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Sumário
Bem-vindo: ..................................................................................................................................................................... 5
Fonética .......................................................................................................................................................................... 7
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................................... 14
ACENTUAÇÃO GRÁFICA ............................................................................................................................................... 24
EXERCÍCIOS – ACENTUAÇÃO GRÁFICA .......................................................................................................................... 26
Estrutura de Palavras ................................................................................................................................................... 31
Processo de formação de palavras ...................................................................................................................... 33
Composição por Justaposição......................................................................................................................... 36
Composição por Aglutinação ........................................................................................................................... 36
Redução ..................................................................................................................................................................... 36
Hibridismo ................................................................................................................................................................. 36
Onomatopeia............................................................................................................................................................. 37
EXERCÍCIOS de Formação de Palavras .......................................................................................................................... 37
Morfologia.................................................................................................................................................................... 41
SUBSTANTIVO ...................................................................................................................................................... 41
Adjetivo ........................................................................................................................................................................ 44
Flexões dos adjetivos ................................................................................................................................................ 44
Grau comparativo: ............................................................................................................................................... 44
Artigo........................................................................................................................................................................ 50
NUMERAL ................................................................................................................................................................. 51
PRONOME ................................................................................................................................................................ 51
Advérbio ................................................................................................................................................................... 52
CONJUNÇÕES ........................................................................................................................................................... 56
Conjunções coordenadas .................................................................................................................................. 56
Locução conjuntiva ............................................................................................................................................. 56
Conjunções subordinativas .............................................................................................................................. 57
Conjunções Causais ........................................................................................................................................... 58
Conjunções concessivas ................................................................................................................................... 58
Conjunções condicionais .................................................................................................................................. 58
Conjunções conformativas ............................................................................................................................... 58
Conjunções finais ................................................................................................................................................ 59
Conjunções proporcionais ................................................................................................................................ 59
Conjunções temporais ....................................................................................................................................... 59
Conjunções comparativas ................................................................................................................................. 59
Conjunções consecutivas ................................................................................................................................. 59
Conjunções integrantes ..................................................................................................................................... 60
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PREPOSIÇÃO ............................................................................................................................................................. 61
LOCUÇÕES PREPOSITIVAS .................................................................................................................................... 61
VERBOS................................................................................................................................................................. 63
Exercícios CLASSES GRAMATICAIS .............................................................................................................................. 112
TERMOS ESSENCIAS DA ORAÇÃO: .............................................................................................................................. 120
PERÍODO SIMPLES .................................................................................................................................................. 120
Estudo e classificação do sujeito:....................................................................................................................... 121
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO...................................................................................................................... 125
Distinção entre adjunto adnominal e complemento nominal ................................................................. 132
Aposto ................................................................................................................................................................ 132
Distinção entre vocativo e aposto ................................................................................................................. 135
ORAÇÕES COORDENADAS .......................................................................................................................................... 136
Classificação das orações coordenadas sindéticas ................................................................................................ 136
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS........................................................................................................... 138
OBJETIVAS INDIRETAS:............................................................................................................................................... 139
COMPLETIVAS NOMINAIS: ......................................................................................................................................... 139
EXERCÍCIOS – ORAÇÕES COORDENADAS .................................................................................................................... 141
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS ....................................................................................................................... 163
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ..................................................................................................................... 175
Orações reduzidas de infinitivo (terminação em -r) .............................................................................................. 177
Oração subordinada adverbial causal................................................................................................................ 177
Oração subordinada adverbial concessiva ........................................................................................................ 177
Oração subordinada adverbial condicional ....................................................................................................... 177
Oração subordinada adverbial consecutiva ...................................................................................................... 177
Oração subordinada adverbial final................................................................................................................... 177
Oração subordinada adverbial temporal ........................................................................................................... 177
Orações reduzidas de gerúndio (terminação em -ndo) ......................................................................................... 177
Oração subordinada adverbial causal................................................................................................................ 177
Oração subordinada adverbial concessiva ........................................................................................................ 178
Oração subordinada adverbial condicional ....................................................................................................... 178
Oração subordinada adverbial temporal ........................................................................................................... 178
Orações reduzidas de particípio (terminação em -do) .......................................................................................... 178
Oração subordinada adverbial causal................................................................................................................ 178
Oração subordinada adverbial concessiva ........................................................................................................ 178
Oração subordinada adverbial condicional ....................................................................................................... 178
Oração subordinada adverbial temporal ........................................................................................................... 178
EXERCÍCIOS Orações Subordinadas ............................................................................................................................ 179
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Exercícios sobre orações subordinadas reduzidas ...................................................................................................... 186


CONCORDÂNCIA NOMINAL ....................................................................................................................................... 189
EXERCÍCIOS - CONCORDÂNCIA VERBAL ...................................................................................................................... 192
CONCORDÂNCIA VERBAL ........................................................................................................................................... 199
EXERCÍCIOS - CONCORDÂNCIA NOMINAL................................................................................................................... 202
COLOCAÇÃO PRONOMINAL ....................................................................................................................................... 208
EXERCÍCIOS - COLOCAÇÃO PRONOMINAL .................................................................................................................. 213
REGÊNCIA NOMINAL .................................................................................................................................................. 222
Substantivos ....................................................................................................................................................... 222
Adjetivos .............................................................................................................................................................. 222
Advérbios............................................................................................................................................................. 223
Exemplos ............................................................................................................................................................. 223
Exemplo de regência de alguns nomes: .................................................................................................. 223
Exemplos de nomes transitivos e suas respectivas preposições: ................................................... 223
EXERCÍCIOS - REGÊNCIA NOMINAL ............................................................................................................................. 227
REGÊNCIA VERBAL ..................................................................................................................................................... 234
EXERCÍCIOS - REGÊNCIA VERBAL ............................................................................................................................... 239
CRASE ......................................................................................................................................................................... 248
PONTUAÇÃO .............................................................................................................................................................. 262
EXERCÍCIOS - PONTUAÇÃO ......................................................................................................................................... 271
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS ........................................................................................................ 282
O que é compreensão de texto? ............................................................................................................................ 282
O que é interpretação de texto? ............................................................................................................................ 283
EXERCÍCIOS: COESÃO/ COERÊNCIA E INTERTEXTUALIDADE ..................................................................................... 286

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BEM-VINDO:

QUEM É MARCELO MARQUES?

OLÁ, TUDO BEM?

MEU NOME É MARCELO MOREIRA MARQUES. SOU PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA HÁ 20 ANOS
E MINISTRO AULAS EM CURSOS PARA CONCURSOS, ENSINO MÉDIO E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.

SOU FORMADO PELO UNITOLEDO – ARAÇATUBA-SP. SOU NASCIDO EM SÃO PAULO (CAPITAL), MAS
MORO EM ARAÇATUBA DESDE OS MEUS 02 ANOS DE IDADE. SOU ARAÇATUBENSE DE CORPO E ALMA.
MINHA CIDADE MARAVILHOSA QUE AMO TANTO.

SOU CASADO COM A MELHOR MULHER DO MUNDO (UM PRESENTE DE DEUS EM MINHA VIDA). A
MINHA MISSÃO É AJUDAR AS PESSOAS A APRENDEREM A LÍNGUA PORTUGUESA. JÁ AJUDEI VÁRIAS
PESSOAS A PASSAREM EM CONCURSOS PÚBLICOS E GRANDES VESTIBULARES.

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BONS ESTUDOS, GUERREIRO(A).

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SIGAM-ME OS BONS

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FONÉTICA

Letra e fonema : são realidades linguísticas distintas. Enquanto a letra é definida como a representação gráfica
dos sons de uma língua, o fonema refere-se à realidade acústica registrada pelo nosso ouvido. Confuso, não é

mesmo? Observe a diferença entre essas duas realidades no seguinte exemplo e perceba que nem sempre a escrita

(letra) representará o som percebido:

Letra Fonema

Amavam /amávãw/

É possível notar pelo quadro que a escrita do verbo “amavam” não registra a presença do ditongo em -am, composto

por uma semivogal final, porém a pronúncia da palavra e sua transcrição fonética permite-nos identificá-lo.

Dessa forma, nem sempre haverá uma representação perfeita dos fonemas em registros gráficos, por exemplo,

existem sete vogais orais tônicas, mas apenas cinco letras que as representam:

Vogais orais tônicas Letras

/a/ a

/Ɛ/ e

/e/ -

/i/ i

/Ɔ/ o

/o/ -

/u/ u

Assim, nem todos os sons que existem em nossa língua terão o mesmo valor das letras que os representam. Veja mais

alguns exemplos:

Letra Fonema

Erro (substantivo) /ê/

Erro (verbo) /é/

Mato /a/ [=oral]

Manto /ã/ [=nasal]

Dessa maneira, podemos definir os fonemas como os sons que diferenciam os vocábulos de uma língua. A letra,
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por seu lado, pode ser definida como o sinal utilizado para a representação na escrita do sistema sonoro de uma

língua.

Veja, agora, o quadro fonêmico das consoantes do Português:

Letra Fonema

P (pato) /p/

B (bato) /b/

M (mato) /m/

F (fala) /f/

V (vala) /v/

T (tato) /t/

D (dato) /d/

N (nato) /n/

S (selo) /s/

Z (zelo) /z/

L (cala) /l/

R (cara) /r/

Ch (chá) /x/

X (xadrez) /x/

J (já) /j/

Lh (pilha) /lh/

Nh (pinha) /nh/

C (calo) /k/

Qu (queda) /k/

G (galo) (guerra) /g/

R (ralo) (erre) /rr/

R (caro) /r/

S (massa) /s/

Ç (maço) /s/

C (cego) /s/

SC (crescer) /s/

XC (excesso) /s/

X (trouxe) /s/

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X (exato) /z/

S (casa) /z/

G (gesso) /j/

Os dígrafos ocorrem quando duas letras são utilizadas para representar um único fonema. Existem dois tipos de

dígrafos na Língua Portuguesa:

1. Dígrafos consonantais;

2. Dígrafos vocálicos.

Vejamos cada um deles:

1. Dígrafos consonantais

ch – machismo, choro, chuva.

lh – agulha, milho, palhaço.

nh – sobrinho, sonho, pertinho.

rr – correto, carro, arriscado.

ss – pássaro, assumir, assassino.

sc – descendência, descer, crescer.

sç – cresço, nasço, desça.

xc – exceto, excelência, excerto.

xs – exsuar, exsudar.

gu – gueixa, sagui, linguiça.

qu – aquilo, quarto, queijo.

Atenção:

• Somente serão considerados dígrafos as letras gu e qu quando estiverem seguidas das vogais 'e' ou 'i',

representando os fonemas /g/ e /k/.


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Observe os exemplos:

☼ Guia, queijo, quilo, água, águia, quando.

Veja que, nesses casos, a letra 'u' não representa nenhum fonema.

• Na divisão silábica, alguns dígrafos consonantais separam-se e outros não.

Observe os exemplos:

1. São separados na divisão silábica:

rr – car-ro-ça

ss – pas-sa-gem

sc – as-cen-der

sç – cres-ça

xc – ex-ce-to

xs – ex-su-dar

2. Não são separados na divisão silábica:

ch – cho-veu

lh – i-lha-do

nh – ti-nha

gu – gui-sa-do

qu – quei-jo

2. Dígrafos vocálicos

Os dígrafos vocálicos são formados quando as vogais são sucedidas das consoantes 'n' ou 'm', representando fonemas

vocálicos nasalizados, isto é, quando as correntes de ar que saem dos pulmões passam pelo nariz e pela boca.

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Observe alguns exemplos:

am – amparo, ampola.

an – sanguento, antítese.

em – emprego, empada.

en – frequento, entrada.

im – limpeza, Pimpão.

in – introdução, tinta.

om – arromba, ombreira

on – sonsa, onça.

um – umbigo, nenhum.

un – untar, denúncia.

Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, hiato e tritongo.

Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente), ou vice-versa (ditongo crescente), na
mesma sílaba.
Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo crescente).

Hiato: é a junção de duas vogais pronunciadas separadamente, formando sílabas distintas.

Ex.: saída, coelho

Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal, formando uma só sílaba.


Ex.: Paraguai, arguiu.

Atenção:

Não se esqueça que só as vogais /i/ e /u/ podem funcionar como semivogais. Quando semivogais, serão
representadas por /y/ e /w/, respectivamente.

Encontros consonantais

Quando existe uma sequência de duas ou mais consoantes em uma mesma palavra, denominamos essa sequência
de encontro consonantal.

O encontro pode ocorrer:

- na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo

- em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio


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Atenção:

Nos encontros consonantais, somos capazes de perceber o som de


todas as consoantes.

Observe as palavras:

coelho

saída

país

Podemos notar que há um encontro vocálico em cada uma delas, não é mesmo? Agora, veja a divisão silábica dessas

palavras:

co-e-lho

sa-í-da

pa-ís

Perceba que cada uma das vogais que fazem parte do encontro vocálico pertence a uma sílaba distinta. Isso ocorre

porque as vogais são a base da sílaba, ou seja, são elas que possuem a tonicidade vibrante e mais forte. Dessa

maneira, podemos justificar a separação realizada acima, tendo cada uma a composição de uma sílaba diferente. A

esse fenômeno fonético damos o nome de hiato. Assim, podemos conceituar que:

→ HIATO é o encontro de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes.

Exemplos de hiato:

ruído = ru-í-do

dia = di-a

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Paraíba = Pa-ra-í-ba

juízes = ju-í-zes

maresia = ma-re-si-a

seriado = se-ri-a-do

fiel = fi-el

burocracia = bu-ro-cra-ci-a

saúde = sa-ú-de

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EXERCÍCIOS

1. Leia a letra da música “Segue o seco” de Carlinhos Brown.

A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem sacar que o caminho é seco
sem sacar que o espinho é seco
sem sacar que o seco é o Ser Sol
Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino seca
Ô chuva vem me dizer
Se posso ir lá em cima prá derramar você
Ó chuva preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão
Se acabar não acostumando
Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Se acabar meio abandonado
Pode ser lágrimas de São Pedro
Ou talvez um grande amor chorando
Pode ser o desabotoado céu
Pode ser coco derramado

<https://tinyurl.com/yanhydsb> Acesso em: 02.12.2017.

Um dos importantes aspectos para a interpretação dessa música é a sonoridade de seus versos. A repetição do
fonema consonantal /s/ – como em “sacar” e “ser” – colabora para a construção e representação do cenário
construído pela canção: a seca.

Selecione a alternativa em que a repetição intencional de fonema consonantal também acontece.

a) [...] sou um mulato nato


no sentido lato
Mulato democrático do litoral [...] Veloso, Caetano.

b) Eu vi quando você me viu


Seus olhos pousaram nos meus
Num arrepio sutil [...] Lins, Claudio

c) [...] Vozes veladas, veludosas vozes,


Volúpias dos violões, vozes veladas [...] Cruz e Sousa

d) [...] O meu pai era paulista/Meu avô, pernambucano


O meu bisavô, mineiro/Meu tataravô, baiano. Buarque, Chico

e) Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua! Bilac, Olavo

Resposta da questão 1:
[C]

Em [C], vemos a repetição do “v”, de maneira a remeter ao som do violão. Assim, há uma repetição
intencional que corrobora para a construção de sentido do poema.

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2. Nos estudos que inter-relacionam o gráfico e o fonético, dispomos dos dígrafos. Nesse sentido, assinale a
alternativa em que os dígrafos estão dispostos pela mesma razão.
a) folha – ninho – carro – bolha – caminho.
b) migalha – nascimento – massacre – adivinhação – assombração.
c) reminiscência – carrapato – piscicultura – florescente – cassação.
d) carinho – manhã – ferro –passeata – corrupção.
e) fascinação – velhice – bolha – assunção – descida.

Resposta da questão 2:
[C]

Somente em [C] vemos todas as palavras sendo dígrafos consonantais separados na divisão silábica.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Noruega como Modelo de Reabilitação de Criminosos

O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de reincidência criminal em todo o mundo. No país, a taxa
média de reincidência (amplamente admitida, mas nunca comprovada empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou
seja, 7 em cada 10 criminosos voltam a cometer algum tipo de crime após saírem da cadeia.
Alguns perguntariam "Por quê?". E eu pergunto: "Por que não?" O que esperar de um sistema que propõe reabilitar e
reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada oferece, para que essa situação realmente
aconteça? Presídios em estado de depredação total, pouquíssimos programas educacionais e laborais para os
detentos, praticamente nenhum incentivo cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte muitas pessoas) de
que bandido bom é bandido morto (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).
Situação contrária é encontrada na Noruega. Considerada pela ONU, em 2012, o melhor país para se viver (1º no
ranking do IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante Brasil, o 8º país com a menor taxa de
homicídios no mundo, lá o sistema carcerário chega a reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10
presos voltam a cometer crimes; é uma das menores taxas de reincidência do mundo. Em uma prisão em Bastoy,
chamada de ilha paradisíaca, essa reincidência é de cerca de 16% entre os homicidas, estupradores e traficantes
que por ali passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o Reino Unido, 50%. A média europeia é
50%.
A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter seu sistema penal pautado na reabilitação e não na
punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso, não é uma opção, ela é obrigatória.
Dessa forma, qualquer criminoso poderá ser condenado à pena máxima prevista pela legislação do país (21 anos), e,
se o indivíduo não comprovar estar totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais 5
anos, até que sua reintegração seja comprovada.
O presídio é um prédio, em meio a uma floresta, decorado com grafites e quadros nos corredores, e no qual as celas
não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta,
televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário, quadro para afixar papéis e fotos, além de geladeiras. Encontra-se
lá uma ampla biblioteca, ginásio de esportes, campo de futebol, chalés para os presos receberem os familiares,
estúdio de gravação de música e oficinas de trabalho. Nessas oficinas são oferecidos cursos de formação
profissional, cursos educacionais, e o trabalhador recebe uma pequena remuneração. Para controlar o ócio, oferecer
muitas atividades, de educação, de trabalho e de lazer, é a estratégia.
A prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns dos presos, como estupradores e pedófilos, ficam em
blocos separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é fornecida pela prisão, mas é preparada pelos próprios
detentos, que podem comprar alimentos no mercado interno para abastecer seus refrigeradores.
Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos devem passar por no mínimo dois anos de preparação para o
cargo, em um curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar respeito a todos que ali estão. Partem do
pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros também aprenderão a respeitar.
A diferença do sistema de execução penal norueguês em relação ao sistema da maioria dos países, como o
brasileiro, americano, inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a prisão é a privação da liberdade, e pautado
na reabilitação e não no tratamento cruel e na vingança.
O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar progressos educacionais, laborais e comportamentais, e, dessa
forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade novamente junto à sociedade.
A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a seguinte: enquanto lá os presos saem e praticamente não
cometem crimes, respeitando a população, aqui os presos saem roubando e matando pessoas. Mas essas são
consequências aparentemente colaterais, porque a população manifesta muito mais prazer no massacre contra o
preso produzido dentro dos presídios (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).

LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do Portal
atualidadesdodireito.com.br. Estou no blogdolfg.com.br.
** Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil.
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FONTE: Adaptado de http://institutoavantebrasil.com.br/noruega-como-modelo-de-reabilitacao-de-criminosos/.


Acessado em 17 de março de 2017.

3. Um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes. A sequência de palavras que ilustra esse
conceito é:
a) taxa - máxima - afixar
b) oficina - praça - cela
c) presídio - lazer - execução
d) exercício - inexorável - exórdio
e) preso - sangue - asa

Resposta da questão 3:
[C]

Nas palavras “presídio”, “lazer” e “execução”, as letras “s”, “z” e “x” possuem o mesmo som, o do fonema
/z/.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Para responder à(s) questão(ões), leia o texto abaixo.

“A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”


(Douglas Belchior)

Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem
sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma
universidade reconhecida, a PUC-SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos
nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente,
mas ainda assim, digno.
Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho,
ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a
pessoas incríveis: líderes políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas
de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados
brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em
momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem
negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim
dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.
Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de
segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me
dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro,
sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda
assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à
minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora
finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é
lugar pra preto vagabundo feito você!”.
Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no
máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez
consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder
político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele
quiser – inclusive na política!”.

http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-e-lugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/.
Texto adaptado.

4. Ao dizer que alcançou o “banco de uma universidade reconhecida, a PUC-SP”, o autor vale-se de uma linguagem
figurada, em que, por meio de uma metonímia, utiliza a parte como equivalente do todo. De maneira conotativa, ele
afirma, nesse trecho, que conquistou “uma vaga na universidade”. No dicionário, a palavra “banco” (móvel em que as
pessoas sentam) é homônima do vocábulo “banco” (lugar onde se fazem transações monetárias).

Considerando os pares de palavras abaixo, em qual deles também se verifica relação de homonímia?
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a) eminência / iminência
b) assento / acento
c) fragrante / flagrante
d) deferir / diferir
e) ratificar / retificar

Resposta da questão 4:
[B]

O único par de palavras que apresenta mesma pronúncia, mas possui significados diferentes é “assento” e
“acento”. Os outros pares, apesar de apresentarem significados distintos, também apresentam pronúncias
distintas, não sendo homônimos.

5. Assum preto

Tudo em vorta é só beleza


Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor

Tarvez por ignorança


Ou mardade das pió
Furaro os óio do assum preto
Pra ele assim, ai, cantá mio

Assum preto veve sorto


Mas num pode avuá
Mil veiz a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá

GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em: www.luizgonzaga.mus.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento).

As marcas da variedade regional registradas pelos compositores de Assum preto resultam da aplicação de um
conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a pronúncia, a morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é
resultado de uma mesma regra a
a) pronúncia das palavras “vorta” e “veve”.
b) pronúncia das palavras “tarvez” e “sorto”.
c) flexão verbal encontrada em “furaro” e “cantá”.
d) redundância nas expressões “cego dos óio” e “mata em frô”.
e) pronúncia das palavras “ignorança” e “avuá”

Resposta da questão 5:
[B]

É correta a opção [B], pois os termos “Tarvez” e “sorto”, característicos da linguagem coloquial em algumas
regiões rurais do Brasil, sofreram processo de rotacismo (fenômeno linguístico de troca do R pelo L ou vice-
versa) das formas cultas equivalentes “talvez” e “solto”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Para responder a(s) questão(ões), leia o texto a seguir.

A lenda da mandioca (lenda dos índios Tupi)

Nasceu uma indiazinha linda, e a mãe e o pai tupis espantaram-se:


– Como é 7branquinha 1esta criança!
E era mesmo. Perto dos outros curumins da taba, parecia um raiozinho de lua. Chamaram-na Mani. Mani era 2linda,
8
silenciosa e 3quieta. Comia 4pouco e pouco bebia. Os pais preocupavam-se.
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– Vá brincar, Mani, dizia o pai.


– Coma um 5pouco mais, dizia a mãe.
Mas a menina continuava quieta, cheia de sonhos na cabecinha. Mani parecia esconder um mistério. Uma bela
manhã, não se levantou da rede. O pajé foi chamado. Deu ervas e bebidas a menina. Mas não atinava com o que
tinha Mani. Toda a tribo andava triste. Mas, deitada em sua rede, Mani sorria, sem doença e sem dor.
E sorrindo, Mani morreu. Os pais a enterraram dentro da própria oca. E regavam sua cova todos os dias, como era
costume entre os índios Tupis. Regavam com lágrimas de saudade. Um dia perceberam que do túmulo de Mani
rompia uma plantinha verde e viçosa.
– Que planta será esta? Perguntaram, admirados. Ninguém a conhecia.
– É melhor deixá-la crescer, resolveram os índios.
E continuaram a regar o 9brotinho mimoso. A planta desconhecida crescia depressa. 6Poucas luas se passaram, e
ela estava altinha, com um caule forte, que até fazia a terra se rachar em torno.
– A terra parece fendida, comentou a mãe de Mani.
– Vamos cavar?
E foi o que fizeram. Cavaram pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos
curumins, nome que dão aos meninos índios. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa branquinha, quase da
cor de Mani. Da oca de terra de Mani surgia uma nova planta!
– Vamos chamá-la 10Mani-oca, resolveram os índios.
– E, para não deixar que se perca, vamos transformar a planta em alimento!
Assim fizeram! Depois, fincando outros ramos no chão, fizeram a primeira plantação de mandioca. Até hoje entre os
índios do Norte e Centro do Brasil é este um alimento muito importante.
E, em todo Brasil, quem não gosta da plantinha misteriosa que surgiu na casa de Mani?

Fonte: GIACOMO, Maria T. C. de. Lendas brasileiras, n. 7, 2. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1977.
(adaptado)

6. Considerando princípios ortográficos, fonológicos e morfológicos da língua portuguesa, considere as afirmativas a


seguir.

I. Se inserido acento na sílaba final de “esta” (ref. 1), altera-se a tonicidade, mas mantém-se inalterada a classe de
palavra.
II. Em “linda” (ref. 2), assim como em “quieta” (ref. 3), verifica-se ocorrência de um fonema representado por duas
letras.
III. Diferentemente de “pouco” (refs. 4 e 5), a palavra “Poucas” (ref. 6), flexiona-se para concordar com o nome que a
acompanha.

Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.

Resposta da questão 6:
[D]

[I] Falsa. “Esta” é um pronome demonstrativo; caso a palavra seja acentuada na sílaba final, encontra-se
“está”: alteram-se a tonicidade (passa de paroxítona à oxítona) e a classe de palavra (passa de pronome
demonstrativo a verbo).
[II] Verdadeira. Em “linda”, as letras “i” e “n” correspondem a um fonema: / ĩ /, ou seja, ocorre a nasalização
do “i”, formando um dígrafo vocálico. Já em “quieta”, as letras “q” e “u” correspondem a um fonema: /k/, ou
seja, forma-se um dígrafo consonantal.
[III] Verdadeira. Há diferentes classes de palavras sendo comparadas: “pouco” é um advérbio de intensidade
tanto na referência 4 como na 5; já “poucas” é um pronome indefinido, motivo pelo qual concorda com o
substantivo “luas”.

7. Para o Mano Caetano

O que fazer do ouro de tolo

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Quando um doce bardo brada a toda brida,


Em velas pandas, suas esquisitas rimas?
Geografia de verdades, Guanabaras postiças
Saudades banguelas, tropicais preguiças?

A boca cheia de dentes


De um implacável sorriso
Morre a cada instante
Que devora a voz do morto, e com isso,
Ressuscita vampira, sem o menor aviso

[...]
E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo?
Oh, Narciso Peixe Ornamental!
Tease me, tease me outra vez1
Ou em banto baiano
Ou em português de Portugal
De Natal
[...]

1
Tease me (caçoe de mim, importune-me).

LOBÃO. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br. Acesso em: 14 ago. 2009 (adaptado).

Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de
conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos
coloquiais na seguinte passagem:
a) “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2)
b) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3)
c) “Que devora a voz do morto” (v. 9)
d) “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12)
e) “Tease me, tease me outra vez” (v. 14)

Resposta da questão 7:
[D]

O efeito sonoro se faz com uma combinação linguística explorando os fonemas /l/, /b/, /t/. A linguagem
coloquial é representada pela expressão “tipo pra rimar”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade.

LAGOA

Eu não vi o mar.
Não sei se o mar é bonito,
não sei se ele é bravo.
O mar não me importa.
Eu vi a lagoa.
A lagoa, sim.
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A lagoa é grande
e calma também.
Na chuva de cores
da tarde que explode
a lagoa brilha
a lagoa se pinta
de todas as cores.
Eu não vi o mar.
Eu vi a lagoa...

8. Observe as frases:

"Eu não vi o mar".


"Eu não vi Omar".

Evidentemente, a segunda frase não caberia no poema pela construção semântica "mar × lagoa". No entanto,
tomado o verso fora do contexto do poema, o seu entendimento poderia ser prejudicado. Isso decorre do fato de:
a) a construção frasal ser semelhante, apesar de haver diferenciação na pronúncia das palavras.
b) haver uma coincidência na seleção de fonemas entre as duas frases, o que leva à idêntica pronúncia.
c) não haver equivalência entre os fonemas de ambas as frases, o que as torna bastante ambíguas.
d) haver duas unidades linguísticas (o mar) sendo retomadas por uma (Omar) de pronúncia diferente.
e) haver diferença na quantidade de letras nas duas frases, mas equivalência de fonemas entre elas.

Resposta da questão 8:
[B]

9. A palavra SANGUESSUGA possui 11 letras, 8 fonemas e 3 dígrafos; DEMOCRACIA tem 10 letras, 1 encontro
consonantal e 1 hiato. Relacione as duas colunas a seguir e depois assinale a alternativa com a sequência correta.

1. república
2. hábito
3. reeleição
4. candidatos
5. corrupção
6. excessivo

( ) 9 fonemas, 1 dígrafo
( ) 7 fonemas, 2 dígrafos
( ) 8 fonemas, 1 dígrafo, 1 encontro consonantal
( ) 9 fonemas, 1 encontro consonantal
( ) 9 fonemas, 2 ditongos, 1 hiato
( ) 5 fonemas
a) 6 - 4 - 1 - 5 - 3 - 2
b) 2 - 4 - 5 - 6 - 3 - 1
c) 5 - 1 - 6 - 4 - 2 - 3
d) 4 - 6 - 5 - 1 - 3 - 2
e) 3 - 5 - 2 - 6 - 4 - 1

Resposta da questão 9:
[D]

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10.

Assinale a alternativa que contém a resposta correta em relação à grafia e aos fonemas dos quadrinhos 3 e 4.
a) A palavra aqui tem um ditongo crescente, quatro letras e três fonemas.
b) No terceiro quadrinho, a letra s representa um só fonema.
c) Nas palavras acho e questão, há dois dígrafos e dois ditongos decrescentes.
d) Sempre e pegadinha têm o número de sílabas diferentes, mas, quanto à tonicidade, recebem a mesma
classificação.
e) Na separação silábica das palavras do quarto quadrinho, as letras que representam os dígrafos ficam juntas na
mesma sílaba.

Resposta da questão 10:


[D]

11. Dígrafo é o grupo de duas letras formando um só fonema. Ditongo é a combinação de uma vogal com uma
semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Nas palavras “também” e “ontem”, observa-se que há, para cada
palavra, respectivamente,
a) dígrafo – dígrafo/dígrafo – dígrafo.
b) ditongo nasal – ditongo nasal/ditongo nasal – ditongo nasal.
c) dígrafo – ditongo nasal/ditongo nasal – dígrafo.
d) ditongo nasal – dígrafo/dígrafo – ditongo nasal.
e) dígrafo – ditongo nasal/dígrafo – ditongo nasal.

Resposta da questão 11:


[E]

Os dígrafos vocálicos são formados por uma vogal seguida pelas letras M ou N, pois permitem que as vogais
tenham um fonema com articulação nasalada, como acontece na primeira sílaba das palavras “também” e
“ontem”. No entanto, os encontros entre as letras AM ou EM podem não ser dígrafos, pois sempre que o M
assume um outro fonema ao invés de produzir apenas um som junto à vogal – e isso ocorre, por exemplo, na
segunda sílaba dessas duas palavras (“também” e “ontem” –, nesses casos, AM e EM são considerados
ditongos decrescentes nasais. Assim, é correta a opção [E].

12. Leia:

“Diante dos fatos marcantes da infância, eu não podia acreditar na inocência de meu pai.”

As palavras podia e pai apresentam, respectivamente,


a) ditongo crescente e hiato.
b) hiato e ditongo crescente.
c) hiato e ditongo decrescente.
d) ditongo decrescente e ditongo crescente.

Resposta da questão 12:


[C]

Podia: po-di-a (vogais em sílabas diferentes = hiato).


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Pai: pai (vogais em uma mesma sílaba = ditongo; ditongo formado por vogal + semivogal = ditongo
decrescente

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Considere o texto abaixo para responder à(s) questão(ões).

Quantos seres humanos a Terra seria capaz de suportar?

O número ideal seria entre 1,5 a 3 bilhões de pessoas. Atualmente, porém, a população é de 7 bilhões. Ou seja, já
somos mais do que o dobro do que a Terra conseguiria abrigar de forma sustentável. De acordo com o Fundo de
População das Nações Unidas (UNFPA), três fatores devem ser considerados para o cálculo: disponibilidade de
comida, água e terra; padrão de consumo e capacidade do planeta de absorver a poluição; e número de pessoas.
Para o pesquisador Alan Weisman, autor de Contagem Regressiva – A Nossa Última e Melhor Esperança para um
Futuro na Terra, há um paradoxo. Não adianta aumentar a nossa capacidade de alimentar e manter bilhões de
pessoas vivas se cada vez mais pessoas continuarem nascendo. "No início do século 20 éramos 2 bilhões e
tínhamos vastas florestas, qualidade de vida, comida para todo mundo e pouca emissão de combustíveis fósseis. Ou
seja, tínhamos um planeta saudável", afirma Weisman.

SACO SEM FUNDO


Com o avanço da tecnologia e da medicina, mais gente vive por mais tempo. Também produzimos mais grãos
utilizando o mesmo espaço – atualmente, nos EUA, cerca de 70% dos grãos alimentam gado (que geram alimento
para o homem). Porém, quanto mais comida produzimos, mais pessoas surgem para serem alimentadas.

ALÍVIO TEMPORÁRIO
A taxa de natalidade mundial está diminuindo. Atualmente muitas pessoas vivem nas cidades e as famílias não
precisam ter tantas crianças (antigamente, os filhos eram importante força de trabalho na lavoura). Além disso, os
lares estão cada vez menores e o custo de vida maior. Por tudo isso, pessoas urbanas têm cada vez menos filhos.

SOMOS EXAGERADOS
Desenvolvimento também não é garantia de abundância. Se toda a população consumisse como os americanos, a
Terra não suportaria - precisaríamos do triplo de recursos existentes atualmente. Mas nem precisamos ir tão longe:
com o consumo médio atual, já exploramos pelo menos duas vezes mais do que o planeta oferece.

PLANEJAMENTO FAMILIAR
De acordo com Alan Weisman, podemos reduzir a quantidade de pessoas que vivem na Terra ao longo de três
gerações sem tomar medidas extremas. "Há países que reduziram o número de habitantes apenas com distribuição
de contraceptivos, educação e planejamento familiar, sem precisar obrigar as famílias a ter menos filhos".

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quantos-seres-humanos-a-terra-seria-capaz-de-suportar

13. Considere o seguinte trecho: “Desenvolvimento também não é garantia de abundância.” A palavra grifada
encontra-se acentuada porque:
a) é uma palavra paroxítona, terminada em ditongo oral.
b) é uma palavra paroxítona terminada em ditongo decrescente nasal.
c) é uma palavra oxítona terminada em a.
d) é uma palavra em que há um hiato oral.
e) é uma palavra oxítona terminada em hiato.

Resposta da questão 13:


[A]

A separação das sílabas de “abundância” deve ser feita assim: a-bun-dân-cia. Dessa forma, tem-se uma
paroxítona, que termina em ditongo oral, pois há duas vogais orais pronunciadas somente pela boca(“ia”).

14. Os dois hiatos das formas verbais devem ser acentuados apenas na alternativa:
a) refluir, intuindo.
b) construindo, destruido.

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c) caida, saiste.
d) instruido, intuir.
e) refluira, destruindo.

Resposta da questão 14:


[C]

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Número de sílabas:

Classificação das palavras de acordo com o número de sílabas.

Monossílaba: uma sílaba.

✓ mãe, véu, mar, sol, pais.

Dissílaba: duas sílabas.

✓ até, caju, avô, pato, filho.

Trissílaba: três sílabas.

✓ médico, sílaba, peteca, ideia, camisa.

Polissílaba: quatro ou mais sílabas.

✓ aprovação, atlético, patético, polissílaba, convencimento.

As sílabas ao dividas em: oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

Regas de acentuação gráfica:

• acentuam-se as monossílabas tônicas terminadas em: a, e, o seguidas ou não de (s).

✓ pá, pé, nó. pás, pés, nós.

• acentuam-se as oxítonas terminadas em: a, e, o seguidas ou não de (s), em, ens.

✓ vatapá, até, cipó, parabéns, também.

• acentuam-se as paroxítonas terminadas em: i, is, us, um, uns, r, x, n, l, ps, ã(s), ão(s), on(s) e ditongos
seguidos ou não de (s).

✓ biquíni, biquínis, vírus, fórum, fóruns, revólver, ônix, hífen, amável, fórceps, ímã(s), órgão(s), próton, prótons,
família(s).

• acentuam-se todas as proparoxítonas.

✓ sílaba, ínterim, médico, último, alcoólico.~

O que mudou com o novo acordo ortográfico?


Os ditongos abertos nas palavras paroxítonas (oi e ei) não são acentuados.

✓ Jiboia, ideia, assembleia, paranoia, estreia.

Os ditongos abertos nas palavras oxítonas ou monossílabas recebem acentos:

Destrói, véu, méis, anéis, pastéis, herói.

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Regra do hiato
Serão acentuadas graficamente as letras (i e u) se formarem hiato com a vogal anterior e aparecerem sozinhas ou
seguidas de (s).

✓ faísca, balaústre, juízes, país.

Não serão acentuadas se antecederem uma sílaba iniciada por -nh.

✓ Rainha, tainha, campainha

EXCEÇÃO: xiita e juuna por formarem hiatos com vogais idênticas.

Existe uma regra a qual denominamos como: CREDELEVÊ.

Os verbos: crer, dar, ler e ver não recebem mais acentos gráfico.

✓ creem, deem, leem, veem.

Esta é uma breve teoria que lhe dará um bom embasamento acerca das regras de acentuação gráfica.

Além deste resumo e com as videoaulas, consulte também uma boa Gramática para agregar em seus estudos.

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EXERCÍCIOS – ACENTUAÇÃO GRÁFICA

1. (G1 - ifsul 2018) Em relação às regras de acentuação, em qual alternativa as palavras obedecem à mesma regra?
a) Silêncio – paraíso – médico.
b) Só – você – pedirá.
c) Só – até – atrás.
d) Últimas – décadas – século.

2. (G1 - ifal 2018) Assinale nas alternativas abaixo aquela em que os vocábulos são acentuados graficamente por serem
paroxítonos.
a) casa, sapo, carro, mesa, relógio.
b) júri, fóssil, hífen, abdômen, oásis.
c) livro, fotografia, cachimbo, lápis, régua.
d) amável, perpétuo, teodiceia, antologia, bênção.
e) história, comentário, ímã, antigo, indústria.

3. (G1 - ifsul 2018) A única palavra que, ao perder o acento, NÃO gera outra palavra existente na língua é
a) prática.
b) ninguém.
c) pedirá.
d) até.

4. (G1 - ifsc 2018) A indústria tecnológica se desenvolveu muito nos últimos anos. Com isso, a quantidade e a qualidade dos
produtos eletrônicos surpreendem cada dia mais os consumidores.

Sabendo-se que as palavras em destaque receberam acentos gráficos por serem proparoxítonas, em qual alternativa há somente
palavras cujos acentos foram empregados com base na mesma regra de acentuação?

Assinale a alternativa CORRETA.


a) bêbado, pública, cáqui, trânsito
b) mínimo, chapéu, cândida, biquíni
c) abadá, tricô, flácido, avô
d) máxima, música, alfândega, obstáculo
e) tráfego, ímpeto, sábado, fênix

5. (G1 - ifal 2017) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por se enquadrarem na mesma regra de
tonicidade.
a) Parâmetro, líquido, álbuns, ênfase, tórax.
b) Biquíni, lágrima, fórum, ágil, íon.
c) Ética, círculo, bíceps, órfão, picolés.
d) Prótese, epígrafe, lápis, néctar, hábito.
e) Parabéns, camelôs, pavê, guaraná, ninguém.

6. (G1 - ifal 2017) Marque, dentre as alternativas abaixo, aquela em que os vocábulos são acentuados graficamente por serem
oxítonos.
a) caí, aí, ímã, ipê, abricó.
b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis.
c) vovô, capilé, Paraná, lápis, régua.
d) amém, amável, filó, porém, além.
e) paletó, avô, pajé, café, jiló.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Com base neste texto, responda à(s) questão(ões).

Ygor não tinha muito dinheiro pra ir à casa de Marcelle, não poderia pegar duas conduções. Teria que seguir uma longa
peregrinação, afinal a S... não disponibilizava ônibus praquelas bandas.
[...]
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Dentro do ônibus, tentava achar um lugar onde pudesse acomodar seus pés tamanho 42 sem pisar nos alheios. Riu
indignadamente ao ver, num ponto, um abrigo com um anúncio que dizia:
“CIDADANIA É USAR O TRANSPORTE DE MASSA: DÊ PREFERÊNCIA AO ÔNIBUS”.

Após um enjoativo fluxo de para e anda, para e anda que durou uma hora e quinze minutos, enfim o ônibus seguia sem
grandes interrupções, e inclusive já se aproximava do destino de Ygor.

DENISSON, Ari. Contos Periféricos. Maceió: Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2016. p. 31.

7. (G1 - ifal 2017) As palavras abaixo, encontradas no texto, foram acentuadas pela mesma razão, exceto
a) pés.
b) é.
c) dê.
d) após.
e) já.

8. (G1 - ifsp 2016) De acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa em que todas as palavras devam
ser acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação do vocábulo sublinhado na placa abaixo.

a) Facil/animo (substantivo)/apendice
b) Ingenuo/varzea/magoa (substantivo)
c) Virus/alcoolatra/unico
d) Alibi/antibiotico/monossilabica
e) Album/maniaco/amidala

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O texto abaixo apresenta inadequações, de acordo com a norma padrão. A(s) questão(ões) a seguir analisa(m) alguns desses
problemas.

No caminho de Montevideo, dirigindo pela rota beira-mar obrigatóriamente voce vai passar pelo porto de Montevideo,
lá existe um mercado muito sofisticado com ótimos restaurantes. Vale [à pena] uma parada para almoçar no El Palenque, um dos
melhores restaurantes do Uruguai para comer carnes, é incrivel lá dentro! Paramos para conhecer, mas não almoçamos no El
Palenque dessa vez, pois estavamos com o almoço marcado na Bodega Bousa e depois a visita a vinicola. Seguimos viagem pela
rota 5 em direção a Bodega Bousa (fique atento as placas, pois voce pode passar despercebido por elas).

(http://cozinhachic.com/diario-de-viagemmontevideo-vinicolas-e-restaurantes).

9. (G1 - utfpr 2016) No texto há algumas palavras com erro de acentuação gráfica. Assinale a alternativa que registra todas elas
com os erros corrigidos.
a) Obrigatoriamente, você, incrível, estávamos, vinícola, você.

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b) Montevidéo, obrigatóriamente, você, pôrto, estávamos, você.


c) Você, incrível, estávamos, você, pôrto.
d) Você, incrível, estávamos, vinícola, você.
e) Montevidéo, obrigatoriamente, você, incrível, vinícola, você.

10. (Unicamp 2019) Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto. As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do
léxico.

As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas. Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto - e, despóticas,
ainda exigem acento na sílaba tônica! Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito. É inequívoca a diferença entre o
arruaceiro e o vândalo. Uma coisa é estar na ponta – outra, no vértice. Ser artesão não é nada, perto de ser artífice.
Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice.

(Adaptado de Eduardo Affonso, “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto”. Disponível em www.facebook.com/eduardo22affonso/.)

Segundo o texto, as proparoxítonas são palavras que


a) garantem sua pronúncia graças à exigência de uma sílaba tônica.
b) conferem nobreza ao léxico da língua graças à facilidade de sua pronúncia.
c) revelam mais prestígio em função de seu pouco uso e de sua dupla acentuação.
d) exibem sempre sua prepotência, além de imporem a obrigatoriedade da acentuação.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


(...) Soropita levava a mão, sem querer, à orelha direita: tinha um buraco, na concha, bala a perfurara; ele deixava o
cabelo crescer por cima, para a tapar dum jeito. Que não lhe perguntassem de onde e como tinha aquelas profundas marcas; era
um martírio, o que as pessoas acham de especular. Não respondia. Só pensar no passado daquilo, já judiava. "Acho que eu sinto
dor mais do que os outros, mais fundo..." Aquela 1sensiência: quando teve de aguentar a operação no queixo, os curativos, cada
vez a dor era tanta, que ele já a sofria de véspera, como se já estivessem bulindo nele, o enfermeiro despegando as envoltas, o
chumaço de algodão com iodofórmio. A ocasião, Soropita pensou que nem ia ter mais ânimo para continuar vivendo, tencionou
de se dar um tiro na cabeça, terminar de uma vez, não ficar por aí, sujeito a tanto machucado ruim, tanto desastre possível, toda
qualidade de dor que se podia ter de 2vir a curtir, no coitado do corpo, na carne da gente. Vida era uma coisa desesperada.
Doralda era corajosa. Podia ver sangue, sem deperder as cores. Soropita não comia galinha, se visse matar. Carne de
porco, comia; mas, se podendo, fechava os ouvidos, quando o porco gritava guinchante, estando sendo sangrado. E o sangue
fedia, todo sangue, fedor triste. Cheiros bons eram o de limão, de café torrado, o de couro, o de cedro, boa madeira lavrada;
angelim-umburana - que dá essência de óleo para os cabelos das mulheres claras. (...) Mas, quando estavam deitados em cama,
Doralda 3repassava as mãos nas grossas costuras, numa por uma, ua mão fácil, surpresas de macia, passava a mão em todo o
corpo, a gente se estremecia, de cócega não: de ser bom, de ânsia. Mel nas mãos, nem era possível se ter um mimo de dedos com
tanto meigo. (...)

João Guimarães Rosa. DÃO-LALALÃO (O Devente). NOITES DO SERTÃO. In: CORPO DE BAILE. Ficção Completa - Volume I. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, p.811-2,
1994.

Na(s) questão(ões) adiante, assinale os números dos itens corretos.

11. (Unb 1998) Assinalando o texto como um todo, julgue os seguintes itens.

(1) O texto sistematicamente afasta-se da escrita padrão quanto à pontuação.


(2) A originalidade desse texto não atinge sua sintaxe: as construções são convencionais.
(3) O texto retrata tipos populares, mas o discurso segue o padrão da língua portuguesa culta.
(4) Observando atentamente a acentuação gráfica, nota-se que o autor ateve-se à convenção ortográfica.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


A pátria não é ninguém, são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A pátria
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não é um sistema, 1nem uma seita, 1nem um monopólio, 1nem uma forma de governo: é o céu, o solo, o povo, a tradição, a
consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que a servem
são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não sublevam, os que não delatam, os que não
emudecem, os que não se acobardam, mas resistem, mas esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a
admiração, o entusiasmo. Porque todos os sentimentos grandes são benignos e residem originariamente no amor. No próprio
patriotismo armado, o mais difícil da vocação, e a sua dignidade, não está no matar, mas no morrer. A guerra, legitimamente, não
pode ser o extermínio, nem a ambição: é simplesmente a defesa. Além desses limites, seria um flagelo bárbaro, que o patriotismo
repudia.

(Rui Barbosa. In: Antologia - Casa de Rui Barbosa)

Na(s) questão(ões) a seguir assinale os itens corretos e os itens errados.

12. (Unb 1997) Observe o texto sob o enfoque gramatical e julgue os itens adiante.

(1) A regra de acentuação de DEEM não pode ser aplicada a nenhuma palavra do texto, mas justifica os acentos de VEEM, TEEM
e ABENÇOO.
(2) As três ocorrências do sinal indicativo de crase, no 1º período do 1º parágrafo, justificam-se por introduzirem complementos
nominais constituídos por substantivos femininos.
(3) A conjunção "nem", repetida (ref. 1), está estabelecendo a coordenação entre termos independentes entre termos
independentes entre si.
(4) Na passagem "a comunhão DA LEI, DA LÍNGUA E DA LIBERDADE", as expressões em destaque podem ser substituídas,
respectivamente, por LEGAL, LINGUÍSTICA e LIVRE, sem mudanças de sentido.
(5) Nos dois últimos períodos do texto, os verbos estão flexionados na voz ativa, indicando que o sujeito é o ser que pratica a ação.

Gabarito:

Resposta da questão 1:
[D]

Na alternativa [D], todas as palavras são acentuadas por serem proparoxítonas: úl-ti-mas, dé-ca-das, sé-cu-lo.

Resposta da questão 2:
[B]

Em [B], todas as palavras são paroxítonas acentuadas:


jú-ri
fós-sil
hí-fen
ab-dô-men
o-á-sis

Resposta da questão 3:
[B]

A palavra “prática”, ao perder o acento, gera o verbo “pratica”. O verbo “pedirá”, conjugado no futuro do presente, ao perder o
acento, gera o verbo “pedira”, conjugado no pretérito mais-que-perfeito. A preposição "até", ao perder o acento, gera o verbo
"ate", do verbo "atar" conjugado no presente do subjuntivo.

Resposta da questão 4:
[D]

Em [D], há quatro proparoxítonas: má-xi-ma, mú-si-ca, al-fân-de-ga, obs-tá-cu-lo.


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Resposta da questão 5:
[E]

[A] Incorreta: “parâmetro”, “líquido” e “ênfase” são proparoxítonas, já “tórax” e “álbuns” são paroxítonas.
[B] Incorreta: “lágrima” é proparoxítona e as outras palavras são paroxítonas.
[C] Incorreta: “ética” e “círculo” são proparoxítonas, já “bíceps” e “órfão” são paroxítonas e “picolés” é oxítona.
[D] Incorreta: “prótese”, “epígrafe” e “hábito” são proparoxítonas, já “lápis” e “néctar” são paroxítonas.
[E] Correta: todas as palavras são oxítonas.

Resposta da questão 6:
[E]

De acordo com o novo acordo ortográfico, toda oxítona (palavra cuja sílaba tônica é a última) terminada em “a”, “e” e “o”,
seguidas ou não de “s”. Assim, somente em [E] vemos apenas palavras com a última sílaba tônica, terminadas em “o” e “e”.

Resposta da questão 7:
[D]

Todas as palavras são monossílabos tônicos, exceto “após” que é uma oxítona.

Resposta da questão 8:
[B]

A regra de acentuação da palavra “obrigatório” é que acentuam-se todas as paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
Assim, a única alternativa em que observamos paroxítonas com ditongos crescentes é a [B]: in-gê-nuo, vár-zea e má-goa.

Resposta da questão 9:
[A]

Estão incorretas:

[B], pois as palavras “obrigatoriamente” e “porto” estão grafadas de forma errada.


[C], pois a palavra “porto” está grafada de forma errada.
[D], pois não corrige a forma “obrigatóriamente” para “obrigatoriamente”.
[E], pois não corrige a palavra “estavamos” para “estávamos”.

Resposta da questão 10:


[D]

O autor explora ironicamente a regra de acentuação das palavras proparoxítonas, obrigatoriedade da acentuação na
antepenúltima sílaba, para criticar os discursos pernósticos, típicos de quem gosta de usar termos incomuns, que às vezes
desconhece, para aparentar cultura ou status social elevado em relação aos demais. Assim, é correta a opção [D].

Resposta da questão 11:


FFVV

Resposta da questão 12:


FVVFF

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ESTRUTURA DE PALAVRAS
Observe as seguintes palavras:
escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização

Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há
elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, escola e escolar:
partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável -ar.

Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a
existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma unidade mínima de
significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.

Classificação dos morfemas:

Radical

Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical –
que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte
da palavra responsável por sua significação principal.

Afixos

Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o
acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas recebem o
nome de afixos.

Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando,
como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar
mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no radical a que são
acrescentados.

Desinências

Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam.
Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa
(primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara,
amasse, por exemplo).

Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre
surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e desinências
verbais.

• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma
opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de
morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares;
revólver/revólveres; cruz/cruzes.

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que
indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos

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(desinência número-pessoais):

cant-á-va-mos cant-á-sse-is

cant:
cant: radical
radical

-á-: vogal -á-: vogal


temática temática

-sse-
-va-:desinência :desinência
modo-temporal modo-
(caracteriza o temporal
pretérito (caracteriza o
imperfeito do pretérito
indicativo) imperfeito do
subjuntivo)

-
- is: desinência
mos:desinência número-
número-pessoal pessoal
(caracteriza a (caracteriza a
primeira pessoa segunda
do plural) pessoa do
plural)

Vogal temática

Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical,
constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os
verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.

• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola,
triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de
gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a
desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó,
caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática.

• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal
temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.

primeira segunda terceira


conjugação conjugação conjugação

govern-a- estabelec-
defin-i-ra
va e-sse

imped-i-
atac-a-va cr-e-ra
sse

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realiz-a-
mex-e-rá ag-i-mos
sse

Vogal ou consoante de ligação

As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou
mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra
escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro,
alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.

Processo de formação de palavras

Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição.

A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação, partimos sempre de um único
radical, enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical.

DERIVAÇÃO

Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente,
chamada primitiva. Observe o quadro abaixo:

Primitiva Derivada
mar marítimo, marinheiro, marujo
terra enterrar, terreiro, aterrar

Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação
de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais,
derivadas.

TIPOS DE DERIVAÇÃO

Derivação Prefixal ou Prefixação

Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja os exemplos:

crer- descrer
ler- reler
capaz- incapaz

Derivação Sufixal ou Sufixação

Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe
gramatical. Por exemplo: alfabetização

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No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do
substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.

A derivação sufixal pode ser:

a) Nominal, formando substantivos e adjetivos. Por exemplo:

papel - papelaria
riso - risonho

b) Verbal, formando verbos. Por exemplo:

atual - atualizar

c) Adverbial, formando advérbios de modo.

Por exemplo:

feliz - felizmente

Derivação Prefixal e Sufixal

Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva.

Exemplos:

Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada


leal des leal dade deslealdade
feliz in feliz mente infelizmente

Note que a presença de apenas um desses afixos é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua
existem as palavras "desleal", "lealdade" e "infeliz", "felizmente".

Derivação Parassintética ou Parassíntese

Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixoà palavra primitiva.

Considere, por exemplo, o adjetivo "triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer pela junção simultânea do
prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". Note que a presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma
nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras "entriste", nem "tristecer". Exemplos:

Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada


mudo e mud ecer emudecer
alma des alm ado desalmado

Dica: para estabelecer a diferença entre derivação prefixal e sufixal e parassintética, basta retirar o prefixo ou
sufixo da palavra na qual se tem dúvida. Feito isso, observe se a palavra que sobrou existe; caso isso aconteça,
será derivação prefixal e sufixal. Caso contrário, será derivação parassintética.

Derivação Regressiva

Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Exemplos:

comprar (verbo)
compra (substantivo)

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beijar (verbo)
beijo (substantivo)

Saiba que:

Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte
orientação:

- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva.

- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário.

Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não
ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao
verbo ancorar.

Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome
de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por
derivação regressiva. Veja:

o portuga (de português)


o boteco (de botequim)
o comuna (de comunista)

Ou ainda:

agito (de agitar)


amasso (de amassar)
chego (de chegar)

Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em
sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo.

Derivação Imprópria

A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua
forma, muda de classe gramatical. Neste processo:

1) Os adjetivos passam a substantivos. Por exemplo:

Os bons serão contemplados.

2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos. Por exemplo:

Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.

3) Os infinitivos passam a substantivos. Por exemplo:

O andar de Roberta era fascinante.


O badalar dos sinos soou na cidadezinha.

4) Os substantivos passam a adjetivos. Por exemplo:

O funcionário fantasma foi despedido.


O menino prodígio resolveu o problema.

5) Os adjetivos passam a advérbios. Por exemplo:

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Falei baixo para que ninguém escutasse.

6) Palavras invariáveis passam a substantivos. Por exemplo:

Não entendo o porquê disso tudo.

7) Substantivos próprios tornam-se comuns. Por exemplo:

Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente)

Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque implicam alterações
na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu significado, o que acaba
caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada "imprópria".

Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois
tipos, apresentados a seguir.

Composição por Justaposição

Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética. Exemplos:

passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor

Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inalterada a
sonoridade da palavra.

Composição por Aglutinação

Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos.
Exemplos:

embora (em boa hora)


fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre)
hidrelétrico (hidro + elétrico)
planalto (plano alto)

Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um só acento tônico, o do último componente.

Redução

Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe:

auto - por automóvel


cine - por cinema
micro - por microcomputador
Zé - por José

Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na
comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção "Extras" -> Abreviaturas e Siglas)

Hibridismo

Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes. Por exemplo:

auto (grego) + móvel (latim)

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Onomatopeia

Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos
da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres.
Exemplos:

miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.

EXERCÍCIOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

01. (UFSC) Aponte a alternativa cujas palavras são respectivamente formadas por justaposição, aglutinação e
parassíntese:
a) varapau - girassol - enfaixar
b) pontapé - anoitecer - ajoelhar
c) maldizer - petróleo - embora
d) vaivém - pontiagudo - enfurece
e) penugem - plenilúnio – despedaça

Resposta Questão 1
Alternativa D.

- Vaivém – Justaposição: ocorre quando dois radicais unem-se sem que as palavras sofram transformações.
- Pontiagudo – Aglutinação: ocorre quando dois radicais unem-se e um deles sofre alteração.
- Enfurece – Parassíntese: ocorre quando os dois morfemas (prefixo e sufixo) unem-se ao radical
simultaneamente. Perceba que não existe a palavra enfure, da mesma forma que não existe a palavra furece.
Portanto, podemos afirmar que a anexação do prefixo e do sufixo ocorreu ao mesmo tempo.

02. O mesmo processo de formação da palavra "feminismo” é observado em:


a) envelhecer
b) envergonhados
c) desapontado
d) cruelmente
e) infraestrutura

Resposta Questão 2
Alternativa D.
Feminismo (acréscimo do sufixo -ismo) é uma palavra formada pelo processo de derivação sufixal, assim
como a palavra cruelmente (acréscimo do sufixo -mente).
03. Considerando o processo de formação de palavras, relacione a coluna da direita com a da esquerda:

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a) 3, 4, 2, 5, 1
b) 2, 4, 3, 1, 5
c) 4, 1, 5, 3, 2
d) 2, 4, 3, 5, 1
e) 4, 1, 5, 2, 3

Resposta Questão 3
Alternativa E.
- Alfabetização – sufixação: verbo alfabetizar mais sufixo -ação.
- O feito – Derivação imprópria: verbo no particípio (feito) que, com o acréscimo do artigo o, passou a ser
substantivo.
- Pontapé – composição por justaposição: ocorre quando dois radicais unem-se sem sofrerem
alterações. Ponta + pé.
- Incapaz – Prefixação: palavra primitiva capaz mais prefixo -in.
- Infelizmente – Prefixação e sufixação: Acréscimo de um prefixo -in e de um sufixo -mente, ao mesmo tempo,
na palavra feliz.
04. Assinale a alternativa em que a palavra não é formada por derivação regressiva:
a) comuna
b) âncora
c) boteco
d) corte
e) agito

Resposta Questão 4
Alternativa B.
Derivação regressiva ocorre quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Se o termo
denota ação, o nome será palavra derivada, e o verbo, palavra primitiva. Se o termo denota algum objeto ou
substância, o nome é um substantivo primitivo que deu origem ao verbo. A palavra âncora é um objeto e, nesse
caso, um substantivo primitivo que deu origem ao verbo ancorar.
05. (FFCL-Santo André)
As palavras couve-flor, planalto e aguardente são formadas por:
a) derivação
b) onomatopeia
c) hibridismo
d) composição
e) prefixação

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Resposta Questão 5
Alternativa D.
O processo de composição é aquele que forma uma nova palavra por meio da junção de dois ou mais radicais.
Composição por aglutinação: quando um dos radicais sofre alteração.
Composição por justaposição: quando os radicais, ao se unirem, não sofrem alterações.

06. (UF-Uberlândia)
Em qual dos itens abaixo está presente um caso de derivação parassintética:
a) operaçãozinha
b) conversinha
c) principalmente
d) assustadora
e) obrigadinho

Resposta Questão 6
Alternativa D.
Derivação parassintética é o processo em que acontece simultaneamente a anexação de prefixo e sufixo à
palavra primitiva. Nesse caso, a palavra primitiva é susto.

07. Analise as afirmações e indique a alternativa correta.


I. marítimo, terreiro e âncora são formados pelo processo de derivação.
II. Desconhecido, pessimismo e sociedade são formados pelo processo de derivação parassintética.
III. Trabalho, choro e carro são formados pelo processo de derivação regressiva.
IV. Infelizmente, alarme e indisposto são formados pelo processo de derivação sufixal.
V. Refazer, desfazer e felizmente são formados pelo processo de derivação prefixal.
a) I, II e V estão corretas.
b) IV e V estão corretas.
c) Apenas a alternativa III está correta.
d) Todas estão corretas.
e) Todas estão incorretas.

Resposta Questão 7
Alternativa E.
I. Marítimo e terreiro são formados pelo processo de derivação.
II. Nenhuma das palavras é formada pelo processo de derivação parassintética, uma vez que esse

processo diz respeito a uma palavra que é formada pela anexação simultânea de prefixo e sufixo.

III. Trabalho e choro são formados pelo processo de derivação regressiva: trabalhar – trabalho; chorar – choro.
IV. Apenas infelizmente é formado pelo processo de derivação sufixal.
V. Refazer e desfazer são formados pelo processo de derivação prefixal.

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08. Analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.


I. A derivação imprópria ocorre quando uma palavra, pertencente a uma determinada classe, é utilizada como se fosse
de outra classe gramatical.
II. O coelho verde saiu correndo. - apresenta uma derivação imprópria.
III. O amanhecer de ontem foi magnífico. - apresenta uma derivação imprópria.
a) Apenas I é correta.
b) Apenas II é correta.
c) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas I e III estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.

Resposta Questão 8
Alternativa D.

A alternativa II é a única incorreta, uma vez que coelho, substantivo na frase, continua ocupando a classe
gramatical dos substantivos.
→ Amanhecer, originalmente, é verbo; mas, na frase listada, ela assume papel de substantivo.

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CLASSES GRAMATICAIS
MORFOLOGIA
Os vocábulos da língua portuguesa reúnem-se em classes ou categorias gramaticais. São dez. Seis
chamadas classes variáveis e quatro chamadas classes invariáveis. Deve-se observar que a classificação
morfológica de uma palavra sempre está relacionada com o contexto em que estiver empregada. Bem por isto convém
atentar para o processo de derivação imprópria. São classes variáveis:

SUBSTANTIVO
O "nome" por excelência. Palavra com que se denominam seres, coisas, atos, enfim, tudo quanto o ser humano
percebe. Muitos substantivos expressam ideia de um conjunto de entes. Classificam-se em:

próprios:
aqueles que particularizam um ente no meio de sua espécie.

Exemplos:
Marcelle; Araçatuba; Casa Silva.

comuns:
aqueles que nomeiam todos os elementos de uma mesma espécie.

Exemplos:
homem; cidade, loja.

concretos:
os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes dois sentimentos ou julgamentos
do ser humano.

Exemplos:
Deus; fada; espírito; mesa; pedra.

abstratos:
os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos e sentimentos.

Exemplos:
dor; saudade; beijo; pontapé; chute; resolução; resposta, etc.

coletivos:
aqueles que nomeiam conjuntos.

Exemplos:

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manada; bando; biblioteca; discoteca; pinacoteca, etc.

Nota: Há coletivos específicos, como cáfila (conjunto de camelos), e não específicos, como bando (de aves, de
marginais, etc.).

primitivos:
substantivos que dão origem a outros, através dos processos de derivação.

derivados:
são os substantivos formados por processos de derivação, exceto a imprópria.
Os substantivos podem, ainda, ser simples ou compostos.

Flexões dos substantivos


Os substantivos flexionam-se em gênero, número e grau.

a) gênero:
Relativamente à flexão de gênero, os substantivos podem ser biformes ou uniformes. Os biformes, também
chamados heterônimos, apresentam formas distintas para masculino ou feminino.

Exemplo:
homem/mulher.

Os substantivos uniformes separam-se em:


Epicenos:
Neste caso o gênero se indica com a adição dos designativos macho/fêmea.

Exemplos:
jacaré macho; jacaré fêmea.

Comuns de dois gêneros:


Caso em que o gênero é indicado pelo artigo ou pronome que o determinem.

Exemplos:
O/A estudante; O/A motorista etc.
Sobrecomuns:
O gênero só se revela no contexto, independentemente do artigo que os precede.

Exemplos:
O cônjuge (marido ou mulher); o carrasco (homem ou mulher); o caixa (homem ou mulher).

Existem substantivos que, sendo masculinos têm um significado, sendo femininos, têm outro.

Alguns exemplos:

O águia (indivíduo esperto) A águia (ave de rapina)

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O cabra (homem valente, rude) A cabra (animal)

O caixa (tesoureiro/tesoureira) A caixa (recipiente)

O moral (o ânimo) A moral (ética, dignidade)

O rádio (aparelho receptor) A rádio (estação transmissora)

b) número:
Trata de singular ou plural. A flexão de número não causa problema a usuários da língua com preparo mediano,
entretanto, sempre convém observar certas particularidades. Há, por exemplo, substantivos que só se empregam na
forma de plural; chama-se pluralia tantum: os afazeres; as algemas; os anais; as bodas; as condolências; as custas
(de um evento judicial); Os Estados Unidos; os idos; os parabéns etc.
É conveniente observar o plural dos substantivos compostos, embora haja discordância teórica entre muitos
gramáticos.
1. Nos compostos sempre variam os elementos substantivos, adjetivos e numerais ordinais. Exemplos: couves-flores;
amores-perfeitos; segundas-feiras.
Notas:
1. Se os compostos têm os núcleos unidos por preposição, apenas o primeiro elemento irá para o plural. Exemplos:
pés de moleque; águas-de-colônia; marias-sem-vergonha.
Muitas vezes a preposição está implícita: cavalos-vapor (= cavalos-de-vapor)
2. Se o segundo elemento do composto indicar espécie ou semelhança, apenas o primeiro elemento irá para o plural.
Exemplos: navios-escola; licenças-prêmio; cafés-concerto; canetas-tinteiro; macacos-prego, peixes-boi.
2. Nunca variam compostos formados por verbos, advérbios e preposições.

Exemplos:
Os quero-quero; os leva-e-traz. Os abaixo-assinados; os sem-terra.

c) grau:
Quanto ao grau, os substantivos podem se flexionar no aumentativo ou diminutivo, para expressar ideia de grandeza,
afeto ou menosprezo. Exemplos: casarão, casinha, casebre, pobretão, menininha.
Deve-se observar que, apesar da forma aumentativa ou diminutiva, muitas palavras perderam a noção de grandeza.
Exemplos: portão; cartão; flautim; caderneta e outros.

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ADJETIVO

ADJETIVO
Classe de palavras que servem para caracterizar um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, um estado, uma
condição ou uma origem. Exemplos: homem honesto; moça triste; mulher pobre; cidadão coreano.

Flexões dos adjetivos

Os adjetivos se flexionam em gênero, número e grau. Quanto ao gênero e número, concordam com o substantivo a
que se referem. Relativamente ao grau, é necessário algum cuidado.

Grau comparativo:

a) igualdade:

Esta cidade é tão importante quanto aquela.

b) Inferioridade:

Esta cidade é menos importante que (do que) aquela.

c) Superioridade:

Esta cidade é mais importante que (do que) aquela.

Grau superlativo:
Trata de atribuir ao substantivo uma característica elevada ao grau máximo. Pode ser:
- superlativo absoluto analítico: quando se acrescenta um advérbio de intensidade ao adjetivo, sem flexioná-lo.

Exemplo:
Esta garota é muito linda.
- superlativo absoluto sintético: Forma-se com o emprego dos sufixos superlativos.

Exemplo:
Esta garota é lindíssima.
- superlativo relativo de superioridade: Destaca as característica de um ente em relação a um grupo.

Exemplo:
Esta garota é a mais bela da classe. Note-se, ele é a mais bela dentro do grupo: a classe.
- superlativo relativo de inferioridade: Destaca a inferioridade do ente no conjunto em que se insere.

Exemplo:
Esta garota é a menos bela da classe.
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Abaixo, algumas locuções adjetivas e seus adjetivos correspondentes:

Locução adjetiva Adjetivo

de abdômen abdominal

de abelha apícola

de abutre vulturino

de alma anímico

de aluno discente

de anjo angelical

de ano anual

de aranha aracnídeo

de asno asinino

de astro sideral

de audição ótico

de baço esplênico

de bispo episcopal

de boca bucal ou oral

de bode hircino

de boi bovino

de bronze brônzeo ou êneo

de cabelo capilar

de cabeça cefálico

de cabra caprino

de campo campestre ou rural

de carneiro arietino

de cavalo cavalar, equino, equídeo ou hípico

de chumbo plúmbeo

de chuva pluvial

de cidade urbano ou citadino

de cinza cinéreo

de circo circense

de cobre cúprico

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de coelho cunicular

de couro coriáceo

de criança pueril ou infantil

de cão canino

de decoração decorativo

de dedo digital

de dia diário

de diamante diamantino ou adamantino

de elefante elefantino

de enxofre sulfúrico

de escola escolar

de esmeralda esmeraldino

de estrela estelar

de estômago estomacal ou gástrico

de face facial

de falcão falconídeo

de faraó faraônico

de farinha farináceo

de fera ferino

de ferro férreo

de fogo ígneo

de frente frontal

de fábrica fabril

de fígado figadal ou hepático

de gado pecuário

de gafanhoto acrídeo

de galinha galináceo

de ganso anserino

de garganta gutural

de gato felino

de gelo glacial

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de gesso gípseo

de governo governamental

de guerra bélico

de hoje hodierno

de homem viril ou humano

de idade etário

de ilha insular

de intestino celíaco ou entérico

de inverno hibernal ou invernal

de irmão fraterno

de junho junino

de lado lateral

de lago lacustre

de laringe laríngeo

de lebre leporino

de leite lácteo ou láctico

de leão leonino

de lobo lupino

de lua lunar

de lágrima lacrimal

de macaco simiesco, símio ou macacal

de madeira lígneo

de manhã matinal

de mar marítimo

de marfim ebúrneo ou ebóreo

de memória mnemônico ou mnêmico

de mestre magistral

de monge monacal

de monstro monstruoso

de morte mortal

de mundo mundial

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de mãe materno

de mês mensal

de nariz nasal

de neve níveo

de noite noturno

de nuca occipital

de olhos ocular

de orelha auricular

de osso ósseo

de ouro áureo

de outono outonal

de ovelha ovino

de pai paterno

de paixão passional

de pato anserino

de peixe písceo

de pele cutâneo ou epitelial

de pombo columbino

de porco suíno ou porcino

de prata argênteo ou argírico

de professor docente

de pulmão pulmonar

de páscoa pascal

de pâncreas pancreático

de quadril ciático

de raposa vulpino

de rei real

de rim renal

de rio fluvial

de sangue sanguíneo

de serpente ofídico

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de sol solar

de sonho onírico

de tarde vespertino

de tecido têxtil

de terra telúrico, terrestre ou terreno

de trás traseiro

de tórax torácico

de urso ursino

de vaca vacum

de velho senil

de vento eólico

de verão estival

de vidro vítreo ou hialino

de virgem virginal

de virilha inguinal

de visão óptico ou ótico

de voz vocal

de víbora viperino

de águia aquilino

de éter etéreo

dos quadris ciático

Concordância dos adjetivos compostos

Os adjetivos compostos flexionam normalmente o último elemento do composto, concordando com o substantivo a
que se referem. Exemplos: Clínicas médico-cirúrgicas; Projetos médico-cirúrgicos.
Quando se referem a cores, sendo formado de palavra que indica cor + substantivo, ficará invariável. Exemplo:
Vestidos amarelo-ouro; blusas amarelo-ouro. Entretanto se se forma com adjetivo, este faz a concordância:
Vestidos amarelo-claros; blusas amarelo-claras.
Nota: Azul-marinho e azul-celeste são formas invariáveis.

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Artigo

ARTIGO
É o determinante de um substantivo, já que este, isolado, tem apenas uma ideia genérica. Desta forma, o artigo serve
para selecionar um referente entre outros da espécie, particularizando-o, tornando-o específico, conhecido,
determinado. Pode também o artigo fazer referência a um ente qualquer, não específico no conjunto. Por isto é que
se dividem os artigos em definidos (o, a) e indefinidos (um, uma). Exemplos: Empreste-me a caneta! (trata-se de uma
caneta já conhecida do emissor e do receptor). Empreste-me uma caneta. (trata-se de qualquer caneta de que o
receptor disponha.
Além desses papéis, o artigo pode:
a) determinar o gênero do substantivo.

Exemplo:
O caixa; A caixa.

b) Determinar o número do substantivo: O ônibus; Os ônibus.


c) Expressar ideia de intimidade.

Exemplos:
O João está dormindo. A Camila está na casa da avó.

d) Determinar nomes de alguns países, estados e cidades.

Exemplos:
O Brasil; A Alemanha; O Rio de Janeiro.

Notas:
1. Há nomes locativos que não admitem artigo.

Exemplos:
Roma; Paris; Brasília.

2. Os locativos Minas Gerais, Alagoas e Recife podem ter artigo ou não, indiferentemente.
3. Nos nomes ilustres das Artes, das Ciências e da Religião não se emprega o artigo. Exemplos: Machado de Assis;
Rousseau; Einstein; São Mateus.
4. Não se emprega o artigo antes do nome de Deus e de Jesus, exceto se modificados. Exemplos: O Deus dos
cristãos, O Jesus dos gentios.
5. A palavra ambos é classificada como numeral substantivo.

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NUMERAL
Classe de palavras que expressa noções quantitativas ou de sequência. Podem ser cardinais: 1,2,3,...; ordinais: 1º,
2º, 3º ...; multiplicativos: o dobro, o triplo, o quádruplo... e fracionários: terço, quarto (1/3; 1/4). É conveniente
consultar boas gramáticas, relativamente aos usos dos numerais. Um caso, porém merece destaque:
Na numeração de reis, papas, capítulos, séculos, artigos emprega-se o numeral ordinal até décimo; daí em diante,
passa-se a usar o numeral cardinal.

Exemplos:
Papa João Paulo II (Segundo); Papa João XXIII (vinte e três).

PRONOME

Classe de palavras que podem substituir o nome ou a ele referir-se. O pronome faz referência às pessoas do
discurso, assim, flexiona-se em pessoa e número. Quando um pronome substitui o nome, chama-se pronome
substantivo.

Exemplo:
Ele não está na sala.
Caso o pronome faça referência a um nome expresso, chama-se pronome adjetivo.

Exemplo:
Este José é um problema sério.
Os pronomes classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.

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A seguir, observe a lista dos pronomes chamados pessoais.

Oblíquos átonos Oblíquos tônicos (usados com


Nº Pessoa Retos
(usados sem preposição) preposição)

Eu Devolveram-me à vida Ela quer falar contra mim



Ela fala com todos exceto comigo
S
I Tu Tu te feres ? Junto a Ti ela é feliz

N
Contigo há Alegria e emoção
G
Ele/Ela Eu o vi semana passada Eles falam sempre de si
U
L Ele a ajudou muito Vá até ele e faça-o saber a verdade
A
3º A ela deram tudo: amor, saúde e
R Eu disse-lhe um segredo
proteção

Carla e Cristina Enganaram-se Consigo há paz e plenitude

Perante nós a vida desenrolou -se


Nós Põe-nos ali
1º calmamente

Até conosco eles foram rudes


P
Vós podeis confiar em
L 2º Vós vos queríeis muito Estava com vós outros
mim
U
R Eles/Elas Soube inspirar-lhes fé Em respeito a eles mantive-me quieto
A
Eu avisei-os Elas
L
3º Antônio dominava-as a todas
Ele critica todo mundo exceto si mesmo
vencia-as

Se Consigo

Advérbio
Advérbio é a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo e até mesmo, outro advérbio.

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Para entendermos o advérbio e seu emprego, precisamos saber distinguir a noção adverbial da noção adjetiva. Isso
é muito fácil: basta lembrarmos que o adjetivo se relaciona exclusivamente com um nome (ou pronome) e jamais se
relacionará com um verbo.

Observe:
Homem baixo
O adjetivo baixo modifica o substantivo homem.
Falar alto.
O advérbio alto modifica o verbo falar.

O adjetivo atribui uma qualificação a um substantivo. Já o advérbio acrescenta uma circunstância, uma informação a
mais ao sentido apresentado por um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. O advérbio indica as circunstâncias
(de tempo, de lugar, de modo, etc.) em que ocorre o fato verbal.

Veja estes exemplos:

Locuções Adverbiais
Existem expressões - formadas de duas ou mais palavras, geralmente uma preposição e um substantivo - que
podem funcionar como adjetivos ou como advérbios: chamam-se, respectivamente, locução adjetiva e locução
adverbial.
Alguns exemplos de locuções adverbiais: de manhã, em breve, de repente, à direita, à esquerda.

Exemplos:

Os rapazes de Santos chegaram. (de Santos: locução adjetiva, pois modifica o substantivo rapazes)
Os rapazes chegaram de Santos. (de Santos: locução adverbial, pois modifica o verbo chegaram).

Classificação dos Advérbios

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Conforme a circunstância que acrescenta ao adjetivo, ao verbo ou a outro advérbio, o advérbio — e também
a locução adverbial — pode classificar-se como sendo de:
1. Afirmação: sim, realmente, certamente, etc.

Exemplo:
Sem dúvida, vocês agiram certo.

2. Dúvida: talvez, possivelmente, provavelmente, etc.


Provavelmente fará calor hoje à tarde.
3. Intensidade: muito, pouco, tão, bastante, etc.

Exemplo:
Ela é muito inteligente.

4. Lugar: aqui, ali, aí, perto, abaixo, acima, além etc.

Exemplo:
Iremos ali para conversar.

5. Tempo: agora, já, amanhã, cedo, tarde, sempre, etc.

Exemplo:
Paulo chegou cedo hoje.

6. Modo: assim, bem, mal, depressa, devagar etc. e muitos dos vocábulos terminados em -mente.

Exemplo:
Ele estava se sentindo bem.

7. Negação: não, tampouco

Exemplo:
Não faremos as atividades.

Advérbios Interrogativos
Quando as palavras onde, como, quanto, quando e por que são usadas em frases interrogativas (diretas ou
indiretas), são chamadas de advérbios interrogativos.

Exemplos:
Onde você mora? (direta)
Não sei como ele conseguiu terminar a corrida. (indireta)
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Quando você vai embora? (direta)


Queria saber por que ela não foi ao supermercado. (indireta)
Quanto custa o litro de leite? (direta)

Locução Adverbial
A locução adverbial é uma expressão formada por mais de uma palavra com o valor de advérbio.

Exemplos:
às vezes, de propósito, de repente, a pé, de vez em quando.

Grau dos Advérbios


Há dois graus de advérbio: grau comparativo e grau superlativo
a) O grau comparativo pode ser:
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como)

Exemplo:
Jovenildo lê tão devagar quanto você.
- de superioridade: mais + advérbio + (do) que

Exemplo:
Jovenildo lê mais devagar que você.
- de inferioridade: menos + advérbio + (do) que

Exemplo:
Jovenildo lê menos devagar que você.
b) O grau superlativo pode ser:
- sintético: a presença de sufixo indica grau

Exemplo:
Cheguei cedíssimo.
- analítico: a indicação de aumento de grau é feita por outro advérbio

Exemplo:
Cheguei muito cedo.

Regras de Advérbios:
1. Melhor e pior são comparativos adverbiais quando modificam verbos; são invariáveis.

Exemplo:
Eu jogo futebol melhor que Pedro. (melhor modifica o verbo jogar)

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2. Melhor e pior são comparativos adjetivos quando modificam substantivos e quando vêm depois de um verbo de
ligação: são variáveis.

Exemplos:
Minha filha tirou notas melhores que a sua. (melhores modifica o substantivo notas)
Meu filho é pior aluno que o seu. (pior vem depois do verbo de ligação e modifica o substantivo aluno)
3. Quando há vários advérbios terminados em -mente, usa-se o sufixo apenas no último advérbio.

Exemplos:
Estava trabalhando eficiente e calmamente. (Certo)
Estava trabalhando eficientemente e calmamente. (Errado)
4. Antes de particípios, não se usam as formas sintéticas do comparativo de superioridade (melhor, pior), e sim as
formas analíticas: mais bem, mais mal.

Exemplos:
Aqueles atletas estavam mais bem preparados que os outros.
Esse artigo foi mais mal escrito que aquele.

CONJUNÇÕES

Assim como a preposição, a conjunção é um importante elemento de conexão entre as orações. A conjunção é uma
palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Vejamos a seguir:

O garoto segurou o brinquedo e mostrou quando chegou da escola.

A partir do exemplo podemos analisar três informações:

• O garoto segurou o brinquedo.


• O garoto mostrou.
• O garoto chegou da escola.

Logo, a segunda oração está ligada à primeira por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por meio do
"quando". As palavras "e" e "quando" ligam, portanto, orações.

Conjunções coordenadas
As conjunções coordenativas também conhecidas como conjunções coordenadas, estabelecem uma ligação
entre as orações coordenadas. No entanto, é importante destacar que estas orações não dependem sintaticamente
das outras, assim como também ligam termos que têm a mesma função gramatical.

Locução conjuntiva
Há ainda a locução conjuntiva, que ocorre quando duas ou mais palavras exercem a função de conjunção. Como os
casos de: ainda que, desde que, assim que, uma vez que, antes que, logo que:

Ele participará da festa, desde que você faça a sua parte.


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As conjunções coordenativas recebem o mesmo nome dos tipos de orações coordenadas sindéticas, a saber:

• Conjunções aditivas - expressam soma.


• Conjunções adversativas - expressam oposição.
• Conjunções alternativas - expressam alternância.
• Conjunções conclusivas - expressam conclusão.
• Conjunções explicativas - expressam explicação.

Tipos Conjunções Exemplos


Gosta de chocolate, mas também de
Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
vegetais.
contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, Correu muito, no entanto não consegui
Adversativas
porém, todavia... chegar.
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer… Não ouvia ou fingia não ouvir.
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por Farei todos os exercícios, logo terei bom
Conclusivas
conseguinte, por isso, portanto... desempenho.
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que... Venci porque sou a melhor cozinheira.

Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas são os termos que ligam duas orações sintaticamente dependentes. É o contexto da
frase o que determina o tipo de relação estabelecida pela conjunção, portanto o contexto é fundamental. As
conjunções não desempenham função sintática na oração e são ligadas somente pelos conectivos. As conjunções
subordinativas dividem-se em: causais, concessivas, condicionais, comparativas, finais, proporcionais, temporais,
comparativas, consecutivas e integrantes.

Tipos Conjunções Exemplos


Porque, pois, porquanto, como (no sentido de porque), pois que,
Causais Estava bem porque dormi.
por isso que, á que, uma vez que, visto que, visto como, que
Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem Embora ficasse calma, sempre
Concessivas
que, se bem que , apesar de que, nem que, que. tremia.
Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, dado que, Se tivesse viva, não a
Condicionais
desde que, a menos que, a não ser que. reconheceria.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante. Aflita como coração de mãe.
É tarde para que reverta o
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que.
estrago.
À medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto,
quanto mais... (no sentido de mais), quanto mais... (no sentido
de tanto mais), quanto mais... (no sentido de menos), quanto Não gostava de João, quanto
Proporcionais
menos... (no sentido de menos), quanto menos... (no sentido de mais de Margarida.
tanto menos), quanto menos (no sentido de mais), quanto
menos (tanto mais).
Quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, Desaprovou o comportamento do
Temporais assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, marido assim que soube do
apenas, mal, que (desde que). acontecimento.
Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor,
As ideias
Comparativas melhor, pior)
chegavam como entrega rápida.
Qual (usado depois de tal)

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Que (precedido de tão, tal, tanto), De modo que, De maneira Os fatos eram tão
Consecutivas
que inusitados que tentou escapar.
Integrantes que e se. A verdade é que te adoro.

Conjunções Causais
São aquelas que expressam uma oração subordinada que denota causa:

Exemplos:

Cozinho bem porque pratiquei muito.

Saiu mais cedo visto que o filho ligou.

Conjunções concessivas
São as conjunções que indicam uma oração em que se admite um fato contrário à ação principal, mas incapaz de
impedi-la:

Exemplos:

Embora ficasse nervosa, sempre se saía bem.

Margarida, posto que muito emocionada, voltou-se para a rua.

Conjunções condicionais
Iniciam uma oração subordinada em que é indicada uma hipótese ou uma condição necessária para que seja
realizada ou não o fato principal:

Exemplos:

Se a encontrasse novamente, não a reconheceria.

Tudo o que quiser, desde que coma todo o jantar.

Conjunções conformativas
São chamadas conjunções conformativas aquelas que iniciam uma oração subordinada em que se exprime a
conformidade de um pensamento com o da oração principal.

Exemplos:

Conforme o presidente, os juros têm que cair no próximo semestre.

O artista repassa as impressões como lhes chegam à alma.

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Conjunções finais
As conjunções finais iniciam uma oração subordinada indicando a finalidade da oração principal.

Exemplos:

É tarde para que venha até aqui.

Apertei o ferimento a fim de que diminuísse a dor.

Conjunções proporcionais
As conjunções proporcionais iniciam uma oração subordinada em que mencionamos um fato realizado para realizar-
se simultaneamente com o da oração principal.

Exemplos:

À medida em que o tempo passava, confortava-se.

Não gostava de Nova York, quanto mais de Los Angelis.

Conjunções temporais
As conjunções temporais são aquelas que indicam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo:

Exemplos:

Desaprovou a decisão do conselho assim que soube do ocorrido.

Apenas pegou a blusa e saiu a correr pelas ruas do Rio de Janeiro.

Conjunções comparativas
São aquelas que iniciam uma oração que encerra o segundo integrante de uma comparação, de um confronto.

Exemplo:

As ideias eram boas como na época da escola.

Conjunções consecutivas
São conjunções consecutivas aquelas que iniciam uma oração na qual é indicada a consequência do que foi
declarado na oração anterior.

Exemplos:

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Os fatos eram tão absurdos que tentou escapar da situação.

O som estava tão alto que as paredes da sala tremiam.

Conjunções integrantes
São as conjunções utilizadas para introduzir a oração que atua como sujeito, objeto direto, objeto indireto,
predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração.

Exemplos:

A verdade é que não vivo sem você.

Não sei se você percebeu que as cortinas são novas.

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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES

PREPOSIÇÃO

As preposições são vocábulos relacionais, isto é, estabelecem uma relação semântica entre dois termos. Em cada
caso, elas se impregnam de determinado sentido. Convém saber quais são as preposições e seus possíveis sentidos
relacionais.

As preposições essenciais são aquelas que sempre exercem o papel de preposição. Elas exigem os pronomes
pessoais nas formas oblíquas (mim, ti, etc.)

São elas: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre e trás.
As preposições acidentais não são efetivamente preposições; são palavras de outras classes que podem
eventualmente funcionar como preposições. Elas exigem os pronomes pessoais nas formas retas (eu, tu, etc.)
São elas: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante,
visto, etc.

LOCUÇÕES PREPOSITIVAS
Locuções prepositivas são conjuntos de duas ou mais palavras com valor de preposição. Toda locução prepositiva
termina por preposição.
Eis algumas locuções prepositivas

abaixo de apesar de embaixo de para baixo de


acerca de a respeito de em cima de para cima de
acima de atrás de em frente a para com
a despeito de através de em frente de perto de
adiante de de acordo com em lugar de por baixo de
a fim de de baixo de em redor de por causa de
além de de cima de em torno de por cima de
antes de defronte de em vez de por detrás de
ao lado de dentro de graças a por diante de
ao redor de depois de junto a por entre
a par de diante de junto de por trás de

As preposições podem combinar-se com outras palavras. Quando na junção não há alteração fonética,
há combinação. Caso a preposição sofra redução, há contração.

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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES

Combinação Contração

do (de + o)
ao (a + o) dum (de + um)
aos (a + os) desta (de + esta)
aonde (a + onde) no (em + o)
neste (em + este)

A preposição a pode juntar-se com um outro a, gerando a crase: à.

Importante regra de preposição:


É errado fazer a contração da preposição de com os artigos definidos com os pronomes
retos eu, ele, ela, eles, elas e com os demonstrativos este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo.
Note que todas as palavras mencionadas são iniciadas por vogal.
Dica: Você corre o risco de cometer esse erro quando depois vem um verbo no infinitivo (pessoal ou impessoal).

Exemplos:
Chegou a hora do professor discursar. (errado)
Chegou a hora de o professor discursar. (certo)
Observe que o de é parte da expressão hora de.

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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES

VERBOS

Verbo é a palavra variável em tempo, modo, número e pessoa, que pode denotar um fato, um estado ou
um fenômeno. É a palavra que se conjuga.

CONJUGAÇÕES VERBAIS
Os verbos são divididos em três subgrupos, chamados de conjugações:

1ª Conjugação Verbos terminados em -ar (Exemplo: estudar)

2ª Conjugação Verbos terminados em -er (Exemplo: beber)

3ª Conjugação Verbos terminados em -ir (Exemplo: partir)

Radical é a parte do verbo que serve como base do significado. Quando se retiram as terminações -ar, -er, -ir do
infinitivo, obtém-se o radical do verbo. O radical de amar é estud, o radical de vender é beb e o radical de partir
é part.

Vogal temática é indicativa da conjugação a que o verbo pertence:


Vogal Temática "a": primeira conjugação: estudar.
Vogal Temática "e": segundo conjugação: beber
Vogal Temática "i": terceira conjugação: partir
Tema é o radical somado à vogal temática: estuda, bebe, parti
Desinências são elementos que são acrescentados ao radical ou ao tema para indicar as categorias gramaticais de
tempo e modo (desinência modo-temporal) e pessoa e número (desinência número-pessoal).
Na forma infinitiva (não conjugada) ocorre a terminação "R". Essa terminação chama-se desinência de infinitivo.

Observe:

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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES

O verbo é a classe gramatical que apresenta maior número de flexões. Isso implica uma estrutura morfológica mais
complicada que as demais classes.
O verbo flexiona-se em:
• Pessoa - primeira, segunda e terceira
• Número - singular e plural
• Modo - indicativo, subjuntivo e imperativo
• Tempo - presente, pretérito (passado) e futuro
• Voz - ativa, passiva e reflexiva

TEMPO VERBAL
1) PRESENTE: expressa um processo que ocorre no momento da fala:

Exemplo:
Os meninos estão brincando agora.
2) PRETÉRITO PERFEITO: expressa um processo anterior ao momento do discurso, que aconteceu e
terminou, completo no tempo:

Exemplo:
Semana passada, fizemos todas as tarefas de escola.
3) PRETÉRITO IMPERFEITO: expressa um processo anterior ao momento do discurso, que pode ser um hábito
passado ou um fato interrompido.

Exemplo:
Sempre íamos ao shopping quando éramos adolescentes. (hábito passado)
Minha mãe fazia bolos deliciosos, quando acabou o gás. (fato interrompido)
4) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO: expressa um processo anterior a outro processo também passado:

Exemplo:
Manoel já pagara a conta, quando Maria chegou (pretérito mais-que-perfeito simples)
Manoel já havia saído quando meus primos chegaram. (pretérito mais-que-perfeito composto)
5) FUTURO DO PRESENTE: expressa um processo posterior ao momento da fala:

Exemplo:
Amanhã faremos os desenhos.
6) FUTURO DO PRETÉRITO: é o futuro de um fato passado, ou seja, expressa um processo posterior a outro
no passado:

Exemplo:

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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES

Janaína saiu há duas horas: dez minutos depois, seu noivo telefonaria.

AS FORMAS NOMINAIS
São três as formas nominais do verbo: infinitivo, gerúndio e particípio.

Infinitivo
O infinitivo impessoal (sem sujeito) é o próprio verbo: amar, vender, partir.

Exemplo:
Estudar é o maior prazer da vida.
Do infinitivo impessoal, obtém-se o infinito pessoal, acrescentando-se a ele as respectivas desinências número-
pessoais. Usa-se o infinitivo pessoal quando ele tiver sujeito próprio (explícito ou implícito) diferente do sujeito da
oração principal.

Exemplo:
Seria bom trabalharmos juntos.
A conjugação do infinitivo pessoal será estudada abaixo.

Gerúndio
O gerúndio, que exprime o fato enquanto ele ocorre, termina sempre em ndo:
Forma-se o gerúndio acrescentando-se NDO após a vogal temática:

estudando

bebendo

partindo

Particípio
O particípio, que exprime o resultado do fato, normalmente termina em do.
Para os verbos da 1ª conjugação, acrescenta-se ADO. Para os da 2ª e 3ª conjugação, acrescenta-se IDO, ao radical
do verbo, para formar o PARTICÍPIO REGULAR:

estudado

bebido

partido

Observações:
O particípio corresponde a um adjetivo e, assim, pode flexionar-se, em certos casos, em gênero e número.

Exemplos:

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A porta foi aberta.


As portas foram abertas.
A porta foi fechada.
As portas foram fechadas.
Todo verbo que tem duas ou mais formas equivalentes, geralmente de particípio, é abundante.

Exemplos:
Exprimido e expresso - formas do verbo exprimir
Extinguido e extinto - formas do verbo extinguir
Em geral, usa-se o particípio regular na voz ativa, com os auxiliares ter e haver, e o particípio irregular, na voz
passiva, com os verbos ser, estar e ficar.

Exemplos:
Ela tinha fritado os bolinhos. (particípio regular - voz ativa)
Os bolinhos foram fritos. (particípio irregular - voz passiva)
Tinham aceitado a recomendação. (particípio regular)
Haviam aceitado a recomendação. (particípio regular)
A recomendação foi aceita. (particípio irregular)
A recomendação estava aceita. (particípio irregular)
Atenção: Alguns verbos como fazer e escrever apresentam apenas o particípio irregular: feito e escrito,
respectivamente.
Na linguagem atual, alguns verbos como pagar, gastar e ganhar são usados apenas no particípio irregular.
Eis alguns particípios regulares e irregulares:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR

aceitar aceitado aceito, aceite

acender acendido aceso

assentar assentado assento, assente

desabrir desabrido desaberto (só usamos como adjetivos)

desenvolver desenvolvido desenvolto

eleger elegido eleito

entregar entregado entregue

envolver envolvido envolto

enxugar enxugado enxuto


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erigir erigido ereto

expressar expressado expresso

exprimir exprimido expresso

expulsar expulsado expulso

extinguir extinguido extinto

`fartar fartado farto

findar findado findo

frigir frigido frito

ganhar ganhado ganho

gastar gastado gasto

imprimir imprimido impresso

inserir inserido inserto

isentar isentado isento

juntar juntado junto

limpar limpado limpo

matar matado morto

pagar pagado pago

prender prendido preso

salvar salvado salvo

suspender suspendido suspenso

tingir tingido tinto

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS


a) REGULARES:
Mantêm inalterado o radical e seguem o modelo da conjugação a que pertencem.

Observação:

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Tome como modelo da primeira conjugação o verbo estudar. Isso quer dizer que são regulares todos os
verbos que não alteram o radical e, em todos os tempos e modos, utilizam as mesmas terminações -
desinências - do verbo estudar.
Serve como paradigma da segunda conjugação o verbo vender e da terceira, o verbo partir.
b) IRREGULARES:
Apresentam alterações no radical e/ou na terminação, afastando-se, assim, do modelo da conjugação.

Exemplos:
1- Irregulares da primeira conjugação: incendiar, ansiar, passear.

2- Irregulares da segunda conjugação: caber, fazer, dizer.

3- Irregulares da terceira conjugação: dormir, ferir, aderir.

c) ANÔMOLOS:
Na sua conjugação, verificam-se vários radicais.

Exemplos:
ser, ir.

d) DEFECTIVOS:
Apresentam "defeito" na conjugação, isto é, não possuem formas para conjugação completa.

Exemplos:
reaver, precaver-se, colorir.

e) ABUNDANTES:
Possuem mais de uma forma para uma mesma pessoa, tempo e modo.

Exemplos:
tu entopes, tu entupes; nós havemos, nós hemos; tu constróis, tu construis.

A abundância do verbo ocorre com maior frequência no particípio de alguns verbos, que, além da forma regular,
apresentam a forma irregular ou abundante.
f) AUXILIARES:
Unem-se a um outro verbo, denominado principal, ampliando-lhe a significação. O conjunto de verbo auxiliar mais
verbo principal é chamado de locução verbal.

Exemplos:
tenho ido; estou estudando; vou dizer.

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Vozes Verbais
Há três vozes verbais:
1. Voz ativa:
o sujeito é o agente - é aquele que executa a ação expressa pelo verbo.

Exemplos:
O menino leu o livro.
O menino comprou um livro.
2. Voz passiva:
o sujeito é o paciente - é o receptor da ação expressa pelo verbo.

Exemplos:
O livro foi lido pelo menino.
Um livro foi comprado pelo menino.
Há dois tipos de voz passiva:
i. voz passiva analítica: formado por verbo auxiliar mais particípio.

Exemplos:
O bolo foi comido pelo menino.
O livro foi comprado pelo aluno.
ii. voz passiva sintética (ou pronominal): é formada pelo verbo na terceira pessoa mais a partícula apassivadora se.

Exemplos:
Comeu-se o bolo. (Sujeito: bolo)
Comprou-se o livro. (Sujeito: livro)
3. Voz reflexiva:
o sujeito é, simultaneamente, agente e paciente - executor e receptor da ação expressa pelo verbo.

Exemplos:
Melissa machucou-se. (Sujeito: Melissa)
Arthur cortou-se. (Sujeito: Arthur)

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Conjugação de um verbo na voz passiva analítica

MODO INDICATIVO

Presente Pretérito imperfeito

Sou amado Era amado


És amado Eras amado
É amado Era amado
Somos amados Éramos amados
Sois amados Éreis amados
São amados Eram amados

Pretérito perfeito simples Pretérito perfeito composto

Fui amado Tenho sido amado


Foste amado Tens sido amado
Foi amado Tem sido amado
Fomos amados Temos sido amados
Fostes amados Tendes sido amados
Foram amados Têm sido amados

Pretérito mais-que-perfeito simples Pretérito mais-que-perfeito composto

Fora amado Tinha sido amado


Foras amado Tinhas sido amado
Fora amado Tinha sido amado
Fôramos amados Tínhamos sido amados
Fôreis amados Tínheis sido amados
Foram amados Tinham sido amados

Futuro do presente simples Futuro do presente composto

Seria amado Teria sido amado


Serias amado Terias sido amado
Seria amado Teria sido amado
Seríamos amados Teríamos sido amados

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Seríeis amados Teríeis sido amados


Seriam amados Teriam sido amados

MODO SUBJUNTIVO

Presente Pretérito imperfeito

Seja amado Fosse amado


Sejas amado Fosses amado
Seja amado Fosse amado
Sejamos amados Fôssemos amados
Sejais amados Fôsseis amados
Sejam amados Fossem amados

Pretérito perfeito Pretérito mais-que-perfeito

Tenha sido amado Tivesse sido amado


Tenhas sido amado Tivesses sido amado
Tenha sido amado Tivesse sido amado
Tenhamos sido amados Tivéssemos sido amados
Tenhais sido amados Tivésseis sido amados
Tenham sido amados Tivessem sido amados

Futuro simples Futuro composto

For amado Tiver sido amado


Fores amado Tiveres sido amado
For amado Tiver sido amado
Formos amados Tivermos sido amados
Fordes amados Tiverdes sido amados
Forem amados Tiverem sido amados

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MODO IMPERATIVO

Afirmativo Negativo

Sê amado Não sejas amado


Seja amado Não seja amado
Sejamos amados Não sejamos amados
Sede amados Não sejais amados
Sejam amados Não sejam amados

INFINITIVO

Impessoal Pessoal

Ser amado
Seres amado
Ser amado
Ser amado
Sermos amados
Serdes amados
Serem amados

GERÚNDIO
sendo amado

PARTICÍPIO
amado

Conjugação de um verbo na voz reflexiva

MODO INDICATIVO

Presente Pretérito imperfeito

Lembro-me Lembrava-me
Lembras-te Lembravas-te
Lembra-se Lembrava-se
Lembramo-nos Lembrávamo-nos
Lembrais-vos Lembráveis-vos
Lembram-se Lembravam-se

Pretérito perfeito simples Pretérito perfeito composto

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Lembrei-me Tenho-me lembrado


Lembraste-te Tens-te lembrado
Lembrou-se Tem-se lembrado
Lembramo-nos Temo-nos lembrado
Lembrastes-vos Tendes-vos lembrado
Lembraram-se Têm-se lembrado

Pretérito mais-que-perfeito simples Pretérito mais-que-perfeito composto

Lembrara-me Tinha-me lembrado


Lembraras-te Tinhas-te lembrado
Lembrara-se Tinha-se lembrado
Lembráramo-nos Tínhamo-nos lembrado
Lembráreis-vos Tínheis-vos lembrado
Lembraram-se Tinham-se lembrado

Futuro do presente simples Futuro do presente composto

Lembrar-me-ei Ter-me-ei lembrado


Lembrar-te-ás Ter-te-ás lembrado
Lembrar-se-á Ter-se á lembrado
Lembrar-nos-emos Ter-nos-emos lembrado
Lembrar-vos-eis Ter-vos-eis lembrado
Lembrar-se-ão Ter-se-ão lembrado

Futuro do pretérito simples Futuro do pretérito composto

Lembrar-me ia Ter-me-ia lembrado


Lembrar-te-ias Ter-te-ias lembrado
Lembrar-se-ia Ter-se-ia lembrado
Lembrar-nos-íamos Ter-nos-íamos-lembrado
Lembrar-vos-íeis Ter-vos íeis lembrado
Lembrar-se-iam Ter-se-iam lembrado

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MODO SUBJUNTIVO

Presente Pretérito imperfeito

Lembre-me Lembrasse-me
Lembres-te Lembrasses-te
Lembre-me Lembrasse-se
Lembremo-nos Lembrássemos-nos
Lembreis-vos Lembrásseis-vos
Lembrem-se Lembrassem-se

Pretérito perfeito Pretérito mais-que-perfeito

Que me tenha lembrado Tivesse-me lembrado


Que te tenhas lembrado Tivesses-te lembrado
Que se tenha lembrado Tivesse-se lembrado
Que nos tenhamos lembrado Tivéssemo-nos lembrado
Que vos tenhais lembrado Tivésseis-vos lembrado
Que se tenham lembrado Tivessem-se lembrado

Futuro simples Futuro composto

Quando me lembrar Quando me tiver lembrado


Quando te lembrares Quando te tiveres lembrado
Quando se lembrar Quando se tiver lembrado
Quando nos lembrarmos Quando nos tivermos lembrado
Quando vos lembrardes Quando vos tiverdes lembrado
Quando se lembrarem Quando se tiverem lembrado

MODO IMPERATIVO

Afirmativo Negativo

Lembra-te Não te lembres


Lembre-se Não se lembre
Lembremo-nos Não nos lembremos
Lembrai-vos Não vos lembreis
Lembrem-se Não se lembrem

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INFINITIVO

Impessoal Pessoal

Lembrar-me
Lembrares-te
Lembrar-se
Lembrar-se
Lembrarmo-nos
Lembrardes-vos
Lembrarem-se

GERÚNDIO
lembrando-se

PARTICÍPIO
não se usa com pronome enclítico

FORMAÇÃO DOS TEMPOS E MODOS


Os tempos simples apresentam formas primitivas e formas derivadas.
PRIMITIVAS
• presente do indicativo;
• pretérito perfeito do indicativo;
• infinitivo impessoal.
DERIVADOS DO PRESENTE DO INDICATIVO:
• presente do subjuntivo;
• imperativo afirmativo (2as pessoas).
DERIVADOS DO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO:
• pretérito mais-que-perfeito do indicativo;
• futuro do subjuntivo;
• pretérito imperfeito do subjuntivo.
DERIVADOS DO INFINITIVO IMPESSOAL:
• particípio;
• gerúndio;
• pretérito imperfeito do indicativo;
• futuro do presente do indicativo;
• futuro do pretérito do indicativo.

DERIVADOS DO PRESENTE DO INDICATIVO


Conjugação do Presente do Modo Indicativo

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Exemplos:
verbos amar, vender e partir

1a. CONJUGAÇÃO 2a. CONJUGAÇÃO 3a. CONJUGAÇÃO

Eu amo Eu vendo Eu parto


Tu amas Tu vendes Tu partes
Ele/Ela ama Ele/Ela vende Ele/Ela parte
Nós amamos Nós vendemos Nós partimos
Vós amais Vós vendeis Vós partis
Eles/Elas amam Eles/Elas vendem Eles/Elas partem

Como já vimos, o presente do subjuntivo é um tempo derivado do presente do indicativo. Se o verbo não possuir a
primeira pessoa do singular do presente do indicativo, não possuirá também o presente do subjuntivo e o imperativo
negativo.
1) VERBOS DA 1ª CONJUGAÇÃO - vogal temática "a": troca-se a desinência "o" pela desinência "e".

Presente do indicativo Presente do subjuntivo

(que) eu ame
(que) te ames
Eu amo
(que) ele ame
(que) nós amemos
(que) vós ameis
(que) eles amem

2) VERBOS DA 2ª CONJUGAÇÃO - vogal temática "e": troca-se a desinência "o" pela desinência "a".

Presente do indicativo Presente do subjuntivo

(que) eu venda
(que) tu vendas
Eu vendo
(que) ele venda
(que) nós vendamos
(que) vós vendais
(que) eles vendam

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3) VERBOS DA 3ª CONJUGAÇÃO - vogal temática "i": troca-se a desinência "o" pela desinência "a".

Presente do indicativo Presente do subjuntivo

(que) eu parta
(que) tu partas
Eu parto
(que) ele parta
(que) nós partamos
(que) vós partais
(que) eles partam

FORMAÇÃO DO IMPERATIVO
O modo imperativo forma-se do presente do indicativo e do presente do subjuntivo.

IMPERATIVO AFIRMATIVO
É derivado dos dois presentes:
• do presente do indicativo são retiradas as segundas pessoas - tu e vós -, eliminado o s:
• do presente do subjuntivo são retiradas as demais pessoas, sem alteração.

PRESENTE DO IMPERATIVO PRESENTE DO


INDICATIVO AFIRMATIVO SUBJUNTIVO

am-o __________ am-e


am-a-s __________ am-a am-e-s
ama- am-e __________ am-e
am-a-mos am-e-mos __________ am-e-mos
am-a-is __________ am-a-i am-e-is
am-a-m am-e-m __________ am-e-m

Observação:

O verbo ser, flexionado no imperativo afirmativo, nas segundas pessoas, assume as

formas: sê e sede.

Exemplos:
Sê feliz, minha amiga!

Sede bondoso com as crianças!

IMPERATIVO NEGATIVO
As cinco formas que constituem o imperativo negativo são exatamente iguais às do presente do subjuntivo.

Exemplo

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Presente do subjuntivo Imperativo negativo

(que) eu ame
(que) te ames Não ames (tu)
(que) ele ame Não ame (você)
(que) nós amemos Não amemos (nós)
(que) vós ameis Não ameis (vós)
(que) eles amem Não amem (vocês)

DERIVADOS DO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO


O pretérito perfeito do indicativo dá origem a três tempos derivados:

1. o pretérito mais-que-perfeito do indicativo;

2. o futuro do subjuntivo;

3. o imperfeito do subjuntivo.

Pretérito Perfeito do Indicativo

Exemplos:
verbos falar, ver e partir

1a. CONJUGAÇÃO 2a. CONJUGAÇÃO 3a. CONJUGAÇÃO

Eu falei Eu vi Eu parti
Tu falaste Tu viste Tu partiste
Ele falou Ele viu Ele partiu
Nós falamos Nós vimos Nós partimos
Vós falastes Vós vistes Vós partistes
Eles falaram Eles viram Eles partiram

Ao eliminar a desinência -ste (em negrito, acima) da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtêm-se os temas
desse tempo: fala, vi, parti.
Para formar os três derivados do pretérito perfeito, acrescenta-se a esses temas desinências específicas. Estas (veja
no quadro abaixo) aparecem no pretérito mais-que-perfeito de todos os verbos do idioma.

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Pretérito mais-que-perfeito do indicativo

Desinências
Tema: fala Tema: vi Tema: parti
específicas

ra Eu falara Eu vira Eu partira


ras Tu falaras Tu viras Tu partiras
ra Ele falara Ele vira Ele partira
ramos Nós faláramos Nós víramos Nós partíramos
reis Vós faláreis Vós víreis Vós partíreis
ram Eles falaram Eles viram Eles partiram

Futuro do subjuntivo (quando/se)

Desinências
Tema: fala Tema: vi Tema: parti
específicas

r Eu falar Eu vir Eu partir


res Tu falares Tu vires Tu partires
r Ele falar Ele vir Ele partir
rmos Nós falarmos Nós virmos Nós partirmos
rdes Vós falardes Vós virdes Vós partirdes
rem Eles falarem Eles virem Eles partirem

Pretérito imperfeito do subjuntivo (se/quando)

Desinências
Tema: fala Tema: vi Tema: parti
específicas

sse Eu falasse Eu visse Eu partisse


sses Tu falasses Tu visses Tu partisses
sse Ele falasse Ele visse Ele partisse
ssemos Nós falássemos Nós víssemos Nós partíssemos
sseis Vós falásseis Vós vísseis Vós partísseis
ssem Eles falassem Eles vissem Eles partissem

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DERIVADOS DO INFINITIVO IMPESSOAL

INFINITIVO IMPESSOAL
O infinitivo impessoal não se refere a nenhuma pessoa gramatical. Em outras palavras, não tem sujeito.
O infinitivo impessoal é uma forma verbal primitiva. A partir dele, com o acréscimo de desinências específicas,
derivam-se quatro tempos:

1. futuro do presente do indicativo

2. futuro do pretérito do indicativo

3. pretérito imperfeito do indicativo

4. infinitivo pessoal
Usa-se o infinitivo impessoal:
i. quando não estiver se referindo a nenhum sujeito.

Exemplo:
É preciso ler muito.

ii. na função de um complemento nominal, caso em que ele é regido de preposição.

Exemplo:
Essas questões são difíceis de resolver.

iii. quando faz parte de uma locução verbal.

Exemplo:
Mário e Pedro deveriam ir ao jogo.

iv. quando for dependente dos verbos deixar, fazer, ouvir, sentir, mandar e tiver um pronome oblíquo como sujeito.

Exemplos:
Mandei-os ler. (Sujeito: os)

Deixei-os entrar. (Sujeito: os)

v. quando funcionar como imperativo:

Exemplo:
Fazer silêncio!

Futuro do presente do indicativo


Para formar esse tempo, basta acrescentar as respectivas desinências diretamente ao infinitivo impessoal:

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Desinências Futuro do presente do


Infinitivo Impessoal
específicas indicativo

ei Eu amarei
ás Tu amarás
á Ele amará
Verbo AMAR
emos Nós amaremos
eis Vós amareis
ão Eles amarão

Futuro do pretérito do indicativo


Assim como no futuro do presente do indicativo, basta acrescentar as respectivas desinências diretamente ao
infinitivo impessoal:

Desinências Futuro do pretérito do


Infinitivo Impessoal
específicas indicativo

ia Eu amaria
ias Tu amarias
ia Ele amaria
Verbo AMAR
íamos Nós amaríamos
íeis Vós amaríeis
iam Eles amariam

Observação:
Os verbos DIZER, FAZER E TRAZER - e seus derivados - fazem exceção perdendo o "ZE" nos tempos
futuros do indicativo: DIREI - FAREI - TRAREI.
No infinitivo impessoal, forma-se o pretérito imperfeito do indicativo, a partir do RADICAL do verbo. Para os
verbos da primeira conjugação, acrescentam-se ao tema as desinências -ava, -avas, -ava, -ávamos, -áveis, -avam.
Para os verbos da segunda e terceira conjugação, acrescentam-se ao radical as desinências -ia, -ias, -ia, -íamos, -
íeis, -iam. Essas desinências aparecem no pretérito imperfeito do indicativo de todos os verbos do português. Veja,
como exemplo, os verbos amar (1ª conjugação), vender (2ª conjugação) e partir (3ª conjugação), cujos radicais
são am, vend e part.

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Amar (1ª conjugação) Vender (2ª conjugação) Partir (3ª conjugação)

Pret. imperfeito do Pret. imperfeito do Pret. imperfeito do


indicativo indicativo indicativo

Eu amava Eu vendia Eu partia


Tu amavas Tu vendias Tu partias
Ele amava Ele vendia Ele partia
Nós amávamos Nós vendíamos Nós partíamos
Vos amáveis Vós vendíeis Vós partíeis
Eles amavam Eles vendiam Eles partiam

Infinitivo Pessoal
O infinitivo pessoal é a forma verbal do infinitivo usada quando a oração apresenta um sujeito definido.
Do infinitivo impessoal, obtém-se o infinito pessoal, acrescentando-se a ele as respectivas desinências número-
pessoais. Usa-se o infinitivo pessoal quando ele tiver sujeito próprio (explícito ou implícito) diferente do sujeito da
oração principal.

