incêndio e de explosão
• NBR 16955 de 04/2021 – Sistemas de prevenção de
deflagração – Análise de riscos de incêndio e de
explosão – Requisitos
• A NBR 16955 de 04/2021 – Sistemas de prevenção de
deflagração – Análise de riscos de incêndio e de
explosão – Requisitos especifica a metodologia e as
técnicas usadas na análise de riscos de incêndio e de
explosão para identificar e analisar as causas e suas
consequências, bem como avaliar os eventos de
incêndio e/ou explosão em projeto de processos de
instalações industriais, com sistemas de prevenção de
deflagração, nas fases de estudos de viabilidade e
preliminar, nos projetos básico e executivo, e também
nas instalações existentes.

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A análise de riscos de incêndio e de explosão
• A análise e avaliação de riscos têm se consolidado como
uma das mais importantes ferramentas de tomada de
decisão, nas diversas áreas do conhecimento como,
engenharia, economia, saúde pública, ciências
ambientais entre outras. Este amplo campo de aplicação
decorre entre outros fatores, da importância da avaliação
de risco como uma ferramenta de prevenção de
acidentes.
• O risco de uma instalação industrial para a comunidade e
para o meio ambiente, circunvizinhos e externos aos
limites do empreendimento, de acordo com o autor
Brauer, está diretamente associado às características das
substâncias químicas manipuladas, às suas respectivas
quantidades e à vulnerabilidade da região onde a
instalação está ou será localizada.

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A análise de riscos de incêndio e de explosão
• A metodologia de análise de riscos foi desenvolvida,
após a ocorrência de um trágico acidente em 1974, em
Flixborough, na Inglaterra, com técnicas como, análise
preliminar de perigos (APP), hazard and operability
(HAZOP), árvores de eventos e de falhas e análise de
consequências e de vulnerabilidades. A metodologia de
análise de riscos de incêndio e de explosão é composta
por três etapas: análise, avaliação e gerenciamentos de
riscos.
• A metodologia de análise de riscos deve ser aplicada aos
projetos de processos industriais e efetuada pelo
projetista da instalação ou por especialista
independente, a partir da fase de viabilidade, estudo
preliminar, projetos básico e executivo e operação da
instalação. As instalações existentes e em operação
também devem ser submetidas à metodologia de
análise de riscos.

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A análise de riscos de incêndio e de explosão
• Para as instalações em operação, essa metodologia deve ser
aplicada também a partir da fase de projeto de qualquer
modificação, portanto, antes de sua implementação. A metodologia
de análise de riscos, quando necessária, deve ser aplicada
internamente ou por entidade independente em relação ao
empreendimento. Seu conteúdo e resultados devem ser descritos
em forma de relatório e desenhos, e devem fazer parte da
documentação de segurança, a ser encaminhada às autoridades
constituídas para análise, licenciamento e aprovação do
empreendimento. Na figura abaixo é apresentada a composição da
metodologia de análise de riscos de incêndio e de explosão.

José Simão
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Etapas da metodologia de análise de risco de incêndio ou explosão

• As fases da metodologia, as técnicas e as suas relações com as fases de


projeto da instalação, em análise, são descritas em 4.4. A seleção da
técnica de análise a ser utilizada para avaliar os riscos de uma instalação
ou processo depende do tipo de processo em projeto ou do processo
existente. A análise de perigos tem por objetivo de identificar o cenário
acidental de consequências mais severas para as pessoas, equipamentos
e instalações.
• A identificação de perigos e/ou riscos de incêndio e de explosão é
qualitativa e tem o objetivo de: caracterizar o empreendimento e
identificar os perigos (cenários) possíveis de ocorrer no processo;
estabelecer os parâmetros iniciais de cenários de acidentes maiores,
conforme a NBR 16385; indicar as medidas de segurança para mitigar os
níveis de risco identificados pela análise; estimar a severidade e a
frequência de ocorrência de acidentes potenciais (classificação do
perigo). As NFPA 652 e NFPA 551 apresentam os modelos de análises de
riscos que podem ser usados para os processos com pós combustíveis
(dust hazard analysis – DHA) e com incêndio, respetivamente.

