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Sumário
Bem-vindo: ..................................................................................................................................................................... 5
Fonética .......................................................................................................................................................................... 7
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................................... 14
ACENTUAÇÃO GRÁFICA ............................................................................................................................................... 24
EXERCÍCIOS – ACENTUAÇÃO GRÁFICA .......................................................................................................................... 26
Estrutura de Palavras ................................................................................................................................................... 31
Processo de formação de palavras ...................................................................................................................... 33
Composição por Justaposição......................................................................................................................... 36
Composição por Aglutinação ........................................................................................................................... 36
Redução ..................................................................................................................................................................... 36
Hibridismo ................................................................................................................................................................. 36
Onomatopeia............................................................................................................................................................. 37
EXERCÍCIOS de Formação de Palavras .......................................................................................................................... 37
Morfologia.................................................................................................................................................................... 41
SUBSTANTIVO ...................................................................................................................................................... 41
Adjetivo ........................................................................................................................................................................ 44
Flexões dos adjetivos ................................................................................................................................................ 44
Grau comparativo: ............................................................................................................................................... 44
Artigo........................................................................................................................................................................ 50
NUMERAL ................................................................................................................................................................. 51
PRONOME ................................................................................................................................................................ 51
Advérbio ................................................................................................................................................................... 52
CONJUNÇÕES ........................................................................................................................................................... 56
Conjunções coordenadas .................................................................................................................................. 56
Locução conjuntiva ............................................................................................................................................. 56
Conjunções subordinativas .............................................................................................................................. 57
Conjunções Causais ........................................................................................................................................... 58
Conjunções concessivas ................................................................................................................................... 58
Conjunções condicionais .................................................................................................................................. 58
Conjunções conformativas ............................................................................................................................... 58
Conjunções finais ................................................................................................................................................ 59
Conjunções proporcionais ................................................................................................................................ 59
Conjunções temporais ....................................................................................................................................... 59
Conjunções comparativas ................................................................................................................................. 59
Conjunções consecutivas ................................................................................................................................. 59
Conjunções integrantes ..................................................................................................................................... 60
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PREPOSIÇÃO ............................................................................................................................................................. 61
LOCUÇÕES PREPOSITIVAS .................................................................................................................................... 61
VERBOS................................................................................................................................................................. 63
Exercícios CLASSES GRAMATICAIS .............................................................................................................................. 112
TERMOS ESSENCIAS DA ORAÇÃO: .............................................................................................................................. 120
PERÍODO SIMPLES .................................................................................................................................................. 120
Estudo e classificação do sujeito:....................................................................................................................... 121
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO...................................................................................................................... 125
Distinção entre adjunto adnominal e complemento nominal ................................................................. 132
Aposto ................................................................................................................................................................ 132
Distinção entre vocativo e aposto ................................................................................................................. 135
ORAÇÕES COORDENADAS .......................................................................................................................................... 136
Classificação das orações coordenadas sindéticas ................................................................................................ 136
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS........................................................................................................... 138
OBJETIVAS INDIRETAS:............................................................................................................................................... 139
COMPLETIVAS NOMINAIS: ......................................................................................................................................... 139
EXERCÍCIOS – ORAÇÕES COORDENADAS .................................................................................................................... 141
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS ....................................................................................................................... 163
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ..................................................................................................................... 175
Orações reduzidas de infinitivo (terminação em -r) .............................................................................................. 177
Oração subordinada adverbial causal................................................................................................................ 177
Oração subordinada adverbial concessiva ........................................................................................................ 177
Oração subordinada adverbial condicional ....................................................................................................... 177
Oração subordinada adverbial consecutiva ...................................................................................................... 177
Oração subordinada adverbial final................................................................................................................... 177
Oração subordinada adverbial temporal ........................................................................................................... 177
Orações reduzidas de gerúndio (terminação em -ndo) ......................................................................................... 177
Oração subordinada adverbial causal................................................................................................................ 177
Oração subordinada adverbial concessiva ........................................................................................................ 178
Oração subordinada adverbial condicional ....................................................................................................... 178
Oração subordinada adverbial temporal ........................................................................................................... 178
Orações reduzidas de particípio (terminação em -do) .......................................................................................... 178
Oração subordinada adverbial causal................................................................................................................ 178
Oração subordinada adverbial concessiva ........................................................................................................ 178
Oração subordinada adverbial condicional ....................................................................................................... 178
Oração subordinada adverbial temporal ........................................................................................................... 178
EXERCÍCIOS Orações Subordinadas ............................................................................................................................ 179
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BEM-VINDO:
MEU NOME É MARCELO MOREIRA MARQUES. SOU PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA HÁ 20 ANOS
E MINISTRO AULAS EM CURSOS PARA CONCURSOS, ENSINO MÉDIO E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
SOU FORMADO PELO UNITOLEDO – ARAÇATUBA-SP. SOU NASCIDO EM SÃO PAULO (CAPITAL), MAS
MORO EM ARAÇATUBA DESDE OS MEUS 02 ANOS DE IDADE. SOU ARAÇATUBENSE DE CORPO E ALMA.