Exemplos:
O aconselhável era trabalharmos mais assiduamente.
O certo é os pais mandarem e os filhos obedecerem.
Observe: quando o infinitivo for regido de preposição (com exceção de a), é permitido o uso de duas formas.

Exemplos:
Viemos aqui para prestigiar os professores.
Viemos aqui para prestigiarmos os professores.
Infinitivo Pessoal

Desinências Amar (1ª conjugação) Vender (2ª conjugação) Partir (3ª conjugação)

# amar (eu) vender eu partir eu

es amares (tu) venderes tu partires tu

# amar (ele) vender ele partir ele

mos amarmos (nós) vendermos nós partirmos nós

des amardes vós venderdes vós partirdes vós

em amarem eles venderem eles partirem eles

Formação dos Tempos Compostos


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Os tempos compostos são formados pelos verbos auxiliares mais o particípio do verbo principal. São os seguintes:

Modo Indicativo Modo Subjuntivo

Pretérito perfeito
Pretérito perfeito
Pretérito mais-que-perfeito
Pretérito mais-que-perfeito
Futuro do presente
Futuro
Futuro do pretérito

Vejamos a formação de cada um deles:


Pretérito perfeito do indicativo: formado pelo presente do indicativo do verbo auxiliar mais o particípio do verbo
principal.

Exemplo:
Eu tenho estudado.

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: formado pelo imperfeito do indicativo do verbo auxiliar mais o particípio
do verbo principal.

Exemplos:
Eu tinha estudado.

Eu havia estudado.

Futuro do presente: formado pelo futuro do presente simples do verbo auxiliar mais o particípio do verbo principal.

Exemplo:
Eu terei estudado.

Futuro do pretérito: formado pelo futuro do pretérito simples do verbo auxiliar mais o particípio do verbo principal.

Exemplo:
Eu teria estudado.

Pretérito perfeito do subjuntivo: formado pelo presente do subjuntivo do verbo auxiliar mais o particípio do verbo
principal.

Exemplo:
Eu tenha estudado.

Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo: formado pelo imperfeito do subjuntivo do verbo auxiliar mais o particípio
do verbo principal.
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Exemplo:
Eu tivesse estudado.

Futuro do subjuntivo: formado pelo futuro do subjuntivo simples do verbo auxiliar mais o particípio do verbo
principal.

Exemplo:
Eu tiver estudado.

Infinitivo: Ter estudado


Gerúndio: Tendo estudado.

CONJUGAÇÃO DE VERBOS IRREGULARES

FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS

FORMAS RIZOTÔNICAS
Toda forma verbal em que a sílaba tônica está contida no radical é chamada de rizotônica.

Exemplo:
verbo cantar, radical cant: canto

FORMAS ARRIZOTÔNICAS
Toda forma verbal em que a sílaba tônica está fora do radical é chamada de arrizotônica.

Exemplo:
verbo cantar, radical cant: cantamos

ALGUNS VERBOS QUE OFERECEM DIFICULDADE NA CONJUGAÇÃO


1) Verbos terminados em EAR
Recebem "i" depois do "e" nas formas rizotônicas:

eu passei-o
tu passei-as
ele passei-a
passe-ar
nós passe-amos
vós passe-ais
eles passe-iam

Outros exemplos:
cear, recrear, recear, estrear.

2) Verbos terminados em IAR


Trocam "i" por "ei" nas formas rizotônicas; nas formas arrizotônicas, são regulares:

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Mediar
Ansiar
Remediar
Incendiar

Rizotônicas Arrizotônicas

eu odeio
odiar tu odeias nós odiamos
ele odeia vós odiais
eles odeiam

Os demais não seguem essa regra, conjugando-se regularmente:

Exemplo:
copiar - eu copio

3) Requerer
Não se conjuga como querer.

Exemplo:
Eu requeiro - Eu requeri - Se eu requeresse.

4) Polir
Troca o "o" por "u" nas formas rizotônicas:

Presente do Indicativo Presente do Subjuntivo Imperativo Afirmativo

Eu pulo Que eu pula


Tu pules Que tu pulas Pule (tu)
Ele pule Que ele pula Pula (você)
Nós polimos Que nós pulamos Pulamos (nós)
Vós polis Que vós pulais Poli (vós)
Eles pulem Que eles pulam Pulam (vocês)

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5) Prover
No presente do indicativo e formas derivadas, é conjugado como o verbo ver.

Presente do Indicativo Presente do Subjuntivo

Provejo Que eu proveja


Provês Que tu provejas
Provê Que ele proveja
Provemos Que nós provejamos
Provedes Que vós provejais
Proveem Que eles provejam

No pretérito perfeito e derivados e também no particípio, é conjugado de acordo com o modelo de 2 a. conjugação
PROVER

Pretérito Perfeito

Provi
Proveste
Proveu
Provemos
Provestes
Proveram

Futuro do Subjuntivo - Quando eu prover


Imperfeito de Subjuntivo - Se eu provesse
Particípio - Provido
6) Reaver e Precaver-se
Não possuem as formas rizotônicas (são defectivos):

Presente do Indicativo

Eu -------- - --------

Tu -------- - --------

Ele -------- - --------

Nós reavemos - Nós precavemos

Vós reaveis - Vós precaveis

Eles -------- - --------

Presente do Subjuntivo - Não existe (pois não há a 1a. pessoa do Presente do Indicativo).

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Imperativo Afirmativo - Reavei (vós) - precavei-vos (vós)


Imperativo Negativo - Não existe (pois não há presente do subjuntivo)
Os demais tempos existem e os principais são:

Pretérito Perfeito

Eu reouve
Tu reouveste
Ele reouve
Nós reouvemos
Vós reouvestes
Eles reouveram

Futuro do Subjuntivo - Quando eu reouver.


Imperfeito do Subjuntivo - Se eu reouvesse.
O verbo precaver-se é conjugado nos demais tempos como o modelo "vender".
7) Abolir, Banir, Explodir, Colorir
Não possuem a primeira pessoa do Presente do indicativo e as derivadas desta.

Presente do Indicativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo Imperativo Afirmativo

______ ______

colores colore tu

colore _______

colorimos não existe não existe _______

coloris colori vós

colorem _______

8) Aprazer, Prazer
Estes verbos, no Pretérito Perfeito e derivados, mudam o radical.

Exemplos
Isto não me apraz. Apraz a Deus... / Isto não me aprove (Pretérito Perfeito)

Se isto lhe aprouver. / Embora isto me aprouvesse.

Verbos Irregulares

Verbos irregulares da 1ª Conjugação


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Os verbos a seguir apresentam dificuldades quanto à conjugação. Consulte a listagem abaixo em caso de dúvida.
Dar

Indicativo

Presente dou, dás, dá, damos, dais, dão

Pretérito Perfeito dai, deste, deu, demos, destes, deram

Pretérito Imperfeito dava, davas, dava, dávamos, dáveis, davam

Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram

Futuro do Presente darei, darás, dará, daremos, dareis, darão

Futuro do Pretérito daria, darias, dariam daríamos, daríeis, dariam

Subjuntivo

Presente dê, dês, dê, demos, deis, deem

Pretérito Imperfeito desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem

Futuro der, deres, der, dermos, derdes, derem

Imperativo

Afirmativo dá, dê, demos, dai, deem

Negativo não dês, não dê, não demos, não deis, não deem

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal dar

Infinitivo Pessoal dar, dares, dar, darmos, dardes, darem

Gerúndio dando

Particípio dado

O verbo circundar é regular, por isso não segue como modelo o verbo dar.

Estar

Indicativo

Presente estou, estás, está, estamos, estais, estão

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Pretérito Perfeito estive, estiveste, esteve, estivemos, estivesse, estiverem

Pretérito Imperfeito estava, estavas, estava, estávamos, estáveis, estavam

Pretérito mais-que-perfeito estivera, estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis, estiveram

Futuro do Presente estarei, estarás, estará, estaremos, estareis, estarão

Futuro do Pretérito estaria, estarias, estaria, estaríamos, estaríeis, estariam

Subjuntivo

Presente esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam

Pretérito Imperfeito estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, estivésseis, estivessem

Futuro estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes, estiverem

Imperativo

Afirmativo está, esteja, estejamos, estai, estejam

Negativo não estejas, não estejas, não estejamos, não estejais, não estejam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal estar

Infinitivo Pessoal estar, estares, estar, estarmos, estardes, estarem

Gerúndio estando

Particípio estado

Por estar conjuga-se sobrestar, mas não obstar e sustar, que são verbos regulares: pres. do indic. (obsto, obstas, obstamos,
obstais, obstam; susto, sustas, susta, sustamos, sustais, sustam), pres. do subj. (obste, obstes, obste, obstemos, obsteis, obstem;
suste, sustes, suste, sustemos, susteis, sustem).

Mobiliar

Indicativo

Presente mobílio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam

Subjuntivo mobílie, mobílies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobíliem

Há ainda as variantes mobilhar e mobilar.

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Aguar

Indicativo

Presente águo, águas, água, aguamos, aguais, águam

Pretérito Perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram

Subjuntivo

Presente águe, águes, águe, aguemos, agueis, águem

Pelo verbo aguar conjugam-se os verbos desaguar, enxaguar e minguar.

Passear

Indicativo

passeio, passeias, passeia, passeamos, passeais,


Presente
passeiam

passeei, passeaste, passeou, passeamos, passeastes,


Pretérito Perfeito
passearam

Subjuntivo

passeie, passeies, passeie, passeemos, passeeis,


Presente
passeiem

Imperativo

Afirmativo passeia, passeie, passeemos, passeai, passeiem

Outros verbos terminados em ear: apear, atear, cear, folhear, frear, gear, enlear,
bloquear, afear, granjear, hastear, lisonjear, semear, titubear, arrear, recrear,
idear, estrear, nomear.

Atenção aos verbos terminados em iar: a maioria é regular. Apenas cinco verbos mudam o i da penúltima sílaba
em ei nas formas rizotônicas. São eles: mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar (note que a letra inicial de cada
verbo forma o nome Mário.

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Odiar

Indicativo

Presente odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam

Pretérito Perfeito odiei, odiaste, odiou, etc.

Pretérito Imperfeito odiava, odiavas, etc.

Subjuntivo

Presente odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem

Imperativo

Afirmativo odeia, odeie, odiemos, odiai, odeiem

Resfolegar

Indicativo

Presente resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, resfolgam

Pretérito Perfeito resfoleguei, resfolegaste, resfolegou, resfolegamos, resfolegastes, resfolegaram

Pretérito Imperfeito resfolegava, resfolegavas, resfolegava, resfolegávamos, resfolegáreis, resfolegaram

Pretérito mais-que-
resfolegara, resfolegaras, resfolegara, resfolegáramos, resfolegáreis, resfolegaram
perfeito

Futuro do Presente resfolegarei, resfolegarás, resfolegará, resfolegaremos, resfolegareis, resfolegarão

Futuro do Pretérito resfolegaria, resfolegarias, resfolegaria, resfolegaríamos, resfolegaríeis, resfolegariam

Subjuntivo

Presente resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, resfolguem

resfolegasse, resfolegasses, resfolegasse, resfolegássemos, resfolegásseis,


Pretérito Imperfeito
resfolegassem

Futuro resfolegar, resfolegares, resfolegar, resfolegarmos, resfolegardes, resfolegarem

Imperativo

Afirmativo resfolga, resfolgue, resfoleguemos, resfolegai, resfolguem

Negativo não resfolgues, não resfolgue, não resfolguemos, não resfolegueis, não resfolguem

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Formas Nominais

Infinitivo Impessoal resfolegar

Infinitivo Pessoal resfolegar, resfolegares, resfolegar, resfolegarmos, resfolegardes, resfolegarem

Gerúndio resfolegando

Particípio resfolegado

Verbos Irregulares da 2ª Conjugação


Caber

Indicativo

Presente caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem

Pretérito Perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam

Pretérito Imperfeito cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam

Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam

Futuro do Presente caberei, caberás, caberá, caberemos, cabereis, caberão

Futuro do Pretérito caberia, caberias, caberia, caberíamos, caberíeis, caberiam

Subjuntivo

Presente caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam

Pretérito Imperfeito coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, coubessem

Futuro couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem

Imperativo

Não há imperativo do verbo caber, em virtude de seu próprio significado.

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal caber

Infinitivo Pessoal caber, caberes, caber, cabermos, caberdes, caberem

Gerúndio cabendo

Particípio cabido

Crer

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Indicativo

Presente creio, crês, crê, cremos, credes, creem

Pretérito Perfeito cri, creste, creu, cremos, crestes, creram

Pretérito Imperfeito cria, crias, cria, críamos, críeis, criam

Pretérito mais-que-
crera, creras, crera, crêramos, crêreis, creram
perfeito

Futuro do Presente crerei, crerás, crerá, creremos, crereis, crerão

Futuro do Pretérito creria, crerias, creria, creríamos, creríeis, creriam

Subjuntivo

Presente creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam

Pretérito Imperfeito cresse, cresses, cresse, crêssemos, crêsseis, cressem

Futuro crer, creres, crer, crermos, crerdes, crerem

Imperativo

Afirmativo crê, creia, creiamos, creiais, creiam

não creias, não creia, não creiamos, não creiais, não


Negativo
creiam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal crer

Infinitivo Pessoal crer, creres, crer, crermos, crerdes, crerem

Gerúndio crendo

Particípio crido

Dizer

Indicativo

Presente digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem

Pretérito Perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram

Pretérito Imperfeito dizia, dizias, dizia, dizíamos, dizíeis, diziam

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Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram

Futuro do Presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão

Futuro do Pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam

Subjuntivo

Presente diga, digas, diga, digamos, digais, digam

Pretérito Imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissessem

Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem

Imperativo

Afirmativo dize (ou diz), diga, digamos, dizei, digam

Negativo não digas, não diga, não digamos, não digais, não digam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal dizer

Infinitivo Pessoal dizer, dizerdes, dizer, dizermos, dizerdes, dizerem

Gerúndio dizendo

Particípio dito

Pelo verbo dizer conjugam-se todos os seus derivados: bendizer, condizer, contradizer, desdizer, entredizer,
interdizer, maldizer, predizer, redizer e tresdizer.

Estes verbos da segunda conjugação possuem formas duplas na segunda pessoa do singular do imperativo
afirmativo: dizer, fazer, jazer, prazer e trazer.

Fazer

Indicativo

Presente faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem

Pretérito Perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram

Pretérito Imperfeito fazia, fazias, fazia, fazíamos, fazíeis, faziam

Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram

Futuro do Presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão

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Futuro do Pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam

Subjuntivo

Presente faça, faças, faça, façamos, façais, façam

Pretérito Imperfeito fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem

Futuro fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem

Imperativo

Afirmativo faze (ou faz), faça, façamos, fazei, façam

Negativo não faças, não faça, não façamos, não façais, não façam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal fazer

Infinitivo Pessoal fazer, fazeres, fazer, fazermos, fazerdes, fazerem

Gerúndio fazendo

Particípio feito

Por fazer conjugam-se todos os derivados: afazer, benfazer, contrafazer, desfazer, liquefazer,
perfazer, rarefazer, refazer e satisfazer.

Haver

Indicativo

Presente hei, hás, há, havemos (ou hemos), haveis (ou heis), hão

Pretérito Perfeito houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram

Pretérito Imperfeito havia, havias, havia, havíamos, havíeis, haviam

Pretérito mais-que-perfeito houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram

Futuro do Presente haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, haverão

Futuro do Pretérito haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis, haveriam

Subjuntivo

Presente haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam

Pretérito Imperfeito houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem

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Futuro houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem

Imperativo

Afirmativo há, haja, hajamos, havei (ou hei), hajam

Negativo não hajas, não haja, não hajamos, não hajais, não hajam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal haver

Infinitivo Pessoal haver, haveres, haver, havermos, haverdes, haverem

Gerúndio havendo

Particípio havido

Poder

Indicativo

Presente posso, podes, pode, podemos, podeis, podem

Pretérito Perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam

Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam

Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam

Futuro do Presente poderei, poderás, poderá, poderemos, podereis, poderão

Futuro do Pretérito poderia, poderias, poderia, poderíamos, poderíeis, poderiam

Subjuntivo

Presente possa, possas, possa, possamos, possais, possam

Pretérito Imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem

Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem

Imperativo

O verbo poder não tem imperativo.

Formas Nominais

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Infinitivo Impessoal poder

Infinitivo Pessoal poder, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem

Gerúndio podendo

Particípio podido

Pôr (antigo Poer)

Indicativo

Presente ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem

Pretérito Perfeito pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram

Pretérito Imperfeito punhas, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham

Pretérito mais-que-perfeito pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram

Futuro do Presente porei, porás, porá, poremos, poreis, porão

Futuro do Pretérito poria, porias, poria, poríamos, poríeis, poriam

Subjuntivo

Presente ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham

pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis,


Pretérito Imperfeito
pusessem

Futuro puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem

Imperativo

Afirmativo põe, ponha, ponhamos, ponde, ponham

não ponhas, não ponhas, não ponhamos, não ponhais, não


Negativo
ponham

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal pôr

Infinitivo Pessoal pôr, pores, pôr, pormos, pordes, porem

Gerúndio pondo

Particípio posto

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Por pôr conjugam-se: antepor, apor, compor, contrapor, decompor, depor, descompor,
dispor, entrepor, expor, impor, indispor, interpor, justapor, opor, pospor, predispor, prepor,
pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, superpor, supor e transpor.

Prover

Indicativo

Presente provejo, provês, provê, provemos, provedes, proveem

Pretérito Perfeito provi, proveste, proveu, privemos, provestes, proveram

Pretérito Imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam

Pretérito mais-que-
provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram
perfeito

Futuro do Presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão

Futuro do Pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, proveriam

Subjuntivo

Presente proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais, provejam

provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,


Pretérito Imperfeito
provessem

Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem

Imperativo

Afirmativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam

não provejas, não proveja, não provejamos, não provejais, não


Negativo
provejam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal prover

Infinitivo Pessoal prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem

Gerúndio provendo

Particípio provido

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O verbo prover só não se conjuga seguindo o verbo ver no pretérito perfeito do indicativo
e seus derivados.

Querer

Indicativo

Presente quero, queres, quer, queremos, quereis, querem

Pretérito Perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram

Pretérito Imperfeito queria, querias, queria, queríamos, queríeis, queriam

Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram

Futuro do Presente quererei, quererás, quererá, quereremos, querereis, quererão

Futuro do Pretérito quereria, quererias, quereria, quereríamos, quereríeis, quereriam

Subjuntivo

Presente queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram

Pretérito Imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem

Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem

Imperativo

Afirmativo quer (ou quere), queira, queiramos, queirais, queiram

Negativo não queiras, não queira, não queiramos, não queirais, não queiram

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal querer

Infinitivo Pessoal querer, quereres, querer, querermos, quererdes, quererem

Gerúndio querendo

Particípio querido

Reaver

Indicativo

Presente reavemos, reaveis

Pretérito Perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram

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Pretérito Imperfeito reavia, reavias, reavia, reavíamos, reavíeis, reaviam

Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, reouveram

Futuro do Presente reaverei, reaverás, reaverá, reaveremos, reavereis, reaverão

Futuro do Pretérito reaveria, reaverias, reaveria, reaveríamos, reaveríeis, reaveriam

Subjuntivo

Presente não há

Pretérito Imperfeito reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reouvésseis, reouvessem

Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, reouverem

Imperativo

Afirmativo reavei

Negativo não há

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal reaver

Infinitivo Pessoal reaver, reaveres, reaver, reavermos, reaverdes, reaverem

Gerúndio reavendo

Particípio reavido

Requerer

Indicativo

Presente requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem

Pretérito Perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes, requereram

Pretérito Imperfeito requeria, requerias, requeria, requeríamos, requeríeis, requeriam

retérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requerêramos, requerêreis, requereram

Futuro do Presente requererei, requererás, requererá, requereremos, requerereis, requererão

Futuro do Pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requereríeis, requereriam

Subjuntivo

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Presente requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram

Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, requerêsseis, requeressem

Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem

Imperativo

Afirmativo requere, requeira, requeiramos, requerei, requeiram

Negativo não requeiras, não requeira, não requeiramos, não requeirais, não requeiram

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal requerer

Infinitivo Pessoal requerendo

Gerúndio requerendo

Particípio requerido

erbo requerer não segue a conjugação do verbo querer. Requerer só é irregular na primeira pessoa do singular do presente do indicativ
consequentemente, sem seus tempos derivados.

Saber

Indicativo

Presente sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis sabem

Pretérito Perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam

Pretérito Imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam

Pretérito mais-que-
soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam
perfeito

Futuro do Presente saberei, saberás, saberá, saberemos, sabereis, saberão

Futuro do Pretérito saberia, saberias, saberia, saberíamos, saberíeis, saberiam

Subjuntivo

Presente saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, saibam

soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,


Pretérito Imperfeito
soubessem

Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem

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Imperativo

Afirmativo sabe, saiba, saibamos, sabei, saibam

Negativo não saibas, não saiba, não saibamos, não saibais, não saibam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal saber

Infinitivo Pessoal saber, saberes, saber, sabermos, saberdes, saberem

Gerúndio sabendo

Particípio sabido

Ser

Indicativo

Presente sou, és, é, somos, sois, são

Pretérito Perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram

Pretérito Imperfeito era, eras, era, éramos, éreis, eram

Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, foram fôramos, fôreis, foram

Futuro do Presente serei, serás, será, seremos, sereis, serão

Futuro do Pretérito seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam

Subjuntivo

Presente seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam

Pretérito Imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem

Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem

Imperativo

Afirmativo sê, seja, sejamos, sede, sejam

Negativo não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não sejam

Formas Nominais

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Infinitivo Impessoal ser

Infinitivo Pessoal ser, seres, ser, sermos, serdes, serem

Gerúndio sendo

Particípio sido

Ter

Indicativo

Presente tenho, tens, tem, temos, tendes, têm

Pretérito Perfeito tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram

Pretérito Imperfeito tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham

Pretérito mais-que-perfeito tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram

Futuro do Presente terei, terás, terá, teremos, tereis, terão

Futuro do Pretérito teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam

Subjuntivo

Presente tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham

Pretérito Imperfeito tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem

Futuro tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem

Imperativo

Afirmativo tem, tenha, tenhamos, tende, tenham

não tenha, não tenha, não tenhamos, não tenhais, não


Negativo
tenham

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal ter

Infinitivo Pessoal ter, teres, ter, termos, terdes, terem

Gerúndio tendo

Particípio tido

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Por ter conjugam-se todos os seus derivados: abster-se, ater-se, conter, deter, entreter,
manter, obter, reter e suster.

Trazer

Indicativo

Presente trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem

Pretérito Perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram

Pretérito Imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam

Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram

Futuro do Presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão

Futuro do Pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam

Subjuntivo

Presente traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam

Pretérito Imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem

Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem, trouxerem

Imperativo

Afirmativo traze (ou traz), traga, tragamos, trazei, tragam

Negativo não tragas, não traga, não tragamos, não tragais, não tragam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal trazer

Infinitivo Pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem

Gerúndio trazendo

Particípio trazido

Ver

Indicativo

Presente vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem

Pretérito Perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram

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Pretérito Imperfeito via, vias, via, víamos, víeis, viam

Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, víramos, víreis, viram

Futuro do Presente verei, verás, verá, veremos, vereis, verão

Futuro do Pretérito veria, verias, veria, veríamos, veríeis, veriam

Subjuntivo

Presente veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam

Pretérito Imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem

Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem

Imperativo

Afirmativo vê, veja, vejamos, vede, vejam

Negativo não vejas, não veja, não vejamos, não vejais, não vejam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal ver

Infinitivo Pessoal ver, veres, ver, vermos, verdes, verem

Gerúndio vendo

Particípio visto

Por ver conjugam-se antever, entrever, prever e rever. Precaver e reaver não são derivados
de ver.

Verbos Irregulares da 3ª Conjugação


Agredir

Indicativo

Presente agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem

Pretérito Perfeito agredi, agrediste, agrediu, agredimos, agredistes, agrediram

Pretérito Imperfeito agredia, agredias, agredia, agredíamos, agredíeis, agrediam

Pretérito mais-que-perfeito agredira, agrediras, agredira, agredíramos, agredíreis, agrediram

Futuro do Presente agredirei, agredirás, agredirá, agrediremos, agredireis, agredirão

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Futuro do Pretérito agrediria, agredirias, agrediria, agrediríamos, agrediríeis, agrediriam

Subjuntivo

Presente agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam

Pretérito Imperfeito agredisse, agredisses, agredisse, agredíssemos, agredísseis, agredissem

Futuro agredir, agredires, agredir, agredirmos, agredirdes, agredirem

Imperativo

Afirmativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam

Negativo não agridas, não agrida, não agridamos, não agridais, não agridam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal agredir

Infinitivo Pessoal agredir, agredires, agredir, agredirmos, agredires, agredirem

Gerúndio agredindo

Particípio agredido

Por agredir conjugam-se: cerzir, denegrir, prevenir, progredir, regredir e transgredir.

Cobrir

Indicativo

Presente cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem

Pretérito Perfeito cobri, cobriste, cobriu, cobrimos, cobristes, cobriram

Pretérito Imperfeito cobria, cobrias, cobria, cobríamos, cobríeis, cobriam

Pretérito mais-que-
cobrira, cobriras, cobrira, cobríramos, cobríreis, cobriram
perfeito

Futuro do Presente cobrirei, cobrirás, cobrirá, cobriremos, cobrireis, cobrirão

Futuro do Pretérito cobriria, cobririas, cobriria, cobriríamos, cobriríeis, cobririam

Subjuntivo

Presente cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram

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cobrisse, cobrisses, cobrisse, cobríssemos, cobrísseis,


Pretérito Imperfeito
cobrissem

Futuro cobrir, cobrires, cobrir, cobrirmos, cobrirdes, cobrirem

Imperativo

Afirmativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram

não cubras, não cubra, não cubramos, não cubrais, não


Negativo
cubram

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal cobrir

Infinitivo Pessoal cobrir, cobrires, cobrir, cobrirmos, cobrirdes, cobrirem

Gerúndio cobrindo

Particípio coberto

Por cobrir conjugam-se: descobrir, dormir, encobrir, engolir, recobrir e tossir.

Ferir

Indicativo

Presente firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem

Pretérito Perfeito feri, feriste, feriu, ferimos, feristes, feriram

Pretérito Imperfeito feria, feria, feria, feríamos, feríeis, feriam

Pretérito mais-que-perfeito ferira, feriras, ferira, feríramos, feríreis, feriram

Futuro do Presente ferirei, ferirás, ferirá, feriremos, ferireis, ferirão

Futuro do Pretérito feriria, feririas, feriria, feriríamos, feriríeis, feririam

Subjuntivo

Presente fira, firas, fira, firamos, firais, firam

Pretérito Imperfeito ferisse, ferisses, ferisse, feríssemos, ferísseis, ferissem

Futuro ferir, ferires, ferir, ferirmos, ferirdes, ferirem

Imperativo

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Afirmativo fere, fira, firamos, feri, firam

Negativo não firas, não fira, não firamos, não firais, não firam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal ferir

Infinitivo Pessoal ferir, ferires, ferir, ferirmos, ferirdes, ferirem

Gerúndio ferindo

Particípio ferido

Por ferir conjugam-se: aderir, advertir, aferir, aspergir, assentir, auferir, compelir, competir,
concernir, conferir, conseguir, consentir, convergir, deferir, desferir, desmentir, despir, diferir,
digerir, discernir, dissentir, divergir, divertir, expelir, gerir, impelir, inerir, inferir, ingerir, inserir,
interferir, investir, mentir, perseguir, preferir, pressentir, preterir, proferir, propelir, prosseguir,
referir, refletir, repelir, repetir, ressentir, revestir, seguir, sentir, servir, sugerir, transferir,
transvestir (ou travestir) e vestir.

Fugir

Indicativo

Presente fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem

Pretérito Perfeito fugi, fugiste, fugiu, fugimos, fugistes, fugiram

Pretérito Imperfeito fugia, fugias, fugia, fugíamos, fugíeis, fugiam

Pretérito mais-que-perfeito fugira, fugiras, fugira, fugíramos, fugíreis, fugiram

Futuro do Presente fugirei, fugirás, fugirá, fugiremos, fugireis, fugirão

Futuro do Pretérito fugiria, fugirias, fugiria, fugiríamos, fugiríeis, fugiriam

Subjuntivo

Presente fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam

Pretérito Imperfeito fugisse, fugisses, fugisse, fugíssemos, fugísseis, fugissem

Futuro fugir, fugires, fugir, fugirmos, fugirdes, fugirem

Imperativo

Afirmativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam

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Negativo não fujas, não fuja, não fujamos, não fujais, não fujam

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal fugir

Infinitivo Pessoal fugir, fugires, fugir, fugirmos, fugirdes, fugirem

Gerúndio fugindo

Particípio fugido

Por fugir conjugam-se: acudir, bulir, consumir, cuspir, desentupir, entupir, escapulir,
sacudir, subir e sumir.

Vir

Indicativo

Presente venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm

Pretérito Perfeito vim, vieste, veio, viemos, vistes, vieram

Pretérito Imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham

Pretérito mais-que-
viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
perfeito

Futuro do Presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão

Futuro do Pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam

Subjuntivo

Presente venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham

Pretérito Imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem

Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem

Imperativo

Afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham

não venhas, não venha, não venhamos, não venhais, não


Negativo
venham

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal vir

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Infinitivo Pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem

Gerúndio vindo

Particípio vindo

Por vir conjugam-se: advir, avir-se, convir, desavir-se, intervir, provir e sobrevir.

Alguns verbos que apresentam irregularidade em tempos primitivos (levando, consequentemente, essas
irregularidades aos tempos derivados):
Frigir

Indicativo

Presente: frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem

Ouvir

Indicativo

Presente: ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem

Pedir

Indicativo

Presente: peço, pedes, pedimos, pedis, pedem

Por pedir conjugam-se: despedir, expedir, impedir, desimpedir e medir.


Polir

Indicativo

Presente: pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem

Rir

Indicativo

Presente: rio, ris, ri, rimos, rides, riem

Construir

Indicativo

Presente: construo, constróis, constrói, construímos, construís, constroem

Também seguem esta conjugação: destruir, reconstruir.


Diminuir

Indicativo

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Presente: diminuo, diminuis, diminui, diminuímos, diminuís, diminuem

Assim se conjugam todos os verbos em uir (exceção para construir, reconstruir e destruir).

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EXERCÍCIOS CLASSES GRAMATICAIS


Questão 01 - (IFMA/2016)

Leia a tirinha “As cobras”.

Sabe-se que, dependendo do contexto, algumas palavras podem adquirir sentidos distintos e pertencer a classes
gramaticais diferentes. Na tirinha acima, isso ocorre com a palavra “um”, no primeiro e terceiro balão. Assim, qual
sua classificação morfológica no primeiro e no último quadrinho, respectivamente?

a) Numeral, artigo

b) artigo, artigo

c) numeral, numeral

d) artigo, numeral

e) substantivo, numeral

Questão 02 - (IFMA/2016)

Leia com atenção o texto da tirinha abaixo.

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Para se despedir de suas férias, o personagem da tirinha cita vários termos que evidenciam sua insatisfação em
ter que ir embora.

Assinale a alternativa em que todas as palavras utilizadas pelo personagem, como despedida, pertencem à mesma
classe gramatical.

a) férias, nuvens, guarda-sol

b) mesma, todos, só

c) solar, pouco, mais

d) camarões, tchau, chegou

e) areia, mar, ficar

TEXTO: 1 - Comum à questão: 3

“HÁ EMBUTIDA NAS OBRAS de Aristóteles uma ideia medular, que escapou à percepção de quase todos os seus
leitores e comentaristas, da Antiguidade até hoje. Mesmo aqueles que a perceberam — e foram apenas dois, que
eu saiba, ao longo dos milênios — limitaram-se a anotá-la de passagem, sem lhe atribuir explicitamente uma
importância decisiva para a compreensão da filosofia de Aristóteles. No entanto, ela é a chave mesma dessa
compreensão, se por compreensão se entende o ato de captar a unidade do pensamento de um homem desde
suas próprias intenções e valores, em vez de julgá-lo de fora; ato que implica respeitar cuidadosamente o
inexpresso e o subentendido, em vez de sufocá-lo na idolatria do “texto” coisificado, túmulo do pensamento. A
essa ideia denomino Teoria dos Quatro Discursos. Pode ser resumida em uma frase: o discurso humano é uma
potência única, que se atualiza de quatro maneiras diversas: a poética, a retórica, a dialética e a analítica (lógica).”
CARVALHO, O. de. Aristóteles em nova perspectiva:
Introdução à teoria dos quatro discursos.
Campinas (SP): Vide editorial, 2013, pp.21-2.

Questão 03 - (IFAL/2019)

Pronome é a palavra que ou acompanha ou pode substituir um substantivo. Na frase “ela é a chave mesma dessa
compreensão”, o pronome substitui um substantivo. Indique a opção em que se apresenta o termo do texto
substituído pelo pronome destacado.

a) percepção

b) antiguidade

c) passagem

d) uma ideia modular

e) obras de Aristóteles

Questão 04 - (IBMEC SP Insper/2013)

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O pronome “ele”, no texto, refere-se

a) ao autor do livro anunciado, Ernesto Paglia.


b) à expressão “um dos quadros de maior audiência do Jornal Nacional”.
c) à expressão “Diário de bordo do JN no ar”.
d) à expressão “Escrito por Ernesto Paglia”.
e) ao segundo descobrimento do Brasil.

Questão 05 - (UFPR/2019)

Leia o excerto abaixo:

As bombas que os aliados lançaram sobre a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial conseguiram atingir a
borda inferior do espaço: a ionosfera se enfraqueceu sob a influência da onda expansiva de tantos explosivos.
__________ o efeito tenha sido temporário, chegou a ser sentido nos céus da Inglaterra. __________, os
bombardeios alemães, primeiro os da Luftwaffe (a aviação nazista) e, depois, com os foguetes V1 e V2, mal
deixaram vestígios na atmosfera.

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Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima, na ordem em que aparecem no texto.

a) Embora – No entanto.

b) Ainda que – Por isso.

c) Consoante – Não obstante.

d) Posto que – Logo.

e) Porquanto – Contudo.

Questão 06 - (Fac. Santo Agostinho BA/2017)

"Apesar de saberem que animais podem "prever" catástrofes naturais, os cientistas ainda não sabem como
explicar totalmente esse fato".

Nesse segmento, a locução "apesar de" pode ser corretamente substituída por

a) entretanto.

b) já que.

c) não obstante.

d) visto que.

TEXTO: 2 - Comum à questão: 7

TEXTO III

(....)
1
“Os ruralistas defendem a proposta - o projeto de lei (PL) que muda substancialmente a porcentagem de
autorização para derrubada de vegetação nativa em propriedades privadas na Amazônia - , alegando que a lei, Se
aprovada, vai 5incentivar a adesão dos fazendeiros à legislação ambiental e, dessa forma, garantir a sobrevivência
de metade da biodiversidade amazônica. A verdade, porém, é que, num ecossistema frágil como o amazônico,
ninguém sabe quanto de biodiversidade resistiria se 50% dela fosse 10destruída. conforme a floresta encolhe,
diminuem o volume de chuvas e a capacidade de a vegetação reter água. Com isso, a mata fica cada vez mais
seca e vulnerável à ação do calor e do fogo.”
ARAIA, Eduardo , Projeto de lei pode significar, no prazo de algumas décadas, o fim da Floresta Amazônica. 28/05/2008.
www.terra.com.br/isto é/sumarios. Acesso em 04/08/08.

Questão 07 - (UFCG PB/2008)


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Com relação ao termo “...Substancialmente “ (l. 2) pode-se afirmar que se trata de:

a) advérbio oracional.

b) adjetivo determinando “porcentagem”.

c) substantivo e concorda com “porcentagem”.

d) advérbio e concorda com “os ruralistas”.

e) advérbio e modifica a forma verbal “muda”.

Questão 08 - (IFMA/2016)

Leia a propaganda abaixo.

FUNDAÇÃO SOS Mata Atlântica. Viva a Mata 2012. Disponível em: <http//
www.sosma.org.br/blog/sos-mata-atlantica-vence-premio-abemd/#dpuf>. Acesso em 21 jul. 2014.

Sobre as palavras verde e azul, contidas na propaganda acima, podemos afirmar que:

a) ambas são empregadas no sentido denotativo, referindo-se às matas, rios e mares;

b) “verde” está empregada no sentido conotativo e “azul” no sentido denotativo;

c) somente “verde” assume o sentido conotativo já que é um substantivo abstrato;

d) ambas são empregadas no sentido conotativo, a primeira referindo-se às matas e a segunda a água, rios e
mares;

e) somente “azul” assume sentido conotativo, já que é um adjetivo explicativo.

TEXTO: 3 - Comum à questão: 9

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Leia o poema “Gesso”, de Manuel Bandeira.

Esta minha estatuazinha de gesso, quando nova

- O gesso muito branco, as linhas muito puras –

Mal sugeria imagem da vida

(Embora a figura chorasse).

Há muitos anos tenho-a comigo.

O tempo envelheceu-a, carcomeu-a, manchou-a de

[pátina amarelo-suja.

Os meus olhos, de tanto a olharem,

Impregnaram-na de minha humanidade irônica de tísico.

Um dia mão estúpida

Inadvertidamente a derrubou e partiu.

Então ajoelhei com raiva, recolhi aqueles tristes fragmentos,

[recompus a figurinha que chorava.

E o tempo sobre as feridas escureceu ainda mais o sujo

[mordente da pátina...

Hoje este gessozinho comercial

É tocante e vive, e me fez agora refletir

Que só é verdadeiramente vivo o que já sofreu.


(BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa.
R.J.: José Aguilar Editora, 1974, p.193.)

Questão 09 - (FCM MG/2017)

A posposição do adjetivo se verifica em:

a) “Um dia mão estúpida”

b) “aqueles tristes fragmentos

c) “o sujo mordente da pátina”

d) “há muitos anos tenho-a comigo”

TEXTO: 4 - Comum à questão: 10

Em uma peça publicitária recentemente veiculada em jornais impressos, pode-se ler o seguinte: “Se a prática leva
à perfeição, então imagine o sabor de pratos elaborados bilhões e bilhões de vezes.”
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Questão 10 - (PUC SP/2007)

A segunda oração que compõe a referida peça publicitária contém a expressão “pratos elaborados bilhões e
bilhões de vezes”. Em recente declaração à Revista Veja a respeito de seu filho, o presidente Luís Inácio Lula da
Silva fez a seguinte afirmação (Revista Veja Edição 1979 - 25 out. 2006).

"Deve haver um milhão de pais reclamando: por que meu filho não é o Ronaldinho? Porque não pode todo mundo
ser o Ronaldinho.

A respeito das expressões destacadas em negrito nos trechos acima, é linguisticamente adequado afirmar que

a) apenas em “bilhões e bilhões”, em que bilhões é essencialmente advérbio, existe uma indicação precisa de
quantidade.

b) apenas em “um milhão”, em que é milhão essencialmente adjetivo, existe uma indicação precisa de quantidade.

c) em ambas as expressões, que são conjunções coordenativas aditivas, existe uma indicação precisa de
quantidade.

d) em ambas as expressões, que são essencialmente numerais, existe um uso figurado que expressa exagero
intencional.

e) apenas em “bilhões e bilhões”, em que bilhões é essencialmente pronome, existe um uso figurado que
expressa exagero intencional.

TEXTO: 5 - Comum à questão: 11

Pensando o Brasil

Talvez eu devesse escrever “Pensando no Brasil”, significando duplamente quem, neste país, pensa, e quem
pensa sobre o Brasil. Seja como for, pensamos que vimos tudo, e nos enganamos. Assim, recentemente no Rio
peguei um taxista bem idoso, perto dos 80 anos. Valente, falante, devotamente dirigia seu carro aos trancos, e
discorria sem parar sobre as belezas da cidade e da vida no Brasil.
LUFT, Lya. Pensando o Brasil. Veja, ed. 2370.
Ano 47. N. 17. 23 abr. 2014. p.22.

Questão 11 - (Unievangélica GO/2014)

Os tempos verbais, em muitas situações, assumem valores semânticos.

A expressão em destaque no texto, “Seja como for”, expressa

a) uma referência a um futuro próximo.

b) uma forma coloquial correspondente a “de qualquer forma”.

c) um hábito da língua correspondente a “ainda assim”.

d) um recurso narrativo sem nenhuma importância.

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GABARITO

01 D
02 A
03 D
04 C
05 A
06 C
07 E
08 D
09 A
10 D
11 B

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TERMOS ESSENCIAS DA ORAÇÃO:

PERÍODO SIMPLES

Frase ou sentença
É qualquer expressão escrita ou falada que estabeleça comunicação completa entre duas pessoas. As frases sem
verbo denomina-se frases nominais. Há diferença entre frase e oração: uma oração pode ser frase, desde que
preencha tal requisito: estabelecer comunicação completa entre duas pessoas.

Período
Segmento do texto que inicia com letra maiúscula, tem processo verbal (um ou mais de um) e termina com ponto
final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e, às vezes, com reticências.

Exemplos:
Anda.; Anda?; Anda!; Anda...

Quando o período tem apenas um verbo, diz-se período simples ou oração absoluta. Com mais de um verbo, o
período será composto (por subordinação ou por coordenação).

Período simples (oração)


Daqui para a frente preferimos chamar o período simples apenas de oração. Isto deve facilitar a compreensão.
ORAÇÃO É UMA ESTRUTURA QUE APRESENTA, NORMALMENTE, DUAS PARTES: SUJEITO E PREDICADO.
Nota:
Existem orações sem sujeito, pois seus verbos são impessoais. O verbo sempre compõe o predicado da oração.

Oração

Sujeito Predicado
O aluno + lê
Os alunos leem

Note-se que o verbo concorda com o sujeito, em número e pessoa. Isto é sujeito singular tem verbo no singular;
sujeito plural tem verbo no plural. Esta observação é a única segura para se identificar o termo sujeito de uma
oração.

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Estudo e classificação do sujeito:

DETERMINADO

• Simples: apenas um núcleo


• Composto: mais de um núcleo
• Oculto/elíptico: Há um sujeito não expresso, mas identificável.

Exemplos:
Ocorreram vários boatos.
Sujeito simples: vários boatos.
Ana, João e Marcelino foram ao shopping.
Sujeito composto: Ana, João e Marcelino.
"Zé Boné, com efeito, regulava de papalvo. / Sem fazer conta de companhia ou conversas, varava..."
Na oração que aparece depois da barra, o sujeito (Zé Boné) está oculto, por vir expresso na oração
precedente.

OCULTO

Fizemos uma longa viagem. (Nós)


Li o livro todo. (Eu)
Viu as flores no jardim. (Ele)
Os sujeitos estão todos subentendidos.

Indeterminado
• ocorre com verbos na terceira pessoa do plural, sem referência a um agente. Importa apenas o fato em si.
Exemplo: Roubaram meu relógio.
• ocorre com os verbos na terceira pessoa do singular, acompanhados de "se", a que chamamos índice de
indeterminação do sujeito. Neste caso os verbos não têm objeto direto; exceto preposicionado. Uma
observação muito importante. Os verbos, nestes casos, são V.T.I, V.I ou V.L e devem estar na 3ª pessoa do
singular com a partícula “se” a qual denominaremos de índice de indeterminação do sujeito.

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Exemplos:
Vive-se muito bem na Bahia. (verbo intransitivo) 3ª pessoa do singular
Necessita-se de bons estagiários. (verbo transitivo indireto) 3ª pessoa do singular
Ama-se a Deus. (verbo transitivo direto com objeto preposicionado). 3º pessoa do singular
Estava-se feliz. (verbo de ligação) 3ª pessoa do singular

Notas:
1. Quando o verbo tem objeto direto, o "se" é partícula apassivadora e o objeto direto passa a ser sujeito paciente.
2. Oração sem sujeito ocorre com verbos impessoais, os quais permanecem na terceira pessoa do singular, com
exceção dos casos em que o verbo ser indique datas, horas ou distâncias. Os principais verbos impessoais são:
Haver = existir, ocorrer, estar e acontecer.

Exemplos:
Haverá festa hoje ou não?
Houve vários acidentes no último feriado.
Há crianças no parque.
Fazer: quando indica tempo decorrido ou clima.

Exemplos:
Faz quinze anos que viajei com você.

Aqui faz muito frio!

Nevou em São Joaquim SC.

Exemplos:
Verbo ser indicando horas, datas e distância. Esse é o único verbo impessoal que não fica no singular
obrigatoriamente:
São 23h.

São 20km até lá

Hoje é vinte e dois de dezembro.

Verbo passar, acompanhado da preposição de, indicando horas:


Já passa das 7h.

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O forma verbal (passar) não pode ser acompanhado da partícula ‘se’ porque não tem sujeito. E isso é muito comum
no nosso cotidiano.

TERMOS ESSENCIAS DA ORAÇÃO


PERÍODO SIMPLES

PREDICADO: Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um verbo ou
locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também o predicado. Em termos, tudo o
que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. Veja alguns exemplos:

Pedro viu Maria no shopping. (predicado)

Em dezembro, todas as pessoas comemoram o Natal.

(predicado) (predicado)

O céu é lindo. (predicado)

Todo predicado existe um verbo ou uma locução verbal e nós precisamos saber distingui-lo em dois grupos diferentes.
Os verbos nocionais e os verbos não nocionais .

Os verbos nocionais indicam uma ação, acontecimento, fenômeno da natureza. Estes são classificados como
núcleos do predicado: trabalhar, considerar, achar, julgar, pensar, querer, fazer etc.

Os verbos não nocionais indicam um estado e sempre são os verbos de ligação: ser, estar, ficar, parecer,
permanecer, continuar, andar, virar, tornar-se etc.

O núcleo sempre será o “predicativo”.

Para sabermos o que é verbo nocional e não nocional, basta analisarmos o contexto.

Exemplos:

Mário anda correndo.

Percebe-se que a forma verbal “andar” denota uma ação, pois há uma circunstância de modo que indica o ‘modo’ como
o sujeito ‘Mário’ anda.

Mário anda preocupado.

Percebe-se agora que a forma verbal “andar” exprime um estado como verbo não nocional.

No primeiro exemplo temos um caso típico de ‘predicado verbal’ e no segundo, ‘predicado nominal’.

Nos estudos acerca dos predicados, há um assunto muito importante que devemos saber. Os tipos de predicados.

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TIPOS DE PREDICADOS

Verbal: tem como núcleo o verbo de ação.

Ana estuda todos os dias.

Nominal: tem como núcleo o predicativo.

Ana está cansada.

Verbo-nominal: Tem como núcleos um verbo de ação e um predicativo.

Ana considerou a prova difícil.

Nota-se que no primeiro exemplo o predicado é verbal, porque o verbo estudar é uma ação feita pelo sujeito ‘Ana’. No
segundo exemplo, o predicado é nominal, porque o verbo de ligação e o termo ‘cansada’ atribuem um estado em que
o sujeito ‘Ana’ se encontra. Já no terceiro exemplo há uma junção de verbo nocional e não nocional (subentendido)
Logo, temos uma caso de predicado verbo-nominal.

Vejamos mais alguns exemplos:

PREDICADO VERBAL:

Antônio e José estudavam Matemática.

Edileusa manteve o segredo de Maria.

Paulino confia em seu melhor amigo.

PREDICADO NOMINAL:

Marina vive tensa.

Manoel fica chateado com mentiras alheias.

Alice estava exausta.

PREDICADO VERBO-NOMINAL:

Os operários trabalharam cansados.

Ana encontrou Pedro nervoso.

Maria viu seu pai irritado.

**Bom, todos os exemplos citados e com a explicação na teoria devem ter ficado bem claros, né? Espero que sim.

Agora precisamos ver uma observação muito importante!

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Preste atenção nas seguintes sentenças:

Os alunos consideraram a prova difícil.

Os alunos fizeram a prova difícil.

No primeiro caso temos predicado verbo-nominal, pois o termo ‘difícil’ é um atributo dado ao objeto direto (prova)

Há duas maneiras para termos a certeza disso. Vejamos:

1º: passe para a voz passiva analítica:

A prova foi considerada difícil pelos alunos. Percebe-se que o vocábulo ‘difícil’ não está especificando o substantivo
prova e sim sendo considerada “difícil” pelos alunos.

2º: Troque o substantivo “a prova” por um pronome oblíquo correspondente e faça a reescrita.

Os alunos (a) consideraram difícil ou Os alunos consideram-(na) difícil.

O que ocorreu agora? O vocábulo (adjetivo) “difícil” ficou (do lado de fora), prova-se que estamos diante de um
predicativo do objeto e o predicado é verbo-nominal.

Outro caso:

1º: passe para a voz passiva analítica:

A prova difícil foi feita pelos alunos. Percebe-se agora que o vocábulo ‘difícil’ juntou-se ao substantivo (a prova) para
especificá-lo, determina-lo. Temos, portanto, um Adjunto Adnominal.

2º: Troque o substantivo “a prova” por um pronome correspondente e faça a reescrita.

Os alunos (a) fizeram. ou Os alunos fizeram-na.

O que ocorreu agora? O vocábulo (adjetivo) “difícil” acoplou-se ao substantivo para especificá-lo. Temos, portanto um
Adjunto Adnominal e o predicado é VERBAL.

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

Existem termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes para a compreensão do
enunciado. Ao acrescentar informações novas, esses termos:

- caracterizam o ser;

- determinam os substantivos;

- exprimem circunstância.

São termos acessórios da oração: o adjunto adverbial, o adjunto adnominal e o aposto.

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Vamos observar o exemplo:

Nevou.

No exemplo acima, temos uma oração de predicado verbal formado por um verbo impessoal. Trata-se de uma oração
sem sujeito. O verbo nevou é suficiente para transmitir a mensagem enunciada. Poderíamos, no entanto, ampliar a
gama de informações contidas nessa frase:

Por Exemplo:

Rapidamente anoiteceu na fazenda.

A ideia central continua contida no verbo da oração. Temos, agora, duas noções acessórias, circunstanciais, ligadas
ao processo verbal: o modo como anoiteceu (rapidamente) e o lugar onde anoiteceu (na fazenda). A esses termos
acessórios que indicam circunstâncias relativas ao processo verbal damos o nome de adjuntos adverbiais.

Agora, observe o que ocorre ao expandirmos um pouco mais a oração acima:

Por Exemplo:

Rapidamente anoiteceu na deserta cidade do interior.

Surgiram termos que ser referem ao substantivo cidade, caracterizando-o, delimitando-lhe o sentido. Trata-se de
termos acessórios que se ligam a um nome, determinando-lhe o sentido. São chamados adjuntos adnominais.

Por último, analise a frase abaixo:

Machado de Assis era brasileiro.

Nessa oração, o sujeito é determinado e simples: Machado de Assis. Há ainda um predicativo do sujeito (brasileiro)
relacionado ao sujeito pelo verbo de ligação (era). Trata-se, pois, de uma oração com predicado nominal. Note que a
frase é capaz de comunicar eficientemente uma informação. Nada nos impede, no entanto, de enriquecer mais um
pouco o conteúdo informativo. Veja: Machado de Assis, o mito da Literatura, era brasileiro.

Agora, além do núcleo do sujeito (Machado de Assis) há um termo que explica, que enfatiza esse núcleo: o mito da
Literatura. Esse termo é chamado de aposto.

ADJUNTO ADVERBIAL

É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.).
O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Observe as
frases abaixo:

Eles se veem pouco.

Seu jeito é muito interessante.

O time jogou muito bem.

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Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de intensidade. No primeiro caso, intensifica a forma verbal veem,
que é núcleo do predicado verbal. No segundo, intensifica o adjetivo interessante, que é o núcleo do predicativo do
sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o advérbio bem, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.

Veja o exemplo abaixo:

Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.

Os termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias:

amanhã indica tempo;

de bicicleta indica meio;

àquela velha praça indica lugar.

Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele expressa, os termos
acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto adverbial de meio e adjunto
adverbial de lugar.

O adjunto adverbial pode ser expresso por:

1) Advérbio: O menino estudou muito.

2) Locução Adverbial: O menino caiu no mar.

3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.

Observação: nem sempre é possível apontar com precisão a circunstância expressa por um adjunto adverbial. Em
alguns casos, as diferentes possibilidades de interpretação dão origem a orações sugestivas.

Por Exemplo: Entreguei-me calorosamente àquela causa.

É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou de intensidade. Na verdade, parece ser
uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso, é fundamental levar em conta
o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais.

CLASSIFICAÇÃO DO ADJUNTO ADVERBIAL

Listamos abaixo algumas circunstâncias que o adjunto adverbial pode exprimir. Não deixe de observar os exemplos.

Acréscimo

Por Exemplo:

Além da tristeza, sentia profundo desânimo em tudo.

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Afirmação

Por Exemplo:

Sim, realmente iremos partir.


Maria e Eliane irão com certeza.

Assunto

Por Exemplo:

Falávamos sobre o novo Coronavírus . (ou de Coronavírus, ou a respeito do Coronavírus).

Causa

Por Exemplo:

Com a chuva, perdi toda a plantação.


Não comentamos nada por discrição.
O meu filho trabalha por necessidade.

Companhia

Por Exemplo:

Fui ao show com minha namorada


Com quem você saiu?
Sempre contigo irei estar.

Concessão

Por Exemplo:

Apesar do estado precário do gramado, o jogo foi ótimo.

Condição

Por Exemplo:

Se eu não for, você não irá.


Desde que não erre, não há acertos.

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Conformidade

Por Exemplo:

Fez tudo como combinamos. (ou segundo combinamos)

Dúvida

Por Exemplo:

Talvez iremos hoje mesmo.


Porventura, encontrariam a solução para acabar com o novo Coronavírus?
Quiçá acertemos desta vez.

Fim, finalidade

Por Exemplo:

Ele vive para o trabalho.


Victor estudou para o vestibular.
Trabalho para melhorar de vida.
Viajei a passeio.

Frequência

Por Exemplo: De vez em quando aparecia por lá.


Havia reuniões diariamente.

Instrumento

Por Exemplo: Madalena se cortou com a faca.


O artista criava seus desenhos a giz.

Intensidade

Por Exemplo: Meu pai corria bastante.


O carro é muito caro.

Limite

Por Exemplo: A menina andava correndo do quarto à cozinha.

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Lugar

Por Exemplo: Nasci em Porto Seguro.


Estou no trabalho.
Vive na comunidade da zona norte.
Viajou para o nordeste.
"Há, em cada canto de minh’alma, um altar a um Deus diferente." (Álvaro de Campos)

Matéria

Por Exemplo: Compunha-se de substâncias estranhas.


Era feito de aço.

Meio

Por Exemplo:Fui de metrô.


Viajei de ônibus.
Enriqueceram mediante tráfico.

Modo

Por Exemplo: Vocês foram recrutados a dedo.


Helena, fique à vontade.
Helena esperava tranquilamente o momento decisivo.

Negação

Por Exemplo: Não há erros em minhas anotações.


Não aceitarei aquele presente em hipótese alguma.

Preço

Por Exemplo: Os carros estão sendo vendidos a preços muito altos.

Substituição ou troca

Por Exemplo: Abandonou suas convicções por privilégios econômicos.

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Tempo

Por Exemplo: O estúdio permanece aberto das 9h às 17h.


Alberto e Maria se casarão em setembro.
Ontem à noite encontrei meu velho amigo.

ADJUNTO ADNOMINAL

É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo.

O adjunto adnominal possui função adjetiva na oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções
adjetivas, artigos, pronomes adjetivos e numerais adjetivos. ( Essas classes gramaticais citadas denominamos de
Satélites do substantivo)

Veja o exemplo a seguir:

O político inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.


Núcleo do Predicado
Sujeito Objeto Direto Objeto Indireto
Verbal

Na oração acima, os substantivos político, trabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do sujeito determinado
simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivos agrupam-se os adjuntos
adnominais:

o artigo" o" e o adjetivo inovador referem-se a político;

o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos;

o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de infância são adjuntos adnominais de amigo.

