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Teóricos e
Metodológicos da
Educação Infantil
ISBN:
1.Educaçãoinfantil.2.Teoria.2.Ensino-metodologia.I.
Título.
MISSÃO
VISÃO
VALORES
[...] É livre, no entanto, o indivíduo que sabe julgar, e cujo espírito crítico,
RESENTAÇÃO
RESENTAÇÃO
RESENTAÇÃO
RESENTAÇÃO
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RESENTAÇÃO
Professora Marta
Com carinho,
Tenha bons estudos e aprendizados!
preciso formar inteligências ativas. Piaget Conferência apresentada no 28º
e não o trabalho sob pressão e a repetição verbal. [...] Não é suficiente
INTRODUÇÃO......................................................................................15
O SURGIMENTO DA ESCOLA:
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ...........................................................22
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO: EDUCANDO UMA CRIANÇA OU UM ADULTO EM
MINIATURA?........................................................................................53
INTRODUÇÃO......................................................................................79
REFERÊNCIAS 100
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDO
INTRODUÇÃO
Antes de qualquer coisa é preciso conhecer o que é conceito e o conceito de infância.
conceito é uma representação construída pela mente humana sobre algo, um objeto,
uma relação etc. Quando falamos em conceito de infância isso significa uma ideia de
infância que não apresenta as diferenças entre as coisas em sua extensão semânti-
ca, pelo contrário tratamo-las como idênticas. Para constituir o conceito de infância
período de nossa vida são o que chamamos de infância, um conceito que reúne
Fonte: Shutterstock
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
Entre o século XV e o século XVIII, podemos dizer que temos o fim da chamada Idade
tórico, diz respeito ao período da história ocidental que se iniciou a partir do século
XVII e vai até início do século XIX, quando podemos falar em Idade Contemporânea.
A palavra “moderno” vem do latim modernus, e quer dizer “atual”, “agora”. Essa
divisão que foi estabelecida pelos pensadores hoje chamados de modernos como
Francis Bacon (1561-1626), por exemplo, dizia que a “Antiguidade foi antiga e
1620, com Alessandro Tassoni e está ligado à noção de história como progresso,
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
ocidental.
Nem sempre a infância foi compreendida como hoje, no século XXI. As crianças
eram vistas como adultos em miniatura, mas isso não quer dizer que fossem con-
sideradas com direitos iguais aos dos adultos. A vida era relativamente igual para
pessoas de diferentes idades, mas não existia uma consciência social da existên-
cia autônoma das crianças. As crianças não tinham o poder dos adultos, sofriam
[...] algumas pouquíssimas crianças podiam ter um poder imenso, como Luiz XVI,
rei da França, a ponto de ser tratado como adulto por seus criados e cortesãos.
Também havia o caso de pessoas que não conseguiam durante a vida toda sair
da infância, como os escravos. No sul dos Estados Unidos, escravos eram trata-
dos como meninos, “come here, boy”, como eram conhecidos. Classificados como
dependentes, eram tidos como seres inferiores, como nos conta Levin (1997). [...]
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
Na chamada Idade Média existia uma classificação das etapas da vida das pessoas.
Durante a Idade Média, antes da escolarização das crianças, estas e os adultos com-
função da idade dos indivíduos, não havia o sentimento de infância ou uma repre-
Assim, foi durante o século XVII que se generalizou o hábito de pintar nos objetos e
na mobília uma data solene para a família. Pode-se afirmar que foi na Idade Média
que as “Idades da Vida” começaram a ter importância. Durante a Idade Média, en-
tão, existiam seis etapas de vida. As três primeiras, que correspondem à 1ª idade
(nascimento/7 anos), 2ª idade (7/14 anos) e 3ª idade (14-21 anos), eram etapas não
(a senectude), considerando a pessoa que não era velha, mas que já tinha passado
da juventude; e a 6ª idade (a velhice), dos 60 anos em diante até a morte. Tais etapas
alimentavam, desde esta época, a ideia de uma vida dividida em fases (ARIÈS, 1973)
Na modernidade pode dizer que surgiu uma primeira concepção de infância devido
ção com as crianças. Desse modo, a “[...] a palavra infância passou a designar a
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
Pode-se afirmar que nesse momento as crianças foram tomadas como seres que
para serem adultos socialmente aceitos. As crianças foram tomadas como seres
[...] um provérbio da época, que diz: Quem não usa a vara, odeia seu filho. Com mais
amor e temor castiga o pai ao filho mais querido. Assim como uma espora aguçada
faz o cavalo correr, também uma vara faz a criança aprender (LEVIN, 1997, p.230)
Com a visão de Rousseau que recomendava uma Educação Infantil sem castigos,
OLIVEIRA, 2013).