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FONÉTICA
Letra e fonema : são realidades linguísticas distintas. Enquanto a letra é definida como a representação gráfica
dos sons de uma língua, o fonema refere-se à realidade acústica registrada pelo nosso ouvido. Confuso, não é
mesmo? Observe a diferença entre essas duas realidades no seguinte exemplo e perceba que nem sempre a escrita
Letra Fonema
Amavam /amávãw/
É possível notar pelo quadro que a escrita do verbo “amavam” não registra a presença do ditongo em -am, composto
por uma semivogal final, porém a pronúncia da palavra e sua transcrição fonética permite-nos identificá-lo.
Dessa forma, nem sempre haverá uma representação perfeita dos fonemas em registros gráficos, por exemplo,
existem sete vogais orais tônicas, mas apenas cinco letras que as representam:
/a/ a
/Ɛ/ e
/e/ -
/i/ i
/Ɔ/ o
/o/ -
/u/ u
Assim, nem todos os sons que existem em nossa língua terão o mesmo valor das letras que os representam. Veja mais
alguns exemplos:
Letra Fonema
Dessa maneira, podemos definir os fonemas como os sons que diferenciam os vocábulos de uma língua. A letra,
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por seu lado, pode ser definida como o sinal utilizado para a representação na escrita do sistema sonoro de uma
língua.
Letra Fonema
P (pato) /p/
B (bato) /b/
M (mato) /m/
F (fala) /f/
V (vala) /v/
T (tato) /t/
D (dato) /d/
N (nato) /n/
S (selo) /s/
Z (zelo) /z/
L (cala) /l/
R (cara) /r/
Ch (chá) /x/
X (xadrez) /x/
J (já) /j/
Lh (pilha) /lh/
Nh (pinha) /nh/
C (calo) /k/
Qu (queda) /k/
R (caro) /r/
S (massa) /s/
Ç (maço) /s/
C (cego) /s/
SC (crescer) /s/
XC (excesso) /s/
X (trouxe) /s/
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X (exato) /z/
S (casa) /z/
G (gesso) /j/
Os dígrafos ocorrem quando duas letras são utilizadas para representar um único fonema. Existem dois tipos de
1. Dígrafos consonantais;
2. Dígrafos vocálicos.
1. Dígrafos consonantais
xs – exsuar, exsudar.
Atenção:
• Somente serão considerados dígrafos as letras gu e qu quando estiverem seguidas das vogais 'e' ou 'i',
Observe os exemplos:
Veja que, nesses casos, a letra 'u' não representa nenhum fonema.
Observe os exemplos:
rr – car-ro-ça
ss – pas-sa-gem
sc – as-cen-der
sç – cres-ça
xc – ex-ce-to
xs – ex-su-dar
ch – cho-veu
lh – i-lha-do
nh – ti-nha
gu – gui-sa-do
qu – quei-jo
2. Dígrafos vocálicos
Os dígrafos vocálicos são formados quando as vogais são sucedidas das consoantes 'n' ou 'm', representando fonemas
vocálicos nasalizados, isto é, quando as correntes de ar que saem dos pulmões passam pelo nariz e pela boca.
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am – amparo, ampola.
an – sanguento, antítese.
em – emprego, empada.
en – frequento, entrada.
im – limpeza, Pimpão.
in – introdução, tinta.
om – arromba, ombreira
on – sonsa, onça.
um – umbigo, nenhum.
un – untar, denúncia.
Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente), ou vice-versa (ditongo crescente), na
mesma sílaba.
Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo crescente).
Atenção:
Não se esqueça que só as vogais /i/ e /u/ podem funcionar como semivogais. Quando semivogais, serão
representadas por /y/ e /w/, respectivamente.