Observe como os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao substantivo a que se referem, sem qualquer
participação do verbo. Isso é facilmente notável quando substituímos um substantivo por um pronome: todos os
adjuntos adnominais que estão ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo nessa substituição.

Por Exemplo:

O notável escritor brasileiro deixou uma obra originalíssima.

Ao substituirmos escritor pelo pronome ele, obteremos: Ele deixou uma obra originalíssima.

As palavras o, notável e brasileiro tiveram de acompanhar o substantivo escritor, por se tratar de adjuntos
adnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo pronome a. Veja: O notável escritor
brasileiro deixou-a.

Saiba que:

A percepção de que o adjunto adnominal é sempre parte de um outro termo sintático que tem como núcleo um
substantivo é importante para diferenciá-lo do predicativo do objeto. O predicativo do objeto é um termo que se liga
ao objeto por intermédio de um verbo. Portanto, se substituirmos o núcleo do objeto por um pronome, o predicativo

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permanecerá na oração, pois é um termo que se refere ao objeto, mas não faz parte dele. Observe: Sua atitude
deixou os amigos perplexos.

Nessa oração, perplexos é predicativo do objeto direto (os amigos). Se substituíssemos esse objeto direto por um
pronome pessoal, obteríamos: Sua atitude deixou-os perplexos.

Note que perplexos se refere ao objeto, mas não faz parte dele.

Há um exemplo notável na nossa videoaula acerca dos tipos de predicados. Assista novamente!

Distinção entre adjunto adnominal e complemento nominal

É comum confundir o adjunto adnominal na forma de locução adjetiva com complemento nominal. Para evitar que
isso ocorra, considere o seguinte:

a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os complementos


nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Assim, fica claro que o termo ligado por preposição a
um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal. Quando não houver preposição ligando os termos,
será um adjunto adnominal.

b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a substantivos cujos


significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre
valor ativo. Observe os exemplos: Exemplo 1 : Eliane tem muito amor aos filhos.

A expressão "aos filhos" classifica-se como complemento nominal, pois filhos é paciente de amar, recebe a ação de
amar.

Exemplo 2 : Eliane é um amor de mãe.

A expressão "de mãe" classifica-se como adjunto adnominal, pois mãe é agente de amar, pratica a ação de amar.

Aposto
Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo melhor.
Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão.

Por Exemplo:

Ontem, quarta-feira, passei o dia com minha namorada.

Quarta-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao
termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja:

Quarta-feira passei o dia com minha namorada.

Obs.: após a eliminação de ontem, o substantivo quarta-feira assume a função de adjunto adverbial de tempo.

Veja outro exemplo:


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Aprecio todos os tipos de música: MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.
Objeto Direto Aposto do Objeto Direto

Se retirarmos o objeto da oração, seu aposto passa a exercer essa função:

Aprecio MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.


Objeto Direto

Obs.: o termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função sintática (inclusive a de aposto).

Por Exemplo:

Dona Joana servia o patrão, pai de Lúcia, menina obediente e estudiosa

Analisando a oração, temos:

pai de Lúcia = aposto do objeto direto patrão.

menina obediente e estudiosa = aposto de .

Classificação do aposto

De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, o aposto pode ser classificado em:

a) Explicativo: A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que
vivem, adquiriu grande destaque no mundo atual.

b) Enumerativo: A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação.

c) Resumidor ou Recapitulativo: Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base
de um país melhor.

d) Comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.

e) Distributivo: Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na prosa.

f) Aposto de Oração: Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.

Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais de pontuação
(vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza um substantivo de sentido genérico, prendendo-se a ele
diretamente ou por meio de uma preposição, sem que haja pausa na entonação da frase:

Por Exemplo:

O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda.


A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.

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Atenção:

Para não confundir o aposto de especificação com adjunto adnominal, observe a seguinte frase: A torcida do
Flamengo é a maior do Brasil.

Nessa oração, o termo em destaque tem a função de adjetivo: flamenguista. É, portanto, um adjunto adnominal.

Agora:

O time do Flamengo tem a maior torcida no Brasil.

Nessa oração, o termo em destaque tem a função de aposto especificativo. Flamengo é time, portanto é um aposto
especificativo.

BIZU: No primeiro caso: Você pergunta se Flamengo é torcida. A resposta é não, logo é adjunto adnominal.

No segundo caso: Pergunta se Flamengo é time. A resposta é sim, logo é aposto especificativo.

Observações:

1) Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não
havendo pausa, não haverá vírgulas.

Por Exemplo: Acabo de ler o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas.

2) Às vezes, o aposto pode vir precedido de expressões explicativas do tipo: a saber, isto é, por exemplo, etc.

Por Exemplo: Alguns alunos, a saber, Marcelo, Pedro e Luíza não entraram na sala de aula após o recreio.

3) O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere.

Por Exemplo: Código universal, a música não tem fronteiras.

4) O aposto que se refere ao objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial pode aparecer precedido de
preposição.

Por Exemplo: Estava deslumbrada com tudo: com a aprovação, com o ingresso na universidade, com
as felicitações.

VOCATIVO
Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração.

Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um
ouvinte real ou hipotético.

Por seu caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso. Veja os exemplos:

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Não fale tão alto, Eliane!


Vocativo

Senhor diretor, queremos nossos direitos!


Vocativo

A vida, Armando, é feita de escolhas.


Vocativo

Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam e nomeiam o interlocutor a que se está dirigindo a
palavra.

Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, tais como ó, olá, eh!, etc.

Por Exemplo:

Ó Cristo, iluminai-me em minhas decisões.


Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!
Eh! Gente, temos que estudar mais.

Distinção entre vocativo e aposto

- O vocativo não mantém relação sintática com outro termo da oração.

Por Exemplo:

Crianças, vamos entrar.


Vocativo

- O aposto mantém relação sintática com outro termo da oração.

Por Exemplo:

A vida de Moisés, grande profeta, foi filmada.


Sujeito Aposto

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ORAÇÕES COORDENADAS

São aquelas sintaticamente independentes.

É importante ressaltar que esse tipo de oração pode ou não ser introduzida por uma conjunção ou conectivo (que é a
mesma coisa). As orações que apresentam conjunção (conectivo) são chamadas de orações coordenadas
sindéticas; já as que não possuem conjunção são chamadas de orações coordenadas assindéticas.

Classificação das orações coordenadas sindéticas

De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas,
alternativas, conclusivas ou explicativas.

a) Aditivas

Expressam ideia de adição, uma soma de informações. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos
em sequência. As conjunções coordenativas aditivas são: "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas
sindéticas aditivas.

Por Exemplo:

Estudamos Língua Portuguesa e Matemática.

As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só... mas (também), tanto...como, e
semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja:

Ana Maria não só cozinha, mas também (ou como também) é uma excelente apresentadora.

O novo Coronavírus causou graves problemas na sociedade, mas (também) atrapalhou com a economia mundial.

b) Adversativas

Exprimem oposições ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a
conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não
obstante, nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.

Veja os exemplos:

"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar)
O Brasil é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.
Ana, você está nervosa, contudo acalme-se.
Helena gostava de brincar, todavia não cansava.
A seleção brasileira de futebol jogou muito bem, entretanto não conseguiu ser campeã mundial.

Atenção!

- Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção "e". Isso ocorre normalmente em orações coordenadas que
possuem sujeitos diferentes.

Por Exemplo: Maria estuda, e João trabalha.

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- A conjunção "mas" pode aparecer com valor aditivo.

Por Exemplo: Eliane era uma menina estudiosa, mas principalmente esperta.

c) Alternativas

Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela, empregam-se
também os pares: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas.

Exemplos:

Faça a tarefa agora ou quando chegarmos do supermercado.


Ora você fica nervosa, ora fica tranquila.
Quer queira, quer não iremos à praia.

d) Conclusivas

Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são: logo, portanto e pois (posposto
ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Introduzem as orações
coordenadas sindéticas conclusivas.

Exemplos:

Trabalhei o dia todo, portanto mereço descanso.


Estudei durante quatorze horas; mereço, pois, descansar bastante.
Fiz a prova e passei, por isso estou classificado.
Andressa correu muito durante o dia, logo está exausta.

e) Explicativas

Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que merecem
destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as orações coordenadas
sindéticas explicativas.

Exemplos:

Vou embora, que cansei de esperá-lo.


Alessandro devia estar trabalhando, porque chegou e se deitou.
Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

Atenção:

Cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas com as subordinadas adverbiais causais. Observe a diferença
entre elas:

- Orações Coordenadas Explicativas: caracterizam-se por fornecer um motivo, explicando a oração anterior.

Por Exemplo:

Cristina devia estar doente, porque chorava bastante. (O choro da Cristina não poderia ser a causa de sua doença.)

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- Orações Subordinadas Adverbiais Causais: exprimem a causa do fato.

Por Exemplo:

Luíza está triste porque o namorado foi embora. (A ida do namorado é a causa da tristeza de Luíza.)

A rua está molhada porque choveu. (A chuva é a causa da rua estar molhada.)

Palavra chave (motivo/razão)

Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

O período que apresenta mais de duas orações denominamos período composto. Primeiramente vamos estudar a
orações subordinadas substantivas.

Mas o que são orações subordinadas substantivas? São orações que possuem valores de substantivos. Elas são
divididas em: subjetiva (valor de sujeito), objetiva direta (valor de objeto direto), objetiva indireta (valor de objeto
indireto), completiva nominal (valor de complemento nominal), predicativa (valor de predicativo) e apositiva (valor
de aposto). As conjunções são (QUE/SE) QUE expressa certeza e SE, dúvida.

O termo ISSO de trás para frente é: oração


SUBJETIVAS: Funcionam como sujeito da oração principal. subordinada substantiva ( o (i) é da conjunção
integrante.)
É bom que fique em casa durante a quarentena. (É bom isso)

É necessário que se aprenda Língua Portuguesa. (É necessário isso)

Foi dito que a aula havia sido adiada. (Foi dito isso)

Convém que todos aprendam Português. (Convém i)

Obs: - Para identificar uma oração subordinada substantiva subjetiva é preciso observar na oração principal:

1º. Verbo (ser) de ligação (tem que estar na 3ª pessoa do singular) + predicativo do sujeito.

2º. Verbo passivo (tem que estar na 3ª pessoa do singular).

3º Verbo intransitivo (tem que estar na 3ª pessoa do singular).

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O sujeito estará na oração subordinada. É o único caso em que o sujeito se encontrará na subordinada.

Existe o macete para classificar as orações subordinadas substantivas. Observe nos exemplos acima o que é feito.
Esse macete serve para todas as orações subordinadas substantivas. As objetivas indiretas e completivas nominais
o termo vai ser (DISSO) o (D) é da preposição se será encontrada antes da conjunção integrante.

OBJETIVAS DIRETAS: Funcionam como objeto direto do verbo da oração principal.

Arnaldo disse que vai viajar amanhã cedo. (Arnaldo disse isso)

Mariana viu que nada foi feito. (Mariana viu isso)

Os alunos sabem que houve aula. (Os alunos sabem isso)

Wagner não sabe (se) a prova foi mesmo adiada. (Wagner não sabe isso)

OBJETIVAS INDIRETAS:
Funcionam como objeto indireto da oração principal.

Necessitamos de que voltes logo. (Necessitamos disso)

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso – em+isso = nisso)

Maria não gosta (de) que a chamem de senhora. (Marta não gosta disso)

**Em alguns casos a preposição pode estar elíptica na oração.

COMPLETIVAS NOMINAIS:
Funcionam como complementos nominais, presas por preposição a um nome constituinte da oração principal.

Temos certeza de que haverá aula hoje. (Temos certeza disso).

Tenho necessidade de que você me dê atenção. (Tenho necessidade disso).

**Alguns gramáticos omitem a preposição. Sigamos a norma padrão, por favor!

As orações subordinadas objetivas indiretas integram o sentido de um verbo (transitivo indireto), enquanto as
completivas nominais integram o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).

PREDICATIVAS:

Funcionam como predicativo do sujeito da oração principal. Sucedem, normalmente, ao verbo de ligação (ser),
quando o sujeito a ele estiver anteposto.

Meu desejo é que você tenha sucesso. (Meu desejo é isso).

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A impressão é (de) que não fui bem na prova. Há uma preposição de (realce aí). (A impressão é isso).

A miséria é que existem pobres no mundo. (A miséria é isso).

Nota:
Há grande problema na decisão da oração predicativa, já que se pode confundir com uma subjetiva. Preferimos
achar que o antecedente do verbo ser lhe seja o sujeito; consequentemente, o termo seguinte é predicativo do
sujeito.

APOSITIVAS:

Funcionam como aposto enumerativo, relativamente da oração principal.

A única verdade é esta: que todos morreremos. (A única verdade é esta: isso).

Ana tinha um grande sonho: que seu casamento chegasse logo. (Ana tinha um grande sonho: isso).

Embora a NGB não registre, há orações subordinadas:


• Substantiva agente da passiva: O relatório foi feito/por quem tem capacidade.

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EXERCÍCIOS – ORAÇÕES COORDENADAS


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma
experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio,
anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens
atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em
brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de
neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No
jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto.
Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia
reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de
esperança no “outro lado” das más notícias.

(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral
nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adota-boa- noticia-e-que-para.html.
Acessado em 01/03 /2019.)

1. (Unicamp 2020) Considerando a matéria apresentada no jornal, o uso da conjunção adversativa seguido da
expressão “a boa notícia é que” permite ao jornalista

a) apontar a gravidade da notícia e compensá-la.

b) expor a neutralidade da notícia e reforçá-la.

c) minimizar a relevância da notícia e acentuá-la.

d) revelar a importância da notícia e enfatizá-la.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Para responder à(s) questão(ões) a seguir, leia o trecho do livro Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre.

Mas a casa-grande patriarcal não foi apenas fortaleza, capela, escola, oficina, santa casa, harém, convento de moças,
hospedaria. Desempenhou outra função importante na economia brasileira: foi também banco. Dentro das suas
grossas paredes, debaixo dos tijolos ou mosaicos, no chão, enterrava-se dinheiro, guardavam-se joias, ouro, valores.
Às vezes guardavam-se joias nas capelas, enfeitando os santos. Daí Nossas Senhoras sobrecarregadas à baiana de
teteias, balangandãs, corações, cavalinhos, cachorrinhos e correntes de ouro. Os ladrões, naqueles tempos piedosos,
raramente ousavam entrar nas capelas e roubar os santos. É verdade que um roubou o esplendor e outras joias de
São Benedito; mas sob o pretexto, ponderável para a época, de que “negro não devia ter luxo”. Com efeito, chegou a
proibir-se, nos tempos coloniais, o uso de “ornatos de algum luxo” pelos negros.

Por segurança e precaução contra os corsários, contra os excessos demagógicos, contra as tendências comunistas
dos indígenas e dos africanos, os grandes proprietários, nos seus zelos exagerados de privativismo, enterraram
dentro de casa as joias e o ouro do mesmo modo que os mortos queridos. Os dois fortes motivos das casas-grandes
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acabarem sempre mal-assombradas com cadeiras de balanço se balançando sozinhas sobre tijolos soltos que de
manhã ninguém encontra; com barulho de pratos e copos batendo de noite nos aparadores; com almas de senhores
de engenho aparecendo aos parentes ou mesmo estranhos pedindo padres-nossos, ave-marias, gemendo
lamentações, indicando lugares com botijas de dinheiro. Às vezes dinheiro dos outros, de que os senhores
ilicitamente se haviam apoderado. Dinheiro que compadres, viúvas e até escravos lhes tinham entregue para
guardar. Sucedeu muita dessa gente ficar sem os seus valores e acabar na miséria devido à esperteza ou à morte
súbita do depositário. Houve senhores sem escrúpulos que, aceitando valores para guardar, fingiram-se depois de
estranhos e desentendidos: “Você está maluco? Deu-me lá alguma cousa para guardar?”

Muito dinheiro enterrado sumiu-se misteriosamente. Joaquim Nabuco, criado por sua madrinha na casa-grande de
Maçangana, morreu sem saber que destino tomara a ourama para ele reunida pela boa senhora; e provavelmente
enterrada em algum desvão de parede. […] Em várias casas-grandes da Bahia, de Olinda, de Pernambuco se têm
encontrado, em demolições ou escavações, botijas de dinheiro. Na que foi dos Pires d’Ávila ou Pires de Carvalho, na
Bahia, achou-se, num recanto de parede, “verdadeira fortuna em moedas de ouro”. Noutras casas-grandes só se têm
desencavado do chão ossos de escravos, justiçados pelos senhores e mandados enterrar no quintal, ou dentro de
casa, à revelia das autoridades. Conta-se que o visconde de Suaçuna, na sua casa-grande de Pombal, mandou
enterrar no jardim mais de um negro supliciado por ordem de sua justiça patriarcal. Não é de admirar. Eram
senhores, os das casas-grandes, que mandavam matar os próprios filhos. Um desses patriarcas, Pedro Vieira, já avô,
por descobrir que o filho mantinha relações com a mucama de sua predileção, mandou matá-lo pelo irmão mais
velho.

(In: Silviano Santiago (coord.). Intérpretes do Brasil, 2000.)

2. (Unifesp 2019) “Os ladrões, naqueles tempos piedosos, raramente ousavam entrar nas capelas e roubar os
santos. É verdade que um roubou o esplendor e outras joias de São Benedito; mas sob o pretexto, ponderável para a
época, de que ‘negro não devia ter luxo’.” (1º parágrafo)

Em relação à frase anterior, a frase sublinhada constitui uma

a) condição.

b) ratificação.

c) conclusão.

d) redundância.

e) ressalva.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

REDES SOCIAIS E COLABORAÇÃO EXTREMA: O FIM DO SENSO CRÍTICO?

Eugênio Mira

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Conectados. Essa palavra nunca fez tanto sentido quanto agora. 1Quando se discutia no passado sobre como os
homens agiriam com o advento da aldeia global (...) não se imaginava o quanto esse processo seria rápido e
devastador.

(...) quando McLuhan apresentou o termo, em 1968, 2ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande
responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a internet, que na época não passava de um projeto militar do
governo dos Estados Unidos.

3A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo. Graças a ela temos
acesso a toda informação do mundo à distância de apenas um toque de botão. 4E quando começaram a se
popularizar as redes sociais, 5um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos. Uma ferramenta colaborativa
extrema, que possibilitaria o contato imediato com outras pessoas através de suas afinidades, fossem elas políticas,
religiosas ou mesmo geográficas. Projetos colaborativos, revoluções instantâneas... 6Tudo seria maior e melhor
quando as pessoas se alinhassem na órbita de seus ideais. 7O tempo passou, e essa revolução não se instaurou.

Basta observar as figuras que surgem nos sites de humor e outros assemelhados. Conhecidos como memes (termo
cunhado pelo pesquisador Richard Dawkins, que representaria para nossa memória o mesmo que os genes
representam para o corpo, ou seja, uma parcela mínima de informação), 8essas figuras surgiram com a intenção de
demonstrar, de maneira icônica, algum sentimento ou sensação. 9Ao fazer isso, a tendência de ter uma reação
diversa daquelas expressas pelas tirinhas é cada vez menor. Tudo fica branco e preto. 10Ou se aceita a situação, ou
revolta-se. Sem chance para o debate ou questionamento.

(...)

A situação é ainda mais grave quando um dos poucos entes criativos restantes na internet produz algum comentário
curto, espirituoso ou reflexivo, a respeito de alguma situação atual ou recente... Em minutos pipocam cópias da frase
por todo lugar. 11Copia-se sem o menor bom senso, sem créditos. Pensar e refletir, e depois falar, são coisas do
passado. O importante agora é 12copiar e colar, e depois partilhar. 13As redes sociais desfraldaram um mundo
completamente novo, e o uso que o homem fará dessas ferramentas é o que dirá o nosso futuro cultural. 14Se
enveredarmos pela partilha de ideias, gestando-as em nossas mentes e depois as passando a outros, será uma estufa
mundial a produzir avanços incríveis em todos os campos de conhecimento. Se, no entanto, as redes sociais se
transformarem em uma rede neural de apoio à preguiça de pensar, a humanidade estará fadada ao processo
antinatural de regressão. O advento das redes sociais trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes, os
ídolos e as ideias consumistas mais arraigados, mas aparentemente está levando para longe algo muito mais
humano e essencial na vida em sociedade: o senso crítico. Será uma troca justa?

http://obviousmag.org/archives/2011/09/redes_sociais_e_colaboracao_extrema_O_fim_do_senso_critico-.htm.
Adaptado. Acesso em: 21 fev 2017.

3. (Epcar (Afa) 2018) Observe o emprego da conjunção “e” nos enunciados abaixo, considerando o contexto de onde
foram recortados, e as respectivas análises.

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I. “Ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a
internet...” (ref. 2) – A conjunção é aditiva.

II. “O tempo passou, e essa revolução não se instaurou.” (ref. 7) – A relação estabelecida é de adversidade.

III. “A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo.” (ref. 3) – A
conjunção estabelece uma relação de finalidade.

IV. “...copiar e colar, e depois partilhar.” (ref. 12) – A repetição da conjunção visa enfatizar o automatismo das ações.

Estão corretas as análises apresentadas apenas nos itens

a) I e III.

b) III e IV.

c) I e II.

d) II e IV.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Noruega como Modelo de Reabilitação de Criminosos

O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de reincidência criminal em todo o mundo. No país, a taxa média
de reincidência (amplamente admitida, mas nunca comprovada empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou seja, 7
em cada 10 criminosos voltam a cometer algum tipo de crime após saírem da cadeia.

Alguns perguntariam "Por quê?". E eu pergunto: "Por que não?" O que esperar de um sistema que propõe reabilitar
e reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada oferece, para que essa situação realmente
aconteça? Presídios em estado de depredação total, pouquíssimos programas educacionais e laborais para os
detentos, praticamente nenhum incentivo cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte muitas pessoas)
de que bandido bom é bandido morto (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).

Situação contrária é encontrada na Noruega. Considerada pela ONU, em 2012, o melhor país para se viver (1º no
ranking do IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante Brasil, o 8º país com a menor taxa de
homicídios no mundo, lá o sistema carcerário chega a reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10
presos voltam a cometer crimes; é uma das menores taxas de reincidência do mundo. Em uma prisão em Bastoy,
chamada de ilha paradisíaca, essa reincidência é de cerca de 16% entre os homicidas, estupradores e traficantes que
por ali passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o Reino Unido, 50%. A média europeia é 50%.

A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter seu sistema penal pautado na reabilitação e não na
punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso, não é uma opção, ela é obrigatória.
Dessa forma, qualquer criminoso poderá ser condenado à pena máxima prevista pela legislação do país (21 anos), e,
se o indivíduo não comprovar estar totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais 5
anos, até que sua reintegração seja comprovada.

O presídio é um prédio, em meio a uma floresta, decorado com grafites e quadros nos corredores, e no qual as celas
não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta,
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televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário, quadro para afixar papéis e fotos, além de geladeiras. Encontra-se
lá uma ampla biblioteca, ginásio de esportes, campo de futebol, chalés para os presos receberem os familiares,
estúdio de gravação de música e oficinas de trabalho. Nessas oficinas são oferecidos cursos de formação
profissional, cursos educacionais, e o trabalhador recebe uma pequena remuneração. Para controlar o ócio, oferecer
muitas atividades, de educação, de trabalho e de lazer, é a estratégia.

A prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns dos presos, como estupradores e pedófilos, ficam em
blocos separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é fornecida pela prisão, mas é preparada pelos próprios
detentos, que podem comprar alimentos no mercado interno para abastecer seus refrigeradores.

Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos devem passar por no mínimo dois anos de preparação para o
cargo, em um curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar respeito a todos que ali estão. Partem do
pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros também aprenderão a respeitar.

A diferença do sistema de execução penal norueguês em relação ao sistema da maioria dos países, como o
brasileiro, americano, inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a prisão é a privação da liberdade, e pautado
na reabilitação e não no tratamento cruel e na vingança.

O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar progressos educacionais, laborais e comportamentais, e, dessa
forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade novamente junto à sociedade.

A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a seguinte: enquanto lá os presos saem e praticamente não
cometem crimes, respeitando a população, aqui os presos saem roubando e matando pessoas. Mas essas são
consequências aparentemente colaterais, porque a população manifesta muito mais prazer no massacre contra o
preso produzido dentro dos presídios (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).

LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do Portal
atualidadesdodireito.com.br. Estou no blogdolfg.com.br.

** Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil.

FONTE: Adaptado de http://institutoavantebrasil.com.br/noruega-como-modelo-de-reabilitacao-de-criminosos/.

Acessado em 17 de março de 2017.

4. (Espcex (Aman) 2018) Assinale a alternativa que pode substituir corretamente o trecho sublinhado sem alterar-
lhe o sentido:

"... O que esperar de um sistema que propõe reabilitar e reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas
nada oferece, para que essa situação realmente aconteça."

a) "..., onde nada oferece..."

b) "..., conforme o que oferece..."

c) "..., porque nada oferece..."

d) "..., a fim de oferecer algo..."

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e) "..., embora nada ofereça..."

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões).

A PIPOCA

Rubem Alves

A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente
com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo
que poderia ter o nome de “culinária literária”. Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha:
cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei
mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é
uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi
como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo – porque a culinária estimula todas essas funções do
pensamento.

As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto,
que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho
mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões
metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo
inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação
metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma
inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético
porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas
dentro de uma panela.

Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são
o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem
alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então,
de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do
candomblé...

A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos
graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o
ponto de vista do tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso
aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o
fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com
água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos
começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia
com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam
comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira,
molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

E o que é que isso tem a ver com o candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da
grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da
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pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós:
duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em
outra coisa − voltar a ser crianças!

Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho
de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo
fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza
assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem
o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder
um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo,
ansiedade, depressão – sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem
fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora
chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente.
Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí,
sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! − e ela aparece como uma outra
coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do
casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a
ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. “Morre e
transforma-te!” − dizia Goethe.

Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o
que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a
me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a
estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e
desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os
piruás. Mas, no mundo da poesia as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas “piruá” é o nome que
se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: “Fiquei piruá!” Mas
acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo
esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
Ignoram o dito de Jesus: “Quem preservar a sua vida perdê-la-á.” A sua presunção e o seu medo são a dura casca do
milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca
macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás
que não servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser
crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...

Disponível em http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp.

Acessado em 31 de mai. 2016.

Obs.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo Ortográfico.

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5. (Efomm 2017) Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais
escrito sobre comidas que cozinhado.

O termo destacado nessa passagem exprime ideia de

a) condição.

b) conclusão.

c) oposição.

d) causalidade.

e) comparação.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Observe a tirinha a seguir e responda à(s) questão(ões).

6. (Ita 2017) Os dois primeiros quadros da tirinha criam no leitor uma expectativa de desfecho que não se
concretiza, gerando daí o efeito de humor. Nesse contexto, a conjunção e estabelece a relação de

a) conclusão.

b) explicação.

c) oposição.

d) consequência.
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e) alternância.

7. (Esc. Naval 2017) Analise o trecho a seguir.

“[...] – comprei, é meu.”

Que relação semântica a segunda oração estabelece com a primeira?

a) Adição.

b) Explicação.

c) Conclusão.

d) Causa.

e) Conformidade.

8. (Espcex (Aman) 2016) Assinale a alternativa em que está destacada uma oração coordenada explicativa.

a) Peço que te cales.

b) O homem é um animal que pensa.

c) Ele não esperava que a mãe o perdoasse.

d) Leve-a até o táxi, que ela precisa ir agora.

e) É necessário que estudes.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Quarto de Despejo

“O grito da favela que tocou a consciência do mundo inteiro”

2 de MAIO de 1958. Eu não sou indolente. Há tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que não
tinha valor e achei que era perder tempo.

...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheço com mais atenção. Quero enviar sorriso
amavel as crianças e aos operarios.

...Recebi intimação para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os
meus pés doiam tanto que eu não podia andar.

Começou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o José Carlos. A intimação era para ele. O José Carlos tem 9 anos.

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3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem
efeito, porque eu não tenho gordura. Os meninos estão nervosos por não ter o que comer.

6 de MAIO. De manhã não fui buscar agua. Mandei o João carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimação. Eu
estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do
convite do ilustre tenente da 12ª Delegacia.

...o que eu aviso aos pretendentes a política, é que o povo não tolera a fome. É preciso conhecer a fome para saber
descrevê-la.

Estão construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo.

9 de MAIO. Eu cato papel, mas não gosto. Então eu penso: Faz de conta que estou sonhando.

10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era tão amavel, eu
teria ido na Delegacia na primeira intimação.

(...) O Tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as
pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao país. Pensei: se ele sabe disso,
porque não faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de
Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O
Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome tambem é professora. Quem passa fome
aprende a pensar no proximo e nas crianças.

11 de MAIO. Dia das mães. O céu está azul e branco. Parece que até a natureza quer homenagear as mães que
atualmente se sentem infeliz por não realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje não vai chover.
Hoje é o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no
circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar pão amanhã, porque eu só tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei
metade da cabeça de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as
batatas. Os meus filhos estão sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar.
(...) Surgiu a noite. As estrelas estão ocultas. O barraco está cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de
jornal e passar pelas paredes. É assim que os favelados matam mosquitos.

13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a
libertação dos escravos. Nas prisões os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora são mais cultos. E
não nos trata com desprezo.

Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A
chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva para mim ir
lá no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um
pouco. Vou sair. (...) Eu tenho dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada: Viva a mamãe!. A
manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu
mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim:
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“Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu
e não pude catar papel. Agradeço. Carolina”

(...) Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou a pedir comida. E eu
não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para
fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando
comemos.

E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!

(DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de Despejo.)

9. (Epcar (Afa) 2016) Assinale a alternativa abaixo em que os períodos NÃO apresentam relação de causa e
consequência entre si.

a) “O barraco está cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes.”

b) “Quando eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar.”

c) “Surgiu a noite. As estrelas estão ocultas.”

d) “A chuva passou um pouco. Vou sair.”

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

A gota d’água

Apenas da água doce da Terra pode ser encontrada em locais de fácil acesso. Com o aumento da população
mundial, disputas pelo controle de recursos hídricos devem se intensificar.

Uma das primeiras guerras da história aconteceu há mais de 4,5 mil anos, na Suméria, região onde hoje se
encontra o Iraque. Munidos de espadas, machados de bronze e lanças, o exército da cidade-estado de Lagash
avançou contra o rei de Umma, que desviou as águas do Rio Tigre para construir um canal de irrigação. “Eannatum,
líder de Lagash, foi para a batalha e deixou 60 soldados mortos na margem do canal”, dizia uma inscrição encontrada
por arqueólogos. 3Assim, como outras civilizações que não tinham acesso a recursos hídricos abundantes, a luta pela
água era, literalmente, uma batalha de sobrevivência para os dois povos.

Passados alguns milênios, os conflitos já não são resolvidos apenas pela força. 5Mas a explosão populacional
e a 1crescente demanda por infraestrutura e produção de bens ampliaram ainda mais a necessidade por recursos
naturais. A água doce, antes considerada abundante em boa parte do mundo, se transformou num bem estratégico.
Apesar de ocupar dois terços da superfície terrestre, a água própria para consumo faz parte de uma fatia mínima. De
1,2 bilhão de quilômetros cúbicos de água existentes no planeta, menos de é potável – o que representa cerca de
35 milhões de quilômetros cúbicos. O problema é que deste volume está disponível na forma de geleiras e camadas
de neve e está localizado em aquíferos subterrâneos. Ou seja, de água doce é encontrada em locais de fácil
acesso, como rios e lagos – o equivalente a 1,4 milhão de quilômetros cúbicos.
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Como se não bastasse, essa pequenina porção é degradada a cada dia pela poluição de rios e depósitos
subterrâneos gerados pelo despejo de esgoto não tratado e resíduos industriais. Um relatório divulgado em 2013,
pelo Ministério de Recursos Hídricos da China, indicava que dos lençóis freáticos de 118 cidades do país estavam
poluídos. Com esse cenário, o discurso de que a água poderá se transformar no petróleo do século 21 não é simples
conversa daquele tio alarmista. Como as fronteiras políticas não coincidem com os limites geográficos das 261 bacias
hidrográficas existentes no mundo, litígios pelo controle da água tendem a aumentar. 2“A disputa pela água não
gera necessariamente uma guerra. Mas em regiões com um histórico beligerante, a redução e degradação dos
recursos podem virar um estopim para um conflito”, diz Vanessa Barbosa, autora do livro A Última Gota, da Editora
Planeta, 4que chega às livrarias em outubro. [...]

(Galileu, outubro de 2014.)

10. (Uern 2015) A partir das relações de sentido estabelecidas pelos conectores, pode-se afirmar que a conjunção
“mas” em: Mas a explosão populacional [...] (ref. 5) indica

a) negação do que foi dito anteriormente.

b) condição para a realização do fato mencionado.

c) oposição entre a informação anterior e a seguinte.

d) inclusão de uma informação que confirma a ideia anterior.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Texto para a(s) questão(ões) a seguir

Eram tempos menos duros aqueles vividos na casa de Tia Vicentina, em Madureira, subúrbio do Rio, onde
Paulinho da Viola podia traçar, sem cerimônia, um prato de feijoada - comilança que deu até samba, "No Pagode do
Vavá". Mas como não é dado a saudades (lembre-se: é o passado que vive nele, não o contrário), Paulinho aceitou
de bom grado a sugestão para que o jantar ocorresse em um dos mais requintados italianos do Rio. A escolha pela
alta gastronomia tem seu preço. Assim que o sambista chega à mesa redonda ao lado da porta da cozinha, forma-se
um círculo de garçons, com o maître à frente. [...]

Paulinho conta que cresceu comendo o trivial. Seu pai viveu 88 anos à base de arroz, feijão, bife e batata
frita. De vez em quando, feijoada. Massa, também. "Mas nada muito sofisticado."

Com exceção de algumas dores de coluna, aos 70 anos, goza de plena saúde. O músico credita sua boa forma
ao estilo de vida, como se sabe, não dado a exageros e grandes ansiedades.

T. Cardoso, Valor, 28/06/2013. Adaptado.

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11. (Fgvrj 2015) Ą frente das frases citadas abaixo, está indicado o tipo de circunstância que elas expressam no
texto. A indicação NÃO está correta em:

a) “como não é dado a saudades” (causa).

b) “para que o jantar ocorresse em um... do Rio” (finalidade).

c) “Assim que o sambista chega à mesa... da porta da cozinha” (simultaneidade).

d) “que cresceu comendo o trivial” (consequência).

e) “como se sabe” (conformidade).

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

A garagem de casa

1Com o portão enguiçado, e num 2convite a 3ladrões de livros, a 4garagem de casa lembra uma biblioteca pública
permanentemente aberta para a rua. 5Mas não são 6adeptos de literatura 7os indivíduos que ali se abrigam da
chuva ou do sol a pino de verão. 8Esses desocupados 9matam o tempo jogando porrinha, ou lendo os jornais velhos
que mamãe amontoa num canto, sentados nos degraus do escadote com que ela alcança as prateleiras altas. 10Já
quando fazem o obséquio de me liberar o espaço, de tempos em tempos entro para olhar as estantes onde há de
tudo um pouco, em boa parte remessas de editores estrangeiros que têm apreço pelo meu pai. 11Num reduto de
literatura tão sortida, como bem sabem os habitués de sebos, fascina a perspectiva de por puro acaso dar com um
livro bom. 12Ou by serendipity, como dizem os ingleses quando na caça a um tesouro se tem a felicidade de deparar
com outro bem, mais precioso ainda. Hoje revejo na mesma prateleira velhos conhecidos, algumas dezenas de livros
turcos, ou búlgaros ou húngaros, que papai é capaz de um dia querer destrinchar. Também continua em evidência o
livro do poeta romeno Eminescu, que papai ao menos 13tentou ler, como é fácil inferir das folhas cortadas a
espátula. Há uma edição em alfabeto árabe das Mil e Uma Noites que ele não 14leu, mas cujas ilustrações
15admirou longamente, como denunciam os filetes de cinzas na junção das suas páginas coloridas. Hoje tenho
experiência para saber quantas vezes meu pai 16leu um mesmo livro, posso quase medir quantos minutos ele se
17deteve em cada página. 18E não costumo perder tempo com livros que ele nem sequer 19abriu, entre os quais
uns poucos eleitos que mamãe 20teve o capricho de empilhar numa ponta de prateleira, confiando numa futura
redenção. Muitas vezes a vi de manhãzinha compadecida dos livros estatelados no escritório, com especial carinho
pelos que trazem a foto do autor na capa e que papai despreza: parece disco de cantor de rádio.

(Chico Buarque. O irmão alemão. 1 ed. São Paulo. Companhia das letras. 2014. p. 60-61.

Texto adaptado com o acréscimo do título.)

A obra O irmão alemão, último livro de Chico Buarque de Holanda, tem como móvel da narrativa a existência de um
desconhecido irmão alemão, fruto de uma aventura amorosa que o pai dele, Sérgio Buarque de Holanda, tivera com
uma alemã, lá pelo final da década de 30 do século passado. Exatamente quando Hitler ascende ao poder na
Alemanha. Esse fato é real: o jornalista, historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, na época, solteiro,
deixou esse filho na Alemanha. Na família, no entanto, não se falava no assunto. Chico teve, por acaso,
conhecimento dessa aventura do pai em uma reunião na casa de Manuel Bandeira, por comentário feito pelo
próprio Bandeira.
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Foi em torno da pretensa busca desse pretenso irmão que Chico Buarque desenvolveu sua narrativa ficcional, o seu
romance.

Sobre a obra, diz Fernando de Barros e Silva: “o que o leitor tem em mãos [...] não é um relato histórico. Realidade e
ficção estão aqui entranhadas numa narrativa que embaralha sem cessar memória biográfica e ficção”.

12. (Uece 2015) “Mas não são adeptos de literatura os indivíduos que ali se abrigam da chuva ou do sol a pino de
verão.” (ref. 5)

O “mas” que inicia o período introduz uma oposição

a) à ideia, explicitada na superfície textual, de que o portão da garagem estava enguiçado.

b) à ideia implícita de que os frequentadores de uma biblioteca são adeptos da literatura.

c) à expressão “ladrões de livros” (ref. 3).

d) à ideia implícita de que os frequentadores de uma biblioteca não são ladrões de livros.

13. (Espcex (Aman) 2013) Leia os versos abaixo e assinale a alternativa que apresenta o mesmo emprego das
vírgulas no primeiro verso.

“Torce, aprimora, alteia, lima

A frase; e, enfim,”

(Olavo Bilac)

a) “E, ao vir do sol, saudoso e em pranto”

b) “O alvo cristal, a pedra rara,/ O ônix prefiro.”

c) “Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas,...”

d) “Uns diziam que se matou, outros, que fora para o Acre.”

e) “Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.”

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Recordações do escrivão Isaías Caminha

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que
estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. 1São em geral de uma lastimável

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limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, 9só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para
generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e
guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para
que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse,
com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha
procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance das mãos, tenho os autores que
mais amo. (...) 5Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de
fazer. 6Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas
pálidas Recordações. Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro
modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como eu e com os
desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo
menos dignos de indiferença.

7Entretanto, quantas dores, quantas angústias! 2Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem.
Cercam-me dois ou três bacharéis idiotas e um médico mezinheiro, 10repletos de orgulho de suas cartas que sabe
Deus como tiraram. (...) Entretanto, se eu amanhã lhes fosse falar neste livro - que espanto! que sarcasmo! que
crítica desanimadora não fariam. Depois que se foi o doutor Graciliano, excepcionalmente simples e esquecido de
sua carta apergaminhada, nada digo das minhas leituras, não falo das minhas lucubrações intelectuais a ninguém, e
minha mulher, quando me demoro escrevendo pela noite afora, grita-me do quarto:

3– Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã!

De forma que não tenho por onde aferir se as minhas Recordações preenchem o fim a que as destino; se a minha
inabilidade literária está prejudicando completamente o seu pensamento. Que tortura! E não é só isso: envergonho-
me por esta ou aquela passagem em que me acho, em que 11me dispo em frente de desconhecidos, como uma
mulher pública... 12Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às
vezes acordo, vem dela, unicamente dela. Quero abandoná-la; mas não posso absolutamente. De manhã, ao almoço,
na coletoria, na botica, jantando, banhando-me, só penso nela. À noite, quando todos em casa se vão recolhendo,
insensivelmente aproximo-me da mesa e escrevo furiosamente. Estou no sexto capítulo e ainda não me preocupei
em fazê-la pública, anunciar e arranjar um bom recebimento dos detentores da opinião nacional. 13Que ela tenha a
sorte que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábil que a
refaça e que diga o que não pude nem soube dizer.

(...) 8Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti lá dentro. Eu que sofri e pensei não o sei
narrar. 4Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, e, sobretudo, pouco
expressiva do que eu de fato tinha sentido.

LIMA BARRETO

Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010.

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14. (Uerj 2013) Na descrição de sua situação e de seus sentimentos, o narrador utiliza diversos recursos coesivos,
dentre eles o da adição. O fragmento do texto que exemplifica o recurso da adição está em:

a) repletos de orgulho de suas cartas que sabe Deus como tiraram. (ref. 10)

b) me dispo em frente de desconhecidos, como uma mulher pública... (ref. 11)

c) Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às vezes acordo, vem
dela, (ref. 12)

d) Que ela tenha a sorte que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor
mais hábil (ref. 13)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Sobre a origem da poesia

A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem.

Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso
não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, 1a poesia aponta
para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos
jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas.

4Como se ela restituísse, através de um uso específico da língua, a integridade entre nome e coisa − que o tempo e
as culturas do homem civilizado trataram de separar no decorrer da história.

A manifestação do que chamamos de poesia hoje nos sugere mínimos flashbacks de uma possível infância da
linguagem, antes que a representação rompesse seu cordão umbilical, gerando essas duas metades − significante e
significado.

Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em tudo o que se dizia? Quando o nome da
coisa era algo que fazia parte dela, assim como sua cor, seu tamanho, seu peso? Quando os laços entre os sentidos
ainda não se haviam desfeito, então música, poesia, pensamento, dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se
conjugavam em experiências integrais, associadas a utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas, sexuais,
guerreiras?

2Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, projetado sobre um passado pré-babélico, tribal, primitivo.
Ao mesmo tempo, cada novo poema do futuro que o presente alcança cria, com sua ocorrência, um pouco desse
passado.

Lembro-me de ter lido, certa vez, um comentário de Décio Pignatari, em que ele chamava a atenção para o fato de,
tanto em chinês como em tupi, não existir o verbo ser, enquanto verbo de ligação. Assim, o ser das coisas ditas se
manifestaria nelas próprias (substantivos), 5não numa partícula verbal externa a elas, o que faria delas línguas
poéticas por natureza, mais propensas à composição analógica.

3Mais perto do senso comum, podemos atentar para como colocam os índios americanos falando, na maioria dos
filmes de cowboy − eles dizem “maçã vermelha”, “água boa”, “cavalo veloz”; em vez de “a maçã é vermelha”, “essa
água é boa”, “aquele cavalo é veloz”. Essa forma mais sintética, telegráfica, aproxima os nomes da própria existência
− como se a fala não estivesse se referindo àquelas coisas, e sim apresentando-as (ao mesmo tempo em que se
apresenta).

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6No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo nosso
contato direto com elas. 7A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece
uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo.

(...)

Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os
olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se desapegou da vida. 8Mas temos esses pequenos oásis − os
poemas − contaminando o deserto da referencialidade.

ARNALDO ANTUNES

www.arnaldoantunes.com.br

15. (Uerj 2012) A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de
acesso sensível mais direto entre nós e o mundo. (ref.7)

O vocábulo destacado estabelece uma relação de sentido com o que está enunciado antes.

Essa relação de sentido pode ser definida como:

a) explicação

b) finalidade

c) conformidade

d) simultaneidade

Gabarito:

Resposta da questão 1:

[A]

A conjunção coordenativa adversativa “mas” estabelece relação de oposição entre orações, como na sequência da
matéria apresentada pelo jornal, em que a repórter, depois da informação de uma agressão brutal a uma mulher,
procura compensar a gravidade da notícia ao anunciar que ela já está livre de perigo e sem necessidade de
intervenções cirúrgicas no rosto. Assim, é correta a opção [A].

Resposta da questão 2:

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[E]

A conjunção subordinativa “mas” introduz um argumento que restringe o que foi dito na oração anterior, ou seja,
apresenta noção de ressalva, podendo ser substituída por porém, todavia, contudo. Assim, é correta a opção [E].

Resposta da questão 3:

[D]

Em [I], “Ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial absoluta, e
sim a internet...” (ref. 2), a conjunção é adversativa.

Em [III], “A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo.” (ref. 3), a
conjunção estabelece uma relação de adição.

Resposta da questão 4:

[E]

“Mas” é uma conjunção coordenada adversativa e “embora”, uma conjunção subordinada adverbial concessiva. Há
diferença sintática entre essas duas conjunções, pois, enquanto a primeira é utilizada para coordenar duas orações,
introduzindo uma oração coordenada sindética adversativa, a segunda estabelece relação de subordinação entre
duas orações. No entanto ambas possuem, como semelhança, a função de gerar oposição de ideias, tendo
importante papel na construção de argumentação.

Resposta da questão 5:

[B]

A locução “por isso”, formada por preposição e pronome demonstrativo, exprime ideia de conclusão, podendo ser
substituída por assim, em vista disso, dessa forma, dessa maneira, entre outras. Assim, é correta a opção [B].

Resposta da questão 6:

[C]

Seria de esperar que a indignação de Calvin, expressa nos dois primeiros quadrinhos, provocasse um
comportamento inverso ao que na verdade acontece. Apesar da critica, o personagem não só continua a assistir a
esse tipo de programas, como admite o seu apreço por eles. Na última fala de Calvin, a conjunção coordenativa “e”
adquire, assim, uma relação de oposição ao que foi afirmado anteriormente, como se afirma em [C].

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Resposta da questão 7:

[C]

A vírgula poderia ser substituída pela conjunção “logo”, indicando que a oração seguinte estabelece uma relação de
conclusão em relação à anterior.

Resposta da questão 8:

[D]

As alternativas [A], [B], [C] e [E] apresentam oração subordinada substantiva objetiva direta, subordinada adjetiva
restritiva, subordinada substantiva objetiva direta e subordinada substantiva subjetiva, respectivamente. Apenas em
[D] existe oração coordenada explicativa.

Resposta da questão 9:

[C]

O fato de a noite surgir, a princípio, pressupõe o aparecimento das estrelas, e não seu ocultamento; por isso os
períodos não apresentam relação de causa e consequência entre si, mas de adversidade.

Resposta da questão 10:

[C]

“Mas” (ref. 5), no contexto, é uma conjunção adversativa; exprime ideia de oposição. Poderia ser substituída, sem
prejuízo ao sentido, por outras conjunções adversativas, como: todavia, entretanto, no entanto, contudo etc.

Resposta da questão 11:

[D]

A oração “que cresceu comendo o trivial” funciona como objeto direto da oração principal, “Paulinho conta”. Não há
relação de consequência, apenas de complemento.

Resposta da questão 12:

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[B]

A conjunção coordenativa adversativa estabelece relação de oposição entre os indivíduos que apenas usam o espaço
para se abrigarem da chuva ou do sol e aqueles que ali vão porque apreciam a leitura. Assim, é correta a opção [B].

Resposta da questão 13:

[C]

No primeiro verso do excerto do poema, as vírgulas foram usadas para separar orações coordenadas assindéticas, da
mesma forma que na frase “Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas”, transcrita em [C].

Resposta da questão 14:

[D]

O fragmento do texto que exemplifica o recurso da adição está em [D]. Isaías Caminha, depois de demonstrar
preocupação com o relato público da sua vida atribulada e com a receptividade que a obra viesse a ter por parte do
público, expressa seus maiores desejos: sensibilização das pessoas que desconhecem as dificuldades por que passam
jovens como ele e inspiração para outros escritores, talvez mais hábeis que ele, para descrever as situações que
narrou.

Resposta da questão 15:

[A]

A conjunção coordenativa “pois” estabelece sentido de explicação à afirmação enunciada anteriormente sobre o
fato da linguagem poética inverter a nossa relação entre palavras e coisas.

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ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS (REDUZIDAS)

Orações reduzidas:

São aquelas que não são introduzidas por conjunções e que possuem verbos nas suas formas nominais: infinitivo,
gerúndio e particípio. São, assim, diferentes das orações desenvolvidas, que são introduzidas por um pronome ou
conjunção e que são formadas por um verbo no indicativo ou no subjuntivo.

Vamos estudar primeiramente as substantivas reduzidas. Ah! Uma dica legal! As substantivas só se reduzem no
infinitivo. É isso mesmo que você leu. No infinitivo.

SUBJETIVAS:

É bom ficar em casa na quarentena.

É necessário aprender Língua Portuguesa.

Convém todos aprenderem Português.

OBJETIVAS DIRETAS:

Os alunos não sabiam ser dia de prova.

Desejo convidar a vizinha pra jantar.

OBJETIVAS INDIRETAS:

O médico insistiu em fazermos uma dieta.

Necessitamos de voltar logo.

COMPLETIVAS NOMINAIS:

Eu tenho a esperança de conseguir o emprego.

Tenho necessidade de apoiar meu candidato.

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PREDICATIVAS:

O melhor é sempre ser feliz.

A miséria é existir pobres no mundo.

APOSITIVAS:

Apenas quero uma coisa: encontrar meu próprio caminho.

Deu a seguinte ordem: fazer o dever de casa.

ATENÇÃO!

Justapostas – introduzidas pelos advérbios ou pronomes interrogativos (quando, quem, como, quanto, entre
outros):
Não vimos quem invadiu a pista contrária.
Não sei onde podemos encontrá-la novamente.
Não sei quanto custou a minha casa.
Ana não sabe como isso veio parar aqui.

Faça uma boa leitura da teoria. Reflita e faça os exercícios.

Bons estudos!

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ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

São orações caracterizadoras, introduzidas por um pronome relativo - ou por um advérbio


relativo: como, onde, quando - através de que fazem referência ao termo antecedente na oração principal. As orações
adjetivas evitam a repetição do antecedente na nova oração.

As orações subordinadas adjetivas assumem a função de um adjetivo.

Exemplo: A encomenda é valiosa. Você recebeu a encomenda.

A encomenda que você recebeu é valiosa.

Observe que o pronome relativo (que) relativiza a oração anterior: que substitui encomenda, liga as duas orações e
exerce o papel de objeto direto do verbo “receber”.

Vejamos agora os principais pronomes relativos: que, o qual, os quais, a qual, as quais, quem, cujo, cujos, cuja,
cujas, onde, quanto, quantos, quanta e quantas.

Exemplos: Nestes exemplos, os termos entre parênteses são as funções sintáticas que exercem.

O cantor que (o qual) perdeu o violão foi vaiado. (que, o qual = cantor) – (sujeito)

O livro que (o qual) comprei é muito bom. (que , o qual = livro) – (objeto direto)

O filme a que assisti (ao qual assisti hoje é longo. (a que, ao qual = filme) – (objeto indireto)

O tratamento de que (do qual) tenho necessidade é doloroso. (de que, do qual = tratamento) – (complemento
nominal)

O atleta que (o qual) fui já não existe mais. (que, o qual = atleta) = (predicativo do sujeito)

As ideias por que (nos quais) fui seduzido são revolucionárias. (por que, pelas quais = ideias) – (agente da passiva)

Os lugares em que (nos quais) estivemos são muito aprazíveis. (em que, nos quais = lugares) – (adjunto adverbial)

A vendedora a quem me dirigi é simpática. (a quem = vendedora – objeto indireto) – (objeto indireto)

O humorista a quem muito admiro caiu do palco. ( a quem = humorista – objeto direto preposicionado) – O.D –
preposicionado)

Ela é a musa a quem faço alusão no meu site. ( a quem = musa) – (complemento nominal)

O juiz por quem fomos julgados é velho. (quem = juiz) – (agente da passiva)

O prédio cujos apartamentos estão à venda é bem localizado. (cujos = prédio – ideia de posse) – (adjunto adnominal)

A usina cuja construção está atrasada foi embargada. (cuja = construção da usina) – (complemento nominal)

A cidade onde estamos possui belas praças. (onde = a cidade) – (adjunto adverbial de lugar)
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Isso é tudo quanto lhe devo. (quanto = tudo) – (objeto direto)

**Saiba diferenciar pronome relativo de conjunção integrante.

O professor disse que os exercícios que ele deu estão fáceis.

O primeiro (que) é conjunção integrante e o segundo, pronome relativo, pois retoma o termo exercícios e exerce
função sintática de objeto direto do verbo (dar).

As orações subordinadas adjetivas são classificadas em: explicativas e restritivas.

Exemplos:

As pessoas que chegaram cedo conseguiram ingresso.

Nota-se que a oração chegaram cedo restringe o sentido de pessoas, ou seja, nem todas conseguiram ingresso,
apenas aquelas que chegaram cedo.

As pessoas, que chegaram cedo, conseguiram ingresso.

Nota-se agora que a oração que chegaram cedo explica o sentido de pessoas, ou seja, todas conseguiram o ingresso.

Agora vamos estudar as ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS REDUZIDAS.

As orações subordinadas adjetivas são reduzidas nas três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.

Exemplos:

Reduzida de infinitivo:

O baterista, que está fazendo graça no palco, é meu irmão. (desenvolvida)

O baterista, a fazer graça no palco, é meu irmão. (reduzida de infinitivo)

Reduzida de gerúndio:

Vejo os amigos que brincam pela casa. (desenvolvida)

Vejo os amigos brincando pela casa. (reduzida de gerúndio)

Reduzida de particípio:

Temos uma casa que compramos com muito esforço. (desenvolvida)

Temos uma casa comprada com muito esforço. (reduzida de particípio)

OBS: Para não esquecer!

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ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA (SEM VÍRGULAS) – (DELIMITA A IDEIA, RESTRINGE O SENTIDO NO TÃO
SOMENTE, APENAS)

ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA (COM VÍRGULAS) – ACRESCENTA INFORMAÇÃO AO TERMO


ANTECEDENTE.

Outro detalhe importante:

Quanto às regências do pronome relativo, prestem bastante atenção! A preposição é colocada antes do pronome
relativo.

Veja:

O filme a que (ao qual) assisti hoje é longo.

Nesse caso, você tem que observar a palavra que vem depois do pronome relativo. No exemplo citado, temos o
verbo assistir que no contexto tem sentido de (ver, presenciar) é Verbo Transitivo Indireto e rege a preposição (a),
logo a preposição tem que ser colocada antes do pronome relativo (que).

O tratamento de que (do qual) tenho necessidade é doloroso.

Nesse caso, você tem que observar a palavra que vem depois do pronome relativo. No exemplo citado, temos um
nome necessidade que é um substantivo, logo temos uma caso de Complemento Nominal, nome este que rege a
preposição (de) que tem que ser colocado antes do pronome relativo.

Isso serve também para os pronomes relativos (cujo(a)(s)).

Bons estudos!!

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EXERCÍCIOS - ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

01. Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: PRF Prova: CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal

No que se refere aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, julgue o item a seguir.

A correção gramatical do texto seria mantida, mas seu sentido seria alterado, caso o trecho “que se infiltra
no ambiente no qual dormimos” (ℓ. 18 e 19) fosse isolado por vírgulas.

( ) certo ( ) errado

02. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: MPE-PI Prova: CESPE - 2018 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área
Administrativa

Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue o item
a seguir.

A oração “que inspiraram tais cartas” (l. 5 e 6) modifica o sentido apenas do termo “grau” (l.5).

( ) certo ( ) errado

03. Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: SEDUC-PA Prova: CONSULPLAN - 2018 - SEDUC-PA -
Professor Classe I - Português

Bye Bye, Brasil

Oi, coração

Não dá pra falar muito não,

Espera passar o avião.

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Assim que o inverno passar,

Eu acho que vou te buscar,

Aqui tá fazendo calor,

Deu pane no ventilador,

Já tem fliperama em Macau,

Tomei a costeira em Belém do Pará,

Puseram uma usina no mar,

Talvez fique ruim pra pescar,

Meu amor.

No Tocantins,

O chefe dos parintintins

Vidrou na minha calça Lee,

Eu vi uns patins pra você

Eu vi um Brasil na TV,

Capaz de cair um toró,

Estou me sentindo tão só,

Oh, tenha dó de mim.

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Pintou uma chance legal,

Um lance lá na capital,

Nem tem que ter ginasial,

Meu amor.