No século XIX, o sociólogo Durkheim procurou ligar a infância à escola com o ob-
jetivo de instruir as crianças pela moral e pela disciplina. Era necessário dominar
os ímpetos infantis.
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
Para controlar “os humores endoidecidos” das crianças, Durkheim (1978) propôs três
elementos fundamentais para desenvolver a educação moral das novas gerações, que
subjetividade desta os três elementos da moralidade. Explica o referido autor que edu-
ção da escola, muitos estudos foram feitos e aos poucos se consolidou o conceito
em que tivemos espaços exclusivos para crianças, roupas exclusivas para crian-
ças, cabelos etc. As escolas tinham salas separadas por idades. Agora, as crianças
somente encontravam os adultos na vida em família. Não podemos omitir aqui que
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
Hoje, fala-se ainda em extinção da infância, porque cada vez mais se percebe uma
linha tênue entre crianças e adultos. Porém, isso ocorre devido conflitos em países
que ora se orientam pelas religiões, ora por países que querem penalidades maio-
res para os menores dado a época de consumo de drogas, do trato diferente com
a sexualidade etc.
“As fronteiras entre a infância e a fase adulta estão cada vez mais tênues”, disse
Harvard: Estamos obcecados por crianças, mas isto não significa que estejamos
infância e a idade adulta estão sendo rompidas, e não sabemos ao certo aonde isto
Entretanto não devemos esquecer que na Grécia antiga crianças eram usadas no
sexuais ficava abaixo dos dez anos, até o fim do século XIX, conforme Feher (1992)”
pesquisou a história dos programas de Justiça para a infância, deu o seguinte título
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
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ao seu relatório: “Tribunal Juvenil aos 100 Anos de Vida: O Fim do Otimismo”.
Hurst (1998) destacou que, no final de 1996, 49 aprovado leis que autorizam a aber-
“Fizemos uma evidente mudança de rumo e procuramos agir como se, em matéria
Outro pesquisador importante em nossa época é Neil Postman, autor do livro O de-
bém perde. O desparecimento da infância se deve, em parte, pela mídia, que adultiza
como substituto da mãe, do pai, da família, das amizades, enfim, da vida coletiva.
O SURGIMENTO DA ESCOLA:
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES1
Podemos falar em escola como conhecemos em nosso século e na produção de
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
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alizar a Terceira Reforma. A primeira teria sido feita por Jesus Cristo, a segunda por
Lutero e terceira seria obra de um coletivo entendido aqui como coletivo de intelectuais
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metodológicos da Educação Infantil
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Desse modo, a pedagogia comeniana pensa a cabeça da criança como folha papel
em branco que poderia receber a inscrição ou o ensino. Esse seria o caminho seguro
para uma Educação Universal, condição básica para a formação de um novo homem
(MAZZOTTI, 2005).
que a imprensa, ainda pouca à época, já fazia. Mazzotti (2005) indica que em 1550,
Adam Riese, publicara um manual de aritmética que contou com 38 edições. Essa
uma cartilha, nos moldes da cartilha que vigora até hoje, o manual para alfabetizar
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metodológicos da Educação Infantil
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I. Toda juventude (exceto a quem Deus negou a inteligência) seja formada; II. Em
todas aquelas coisas que podem tornar o homem sábio, probo e santo. III. Que esta
formação, enquanto preparação para a vida, esteja terminada antes da idade adulta.