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Etapas da metodologia de análise de risco de incêndio ou
explosão
• A avaliação de risco em processo ou instalação é quantitativa e tem o objetivo de: selecionar os cenários de
acidentes mais severos identificados anteriormente; determinar o nível de consequências referentes à
radiação térmica de um incêndio, as sobrepressões de uma explosão e os níveis de concentração tóxica
emitida durante o desenvolvimento do cenário acidental selecionado; desenvolver a sequência de
ocorrência ou o mecanismo do cenário acidental; quantificar a frequência de ocorrência do cenário em
análise; apresentar as medidas mitigadoras de risco para a redução dos efeitos da ocorrência do cenário. O
controle dos riscos em função dos riscos inerentes propõe sistema ou procedimentos que supervisionem e
controlem esses riscos.
• O gerenciamento de riscos em instalações industriais tem como objetivo: selecionar as atividades de
gerenciamento para controlar os riscos da possível ocorrência dos cenários acidentais analisados; implantar
os procedimentos de gestão de riscos; transformar os resultados pontuais da análise e avaliação de riscos,
em atividades dinâmicas de gestão de riscos; desenvolver os planos de ação de emergência, de
contingências e de crises e auditorias periódicas de segurança. A metodologia de análise de riscos de
incêndio e de explosão é composta pelas etapas apresentadas a seguir. A metodologia de análise de riscos
de incêndio e de explosão (MARIE) é composta pelas etapas apresentadas na figura abaixo.

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Etapas da metodologia de análise de risco de incêndio ou explosão

• Na caracterização do empreendimento da instalação, é importante descrever a localização geográfica, a


meteorologia e a comunidade locais, acessos, descrição física da instalação, tipos de produtos em processo e
sistemas de segurança e de resposta às emergências e às contingências ou crise. A identificação dos perigos
potenciais do processo ou da instalação é realizada pelo emprego de técnicas de análise de risco, como, APP
(análise preliminar de perigos), What-if (questionamentos do tipo o que aconteceria se…), hazard e
operability (HAZOP) análise do binômio operador-máquina, fail mode and effect analysis (FMEA) ou análise
de modos de falhas e seus efeitos (AMFE) e dust hazard analysis (DHA) análise de risco para pós
combustíveis.
• Os perigos identificados são classificados com relação à sua gravidade e a probabilidade de ocorrência,
conforme uma matriz de risco previamente elaborada para a análise de risco. É nessa fase que se definem os
potenciais perigos encontrados no processo ou na instalação e que serão objeto de estudos quantitativos
posteriores, se necessários. Com base na classificação de perigos realizada na etapa de identificação de
perigos, selecionam-se os cenários potenciais de acidente.

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Etapas da metodologia de análise de risco de incêndio ou explosão

• Com os cenários acidentais estabelecidos definidos, realizam-se as simulações de ocorrência de cenários, por
meio de programas de computador para se determinar a extensão dos efeitos danosos à vida, ao meio
ambiente e ao patrimônio do empreendimento. Esta fase também avalia a vulnerabilidade das pessoas e dos
materiais e/ou estruturas aos efeitos desses acidentes. Essa avaliação é efetuada para se determinar o nível
de radiação térmica absorvida durante um incêndio e o nível de sobrepressão recebido durante uma
explosão no interior da instalação em análise.
• Os estudos de dispersão atmosférica de nuvens tóxicas devem ser elaborados para os casos de produtos
tóxicos emitidos durante o acidente de processo. As ferramentas computacionais do tipo CFD (estudo
dinâmico de fluídos) podem ser utilizadas na ACV. A análise de riscos tem características qualitativas e, com a
estimativa de frequências de riscos dos cenários, é iniciada a quantificação de seus riscos.
• A quantificação de riscos é realizada com o emprego de técnicas do tipo árvores de eventos (AAE) e de falhas
(AAF). A árvore de eventos estuda a sequência de ocorrência de um evento indesejável, aplicando a teoria
de Delphi. Estas duas técnicas AAE e AAF também são conhecidas pelas siglas inglesas, ETA – event tree
analysis e FTA – fault tree analysis, respectivamente. A técnica de árvore de falhas considera a probabilidade
de ocorrência do evento topo (cenário acidental indesejável) e de suas causas.

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• A construção da árvore de falhas se baseia na determinação de portas de ocorrência de causas do tipo E/OU.
Para essa quantificação, usam-se conceitos de álgebra Booleana para a determinação da frequência de
ocorrência do evento topo a ser estudado. A IEC 61025 apresenta um procedimento para a análise por
árvore de falhas.
• Os dados utilizados neste estudo devem ser compatíveis com estruturas já existentes, ou que possuam a
mesma vulnerabilidade. Estes dados de probabilidades são obtidos em banco de dados conhecidos e
específicos. A avaliação de riscos é determinada pelo cálculo dos riscos sociais e individuais decorrentes do
potencial de cada cenário acidental. Para essa avaliação é necessário o uso de programa de computador de
última geração.
• O nível de segurança da instalação em projeto ou existente deve atender ao critério de aceitabilidade de
riscos adotado pela legislação vigente. A conformidade de segurança desta instalação, às medidas
mitigadoras de riscos recomendadas deve ser efetuada nesta etapa da metodologia. Para as respostas à
emergência e à contingência (REC), estabelecer o plano de ação de emergências (PAE), apresentando a
definição dos cenários de emergência, da equipe de emergência (inclusive organograma), suas funções e
responsabilidades, procedimentos de emergência, descrição dos sistemas de combate, sistema de
comunicação de emergências, estabelecimento de rotas de fuga, saídas de emergência, pontos de encontro
e telefones importantes para situações de emergências (ver Anexo B), em conformidade com a NBR 15219.