No Tabariz,

O som é que nem os Bee Gees,

Dancei com uma dona infeliz,

Que tem um tufão nos quadris,

Tem um japonês trás de mim,

Eu vou dar um pulo em Manaus,

Aqui tá quarenta e dois graus,

O sol nunca mais vai se pôr,

Eu tenho saudades da nossa canção,

Saudades de roça e sertão,

Bom mesmo é ter um caminhão,

Meu amor.

(BUARQUE, Chico & MENESCAL, Roberto. Fragmento.)

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Em “Dancei com uma dona infeliz, / Que tem um tufão nos quadris, / Tem um japonês trás de mim,” pode-se
afirmar que a informação apresentada na oração adjetiva explicativa

A) assume a forma de um sintagma preposicional.

B) é introduzida por termo que preenche três funções: anafórica, conectiva e sintática.

C) tem função de delimitar a referência ao antecedente produzindo um alerta sobre ele.

D) indica uma variedade popular em que o pronome relativo é empregado apenas com função conectiva.

04. Ano: 2015 Banca: CONSULPLAN Órgão: TRE-MG Provas: CONSULPLAN - 2015 - TRE-MG - Técnico
Judiciário - Programação de Sistemas

Eleições no Brasil

As eleições no Brasil são realizadas através do voto direto, secreto e obrigatório. A primeira eleição da qual
existem registros no Brasil, ocorreu em 1532, por meio da qual foi escolhido o representante do Conselho da
Vila de São Vicente.

Atualmente no Brasil ocorrem eleições a cada dois anos, sempre nos anos pares. À exceção do cargo de
senador, que tem mandatos com duração de oito anos, os demais cargos eletivos têm mandatos de quatro
anos. Como as eleições ocorrem a cada dois anos, os cargos eletivos são disputados em dois grupos, da
seguinte forma: eleições federais e estaduais – para os cargos de: Presidente da República (e vice), Senador,
Deputado Federal, Governador (e vice) e Deputado Estadual; eleições municipais – para os cargos de Prefeito
(e vice) e Vereadores.

As eleições ocorrem no primeiro domingo de outubro. Os cargos correspondentes ao Poder Legislativo


(Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores) são disputados em turno único. Para
os cargos do Poder Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos), pode haver segundo turno, a ser
realizado no último domingo de outubro.

Os candidatos a qualquer cargo são filiados a algum dos mais de 30 partidos políticos legalizados
existentes no país, cada um com uma ideologia política. Todos os partidos recebem recursos do fundo
partidário, acesso aos meios de comunicação (rádio e TV), e direito ao horário eleitoral durante as
campanhas.

O processo eleitoral é organizado pela Justiça Eleitoral, que é composta pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), cuja sede é em Brasília, pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE), sendo um em cada estado,
território ou Distrito, pelos Juízes Eleitorais e pelas Juntas Eleitorais. Todos estes órgãos são regidos pelo
Código Eleitoral, que estabelece as competências de cada órgão/segmento.

Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 14, o voto é facultativo para os analfabetos, aos maiores de
70 anos e para os maiores de 16 anos e menores de 18 anos. É obrigatório para os cidadãos entre 18 e 70
anos, sendo necessário justificar a ausência em qualquer seção eleitoral, no dia da eleição, sob pena de
multa.

Desde 2000, com o uso das urnas eletrônicas, as eleições brasileiras passaram a ser totalmente
informatizadas, o que permite que atualmente sejam consideradas as eleições mais rápidas e atualizadas do
mundo.

(Disponível em: http://www.infoescola.com/direito/eleicoes‐no‐brasil/. Acesso em: 10/03/2015.)

Em “À exceção do cargo de senador, que tem mandatos com duração de oito anos, os demais cargos
eletivos têm mandatos de quatro anos.” (2º§), é correto afirmar que, sintaticamente, o referido período é
composto por oração subordinada

A. adjetiva restritiva.

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B. adjetiva explicativa.

C. substantiva predicativa.

D. substantiva completiva nominal.

05. Ano: 2012 Banca: CONSULPLAN Órgão: TSE Provas: CONSULPLAN - 2012 - TSE - Técnico Judiciário -
Área Administrativa

O que você está lhe dando, na verdade, é uma licença para ser extravagante. (L. 34-35) Acerca do período
anterior, analise as afirmativas a seguir:

I. O período contém três orações.

II. O período é composto por coordenação e subordinação.

III. Há uma oração reduzida.

Assinale

A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

B) se todas as afirmativas estiverem corretas.

C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

06. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Sertãozinho - SP Prova: VUNESP - 2019 - Câmara de
Sertãozinho - SP - Auxiliar Legislativo - Informática

Leia o texto para responder à questão.

Karl Marx romancista e dramaturgo?

É preciso levar a sério a filha de Marx, Eleanor, quando disse que seu pai “era o mais alegre e divertido de
todos os homens”. Em outubro de 1837, com apenas dezenove anos, o jovem Karl compôs uma peça de

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teatro e um breve romance satírico, inacabados, nos quais ridiculariza e condena as convenções burguesas,
o moralismo filisteu, a aristocracia e o pedantismo intelectual.

Naquele ano, por indicação médica – pois adoecera por excesso de trabalho –, Marx deixou Berlim e
estabeleceu-se, para repousar, em Stralow, uma vila de pescadores. Mas, em vez do descanso, optou por
trabalhar intensamente. Foi nesse momento que escreveu as duas operetas contidas no livrinho que a
Boitempo oferece agora aos leitores brasileiros: Escorpião e Félix e Oulanem.

Essas pequenas obras remetem à atmosfera cultural da Alemanha no período posterior ao Congresso de
Viena, com a rejeição romântica do classicismo e a grande difusão da obra de Laurence Sterne,
principalmente do seu Tristram Shandy. Esse romance, publicado entre 1759 e 1767, cobre de ridículo os
estereótipos literários então dominantes. É dessa fonte literária, além de pitadas de E. T. A. Hoffmann, que o
jovem Karl bebe em seu romance Escorpião e Félix, dissolvendo os lugares comuns narrativos num divertido
desprezo pela lisura formal do romance clássico. Já Oulanem é um drama fantástico em versos, um
suspense gótico. Na criação desse poema-tragédia, ambientado numa aldeia na Itália, o jovem filósofo estava
sob a influência dominante de Goethe e, sob essa luz, delineava sua visão da história e sua ideia de que o
mundo precisava ser completamente revolucionado.

Esse Karl ainda não é o Marx que conhecemos melhor, mas são claros os indícios do futuro filósofo
materialista que despontam.

(Carlos Eduardo Ornelas Berriel. https://blogdaboitempo.com.br. Adaptado)

Os travessões empregados no segundo parágrafo servem ao propósito de isolar uma expressão com função

A) resumitiva.

B) enumerativa.

C) explicativa.

D) recapitulativa.

E) exemplificativa.

07. Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Itaquaquecetuba - SP Prova: VUNESP - 2018 - Câmara
de Itaquaquecetuba - SP - Jornalista

Febre mundial, abacate ficou mais valioso que petróleo e gerou até tráfico

Você pode até não suspeitar, mas o abacate que amadurece na sua fruteira está valendo mais do que
petróleo. Na verdade, vive-se uma verdadeira obsessão mundial por ele. Há mais de uma variação da fruta
fazendo sucesso em cima da torrada dos hipsters¹, na sobremesa das famílias tradicionais, sendo usado
como condimento e indo parar em pratos requintados nos restaurantes.

Segundo a avaliação de quem é da área, uma mudança em hábitos alimentares e em maneiras de


preparo ajudou a popularizar o abacate. Os preços dispararam, gerando lucros para além de crises
econômicas e sociais em todo o mundo.

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Na Nova Zelândia e na Austrália, onde crimes beiram a zero, surgiram verdadeiras redes de tráfico da
fruta. No ano passado, as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em um mercado paralelo.

Já no México, líder mundial na produção, a exportação da fruta já é mais lucrativa do que o petróleo,
com mais de 1 milhão de toneladas saindo do país, de acordo com o próprio governo mexicano.

Mas, por quê? “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engordava. Hoje
acontece uma desmistificação, que é uma fruta saudável”, analisa Jonas Octávio, presidente da Associação
Brasileira dos Produtores de Abacate (ABPA). Segundo ele, além da pegada fitness² que a fruta assumiu, o
público passou a testar também versões salgadas do abacate, como o guacamole.

(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)

¹ Hipster: Alguém que pensa e se veste diferentemente do que é moda dominante.

² Fitness: Relativo à boa condição física.

No trecho do último parágrafo – “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engordava.”
–, a oração destacada tem a função de

A) retomar a visão anterior que havia do abacate, justificando por que ele é tão comercializado atualmente.

B) exemplificar a visão anterior que havia do abacate, reforçando a ideia de que seu consumo sempre foi bem
visto.

C) comentar a visão anterior que havia do abacate, a qual se mantém atualmente, já que ele engorda as
pessoas.

D) explicar a visão anterior que havia do abacate, que era negativa para a comercialização do produto.

E) enfatizar a visão anterior que havia do abacate, ironizando a ideia de que ele possa ser saudável às
pessoas.

08. Ano: 2019 Banca: FUNRIO Órgão: Prefeitura de Porto de Moz - PA Provas: FUNRIO - 2019 - Prefeitura
de Porto de Moz - PA - Psicólogo

(Fonte adaptada https://g1 globo. com>acesso em 21 de março de 2019)

Analise o trecho a seguir retirado do Texto para responder à questão.

"'Karen Uhlenbeck recebe o Prêmio Abel 2019 por seu trabalho fundamental em análise geométrica e teoria
de calibre, que transformou dramaticamente o cenário matemático', [...]"

(linhas 6 a 9)

A partícula "que" destacada introduz uma:

A) Oração subordinada substantiva completiva nominal.

B) Oração subordinada substantiva objetiva direta.

C) Oração subordinada substantiva subjetiva.

D) Oração subordinada adjetiva explicativa.

E) Oração subordinada adjetiva restritiva.


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09. Ano: 2017 Banca: FUNRIO Órgão: SESAU-RO Provas: FUNRIO - 2017 - SESAU-RO - Técnico em
Informática

TEXTO

VIAGEM AO FOCO DA FEBRE AMARELA

Semanas antes do anúncio dos primeiros casos de febre amarela silvestre, em janeiro, a doença já
assustava no Leste de Minas Gerais. Famílias de pequenos municípios choravam seus mortos e doentes em
dezembro sem saber de que mal se tratava. Nunca tinham ouvido falar da doença na região. Macacos
começaram a morrer meses antes. Após a zika, em 2015, e a chicungunha, em 2016, é o terceiro ano
consecutivo sob o jugo de doenças transmitidas por mosquitos. Especialistas dizem que houve falha de
vigilância sanitária e defendem vacinar a população de grandes cidades do Sudeste, principalmente Rio,
Vitória e Belo Horizonte, para conter a propagação da doença.(O Globo, 05/02/2017)

“...para conter a propagação da doença”. Temos aqui uma oração reduzida, que, se desenvolvida em forma
de oração subordinada, teria como forma correta:

A) para a contenção da propagação da doença.

B) para que se contivesse a propagação da doença.

C) para que se contenha a propagação da doença.

D) a fim de que se contesse a propagação da doença.

E) para evitar que a doença se propagasse.

10. Ano: 2016 Banca: FUNRIO Órgão: IF-BA Prova: FUNRIO - 2016 - IF-BA - Assistente de Alunos

As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer
cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os
regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. (Manual de Redação da
Presidência da República)

Sobre o trecho transcrito acima é correto afirmar que seu primeiro período tem uma oração

A) subordinada adjetiva.

B) reduzida de infinitivo.

C) subordinada adverbial.

D) coordenada assindética.

E) subordinada substantiva.

GABARITO

01 CERTO

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02 ERRADO

03 B

04 B

05 C

06 C

07 D

08 D

09 C

10 A

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ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

O período que apresenta mais de duas orações denominamos período composto. Agora vamos estudar a orações
subordinadas adverbiais.

Mas o que são orações subordinadas adverbiais? São orações que possuem valores de advérbios. Elas são dividias
em: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, temporais, proporcionais.

EXEMPLOS:

Causais

As orações subordinadas adverbiais causais, exprimem causa ou o motivo sendo as conjunções integrantes
adverbiais: porque, que, como, pois que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, desde que.

Morreu/porque bebeu veneno. (adverbial causal)

Comparativas

As orações subordinadas adverbiais comparativas exprimem comparação sendo as conjunções integrantes


adverbiais: como, assim como, tal como, tanto como, tanto quanto, como se, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que
nem, que (combinado com menos ou mais).

Ela é tão exuberante/quanto a mãe. (adverbial comparativa)

Concessivas

As orações subordinadas adverbiais concessivas exprimem permissão sendo as conjunções integrantes adverbiais:
embora, conquanto, por mais que, posto que, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, em que pese.

Embora esteja apavorada,/mostra-se valente. (adverbial concessiva)

Condicionais

As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem condição sendo as conjunções integrantes adverbiais: se,
caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que.

Desde que te formes,/ terás bom emprego. (adverbial condicional)

Conformativas

As orações subordinadas adverbiais conformativas exprimem conformidade sendo as conjunções integrantes


adverbiais: conforme, segundo, como, consoante, de acordo.

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Faça a lição/conforme lhe ensinei. (adverbial conformativa)

Consecutivas

As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem consequência sendo as conjunções integrantes


adverbiais: de modo que, de sorte que, sem que, de forma que, de jeito que.

Chorou tanto/que amanheceu com olhos inchados. (adverbial consecutiva)

Finais

As orações subordinadas adverbiais finais exprimem finalidade sendo as conjunções integrantes adverbiais: a fim de
que, para que, que, porque.

Estamos aqui,/a fim de trabalhar muito. (adverbial final)

Temporais

As orações subordinadas adverbiais temporais exprimem circunstância de tempo sendo as conjunções integrantes
adverbiais: enquanto, quando, desde que, sempre que, assim que, agora que, antes que, depois que, logo que.

Mal cheguei a casa,/ ela começou a discussão. (adverbial temporal)

Proporcionais

As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem proporção sendo as conjunções integrantes adverbiais:
à proporção que, à medida que, ao passo que, tanto mais, tanto menos, quanto mais, quanto menos.

O homem progride,/ à medida que estuda. (adverbial proporcional)

Embora a NGB não registre, há orações subordinadas:

Substantiva agente da passiva: O relatório foi feito/por quem tem capacidade.


Adverbial locativa: Sempre fico onde posso meditar.
Adverbial modal: Rolou/como uma pedra.

Orações reduzidas

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Orações reduzidas são orações introduzidas por formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e que não são
acompanhadas por conjunção ou pronome relativo.

Orações reduzidas de infinitivo (terminação em -r)

Oração subordinada adverbial causal


Por estar a chover, assistiremos um filme em casa.

Desenvolvida: Assistiremos um filme em casa, porque está chovendo.

Oração subordinada adverbial concessiva


A saber a resposta, perguntou se podia ir.

Desenvolvida: Apesar de que sabia a resposta, perguntou se podia ir.

Oração subordinada adverbial condicional


Sem se esforçar, não chegará a lado nenhum.
Desenvolvida: Caso não se esforce, não chegará a lado nenhum.

Oração subordinada adverbial consecutiva


Gritou até ficar sem voz.
Desenvolvida: Gritou até que ficou sem voz.

Oração subordinada adverbial final


Para trabalhar, pega três ônibus.
Desenvolvida: Para que vá trabalhar, pega três ônibus.

Oração subordinada adverbial temporal

Por dois anos, viver aqui foi a sua maior alegria.

Desenvolvida: Quando vivia aqui era muito alegre.

Orações reduzidas de gerúndio (terminação em -ndo)

Oração subordinada adverbial causal

Por estar chovendo, assistiremos um filme em casa.


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Desenvolvida: Uma vez que está chovendo, assistiremos um filme em casa.

Oração subordinada adverbial concessiva


Mesmo sabendo a resposta, perguntou se podia ir.

Desenvolvida: Embora soubesse a resposta, perguntou se podia ir.

Oração subordinada adverbial condicional


Esforçando-se, chegarão onde quiserem.

Desenvolvida: Desde que se esforcem, chegarão onde quiserem.

Oração subordinada adverbial temporal


Vivendo aqui por dois anos, foi muito feliz.

Desenvolvida: Quando vivi aqui por dois anos, fui muito feliz.

Orações reduzidas de particípio (terminação em -do)

Oração subordinada adverbial causal


Por ter chovido, assistiram um filme em casa.
Desenvolvida: Assistiram um filme em casa, uma vez que o dia estava chuvoso.

Oração subordinada adverbial concessiva


Sabida a resposta, perguntou mais uma vez se podia ir.
Desenvolvida: Por mais que soubesse a resposta, perguntou mais uma vez se podia ir.

Oração subordinada adverbial condicional


Esforçados, chegarão onde quiserem.
Desenvolvida: Contanto que se esforcem, chegarão onde quiserem.

Oração subordinada adverbial temporal


Após dois anos vividos nesta casa, sentia-se muito feliz.
Desenvolvida: Depois de que viveu dois anos nesta casa, sentia-se muito feliz.

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EXERCÍCIOS ORAÇÕES SUBORDINADAS

1. (UEL) Ele pensava numa nova edição do seu romance pela mesma editora; não poderia, pois, ter rescindido o contrato com
ela."
A oração destacada classifica-se como
a) subordinada adverbial final.
b) subordinada adverbial consecutiva.
c) subordinada adverbial condicional.
d) coordenada sindética explicativa.
e) coordenada sindética conclusiva.

2. No texto: "Caso não criemos novas destinações para o lixo urbano e não modifiquemos nossos hábitos de consumo e
nossas atitudes frente ao problema do lixo, teremos, dentro de bem pouco tempo, uma situação verdadeiramente caótica na
Grande São Paulo," encontram-se:
a) 3 orações; sendo a primeira subordinada causal, a segunda coordenada aditiva e a terceira principal;
b) 5 orações; sendo a primeira subordinada adverbial, a segunda e terceira aditivas, a quarta oração principal e a quinta
oração subordinada adverbial temporal;
c) 3 orações; sendo as duas primeiras subordinadas adverbiais condicionais, coordenadas entre si, e a última, oração
principal;
d) apenas duas orações; uma principal e uma subordinada adverbial causal;
e) todas as alternativas estão erradas.

3. Em qual das orações a seguir, a conjunção coordenativa POIS estabelece uma conclusão?
a) Venha logo, pois sua presença é importante.
b) As matrículas foram encerradas; nada pode ser feito, pois.
c) Fale mais alto, pois a ligação está ruim.
d) Não demore, pois não gosto de ficar sozinha.
e) Choveu, pois as ruas estão molhadas.

4. Assinale a alternativa em que a oração em destaque esteja corretamente classificada:


a) Fui à loja e comprei roupas. (Oração Coordenada Sindética Adversativa)
b) Não vá agora, que está chovendo. (Oração Coordenada Sindética Explicativa).
c) Tirou notas baixas, logo, será reprovado. (Oração Coordenada Assindética)
d) Ora ouvia ora falava. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva)

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e) Caiu, mas não se machucou. (Oração Coordenada Sindética Aditiva)

5. Assinale a alternativa em que a oração em destaque está corretamente classificada:


a) Como sanduíche ou tomo suco de frutas? (Oração Coordenada Assindética)
b) Não respeitava as pessoas nem os animais. (Oração Coordenada Sindética Explicativa)
c) A natureza é linda mas o homem não a protege. (Oração Coordenada Sindética Aditiva)
d) Fez uma ótima prova; merece, pois um prêmio. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva)
e) Povo educado, país desenvolvido. (Oração Coordenada Sindética Alternativa)

6. (Mackenzie) DOIS VERSOS PARA GRETA GARBO O teu sorriso é imemorial como as Pirâmides e puro como a flor que abriu
na manhã de hoje. (Mário Quintana) Assinale a alternativa correta sobre o texto.
a) O poeta descreveu o sorriso por meio de duas orações subordinadas adverbiais comparativas e uma oração subordinada
adjetiva restritiva.
b) A flor com a qual se compara o sorriso da mulher é toda flor de toda manhã da vida do poeta.
c) O poeta fala da mulher, musa inspiradora, mas não a posiciona como sua interlocutora.
d) Os termos que têm a função sintática de predicativo do sujeito insinuam figuras de um leve erotismo na descrição do
sorriso da mulher.
e) A oração subordinada adjetiva explicativa, que abriu na manhã de hoje, expande o conceito de flor, a que é comparado o
sorriso.

7. (MACK) Guilherme possui a revista. Nesta revista, foram publicados os artigos. Necessito dos artigos da revista. Falei
ontem, por telefone, com o pai de Guilherme. Aponte a alternativa que apresenta a transformação correta dessa sequência
de frases em um período composto por subordinação.
a) Guilherme possui a revista onde foram publicados os artigos que necessito e falei ontem, por telefone, com o pai dele.
b) Guilherme possui a revista, na qual foram publicados os artigos que necessito, e falei ontem, por telefone, com o pai dele.
c) Guilherme possui a revista em que foram publicados os artigos os quais necessito e falei ontem, por telefone, com o pai
dele.
d) Guilherme possui a revista onde foram publicados os artigos os quais necessito, por isso falei ontem, por telefone, com seu
pai.
e) Guilherme, com cujo pai falei ontem, por telefone, possui a revista em que foram publicados os artigos de que necessito.

8. (UEL) Nada o demoveu do propósito DE PRESTAR ASSISTÊNCIA A TODOS AQUELES que a ele se dirigiram. A oração em
destaque no período acima classifica-se como subordinada substantiva
a) objetiva direta.
b) apositiva.
c) objetiva indireta.
d) objetiva indireta.

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e) completiva nominal.

9. (UFU) Na frase: "Suponho que nunca teria visto um homem", a subordinação é:


a) substantiva objetiva direta
b) substantiva completiva nominal
c) substantiva predicativa
d) substantiva apositiva
e) substantiva subjetiva

10. (PUC-Campinas) "Se ele confessou não sei." A oração destacada é


a) subordinada adverbial temporal
b) subordinada substantiva objetiva direta
c) subordinada substantiva objetiva indireta
d) subordinada substantiva subjetiva
e) subordinada substantiva predicativa

11. (PUC-Campinas) Assinale o período em que a oração destacada é substantiva apositiva:


a) Não me disseram onde moravas.
b) A rua onde moras é muito movimentada.
c) Só me interessa saber uma coisa: onde moras.
d) Morarei onde moras.
e) Nenhuma das anteriores.

12. (FAAP) "Como não se portavam bem, disse-lhes palavras ásperas, pois é justo que se deem todas as honras ao ilustre
visitante."
A oração grifada é:
a) comparativa
b) substantiva objetiva direta
c) causal
d) conformativa
e) temporal

13. (UNICAMP) "Nem me lembra se interiormente os atribuí a ela." A palavra grifada é:


a) pronome substantivo
b) pronome adjetivo
c) conjunção integrante
d) preposição

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e) advérbio

14. (FGVSP) Assinale a alternativa que corresponde à classificação correta da oração grifada:
"O orador encareceu a necessidade de sermos amantes da paz"
a) objetiva direta
b) completiva nominal
c) adverbial final
d) subjetiva
e) apositiva

15. (UFSC) Assinale a oração subordinada adverbial final:


a) "... mal o sol havia raiado, Pedrinho entrou em casa..."
b) "Nos dias que se seguiram foram aparecendo as folhas."
c) Uma tarde, ao voltar da sanga, Ana viu Maneco Terra e o Neto.
d) Maneco e Antônio aprontaram a terra para plantar o trigo.
e) Depois vieram a terra, trabalhando de sol a sol.

16. (FFPR) "Certa ocasião, atravessando a rua, foi atropelado por um automóvel."A oração reduzida de gerúndio é:
a) coordenada sindética aditiva
b) subordinada adjetiva restritiva
c) subordinada adverbial temporal
d) subordinada adverbial final
e) subordinada substantiva direta

17. (Coperve-SC) Das orações abaixo, a subordinada substantiva subjetiva está em:
a) O certo será que lhe ensinasse com mais amor.
b) Convém que todos deem a sua contribuição.
c) Ele disse que não pretendia comparecer à reunião.
d) Lembrou-se de que o estudo era difícil.
e) Tenho medo de que o carro não funcione.

18. (UFMG) Na frase: "Se eu te amasse, morreria", classifique as orações pela ordem em que se encontram.
a) subordinada adverbial concessiva, principal
b) subordinada adverbial condicional, principal
c) subordinada adjetiva, coordenada adversativa
d) subordinada substantiva subjetiva, coordenada assindética

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e) principal, coordenada sindética

19. (FUVEST 2001)

Só os roçados da morte
compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa,
de adubar nem de regar;
as estiagens e as pragas
fazem-nos mais prosperar;
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.
(João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina)

Substituindo-se os dois-pontos por uma conjunção, em "(...) pela colheita: recebe-se (...)", mantém-se o sentido do texto
APENAS em "(...) pela colheita,

a) embora se receba (...)".


b) ou se recebe (...)".
c) ainda que se receba (...)".
d) já que se recebe (...)".
e) portanto se recebe (...)".

20. (FUVEST 1999)


Transforma-se o amador na coisa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minh'alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assi co a alma minha se conforma,
está no pensamento como ideia:
e o vivo e puro de amor de que sou feito,
como a matéria viva busca a forma.
(Camões, ed. A. J. da Costa Pimpão)
A conjunção mas, que aparece no início do primeiro terceto, é usada para

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a) apresentar uma síntese das ideias contidas nos quartetos, que funcionam como tese e antítese.
b) opor à satisfação expressa nos quartetos a insatisfação trazida por uma ideia incompleta e pelo conformismo.
c) substituir o conectivo e, assumindo valor aditivo, já que não há oposição entre os quartetos e os tercetos.
d) iniciar um pensamento conclusivo, podendo ser substituído pelo conectivo portanto.
e) introduzir uma ressalva em relação às ideias que foram expressas nos quartetos.

21. (FUVEST 1996)

"Tão barato que não conseguimos nem contratar uma holandesa de olhos azuis para este anúncio."

No texto, a orientação semântica introduzida pelo termo nem estabelece uma relação de
a) exclusão
b) negação
c) adição
d) intensidade
e) alternância

22. (FUVEST 1996)

Bem cuidado como é, o livro apresenta alguns defeitos.

Começando com "o livro apresenta alguns defeitos", o sentido da frase não será alterado se continuar com

a) desde que bem cuidado.


b) contanto que bem cuidado.
c) à medida que é bem cuidado.
d) tanto que é bem cuidado.
e) ainda que bem cuidado.

GABARITO

01 E
02 C
03 B
04 B
05 D
06 A
07 E
08 E
09 A
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10 B
11 C
12 C
13 C
14 B
15 D
16 C
17 B
18 B
19 D
20 E
21 D
22 E

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EXERCÍCIOS SOBRE ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS

1) (F. São Judas Tadeu - SP) Leia os períodos abaixo:


I. Estando em boa fase, não fez grande partida.
II. Não veio por estar muito ocupado.
III. Feitas as ressalvas, encerramos a reunião.

As orações em destaque apresentam, respectivamente, as seguintes circunstâncias:


a) condição/consequência/finalidade
b) concessão/explicação/proporcionalidade
c) proporcionalidade/causa/concessão
d) condição/consequência/tempo
e) concessão/causa/tempo

2) (FATEC - SP) A oração destacada está em forma reduzida de infinitivo:


"Apesar de só dizer a verdade, não lhe deram crédito."

Assinale a alternativa em que ela aparece desenvolvida de forma correta.


a) Apesar que só dizia a verdade, não lhe deram crédito.
b) Apesar que só dissesse a verdade, não lhe deram crédito.
c) Visto que só dizia a verdade, não lhe deram crédito.
d) Embora só dissesse a verdade, não lhe deram crédito.
e) Mesmo dizendo a verdade, não lhe deram crédito.

3) Transforme a oração reduzida de infinitivo numa oração desenvolvida:

a) É necessário perdoar as injúrias. → É necessário que se perdoe.


b) É útil estudar as lições.
c) É preciso respeitar a velhice.
d) É mister prevenir os abusos.
e) é indispensável cultivar os campos.
f) Cumpre saudar as pessoas conhecidas.

4) As orações em destaque são substantivas reduzidas de infinitivo. Numere-as , de acordo com o indicado:
(1) subjetiva
(2) objetiva direta
(3) objetiva indireta
(4) completiva nominal
(5) predicativa
(6) apositiva

( ) Aconselharam-me a desfazer o noivado.


( ) Todos conheciam a mania de Laura: empenhar joias.
( ) Depende de V. Sa. libertar esses presos.
( ) Um de seus passatempos é colecionar selos.
( ) Parti com a doce esperança de encontrar meu amor.
( ) Lamento ter perdido essa oportunidade.

5) Classifique as orações reduzidas de gerúndio:

a) Aumentando-se a produção, a exportação crescerá.


b) Vendo-se perdido, o toureiro gritou por socorro.
c) Chegando ao alto da árvore, sacudiu-as fortemente.
d) Matou as formigas esmagando-as com o calcanhar.

6) Classifique as orações adverbiais reduzidas de infinitivo:

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a) Não podia demorar-me, sob pena de perder o avião.


b) Retirei-me discretamente, sem ser percebido.
c) É difícil curar um mal sem lhe conhecer as causas.
d) Ao clarear o dia, descemos da montanha.
e) Não pude viajar por ter perdido o dinheiro.
f) Tirou o cachimbo da boca a fim de poder falar.
g) Apesar de ser mais fraco, Davi matou Golias.

7) Classifique as orações reduzidas de particípio:

a) Terminado o almoço, comentamos as notícias do dia.


b) Ofendido pelo empregado, o patrão descontrolou-se.
c) Mesmo picado por uma jararaca, o novilho não morreu.
d) Instituída a pena de morte, o crime diminuiria?

8) Assinale a única alternativa que não apresenta oração adjetiva reduzida.

a) A estrada a ser construída pelo governo terá 500 km de extensão.


b) O menino trouxe a gaiola, feita na véspera pelo pai.
c) Incubiram-me de apascentar um rebanho de ovelhas.
d) Ouvimos a voz da araponga cortando o silêncio da mata.
e) Ernesto não era homem de levar desaforo para casa.

9) Sublinhe as orações reduzidas e classifique-as:


a) Espero tomar uma decisão ainda hoje.
b) Ele tinha interesse em marcar mais pontos.
c) Havia muitas pessoas trabalhando no campo.
d) Foi o último a sair.
e) É necessário convencer meu pai.
f) Andando depressa, chegará mais cedo.
g) Terminado o jogo, os homens voltaram para casa.
h) Foram punidas, por falarem muito.
i) Sem estudar, não será aprovado.
j) Sabendo que seria preso, ainda assim saiu na rua.

Gabarito:
1) E
2) D

3)
b) É útil que se estudem as lições.
c) É preciso que se respeite a velhice.
d) É mister que se previnam os abusos.
e) É indispensável que se cultivem os campos.

f) Cumpre que se saúdem as pessoas conhecidas.

4) 3 - 6 - 1 - 5 - 4 -2

5)
a) condicional
b) causal
c) temporal
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d) modal

6)
a) consecutiva
b) modal
c) condicional
d) temporal
e) causal
f) final
g) concessiva

7)
a) Oração subordinada adverbial temporal, reduzida de particípio
b) Oração subordinada adverbial causal, reduzida de particípio.
c) Oração subordinada adverbial concessiva, reduzida de particípio
d) Oração subordinada adverbial condicional, reduzida de particípio.

8) C

9)
a) Espero tomar uma decisão ainda hoje.
Subordinada substantiva objetiva direta, reduzida de infinitivo
b) Ele tinha interesse em marcar mais pontos.
Subordinada substantiva completiva nominal, reduzida de infinitivo
c) Havia muitas pessoas trabalhando no campo.
Subordinada adjetiva restritiva, reduzida de gerúndio
d) Foi o último a sair.
Subordinada adjetiva restritiva, reduzida de infinitivo

e) É necessário convencer meu pai.


Subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo
f) Andando depressa, chegará mais cedo.
Subordinada adverbial condicional, reduzida de gerúndio.
g) Terminado o jogo, os homens voltaram para casa.
Subordinada adverbial temporal, reduzida de particípio
h) Foram punidas, por falarem muito.
Subordinada adverbial causal, reduzida de infinitivo
i) Sem estudar, não será aprovado.
Subordinada adverbial condicional, reduzida de infinitivo
j) Sabendo que seria preso, ainda assim saiu na rua.
Subordinada adverbial concessiva, reduzida de gerúndio

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CONCORDÂNCIA NOMINAL

Concordância é o princípio sintático segundo o qual as palavras dependem se harmonizam, nas suas flexões
com as palavras de que dependem. Assim:

a) Os adjetivos , artigos, pronomes, numerais concordam em gênero, número com os substantivos a


que se referem (concordância nominal);

b) O verbo concordará com o sujeito da oração em número e pessoa (concordância verbal).

Concordância nominal
1. Artigo, adjetivo, numeral e pronome concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.

Exemplo:
Os meus três lindos CÃES de caça morreram envenenados.
2. Quando houver dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, o adjetivo posposto a eles poderá concordar com
o núcleo mais próximo ou ir para o masculino plural.

Exemplos:
Joaquim comprou terno e camisa nova ou novos.
3. Se o adjetivo (adjunto adnominal) estiver anteposto a dois ou mais substantivos a que se refira, concordará com o
núcleo mais próximo.

Exemplos:
belos pássaros e flores.
Vi
belas flores e pássaros.

4. Caso o adjetivo exerça a função sintática de predicativo, prevalecerá o masculino plural, quando os núcleos forem
de gêneros diferentes.

Exemplos:
mortos o boi e a vaca.
Encontrei
mortos a vaca e o boi.

5. concordância de mesmo, próprio, só, bastante, meio, anexo, incluso e obrigado.

Essas palavras concordam em gênero e número com a palavra a que se referem. Observe atentamente cada
exemplo:

Exemplos:

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Marcelino mesmo deu-nos a notícia.


Eles próprios assinaram os boletos.
A própria Carolina, sim! Ela mesma esteve aqui mês passado.
Eles sós (=sozinhos) nada conseguem.
Havia na mesa bebidas bastantes para os convidados.
Comprei duas meias maçãs e dois meios pães.
Há bilhetes inclusos, cartas anexas; além disso, estão inclusas as passagens.
Disseram-nos as garotas: - Muito obrigadas! Respondeu-lhes o professor: - Muitíssimo obrigado fico eu!
Nota: Os advérbios, locuções adverbiais e conjunções ficam invariáveis; como se pode ver nos exemplos que
seguem:

Exemplos:
Elas, mesmo empobrecidas, mantêm a dignidade.
Aqueles homens só trabalham.
Falam bastante as minhas irmãs.
As garotas ficaram meio tristes com a notícia.
Seguem, em anexo, as cópias do contrato.
Permaneçam alerta!

6. concordância de possível.
A palavra possível concorda com a expressão intensificadora: o mais, a mais; os mais as mais.

Exemplos:
Vi casas o mais luxuosas possível
Vi casas as mais luxuosas possíveis.

7. expressões é pouco, é bom, é necessário


Essas expressões permanecem invariáveis, quando o sujeito não estiver determinado por artigo ou demonstrativo.

Exemplos:
Água é bom.
Cerveja é necessário.
Mas:
A/Esta água é boa.
A/Esta cerveja é necessária.
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8. concordância de um e outro, nem um nem outro


Com essas expressões mantém-se o substantivo no singular e o adjetivo no plural.

Exemplos:
Chegaram um e outro aluno dedicados.
Nem uma nem outra mulher bonitas aproximou-se de nós.

9 concordância por silepse


a) de pessoa:
Os brasileiros ficamos (em lugar de ficaram) boquiabertos.
b) de número:
O povo choravam (em lugar de chorava) na praça.
c) de gênero:
Vossa Excelência é atencioso. (em lugar de atenciosa)
Nota:
Nas concordâncias por silepse o processo se faz com a ideia que o termo represente e não expressamente com ele.
A silepse é uma licença literária; portanto, salvo com os pronomes de tratamento, não devemos praticá-la.

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EXERCÍCIOS - CONCORDÂNCIA VERBAL

1. (Espm 2017) Assinale a opção em que há uma transgres¬são às normas de Concordância (nominal ou
verbal):
a) Já passava do meio-dia e meia, quando mui¬tas competições já tinham sido iniciadas.
b) Valor de bens de candidatos à Prefeitura da Capital superam o declarado à Justiça Eleitoral.
c) Segundo a defesa, é necessário existên¬cia de crime de responsabilidade.
d) Fizeram críticas meio exageradas ao de¬sempenho da política externa.
e) Após confrontos, uso de “burquíni”, mistu¬ra de burca com biquíni, é proibido em 12 cidades francesas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O passado anda atrás de nós
como os detetives os cobradores os ladrões
o futuro anda na frente
como as crianças os guias de montanha
os maratonistas melhores
do que nós
salvo engano o futuro não se imprime
como o passado nas pedras nos móveis no rosto
das pessoas que conhecemos
o passado ao contrário dos gatos
não se limpa a si mesmo
aos cães domesticados se ensina
a andar sempre atrás do dono
mas os cães o passado só aparentemente nos pertencem
pense em como do lodo primeiro surgiu esta poltrona este livro
este besouro este vulcão este despenhadeiro
à frente de nós à frente deles
corre o cão

ANA MARTINS MARQUES


O livro das semelhanças. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

2. (Uerj 2017) No poema, há marcas de linguagem que remetem tanto à poeta quanto a seus leitores. Uma
dessas marcas, referindo-se unicamente ao leitor, está presente no seguinte verso:
a) como o passado nas pedras nos móveis no rosto (v. 8)
b) das pessoas que conhecemos (v. 9)
c) pense em como do lodo primeiro surgiu esta poltrona este livro (v. 15)
d) à frente de nós à frente deles (v. 17)

3. (Ufu 2015) “Os brasileiros somos assim". Este é, segundo João Candido Portinari, a mensagem da obra de
seu pai, o pintor Candido Portinari, ao povo brasileiro. Segundo ele, o recado nunca chegou de fato ao
destinatário planejado, já que 95% das obras do paulista estão em coleções privadas.

PONTES, Trajano. Portinari ganha portal reformulado na internet. Folha de S. Paulo, São Paulo, fev. 2013.
Disponível em: <http://folha.com/no1233942>. Acesso em: 3 fev. 2015. (Fragmento).

Em “Os brasileiros somos assim”, a ocorrência de sujeito de terceira pessoa do plural e verbo na primeira
pessoa do plural tem a finalidade de
a) popularizar as obras do pintor paulista por meio de uma mensagem produzida em um registro mais
informal.
b) aproximar o emissor da mensagem de um destinatário que utiliza uma variedade linguística socialmente
estigmatizada.
c) expor a dificuldade de comunicação existente entre o emissor da mensagem e os colecionadores de suas
obras.
d) incluir o emissor da mensagem entre os elementos do grupo retratado nas obras do pintor.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Pegamos os nossos 24.253 km de fronteiras e os esticamos em uma linha reta. Assim, fica possível entender
o que acontece em cada canto desse Brasilzão: ______ invasões de terra, ______ de drogas e cenários de
tirar o fôlego.

(http://super.abril.com.br. Adaptado.)

4. (Unifesp 2014) As lacunas do texto são preenchidas, correta e respectivamente, por:


a) ocorre – tráfego.
b) há – tráfico.
c) existe – tráfego.
d) se vê – tráfego.
e) acontece – tráfico.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O problema da seca no Nordeste não é falta de água

(1) Mais de 250 municípios decretaram estado de emergência por conta da seca prolongada no Nordeste.
O nível dos açudes está baixo, alguns já tendo secado. Plantações se perderam. Quem tem cisterna ou
reservatório na propriedade está conseguindo garantir qualidade de vida para a família e as criações. Dilma
Rousseff tem reunião, nesta segunda (23), com governadores do Nordeste, e deve tratar da seca e de
medidas que serão tomadas pelo Governo Federal para ajudar a mitigar seus efeitos.
(2) Tempos atrás, durante outra estiagem, fiz um pingue-pongue curto com João Suassuna, engenheiro
agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco. Ele é um dos maiores especialistas na questão
hídrica nordestina. Entrei em contato com ele de novo e refiz as perguntas. Pouco mudou.
(3) Por mais que haja evaporação e açudes sequem, a região possui uma grande quantidade de água,
suficiente para abastecer sua gente. Segundo Suassuna, o problema continua não sendo de falta de recursos
naturais, mas de sua distribuição. O Nordeste brasileiro é detentor do maior volume de água represado em
regiões semiáridas do mundo. São 37 bilhões de metros cúbicos, estocados em cerca de 70 mil represas. A
água existe, todavia o que falta aos nordestinos é uma política coerente de distribuição desses volumes, para
o atendimento de suas necessidades básicas.
(4) O projeto do governo, de transposição do Rio São Francisco, remanescente de uma ideia que surgiu
na época do Império, visa ao abastecimento de cerca de 12 milhões de pessoas no Nordeste Setentrional,
com as águas do Rio São Francisco. Ele foi idealizado para retirar as águas do rio através de dois eixos
(Norte e Leste), abastecer as principais represas nordestinas e, a partir delas, as populações. Hoje, as obras
estão praticamente paralisadas, com alguns trechos dos canais se estragando com o tempo, apresentando
rachaduras.
(5) Muitos se perguntam se ele é a saída para uma distribuição mais justa da água, mas, de fato, o projeto
é desnecessário, tendo em vista os volumes d´água existentes nas principais represas nordestinas. Da forma
como o projeto foi concebido e apresentado à sociedade, com o dimensionamento dos faraônicos canais,
fica clara a intenção das autoridades: será para o benefício do grande capital, principalmente os irrigantes,
carcinicultores [criadores de camarão], industriais e empreiteiras.
(6) A solução do abastecimento urbano foi anunciada pelo próprio Governo Federal, através da Agência
Nacional de Águas (ANA), ao editar, em dezembro de 2006, o Atlas Nordeste de Abastecimento Urbano de
água. Nesse trabalho é possível, com menos da metade dos recursos previstos para a transposição, o
benefício de um número bem maior de pessoas. Ou seja, os projetos apontados pelo Atlas, com custo de
cerca de R$ 3,6 bilhões, têm a real possibilidade de beneficiar 34 milhões de pessoas, em municípios com
mais de 5.000 habitantes.
(7) O meio rural, principalmente para o abastecimento das populações difusas – aquelas mais carentes
em termos de acesso à água –, poderá se valer das tecnologias que estão sendo difundidas pela ASA
(Articulação do Semiárido), através do uso de cisternas rurais, barragens subterrâneas, barreiros, trincheiras,
programa duas águas e uma terra, mandalas etc.
(8) Enquanto isso, o orçamento do projeto de transposição não para de crescer. No governo Sarney, ele
foi dimensionado com um único eixo e tinha um orçamento estimado em cerca de R$ 2,5 bilhões. Na gestão
Fernando Henrique, ganhou mais um eixo e o orçamento pulou para R$ 4,5 bilhões. No governo Lula, saltou
para R$ 6,6 bilhões. E, agora, no governo Dilma, chegou à casa dos R$ 8,3 bilhões. Como se trata de um
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projeto de médio a longo prazo, essa conta chegará facilmente à cifra dos R$ 20 bilhões nos próximos 25 a
30 anos.

Leonardo Sakamoto. Disponível em: http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012/04/23. Acesso em:


09/07/2013. Adaptado.

5. (Upe 2014) Considerando as regras da concordância, analise os enunciados apresentados a seguir.

I. Quem de nós defendemos que a transposição do Rio São Francisco é a solução para a seca no Nordeste?
II. Quando se mediu a quantidade de água no Nordeste brasileiro, constatou-se que sobra recursos, mas são
mal distribuídos.
III. Os nordestinos continuam a se perguntar: Haverá mesmo soluções para o problema da seca?
IV. O Brasil só alcançará pleno desenvolvimento quando for solucionado todos os problemas que a estiagem
causa.

As regras de concordância foram obedecidas no(s) enunciado(s):


a) I, II, III e IV.
b) I e II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) II e III, apenas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


_________ dois meses, a jornalista britânica Rowenna Davis, 25 anos, foi furtada. Só que não levaram sua
carteira ou seu carro, mas sua identidade virtual. Um hacker invadiu e tomou conta de seu e-mail e – além de
bisbilhotar suas mensagens e ter acesso a seus dados bancários – passou a escrever aos mais de 5 mil
contatos de Rowenna dizendo que ela teria sido assaltada em Madri e pedindo ajuda em dinheiro.
Quando ela escreveu para seu endereço de e-mail pedindo ao hacker ao menos sua lista de contatos
profissionais de volta, Rowenna teve como resposta a cobrança de R$ 1,4 mil. Ela se negou a pagar, a polícia
não fez nada. A jornalista só retomou o controle do e-mail porque um amigo conhecia um funcionário do
provedor da conta, que desativou o processo de verificação de senha criado pelo invasor.

(Galileu, dezembro de 2011. Adaptado.)

6. (Unifesp 2013) A lacuna do início do texto deve ser corretamente preenchida com
a) À.
b) Há cerca de.
c) Fazem.
d) Acerca de.
e) A.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Conversar pressupõe um diálogo produtivo entre as pessoas. Significa dizer que conversar é um processo
cooperativo entre interlocutores.

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Leia o texto abaixo, que representa uma conversa.

7. (Ifsp 2013) No trecho “a gente pode ter conversas literárias”, substituindo-se o sujeito por outro de
primeira pessoa do plural, no tempo pretérito perfeito, o resultado é o seguinte:
a) podemos ter conversas literárias.
b) podíamos ter conversas literárias.
c) poderíamos ter conversas literárias.
d) pudemos ter conversas literárias.
e) pudéssemos ter conversas literárias.

8. (Uftm 2012) Leia o poema de Mauro Mota.

Ausência

Vestias diante do espelho


o vestido de viagem,
e o espelho partiu-se ao meio
querendo prender-te a imagem.

(Canto ao Meio)

Ao reescrever o poema, empregando como sujeito explícito o pronome Elas, tem-se:

Elas vestiam diante do espelho


os vestidos de viagem,
e o espelho partiu-se ao meio
querendo __________ a imagem.

A expressão que preenche corretamente a lacuna, de acordo com o português padrão, é:


a) prendê-la.
b) prendê-las.
c) prender-vos.
d) prender-lhe.
e) prender-lhes.

9. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: FCC - 2018 - Câmara
Legislativa do Distrito Federal - Inspetor de Polícia Legislativa

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

A obra de arte genial dribla de algum modo o efeito debilitador da passagem do tempo e adquire o poder de
dizer coisas novas a sucessivas gerações de apreciadores. As grandes obras da ciência, como os tratados
hipocráticos, foram criações que marcaram época, mas que a passagem do tempo reduziu à condição de
peça de antiquário. Com a arte é diferente.
A obra de arte genial transcende sua época. Mas ela é fruto de uma época. O trabalho do artista
inevitavelmente reflete os valores de uma época - ou aquilo que os alemães denominam "zeitgeist", o espírito
definidor de um período histórico particular.

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Duzentos e cinquenta anos nos separam do nascimento de Mozart. Os seus 36 anos de intensa atividade
musical transcorreram no século XVIII. Sua morte, em 1791, praticamente coincide com o desfecho dramático
do século das luzes que foi a Revolução Francesa.
De tempos em tempos, surgem artistas que não se contentam em fazer escolhas dentro dos marcos
definidos pelos adeptos de uma tradição estética − colegas, críticos e o público −, mas almejam ir além e
escolher por si mesmos as regras do fazer criativo.
Em sua formação musical Mozart assimilou desde cedo, sob a rigorosa tutela do pai, a tradição clássica
austríaca que tinha em Joseph Haydn a sua mais consumada expressão. Na juventude, Mozart se empenhou
com extraordinário afinco ao desafio de dominar essa tradição.
Seu reconhecimento definitivo veio do próprio Haydn que, em comentário feito ao pai de Mozart, afirmou:
"seu filho é o maior compositor de que tenho conhecimento". Seria difícil pedir mais.
Mozart não foi um revolucionário, como Beethoven. Ele jamais se propôs a subverter os marcos da tradição
na qual se fez músico. O que é assombroso constatar é que Mozart conquistou a expansão de um potencial
criativo sem que precisasse abdicar de uma estrita adesão ao rigor formal clássico.
Não seria descabido especular que o peso esmagador do seu gênio tenha contribuído para impelir
Beethoven a embarcar na aventura radical da ruptura romântica. Pois se é verdade, como dizia Marx, que "a
tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos", o que dizer de uma
tradição na qual floresce um Mozart?
Como entender a gênese de um gênio da estatura de Mozart? A imagem da criança prodígio, que aos oito
anos arrebatou ao piano as cortes de Londres e Versailles, pode sugerir pistas enganosas - a ideia de dons
sobrenaturais ou talentos geneticamente determinados.
Como pondera o biólogo Edward Wilson, "não existe um gene para tocar bem piano. O que há é uma ampla
conjunção de genes cujos efeitos favorecem destreza manual, criatividade, expressão emotiva, foco,
espectro de atenção e controle de tom, ritmo e timbre. Essa conjunção também torna a criança bem-dotada
propensa a tirar proveito da oportunidade certa na hora certa". Mozart foi um prodígio que se fez gênio. O seu
caminho de criança prodígio a gênio maduro revela o acerto do verso de Hesíodo: "Ante os portais da
excelência, os altos deuses puseram o suor".
O surgimento de um Mozart, em suma, pode ser entendido como o efeito da convergência, estatisticamente
improvável, de um grande número de circunstâncias felizes: excepcional dotação genética; a fortuna de uma
educação exigente numa esplêndida tradição musical; a convivência com modelos inspiradores; um clima
cultural propício e uma energia pessoal vulcânica ligada a um não menos generoso impulso criador.
Acidentes felizes acontecem.
Mozart certamente não tem a profundidade emotiva de Beethoven. Nem por isso, contudo, é menor que ele.
Na obra de Mozart sentimos pulsar a crença na possibilidade de existência de uma ordem cósmica que nos
transcende. Alguma coisa além da nossa capacidade de compreensão, mas que nos é facultado entrever ou
intuir no contato com a música. Que o ânimo luminoso dessa arte esteja conosco na difícil jornada que o
século 21 prenuncia.

(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. O elogio do vira-lata. São Paulo: Cia. das Letras, 2018, edição digital.)
As normas de concordância estão respeitadas na frase:

A. Oferece-se, no contato com a música, coisas que estão além da nossa capacidade de compreensão,
mas que conseguimos entrever ou intuir.
B. Pulsam nas músicas compostas por Mozart a crença na possibilidade de existência de uma ordem
cósmica capaz de nos transcender.
C. Sabe-se que a destreza manual, a criatividade e a expressão emotiva podem ser favorecidas por
alguns genes, desde que estejam agrupados de determinada maneira.
D. Ecoa, na análise a respeito do patamar de genialidade alcançado por Mozart, os sábios versos do
poeta Hesíodo.
E. Há crianças, como o prodigioso Mozart, cujas habilidades especiais e determinadas conjunções as
torna mais aptas a aproveitar a oportunidade certa.

10. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: Câmara de Fortaleza - CE Prova: FCC - 2019 - Câmara de Fortaleza - CE -
Revisor
Está correta a redação do seguinte comentário:

A. Rejeitam estereótipos, criando novos significados para o envelhecimento, àqueles a quem se


classificam como “belos velhos”.
B. Consoante a observação de Simone de Beauvoir, ao redor dos velhos, que costumam ser
estigmatizados, paira certa “conspiração do silêncio”.

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C. Observam-se que há pessoas as quais criam novos significados para o envelhecimento, desafiando
as convenções sociais.
D. Já não se enxerga em certas pessoas próximas dos 70 anos, as típicas consequências negativas
associadas ao processo de envelhecer.
E. Construir um projeto de vida ao qual desse significado permanente à existência são objetivos da
maioria das pessoas.

Gabarito:

Resposta da questão 1:
[B]

Na alternativa [B], há uma transgres¬são às normas de concordância verbal. Considerando que o verbo da
oração (“superam”) deve concordar com o núcleo do sujeito (“valor”), ele deveria estar no singular
(“supera”). Assim, o correto seria: “Valor de bens de candidatos à Prefeitura da Capital supera o declarado à
Justiça Eleitoral”.

Resposta da questão 2:
[C]

No verso “pense em como do lodo primeiro surgiu esta poltrona este livro” (v. 15), a poeta faz uso do verbo
na segunda pessoa, “pense”, criando uma marca de diálogo com seu interlocutor: o leitor.

Resposta da questão 3:
[D]

Na expressão “Os brasileiros somos assim”, a concordância entre sujeito e verbo do predicado não
acontece segundo os preceitos da gramática normativa: os brasileiros são assim. A expressão estabelece
uma concordância ideológica (silepse de pessoa) de maneira a incluir o emissor da mensagem entre os
elementos do grupo retratado nas obras do pintor, como se afirma em [D].

Resposta da questão 4:
[B]

O termo “invasões” exerce função de sujeito na oração que se encontra em ordem inversa, exigindo
concordância com o termo verbal que o antecede, o que não acontece em [A], [C], [D] e [E], que se encontram
na terceira pessoa do singular. Apenas em [B], o verbo haver, no sentido de existir, é impessoal, o que exige
esse tipo de concordância. Também o termo adequado para designar comércio ilegal e clandestino é
“tráfico” e não “tráfego”, que significa fluxo ou movimento. Assim, é correta apenas a alternativa [B].

Resposta da questão 5:
[C]

Os itens [I], [II] e [IV] apresentam frases com desvios às normas padrão da língua. Para se adaptarem a essas
normas, deveriam ser substituídos por:
[I] Quem de nós defende que a transposição do Rio São Francisco é a solução para a seca no Nordeste?
[II] Quando se mediu a quantidade de água no Nordeste brasileiro, constatou-se que sobram recursos, mas
são mal distribuídos.
[IV] O Brasil só alcançará pleno desenvolvimento quando forem solucionados todos os problemas que a
estiagem causa.

Assim, a única alternativa correta é [C].

Resposta da questão 6:
[B]

É correta a opção [B], pois, no contexto, o verbo impessoal haver é usado para indicar tempo decorrido,
podendo ser substituído por fazer na terceira pessoa do singular, por se tratar também de um verbo
impessoal: faz dois meses.
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Resposta da questão 7:
[D]

O pretérito perfeito do indicativo indica ação ou estado passado que ocorreu em determinado momento do
passado, sem continuidade. Assim, o trecho “a gente pode ter conversas literárias”, com sujeito em primeira
pessoa do plural, é o transcrito na opção [D].

Resposta da questão 8:
[E]

O pronome pessoal oblíquo deve apresentar-se no plural para concordar com o nome a que se refere: “elas”.
Por exercer função de objeto indireto, o termo adequado é “lhes”, como se transcreve em [E].

9. C
10. B

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CONCORDÂNCIA VERBAL

Concordância verbal
É regra geral que o verbo sempre concorde com o sujeito da oração. Entretanto, há casos especiais, além de
orações que não apresentam sujeito, as orações sem sujeito.

Casos especiais
1. Havendo índice de indeterminação do sujeito o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular, sem exceção.

Exemplos:
Vive-se bem.
Precisa-se de bons políticos.
Era-se feliz na Polônia.
Ama-se a DEUS..
Quando a partícula se é apassivadora, o verbo concorda necessariamente com o sujeito paciente.

Exemplos:
Vende-se um carro.
Vendem-se dois carros.
Havendo pronome relativo que, o verbo concorda com o termo que o antecede; com o pronome quem, o
verbo deverá, de preferência, manter-se na terceira pessoa do singular.

Exemplos:
Não fui eu que falei isto.
Não fui eu quem falou isto.
Quando ocorre a expressão um (uma) das que, o verbo poderá ficar no singular ou no plural

Exemplos:
Ele é um dos que atribui/atribuem culpa ao colega.
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Quando o verbo está anteposto ao sujeito composto, pode concordar com o núcleo mais próximo.

Exemplo:
Chegaram/Chegou Paula e Luíza

Nota:
Caso o verbo esteja posposto ao sujeito composto, deverá ir para o plural, incondicionalmente.
Quando o sujeito é composto de pessoas gramaticais diferentes, irá para a primeira pessoa do plural, se entre elas
houver eu. Se houver tu, o verbo irá para a segunda pessoa do plural.