IV. Que esta mesma formação se faça sem pancadas, sem violência e sem qualquer
espontaneamente […]. V. Que todos se formem com uma instrução não aparente,
mas verdadeira, não superficial, mas sólida; ou seja, que o homem, enquanto animal
racional, se habitue a deixar-se seguir não pela razão dos outros, mas pela sua, e
não apenas a ler nos livros e o entender, ou ainda reter e recitar de cor as opiniões
dos outros, mas penetrar por si mesmo no âmago das próprias coisas e a tirar delas
dizer-se o mesmo. VI. Que essa formação não seja penosa, mas facílima, isto é, não
consagrando senão quatro horas aos exercícios públicos [sala de aula] e de tal ma-
neira que um só professor seja suficiente para instruir, ao mesmo tempo, centenas
de alunos, com um esforço dez vezes menor que aquele que atualmente costuma
despender-se para ensinar cada um dos alunos (COMÉNIO, 1966, pp.163-164 apud
(cf. MAZZOTTI, 2005). Aliás, tempo e espaço seriam as duas categorias essenciais
da escola, como Kant (1724-1804) afirmou mais tarde. Tempo do professor e dos
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
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da mesma maneira [na tipografia]. O papel são os alunos, em cujos espíritos devem
ser impressos os caracteres das ciências. Os tipos são os livros didáticos e todos
a aprender se imprimam nas mentes com pouca fadiga. A tinta é a viva voz do pro-
fessor que transfere o significado das coisas, dos livros para as mentes dos alunos.
O prelo é a disciplina escola que a todos dispõem e impele para se embeberem dos
O livro didático é assim instituído como o percurso escolar. A nova escola é aquela
que ensina TUDO e todos. Está instituído também o saber escolar, o saber que
estão no lugar de cada uma das disciplinas científicas ou filosóficas (na época não
havia distinção entre elas). Estas disciplinas, depuradas pelos especialistas, são os
puta, uma vez que interdita a leitura de livros variados sobre o mesmo assunto. O
Estava assim dado o percurso que temos ainda hoje no século XXI:
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• O livro didático pôde instituir o ensino de massas. O ensino das novas so-
ciedades burguesas.
ensinar as línguas.
professor. Este método objetiva ou reifica o trabalho docente, bem como o do discente,
por meio dos instrumentos de ensino — o livro didático, o manual de ensino, os recursos
número possível de pessoas escolarizadas. A meta “ensinar tudo a todos” requer esta ob-
jetivação, que faz do professor um organista que executa uma partitura, uma vez que ensi-
nar é o mesmo que escrever sobre uma folha de papel em branco (MAZZOTTI, 2005, p.6).
Nos dias de hoje, século XXI, ainda temos a partitura do professor, agravada pe-
trabalho do professor com mais e mais aulas. Não estaria a partitura garantindo a
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
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E por estranha ironia, o livro didático que antes fora produzido para promover a
aliança entre o trabalho intelectual e manual e sair da exegese medieval, tornou a sala
de aula, a escola e o professor leitores de um livro só. Tal como Comenius criticava.
Infantil. Sua regulamentação data de 1996, quando a Lei de Diretrizes e bases, LDB
9.394/1996 definiu que a Educação Infantil era a primeira etapa da Educação Básica.
Aliás, foi tardia a escola no Brasil. Até 1790, Portugal proibia na sua colônia brasileira
como sua finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a seis anos de ida-
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
bro de 2009 com a composição de novas diretrizes para a fase de zero aos seis
De acordo com Nono (2013) essa Resolução foi publicada no Diário Oficial de 18
Educação Infantil:
no uso de suas atribuições legais, com fundamento no art. 9º, § 1º, alínea “c” da Lei
na Educação Infantil.
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anos de idade.
interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pes-
cultura.
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
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§ 3º As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março devem ser matricu-
Fundamental.
tro horas diárias e, em tempo integral, a jornada com duração igual ou superior a sete
princípios:
ordem democrática.
Educação Infantil deve garantir que elas cumpram plenamente sua função sociopo-
lítica e pedagógica:
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
III - possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e crianças quan-
linguística e religiosa.