Encontros consonantais
Quando existe uma sequência de duas ou mais consoantes em uma mesma palavra, denominamos essa sequência
de encontro consonantal.
Atenção:
Observe as palavras:
coelho
saída
país
Podemos notar que há um encontro vocálico em cada uma delas, não é mesmo? Agora, veja a divisão silábica dessas
palavras:
co-e-lho
sa-í-da
pa-ís
Perceba que cada uma das vogais que fazem parte do encontro vocálico pertence a uma sílaba distinta. Isso ocorre
porque as vogais são a base da sílaba, ou seja, são elas que possuem a tonicidade vibrante e mais forte. Dessa
maneira, podemos justificar a separação realizada acima, tendo cada uma a composição de uma sílaba diferente. A
esse fenômeno fonético damos o nome de hiato. Assim, podemos conceituar que:
Exemplos de hiato:
ruído = ru-í-do
dia = di-a
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Paraíba = Pa-ra-í-ba
juízes = ju-í-zes
maresia = ma-re-si-a
seriado = se-ri-a-do
fiel = fi-el
burocracia = bu-ro-cra-ci-a
saúde = sa-ú-de
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EXERCÍCIOS
A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem sacar que o caminho é seco
sem sacar que o espinho é seco
sem sacar que o seco é o Ser Sol
Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino seca
Ô chuva vem me dizer
Se posso ir lá em cima prá derramar você
Ó chuva preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão
Se acabar não acostumando
Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Se acabar meio abandonado
Pode ser lágrimas de São Pedro
Ou talvez um grande amor chorando
Pode ser o desabotoado céu
Pode ser coco derramado
Um dos importantes aspectos para a interpretação dessa música é a sonoridade de seus versos. A repetição do
fonema consonantal /s/ – como em “sacar” e “ser” – colabora para a construção e representação do cenário
construído pela canção: a seca.
Resposta da questão 1:
[C]
Em [C], vemos a repetição do “v”, de maneira a remeter ao som do violão. Assim, há uma repetição
intencional que corrobora para a construção de sentido do poema.
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2. Nos estudos que inter-relacionam o gráfico e o fonético, dispomos dos dígrafos. Nesse sentido, assinale a
alternativa em que os dígrafos estão dispostos pela mesma razão.
a) folha – ninho – carro – bolha – caminho.
b) migalha – nascimento – massacre – adivinhação – assombração.
c) reminiscência – carrapato – piscicultura – florescente – cassação.
d) carinho – manhã – ferro –passeata – corrupção.
e) fascinação – velhice – bolha – assunção – descida.
Resposta da questão 2:
[C]
Somente em [C] vemos todas as palavras sendo dígrafos consonantais separados na divisão silábica.
O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de reincidência criminal em todo o mundo. No país, a taxa
média de reincidência (amplamente admitida, mas nunca comprovada empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou
seja, 7 em cada 10 criminosos voltam a cometer algum tipo de crime após saírem da cadeia.
Alguns perguntariam "Por quê?". E eu pergunto: "Por que não?" O que esperar de um sistema que propõe reabilitar e
reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada oferece, para que essa situação realmente
aconteça? Presídios em estado de depredação total, pouquíssimos programas educacionais e laborais para os
detentos, praticamente nenhum incentivo cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte muitas pessoas) de
que bandido bom é bandido morto (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).
Situação contrária é encontrada na Noruega. Considerada pela ONU, em 2012, o melhor país para se viver (1º no
ranking do IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante Brasil, o 8º país com a menor taxa de
homicídios no mundo, lá o sistema carcerário chega a reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10
presos voltam a cometer crimes; é uma das menores taxas de reincidência do mundo. Em uma prisão em Bastoy,
chamada de ilha paradisíaca, essa reincidência é de cerca de 16% entre os homicidas, estupradores e traficantes
que por ali passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o Reino Unido, 50%. A média europeia é
50%.
A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter seu sistema penal pautado na reabilitação e não na
punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso, não é uma opção, ela é obrigatória.
Dessa forma, qualquer criminoso poderá ser condenado à pena máxima prevista pela legislação do país (21 anos), e,
se o indivíduo não comprovar estar totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais 5
anos, até que sua reintegração seja comprovada.