Exemplos:
Ela, teu irmão e eu falaremos com o chefe.
Teu irmão, tu e ela falareis com o chefe.
Com o verbo parecer, seguido de infinitivo, havendo sujeito plural pode-se construir como segue:
As estrelas parece brilharem.
As estrelas parecem brilhar.

Concordância especial do verbo ser.


a) pessoa prevalece sobre coisa.

Exemplos:
Suas esperanças é o filho.
O filho é suas esperanças.
b) plural prevalece sobre o singular.

Exemplo:
A cama são folhas de jornal velho.
c) pronome reto sempre prevalece.

Exemplo:
Aqui o chefe somos nós.
d) Nas expressões indicativas de insuficiência, suficiência ou excesso, o verbo ser fica no singular.

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Exemplos:
Um é pouco.
Dois é bom.
Três é demais.

Concordância dos verbos impessoais.

É bom lembrar os principais verbos impessoais: haver = existir, ocorrer, estar; fazer = tempo decorrido ou
clima; bastar e chegar, quando empregados no imperativo etc. Tais verbos não se flexionam no plural: permanecem
na terceira pessoa do singular.

Exemplos:
Havia muitas árvores no jardim. (Não pode ser haviam)
Sempre houve acidentes nas rodovias. (Não pode ser houveram)
Na festa havia duzentas pessoas. (Não pode ser haviam)
Faz dois meses que não o encontro. (Não pode ser fazem)
Aqui fazverões maravilhosos. (Não pode ser fazem)
Basta! Chega de barulho!

Nota:
O mesmo ocorre com verbos que expressam fenômenos meteorológicos, como chover, nevar e outros. Se eles
indicarem o agente do processo ou forem empregados figuradamente, concordam com seu sujeito.

Exemplos:
Chovem grandes tempestades.
Amanhecem dias venturosos.
Chovem rosas sobre a noiva!

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EXERCÍCIOS - CONCORDÂNCIA NOMINAL

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


A(s) questão(ões) a seguir está(ão) relacionada(s) ao texto abaixo.

Muita gente que ouve a expressão “políticas linguísticas” pela primeira vez pensa em algo 1solene, formal,
oficial, em leis e portarias, em autoridades oficiais, e pode ficar se perguntando o que seriam leis sobre
línguas. De fato, há leis sobre línguas, mas as 2políticas linguísticas também podem ser menos 3formais – e
nem passar por leis propriamente ditas. Em quase todos os casos, figuram no cotidiano, 4pois envolvem não
só a gestão da linguagem, mas também as práticas de linguagem, e as crenças e valores que circulam a
respeito 5delas. Tome, por exemplo, a situação do 6cidadão das classes confortáveis brasileiras, que quer
que a escola ensine a norma culta da língua portuguesa. 7Ele folga em saber que se vai exigir isso dos
candidatos às vagas para o ensino superior, mas nem sempre observa ou exige o mesmo padrão culto, por
exemplo, na ata de condomínio, que ele aprova como está, 8desapegada da ortografia e das regras de
concordância verbais e nominais 9preconizadas pela gramática normativa. Ele acha ótimo que a escola dos
filhos faça 10baterias de exercícios para fixar as normas ortográficas, mas pouco se incomoda com os
problemas de redação nos enunciados das tarefas dirigidas às crianças ou nos textos de comunicação da
escola dirigidos à comunidade escolar. Essas são políticas linguísticas. 11Afinal, onde há gente, há grupos
de pessoas que falam línguas. Em cada um desses grupos, há decisões, 12tácitas ou explícitas, sobre como
proceder, sobre o que é aceitável ou não, e por aí afora. Vamos chamar essas escolhas – 13assim como 14as
discussões que levam até 15elas e as ações que delas resultam – de políticas. Esses grupos, pequenos ou
grandes, de pessoas tratam com outros grupos, que por sua vez usam línguas e têm as suas políticas
internas. Vivendo imersos em linguagem e tendo constantemente que lidar com outros indivíduos e outros
grupos mediante o uso da linguagem, não surpreende que os recursos de linguagem lá pelas tantas se
tornem, eles próprios, tema de política e objetos de políticas explícitas. Como 16esses recursos podem ou
devem se apresentar? Que funções eles podem ou devem ter? Quem pode ou deve ter acesso a 17eles?
Muito do que fazemos, 18portanto, diz respeito às políticas linguísticas.

Adaptado de: GARCEZ, P. M.; SCHULZ, L. Do que tratam as políticas linguísticas.


ReVEL, v. 14, n. 26, 2016.

1. (Ufrgs 2017) Se a expressão políticas linguísticas (ref. 2) fosse para o singular, quantas outras alterações
seriam necessárias no período para manter-se a concordância?
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

2. (Espcex (Aman) 2013) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do período abaixo.

“Informaram aos candidatos que, ___________, seguiam a comunicação oficial, o resultado e a indicação do
local do exame médico, e que estariam inteiramente à ________ disposição para verificação.”
a) anexo – vossa
b) anexos – sua
c) anexo – sua
d) anexas – vossa
e) anexos – vossa

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3. (Enem PPL 2013) — Ora dizeis, não é verdade? Pois o Sr. Lúcio queria esse cravo, mas vós lho não
podíeis dar, porque o velho militar não tirava os olhos de vós; ora, conversando com o Sr. Lúcio, acordastes
ambos que ele iria esperar um instante no jardim...
MACEDO, J. M. A moreninha. Disponível em: www.dominiopublico.com.br. Acesso em: 17 abr. 2010
(fragmento).

O trecho faz parte do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Nessa parte do romance, há um
diálogo entre dois personagens. A fala transcrita revela um falante que utiliza uma linguagem
a) informal, com estruturas e léxico coloquiais.
b) regional, com termos característicos de uma região.
c) técnica, com termos de áreas específicas.
d) culta, com domínio da norma padrão.
e) lírica, com expressões e termos empregados em sentido figurado.

4. (Insper 2012) Texto I


sic - Em latim, significa assim. Expressão usada entre colchetes ou parênteses no meio ou no final de uma
declaração entre aspas, ou na transcrição de um documento, para indicar que é assim mesmo, por estranho
ou errado que possa ser ou parecer.

(http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_texto_s.htm)

Texto II
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, recebeu um grupo de 50 manifestantes, que foram de ônibus a
Brasília reclamar sobre a demora para receber os recursos do governo federal. (...)
Em nota divulgada ontem no site do Ministério da Cultura, Ana de Hollanda disse que o ministério
"reconhece, valoriza e tem claro [sic] a necessidade da continuidade" do trabalho dos Pontos de Cultura. A
nota, no entanto, não aponta quando o problema deve ser resolvido.

(Folha de São Paulo, 23/02/2011)

Considerando-se as informações apresentadas nos textos, é correto afirmar que o motivo da inclusão do
“sic”, no Texto II, é apontar uma falha de
a) concordância nominal, já que o adjetivo “claro” deveria estar no feminino para concordar com o
substantivo “necessidade”.
b) regência nominal, pois o “a”, antes do substantivo “necessidade”, deveria receber acento grave para
indicar a ocorrência de crase.
c) pontuação, uma vez que se omitiu a vírgula obrigatória para separar as orações coordenadas presentes
nesse período.
d) acentuação gráfica, já que o verbo “ter”, presente na expressão “tem claro”, deveria receber acento
circunflexo.
e) coesão textual, pois, nessa construção, é obrigatória a inclusão do conectivo “que” para ligar a oração
principal à oração subordinada.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Havia naquele cemitério uma sepultura em torno ....... 4a imaginação popular tecera lendas. Ficava ao lado da
capela, perto dos grandes jazigos, e 8consistia numa lápide cinzenta, com a inscrição já ........ apagada por
baixo duma cruz em alto-relevo. Seus devotos acreditavam que a alma cujo corpo ali jazia tinha o dom de
obrar 5milagres como os de Santo Antônio. Floriano leu a inscrição:
Antônia Weber – Toni – 1895-1915. Talvez ali estivesse o ponto de partida de seu próximo romance...

Um jovem novelista visita o cemitério de sua terra e fica particularmente interessado numa sepultura singela
a que a superstição popular 9atribui poderes milagrosos. Vem-lhe então o desejo de, 6através da magia da
ficção, trazer de volta à vida aquela morta obscura. 11Sai à procura de habitantes mais antigos e a eles
pergunta: “Quem foi Antônia Weber?” Alguns nada sabem. Outros contam o pouco de que 10se lembram.
Um teuto-brasileiro sessentão (Floriano já começava a visualizar as personagens, a inventar a intriga), ao
ouvir o nome da defunta, fica perturbado e fecha-se num mutismo ressentido. 12“Aqui há drama”, diz o
escritor para si próprio. 13E conclui: “Este homem talvez tenha amado Antônia Weber...”. Ao cabo de várias
tentativas, consegue arrancar dele 7uma história fragmentada, cheia de reticências que, entretanto, o
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novelista vai preenchendo com trechos de depoimentos de terceiros. Por fim, de posse de várias peças do
quebra- cabeça, põe-se a armá-lo e o resultado é o romance duma tal Antônia Weber, natural de Hannover e
que emigrou com os pais para o Brasil e estabeleceu-se em Santa Fé, onde...

Mas qual! – exclamou Floriano, parando à sombra dum plátano e passando o lenço pela testa úmida. Ia cair
de novo nos alçapões que seu temperamento lhe armava. 14Os críticos não negavam mérito a seus
romances, mas afirmavam que em suas histórias ........ o cheiro do suor humano e da terra: achavam que,
quanto à forma, eram tecnicamente bem escritas; quanto ao conteúdo, porém, tendiam mais para o artifício
que para a arte, fugindo sempre ao drama essencial. Pouco lhe importaria o que outros pensassem se ele
próprio não estivesse de acordo com essas restrições. Chegara à conclusão de que, embora a perícia não
devesse ser menosprezada, para fazer bom vinho era necessário antes de mais nada ter uvas, e uvas de boa
qualidade. No caso do romance a uva era o tema – o tema legítimo, isto é, algo que o autor pelo menos
tivesse sentido, se não propriamente vivido.

Adaptado de: VERISSIMO, Erico. O tempo e o vento: o retrato. v. 2. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
p. 331-333.

5. (Ufrgs 2012) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das referências 1, 2 e 3, nesta
ordem.
a) do qual – meia – faltavam
b) da qual – meio – faltava
c) da qual – meio – faltavam
d) do qual – meio – faltavam
e) da qual – meia – faltava

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Quem ri por último ri Millôr

Eu tinha 15 anos, havia tomado bomba, era virgem e não via, diante da minha incompetência para com o sexo
oposto, a mais remota possibilidade de reverter a situação.
Em algum momento entre a oitava série e o primeiro colegial, todos os meus colegas haviam adotado roupas
diferentes, gírias, trejeitos ao falar e ao gesticular, mas eu continuava igual – era como se houvesse faltado
na aula em que os estilos foram distribuídos e estivesse condenado a viver para sempre numa espécie de
limbo social, feito de incertezas, celibato e moletom.
O mundo, antes um lugar com regras claras e uma razoável meritocracia, havia perdido o sentido: os bons
meninos não ganhavam uma coroa de louros – nem ao menos, vá lá, uma loura coroa –, era preciso acordar
às 6h15 para estudar química orgânica e os adultos ainda queriam me convencer de que aquela era a melhor
fase da vida.
Claro, observando-os, era óbvia a razão da nostalgia: seres de calças bege e pager no cinto, que gastavam
seus dias em papinhos de elevador, sem ambições maiores do que um carro novo, um requeijão com menos
colesterol, o nome na moldura de funcionário do mês e ingressos para o Holiday on Ice no fim de semana.
Em busca de algum consolo, me esforçava para bater o recorde jamaicano de consumo de maconha, mas,
em vez de ter abertas as portas da percepção – ou o que quer que fizesse com que meus amigos se
divertissem e passassem meia hora rachando o bico, sei lá, de um amendoim –, só via ainda mais
escancaradas as portas da minha inadequação. Foi então, meus caros, que eu vi a luz - e a luz veio na forma
de um livro; "Trinta anos de mim mesmo", do Millôr Fernandes.
A primeira página que eu abri trazia um quadrado em branco, com a seguinte legenda: "Uma gaivota branca,
trepada sobre um iglu branco, em cima de um monte branco. No céu, nuvens brancas esvoaçam e à direita
aparecem duas árvores brancas com as flores brancas da primavera". Logo adiante estava "O abridor de
latas", "Pela primeira vez no Brasil um conto inteiramente em câmera lenta" – narrando um piquenique de
tartarugas que durava uns 1.500 anos. Mais pra frente, esta quadra: "Essa pressa leviana/ Demonstra o
incompetente/ Por que fazer o mundo em sete dias/ Se tinha a eternidade pela frente?".
Lendo aquelas páginas, que reuniam o trabalho jornalístico do Millôr entre 1943 e 1973, compreendi que não
estava sozinho em meu estranhamento: a vida era mesmo absurda, mas a resposta mais lógica para a falta
de sentido não era o desespero, e sim o riso. Percebi, como se não bastasse, que se agregasse alguma graça
aos meus resmungos poderia fazer daquele incômodo uma profissão. Dos 19 anos até hoje, jamais paguei
uma conta de luz de outra forma.
Uma pena nunca ter conhecido o Millôr pessoalmente, não ter podido apertar sua mão e agradecer-lhe por
haver me sussurrado ao ouvido, quando eu mais precisava escutar, a única verdade que há debaixo do céu:
se Deus não existe, então tudo é divertido.
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Antonio Prata. Folha de S. Paulo. 04/04/2012.

6. (Insper 2012) Embora se utilize de um registro linguístico coloquial na passagem “se divertissem e
passassem meia hora rachando o bico”, o cronista estabelece, no termo destacado, a concordância nominal
de acordo com as regras gramaticais. Assinale a alternativa em que o uso da palavra “meia” ou ”meio” NÃO
está de acordo com a norma culta da língua.
a) É meio-dia e meia.
b) Eu estou meia cansada.
c) As frutas estão meio caras.
d) Acolheu-me com palavras meio ríspidas.
e) Não me venha com meias palavras.

7. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: IPHAN Provas: CESPE - 2018 - IPHAN - Conhecimentos Básicos - Cargos
de Nível Médio

Vanessa Fernandes Correa e Mauro Sérgio Procópio Calliari. As transformações da cidade contemporânea.
In: Preservando o patrimônio histórico – um manual para gestores municipais. São Paulo (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1BBB, julgue o próximo item.

Sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do texto, o primeiro parágrafo poderia ser reescrito da
seguinte maneira: São a velocidade das transformações que caracterizam, principalmente, a sociedade
contemporânea.

( ) Certo ( ) Errado
8. Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Iguape - SP Prova: VUNESP - 2015 - Prefeitura de Iguape -
SP - Auxiliar de Serviços Gerais
Assinale a frase correta de acordo com a norma culta.
A. Os esportes preferidos dos meus amigo é o futebol.
B. Os esportes preferido do meu amigos são o futebol.
C. O esporte preferido dos meus amigos é o futebol.
D. O esporte preferidos do meu amigo são o futebol.
9. Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Iguape - SP Prova: VUNESP - 2015 - Prefeitura de Iguape -
SP - Auxiliar de Serviços Gerais

A. sua … eles
B. dela … você
C. minha … eu
D. nossa … nós

10. Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Iguape - SP Prova: VUNESP - 2015 - Prefeitura de Iguape -
SP - Auxiliar de Serviços Gerais

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A. novo... feito
B. novos... feitos
C. nova... feita
D. novas... feitas

Gabarito:

Resposta da questão 1:
[C]

No período em que a expressão aparece (“De fato, há leis sobre línguas, mas as políticas linguísticas também
podem ser menos formais – e nem passar por leis propriamente ditas”), caso ela fosse para o singular,
haveria 3 outras alterações, a saber: De fato, há leis sobre línguas, mas a política linguística também pode
ser menos formal – e nem passar por leis propriamente ditas.
O artigo anterior ao substantivo seria afetado, assim como o verbo e o adjetivo.

Resposta da questão 2:
[B]

O sujeito composto da oração “a comunicação oficial, o resultado e a indicação do local do exame médico”
apresenta três núcleos (“comunicação”, “resultado” e “indicação”), sendo que um deles pertence ao gênero
masculino o que obriga à concordância do adjetivo com o plural masculino (“anexos”). O pronome
possessivo relaciona-se com o termo “candidatos”, por isso é adequado o uso da terceira pessoa do plural
(“sua”). Assim, é correta a opção [B].

Resposta da questão 3:
[D]

A concordância entre o sujeito (vós) e o verbo (podíeis), o emprego do objeto direto e indireto a partir da
contração entre “lhe” e “o” e a colocação pronominal seguindo o padrão da Gramática Normativa indicam
que a linguagem empregada seja culta – como bem defendiam os autores românticos ao retratar a elite do
país.

Resposta da questão 4:
[A]

A inclusão de “sic” no texto divulgado na Folha de São Paulo remete a responsabilidade da falha gramatical
à autora da nota divulgada no site do Ministério da Cultura e isenta o jornalista que reportou a notícia. Assim,
o motivo da inclusão do “sic” é apontar uma falha de concordância nominal, já que o adjetivo “claro” deveria
estar no feminino para concordar com o substantivo “necessidade”, como se afirma em [A].

Resposta da questão 5:
[B]

Completando as lacunas, tem-se o seguinte resultado: “Havia naquele cemitério uma sepultura em torno da
qual a imaginação popular tecera lendas” (concordando em gênero com “uma sepultura”); “com uma
inscrição já meio apagada” (“meio”, quando advérbio de intensidade, não se flexiona); “mas afirmavam que
em suas histórias faltava o cheiro do suor humano e da terra” (a verbo “faltar” fica no singular, concordando
com “cheiro”).

Resposta da questão 6:
[B]

Na frase “se divertissem e passassem meia hora rachando o bico”, o termo destacado é um adjetivo,
relacionado com o substantivo “hora”. O mesmo acontece em [A] e [E], com o adjetivo concordando com os
substantivos “hora” (elíptico) e “palavras”, respectivamente. Em [C] e [D] também são respeitadas as regras
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de concordância, pois o termo “meio” exerce função de advérbio, relacionado com os adjetivos “caras” e
“ríspidas”, portanto, deve permanecer invariável. A opção que apresenta desvio do padrão recomendado é
[B], pois o termo “meia” está flexionado indevidamente por se tratar de um advérbio ligado ao adjetivo
“cansada”. O correto seria eu estou meio cansada.

7. ERRADO
8. C
9. B
10.D

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas devem
ser observadas, sobretudo, na linguagem escrita.

Dicas:
Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer próclise, depois mesóclise e em
último caso, ênclise.

A próclise (chefe), Mesóclise (gerente), Ênclise (funcionário) O que quer dizer isso?

**Primeiramente pense sempre na Próclise. Há fator de próclise? Sim! Então próclise nela. HO verbo está no futuro
do presente ou no futuro de pretérito do indicativo? Sim! Então Mesóclise nela. Caso ocorra fator de próclise mesmo
nos tempos futuros (presente e do pretérito) a preferência é próclise. Por isso que é o chefe. Ele manda. A mesóclise
é a segunda opção fazendo o papel de gerente. Por último usaremos a ênclise, pois não podemos começar orações
com pronome oblíquo.

Próclise
É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:

1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São elas:

a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.

Ex.: Não se esqueça de resolver as questões após a teoria.

Nunca me disseram a verdade.

b) Advérbios.

Ex.: Agora se negam a depor.

Sempre me vejo estudando Língua Portuguesa.

c) Conjunções subordinativas.

Ex.: Soube que me negariam.

Convém que se aprenda Português.

d) Pronomes relativos.

Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.

A aluna que me mostrou a tarefa faltou hoje.

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e) Pronomes indefinidos.

Ex.: Poucos te deram a oportunidade.

Quem te disse isto foi Joana.

f) Pronomes demonstrativos.

Ex.: Disso me acusaram, mas sem provas.

Isso me deixa muito feliz.

2) Orações iniciadas por palavras interrogativas.

Ex.: Quem te fez a encomenda?

Quem me viu no cinema?

3) Orações iniciadas por palavras exclamativas.

Ex.: Quanto se ofendem por nada!

4) Orações que exprimem desejo (orações optativas).

Ex.: Que Deus o ajude.

Mesóclise
É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada:

1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos não
estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.

Exemplos:

Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.


Não fosse os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem.

A prova realizar-se-á nesta segunda-feira à noite.

Ênclise
É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem possíveis:

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1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo.

Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos.

Amem-se uns aos outros.

2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal.

Ex.: Não era minha intenção machucar-te.

Naquele instante os dois passaram a amar-se.

3) Quando o verbo iniciar a oração.

Ex.: Vou-me embora agora mesmo.

Diga-me qual é seu probelama!

4) Quando houver pausa antes do verbo.

Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.

Se não tiver outro jeito, alisto-me no exército.

5- Quando o verbo estiver no gerúndio.

Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.

Despediu-se beijando-me a face.

Dicas:
O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra atrativa.
Exemplos:

É preciso encontrar um meio de não o magoar.


É preciso encontrar um meio de não magoá-lo.

Colocação pronominal nas locuções verbais

1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio

a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar.

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Ex.: Haviam-me convidado para a festa.

b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxiliar.

Ex.: Não me haviam convidado para a festa.

Dicas:
Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que
não haja palavra atrativa antes dele.

Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa.

2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio:

a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo
principal.
Exemplos:

Devo esclarecer-lhe o ocorrido/ Devo-lhe esclarecer o ocorrido.


Estavam chamando-me pelo alto-falante./ Estavam-me chamando pelo alto-falante.

b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo
principal.
Exemplos:

Não posso esclarecer-lhe o ocorrido./ Não lhe posso esclarecer o ocorrido.


Não estavam chamando-me./ Não me estavam chamando.

Observações importantes:
Emprego de o, a, os, as

1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram.


Exemplos:

Chame-o agora.
Deixei-a mais tranquila.

2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.
Exemplos:

(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.


(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.

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3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as alteram-se para
no, na, nos, nas.
Exemplos:

Chamem-no agora.
Põe-na sobre a mesa.

4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos: mo, to, lho, no-lo, vo-lo, formas em desuso, podem
ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise.

Ex.: Ele mo deu. (Ele me deu o livro)

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EXERCÍCIOS - COLOCAÇÃO PRONOMINAL


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Cadê o papel-carbono?
1
Outro dia tive saudade do papel carbono. E tive saudade também do mimeógrafo a álcool. E tive saudade da
velha máquina de escrever. E tive saudade de quando, no dizer de 2Rubem Braga, a geladeira era branca e o telefone
era preto.
Os mais jovens não sabem nem o que é papel carbono ou mimeógrafo a álcool. Mas tive saudade deles, ou
melhor, de um tempo em que eu não dependia eletronicamente de outros para fazer as mínimas tarefas. Uma torneira,
por exemplo, era algo simples. Eu sabia abrir uma torneira e fazê-la jorrar água. 3Hoje tomar um banho é uma peripécia
tecnológica. 4Hoje até para tomar um elevador tenho que inserir um cartão eletrônico para ele se mover. Claro que tem
o Google, essa enciclopédia no computador que facilita as pesquisas 5(para quem não precisa ir fundo nos assuntos),
mas muita coisa me intriga: por que cada aparelho de televisão de cada casa, de cada hotel tem um controle remoto
diferente e 6a gente não consegue usá-los sem pedir socorro a alguém?
7
Olha, tanta tecnologia!... Mas além de 8não terem descoberto como curar uma simples gripe, 9os elevadores
dos hotéis ainda não chegaram a uma conclusão de como assinalar no mostrador que letra deve indicar a portaria.
10
Será necessária uma medida provisória do presidente para uniformizar tal diversidade analfabética.
11
Outro dia, li que houve uma reunião em Baku, lá no Azerbaijão, congregando cérebros notáveis para
decifrarem nosso presente e nosso futuro. Pois Jean Baudrillard 12andou dizendo, com aquela facilidade que os
franceses têm para fazer frases que parecem filosóficas, que o que caracteriza essa época que está vindo por aí é que
o homem, leia-se corretamente homens e mulheres, ou seja, 13o ser humano, foi descartado pela máquina. 14(Isso a
gente já sabe quando tenta ligar para uma firma qualquer e uma voz eletrônica fica mandando a gente discar isto e
aquilo e volta tudo a zero e não obtemos a informação necessária.)
15
Deste modo estão se cumprindo dois vaticínios. O primeiro era de um vate mesmo – 16Vinícius de Moraes,
que naquele poema “Dia da Criação”, fazendo considerações irônicas sobre o dia de “sábado” e os desígnios divinos,
diz: “Na verdade, o homem não era necessário”. É isto, já não somos necessários.
E a outra frase metida nessa encrenca é aquela da Bíblia, que dizia que o “sábado foi feito para o homem e
não o homem para o sábado”. Isso foi antigamente. Pois achávamos que a máquina havia sido feita para o homem,
mas Baudrillard, as companhias aéreas e as telefônicas mais os servidores de informática nos convenceram de que
17
“o homem é que foi feito para a máquina”. 18Ao telefone só se fala com máquinas, e algumas empresas – esses
servidores de informática – nem seus telefones disponibilizam. 19Estou, por exemplo, há quatro meses tentando falar
com alguém no “hotmail” 20e lá não tem viv’alma, só fantasmas eletrônicos sem rosto e sem voz.
21
Permita-me, 22eventual e concreto leitor, lhe fazer uma pergunta indiscreta. Quanto tempo diariamente você
está gastando com e-mails? Quanto tempo para apagar o lixo e responder bobagens? Faça a conta, some.
23
Drummond certa vez escreveu: “Ao telefone perdeste muito tempo de semear”. Ele é porque não conheceu
a internet, que, tanto quanto o celular, usada desregradamente é a grande sorvedora de tempo da pós-modernidade.
Por estas e por outras é que estou pensando seriamente em voltar às cartas, quem sabe ao pergaminho. E a
primeira medida é reencontrar o papel carbono.
– 24Cadê meu papel carbono?

(SANT’ANNA, Affonso Romano de. Tempo de delicadeza. Porto Alegre: L&PM, 2009

1. (G1 - epcar (Cpcar) 2020) Assinale a alternativa em que a alteração proposta para o termo em destaque está de
acordo com a norma padrão da Língua.

a) “Estou (...) há quatro meses tentando falar com alguém no ‘hotmail’...” (ref. 19) - Estou têm quatro meses tentando
falar com alguém no hotmail...
b) “Permita-me, eventual e concreto leitor...” (ref. 21) – Me permita, eventual e concreto leitor...
c) “...a gente não consegue usá-los sem pedir socorro a alguém?” (ref. 6) - A gente não os consegue usar sem pedir
socorro a alguém?
d) “Será necessária uma medida provisória do presidente...” (ref. 10) - Do presidente, será necessário uma medida
provisória.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Examine a tira de André Dahmer para responder à(s) questão(ões) a seguir.

2. (Unesp 2020) Constituem exemplos de linguagem formal e de linguagem coloquial, respectivamente, as seguintes
falas:

a) “Ah, estou morrendo de pena...” e “Ainda vou trabalhar a noite inteira no Iraque, meu rapaz.”
b) “Me adianta essa, vai...” e “É cedo para mim.”
c) “O importante é trabalhar com o que a gente gosta.” e “Posso lhe dar um emprego bem melhor...”
d) “É cedo para mim.” e “Posso lhe dar um emprego bem melhor...”
e) “Posso lhe dar um emprego bem melhor...” e “Me adianta essa, vai...”

3. (Espcex (Aman) 2019) Analise as duas frases abaixo:

I. Os ladrões estão roubando! Prendam-nos!


II. Somos os assaltantes! Prendam-nos!

Assinale a alternativa cuja descrição gramatical dos termos sublinhados está correta.
a) Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural. Em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª
pessoa do plural.
b) Ambos são pronomes pessoais oblíquos referentes à 1ª pessoa do plural.
c) Em I, “nos” é pronome reto da 3ª pessoa do plural. Em II, “nos” é pronome reto da 1ª pessoa do plural.
d) Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural. Em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª
pessoa do plural.
e) Ambos são pronomes pessoais retos referentes à 1ª pessoa do plural.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


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O elefante

Fabrico um elefante
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira
tirado a velhos móveis
talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão,
de paina, de doçura.
A cola vai fixar
suas orelhas pensas.
A tromba se enovela,
é a parte mais feliz
de sua arquitetura.

Mas há também as presas,


dessa matéria pura
que não sei figurar.
Tão alva essa riqueza
a espojar-se nos circos
sem perda ou corrupção.
E há por fim os olhos,
onde se deposita
a parte do elefante
mais fluida e permanente,
alheia a toda fraude.

Eis o meu pobre elefante


pronto para sair
à procura de amigos
num mundo enfastiado
que já não crê em bichos
e duvida das coisas.
Ei-lo, massa imponente
e frágil, que se abana
e move lentamente
a pele costurada
onde há flores de pano
e nuvens, alusões
a um mundo mais poético
onde o amor reagrupa
as formas naturais.

Vai o meu elefante


pela rua povoada,
mas não o querem ver
nem mesmo para rir
da cauda que ameaça
deixá-lo ir sozinho.

É todo graça, embora


as pernas não ajudem
e seu ventre balofo
se arrisque a desabar
ao mais leve empurrão.
Mostra com elegância
sua mínima vida,
e não há cidade
alma que se disponha
a recolher em si
desse corpo sensível
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a fugitiva imagem,
o passo desastrado
mas faminto e tocante.
Mas faminto de seres
e situações patéticas,
de encontros ao luar
no mais profundo oceano,
sob a raiz das árvores
ou no seio das conchas,
de luzes que não cegam
e brilham através
dos troncos mais espessos.
Esse passo que vai
sem esmagar as plantas
no campo de batalha,
à procura de sítios,
segredos, episódios
não contados em livro,
de que apenas o vento,
as folhas, a formiga
reconhecem o talhe,
mas que os homens ignoram,
pois só ousam mostrar-se
sob a paz das cortinas
à pálpebra cerrada.

E já tarde da noite
volta meu elefante,
mas volta fatigado,
as patas vacilantes
se desmancham no pó.
Ele não encontrou
o de que carecia,
o de que carecemos,
eu e meu elefante,
em que amo disfarçar-me.
Exausto de pesquisa,
caiu-lhe o vasto engenho
como simples papel.
A cola se dissolve
e todo o seu conteúdo
de perdão, de carícia,
de pluma, de algodão,
jorra sobre o tapete,
qual mito desmontado.
Amanhã recomeço.

ANDRADE, Carlos Drummond de. O ElefanteO. 9ª ed. - São Paulo: Editora Record, 1983.

4. (Ime 2019) Observe os vocábulos destacados em negrito nos versos 39 a 44 do poema, transcritos abaixo:

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“Vai o meu elefante


pela rua povoada,
mas não o querem ver
nem mesmo para rir
da cauda que ameaça
deixá-lo ir sozinho.”

Sobre esses vocábulos, de acordo com a gramática normativa, considere as seguintes afirmações:

I. o primeiro “o” é um artigo definido e o segundo é uma forma pronominal oblíqua, assim como a forma “lo” em
“deixá-lo”.
II. a colocação do segundo “o” junto ao advérbio de negação aproxima-se do registro mais utilizado no português
falado no Brasil.
III. “o” e “lo” nos versos “mas não o querem ver” e “deixá-lo ir sozinho” são formas pronominais que garantem a
coesão referencial anafórica.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões)


a) I apenas.
b) III apenas.
c) I e II apenas.
d) I e III apenas.
e) II e III apenas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

5. (G1 - ifsul 2019) Acerca do texto, nas orações: “se as eleições fossem ontem” e em “quem você teria votado e se
arrependido”, é INCORRETO afirmar que:

a) a classificação gramatical do SE, respectivamente, é conjunção e pronome.


b) a conjunção SE poderia ser substituída, sem alteração de sentido, pelo nexo oracional CASO.
c) o pronome SE é atraído pela conjunção E, havendo, portanto, uma ênclise.
d) a classificação do verbo utilizado na primeira oração é pretérito imperfeito do subjuntivo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia a música de Marcelo Jeneci e responda à(s) questão(ões).

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Dar-te-ei

[...] Não te darei papéis, não te darei, esses rasgam,


esses borram
Não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham
Não te darei casacos, não te darei, nem essas coisas
que te resguardam e que se vão
Dar-te-ei finalmente os beijos meus
Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus
Esses embalam, esses secam, mas esses ficam.
Não te darei bombons, não te darei, eles acabam,
eles derretem
Não te darei festas, não te darei, elas terminam, elas
choram, elas se vão [...]

<https://tinyurl.com/ybf22rpl> Acesso em: 10.11.2017.

6. (G1 - cps 2018) Há, nessa música, uma construção gramatical chamada de mesóclise – “dar-te-ei” – de pouco uso
na linguagem escrita e quase extinto o uso na falada. Essa construção, chamada de colocação pronominal, é uma
das três posições possíveis – de acordo com a gramática normativa.

Baseando-se no que foi apresentado, assinale a alternativa que apresenta uma relação correta – de acordo com a
gramática normativa – entre colocação pronominal e o seu uso na frase.

a) Próclise – “Faça-me o favor de não atrasar para nosso encontro!”


b) Ênclise – “Não te darei discos, não, eles repetem.”
c) Ênclise – “Importava-se com o sucesso da prova.”
d) Mesóclise – “A música? Cantá-la-rei quando souber a letra.”
e) Mesóclise – “Alguém me procurou?”

7. Ano: 2016 Banca: COPEVE-UFMS Órgão: UFMS Prova: COPEVE-UFMS - 2016 - UFMS - Assistente em
Administração

Magnífico Reitor da Universidade Pedagógica (UP) de Moçambique, Prof. Doutor Rogério José Uthui, respeitosamente,
dirigimo-nos à Reitoria, primeiro, para renovar os nossos agradecimentos pela confiança e autonomia concedida, o
que, sem dúvida, permitiu-nos, ao longo destes quase seis meses de estudos, em diversos cursos, que o lecionamento
decorresse da melhor forma possível e fosse satisfatório. Lamentavelmente, os deveres e direitos dos estudantes e
docentes não estão a ser alcançados e gostaríamos que o magnífico reitor soubesse que da nossa parte não falta
empenho ao trabalho, dedicação e cumprimento nas soluções em relação ao que nos pedem. [...] Por Estudantes de
Engenharia UP-Beira
(Disponível em www.verdade.co.mz/vozes/37-hora-da-verdade/53960-carta-aberta-ao-magnifico-reitor-da-universidade-pedagogicapor-estudantes,
acesso em 01/05/2016)

Analise os recursos linguísticos empregados no texto e assinale a alternativa INCORRETA.

A. No trecho “em relação ao que nos pedem” (2º parágrafo), a próclise é facultativa.

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B. A colocação pronominal realizada nas formas verbais “dirigimo-nos” e “permitiu-nos” configura exemplos
de ênclise. (1º parágrafo)
C. O emprego do verbo “soubesse” (2º parágrafo), conjugado no pretérito imperfeito do modo subjuntivo,
denota possibilidade ou desejo de que o destinatário saiba a respeito da dedicação, do empenho e do
trabalho dos emissores representados pelo autor da carta.
D. O trecho “para renovar os nossos agradecimentos” (1º parágrafo) poderia ser substituído por “a fim de
renovar os nossos agradecimentos”, sem que se perdesse o tom de formalidade da carta que é dirigida à
autoridade máxima da universidade.
E. Em “dirigimo-nos à Reitoria” (1º parágrafo), o emprego do acento grave, indicativo de crase, leva em
conta a regência do verbo pronominal que o antecede.

8. Ano: 2015 Banca: COPEVE-UFMS Órgão: UFMS Provas: COPEVE-UFMS - 2015 - UFMS - Assistente em
Administração

Analise as frase abaixo extraídas da Revista Língua Portuguesa, nº 36, maio 2012.

I. Já disseram-lhe a verdade.

II. Já lhe disseram a verdade.

III. Me contaram a estória inteira.

IV. Contaram-me a estória inteira.

V. Tendo-se ausentado, perdeu o prêmio.

VI. Tendo ausentado-se, perdeu o prêmio.

Com relação à colocação pronominal, estão corretas as formas a serem usadas na linguagem escrita:

A. I, IV e V.
B. II, IV e VI.
C. IV, V e VI.
D. I, III e V.
E. II, IV e V.

9. Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Auxiliar Legislativo - Auxiliar Operacional

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,


Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,


Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,


Tão simples, tão certa, tão fácil:
− Em que espelho ficou perdida
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a minha face?

(Cecília Meirelles)

Suas mãos___ pareceram paradas, frias e mortas.

O lábio amargo que percebe ter hoje não ___tinha antes.

Os olhos, que ___parecem vazios, costumavam ter brilho.

Preenchem correta e respectivamente as lacunas I, II e III:

A. a – o – lhe
B. as – o – lhes
C. lhe – o – lhe
D. lhe – lhe – os
E. a – lhe – lhes

10. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: TRF - 3ª REGIÃO Prova: FCC - 2019 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário -
Área Judiciária

[Gravado na pele]

Dizem que a tatuagem data do paleolítico, quando era usada por povos nativos da Ásia. Além da beleza das formas
e cores, há algo de simbólico nessas inscrições corporais. Os índios pintam o corpo em cerimônias, festas e rituais de
guerra. Os marinheiros, cujas pátrias são os portos e os oceanos, ostentam em sua pele símbolos que evocam a breve
permanência em terra firme e a longa travessia marítima: âncoras, ilhas, mapas, peixes, pássaros, bússolas.

Antes de ser uma febre no Brasil, a tatuagem inspirou uma música de Chico Buarque e Ruy Guerra. Quero ficar
no teu corpo feito tatuagem, diz a letra dessa belíssima canção.

Para um observador parado à beira-mar, um observador que teme o sol forte e protege a cabeça com um chapéu,
cada tatuagem é uma descoberta, uma viagem do olhar. Jovens e velhos exibem tatuagens; uso o verbo exibir porque
talvez haja uma ponta de exibicionismo nessa arte antiga de fazer da pele uma pintura para toda a vida.

Numa única manhã ensolarada, sob meu chapéu, vi tatuagens de vários tipos e tamanhos, li nomes próprios,
adjetivos, bilhetes, e até mesmo uma mensagem cifrada, cuja revelação será sempre adiada: Amanhã saberás o
segredo...

(Adaptado de: HATOUM, Milton. Um solitário à espreita. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 122)

Está plenamente adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

A. As economias que provieram de seus salários, ele as despendeu em sessões de tatuagem.


B. Elas interviram quando ele se dispôs a apagar uma tatuagem que o custara tão caro.
C. A propósito de tatuagens, o velho lhes vê como assessórios inúteis que marcam um corpo.
D. Depois de se deixar seduzir a uma tatuagem, conheceu o remorso em cujo se martirizou.
E. Ele diz não saber porquê a tatuagem goza de tanto prestígio aonde quer que surja.Gabarito:

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Resposta da questão 1:
[C]

[A] Incorreta: o verbo “ter” deve manter-se impessoal e, assim, assumir a forma “tem”.
[B] Incorreta: em início de período, é necessário utilizar a ênclise.
[D] Incorreta: deve-se manter a concordância com a palavra “necessária”.

Resposta da questão 2:
[E]

As frases transcritas em [E] constituem exemplos de linguagem formal e de linguagem coloquial, respectivamente, já
que a primeira obedece às normas da gramática normativa e a segunda, “Me adianta essa, vai...”, pela situação de
próclise do pronome em início de oração é típica da fala do cotidiano.

Resposta da questão 3:
[D]

[A] Incorreto. Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural; o acréscimo de “n” ocorre em função de
o verbo terminar em som nasal. Já em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural.
[B] Incorreto. Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural; o acréscimo de “n” ocorre em função de
o verbo terminar em som nasal. Já em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural.
[C] Incorreto. Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural; o acréscimo de “n” ocorre em função de
o verbo terminar em som nasal. Já em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural.
[D] Correto.
[E] Incorreto. Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural; o acréscimo de “n” ocorre em função de
o verbo terminar em som nasal. Já em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural.

Resposta da questão 4:
[D]

Apenas o item II é incorreto, pois a situação de próclise do pronome no verso “mas não o querem ver” decorre da
atração por palavra negativa e não por característica do português falado no Brasil. Assim, é correta a opção [D].

Resposta da questão 5:
[C]

[C] Incorreta: na ênclise, o pronome aparece depois do verbo e não antes (próclise).

Resposta da questão 6:
[C]

[A] Incorreta: em “faça-me” o pronome está depois do verbo e, portanto, temos o uso da ênclise.
[B] Incorreta: em “te darei” o pronome está antes do verbo e, portanto, temos o uso da próclise.
[D] Incorreta: a forma correta seria “cantá-la-ei”.
[E] Incorreta: em “me procurou”, o pronome está antes do verbo e, portanto, temos o uso da próclise.

7. A
8. E
9. C
10. A

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REGÊNCIA NOMINAL

Regência nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos
regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.

No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime
dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes
cognatos. Observe o exemplo.

Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição "a".Veja:

Obedecer a algo/ a alguém.


Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os
atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você
conhece.

Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo de


Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos

Acessível a Entendido em Necessário a


Acostumado a, com Equivalente a Nocivo a
Agradável a Escasso de Paralelo a
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Descontente com Insensível a Sito em
Desejoso de Liberal com Suspeito de
Diferente de Natural de Vazio de

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Advérbios

Longe de
Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Exemplos
Vejamos alguns exemplos e frases com regência nominal: Vamos nessa?

Exemplo de regência de alguns nomes:

Amor
Tenho amor à Língua Portuguesa.
Os pais incutiram-lhe o amor do estudo.
Marcela morria de amores pelo Xavier. (Machado de Assis)
Tenha amor a seus livros.

Ansioso
Olhos “ansiosos de” novas paisagens. (Luís Jardim)
Estava “ansioso por” vê-la.(Camilo Castelo Branco)
Estou “ansioso para” comprar o curso Gramática com Marcelo Marques.

Exemplos de nomes transitivos e suas respectivas preposições:

Acessível a
Exemplo: O preço da carne está acessível a todos.

Acostumado a, com
Exemplos:

Estou acostumado a ver corrupção na política.


Estamos acostumados com as aulas on-line.

Afável com, para com

Exemplos:

Ele é afável com sua filha.


A mãe tem sido afável para com seus filhos.

Agradável a

Exemplo: Sou agradável a minha filha. (Crase facultativa diante de pronome possessivo adjetivo).
Alheio a, de

Exemplos:

Silas vive alheio a tudo.


Cláudio está alheio de carinho materno.

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Apto a, para

Exemplos:

Jair está apto a trabalhar.


Roger está apto para trabalhar.

Aversão a, por

Exemplos:

Diogo tem aversão a pessoas falsas.


Lívia tem aversão por Matemática.

Benefício a

Exemplo: Natação é um grande benefício à saúde.

Capacidade de, para

Exemplos:

Anderson tem excepcional capacidade de comunicação.


Fabrício tem capacidade para o trabalho voluntário.

Capaz de, para


Exemplos:

Aquele político corrupto é capaz de tudo.


Esta empresa não é capaz para trabalhar com projetos.

Compatível com

Exemplo: Meu computador não é compatível com o seu.

Contrário a

Exemplo: Seu pensamento é contrário ao meu.

Curioso de, por

Exemplos:

Jandira é curiosa de tudo.


Messias é curioso por fotografias.

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Descontente com

Exemplo: Nós estamos descontentes com nosso sistema político.

Essencial para

Exemplo: Este curso é essencial para aprender Língua Portuguesa.

Fanático por

Exemplo: Antônio é fanático por esportes radicais.

Imune a, de

Exemplos:

O Brasil não ficou imune ao novo CoronaVírus.


Estamos imunes de todas as pragas.

Inofensivo a, para

Exemplos:

O vírus é inofensivo à animais.


Os danos que sofreu são inofensivos para sua saúde.

Junto a, de

Exemplos:

Comprei a casa junto a minha mãe. (Crase facultativa antes de pronome possessivo adjetivo)
Tayná estava junto de Lorenzo, quando ganhou na loteria.

Livre de

Exemplo: Estou livre de você.

Simpatia a, por

Exemplo:

Luciana tem simpatia as causas populares.


Eliane muito simpatia por Luciana.

Tendência a, para

Patrícia tem tendência ao suicídio.


As meninas têm tendência para a moda.

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União com, de, entre

A união com Valentina foi valiosa.


A união entre Brasil e Inglaterra é muito boa.

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EXERCÍCIOS - REGÊNCIA NOMINAL


1. (Ufpr 2019) É verdade que na Alemanha (da mesma forma que em outros países europeus) sempre
existiram ressentimentos xenófobos e antissemitas, como também grupos e partidos de extrema direita. Não
são fenômenos novos. A novidade desses últimos anos é o exibicionismo desavergonhado __________ são
manifestadas em público essas posturas desumanas, o desenfreio __________ se assedia e se fustiga nas
ruas os que têm aspecto, crenças e uma forma de amar diferentes dos da maioria. A novidade é o consenso
social __________ é tolerável dizer e o que deve continuar sendo intolerável.

(<https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/21/opinion/1537548764_065506.html?id_externo_rsoc=FB_BR_CM>.)

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima, na ordem em que aparecem no texto.
a) com que – que – sob aquilo.
b) onde – quanto ao que – sob o que.
c) em que – que – sobre que.
d) com o qual – com o qual – sobre o que.
e) que – onde – sobre o qual.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.

2. (Uel 1995) Eis o professor ..... méritos os alunos prestam homenagem.


a) cujos os
b) em cujos
c) cujos
d) de cujos
e) a cujos

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


"Vivemos numa época de tamanha insegurança externa e interna, e de tamanha carência de objetivos
firmes, que a simples confissão de nossas convicções pode ser importante, mesmo que essas convicções,
como todo julgamento de valor, não possam ser provadas por deduções lógicas.
Surge imediatamente a pergunta: podemos considerar a busca da verdade - ou, para dizer mais
modestamente, nossos esforços para compreender o universo cognoscível através do pensamento lógico
construtivo - como um objeto autônomo de nosso trabalho? Ou nossa busca da verdade deve ser
subordinada a algum outro objetivo, de caráter prático, por exemplo? Essa questão não pode ser resolvida
em bases lógicas. A decisão, contudo, terá considerável influência sobre nosso pensamento e nosso
julgamento moral, desde que se origine numa convicção profunda e inabalável. Permitam-me fazer uma
confissão: para mim, o esforço no sentido de obter maior percepção e compreensão é um dos objetivos
independentes sem os quais nenhum ser pensante é capaz de adotar uma atitude consciente e positiva ante
a vida.
Na própria essência de nosso esforço para compreender o fato de, por um lado, tentar englobar a
grande e complexa variedade das experiências humanas, e de, por outro lado, procurar a simplicidade e a
economia nas hipóteses básicas. A crença de que esses dois objetivos podem existir paralelamente é, devido
ao estágio primitivo de nosso conhecimento científico, uma questão de fé. Sem essa fé eu não poderia ter
uma convicção firme e inabalável acerca do valor independente do conhecimento.
Essa atitude de certo modo religiosa de um homem engajado no trabalho científico tem influência
sobre toda sua personalidade. Além do conhecimento proveniente da experiência acumulada, e além das
regras do pensamento lógico, não existe, em princípio, nenhuma autoridade cujas confissões e declarações
possam ser consideradas "Verdade " pelo cientista. Isso leva a uma situação paradoxal: uma pessoa que
devota todo seu esforço a objetivos materiais se tornará, do ponto de vista social, alguém extremamente
individualista, que, a princípio, só tem fé em seu próprio julgamento, e em nada mais. É possível afirmar que
o individualismo intelectual e a sede de conhecimento científico apareceram simultaneamente na história e
permaneceram inseparáveis desde então. "
(Einstein, In: O Pensamento Vivo de Einstein, p. 13 e 14, 5a. edição, Martin Claret Editores)

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3. (Unitau 1995) Na frase "Permitam-me fazer uma confissão: para mim o esforço no sentido de obter...", o
autor empregou o pronome "mim" no lugar de "eu", porque
a) a preposição "para" rege o verbo "obter".
b) a preposição "para" rege o pronome oblíquo átono "mim".
c) a preposição "para" é regida pelo verbo "permitam".
d) o autor errou; o certo é usar "eu".
e) a preposição "para" rege o pronome oblíquo tônico "mim".

4. (Puccamp 1995) O termo ONDE encontra-se corretamente empregado na frase:


a) A suspeita de falsificação nasceu por causa daquela folha onde havia uma rasura.
b) Não sei onde foi que te decepcionei: ao não responder à tua carta? Ao não me desculpar por isso?
c) Nos piores momentos é onde podemos reconhecer os verdadeiros amigos.
d) Não tenho saudades de minha infância, onde sofri tantas injustiças.
e) À saída dos torcedores é onde costuma haver muito tumulto.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


1 Dos anais da república:
2 - O senhor não tem medo de nada, presidente?
3 - Nada.
4 - Nem de barata?
5 Pausa de segundos. Digo a verdade, ou minto para parecer mais humano? [...]
6 Não. Melhor ser curto e sincero.
7 - Nem de barata.

(Veríssimo, L.F. "Ortopterofobia". In: COMÉDIA DA VIDA PÚBLICA . Porto Alegre: L&PM, 1995. p.237)

5. (Ufrgs 1996) Assinale a alternativa que apresenta a palavra que exige a preposição "de" (parágrafo 7).
a) medo (parágrafo. 2)
b) tem (parágrafo. 2)
c) nada (parágrafo. 3)
d) pausa (parágrafo. 5)
e) nem (parágrafo. 7)

6. (G1 1996) Assinale a letra correspondente à alternativa que completa adequadamente as lacunas dos
períodos a seguir:

Não ____ queriam próximo ____ menores porque sabiam que ele poderia _____ a castigos.
a) ( ) lhe - aos - submeter-lhes
b) ( ) o - com os - submeter-lhes
c) ( ) lhe - pelos - submetê-los
d) ( ) o - aos - submetê-los
e) ( ) o - pelos - submetê-los

7. (Ita 1996) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas das frases a seguir:

I - Saíram daqui______ pouco, mas voltarão daqui______ pouco, pois moram apenas______dois quilômetros
de distância.
II- _______foram suas amigas? _______ estarão agora?
a) há - a - a - Aonde - Onde
b) há - há - à - Onde - Onde
c) há - a - a - Aonde - Aonde
d) a - a - à - Para onde - Por onde
e) a - há - há - Por onde - Aonde

8. (G1 1996) Complete com as preposições adequadas:

1) A sua falta ____ reunião causou transtornos. (à - na)

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2) O funcionário não tinha acesso ____ arquivo. (para - ao)

3) Devemos ter atenção __________ nossos pais. (com - para com)

4) Seu gosto ____ língua vem desde criança. (da - pela)

9. (G1 1996) Complete com as preposições adequadas:

1) Procuro uma pessoa versada ____ Português.

2) A violência é incompatível ____ espírito cristão.

3) Há leis de assistência ______ pessoas humildes?

4) A população estava imune _____ epidemia.

5) Os mestres têm ascendência _____ os alunos.

10. (Ita 1996) Leia com atenção as frases a seguir:

1 - Vá depressa, que o Chefe quer falar________.


2 - Leva ________o guarda- chuva, que o tempo está nublado.
3 - Informaram -________ que amanhã não haverá expediente.
4 - Felizmente, poucos são os que se aborrecem perante_________.

As lacunas das frases acima devem ser completadas, respectivamente, pelos pronomes:
a) contigo - consigo - no - ti e mim.
b) com você - contigo - lhe - ela e mim.
c) contigo - contigo - lhe - você e eu.
d) consigo - contigo - lhe - mim e tu.
e) consigo - com você - no - ti e você.

11. (G1 1996) Escolha a preposição adequada para ligar o termo regido ao regente:

1) Estávamos ansiosos ____ ver o jogo. (a - por)

2) Carlos está apto ____ o trabalho. (com - para)

3) Mostrou-se solícita ____ todos os colegas. (por - com)

4) O cantor era procedente ____ Paris. (em - de)

5) Tinha antipatia ____ algumas pessoas. (por - com)

12. (G1 1996) Complete adequadamente as frases com as preposições exigidas pela regência dos nomes
destacados:

a) O INTERESSE_______ o bem comum estava LONGE________ ser prefeito.

b) Solicitei DISPENSA________ serviço militar.

c) Ele estava pouco AFEITO______ situações novas.

d) Os jornais fizeram REFERÊNCIA______ vitória brasileira.

e) A decisão do juiz foi DESFAVORÁVEL_____ recontagem dos votos.

13. (G1 1996) Complete com a preposição adequada:


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1) O professor está orgulhoso ______ você. (por - de)

2) Tenhamos muito amor ______ próximo. (pelo - ao)

3) Aquela farinha é própria _______ bolo. (ao - para)

4) Sua atitude é digna ______ elogios. (de - para)

14. (G1 1996) Complete com a preposição adequada:

1) Tenho fé _____ Deus.


2) Fiquei satisfeito _____ o resultado.
3) Não guardo raiva _____ ninguém.
4) Devemos obediência _____ mais velhos.
5) Ela estava ansiosa _____ chegada da filha.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O NOVO PLANETA DOS HOMENS

1 Uma recente pesquisa americana, concluída em 1985, busca apreender as reações e os sentimentos
dos homens após vinte anos de emancipação feminina, para daí projetar a provável tendência futura da vida
entre os sexos. O livro COMO OS HOMENS SE SENTEM, do jornalista Anthony Astrachan, aposta numa
"revolução masculina irreversível, que teria se iniciado na década de 70, impulsionada por dez anos de
avanço feminino. O autor faz uma minuciosa análise das consequências, para o homem, da entrada da
mulher nos vários setores da sociedade: indústria, serviços, exército, mundo empresarial e profissões
liberais. Ele conclui que a revolução feminina efetivamente gerou reformulações profundas nos papéis
sociais e na identidade masculina, às custas de um alto preço efetivo e emocional.
2 Às reações negativas dos homens, desencadeadas pelas transformações no equilíbrio de poder entre
os sexos, Astrachan oferece uma curiosa explicação: "É possível que os homens tenham reivindicado a
liderança há muito tempo, e a tenham mantido através dos tempos para compensar a sua incapacidade de
gerar filhos." Mas, observa o autor, ao mesmo tempo que o homem luta para não abandonar a fantasia do
poder, continuando a lidar com a mulher emancipada a partir de antigos e conhecidos padrões, ao colocá-la
no lugar de mãe, amante, esposa ou irmã e negar-lhe a competência profissional, tem aumentado o número
de homens que incorporaram outras atitudes. O fenômeno apontaria para um homem realmente novo, capaz
de usufruir e contribuir para uma síntese positiva entre os sexos.
3 Não tão otimista, a escritora e filósofa Elisabeth Badinter não vê ainda configurado um "novo
homem". Para o homem, abordar o terreno feminino é "desvirilizante", ao passo que a mulher se valorizou ao
adentrar o mundo masculino. Sem dúvida, segundo ela, a evolução maior depende da recolocação dos
homens, mas esse projeto "é ainda um fenômeno muito marginal e se dá apenas numa minoria sofisticada".
4 Para a realidade brasileira, essas questões assumem diferentes contornos, matizadas por uma crise
que, no limite, torna perigosas as prospecções. Poucos são os que se arriscam: "O homem está sendo
obrigado a se adaptar à crise permanente com uma revolução permanente", diz o escritor Sérgio Sant'Anna.
Ele vê, ainda, mudanças na família e nas relações do homem com a paternidade, mas sente que, no
momento, "as pessoas estão muito inseguras, desprotegidas e tendem a voltar a padrões conservadores".
Mas adverte: "Essa não é uma transformação que se dê ao nível ideológico e intelectual; os que a fizeram se
deram mal. Ela supõe crises emocionais profundas."
5 A feminista Rose Marie Muraro, embora admita um retrocesso violento aos comportamentos
machistas e convencionais na década de 80, prevê a vitória inconteste dos comportamentos libertários.
Quanto à luta feminista, ela reconhece que os homens tiveram pouco tempo para incorporar as
transformações da década de 70. Acreditando que a definição virá na próxima década, Rose finaliza: "Hoje a
mulher não é mais a imagem do desejo alheio, (...) mas é sujeito de seu próprio desejo." Mas tudo isso não
esconde uma mágoa: "(...) Tive um câncer e uma úlcera ao viver o mundo masculino, sendo mulher no setor
público. Tive de me masculinizar, pois lá quem não mata, morre."
6 Sem rancores, mas não menos inquieta, a psicanalista Suely Rolnik assume toda sua crença na
potência criativa do desejo humano: "O que eu vejo hoje é uma aliança entre homem e mulher. É uma história
nascente de cumplicidade entre o homem e a mulher."
(Yudith Rosenbaum, Revista LEIA, nº128, 1989, p. 36-38, com adaptações.)