Art. 8º A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como
Educação Infantil deverão prever condições para o trabalho coletivo e para a organi-
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ao processo educativo;
habilidades/superdotação;
e à discriminação;
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competentes.
das crianças;
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
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experiências que:
domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica,
dramática e musical;
com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textu-
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coletivas;
VII - possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais,
mento da diversidade;
tempo e à natureza;
poesia e literatura;
recursos naturais;
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Art. 10. As instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para acom-
crianças no cotidiano;
gias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança (transi-
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
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Art. 11. Na transição para o Ensino Fundamental a proposta pedagógica deve prever
dessas Diretrizes.
Art. 13. A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogan-
(NONO, 2013,s.p.).
Trabalho infantil
Fonte: Conti outra (2015)
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
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Desde então, muitos estudos e proposições práticas para a Educação Infantil fo-
2007 (CAMPOS; CRUZ, 2007) e outras têm apontado, inclusive, dados quantitativos
13% dos quase 11,5 milhões de crianças brasileiras com idades entre 0 e 3 anos
frequentam creches, apesar de esse ser um direito garantido por lei, de acordo com
melhorias das ações pedagógicas com o avanço das políticas públicas no Brasil,
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
das pelo sistema federal. Houve a aprovação, para a valorização dos profissionais
Fundeb são utilizados nas esferas municipais e estaduais pelas secretárias de es-
Isso significa que ainda existem muitos desafios para uma real e boa educação
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
cional da instituição caso ele traduza a vontade dos educadores envolvidos e atenda
[...] Outros documentos estão sendo publicados pelo MEC com o objetivo de sub-
sidiar as práticas presentes nas escolas de Educação Infantil. Entre tais documen-
tos, todos de acesso livre, via site do MEC (www.mec.gov.br), estão os Parâmetros
Educação Infantil: pelo direito das crianças de zero a seis anos à Educação (BRASIL,
vez em 1995, são apresentados os direitos das crianças que devem ser respeitados
direitos:
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
dade de expressão.
• Nossas crianças têm direito a uma especial atenção durante seu período de adap-
tação à creche.
• Nossas crianças têm direito a desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa.
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
SAIBA MAIS
Veja o vídeo sobre referencial educacional para a Educação Infantil: um panorama.
<http://www.youtube.com/watch?v=ZbE0O6C9CBI&feature=player_detailpage&t=86>.
a professora Neiva Barbosa Saisi, da PUC de São Paulo. Ela analisa o referencial
INDICAÇÃO DE LEITURA
Livros interessantes para o nosso tema:
dade ocidental.
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Atualidades Pedagógicas.
<http://www.sallep.net/cooperativo/C%C3%B3mo%20pensamos.pdf>.
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
REFLITA
Pense sobre o que escreveu Darcy Ribeiro, antropólo-
go, idealizador da Universidade de Brasília de quem foi
reitor, foi o que construiu as escolas CIEPs em tempo
integral no Rio de Janeiro, no governo Leonel Brizola.
Também foi o idealizador da Universidade Estadual do
Norte Fluminense. Foi candidato pelo PDT a senador.
Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O(a) profissional que pretende se tornar um educador não é um docente completo
é uma orientação, não é uma teoria para se educar crianças pequenas. O percurso
dia, aliar as teorias sobre o desenvolvimento mental das crianças e sobre as pro-
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UNIDADE I - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
ATIVIDADES
1) Por que o conceito de infância é relativamente recente entre nós?
Educação Infantil?
Educação?
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UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDO
Jean Piaget
ticas da inteligência infantil têm uma significação funcional que nos permite pensar
cia como um “mal necessário” e daí todas as ações dos adultos sobre as crian-
2 Este texto é uma versão modificada do capítulo do livro Educação, construtivismo e ética, pu-
blicado em 1996, Editora Gráfica São Paulo, Porto Ferreira, São Paulo, de Luzia Marta Bellini e
Adriano Rodrigues Ruiz .
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
homem ideal.