O presídio é um prédio, em meio a uma floresta, decorado com grafites e quadros nos corredores, e no qual as celas
não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta,
televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário, quadro para afixar papéis e fotos, além de geladeiras. Encontra-se
lá uma ampla biblioteca, ginásio de esportes, campo de futebol, chalés para os presos receberem os familiares,
estúdio de gravação de música e oficinas de trabalho. Nessas oficinas são oferecidos cursos de formação
profissional, cursos educacionais, e o trabalhador recebe uma pequena remuneração. Para controlar o ócio, oferecer
muitas atividades, de educação, de trabalho e de lazer, é a estratégia.
A prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns dos presos, como estupradores e pedófilos, ficam em
blocos separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é fornecida pela prisão, mas é preparada pelos próprios
detentos, que podem comprar alimentos no mercado interno para abastecer seus refrigeradores.
Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos devem passar por no mínimo dois anos de preparação para o
cargo, em um curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar respeito a todos que ali estão. Partem do
pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros também aprenderão a respeitar.
A diferença do sistema de execução penal norueguês em relação ao sistema da maioria dos países, como o
brasileiro, americano, inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a prisão é a privação da liberdade, e pautado
na reabilitação e não no tratamento cruel e na vingança.
O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar progressos educacionais, laborais e comportamentais, e, dessa
forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade novamente junto à sociedade.
A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a seguinte: enquanto lá os presos saem e praticamente não
cometem crimes, respeitando a população, aqui os presos saem roubando e matando pessoas. Mas essas são
consequências aparentemente colaterais, porque a população manifesta muito mais prazer no massacre contra o
preso produzido dentro dos presídios (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).
LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do Portal
atualidadesdodireito.com.br. Estou no blogdolfg.com.br.
** Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil.
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3. Um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes. A sequência de palavras que ilustra esse
conceito é:
a) taxa - máxima - afixar
b) oficina - praça - cela
c) presídio - lazer - execução
d) exercício - inexorável - exórdio
e) preso - sangue - asa
Resposta da questão 3:
[C]
Nas palavras “presídio”, “lazer” e “execução”, as letras “s”, “z” e “x” possuem o mesmo som, o do fonema
/z/.
Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado (fosse a pele retinta, bem
sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem negro, estudei. Alcancei o banco de uma
universidade reconhecida, a PUC-SP, onde me formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos
nobre, status de professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo financeiramente,
mas ainda assim, digno.
Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para poucos. Trabalho,
ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo, política. A vida que escolhi me levou a
pessoas incríveis: líderes políticos, intelectuais, atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas
de governos, viagens para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados
brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com adversários, quanto em
momentos de elaboração e confraternização com os meus da “esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem
negro. E como um negro no país da democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim
dispensado sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair dele.
Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos, alcançando posição de
segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do diverso e confuso movimento negro brasileiro, me
dediquei ao enfrentamento ao racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro,
sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo com mais profundidade. Ainda
assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à
minha capacidade política ou profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora
finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última semana: “A política não é
lugar pra preto vagabundo feito você!”.
Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais, cabos eleitorais ou, no
máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez
consegui reverter o efeito desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder
político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer! Lugar de preto é onde ele
quiser – inclusive na política!”.
http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-e-lugar-pra-preto-vagabundo-feito-voce/.
Texto adaptado.
4. Ao dizer que alcançou o “banco de uma universidade reconhecida, a PUC-SP”, o autor vale-se de uma linguagem
figurada, em que, por meio de uma metonímia, utiliza a parte como equivalente do todo. De maneira conotativa, ele
afirma, nesse trecho, que conquistou “uma vaga na universidade”. No dicionário, a palavra “banco” (móvel em que as
pessoas sentam) é homônima do vocábulo “banco” (lugar onde se fazem transações monetárias).
Considerando os pares de palavras abaixo, em qual deles também se verifica relação de homonímia?
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a) eminência / iminência
b) assento / acento
c) fragrante / flagrante
d) deferir / diferir
e) ratificar / retificar
Resposta da questão 4:
[B]
O único par de palavras que apresenta mesma pronúncia, mas possui significados diferentes é “assento” e
“acento”. Os outros pares, apesar de apresentarem significados distintos, também apresentam pronúncias
distintas, não sendo homônimos.
5. Assum preto
GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em: www.luizgonzaga.mus.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento).