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15. (Cesgranrio 1992) "O homem está sendo obrigado A se adaptar À crise permanente..."(40.parágrafo).
Assinale a opção cujas lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por A (preposição) e À (preposição
e artigo), tal como na frase anterior.
a) A crise a obriga a comprar sempre_______ prazo, fazendo-a voltar________ loja para quitar as prestações.
b) Mesmo sem_______ ajuda financeira dos pais, minha amiga vem-se dedicando_______ dança.
c) Ontem_______ médica custou_______ atender-me.
d) Só______ noite decidimos faltar_______ reunião do dia seguinte.
e) Já comecei_______ ter problemas mas não estou disposto_______ desistir da luta.

16. (Uel 1994) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.

Nosso amigo pleiteia um dos melhores cargos ...... se tem em mira na cidade.
a) a que
b) que
c) de que
d) no qual
e) do qual

17. (Uel 1994) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.

A condição ...... não abrimos mão é que ...... todos se assegurem as mesmas vantagens.
a) em que - por
b) pela qual - com
c) da qual - a
d) que - em
e) com que - entre

18. (G1 1996) Complete com as preposições adequadas:

1) Estudar é essencial ______ quem quer aprender. (para - a)

2) Este filme é impróprio ______ menores de 12 anos. (a - para)

3) Márcia é devota _______ Santo Antônio. (a - de)

4) A verdade é preferível ______ mentira. (do que - à)

19. (G1 1996) Complete com a preposição adequada para ligar o termo regido ao regente:

1) Os juízes foram unânimes ____ reconhecer nossos direitos.

2) O álcool é nocivo ____ saúde.

3) Não guardo ressentimento ______ vocês.

4) Papai era avesso ____ discussões.

5) Senti a falta ____ minha família.

20. (G1 1996) Complete com as preposições adequadas:

1) Ficou aflito ______ não poder viajar. (de - por)

2) A criança sentia desprezo ______ brinquedos. (aos - pelos)

3) O rapaz era fanático ______ futebol. (ao - por)

4) Ele era generoso ______ os funcionários. (com - para)

Gabarito:

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Resposta da questão 1:
[D]

A primeira lacuna deve ser preenchida com os pronomes relativos “que” ou “o qual” acompanhados da
preposição “com” exigida para formação do adjunto adverbial de modo da oração: o exibicionismo
desavergonhado (com que) com o qual são manifestadas em público essas posturas desumanas. Na
segunda, acontece o mesmo processo com os pronomes relativos “que” ou “o qual” e a preposição “com”: o
desenfreio (com que) com o qual se assedia. Como o substantivo “consenso” exige regência da preposição
“sobre”, o consenso social sobre o que é tolerável dizer, é correta apenas a opção [D].

Resposta da questão 2:
[E]

Resposta da questão 3:
[E]

Resposta da questão 4:
[A]

Resposta da questão 5:
[A]

Resposta da questão 6:
[D]

Resposta da questão 7:
[A]

Resposta da questão 8:
1) à
2) ao
3) com - para com
4) pela

Resposta da questão 9:
1) em
2) com
3) às
4) contra
5) sobre

Resposta da questão 10:


[B]

Resposta da questão 11:


1) por
2) para
3) com
4) de
5) por

Resposta da questão 12:


a) pelo / de
b) do
c) a
d) à
e) à

Resposta da questão 13:


1) de
2) ao
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3) para
4) de

Resposta da questão 14:


1) em
2) com
3) de
4) aos
5) pela

Resposta da questão 15:


[A]

Resposta da questão 16:


[B]

Resposta da questão 17:


[C]

Resposta da questão 18:


1) para
2) a - para
3) a - de
4) à

Resposta da questão 19:


1) em
2) à
3) contra
4) a
5) de

Resposta da questão 20:


1) por
2) aos - pelos
3) por
4) com

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REGÊNCIA VERBAL

Regência é o estudo que trata das relações entre os termos de uma oração, verificando se um termo pede ou não
complemento. A regência estabelece uma relação entre um tempo principal (termo regente) e seu complemento
(termo regido).

Quando o termo regente é um nome, trata-se de regência nominal. Quando o termo regente é um verbo, trata-se
de regência verbal.

Vejamos os principais casos de Regência verbal!

1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição “a” e não pela preposição “em”.

Exemplos:

Vou ao teatro.

Cheguei a Porto Seguro.

2- Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição “em”.

Exemplos:

Ele mora em Fortaleza.

Maria reside em São Paulo.

3- Namorar – não se usa com preposição.

Ex.: Maria namora Joaquim.

4- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição “a”.

Exemplos:

Os funcionários obedecem ao patrão.

João desobedeceu à lei.

5-Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição “com”.

Exemplos:

Simpatizo com Marcelo.

Antipatizo com meu vizinho.

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Dicas:

Estes verbos não são pronominais, portanto, determinadas construções são consideradas erradas quando

tais verbos aparecem acompanhados de pronome oblíquo.

Exemplos:

Simpatizo-me com Benedito.

Antipatizo-me com meu vizinho.

6- Preferir - este verbo exige dois complementos, sendo que um é usado sem preposição, e o outro com a

preposição “a”.

Ex.: Prefiro Língua Portuguesa a Matemática.

Pode ser só VTD.

Entre Português e Matemática, prefiro Português

Obs: Por questão de paralelismo sintático, não ocorre crase na sentença: Prefiro Língua Portuguesa a Matemática

pelo fato de não ocorrer determinante (artigo) antes do objeto direto Língua Portuguesa, logo não ocorre crase no

objeto indireto Matemática. Se fosse assim: “Prefiro a Língua Portuguesa à Matemática aí sim ocorreria crase.

Beleza?

Dicas:

Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais,

muito mais, mil vezes mais, etc.

Ex.: Prefiro mil vezes Língua Portuguesa a Matemática.

Verbos que apresentam mais de uma regência

1 - Aspirar

a - no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição.

Ex.: Aspirou o ar puro.

b - no sentido de almejar, pretender: exige a preposição “a”.

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Ex.: Este era o curso a que aspirava.

2 - Assistir

a - no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição.

Ex.: O professor assistia os alunos novatos.

b - no sentido de ver, presenciar: exige a preposição “a”.

Ex.: Nós assistimos ao filme.

c - no sentido de caber, pertencer: exige a preposição “a”.

Ex.: Ministrar aulas de Filosofia não assiste a mim..

d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição “em”.

Ex.: Assistiu em Divinópolis por muito tempo.

3 - Esquecer/lembrar

a - Quando não forem pronominais: são usados sem preposição.

Ex.: Esqueci seu nome.

b - Quando forem pronominais: são regidos pela preposição “de”.

Ex.: Lembrei-me de seu nome.

4 - Visar

a - no sentido de mirar: usa-se sem preposição.

Ex.: Emanuelle visou o alvo.

b - no sentido de dar visto: usa-se sem preposição.

Ex.: A gerente visou o meu cheque.

c - no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição “a”.

Ex.: Claudemir visa ao cargo de gerente comercial.

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5 - Querer

a - no sentido de desejar: usa-se sem preposição.

Ex.: Quero comprar aquele carro.

b - no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição “a”.

Ex.: Quero bem aos meus filhos.

6 - Proceder

a - no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição.

Ex.: Esses argumentos não procedem.

b - no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição “de”.

Ex.: Os brinquedos da Uruguaiana procedem da China.

c - no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição “a”.

Ex.: O professor procedeu à aula.

7 - Pagar/ perdoar

a - se tem por complemento uma palavra que denote algo: não exige preposição.

Ex.: Ela pagou a dívida do banco.

b - se tem por complemento uma palavra que denote pessoa: é regido pela preposição “a”.

Ex.: Perdoei a meu amigo.

8 - Informar

a - no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:

1 - objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições “de” ou “sobre”).

Ex.: O professor informou os alunos da tarefa.

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2 - objeto indireto de pessoa (regido pela preposição “a”) e direto de coisa.

Ex.: O professor informou aos alunos a tarefa.

9 - Implicar

a - no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição.

Ex.: Minha decisão implicará prejuízos a você..

b - no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com a

preposição “em”.

Ex.: O policial se implicou na conspiração. (este se é reflexivo)

c - no sentido de antipatizar: é regido pela preposição “com”.

Ex.: Ana Paula implica com Heloísa todos os dias na escola..

10 - Custar

a - no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição “a”.

Ex.: Custou-nos (a) aprender Português .(Culto)

Nós custamos a aprender Português. (Coloquial)

b - no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição.

Ex.: A arrogância pode custar-lhe (a ele) o emprego.

c - no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição.

Ex.: Meu carro custou 50 mil reais..

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EXERCÍCIOS - REGÊNCIA VERBAL


01. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de
Campinas - SP - Engenheiro Civil

Leia o texto para responder a questão


A força do movimento feminista é uma característica da década atual. As passeatas e manifestações em
defesa das mulheres e contra a violência sexual, o coro unido do “Não é não”, a dissonância política são
demonstrações inequívocas disso. De certa maneira, ecoam movimentos contestadores que surgiram desde
2008, como os protestos do acampamento “Occupy Wall Street” nos Estados Unidos, as grandes
manifestações na Índia contra o estupro e as passeatas gigantescas na Argentina em defesa do direito ao
aborto.
No campo intelectual, pesquisadoras mundo afora se debruçaram na busca por respostas a questões
complexas: que resultados as antigas feministas conseguiram e quão adequados eles foram para as
necessidades das mulheres? Que mudanças foram trazidas globalmente para alterar relações injustas de
gênero? O poder masculino na esfera pública ruiu na mesma velocidade que na esfera particular ou se
transferiu de um polo para outro?
Não são poucos os estudos a apontar que os avanços na igualdade de gênero têm andado de mãos dadas
com o crescimento da desigualdade socioeconômica pelo mundo.
A britânica Susan Watkins, editora da revista New Left Review, publicou um longo ensaio em que analisa
as principais conquistas do feminismo global nos últimos 25 anos. Disse que, sem dúvida, o maior ganho foi
um notável avanço de conhecimento, com a expansão da coleta de dados, estudos de campo e análise
comparativa.
“A mudança social concreta atribuível à agenda feminista global, entretanto, tem sido menor e está em
grande parte concentrada no topo da pirâmide social. O mais significativo tem sido o aumento de mulheres
jovens no ensino superior, em parte devido à expansão dos sistemas universitários na China, no Oriente
Médio e na América Latina. No plano político, a proporção total de mulheres nos parlamentos nacionais
aumentou de 12% em 1997 para 24% em 2017, com alguns dos maiores aumentos na América Latina (53% na
Bolívia); a eficiência com que essas gestões femininas representam os interesses das mulheres, uma vez
eleitas, é outra questão”, analisou.
(Victor Calcagno, “Sobre o feminismo”. Época, 17.06.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa que atende à norma-padrão quanto à regência.
A. As conquistas que aspiravam as antigas feministas teriam tido resultados compatíveis aos interesses
das mulheres?
B. Que mudanças foram trazidas no universo feminino para se pensarem as relações injustas de
gênero?
C. Com as conquistas feministas, pode-se, hoje, conciliar a igualdade de gênero na igualdade social?
D. Pesquisadoras do mundo afora se dedicam com afinco em buscar respostas a complexas questões
feministas.
E. O avanço de conhecimento a que Susan Watkins se refere diz respeito à expansão dos sistemas
universitários.

02. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Cerquilho - SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de
Cerquilho - SP - Almoxarife
A leitura é benéfica ________ todas as pessoas. Entretanto muitas _______ não terem tempo para ler. É
preciso _______ a fazerem um esforço.
As lacunas das frases devem ser preenchidas, de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, por

A. de … alegam … incentivar-lhes
B. a … alegam … incentivá-las
C. em … alega … incentivar-lhes
D. com … alega … incentivá-las
E. por … alegam … incentivar-lhes
03. Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Assessor
Jurídico Legislativo

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Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Distribuição justa

A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos participantes e da
lisura do processo do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: a desigualdade
observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao
contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma profunda falta de equidade nas
condições iniciais de vida, da privação de direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero
ou religiosa?
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um risco comum, a
todos, passa a exercer um papel mais decisivo na definição de seu futuro do que qualquer outra coisa ou
escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um mínimo de equidade nas condições iniciais e na
capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia o jogo distributivo e envenena os valores da
convivência. A igualdade de oportunidades está na origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens
precisam ter a oportunidade de desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas
possíveis na vida prática e eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

A. A menos que houvessem mais oportunidades para que cada indivíduo desenvolva seu talento, não
ocorrerá justiça no processo.
B. Aos sonhos e aspirações das crianças e dos jovens devem corresponder sua realização, para que
não se frustrem seu desenvolvimento.
C. Por mais que se esforcem, tem gente que não consegue obter sucesso em face dos vícios e da falta
de oportunidade que o determinam.
D. O autor do texto está convicto sobre o papel que desempenha no futuro de cada indivíduo as
condições de seu nascimento.
E. Argumenta-se no texto que a equidade de oportunidades é um fator determinante para uma justa
distribuição das riquezas.

04. Ano: 2020 Banca: VUNESP Órgão: EBSERH Prova: VUNESP - 2020 - EBSERH - Assistente
Administrativo
Suponha que a foto e o texto a seguir façam parte de um informativo turístico.

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Os interessados _________ conhecer a Ilha Fiscal devem se dirigir ao centro histórico da cidade, onde está o
Espaço Cultural da Marinha, _______ qual partem as embarcações que conduzem os turistas à Ilha para uma
visita monitorada, _________ duração é de, aproximadamente, duas horas.

Para que o texto esteja redigido em conformidade com a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas,
respectivamente, por:
A. a … no … com a qual a
B. a … ao … cuja
C. com … do … onde
D. em … do … cuja
E. em … no … com a qual a

05. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-DF Prova: CESPE - 2020 - SEFAZ-DF - Auditor Fiscal

Considerando os aspectos linguísticos do texto CG1A1-I, julgue o item a seguir.

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No trecho “os investidores reconhecem cada vez mais o impacto, para a sociedade, das empresas nas quais
investem” (l. 35 a 37), a substituição de “nas quais” por aonde prejudicaria a correção gramatical do texto.

( ) Certo ( ) Errado

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06. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-DF Prova: CESPE - 2020 - SEFAZ-DF - Auditor Fiscal

Considerando os aspectos linguísticos do texto CG1A1-I, julgue o item a seguir.

Dada a regência do verbo tender, é facultativo o emprego do sinal indicativo de crase no vocábulo “a” em
“tendem a ser menos efetivas” (l.45).
( ) Certo ( ) Errado
07. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador -
BA - Professor - Português
Analise as afirmativas abaixo sobre regência verbal.

1 – Está correta quanto à regência verbal a seguinte frase: “Os alunos obedeceram às instruções da prova e
responderam ao questionário”.
2 – As duas frases a seguir, mantendo o mesmo sentido, estão corretas quanto à regência: “A enfermeira
assistiu o médico na operação” / “A enfermeira assistiu ao médico na operação”.
3 – “Banhou-se, barbeou-se e foi-se embora.” Nesta frase, temos exemplo de verbo pronominal.
4 – Na frase “Feijoada, o prato que todos os brasileiros gostam”, o verbo “gostar” é transitivo direto e, por
isso, não é precedido de preposição.

Assinale a opção que indica as afirmativas corretas.


A. 1–3
B. 1–2
C. 2–3
D. 3–4
E. 2–4
08. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Prova: FGV - 2019 - DPE-RJ - Técnico Médio de Defensoria
Pública
Texto 2
“Em linhas gerais a arquitetura brasileira sempre conservou a boa tradição da arquitetura portuguesa. De
Portugal, desde o descobrimento do Brasil, vieram para aqui os fundamentos típicos da arquitetura colonial.
Não se verificou, todavia, uma transplantação integral de gosto e de estilo, porque as novas condições de
vida em clima e terras diferentes impuseram adaptações e mesmo improvisações que acabariam por dar à do
Brasil uma feição um tanto diferente da arquitetura genuinamente portuguesa ou de feição portuguesa. E
como arquitetura portuguesa, nesse caso, cumpre reconhecer a de característica ou de estilo barroco”.
(Luís Jardim, Arquitetura brasileira. Cultura, SP: 1952)
As preposições, em língua portuguesa, ora são empregadas por uma exigência gramatical de um termo
anterior, ora por necessidades semânticas, não sendo de emprego obrigatório.
No texto 2, o único exemplo de emprego obrigatório, exigido gramaticalmente, é:
A. “boa tradição da arquitetura portuguesa”;
B. “De Portugal, desde o descobrimento do Brasil”;
C. “fundamentos típicos da arquitetura colonial”;
D. “transplantação integral de gosto”;
E. “uma feição um tanto diferente da arquitetura genuinamente portuguesa”.

09. Ano: 2010 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: ACAFE - 2010 - PC-SC - Agente de Polícia

Assinale a alternativa correta quanto à regência e à crase.

A. O delegado que me referi a pouco, chegará às dezoito horas, abrirá a delegacia e procederá a leitura
dos pareceres.
B. A contribuição de Gláuber Rocha de que lhe falei chama-se “Deus e o Diabo na Terra do Sol”.
C. Temos intenção de encaminhar os processos à diretoria assim que os pareceres tiverem sido
submetidos a apreciação do chefe do posto de saúde.
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D. Os carros, de cujos donos eram traficantes, foram revistados, embora ninguém conhecesse o
traficante que o fazendeiro negociava.
10. Ano: 2010 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Provas: ACAFE - 2010 - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil
Assinale a alternativa correta que preenche as lacunas da frase a seguir.

“O vereador que reside ______ Rua Miguel Deodoro corre o risco de ter seu _________ _______ assim que o
processo chegar _______ mãos do Presidente.

A. à - mandado caçado - as
B. à - mandato caçado - às
C. na - mandado cassado - as
D. na - mandato cassado – às
11. Ano: 2016 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2016 - TJ-MG - Estágio -
Serviço Social
[...]
Entrevistador – Como você vê o papel do escritor em um país como o Brasil?
*João Antônio – Para mim, o escritor, enquanto escreve, é exclusivamente um escritor – operário da palavra
queimando olhos e criando corcunda sobre o papel e a máquina. Pronto o livro, o autor brasileiro não deve
fugir à realidade de que é um vendedor, como um vendedor de cebolas ou batatas. Mas com uma diferença, é
claro: no Brasil o livro não é considerado como produto de primeira necessidade, como os cereais. Também
por isso, há de se sair a campo e de se divulgar o que se sabe fazer. Efetivamente, é mais do que um camelô
de sua área: conversa sobre a obra, mas o ideal é que ouça muito o seu parceiro, o leitor. Que jamais se
estabeleça um clima formal, doutoral, beletrístico, mas de debate, discussão, questionamento, amizade. Se o
escritor se enclausura numa torre, se atende apenas à onda geral da feira de vaidades que é a chamada vida
literária, jamais poderá sentir a realidade de seu público.
(ANTÔNIO, João. Malagueta, Perus e Bacanaço. São Paulo: Ática, 1998. Fragmento.)
*João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), escritor paulista, é considerado um dos melhores contistas
brasileiros do século XX.
Acerca dos mecanismos de regência, responsáveis pela estruturação lógico-sintática dos enunciados
linguísticos, identifique o trecho em que o “a” em destaque NÃO estabelece uma relação de regência entre
dois termos.
A. “[...] Também por isso, há de se sair a campo [...]”
B. “[...] um camelô de sua área: conversa sobre a obra, [...]”
C. “[...] não deve fugir à realidade de que é um vendedor [...]”
D. “[...] se atende apenas à onda geral da feira de vaidades [...]”

12. Ano: 2019 Banca: IDECAN Órgão: IF-AM Prova: IDECAN - 2019 - IF-AM - Bibliotecário Documentalista

Algumas ferramentas permitem responder a essas perguntas. (linhas 6 e 7)

Reescrevendo-se o período acima, independentemente da alteração de sentido, assinale a alternativa em que


a regência tenha sido incorretamente empregada, segundo a norma culta.

A. Algumas ferramentas permitem aludir a essas perguntas


B. Algumas ferramentas permitem proceder a essas perguntas.
C. Algumas ferramentas permitem implicar essas perguntas.
D. Algumas ferramentas permitem fazer apologia a essas perguntas.
E. Algumas ferramentas permitem lembrar essas perguntas.

13. Ano: 2016 Banca: IDECAN Órgão: Prefeitura de Simonésia - MG Provas: IDECAN - 2016 - Prefeitura de
Simonésia - MG - Assistente de Recursos Humanos

A bomba atômica e os jogos olímpicos

No exato momento em que no dia 6 de agosto de 2016 às 20 horas se inaugurarão os Jogos Olímpicos no
Rio de Janeiro, há 71 anos, no mesmo dia 6 de agosto de 1945 e na mesma hora correspondendo às 8h15 da
manhã, será recordada, em Hiroshima no Japão, a nefasta data do lançamento da bomba atômica sobre a

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cidade. Vitimou 242.437 pessoas entre as que morreram na hora e as que posteriormente vieram a falecer em
consequência da radiação nuclear.
O imperador Hirohito reconheceu, no texto de rendição no dia 14 de agosto, que se “tratava de uma arma
que levaria à total extinção da civilização humana”. Dias após, ao aduzir, numa declaração ao povo, as razões
da rendição, a principal delas era que a bomba atômica “provocaria a morte de todo o povo japonês”. Em sua
sabedoria ancestral tinha razão.
A humanidade estremeceu. De repente deu-se conta de que, segundo o cosmólogo Carl Sagan, criamos
para nós próprios o princípio de autodestruição. Não disse outra coisa Jean-Paul Sartre: “os seres humanos
se apropriaram dos instrumentos de sua própria exterminação”. O grande historiador inglês, Arnold
Toynbee, o último a escrever 12 tomos sobre a história das civilizações, aterrado, deixou escrito em suas
memórias (Experiências 1969): “Vivi para ver o fim da história humana tornar-se uma possibilidade intra-
histórica, capaz de ser traduzida em fato, não por um ato de Deus mas do homem”. O grande naturalista
francês Thódore Monod disse enfaticamente: “somos capazes de uma conduta insensata e demente; pode-se
a partir de agora temer tudo, tudo mesmo, inclusive a aniquilação da raça humana” (E se a aventura humana
vier a falhar, 2000).
Com efeito, de pouco valeu o estarrecimento, pois continuaram a desenvolver armas nucleares mais
potentes ainda, capazes de erradicar toda a vida do planeta e pôr um fim à espécie humana.
Atualmente há nove países detentores de armas nucleares que, conjuntamente, somam mais ou menos
17.000. E sabemos que nenhuma segurança é total. Os desastres de Tree Islands nos USA, de Chernobyl na
Ucrânia e de Fukushima no Japão nos dão uma amostra convincente.
Pela primeira vez um Presidente norte-americano, Obama, visitou há dias, Hiroshima. Apenas lamentou o
fato e disse: “a morte caiu do céu e o mundo mudou... começou o nosso despertar moral”. Mas não teve a
coragem de pedir perdão ao povo japonês pelas cenas apocalípticas que lá ocorreram.
Vigora uma vasta discussão mundial sobre como avaliar tal gesto bélico. Muitos pragmaticamente
afirmam que foi a forma encontrada de levar o Japão à rendição e poupar milhares de vidas de ambos os
lados. Outros consideram o uso desta arma letal, na versão oficial japonesa, como “um ato ilegal de
hostilidade consoante as regras do direito internacional”. Outros vão mais longe e afirmam tratar-se de um
“crime de guerra” e até de “um terrorismo de Estado”.
Hoje estamos inclinados a dizer que foi um ato criminoso anti-vida, de nenhuma forma justificável, pois,
pensando em termos ecológicos, a bomba matou muito mais do que pessoas, mas todas as formas de vida
vegetal, animal e orgânica, além da destruição total dos bens culturais. Geralmente as guerras são feitas de
exércitos contra exércitos, de aviões contra aviões, de navios contra navios. Aqui não. Tratou-se de uma
“totaler Krieg” (guerra total) no estilo nazista de matar tudo o que se move, envenenar águas, poluir os ares e
dizimar as bases físico-químicas que sustentam a vida. Porque Albert Einstein tinha consciência desta
barbaridade se negou a participar no projeto da bomba atômica e a condenou, veementemente, junto com
Bertrand Russel.
Ao lado de outras ameaças letais que pesam sobre o sistema-vida e o sistema-Terra, este nuclear
continua sendo uma dos mais amedrontadores, verdadeira espada de Dâmocles colocada sobre a cabeça da
humanidade. Quem poderá conter a irracionalidade da Coréia do Norte de deslanchar um ataque nuclear
avassaladora?
Há uma proposta profundamente humanitária que nos vem de São Paulo, da Associação dos
Sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki (chamados de hibakusha, presume-se que haja uns 118 no Brasil),
animada pelo militante contra a energia nuclear Chico Whitaker que no dia 6 de agosto, no momento da
abertura dos Jogos Olímpicos, faça-se um minuto de silêncio pensando nas vítimas de Hiroshima. Mas não
só. Também voltando nossas mentes para a violência contra as mulheres, os refugiados, os negros e pobres
que são sistematicamente dizimados (só no Brasil em 2015 60 mil jovens negros), os indígenas, os
quilombolas e os sem-terra e sem-teto, em fim, todas as vítimas da voracidade de nosso sistema de
acumulação.
O prefeito de Hiroshima, nesse sentido, já encaminhou carta ao Comité Organizador dos Jogos no Rio de
Janeiro. Esperamos que ele se sensibilize e promova esse grito silencioso contra as guerras de todo tipo e
pela paz entre todos os povos.
(Leonardo Boff. Disponível em: http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2016/ 06/11/a-bomba-atomica-e-
os-jogos-olimpicos/.)
“Com efeito, de pouco valeu o estarrecimento, pois continuaram a desenvolver armas nucleares mais
potentes ainda, capazes de erradicar toda a vida do planeta e pôr um fim à espécie humana.” (4º§) Sobre o
fragmento anterior, assinale a afirmativa correta.

A. Ao substituir o trecho “espécie humana” por “planeta Terra” deve-se substituir “à” por “o”.
B. “Pôr” é gramaticalmente classificado como preposição enquanto “mais” trata-se de um advérbio.
C. Em “a desenvolver” e em “toda a vida”, o termo “a” em ambos os casos classifica-se como
preposição.
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D. “pois continuaram a desenvolver armas nucleares mais potentes ainda,” trata-se de uma explicação
do trecho “pouco valeu o estarrecimento”.
14. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Candeias - BA Prova: IBFC - 2019 - Prefeitura de
Candeias - BA - Farmacêutico

Leia com atenção o fragmento adaptado do livro “O homem e seus símbolos” de Carl Gustav Jung para
responder à questão a seguir.

O homem utiliza a palavra escrita ou falada para expressar o que deseja transmitir. Sua linguagem é cheia
de símbolos, mas ele também, muitas vezes, faz uso de sinais ou imagens não estritamente descritivos.
Alguns são simples abreviações ou uma série de iniciais como ONU, UNICEF ou UNESCO; outros são marcas
comerciais conhecidas, nomes de remédios patenteados, divisas e insígnias. Apesar de não terem nenhum
sentido intrínseco, alcançaram, pelo seu uso generalizado ou por intenção deliberada, significação
reconhecida. Não são símbolos: são sinais e servem, apenas, para indicar os objetos a que estão ligados.
O que chamamos símbolo é um termo, um nome ou mesmo uma imagem que nos pode ser familiar na
vida diária, embora possua conotações especiais além do seu significado evidente e convencional. Implica
alguma coisa vaga, desconhecida ou oculta para nós. (...) Existem (...) objetos tais como a roda e a cruz,
conhecidos no mundo inteiro, mas que possuem, sob certas condições, um significado simbólico.
O que simbolizam exatamente ainda é motivo de controversas suposições.
Assim, uma palavra ou uma imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado
manifesto e imediato. Esta palavra ou esta imagem têm um aspecto “inconsciente” mais amplo, que nunca é
precisamente definido ou de todo explicado. E nem podemos ter esperanças de defini-la ou explicá-la.
Quando a mente explora um símbolo, é conduzida a ideias que estão fora do alcance da nossa razão. A
imagem de uma roda pode levar nossos pensamentos ao conceito de um sol “divino’’ mas, neste ponto,
nossa razão vai confessar a sua incompetência: o homem é incapaz de descrever um ser “divino”. Quando,
com toda a nossa limitação intelectual, chamamos alguma coisa de “divina”, estamos dando-lhe apenas um
nome, que poderá estar baseado em uma crença, mas nunca em uma evidência concreta.
Por existirem inúmeras coisas fora do alcance da compreensão humana é que frequentemente utilizamos
termos simbólicos como representação de conceitos que não podemos definir ou compreender
integralmente. Esta é uma das razões por que todas as religiões empregam uma linguagem simbólica e se
exprimem através de imagens. Mas este uso consciente que fazemos de símbolos é apenas um aspecto de
um fato psicológico de grande importância: o homem também produz símbolos, inconsciente e
espontaneamente, na forma de sonhos.
Leia o trecho abaixo extraído do texto lido e assinale a alternativa que preenche respectivamente as lacunas,
preservando o seu sentido original e respeitando a Gramática Normativa da Língua Portuguesa.

“__________ a mente explora um símbolo, é conduzida __________estão fora do alcance da nossa razão. A
imagem de uma roda pode levar nossos pensamentos ___________ um sol ‘divino’ mas, neste ponto, nossa
razão vai a sua incompetência: o homem é incapaz de descrever um ser “divino”.
A. No momento que/ às ideias que/ à ideia de.
B. No momento a que/ as ideias que/ a idealização de.
C. No momento em que/ à ideias que/ à uma ideia de.
D. O momento em que/ a ideias de que/ às idealizações.
15. Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: SEDUC-MT Prova: IBFC - 2017 - SEDUC-MT - Professor de Educação
Básica - Língua Portuguesa

Nas línguas, a regência verbal ocorre quando o termo regente é um verbo (Cereja & Cochar, 2009).
Entretanto, há verbos que admitem mais de uma regência. Considerando-se a variedade padrão da língua,
assinale a alternativa CORRETA.

A. Os atletas aspiravam o ar da montanha (VTD/OD) // O vereador recém eleito aspirava a um alto cargo
(VTI/OI)
B. Perdoei os inimigos. (VTD/OD) // Perdoei à dívida. (VTI/ OI)
C. Visou ao alvo e atirou (VTI/OI) // Aquele homem sem escrúpulos só visava uma posição de destaque.
(VTD/ OD)
D. Felipe desobedeceu seu superior. (VTD/OD) // O rapaz desobedeceu às leis de trânsito. (VTI/OI)
E. A mãe agradava ao flho choroso. (VTI/OI) // Suas palavras agradaram o público. (VTD/OD)

GABARITO
01 E
02 B
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03 E
04 D
05 CERTO
06 ERRADO
07 B
08 D
09 B
10 D
11 B
12 D
13 D
14 A
15 A

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CRASE

Crase é a fusão de duas vogais da mesma natureza. Assinalamos com um acento grave ( ` ) a crase do a com
outro a.

Exemplo:

No exemplo acima, não houve a fusão porque se encontraram duas vogais diferentes a + o = ao.
Se, no entanto, no lugar do substantivo masculino, colocarmos um substantivo feminino, haverá o encontro de duas
vogais iguais (preposição a + artigo a) e ocorrerá a fusão delas.

Observe o seguinte exemplo:

Acentua-se também o a que inicia locuções com palavra feminina.

Exemplo:
carro à gasolina.
A crase pode ser fusão:
• da preposição a + o artigo feminino a / as: Eu fui à praia.
• da preposição a + o pronome demonstrativo a / as (= aquela / aquelas): Sua blusa é igual à minha.
• da preposição a + a vogal a inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:
Os alunos não se referiram àqueles exercícios.
• da preposição a + a do pronome relativo a qual: a cidade à qual me refiro fica perto de Porto Seguro.

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CRASE DA PREPOSIÇÃO A + O ARTIGO FEMININO A / AS


Regra Geral
Ocorrerá crase da preposição mais artigo:
a) se o termo regente (a palavra da esquerda) exigir a preposição a;
b) se o termo regido (a palavra da direita) aceitar o artigo feminino a (as).

Exemplo:

Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte método prático:
• Troque a palavra feminina por uma masculina e observe o que ocorre. Se antes da masculina, aparecer
ao(s), coloque o sinal de crase. Se antes da masculina, aparecer apenas a(s) ou o(s), não coloque o sinal de
crase.

Exemplos:
Pedro e Maria irão à escola hoje. (Pedro e Maria não irão ao show hoje.)
Leonardo fez elogios a algumas mulheres. (Leonardo fez elogios a alguns homens.)

NUNCA ocorre crase antes de palavras que não aceitam o artigo a:


a) antes de masculino.

Exemplo:
Andei a cavalo.
b) antes de verbo.

Exemplo:
Estou apto a começar.
c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona.

Exemplo:
Dirigiu-se à senhora Hilda com carinho.
d) antes de pronomes em geral.

Exemplo:
Não me referia a ela. Falava a qualquer pessoa.

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Se o pronome aceitar o artigo, ocorrerá a crase: Fiz alusão à mesma matéria.

e) nas expressões formadas de palavras repetidas.

Exemplo:
Estamos frente a frente.
f) antes dos nomes de cidade.

Exemplo:
Fiz uma viagem a Roma.

Se o nome da cidade vier determinado, ocorrerá a crase: Fiz uma viagem à Roma
antiga.

g) quando um a (sem o s de plural) preceder um nome plural.

Exemplo:
Não vou a festas de desconhecidos.

Havendo o s de plural, é sinal de que ocorreu o artigo e haverá crase: Não


vou às festas de desconhecidos.

h) antes de pronome indefinido, nas locuções adverbiais.

Exemplo:
Correr a toda a velocidade.

SEMPRE ocorre crase:


a) na indicação do número de horas.

Exemplo:
Cheguei às três horas.
b) na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta.

Exemplo:
Usam sapatos à (moda de) Elvis Presley.
c) nas expressões adverbiais femininas.

Exemplos:
Cheguei à noite (tempo).
Fiquei à vontade (modo).
Ficou à esquerda (lugar).

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d) nas locuções conjuntivas (à medida que, à proporção que) e prepositivas (à procura de, à beira de etc.)
constituídas de palavras femininas.

Exemplos:
Estou à procura de amor e tranquilidade.
À medida que estudo, aprendo mais.

Casos Facultativos
Antes de pronome possessivo, é facultativo o uso do artigo. Portanto, é facultativo também o uso do acento grave.

Exemplos:
Não escrevi a (à) tua irmã.
Refiro-me a (ou à) minha mãe.

Acentuamos o a antes de nomes próprios de pessoas femininas quando se trata de pessoas íntimas.

Exemplo:
Refiro-me à Juliana (amiga, namorada, esposa, irmã etc.)
Se, porém, não se mantém um relacionamento de intimidade com Juliana, deve-se escrever:

Exemplo:
Refiro-me a Juliana. (alguém que se chama Juliana)

Se a preposição até vier seguida de um nome feminino que aceite o artigo a, poderá ou não ocorrer a crase. Isto
porque essa preposição pode ser empregada sozinha (até) ou em locução com a preposição a (até a):

Exemplos:
Cheguei até a muralha
Cheguei até à muralha.

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CASOS ESPECIAIS

Crase antes de casa


A palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, não aceita o artigo, portanto não ocorre a crase.
Por outro lado, caso esteja especificada, aceita o artigo e ocorre a crase.

Exemplos:
Eles voltaram a casa cedo e exaustos.
Voltei à casa de meus avós.

Crase antes de terra


A palavra terra, no sentido de chão firme, tomada em oposição à expressão "a bordo", não aceita o artigo e não
ocorre a crase. Se vier determinada, aceita o artigo e ocorre a crase.

Exemplos:
Os marinheiros já voltaram a terra.
Eles foram à terra dos seus antepassados.

Crase antes de distância


A única locução adverbial que não traz acento grave no a é a distância:

Exemplo:
Os pais observavam os filhos a distância.
Se, porém, a distância vier determinada, ocorre a crase:

Exemplo:
Os pais observavam os filhos à distância de dez metros.

Crase antes dos pronomes relativos


Antes dos pronomes relativos quem e cuja não ocorre crase:

Exemplos:
Achei a pessoa a quem procuravas. (o pronome relativo quem quando retoma ‘pessoa’ vem sempre
precedido da preposição ‘a’).
Compreendo a situação a cuja gravidade você se referiu.

Antes dos relativos qual ou quais ocorrerá crase, se o masculino correspondente for ao qual, aos quais:
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Exemplos:
Esta é a festa à qual me referi. (Este é o filme ao qual me referi.)
Estas são as festas à quais me referi. (Estes são os filmes aos quais me referi.)

Crase antes dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo

Sempre que o termo regente exigir a preposição a e vier seguido dos pronomes demonstrativos aquele, aquela,
aqueles, aquelas e aquilo haverá crase da preposição a com o a inicial desses pronomes:

Exemplos:
Falei àquele amigo.
Aspiro a isto e àquilo.
Dirijo-me àquela moça linda.
Fez referência àquelas obras literárias.

Crase da preposição a com o pronome demonstrativo a / as (= aquela)


A crase da preposição a com o pronome demonstrativo a ocorre sempre antes do pronome relativo que (à que) ou da
preposição de (à de).
Para empregar corretamente o acento de crase nesses casos convém seguir este artifício:
Se antes do que (ou de), aparecer ao(s), ocorre crase. Se antes do que (ou de) aparecer apenas o(s), não ocorre
crase.

Exemplos:
Houve um palpite anterior ao que você deu. Houve uma sugestão anterior à que você deu.
Comprarei esta calça, não a que você escolheu. (Comprarei este terno, não o que você escolheu.)

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EXERCÍCIOS - PONTUAÇÃO
01. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: FCC - 2019 - SABESP - Estagiário - Ensino Superior

1. A World Wide Web, ou www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da
internet. A ideia foi do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos. Naquela época, a internet já
operava havia duas décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente
para troca de informações entre pesquisadores da área acadêmica.
2. “A www transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, afirma Fabio Kon,
professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo. “A rede trouxe muitas
coisas boas e já não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela proporciona. Mas, por outro lado,
ela amplifica alguns fenômenos negativos e indesejados que já existiam na sociedade.”
3. Nas comemorações dos 30 anos da web, Berners-Lee expressou preocupação com o rumo que vem
tomando a internet. Em carta aberta, listou três áreas que, para ele, prejudicam a web: intenções maliciosas;
projetos duvidosos, entre eles modelos de negócios que recompensam cliques; e consequências negativas
não intencionais da rede, com destaque para discussões agressivas e polarizadas.
4. “Precisamos de um novo contrato para a web”, declarou Berners-Lee em uma conferência sobre
tecnologia da internet. “Algumas questões de regulamentação têm que envolver governos. Outras
claramente incluem as empresas. Se você for provedor de acesso, precisa se comprometer a entregar
neutralidade de rede. Se for uma companhia de rede social, precisa garantir que as pessoas tenham controle
sobre seus dados.”
5. “Desde sua origem, a internet se propôs a ser plural e de acesso amplo”, ressalta a advogada Cíntia
Rosa Pereira de Lima, líder do grupo de pesquisa Observatório do Marco Civil da Internet no Brasil.
6. A pesquisadora assinala também alguns problemas decorrentes das mudanças geradas pela internet.
“Percebo que, com a proliferação das redes sociais, as pessoas passaram a se preocupar mais com a
quantidade de relacionamentos, desconsiderando a qualidade deles”.
7. Um dos pioneiros da internet no país, o engenheiro Demi Getschko admite que a rede enfrenta
problemas, mas defende que o que vemos nela, conforme já expresso pelo matemático Vint Cerf, um de seus
fundadores, é a representação daquilo que existe no mundo real. “A maioria das pessoas envolvidas com ela
é bem-intencionada, mas existe uma ânsia de participar, de falar sem pensar, que com o tempo, esperamos,
vai assentar. Tenho dúvidas sobre a eficiência de normatizações para corrigir os excessos na rede. Como ela
não tem fronteiras, qualquer legislação local tende a falhar.”
(Adaptado de: VASCONCELOS, Yuri. Disponível em: revistapesquisa.fapesp.br)
A pontuação se mantém correta no seguinte segmento adaptado do texto:

A. Um dos pioneiros, da internet no país admite que, a rede mundial de computadores enfrenta
problemas.
B. Naquela época, a internet já operava, havia duas décadas mas, de forma bem diferente.
C. Existe uma ânsia, de participar do processo, de falar, sem pensar que, com o tempo esperamos: vai
assentar.
D. Algumas questões de regulamentação, envolvem governos; outras claramente, incluem as empresas.
E. A rede trouxe muitas coisas boas, e já não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela
proporciona.

02. Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Assistente Legislativo - Assistente
Administrativo
Novas formas de vida?
Uma forma radical de mudar as leis da vida é produzir seres completamente inorgânicos. Os exemplos
mais óbvios são programas de computador e vírus de computador que podem sofrer evolução independente.
O campo da programação genética é hoje um dos mais interessantes no mundo da ciência da
computação. Esta tenta emular os métodos da evolução genética. Muitos programadores sonham em criar
um programa capaz de aprender e evoluir de maneira totalmente independente de seu criador. Nesse caso, o
programador seria um primum mobile, um primeiro motor, mas sua criação estaria livre para evoluir em
direções que nem seu criador nem qualquer outro humano jamais poderiam ter imaginado.
Um protótipo de tal programa já existe – chama-se vírus de computador. Conforme se espalha pela
internet, o vírus se replica milhões e milhões de vezes, o tempo todo sendo perseguido por programas de
antivírus predatórios e competindo com outros vírus por um lugar no ciberespaço. Um dia, quando o vírus se
replica, um erro ocorre – uma mutação computadorizada. Talvez a mutação ocorra porque o engenheiro
humano programou o vírus para, ocasionalmente, cometer erros aleatórios de replicação. Talvez a mutação
se deva a um erro aleatório. Se, por acidente, o vírus modificado for melhor para escapar de programas
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antivírus sem perder sua capacidade de invadir outros computadores, vai se espalhar pelo ciberespaço. Com
o passar do tempo, o ciberespaço estará cheio de novos vírus que ninguém produziu e que passam por uma
evolução inorgânica.
Essas são criaturas vivas? Depende do que entendemos por “criaturas vivas”. Mas elas certamente foram
criadas a partir de um novo processo evolutivo, completamente independente das leis e limitações da
evolução orgânica.
(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens, Uma breve história da humanidade.Trad. Janaína Marcoantonio.
Porto Alegre: L&PM, 38. ed,, 2018, p. 419-420).
A pontuação está inteiramente adequada no seguinte enunciado:
A. Vista como forma radical, de evolução inorgânica, a propagação de vírus, é um fato da computação.
B. Ao falar do conceito de vida, o autor do texto, previne que seria preciso alargá-lo, tendo em vista: o
que a ciência tem evoluído.
C. Pergunta-se se seria possível chamar também de vida, essas novas formas mutantes, de vírus de
computador?
D. O autor do texto inteira-nos, do desenvolvimento de certos vírus, que constituem um processo que se
dá, inteiramente à margem do nosso controle.
E. Não deixa de ser assustadora a possibilidade de que nós, criaturas orgânicas, sejamos capazes de, a
certa altura, concorrermos para uma evolução inorgânica.

03. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Provas: FGV - 2019 - MPE-RJ - Oficial do Ministério Público
Texto 5

“No Paquistão, quando sou proibida de ir à escola, compreendo o quão importante é a educação. A educação
é o poder das mulheres. (....) Nós percebemos a importância de nossa voz quando somos silenciados”. É
assim que a pequena notável enxerga o horizonte e – por meio das novas tecnologias – pôde fazer ecoar sua
voz.
Educação é um ato político, e se é na sociedade (seja física ou digital) o nascedouro de faíscas de
perspectivas para um mundo mais igualitário, a escola deve ser o seu maior berçário.

Empoderamento educacional, Ivan Aguirra


O sinal gráfico do texto 5 que mostra seu sentido de forma correta é:

A. as aspas indicam que o trecho selecionado é de grande importância para o texto;


B. os parênteses com pontos em seu interior indicam que algo foi censurado no texto original;
C. os parênteses com palavras em seu interior indicam a presença de uma informação esquecida
anteriormente;
D. as letras maiúsculas no início de Paquistão e Educação foram empregadas pelo mesmo motivo;
E. os pequenos travessões que destacam por meio das novas tecnologias inserem uma nova
informação no texto.
04. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de
Campinas - SP - Engenheiro Civil
O impacto da Mônica
Depois de Bidu e Franjinha, o leque de personagens de Mauricio de Sousa cresceu, com Horácio, Piteco,
Titi e Jeremias. Em 1960, nascia o Cebolinha, inspirado em um galotinho da infância de Mauricio, em Mogi
das Cruzes, que também trocava as letras.
O primeiro problema? Seus personagens eram todos homens – à exceção de Maria Cebolinha, que era
apenas um bebê. Pegou mal. Um de seus colegas na Folha chegou a dizer: “Você parece misógino...”.
Mauricio foi procurar no dicionário o que a palavra significava. Não gostou do que leu.
E encontrou solução dentro de casa: Mônica, uma de suas filhas. Nos quadrinhos, a menina se tornaria a
nêmesis baixinha, gorducha e dentuça do Cebolinha. E ela chegou se impondo: “A Mônica é uma menina
que, já naquela época, nasceu empoderada. Nos anos 1960, as mulheres queriam alguém que as
representasse, que comandasse e reagisse. A Mônica virou a dona da rua a pedido dos próprios leitores.” É

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o que diz a própria... Mônica. A de carne e osso. Mônica Spada e Sousa é, hoje, diretora executiva da
Mauricio de Sousa Produções.
Com a Mônica, as tirinhas viraram gibi para valer. A primeira revista da baixinha surgiu em 1970. Com uma
tiragem de 200 mil exemplares, era o maior número de impressões para um personagem nacional.
(Ingrid Luísa, “O plano realmente infalível de Mauricio de Sousa”. Superinteressante, junho de 2019)
Assinale a alternativa em que se emprega a vírgula para separar uma informação explicativa.
A. Com uma tiragem de 200 mil exemplares, era o maior número de impressões para um personagem
nacional.
B. ... inspirado em um galotinho da infância de Mauricio, em Mogi das Cruzes, que também trocava as
letras.
C. Seus personagens eram todos homens – à exceção de Maria Cebolinha, que era apenas um bebê.
D. Nos anos 1960, as mulheres queriam alguém que as representasse, que comandasse e reagisse.
E. Nos quadrinhos, a menina se tornaria a nêmesis baixinha, gorducha e dentuça do Cebolinha.
05. (ESPM-SP) Assinale a alternativa cuja pontuação esteja correta:
a) Mas, o fim da prisão dos consumidores com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco
sobre problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas e a
corrupção dos agentes do Estado.
b) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados repercutiu pouco
sobre problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais; a violência, o contrabando de armas e a
corrupção dos agentes do Estado.
c) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco
sobre problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais; a violência, o contrabando de armas e a
corrupção, dos agentes do Estado.
d) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco
sobre problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas e a
corrupção dos agentes do Estado.
e) Mas o fim da prisão dos consumidores com programas de tratamento para viciados repercutiu pouco,
sobre problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas, e a
corrupção dos agentes do Estado.
06. (Unisinos-RS) Ocorre pontuação inaceitável em:
a) Doutor, ainda que mal pergunte, que negócio é esse?
b) Se queres distrair-te, ouve cantores italianos.
c) Bento era entre todos os empregados, o mais fiel.
d) Perdoo-te; espero, porém, que não reincidas no erro.
e) Não creias naqueles que não acreditam em ninguém.
07. (UFRJ) Marco Túlio Cícero, tão famoso quanto Demóstenes na área da retórica, sempre dizia: Prefiro a
virtude do medíocre ao talento do velhaco. Nesse período está faltando um sinal de pontuação:
a) vírgula
b) ponto e vírgula
c) ponto de exclamação
d) aspas
e) reticência
08. Pref. de Guarulhos-SP/FGV-SP) Assinale a alternativa em que a frase deve ter duas vírgulas.
a) A pessoa que sonha realiza.
b) Sempre lutei com dignidade ele me disse.
c) João no mercado continuava procurando emprego.
d) Todos sabem que ela voltou.
09. A frase “Lucila, esteve aqui.ontem à noite.” apresenta um erro de pontuação porque:
a) Não se separa sujeito e predicado por vírgula.
b) É necessário separa o adjunto adverbial de lugar do restante da oração.
c) O verbo, em muitas situações, deve aparecer entre vírgulas.
d) É necessário, para que a frase fique clara, que o termo “à noite” venha separado por vírgulas.
e) nda.

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10. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: MPE-CE Provas: CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial -
Administração

Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item seguinte.

É facultativo o emprego da vírgula presente na afirmação atribuída a Voltaire, no primeiro período do texto.
( ) Certo ( ) Errado

11. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: MPE-CE Provas: CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial -
Administração

Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o próximo item.

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No trecho “quase uma em cada dez pessoas no mundo” (l.5), a inserção de uma vírgula logo após “pessoas”
prejudicaria a correção gramatical do texto.

( ) Certo ( ) Errado

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12. Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: CESGRANRIO - 2018 - LIQUIGÁS - Conferente I
Texto I

CARNEIRO, Flávio. In: 22 Contistas em Campo. Rio de Janeiro:


Ediouro, 2006, p. 69. Adaptado.

Considere-se o emprego da primeira vírgula do Texto I, no trecho transcrito abaixo.


“Naquele momento, quem o visse de perto perceberia o suor escorrendo frio por seu rosto” (l. 2-3)
A vírgula é empregada pelo mesmo motivo em:

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A. A falta não foi dentro da área, mas o juiz deu pênalti.


B. O atacante passou pelo zagueiro, passou pelo goleiro e fez o gol.
C. Lúcio, atrase a bola para o goleiro!
D. O juiz verificou as balizas, a bola, as marcações do campo e deu início à partida.
E. No campo de jogo, Lúcio se sentia livre.

13. Ano: 2010 Banca: FUNCAB Órgão: SESAP-RN Prova: FUNCAB - 2010 - SESAP-RN - Técnico de
Enfermagem - Prova X
Seguem, abaixo, frases de filósofos e de poetas de diferentes épocas que fazem reflexão sobre o tema
SAÚDE. Leia-as para responder à questão que se segue.

1. “Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da
doença; em caso contrário, abstém-te de o ajudar.” ( Sócrates)
2. “Esta é a mais dolorosa de todas as doenças humanas: dispor de todo o conhecimento e ainda não ter
nenhum poder de ação.” (Heródoto)
3. “Para a saúde da mente e do corpo, os homens deveriam enxergar com seus próprios olhos, falar sem
megafone, caminhar com seus próprios pés em vez de andar sobre rodas, trabalhar e lutar com seus
próprios braços, sem artefatos ou máquinas.” (John Ruskin)
4. “Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde,
por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por nem viver no
presente e no passado. vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.”
(Buda)
Na frase 3, o termo “Para a saúde da mente e do corpo,(...) “vem marcado por vírgula. A opção que justifica
corretamente o emprego da vírgula, nessa situação linguística é:

A. introduz um aposto explicativo.


B. separa termos sintaticamente equivalentes.
C. apresenta uma oração subordinada intercalada.
D. representa uma enumeração.
E. marca um adjunto adverbial deslocado.

14. Ano: 2019 Banca: FUNRIO Órgão: Prefeitura de Porto de Moz - PA Prova: FUNRIO - 2019 - Prefeitura de
Porto de Moz - PA - Agente Administrativo

Acerca da pontuação do Texto, é correto afirmar que a vírgula utilizada na linha 4 foi empregada pelo autor
para:

A. Indicar uma pausa mais extensa, mais profunda, mais enfática.


B. Isolar a oração subordinada adjetiva explicativa.
C. Isolar termos conhecidos como estrangeirismos.
D. Indicar a mudança de interlocutor nos discursos narrativos.
E. Isolar uma conjunção adversativa.

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15. Ano: 2019 Banca: FUNRIO Órgão: Prefeitura de Porto de Moz - PA Provas: FUNRIO - 2019 - Prefeitura de
Porto de Moz - PA - Psicólogo

(Fonte adaptada https://g1 globo. com>acesso em 21 de março de 2019)

Analise as afirmativas abaixo quanto ao emprego da vírgula.


I- As vírgulas utilizadas nas linhas 2 e 3 foram empregadas para isolar o aposto, ou qualquer elemento de
valor meramente explicativo; II- A vírgula utilizada na linha 10 foi empregada para isolar o vocativo; III- As
vírgulas que isolam a expressão "de 76 anos" (linha 14) foram empregadas para isolar um adjunto adverbial.
Dos itens acima:

A. Apenas o item I está correto.


B. Apenas o item II está correto.
C. Apenas os itens I e III estão corretos.
D. Apenas os itens II e III estão corretos.
E. Todos os itens estão corretos

GABARITO
01 E
02 E
03 E
04 C
05 D
06 C
07 D
08 C
09 A
10 ERRADO
11 CERTO
12 E
13 E
14 E
15 A

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PONTUAÇÃO

Na língua escrita, pausas e entoações são representadas pelos sinais de pontuação.


Os sinais de pontuação podem ser separados em dois grupos:

1. aqueles que marcaram pausas:


i) vírgula (,)
ii) ponto e vírgula (;)
iii) ponto (.)

2. aqueles que marcam a melodia, a entonação:


i) dois pontos (:)
ii) ponto de interrogação (?)
iii) ponto de exclamação (!)
iv) reticências (...)
v) aspas (" ")
vi) parênteses (( ))
vii) colchetes ([ ])
viii) travessão ( - )

SINAIS QUE MARCAM AS PAUSAS


VÍRGULA
A vírgula marca uma pequena pausa na leitura. A vírgula pode ser empregada para separar termos de uma oração
ou para separar orações de um período.
Quando os termos de uma oração se dispõem na ordem nominal - sujeito, verbo, complemento do verbo, adjuntos
adverbiais - ocorre ordem direta.

Exemplo:

Quando a oração se dispõe em ordem direta, seus termos imediatos não são separados por vírgula. Logo, não se
usa vírgula entre o sujeito e o predicado, entre o verbo e seu complemento, e entre o nome e seu complemento ou
adjunto.
Todavia, quando há uma alteração na sequência dos termos, ocorre ordem indireta.

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REGRAS QUANTO AO USO DE VÍRGULA


1. Usa-se vírgula no interior da oração para marcar intercalações. Os termos que quebram a sequência natural da
frase devem vir isolados por vírgulas.
Separam-se:
a) o aposto intercalado.

Exemplo:
Eliane, esposa amada, faz bem a mim.

b) expressões explicativas.

Exemplo:
Ana Paula disse tudo, ou seja, o que sabia.

c) conjunções coordenativas deslocadas de seu local normal.

Exemplo:
Todos trabalhavam; Cubas, porém, estava muito doente.

d) adjuntos adverbiais intercalados: o posicionamento mais comum do adjunto adverbial é no fim da frase.
Quando o adjunto adverbial é deslocado para o início ou para o interior da oração, ele passa a ser separado por
vírgulas. (Para alguns gramáticos, o adjunto adverbial deslocado de pequena extensão a vírgula é facultativa e de
grande extensão, é obrigatória).

Exemplo:
A família, naquele dia, comprou uma casa.

Contudo, se o adjunto adverbial intercalado for um simples advérbio, não se usa vírgula.

Exemplo:
Ele sempre acorda cedo.

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2. Usa-se a vírgula quando um termo é deslocado de seu lugar original na frase.


Separam-se:
a) o adjunto adverbial anteposto.

Exemplo:
Naquela tarde, a aula estava muito legal com poucos alunos..

Contudo, se o adjunto adverbial anteposto for um simples advérbio, a vírgula é dispensável.

Exemplo:
Hoje estamos passando por grandes dificuldades.

b) o complemento pleonástico antecipado.

Exemplo:
Esta guloseima, já a comi em alguma ocasião.

c) o nome do lugar na indicação de datas.

Exemplo:
São Paulo, 14 de abril de 1985

3. A vírgula é empregada para marcar a omissão de uma palavra.

Exemplo:
Virgínia prefere pizza e eu, churrasco.