Piaget, ao longo de 60 anos de sua vida como pesquisador da lógica infantil, contrariou
a visão dominante sobre a infância, e mostrou que o mundo das crianças constitui-se
educação das crianças pequenas. É por isso que, em Piaget, podemos encontrar duas
São elas: uma educação unilateral, pela qual a criança é chamada a receber de
tem inteligência e é curiosa. Nesse segundo caso, Piaget (1975) diz: “[...] a criança
das a razão e as regras da boa ação, mas conquistando-a com seu esforço e suas
Em nossa cultura essas duas concepções conflitam entre si. Uma pratica uma edu-
cação que acredita em uma criança como um cérebro em branco; a outra age em
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
vai ser “algo quando crescer”, ela já é. É um ser que pensa, levanta hipóteses sobre
o mundo e amplia seus pontos de vista e seus conhecimentos conforme troca expe-
Para, então, fazermos algumas reflexões em torno das duas visões de infância
apontadas por Piaget, tentaremos levantar duas tendências sobre a educação das
possibilidade de uma nova ética, despida da pressão, dos preconceitos e dos en-
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
uma psicologia do bode expiatório, em uma ética individualista com valores cano-
pelo preconceito de cor, do credo religioso) são os exemplos de uma ética fundada
cultura ocidental.
O exemplo mais claro é quando o professor elogia seu aluno preferido enaltecen-
do-o e ao mesmo tempo provocando uma cisão nos demais alunos: o melhor, e os
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
outros, os “piores”. Essa divisão que enobrece o nobre e desqualifica os que não
É a velha ética judaico-cristã que leva o indivíduo a se identificar com os valores cole-
vemos que os pequenos são precocemente treinados para reprimir suas “emo-
aula e o que apreende no dia a dia. E, em sua construção moral, fica vinculada às
Esse movimento ocorre porque educar, como enfatiza Piaget (1975)‚ adaptar a
4 Heterônomo diz respeito ao indivíduo que apenas obedece, não recria, apenas repete. Ao con-
trário do indivíduo heterônomo existem os que desenvolvem uma autonomia intelectual, moral
e afetiva.
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
vida, de sua lógica e acaba por conceber a educação apenas como simples trans-
suas transformações cognitivas e morais. Mais com a imitação do que com a con-
A escola tradicional impõe ao aluno a sua tarefa: ela o “faz trabalhar”. Sem dúvida
a criança pode colocar nesse trabalho uma parte maior ou menor de interesse e de
entre os alunos e ele deixa uma margem apreciável atividade verdadeira. Mas, dentro
nomas porque são ligadas à pressão contínua do professor, suscetível, por sua vez,
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
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esta pensa a criança como adulto, isto é, como “um ser que raciocina e pensa
como “mal necessário”, porque para Piaget, em cada idade, cada criança tem suas
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
entre aluno(a)s e aluno(a)s. Vemos o sentido unilateral pelo treinamento pelas tare-
sequencia de zero a 10. Essas aulas repassam costumam ser apenas uma justapo-
históricos (e, até mesmo, “críticos”), porém, como em uma fábrica “cada um está
para si”, disputando o prêmio se chegar primeiro (ou canonizar os valores que os
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5 Aqui entendemos que estamos falando da escola tradicional: aquela que se fundamenta em
uma epistemologia empiricista, ou seja, na transmissão do conhecimento e da cultura.
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
Valores coletivos e uma ética individualista, eis um problema que passa pelas rela-
Diz Piaget (1975): “O que‚ então, é a infância? E, como ajustar as técnicas educa-
tivas a serem ao mesmo tempo tão semelhantes e tão diferentes de nós?” (p.156).
quenos têm diferentes modos de pensar. Outros pensadores da cultura como Carl
proco entre educador e educando são seus pressupostos. Não é possível separar
a criança e sua educação dos valores básicos que constroem uma sociedade.
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
res e epistemólogos genéticos, então a infância pode e deve ser concebida como
dável, é promover o encontro das crianças umas com as outras. Esse encontro
e tolerar pessoas diferentes. Jung (1978) diz que a escola é a “primeira parte do
tar de conhecimentos a cabeça das crianças, mas sim contribuir para que elas
próprio”. Nesse sentido, para esse estudioso da alma humana, mais que pensar a
missa básica para um ensino que não canonize os valores coletivos por meio de
uma ética individualista, mas para a conquista do que foi (e é) produzido historica-
mente. E, essa conquista só se pode dar por meio de uma relação recíproca entre
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
a criança e o adulto.