As marcas da variedade regional registradas pelos compositores de Assum preto resultam da aplicação de um
conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a pronúncia, a morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é
resultado de uma mesma regra a
a) pronúncia das palavras “vorta” e “veve”.
b) pronúncia das palavras “tarvez” e “sorto”.
c) flexão verbal encontrada em “furaro” e “cantá”.
d) redundância nas expressões “cego dos óio” e “mata em frô”.
e) pronúncia das palavras “ignorança” e “avuá”
Resposta da questão 5:
[B]
É correta a opção [B], pois os termos “Tarvez” e “sorto”, característicos da linguagem coloquial em algumas
regiões rurais do Brasil, sofreram processo de rotacismo (fenômeno linguístico de troca do R pelo L ou vice-
versa) das formas cultas equivalentes “talvez” e “solto”.
Fonte: GIACOMO, Maria T. C. de. Lendas brasileiras, n. 7, 2. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1977.
(adaptado)
I. Se inserido acento na sílaba final de “esta” (ref. 1), altera-se a tonicidade, mas mantém-se inalterada a classe de
palavra.
II. Em “linda” (ref. 2), assim como em “quieta” (ref. 3), verifica-se ocorrência de um fonema representado por duas
letras.
III. Diferentemente de “pouco” (refs. 4 e 5), a palavra “Poucas” (ref. 6), flexiona-se para concordar com o nome que a
acompanha.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.
Resposta da questão 6:
[D]
[I] Falsa. “Esta” é um pronome demonstrativo; caso a palavra seja acentuada na sílaba final, encontra-se
“está”: alteram-se a tonicidade (passa de paroxítona à oxítona) e a classe de palavra (passa de pronome
demonstrativo a verbo).
[II] Verdadeira. Em “linda”, as letras “i” e “n” correspondem a um fonema: / ĩ /, ou seja, ocorre a nasalização
do “i”, formando um dígrafo vocálico. Já em “quieta”, as letras “q” e “u” correspondem a um fonema: /k/, ou
seja, forma-se um dígrafo consonantal.
[III] Verdadeira. Há diferentes classes de palavras sendo comparadas: “pouco” é um advérbio de intensidade
tanto na referência 4 como na 5; já “poucas” é um pronome indefinido, motivo pelo qual concorda com o
substantivo “luas”.
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[...]
E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo?
Oh, Narciso Peixe Ornamental!
Tease me, tease me outra vez1
Ou em banto baiano
Ou em português de Portugal
De Natal
[...]
1
Tease me (caçoe de mim, importune-me).
Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de
conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos
coloquiais na seguinte passagem:
a) “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2)
b) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3)
c) “Que devora a voz do morto” (v. 9)
d) “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12)
e) “Tease me, tease me outra vez” (v. 14)
Resposta da questão 7:
[D]
O efeito sonoro se faz com uma combinação linguística explorando os fonemas /l/, /b/, /t/. A linguagem
coloquial é representada pela expressão “tipo pra rimar”.
LAGOA
Eu não vi o mar.
Não sei se o mar é bonito,
não sei se ele é bravo.
O mar não me importa.
Eu vi a lagoa.
A lagoa, sim.
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A lagoa é grande
e calma também.
Na chuva de cores
da tarde que explode
a lagoa brilha
a lagoa se pinta
de todas as cores.
Eu não vi o mar.
Eu vi a lagoa...
8. Observe as frases:
Evidentemente, a segunda frase não caberia no poema pela construção semântica "mar × lagoa". No entanto,
tomado o verso fora do contexto do poema, o seu entendimento poderia ser prejudicado. Isso decorre do fato de:
a) a construção frasal ser semelhante, apesar de haver diferenciação na pronúncia das palavras.
b) haver uma coincidência na seleção de fonemas entre as duas frases, o que leva à idêntica pronúncia.
c) não haver equivalência entre os fonemas de ambas as frases, o que as torna bastante ambíguas.
d) haver duas unidades linguísticas (o mar) sendo retomadas por uma (Omar) de pronúncia diferente.
e) haver diferença na quantidade de letras nas duas frases, mas equivalência de fonemas entre elas.
Resposta da questão 8:
[B]
9. A palavra SANGUESSUGA possui 11 letras, 8 fonemas e 3 dígrafos; DEMOCRACIA tem 10 letras, 1 encontro
consonantal e 1 hiato. Relacione as duas colunas a seguir e depois assinale a alternativa com a sequência correta.