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Etapas da metodologia de análise de risco de incêndio ou explosão

• Elaborar o plano de contingência ou crise, visando à garantia da segurança física e patrimonial das pessoas e
das instalações de processo, por exemplo, perímetro e processos da unidade industrial, a subestação elétrica
e sala de controle operacional, contra atividades ilícitas (greve, atos criminosos, atos de vandalismo,
terrorismo, etc.) que possam ocasionar danos aos sistemas operacionais da instalação industrial (ver Anexo
B). A brigada de emergência deve atender à NBR 14276. Estes planos são de responsabilidade do gestor da
instalação industrial e devem ser elaborados e ensaiados antes do início de sua operação.
• A NBR 15219:2020, Anexo D, apresenta um resumo das etapas para implantação de um plano de
emergência. Quanto às medidas mitigadoras de riscos (MMR), o encerramento da aplicação da metodologia
de análise de riscos para instalações industriais ocorre após a implantação das medidas de segurança que
mitigam os perigos encontrados ao longo do trabalho.
• Essas medidas podem ser de caráter administrativo ou técnico. Sua implantação é vital para assegurar a
redução dos riscos encontrados na instalação ou no processo e deve ser efetuada ainda na fase de projeto,
portanto antes do início da operação da instalação. Nos casos das instalações industriais em operação, as
medidas de segurança resultantes da aplicação do MARIE na instalação, por ocasião de modificações no
processo da instalação, devem ser implantadas antes da instalação reiniciar a sua operação.

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Etapas da metodologia de análise de risco de incêndio ou explosão

• Para a análise de conformidade de segurança (ACS), a segurança implantada em instalações industriais,


resultante das recomendações de segurança descritas na aplicação das técnicas de análise de riscos em
instalações industriais, deve ser verificada in loco por meio de uma auditoria técnica de segurança, antes do
início de operação da instalação. Uma das técnicas de análise de riscos de incêndio e de explosão é a análise
preliminar de perigos (APP).
• A técnica APP ou PHA (preliminary hazard analysis) permite inicialmente identificar e analisar de forma
abrangente os potenciais riscos que podem estar presentes na instalação analisada. A técnica possui um
formato padrão tabular, onde, em que a cada perigo identificado é levantada suas possíveis causas, efeitos
potenciais, medidas de controle básicas para cada caso para o nível preventivo e/ou corretivo, tanto aquelas
medidas já existentes ou projetadas como aquelas a serem implantadas no estudo APP efetuado.
• Finalmente, os perigos identificados pela técnica APP são avaliados com relação à frequência de ocorrência,
ao grau de severidade e ao nível de suas consequências, considerando os potenciais danos resultantes às
pessoas, aos materiais (equipamentos e edificações), ao meio ambiente e à comunidade em geral. As
categorias de perigo foram adaptadas para as instalações industriais convencionais, a partir de requisitos de
segurança da indústria aeronáutica. As categorias de perigo originalmente determinadas constam de tabelas
e da matriz de risco que devem ser consideradas na categorização dos perigos identificados por esta técnica

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Etapas da metodologia de análise de risco de incêndio ou explosão

• Esta categorização tem como objetivo estabelecer a priorização na implantação das recomendações de
segurança na instalação industrial analisada. Estas informações também podem ser utilizadas nas outras
técnicas de identificação de perigos. Os resultados da APP são apresentados em planilhas (ver Anexo A) de
análise elaborada de acordo com o seguinte: perigo: condição com potencial para causar determinado dano;
causas possíveis: procedimentos ou condições que dão origem aos riscos; categorias de frequência: critério
que estabelece o nível do valor da probabilidade de ocorrência da causa identificada e analisada;
consequências: efeitos danosos ao operador e/ou no material; categorias de consequência: critério que
classifica o risco de acordo com quatro categorias consequências (desprezível, marginal, crítica e
catastrófica); medidas preventivas e/ou corretivas existentes: medidas gerais e específicas, em nível
preventivo e/ou corretivo, já projetadas na instalação em estudo; medidas preventivas e/ou corretivas a
serem implantadas: recomendações de melhoria operacional e/ou de segurança, a serem ainda
implementadas na instalação em estudo; avaliação preliminar do risco: critério de avaliação do potencial de
risco encontrado com a aplicação da matriz de risco.

José Simão
Trabalho de
José Simão
•José Simão

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