Reich, Jung e Piaget, embora autores distanciados por seus projetos de estudo,
terá como se perguntar se esse “cisco” também não está presente no olho dele.
Vejamos o que é esse “cisco”. Quando o educador se aborrece porque suas crian-
ças estão curiosas pelo sexo dos coleguinhas é preciso que ele se pergunte por
que se aborrece, antes de incriminar a “má conduta” de seus alunos. Ou, por exem-
plo, outro professor que agride um aluno negro e repetente em sua aula. A quem
ele está se dirigindo? Porque ele no meio de muitos alunos interpela ou se sente
com a pedagoga soviética Vera Schmidt, repensa toda conduta ética do profes-
dor sobre si mesmo” para poder tomar atitudes justas em relação às tendências
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
Se apesar dos esforços não conseguir [...] então faria melhor em renunciar de forma
Não deve haver, lembra Reich, para o educador que fica ao lado dos pequenos,
crianças amadas e pouco amadas. Deve, sim, estar alerta para o seu próprio pro-
cesso pessoal, pois ele interfere no das crianças. Não deve elogiar a criança, mas
sim seus atos; a criança, por seu lado deve ser adaptada voluntariamente à reali-
dade, deve poder se identificar com o ambiente de maneira tranquila, sem pressão,
Nesse caminho:
mas deve também desenvolver ativamente a cultura, e isto por meio da educação de
si próprio. Sua cultura não deve estacionar, pois de outro modo começará a corrigir
nas crianças o defeito que não corrigiu em si mesmo (JUNG, 1978, p.62).
Em uma nova ética, a criança deve ser tomada como igual: um pequeno ser, como lembra
Reich, que é a parte vital da humanidade. Do mesmo modo, deve ser tomada como ra-
dicalmente diferente: seus sentimentos, sua lógica e sua conduta moral são respostas de
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
um longo processo de construção que envolve seu corpo, sua cognição e suas emoções
Assim, um novo paradigma ético para a práxis educativa deve necessariamente ter
• o educador que repensa sobre si mesmo junto ao educando que o tem como
“modelo”;
• o educador que consiga ter o “deus Eros” como amálgama de sua relação
com seus alunos, isto é que não se sinta obrigado a gostar dos alunos, mas
alegria, sua tristeza, sua inveja, sua admiração, seu egoísmo, ou seja, seus
sentimentos.
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
Sem essas condições será difícil para o educador suportar-se e suportar as crian-
ças. A infância é barulhenta, diz Suzanne Mollo, e, então, ela requer outras aten-
ções, mais preciosas e menos autoritárias do que aquelas que, nós educadores,
aprendemos na velha tradição da ética que enxerga a infância como um mal neces-
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
INDICAÇÃO DE LEITURA
Livro O Desenvolvimento da Personalidade, de Carl
Jung descreve nos diversos arquivos que formam o livro, a natureza da personali-
obscuros. Nesse caminho convida- nos a abrir a mente para o conhecimento ex-
Sacia pelo encontro, instiga a procura através da mente iluminada, puro e fascinan-
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
REFLITA
Pense na poesia de Carlos Drummond de Andrade, nosso sublime poeta
mineiro e fale da criança que será educada.
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
gue compreender as letras porque elas dançam na sua frente. Seu pai trata-o com
rispidez porque pensa que ele não tem disciplina. Acaba levando-o a um internato, o
be que algo de errado estava pairando sobre Ishaan. Não demorou para que o
diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um
ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e
vontade de viver.
Link: <http://www.youtube.com/watch?v=fiftCor2cXM>.
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
Link: <http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-temple-grandin-dublado-online.html>.
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta Unidade falamos sobre postulados que orientam as relações en-
Jung e Reich.
ções éticas entre professor e aluno. Pensando nessa possibilidade, uma pergunta
São necessários passos que exigem enorme ousadia, pois se faz indispensável
um aprendiz competente;
professor;
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
Esse edifício construído com “verdades” óbvias, sustentáculo da “velha ética”, so-
que vale mais seu enriquecimento do que suas imitações do mundo adulto.
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UNIDADE II - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
ATIVIDADES
1) Por que a Educação Infantil inspira zelo, atenção e ética?