4. A vírgula é usada para isolar o vocativo.

Exemplo:
Meninos, venham tomar café!

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5. A vírgula é usada para separar termos coordenados assindéticos.

Exemplo:
Aquele professor nos transmitia esperança, confiança, paz.

Contudo, se os termos coordenados estiverem ligados pelas conjunções e, ou, nem, não se usa a vírgula.

Exemplo:
Aquele professor nos transmitia esperança, confiança e (ou) paz.

NÃO SE EMPREGA VÍRGULA

1.Entre o sujeito e o seu verbo quando juntos, ainda que um preceda ao outro.

Exemplo:

A indignação de muito estudantes não transpõe o âmbito das conversas privadas.

2. Entre o verbo e o(s) seu(s) complemento(s) quando juntos, ainda que um preceda ao outro.

Exemplo:

Deverão ser entregues ao auditor todas as cópias devidamente autenticadas.

3. Entre o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e o seu complemento quando estão juntos.

Exemplo:

Não havia mais dúvidas de que a vida dele era uma questão de dias.

4. Entre o nome (substantivo) e o seu adjunto adnominal.

Exemplo:

A casa e todos os bens de nossos avós foram doados para abrigos de idosos.

5. Entre o nome e a oração subordinada adjetiva restritiva.

Exemplo:

O homem que fuma aumenta a probabilidade de desenvolver câncer de pulmão.

ATENÇÃO!

Quando a oração adjetiva restritiva é de certa extensão, é lícito empregar a vírgula ao final dela.
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Exemplo:

“As famílias que se estabeleceram naquelas encostas meridionais das longas serranias chamadas
pelos antigos Montes Marianos, conservaram por mais tempo os hábitos erradios dos povos pastores.” (M. Said Ali
– Gramática Secundária da Língua Portuguesa)

6. Entre oração principal e a oração subordinada substantiva, salvo a oração subordinada substantiva apositiva.

Exemplo:

O deputado disse que o Brasil certamente passará por uma crise financeira em breve.

Observação importante:

Se a oração subordinada substantiva vier anteposta à oração principal, a vírgula é obrigatória.

Exemplo:

Quando ocorrerá o evento, não se disse.

PONTO E VÍRGULA
1. Indica uma pausa maior que a vírgula e menor que a do ponto.

Exemplo:
“Depois Iracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta
farpada.” (José de Alencar)

2. Separa partes de um período das quais uma pelo menos contenha vírgula.

Exemplo:
Edson comprou um carro; Lúcia, casas.

3. Separa itens de enunciados enumerativos.

Exemplo:
Solicitamos o material abaixo relacionado:
- caderno 200 folhas;
- caneta preta;
- lápis;
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- borracha;
- papel sulfite.

4. Separa orações coordenadas assindéticas em que já foram usadas vírgulas.

Exemplo:
Os policiais, naquela noite, surpreenderam os culpados; o delegado, tranquilamente, assistia a tudo na TV.

Exemplo:
Primeiro, tentei me convencer de que não eram verdadeiras as acusações, a boataria e as fofocas; depois,
acreditei em tudo e esqueci que aquilo que sentia valia mais do que me diziam os supostos amigos; por
último, a solidão.

PONTO
1. Assinala o fim de um período.

Exemplo:
Ele partiu. Vanderlei saiu de casa tarde, voltou somente por volta de três horas da manhã.

2. Depois de certas abreviaturas.

Exemplos:
Art. 5º
Sr.

SINAIS QUE MARCAM MELODIA, ENTONAÇÃO DOIS PONTOS


Emprega-se para enunciar:
1. Citações.

Exemplos:
O documento preconiza: "O Estado tem que ser árbitro".

Diz o mandamento: "Não matarás".

2. Enumeração explicativa.
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Exemplo:
A nova legislação foi elaborada com dois objetivos básicos: racionalizar a remuneração e facilitar a
renovação de quadros.

3. Esclarecimento, síntese, consequência.

Exemplos:
Mas há uma outra estratégia: a antecipação de programas a serem lançados pelo governo.

Nossos objetivos eram dois: eliminar os gastos e aumentar a receita.

PONTO DE INTERROGAÇÃO
1. Em interrogação direta.

Exemplo:
Quem saiu?

2. Seguidos de reticências, indica dúvida.

Exemplo:
Será que ela conseguirá?...

PONTO DE EXCLAMAÇÃO
1. Quando há entonação exclamativa.

Exemplo:
Todo o mistério ver aberto ao meu olhar!.” (Olavo Bilac)

2. Combinado.

Exemplo:
Você!? Você!! Você!!!

RETICÊNCIAS
Indicam interrupção de pensamento.

Exemplo:
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“No seu tempo, dizia o cônego, o pároco era um rapaz franzino, acanhado, cheio de espinhas carnais...” (Eça
Queiroz)

Às vezes as reticências aparecem combinadas com o ponto de exclamação ou com o ponto de interrogação.

Exemplo:

És filho de teu pai!... Não importa.” (A. Herculano)

ASPAS
1. Isolam citações.

Exemplo:
"Domingo iremos ao estádio", disse Pedro Paulo.

2. Isolam palavras ou expressões estrangeiras, gírias, títulos de obras.

Exemplos:
O "show" será sexta-feira.
Amanhã "vou estourar a boca do balão" na balada.
O "Jornal do Brasil" noticia fatos relevantes.

3. Para realçar ou ironizar:

Exemplos:
Um desses “oficiais” defensores da legalidade era o Capitão Virgulino Ferreira, o Lampião. (Raquel de
Queiroz)
Você está "simplesmente linda".

Observação:

Quando se isola algo dentro de um texto já com aspas duplas ("), usamos as aspas simples (')

"...o surgimento da chamada 'arte pop' causou interesse..."

PARÊNTESES
Servem para isolar passagens que fogem da sequência lógica do enunciado. Desta forma são usados para:
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1. Circunscrever uma reflexão.

Exemplo:
"Creio que seria capaz (talvez seja presunção) de aguentar com relativa indiferença uma hecatombe." (Paulo
Mendes Campos)

2. Inserir um comentário paralelo.

Exemplo:
"O trabalho de lê-las (a caligrafia do amigo é impenetrável), resumi-las..." (Cyro dos Anjos)

3. Encaixar uma definição ou explicação.

Exemplo:
"O governo de Londres congelou os bens públicos e privados da Argentina na Grã-Bretanha (no valor de 1
bilhão e quinhentos milhões de dólares) e enviou para as Ilhas Falkland (Malvinas para os argentinos)... "
(Jornal do Brasil)

COLCHETES
Empregam-se para isolar construções que já contêm parênteses.

Exemplo:
A quantia [R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais)] era demasiadamente alta para ele.

TRAVESSÃO
1. Indica mudança de interlocutor:

Exemplos:
- Quem virá aqui hoje?
- Ninguém, filha, passarei o dia sozinho.

2. Substitui parênteses, dois pontos e vírgula:

Exemplos:
Além disso - concorda comigo o Senador - não podemos.
Os dirigentes de VAN - afirma o jornal - devem ser...

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EXERCÍCIOS - PONTUAÇÃO
01. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: FCC - 2019 - SABESP - Estagiário - Ensino Superior

1. A World Wide Web, ou www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da internet. A
ideia foi do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos. Naquela época, a internet já operava havia duas
décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente para troca de informações
entre pesquisadores da área acadêmica.

2. “A www transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, afirma Fabio Kon, professor do
Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo. “A rede trouxe muitas coisas boas e já não
conseguimos mais viver sem as comodidades que ela proporciona. Mas, por outro lado, ela amplifica alguns fenômenos
negativos e indesejados que já existiam na sociedade.”

3. Nas comemorações dos 30 anos da web, Berners-Lee expressou preocupação com o rumo que vem tomando a
internet. Em carta aberta, listou três áreas que, para ele, prejudicam a web: intenções maliciosas; projetos duvidosos,
entre eles modelos de negócios que recompensam cliques; e consequências negativas não intencionais da rede, com
destaque para discussões agressivas e polarizadas.

4. “Precisamos de um novo contrato para a web”, declarou Berners-Lee em uma conferência sobre tecnologia da
internet. “Algumas questões de regulamentação têm que envolver governos. Outras claramente incluem as empresas.
Se você for provedor de acesso, precisa se comprometer a entregar neutralidade de rede. Se for uma companhia de
rede social, precisa garantir que as pessoas tenham controle sobre seus dados.”

5. “Desde sua origem, a internet se propôs a ser plural e de acesso amplo”, ressalta a advogada Cíntia Rosa Pereira
de Lima, líder do grupo de pesquisa Observatório do Marco Civil da Internet no Brasil.

6. A pesquisadora assinala também alguns problemas decorrentes das mudanças geradas pela internet. “Percebo
que, com a proliferação das redes sociais, as pessoas passaram a se preocupar mais com a quantidade de
relacionamentos, desconsiderando a qualidade deles”.

7. Um dos pioneiros da internet no país, o engenheiro Demi Getschko admite que a rede enfrenta problemas, mas
defende que o que vemos nela, conforme já expresso pelo matemático Vint Cerf, um de seus fundadores, é a
representação daquilo que existe no mundo real. “A maioria das pessoas envolvidas com ela é bem-intencionada, mas
existe uma ânsia de participar, de falar sem pensar, que com o tempo, esperamos, vai assentar. Tenho dúvidas sobre
a eficiência de normatizações para corrigir os excessos na rede. Como ela não tem fronteiras, qualquer legislação local
tende a falhar.”

(Adaptado de: VASCONCELOS, Yuri. Disponível em: revistapesquisa.fapesp.br)

A pontuação se mantém correta no seguinte segmento adaptado do texto:

A. Um dos pioneiros, da internet no país admite que, a rede mundial de computadores enfrenta problemas.
B. Naquela época, a internet já operava, havia duas décadas mas, de forma bem diferente.
C. Existe uma ânsia, de participar do processo, de falar, sem pensar que, com o tempo esperamos: vai
assentar.
D. Algumas questões de regulamentação, envolvem governos; outras claramente, incluem as empresas.
E. A rede trouxe muitas coisas boas, e já não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela
proporciona.

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02. Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Assistente Legislativo - Assistente
Administrativo

Novas formas de vida?

Uma forma radical de mudar as leis da vida é produzir seres completamente inorgânicos. Os exemplos mais óbvios
são programas de computador e vírus de computador que podem sofrer evolução independente.

O campo da programação genética é hoje um dos mais interessantes no mundo da ciência da computação. Esta
tenta emular os métodos da evolução genética. Muitos programadores sonham em criar um programa capaz de
aprender e evoluir de maneira totalmente independente de seu criador. Nesse caso, o programador seria um primum
mobile, um primeiro motor, mas sua criação estaria livre para evoluir em direções que nem seu criador nem qualquer
outro humano jamais poderiam ter imaginado.

Um protótipo de tal programa já existe – chama-se vírus de computador. Conforme se espalha pela internet, o vírus
se replica milhões e milhões de vezes, o tempo todo sendo perseguido por programas de antivírus predatórios e
competindo com outros vírus por um lugar no ciberespaço. Um dia, quando o vírus se replica, um erro ocorre – uma
mutação computadorizada. Talvez a mutação ocorra porque o engenheiro humano programou o vírus para,
ocasionalmente, cometer erros aleatórios de replicação. Talvez a mutação se deva a um erro aleatório. Se, por
acidente, o vírus modificado for melhor para escapar de programas antivírus sem perder sua capacidade de invadir
outros computadores, vai se espalhar pelo ciberespaço. Com o passar do tempo, o ciberespaço estará cheio de novos
vírus que ninguém produziu e que passam por uma evolução inorgânica.

Essas são criaturas vivas? Depende do que entendemos por “criaturas vivas”. Mas elas certamente foram criadas
a partir de um novo processo evolutivo, completamente independente das leis e limitações da evolução orgânica.

(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens, Uma breve história da humanidade.Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 38. ed,, 2018,
p. 419-420).

A pontuação está inteiramente adequada no seguinte enunciado:

A. Vista como forma radical, de evolução inorgânica, a propagação de vírus, é um fato da computação.
B. Ao falar do conceito de vida, o autor do texto, previne que seria preciso alargá-lo, tendo em vista: o que a
ciência tem evoluído.
C. Pergunta-se se seria possível chamar também de vida, essas novas formas mutantes, de vírus de
computador?
D. O autor do texto inteira-nos, do desenvolvimento de certos vírus, que constituem um processo que se dá,
inteiramente à margem do nosso controle.
E. Não deixa de ser assustadora a possibilidade de que nós, criaturas orgânicas, sejamos capazes de, a
certa altura, concorrermos para uma evolução inorgânica.

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03. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Provas: FGV - 2019 - MPE-RJ - Oficial do Ministério Público

Texto 5

“No Paquistão, quando sou proibida de ir à escola, compreendo o quão importante é a educação. A educação é o poder
das mulheres. (....) Nós percebemos a importância de nossa voz quando somos silenciados”. É assim que a pequena
notável enxerga o horizonte e – por meio das novas tecnologias – pôde fazer ecoar sua voz.
Educação é um ato político, e se é na sociedade (seja física ou digital) o nascedouro de faíscas de perspectivas para
um mundo mais igualitário, a escola deve ser o seu maior berçário.

Empoderamento educacional, Ivan Aguirra


O sinal gráfico do texto 5 que mostra seu sentido de forma correta é:

A. as aspas indicam que o trecho selecionado é de grande importância para o texto;


B. os parênteses com pontos em seu interior indicam que algo foi censurado no texto original;
C. os parênteses com palavras em seu interior indicam a presença de uma informação esquecida
anteriormente;
D. as letras maiúsculas no início de Paquistão e Educação foram empregadas pelo mesmo motivo;
E. os pequenos travessões que destacam por meio das novas tecnologias inserem uma nova informação no
texto.

04. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de
Campinas - SP - Engenheiro Civil

O impacto da Mônica

Depois de Bidu e Franjinha, o leque de personagens de Mauricio de Sousa cresceu, com Horácio, Piteco, Titi e
Jeremias. Em 1960, nascia o Cebolinha, inspirado em um galotinho da infância de Mauricio, em Mogi das Cruzes, que
também trocava as letras.

O primeiro problema? Seus personagens eram todos homens – à exceção de Maria Cebolinha, que era apenas um
bebê. Pegou mal. Um de seus colegas na Folha chegou a dizer: “Você parece misógino...”. Mauricio foi procurar no
dicionário o que a palavra significava. Não gostou do que leu.

E encontrou solução dentro de casa: Mônica, uma de suas filhas. Nos quadrinhos, a menina se tornaria a nêmesis
baixinha, gorducha e dentuça do Cebolinha. E ela chegou se impondo: “A Mônica é uma menina que, já naquela época,
nasceu empoderada. Nos anos 1960, as mulheres queriam alguém que as representasse, que comandasse e reagisse.
A Mônica virou a dona da rua a pedido dos próprios leitores.” É o que diz a própria... Mônica. A de carne e osso. Mônica
Spada e Sousa é, hoje, diretora executiva da Mauricio de Sousa Produções.

Com a Mônica, as tirinhas viraram gibi para valer. A primeira revista da baixinha surgiu em 1970. Com uma tiragem
de 200 mil exemplares, era o maior número de impressões para um personagem nacional.

(Ingrid Luísa, “O plano realmente infalível de Mauricio de Sousa”. Superinteressante, junho de 2019)

Assinale a alternativa em que se emprega a vírgula para separar uma informação explicativa.

A. Com uma tiragem de 200 mil exemplares, era o maior número de impressões para um personagem
nacional.
B. ... inspirado em um galotinho da infância de Mauricio, em Mogi das Cruzes, que também trocava as
letras.
C. Seus personagens eram todos homens – à exceção de Maria Cebolinha, que era apenas um bebê.
D. Nos anos 1960, as mulheres queriam alguém que as representasse, que comandasse e reagisse.
E. Nos quadrinhos, a menina se tornaria a nêmesis baixinha, gorducha e dentuça do Cebolinha.

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05. (ESPM-SP) Assinale a alternativa cuja pontuação esteja correta:

a) Mas, o fim da prisão dos consumidores com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco sobre
problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas e a corrupção dos
agentes do Estado.

b) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados repercutiu pouco sobre
problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais; a violência, o contrabando de armas e a corrupção dos
agentes do Estado.

c) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco sobre
problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais; a violência, o contrabando de armas e a corrupção, dos
agentes do Estado.

d) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco sobre
problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas e a corrupção dos
agentes do Estado.

e) Mas o fim da prisão dos consumidores com programas de tratamento para viciados repercutiu pouco, sobre
problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas, e a corrupção dos
agentes do Estado.

06. (Unisinos-RS) Ocorre pontuação inaceitável em:

a) Doutor, ainda que mal pergunte, que negócio é esse?


b) Se queres distrair-te, ouve cantores italianos.
c) Bento era entre todos os empregados, o mais fiel.
d) Perdoo-te; espero, porém, que não reincidas no erro.
e) Não creias naqueles que não acreditam em ninguém.

07. (UFRJ) Marco Túlio Cícero, tão famoso quanto Demóstenes na área da retórica, sempre dizia: Prefiro a virtude do
medíocre ao talento do velhaco. Nesse período está faltando um sinal de pontuação:

a) vírgula
b) ponto e vírgula
c) ponto de exclamação
d) aspas
e) reticência

08. Pref. de Guarulhos-SP/FGV-SP) Assinale a alternativa em que a frase deve ter duas vírgulas.

a) A pessoa que sonha realiza.


b) Sempre lutei com dignidade ele me disse.
c) João no mercado continuava procurando emprego.
d) Todos sabem que ela voltou.

09. A frase “Lucila, esteve aqui.ontem à noite.” apresenta um erro de pontuação porque:

a) Não se separa sujeito e predicado por vírgula.


b) É necessário separa o adjunto adverbial de lugar do restante da oração.
c) O verbo, em muitas situações, deve aparecer entre vírgulas.
d) É necessário, para que a frase fique clara, que o termo “à noite” venha separado por vírgulas.
e) nda.

10. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: MPE-CE Provas: CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial -
Administração
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Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item seguinte.

É facultativo o emprego da vírgula presente na afirmação atribuída a Voltaire, no primeiro período do texto.

( ) Certo ( ) Errado

11. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: MPE-CE Provas: CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial -
Administração

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Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o próximo item.

No trecho “quase uma em cada dez pessoas no mundo” (l.5), a inserção de uma vírgula logo após “pessoas”
prejudicaria a correção gramatical do texto.

( ) Certo ( ) Errado

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12. Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: CESGRANRIO - 2018 - LIQUIGÁS - Conferente I

Texto I

CARNEIRO, Flávio. In: 22 Contistas em Campo. Rio de Janeiro:


Ediouro, 2006, p. 69. Adaptado.

Considere-se o emprego da primeira vírgula do Texto I, no trecho transcrito abaixo.


“Naquele momento, quem o visse de perto perceberia o suor escorrendo frio por seu rosto” (l. 2-3)
A vírgula é empregada pelo mesmo motivo em:

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A. A falta não foi dentro da área, mas o juiz deu pênalti.


B. O atacante passou pelo zagueiro, passou pelo goleiro e fez o gol.
C. Lúcio, atrase a bola para o goleiro!
D. O juiz verificou as balizas, a bola, as marcações do campo e deu início à partida.
E. No campo de jogo, Lúcio se sentia livre.

13. Ano: 2010 Banca: FUNCAB Órgão: SESAP-RN Prova: FUNCAB - 2010 - SESAP-RN - Técnico de Enfermagem
- Prova X

Seguem, abaixo, frases de filósofos e de poetas de diferentes épocas que fazem reflexão sobre o tema SAÚDE. Leia-
as para responder à questão que se segue.

1. “Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença; em caso
contrário, abstém-te de o ajudar.” ( Sócrates)

2. “Esta é a mais dolorosa de todas as doenças humanas: dispor de todo o conhecimento e ainda não ter nenhum
poder de ação.” (Heródoto)

3. “Para a saúde da mente e do corpo, os homens deveriam enxergar com seus próprios olhos, falar sem megafone,
caminhar com seus próprios pés em vez de andar sobre rodas, trabalhar e lutar com seus próprios braços, sem artefatos
ou máquinas.” (John Ruskin)

4. “Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde, por
pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por nem viver no presente e no
passado. vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.” (Buda)

Na frase 3, o termo “Para a saúde da mente e do corpo,(...) “vem marcado por vírgula. A opção que justifica
corretamente o emprego da vírgula, nessa situação linguística é:

A. introduz um aposto explicativo.


B. separa termos sintaticamente equivalentes.
C. apresenta uma oração subordinada intercalada.
D. representa uma enumeração.
E. marca um adjunto adverbial deslocado.

14. Ano: 2019 Banca: FUNRIO Órgão: Prefeitura de Porto de Moz - PA Prova: FUNRIO - 2019 - Prefeitura de Porto
de Moz - PA - Agente Administrativo

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Acerca da pontuação do Texto, é correto afirmar que a vírgula utilizada na linha 4 foi empregada pelo autor para:

A. Indicar uma pausa mais extensa, mais profunda, mais enfática.


B. Isolar a oração subordinada adjetiva explicativa.
C. Isolar termos conhecidos como estrangeirismos.
D. Indicar a mudança de interlocutor nos discursos narrativos.
E. Isolar uma conjunção adversativa.

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15. Ano: 2019 Banca: FUNRIO Órgão: Prefeitura de Porto de Moz - PA Provas: FUNRIO - 2019 - Prefeitura de
Porto de Moz - PA - Psicólogo

(Fonte adaptada https://g1 globo. com>acesso em 21 de março de 2019)


Analise as afirmativas abaixo quanto ao emprego da vírgula.
I- As vírgulas utilizadas nas linhas 2 e 3 foram empregadas para isolar o aposto, ou qualquer elemento de valor
meramente explicativo; II- A vírgula utilizada na linha 10 foi empregada para isolar o vocativo; III- As vírgulas que
isolam a expressão "de 76 anos" (linha 14) foram empregadas para isolar um adjunto adverbial.
Dos itens acima:

A. Apenas o item I está correto.


B. Apenas o item II está correto.
C. Apenas os itens I e III estão corretos.
D. Apenas os itens II e III estão corretos.
E. Todos os itens estão corretos

GABARITO

01 E
02 E
03 E
04 C
05 D
06 C
07 D
08 C
09 A
10 ERRADO
11 CERTO
12 E
13 E

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14 E
15 A

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INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS

A compreensão de um texto é a análise e decodificação do que está realmente escrito, seja das frases ou das ideias presentes,
ou seja, as informações estão dentro do texto.

Já a interpretação de texto, está ligada às conclusões que podemos chegar ao conectar as ideias do texto com a realidade. É o
entendimento subjetivo que o leitor teve sobre o texto, ou seja, as informações estão fora do texto. Aqui o aluno precisa de
muita bagagem de leitura.

É possível compreender um texto sem interpretá-lo, porém não é possível interpretá-lo sem compreendê-lo.

Compreensão de texto Interpretação de texto

É a análise do que está escrito no texto, a É o que podemos concluir sobre o que está escrito no
compreensão das frases e ideias presentes. É texto. É o modo como interpretamos o conteúdo. É
O que é algo mais objetivo algo mais subjetivo

A informação está fora do texto, mas há conexão com


Informação A informação está presente no texto. ele.

Trabalha com a objetividade, com as frases e Trabalha com a subjetividade, com o que você
Análise palavras que estão escritas no texto. entendeu sobre o texto.

O que é compreensão de texto?

A compreensão de texto significa decodificá-lo para entender o que foi dito. É a análise objetiva e a assimilação das palavras e
ideias presentes no texto.

As expressões que geralmente se relacionam com a compreensão são as que você verá na lista abaixo: Estas expressões
costumamos denominá-las de “comando de questão”. São estes comandos que vão dar direcionamento ao aluno para saber se
a questão é de interpretação ou compreensão.

Segundo o texto…

De acordo com o autor…

No texto…

O texto informa que...

O autor sugere…

Percebe-se o direcionamento que o comando dá a você? Tudo está dentro do texto, logo você terá a sabedoria de que estes
comandos o leva para a compreensão de texto. Julgo como questões “fáceis ou médias”.

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O que é interpretação de texto?

A interpretação do texto é o que podemos concluir sobre ele, após estabelecer conexões entre o que está escrito e a realidade.
São as conclusões que podemos tirar com base nas ideias do autor. Essa análise ocorre de modo subjetivo e está relacionada
com a dedução do leitor.

Na interpretação de texto, as expressões geralmente utilizadas são as que você verá na lista abaixo. Estas expressões
costumamos denominá-las de “comando de questão”. São estes comandos que vão dar direcionamento ao aluno para saber se
a questão é de interpretação ou compreensão.

Diante do que foi exposto, podemos concluir…

Infere-se do texto que…

O texto nos permite deduzir que…

Conclui-se do texto que...

O texto possibilita o entendimento de...

Depreende-se do texto...

Seguem aqui umas dicas valiosíssimas para que nunca mais você erre questões de interpretação ou compreensão de textos.

Erros que muitas pessoas cometem no entendimento de textos

Extrapolação: ocorre quando fazemos associações que estão além dos limites do texto, quando acrescentamos

ideias que não estão no texto analisado.

Redução: ocorre quando nos restringimos à significação de uma palavra ou passagem do texto. É o contrário da

extrapolação. A redução consiste em privilegiarmos um elemento que é verdad eiro, mas não é suficiente diante

do conjunto que é o texto.

Contradição: ocorre quando, por uma leitura desatenta, pela não percepção de algumas relações, pela

incompreensão de um raciocínio, pelo esquecimento de uma ideia dita anteriormente ou pela perda de uma

passagem no desenvolvimento do texto, chega-se a uma conclusão contrária à que o texto propõe.

Veja alguns exemplos:

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Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Campinas - SP - Engenheiro
Civil

Leia o texto para responder a questão

A força do movimento feminista é uma característica da década atual. As passeatas e manifestações em defesa das mulheres
e contra a violência sexual, o coro unido do “Não é não”, a dissonância política são demonstrações inequívocas disso. De certa
maneira, ecoam movimentos contestadores que surgiram desde 2008, como os protestos do acampamento “Occupy Wall
Street” nos Estados Unidos, as grandes manifestações na Índia contra o estupro e as passeatas gigantescas na Argentina em defesa
do direito ao aborto.

No campo intelectual, pesquisadoras mundo afora se debruçaram na busca por respostas a questões complexas: que resultados
as antigas feministas conseguiram e quão adequados eles foram para as necessidades das mulheres? Que mudanças foram
trazidas globalmente para alterar relações injustas de gênero? O poder masculino na esfera pública ruiu na mesma velocidade
que na esfera particular ou se transferiu de um polo para outro?

Não são poucos os estudos a apontar que os avanços na igualdade de gênero têm andado de mãos dadas com o crescimento
da desigualdade socioeconômica pelo mundo.

A britânica Susan Watkins, editora da revista New Left Review, publicou um longo ensaio em que analisa as principais conquistas
do feminismo global nos últimos 25 anos. Disse que, sem dúvida, o maior ganho foi um notável avanço de conhecimento, com a
expansão da coleta de dados, estudos de campo e análise comparativa.

“A mudança social concreta atribuível à agenda feminista global, entretanto, tem sido menor e está em grande parte
concentrada no topo da pirâmide social. O mais significativo tem sido o aumento de mulheres jovens no ensino superior, em parte
devido à expansão dos sistemas universitários na China, no Oriente Médio e na América Latina. No plano político, a proporção
total de mulheres nos parlamentos nacionais aumentou de 12% em 1997 para 24% em 2017, com alguns dos maiores aumentos
na América Latina (53% na Bolívia); a eficiência com que essas gestões femininas representam os interesses das mulheres, uma
vez eleitas, é outra questão”, analisou.

(Victor Calcagno, “Sobre o feminismo”. Época, 17.06.2019. Adaptado)

De acordo com o texto, um aspecto negativo em relação ao atendimento das pautas feministas é o fato de que

A. as antigas feministas tratavam de temas obscuros, o que levava ao enfraquecimento dos protestos.
B. as relações injustas de gênero mantiveram-se inalteradas ao longo dos tempos, apesar das manifestações.
C. o poder feminino decorre do conhecimento, mas os resultados de sua aplicação geram incertezas.
D. a mudança social está concentrada no topo da pirâmide social, portanto um escopo mais restrito.
E. o poder masculino se desfez na esfera pública, mas sua força na esfera particular ainda é preocupante.

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Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Assessor Jurídico Legislativo

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Distribuição justa

A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos participantes e da lisura do processo do
qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos,
esforços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma
profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de direitos elementares ou da discriminação racial, sexual,
de gênero ou religiosa?
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um risco comum, a todos, passa a exercer
um papel mais decisivo na definição de seu futuro do que qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta
de um mínimo de equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia o jogo distributivo
e envenena os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está na origem da emancipação das pessoas. Crianças e
jovens precisam ter a oportunidade de desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na vida prática
e eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)

Em síntese, depreende-se da leitura do segundo parágrafo que:

A. a capacitação natural para a vida leva a tornar vicioso o jogo distributivo das riquezas disponíveis em cada ocasião.
B. as escolhas nas quais se faz justiça aos talentos das crianças e dos jovens tornam-se possíveis com a equidade
das condições iniciais.
C. a condição familiar de origem não tem peso determinante no desenvolvimento das qualidades pessoais de uma
criança.
D. as aspirações e os sonhos das crianças e dos jovens só se formularão quando tiverem alcançado alguma
possibilidade de realização.
E. a dotação injusta de talentos individuais faz com que não haja equidade ao final do processo de distribuição das
riquezas.

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EXERCÍCIOS: COESÃO/ COERÊNCIA E INTERTEXTUALIDADE

01. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SEGEP-MA Prova: FCC - 2018 - SEGEP-MA - Analista Executivo -
Programador de Sistemas

A voz das celebridades

A propósito dos modismos jornalísticos: na ânsia de surpreender o leitor, houve a voga de colher opiniões de figuras
públicas sobre assuntos que fugiam às suas especialidades. Botar o cirurgião célebre, por exemplo, para falar de arte
cinematográfica, ou o jogador de futebol para comentar uma portaria do Banco Central. Quem vamos ouvir sobre este
assunto? − perguntava-se nas redações, em sôfrega procura pelo enfoque “original”. Logo se destacaram, no picadeiro
midiático, umas tantas figuras sempre prontas a deitar falação sobre o que quer que fosse. A tal ponto que um dia, na
revista em que trabalhava, resolveu-se juntar os falastrões numa só matéria, onde se expusessem ao ridículo. O que
se viu foi um economista palpitando sobre balé e um bailarino a discursar sobre finanças. Deu a maior confusão,
naturalmente. Mas a matéria deixou exposto um modismo jornalístico inaceitável.

(Adaptado de: WERNECK, Humberto. Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago Editorial, 2011, p. 102-103)

Um segmento do texto manterá seu sentido básico caso ocorra a transformação operada em:

A. A propósito dos modismos jornalísticos = A despeito das tendências midiáticas.


B. houve a voga de colher opiniões = apareceu a onda de disseminar ideias.
C. em sôfrega procura pelo enfoque “original” = na ávida busca pelo ângulo singular.
D. sempre prontas a deitar falação = ora dispostas a contidos pronunciamentos.
E. onde se expusessem ao ridículo = na qual se acusassem canhestros.

02. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: FCC - 2018 - Câmara
Legislativa do Distrito Federal - Inspetor de Polícia Legislativa

− Regras e restrições que devem ser respeitadas no trabalho de criação são estabelecidas por uma tradição estética.

− O artista internaliza pouco a pouco regras e restrições de uma tradição estética.

− O artista exerce sua criatividade dentro dos limites que as regras e restrições de uma tradição estética impõem.

As principais ideias das afirmações acima estão articuladas com correção e coerência em:

A. A despeito de haver regras e restrições de uma tradição estética a serem respeitadas no trabalho de
criação, o artista, o qual deve lhes internalizar, pode exercer sua criatividade, desde que contido pelos
limites que lhe impõe tal tradição.
B. Ao passo que uma tradição estética estabelece regras e restrições que devem ser respeitadas pelo
artista, no trabalho de criação, o qual lhes internaliza, podendo exercer sua criatividade dentro de tais
limites.
C. Uma vez que o artista internaliza as regras e restrições impostas por uma tradição estética, a qual deve
ser respeitada, o artista exerce sua criatividade dentro dos limites que lhes impõem.
D. As regras e restrições que se estabelece em uma tradição estética devem ser respeitadas no trabalho de
criação. Desde que as internalizem, o artista passa a exercer sua criatividade, ainda que delimitada pelas
restrições impostas.
E. Uma tradição estética estabelece regras e restrições que devem ser respeitadas no trabalho de criação.
À medida que as internaliza, o artista exerce sua criatividade dentro dos limites impostos por elas

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03. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: FCC - 2018 - Câmara
Legislativa do Distrito Federal - Inspetor de Polícia Legislativa

O comentário escrito com correção e lógica está em:

A. O percurso de Mozart rumo à originalidade, apesar de seu talento instrumental precoce, foi pautado por
muito estudo e dedicação.
B. Ocupa lugar de destaque os concertos para piano, escritos por Mozart entre 1767 e 1791.
C. À medida que Mozart se alçava a plenitude do seu poder criador, ao mesmo tempo eleva-se os concertos
para piano.
D. Mesmo contando com vasto talento precoce e, em boa medida inato, Mozart nem por isso, deixou de
dedicar muito tempo ao estudo da música.
E. A publicação de certos concertos de Mozart, à época em que foi escrito, foi negado, pela suposta
dificuldade e falta de apelo ao grande público.

04. Ano: 2015 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de Patos de Minas - MG Prova: CONSULPLAN - 2015
- Prefeitura de Patos de Minas - MG - Professor de Educação Básica - Língua Portuguesa

Não canse quem te quer bem

Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice dos outros (e a nossa
própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não
consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória desse achado.

Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto de apoquentar. Mas não.
Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os tubos. Ou contando uma história que não acaba
nunca, ou pior: contando uma história que não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria
ser crime inafiançável ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor
interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.

Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos, ok. Pedir conselho,
ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos alugando os ouvidos alheios com as
mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é
capaz de diversificar suas lamúrias.

Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça para trocar todos os
ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.

Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai experimentar antes de
sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano, se não houver outra saída.

Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de onde conhece aquele rapaz
que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qualquer bobagem, é esgotante.

Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constrangido em negar. Não exija
uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local
que você visitou é realmente incrível, mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe
e para aqueles que também aparecem na foto.

Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar, dançar, tocar violão) na
frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.

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Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te esnoba, apenas com quem
possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga
que sempre chega atrasada, o atraso dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu
vai cortar esse cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de
confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.

Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com pessoas que não te
conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até
o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo. Coitado. Prive‐o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar
de você.

(Martha Medeiros – Zero Hora – 22 de janeiro de 2012.)

O uso do pronome demonstrativo “esse”, na frase: “Prive‐o desse infortúnio.” (10º§), se justifica por

A. mencionar tempo futuro.


B. demonstrar noção espacial.
C. referir‐se a algo já citado no texto.
D. indicar algo a ser explicitado a seguir.

05. Ano: 2015 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de Patos de Minas - MG Provas: CONSULPLAN -
2015 - Prefeitura de Patos de Minas - MG - Agente de Administração

Refugiados: enfim, a Europa se curva

No auge da crise migratória, o continente aceita receber mais estrangeiros.

O desafio agora é como integrá‐los à sociedade.

Era abril quando mais de 1.3 mil pessoas haviam morrido na travessia do Mar Mediterrâneo para a Europa, um
número recorde, e o filósofo e escritor italiano Umberto Eco foi questionado pelo jornal português Expresso como via
a tragédia. “A Europa irá mudar de cor, tal como os Estados Unidos”, disse. Eco se referia à previsão de que, até 2050,
os brancos deixarão de ser a maioria da população americana. “Esse é um processo que demorará muito tempo e
custará muito sangue.” Diante da atual crise de migrantes e refugiados pela qual passa o continente, que recebeu 350
mil estrangeiros até agosto, o diagnóstico de Eco não poderia ter sido mais preciso. Na semana passada, enquanto
cidadãos de diversos países receberam os refugiados com mensagens de boas vindas, alimentos e roupas, as
autoridades da União Europeia se curvaram à gravidade da situação, e decidiram abrir as fronteiras para acolher 160
mil pessoas e dividi‐las entre os 22 países do bloco. A maioria vai para Alemanha, França e Espanha. O processo
continua sangrento – ao menos 2,5 mil pessoas já desapareceram no Mediterrâneo –, mas pode ser o propulsor de
uma nova Europa, talvez mais solidária e certamente mais colorida.

Cada vez mais, a economia do continente precisa de mão‐de‐obra jovem para continuar avançando e, sobretudo,
reduzir a pressão sobre o sistema de aposentadorias e pensões. Por isso, além das óbvias razões humanitárias,
receber os refugiados é uma questão prática. Nos cálculos da Comissão Europeia, cada mulher tem, em média, 1,5
filho hoje. O mesmo relatório concluiu que, nos próximos anos, a “população europeia se tornará cada vez mais
grisalha”. Na Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce, o fator de equilíbrio que tem feito a
população crescer é justamente o saldo positivo da chegada de imigrantes.

A recente onda de solidariedade começou em Berlim, que suspendeu a Convenção de Dublin e permitiu que
refugiados sírios pedissem asilo diretamente à Alemanha, mesmo que esse não fosse o primeiro país aonde chegaram.
Mais do que isso, num esforço para ajudá‐los a conseguir emprego e torná‐los produtivos, o governo de Angela Merkel

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prometeu aumentar a oferta de cursos intensivos de alemão e programas de treinamento a pessoas em busca de asilo.
Com capacidade para receber meio milhão de refugiados por ano (em 2015, já foram 450 mil), o país deve empregar
6 bilhões de euros nessa crise.

Enquanto a Europa desperta para a nova realidade, em que a miscigenação ganha importância, a religião
permanece como um dos principais entraves para a integração. Ainda que não existam dados consolidados sobre o
tema, as nações que mais exportam migrantes, Síria e Afeganistão, são de maioria muçulmana e representantes de
países como Hungria, Bulgária e Chipre já disseram preferir os cristãos aos muçulmanos com o argumento de que
aqueles se adaptariam melhor aos costumes locais. Indiferente às críticas sobre discriminação, a Áustria foi além. Em
fevereiro, o governo austríaco, que tem sido dos mais refratários em relação aos migrantes, aprovou uma lei que regula
a prática do islamismo no país. Os muçulmanos de lá tiveram seus feriados religiosos reconhecidos, mas só podem
realizar suas atividades de culto em alemão e as mesquitas não podem receber financiamento estrangeiro. A regra não
serve para outras religiões. Para os austríacos, ela ajuda na integração dos estrangeiros e evita a radicalização. Para
os contrários à lei, o resultado é justamente o oposto. “Por que um muçulmano se torna fundamentalista na França?”,
pergunta Umberto Eco. “Acha que isso aconteceria se vivesse num apartamento perto de Notre Dame?”

(Disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/436154_ REFUGIADOS+ ENFIM+A+EUROPA+SE+CURVA. Acesso em: 14/09/2015.)

“Na Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce,...” (2º§). “Onde” está empregado
corretamente no trecho anterior. Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao seu emprego.

A. A Austrália é o país onde a prática do islamismo foi regulada.


B. O mar Mediterrâneo é por onde os migrantes chegam à Europa.
C. A Europa vive um período onde a solidariedade está em evidência.
D. A Europa é o continente onde os líderes decidiram ajudar os refugiados.

06. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Cerquilho - SP Provas: VUNESP - 2019 - Prefeitura de
Cerquilho - SP - Agente de Controle de Endemias

Leia os quadrinhos para responder à questão.

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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES

Está escrita em conformidade com o conteúdo dos quadrinhos a frase:

A. A Ruivinha chegou, e todos passaram a reparar nela, pois era tão linda que até brilhava.
B. A personagem dos quadrinhos constatou que sua beleza era notada apenas longe da Ruivinha.
C. Ao comparar-se com a Ruivinha, a personagem dos quadrinhos sentiu-se insignificante e feia.
D. Tomada pela inveja, a personagem dos quadrinhos desdenhou a beleza da Ruivinha para o amigo.
E. Ao ver a Ruivinha, a personagem dos quadrinhos ficou curiosa para saber o segredo de sua beleza.

07. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Cerquilho - SP Provas: VUNESP - 2019 - Prefeitura de
Cerquilho - SP - Agente de Controle de Endemias

Leia o texto para responder à questão.

A sociedade que queremos começa nas escolas.


Você não acha?

O que violência, democracia e educação têm a ver umas com as outras? Tudo! A maneira como enxergamos o
problema da violência em nossas casas, escolas, ruas e até mesmo a violência empregada pelo Estado tem tudo a ver
com democracia, isto é, quanto mais amedrontados, expostos e sem confiança nas instituições estamos, mais nos
sentimos impelidos a buscar justiça a qualquer custo, acreditando em teorias que trocam liberdade por segurança. Do
mesmo modo, quanto menos esperança temos no debate democrático, mais propensos à violência estamos.
Uma educação comprometida com a pluralidade é um instrumento democrático por excelência. Veja bem: não
estamos falando de qualquer educação, mas sim de um ensino comprometido com a qualidade (todo mundo tem de
aprender e bem) e com valores democráticos (todo mundo tem de respeitar uns aos outros). Uma educação que ensina
as crianças desde pequenas a dialogar, ao mesmo tempo em que lhes garante aprendizagem, é o coração de uma
nação crítica, de instituições fortes e valorização da diversidade.

(Pricilla Kesley. Todos pela Educação. 03.07.2018.


https://blogs.oglobo.globo.com. Adaptado)
A forma pronominal lhes, em destaque no 2º parágrafo, faz referência a

A. educação.
B. valores democráticos.
C. todo mundo.
D. crianças.
E. instituições fortes.

08. Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Campo Belo -
MG Prova: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Campo Belo - MG - Motorista -
Transporte Escolar

TEXTO I

Você tira o celular do bolso mais de 200 vezes por dia

E o número de toques diários no aparelho é ainda mais

impressionante: são 2.600, em média.

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Fumar era normal. As pessoas acendiam o primeiro cigarro logo ao acordar, e repetiam o gesto dezenas de vezes
durante o dia, em absolutamente todos os lugares: lojas, restaurantes, escritórios, consultórios, aviões (tinha gente que
fumava até no chuveiro). Ficar sem cigarro, nem pensar - tanto que ir sozinho comprar um maço para o pai ou a mãe,
na padaria da esquina, era um rito de passagem para muitas crianças. O cigarro estava na TV, nos filmes, na música,
na propaganda (nos EUA, ficou famoso um anúncio que dizia: “Os médicos preferem Camel”). 30% a 40% da
população, dependendo do país, fumava.

O cigarro foi, em termos absolutos, a coisa mais viciante que a humanidade já inventou. Hoje ele é execrado, com
razão, e cenários assim são difíceis até de imaginar. Olhamos para trás e nos surpreendemos ao perceber como as
pessoas se deixavam escravizar, aos bilhões, por algo tão nocivo. Enquanto fazemos isso, porém, vamos sendo
dominados por um vício ainda mais onipresente: o smartphone.

Quatro bilhões de pessoas, ou 51,9% da população global, têm um, de acordo com uma estimativa da empresa sueca
Ericsson. E o pegam em média 221 vezes por dia, segundo uma pesquisa feita pela consultoria inglesa Tecmark. O
número de toques diários no aparelho é ainda mais impressionante: são 2.600, segundo a empresa de pesquisa Dscout
Research. O smartphone já vicia mais gente, e de forma mais intensa, do que o cigarro.

Vivemos grudados em nossos smartphones porque eles são úteis e divertidos. Mas o que pouca gente sabe é o
seguinte: por trás dos ícones coloridos e apps de nomes engraçadinhos, as gigantes da tecnologia fazem um esforço
consciente para nos manipular, usando recursos da psicologia, da neurologia e até dos cassinos. “O smartphone é tão
viciante quanto uma máquina caça-níqueis”, diz o americano Tristan Harris. E o caça-níqueis, destaca ele, é o jogo que
mais causa dependência: vicia três a quatro vezes mais rápido que outros tipos de aposta.

Harris trabalhou quase cinco anos no Google, primeiro como programador e depois como “especialista em ética de
design”: a pessoa encarregada de garantir que os apps e serviços do Google não fossem manipulativos ou viciantes.
Em 2016, saiu da empresa para criar uma ONG, que se chama Center for Human Technology e reúne programadores
alarmados com o impacto da indústria da tecnologia. “Estamos colocando toda a humanidade no maior experimento
psicológico já feito, sem nenhum controle.”

“A internet é a maior máquina de persuasão e vício já construída”, diz o programador Aza Raskin. Você provavelmente
nunca ouviu falar dele, mas Raskin é famoso no Vale do Silício. Isso porque, em 2006, ele inventou o que viria a se
tornar um dos elementos mais fundamentais (e viciantes) dos smartphones: a “rolagem infinita”. Sabe quando você vai
descendo pela tela e o conteúdo nunca termina, pois vai aparecendo mais? Trata-se da rolagem infinita, que torna mais
prático o uso do smartphone - mas também mexe com a sua cabeça.

“Se você não dá tempo para o seu cérebro acompanhar os seus impulsos, simplesmente continua rolando para baixo”,
diz Raskin. Ele não imaginava o poder viciante de sua criação, e hoje se arrepende dela - tanto que é um dos
fundadores do Center for Human Technology. “A pergunta que nós nos fazemos no Vale do Silício é: estamos
programando apps ou pessoas?”, diz. “Só Deus sabe o que estamos fazendo com o cérebro das crianças”, afirmou
Sean Parker, um dos fundadores e primeiro CEO do Facebook, num debate em 2018. “Nós exploramos uma
vulnerabilidade da psicologia humana. Eu, Mark (Zuckerberg), Kevin Systrom (criador do Instagram), todos nós
entendemos isso, conscientemente, e fizemos mesmo assim”, afirmou.

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Você deve estar pensando: será que não tem um certo exagero nisso? Afinal, você não controla o uso que faz do
smartphone, e pode tranquilamente deixá-lo de lado, certo? Mais ou menos. Primeiro, você provavelmente é bem mais
dependente dele do que imagina. Segundo, na prática é difícil conter o uso do celular. Foi o que constatou uma pesquisa
feita pela consultoria Deloitte com 2 mil brasileiros. 30% das pessoas disseram que têm problemas com o uso excessivo
do smartphone, como dificuldade de concentração ou insônia, e 32% já tentaram maneirar - sem sucesso. Uma
pesquisa do Hospital Samaritano de São Paulo revelou que oito em cada dez motoristas usam celular enquanto dirigem,
embora 93% deles reconheçam que isso é perigoso.

É por isso que boa parte das pessoas está sempre com a cara enterrada na tela, mesmo nos momentos mais impróprios
para isso: atravessando a rua, na praia, num show, etc. “Está havendo um sequestro da atenção, da consciência, da
perspectiva de você se conectar com o mundo à sua volta. Uma epidemia da distração”, diz o psicólogo Cristiano
Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica do Hospital das Clínicas (USP).

Estudos mostram que o uso excessivo de smartphone está ligado ao aumento das taxas de ansiedade, depressão e
déficit de atenção, inclusive com alterações na estrutura do cérebro. Os sintomas começam a se manifestar quando a
pessoa gasta mais de três horas por dia no celular, e nós já passamos disso: o brasileiro gasta em média 3h10 diárias
nessa atividade.

Disponível em:<encurtador.com.br/jkpvG>.

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Nas alternativas a seguir, a palavra destacada se refere, do ponto de vista sintático, à palavra ou locução entre
colchetes, exceto em:

A. “Hoje ele é execrado, com razão, [...]” [O CIGARRO]


B. “[...] embora 93% deles reconheçam que isso é perigoso.” [DOS MOTORISTAS]
C. “[...] e pode tranquilamente deixá-lo de lado, certo?” [O CELULAR]
D. “[...] todos nós entendemos isso [...]” [SEAN PARKER, MARK ZUCKERBERG e KEVIN SYSTROM]

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09. Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-CE Prova: CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico
Ministerial

Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.

A expressão “sua relevância” (l.8) refere-se a “rituais” (l.5).

( ) CERTO ( ) ERRADO

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10. Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-CE Prova: CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico
Ministerial

Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.

A substituição da conjunção “porque” (l.3) pela locução de modo que preservaria os sentidos originais do texto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

11. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Angra dos Reis - RJ Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Angra
dos Reis - RJ - Docente I - Educação Infantil e do 1º ao 5º ano de escolaridade

Assinale a frase que mostra incoerência.

A. É forte o peso da própria consciência.


B. Tive uma grande ideia hoje de manhã, mas não gostei dela
C. Existe muito prazer a ser obtido com conhecimento inútil.
D. Compreender tudo é perdoar tudo.
E. Três fundamentos da doutrina: ver muito e estudar muito.

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12. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: IBGE Provas: FGV - 2019 - IBGE - Agente Censitário Operacional

Texto 3

Em uma carta de um jesuíta espanhol sobre o Brasil de 1500, aparecia o seguinte texto:

“Assim, chegamos a uma aldeia onde achamos os gentios todos embriagados, porque aqui tem uma maneira de vinho
de raízes que embriaga muito, e quando eles estão assim bêbados ficam tão brutos e feros que não perdoam a
nenhuma pessoa, e, quando não podem mais, põem fogo na casa onde estão os estrangeiros”.

“Assim, chegamos a uma aldeia onde (1) achamos os gentios todos embriagados, porque aqui tem uma maneira de
vinho de raízes que embriaga muito, e quando eles estão assim bêbados ficam tão brutos e feros que não perdoam a
nenhuma pessoa, e, quando não podem mais, põem fogo na casa onde (2) estão os estrangeiros”.

Nesse segmento do texto 3 há uma série de palavras que se referem a palavras anteriores; a referência indicada abaixo
que é inadequada é:

A. onde (1) / uma aldeia;


B. aqui / nesta aldeia;
C. que / vinho de raízes;
D. eles / os gentios;
E. onde (2) / na casa.

13. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: IBGE Provas: FGV - 2019 - IBGE - Agente Censitário Operacional

Texto 3

Em uma carta de um jesuíta espanhol sobre o Brasil de 1500, aparecia o seguinte texto:

“Assim, chegamos a uma aldeia onde achamos os gentios todos embriagados, porque aqui tem uma maneira de vinho
de raízes que embriaga muito, e quando eles estão assim bêbados ficam tão brutos e feros que não perdoam a
nenhuma pessoa, e, quando não podem mais, põem fogo na casa onde estão os estrangeiros”.

Muitas vezes podemos trocar de posição algumas palavras do texto sem que se altere o seu significado; a troca de
posição abaixo que modifica o sentido original do texto é:

A. Assim, chegamos a uma aldeia / Chegamos, assim, a uma aldeia;


B. onde achamos os gentios todos embriagados / onde achamos, todos embriagados, os gentios;
C. ficam tão brutos e feros / ficam tão feros e brutos;
D. que não perdoam a nenhuma pessoa / que a nenhuma pessoa perdoam;
E. porque aqui tem uma maneira de vinho de raízes que embriaga muito / porque aqui o vinho de raízes tem
uma maneira que embriaga muito.

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14. Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: ACAFE - 2014 - PC-SC - Agente de Polícia

Assinale a frase que está escrita de acordo com as normas da língua portuguesa padrão.

A. Anotem aí, depois da SC 403, do Aeroporto serrano e da ponte HL, o próximo contrato a ser rescindido
com esta construtora é o aeroporto de Florianópolis que não por acaso eles também ganharam a
concorrência.
B. Também deve ser divulgado os prazos estabelecidos para a conclusão dos serviços.
C. O pior que esta construtora financia campanhas políticas o qual pode causar ainda muitos problemas
para o povo e até mesmo para os políticos que ganham dinheiro com as constantes artimanhas desta
construtora fajuta.
D. Pense, reflete e toma a melhor atitude que mesmo desagradando alguns, favoreça a maioria e o povo.
E. Para o presidente do sindicato patronal, uma negociação para reajuste salarial deve ser feita entre os
sindicatos patronal e laboral, e não da forma como está sendo conduzida.

15. Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Suzano - SP Prova: VUNESP - 2015 - Prefeitura de
Suzano - SP - Professor de Educação Básica - 30 horas

Leia o texto para responder à questão.

Tenho dormido muito mal. Meu prédio é tombado, metido a joia arquitetônica da cidade e não pode ter aquele layout
externo grotesco dos ares-condicionados pendurados pra fora (na real, acho bom). Até tentei fazer uma gambiarra e
deixar o split na área de serviço, com sua boca quente de dragão do bem voltada para uma janela escancarada.
Contudo, a patuscada só faria sentido se o serviço pudesse ser executado nas paredes do meu quarto e do escritório.
Resposta negativa: “é tudo viga, dona". Daí tentei na parede central da sala e... não pode, todos os canos do lavabo
passam por ali. Em suma: tenho dormido muito mal. E, dada a loucura de dormir em sofrimento, sonhado coisas
espetaculares.
Noite passada sonhei que eu tinha uns 16 anos (e era uma espécie de Lolitinha safada e alcoólatra, e não a
adolescente nerd e careta que fui) e, por alguma razão divina, mamãe, preocupada com meus ataques sonâmbulos e
constantes ao bar da casa (detalhe: nem eu bebo, nem a casa dos meus pais tinha um bar), contratou dois psicanalistas
para me ajudar.
Eles vinham à noite e eram lindos, jovens e surfistas. Me atendiam sem camisa, com uma bermuda de motivos
havaianos e a gente enchia a lata de vodca Absolut de pera bem gelada e ficava falando sobre Freud e mergulho no
Caribe. Eu deitava entre os dois e eles me ensinavam “como me libertar das amarras familiares e da prova de física
ótica" enquanto faziam carinho só com a ponta dos dedos na minha barriga. Obrigada, aquecimento global. Foi mal,
urso polar, mas a coisa tá mesmo pegando fogo.

(Tati Bernardes, Sonhos de uma noite insuportável. Folha de S.Paulo, 23.01.2015).

Observe o emprego dos dois pontos e das aspas nos trechos em destaque – Resposta negativa: “é tudo viga, dona".
Daí tentei na parede central da sala e... não pode, todos os canos do lavabo passam por ali. Em suma: tenho
dormido muito mal.
De acordo com a norma-padrão, deve-se afirmar que

A. no primeiro trecho os dois pontos sinalizam uma citação direta de discurso, sendo esta marcada pelas
aspas.
B. em ambos os trechos os dois pontos sinalizam a introdução de uma frase sintetizando ideias da autora,
que serão apresentadas.
C. as aspas sinalizam uma frase de caráter explicativo, pontuação essa necessária em ambos os trechos
após dois pontos.
D. no segundo trecho os dois pontos introduzem uma fala da narradora, fala essa que deveria estar entre
aspas.
E. em ambos os trechos os dois pontos poderiam ser substituídos por travessão, tendo em vista que
introduzem a fala da narradora.

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16. Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: SPTrans Prova: VUNESP - 2012 - SPTrans - Técnico - Processos
Administrativos Júnior – Administração Geral

Leia o texto para responder às questões de números 12 a 14.

Assinale a alternativa em que o emprego da vírgula e o do sinal de dois pontos se dão pelos mesmos motivos de
seus empregos no primeiro parágrafo do texto.

A. Numa entrevista recente, a atriz destacou sua preferência culinária: salmão grelhado.
B. Quando foi entrevistada, a atriz declarou: não consigo viver sem o carinho do público.
C. Durante a entrevista, a atriz citou Pessoa: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena".
D. A entrevista da atriz, no programa noturno, teve de tudo: música, dança e gargalhadas.
E. Para ceder a entrevista, a atriz fez suas exigências: um local paradisíaco e tranquilo.

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17. Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: CESGRANRIO - 2015 - LIQUIGÁS - Ajudante
de Carga e Descarga I

No trecho do Texto II “não deve mudar no futuro, ou seja, a água como um todo não vai acabar” (l. 4-5), a expressão
em destaque foi utilizada para

A. alterar o tema que estava sendo desenvolvido.


B. concluir o tema da água e iniciar outro.
C. dar humor ao texto uma vez que o problema é sério.
D. incluir uma dúvida ao tema.
E. explicar de outra forma algo do que já foi dito.

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GABARITO

01 C
02 E
03 A
04 C
05 C
06 C
07 D
08 C
09 CORRETO
10 ERRADO
11 E
12 B
13 E
14 E
15 A
16 A
17 E

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