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UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDO
• Educação unidimensional
• Educação polidimensional
• Espaços alternativos para a Educação Infantil
UNIDADE III - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
INTRODUÇÃO
“Nasceu gente é inteligente”.
Jean Piaget
esta Unidade vamos falar do que é uma educação unidimensional na qual o(a)
conhecimentos diversos para educar crianças e jovens. Isto porque queremos falar
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UNIDADE III - Fundamentos teóricos e
metodológicos da Educação Infantil
• pensam que o professor tem que medir a sua eficiência pelo quanto de sua
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gustiantes preocupações. Por quê? Porque o(a) professor(a) formado(a) nessa dire-
ção precisa romper com hábitos seculares, costumes enraizados e partir para uma
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Se o exercício da arte de ensinar, for unidimensional, pode ser que o docente so-
etc. E isso é nada mais do que uma ideologia e ingenuidade. Pensando nisso, tra-
Toda ideologia é um sistema de força – com sua lógica e rigor próprios – e de repre-
Daí que afirmar a desordem é renunciar a pensar; “por ordem nas coisas” é “pensá-
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Daí ele parte para a prática da transmissão do conhecimento pensado pelo outro.
O aluno, nesse contexto, é uma figura genérica, uma simples fração do coletivo,
deslocado de sua cultura, de seus valores, de suas práticas sociais, despido de sua
dades”. Ele assume, como seu mister, transportar essas verdades para o espírito
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petição dos discursos oficiais. Os sucessos produzidos por esses esforços são de
natureza meramente regulatória ou, como diz Maurício Tragtenberg, para formar
Além disso, a ação educativa constituída nesse paradigma produz as “escolas pa-
las paralelas”, sejam clínicas psicológicas ou escolas que atendem crianças para
aprender, por exemplo, matemática com outro método mais eficaz. São instituições
de profissionais cresce para atender a todo tipo de fracasso escolar. Hoje, o que
aluno(a)s que não ficam sentados, que querem conversar, falar, brincar. Sabemos,
todavia, que a ritalina é um remédio para “aparar” crianças que não se submetem
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Uma das questões não discutidas é esta: atende, a escolarização obrigatória, à di-
psicólogos, que o problema escolar decorre de uma política pedagógica que masca-
nhecimento”, ora sob o “social”. Esse modo confuso de pensar a educação pode-
mos ver quando como assinala Mannoni, os próprios docentes e educadores falam
nejado externamente a ele, tem criado amplas aberturas para o seu desprestígio
profissional e intelectual. O seu fazer é visto como sendo técnico. Quantas vezes
já ouvimos este qualificativo para bom professor: ele tem jeitinho para ensinar.
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o não pensamento. Retratando isso, circulam no meio escolar frases como estas:
É nesse contexto que, fazendo-se transmissor de ideias não pensadas por ele, o
vros didáticos.
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Nesse percurso o professor apenas aluga sua voz aos mandarins do poder.
Podemos ler em Piaget (1975, p.22) que esse problema é bem antigo na escola de
são ditados pelo Estado (com exceção de certos países como, em princípio, a
Grã-Bretanha), ao passo que o médico, por exemplo, depende muito mais de sua
Pública. Não resta dúvida que os ministérios são, sobretudo, constituídos por educa-
dores, mas que apenas administram, não lhes restando tempo para se consagrarem
Este é um dos problemas apontados por Piaget que se junta a outros, como à
própria formação empobrecida dentro das licenciaturas, nas quais disciplinas com
professor, assim formado, é presa fácil das lições do Estado; resta-lhe cumprir o
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Os governantes sabem a massa que têm em suas mãos e se valem dela nas elei-
ções, quando o velho discurso sobre dinheiro e qualidade para educação são re-
tirados da mala de fazer votos. Assim, cria-se um espaço no qual opiniões são
põe é um convite para que procuremos colocar a educação num universo multi-
perenes para problemas complexos. Isso nos ajudaria a pensar a partir de certezas
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Nesse terreno, o desafio é abrir múltiplos espaços para se pensar e praticar edu-
cação, por exemplo, formando andarilhos que saibam transitar entre fronteiras da
que ethos e ciência transitem por rotas convergentes. Nessa perspectiva, o conhe-
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promissos éticos, localização étnica etc. Esse processo, por não se fundamentar
extensão, a transitar por entre ciências e, também, buscar relações pessoais que
tendam à simetria.
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que umas pessoas se apaixonam pela ciência, outras pela poesia etc.;
Quer compreender as múltiplas tramas que percebe; para isso, faz muitas
Isso exige que reinventemos nossos conceitos sobre educação das crianças e jo-
vens. Nessa reinvenção, ela precisaria ficar livre das amarras da neutralidade, ser
não ingênua e não ideológica. Esta questão, em nossa leitura, faz parte da busca
bém, construir-se como alguém ligado à pesquisa e à ciência. Piaget (1970, p.69)
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[...] é na pesquisa e através dela que a profissão professor deixa de ser uma simples
profissão e ultrapassa mesmo o nível de uma vocação efetiva para adquirir ao mes-
pois a ciência da criança e a da sua formação constituem mais do que nunca domí-
nios inesgotáveis.
A educação, nessa dimensão para além dos limites impostos pela cultura do ensi-
ras com outros conhecimentos, como, por exemplo, com a psicologia, a antropo-
em um primeiro passo, seria fundamental inventar uma escola que não negasse o
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O link: <http://www.youtube.com/watch?v=dz4lMxhVTEI>.
Link: <http://www.youtube.com/watch?v=qjyNv42g2XU>.
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INDICAÇÃO DE LEITURA
Livro Aprendizagem Escolar e Construção do
1994.
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REFLITA
Reflita sobre o texto de Paulo Freire: Carta aos professores.
Fonte: <http://catracalivre.com.br>
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espero que ao final desta unidade você tenha compreendido o que é uma edu-
unidimensional e polidimensional.
Acima de tudo, que você possa sempre refletir acerca da educação como cami-
nho para o crescimento pessoal e formação de pessoas críticas, sendo assim que
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ATIVIDADES
1) Por uma educação polidimensional. Descreve um dos caminhos possíveis.
4) Como repensar uma educação para crianças que está sendo feita de maneira
5) Como você faria um projeto pedagógico para uma escola de educação infantil
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CONCLUSÃO
Iniciamos essas considerações, pensando em dois paradigmas; um de caráter de
que é impossível a formação de uma educação com condutas coletivas (em que
Daí entendermos que a escola deva existir como instância importante para a cons-
O que sabemos é que os professores que se atrevem a dar a palavra às crianças e a es-
cutá-las descobrem rapidamente que seu próprio trabalho se torna mais interessante (e in-
clusive mais divertido), embora seja mais difícil porque os obriga continuamente a pensar.
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[...] o ensino poderia pelo menos adotar como meta oferecer a essas gerações mar-
ginais uma cultura que desse sentido à sua presença no mundo, à simples presença
humana, permitindo-lhes adquirir uma visão geral das possibilidades reservadas aos
daí, razões de viver, caminhos a abrir, um sentido para seu dinamismo imanente.
O legítimo ato de educar não seria o de transitar por caminhos, ainda não construí-
dos, na constante busca de rupturas com as amarras que dificultam nosso processo
Em resumo, poderíamos dizer que o propósito maior deveria ser formação de edu-
cadores que transcendessem nossa secular cultura escolar. Temos que ser agen-
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REFERÊNCIAS
1. ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1982.
2. ALVES, Ruben. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez,
1974.
14. MORIN, Edgar; KERN, Anne Brigitte. Terra-Pátria. Porto Alegre: Sulina, 1995.
16. NONO, Maévi Anabel. Breve Histórico da Educação Infantil no Brasil. Acervo
digital da UNESP – Departamento de Educação – Instituto de Biociências,
Letras e Ciências Exatas. Disponível em: <http://www.acervodigital.unesp.br/
bitstream/123456789/227/1/01d12t01.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2013.
17. PAPERT, Seymour. A máquina das crianças. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
19. PIAGET, Jean. O juízo moral na criança. São Paulo: Summus, 1994.
21. REICH, Wilhelm; SCHIMIDT, Vera. Elementos para uma pedagogia antiau-
toritária. Portugal: Publicações Escorpião, s.d.