1. república
2. hábito
3. reeleição
4. candidatos
5. corrupção
6. excessivo
( ) 9 fonemas, 1 dígrafo
( ) 7 fonemas, 2 dígrafos
( ) 8 fonemas, 1 dígrafo, 1 encontro consonantal
( ) 9 fonemas, 1 encontro consonantal
( ) 9 fonemas, 2 ditongos, 1 hiato
( ) 5 fonemas
a) 6 - 4 - 1 - 5 - 3 - 2
b) 2 - 4 - 5 - 6 - 3 - 1
c) 5 - 1 - 6 - 4 - 2 - 3
d) 4 - 6 - 5 - 1 - 3 - 2
e) 3 - 5 - 2 - 6 - 4 - 1
Resposta da questão 9:
[D]
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10.
Assinale a alternativa que contém a resposta correta em relação à grafia e aos fonemas dos quadrinhos 3 e 4.
a) A palavra aqui tem um ditongo crescente, quatro letras e três fonemas.
b) No terceiro quadrinho, a letra s representa um só fonema.
c) Nas palavras acho e questão, há dois dígrafos e dois ditongos decrescentes.
d) Sempre e pegadinha têm o número de sílabas diferentes, mas, quanto à tonicidade, recebem a mesma
classificação.
e) Na separação silábica das palavras do quarto quadrinho, as letras que representam os dígrafos ficam juntas na
mesma sílaba.
11. Dígrafo é o grupo de duas letras formando um só fonema. Ditongo é a combinação de uma vogal com uma
semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Nas palavras “também” e “ontem”, observa-se que há, para cada
palavra, respectivamente,
a) dígrafo – dígrafo/dígrafo – dígrafo.
b) ditongo nasal – ditongo nasal/ditongo nasal – ditongo nasal.
c) dígrafo – ditongo nasal/ditongo nasal – dígrafo.
d) ditongo nasal – dígrafo/dígrafo – ditongo nasal.
e) dígrafo – ditongo nasal/dígrafo – ditongo nasal.
Os dígrafos vocálicos são formados por uma vogal seguida pelas letras M ou N, pois permitem que as vogais
tenham um fonema com articulação nasalada, como acontece na primeira sílaba das palavras “também” e
“ontem”. No entanto, os encontros entre as letras AM ou EM podem não ser dígrafos, pois sempre que o M
assume um outro fonema ao invés de produzir apenas um som junto à vogal – e isso ocorre, por exemplo, na
segunda sílaba dessas duas palavras (“também” e “ontem” –, nesses casos, AM e EM são considerados
ditongos decrescentes nasais. Assim, é correta a opção [E].
12. Leia:
“Diante dos fatos marcantes da infância, eu não podia acreditar na inocência de meu pai.”
Pai: pai (vogais em uma mesma sílaba = ditongo; ditongo formado por vogal + semivogal = ditongo
decrescente
O número ideal seria entre 1,5 a 3 bilhões de pessoas. Atualmente, porém, a população é de 7 bilhões. Ou seja, já
somos mais do que o dobro do que a Terra conseguiria abrigar de forma sustentável. De acordo com o Fundo de
População das Nações Unidas (UNFPA), três fatores devem ser considerados para o cálculo: disponibilidade de
comida, água e terra; padrão de consumo e capacidade do planeta de absorver a poluição; e número de pessoas.
Para o pesquisador Alan Weisman, autor de Contagem Regressiva – A Nossa Última e Melhor Esperança para um
Futuro na Terra, há um paradoxo. Não adianta aumentar a nossa capacidade de alimentar e manter bilhões de
pessoas vivas se cada vez mais pessoas continuarem nascendo. "No início do século 20 éramos 2 bilhões e
tínhamos vastas florestas, qualidade de vida, comida para todo mundo e pouca emissão de combustíveis fósseis. Ou
seja, tínhamos um planeta saudável", afirma Weisman.
ALÍVIO TEMPORÁRIO
A taxa de natalidade mundial está diminuindo. Atualmente muitas pessoas vivem nas cidades e as famílias não
precisam ter tantas crianças (antigamente, os filhos eram importante força de trabalho na lavoura). Além disso, os
lares estão cada vez menores e o custo de vida maior. Por tudo isso, pessoas urbanas têm cada vez menos filhos.
SOMOS EXAGERADOS
Desenvolvimento também não é garantia de abundância. Se toda a população consumisse como os americanos, a
Terra não suportaria - precisaríamos do triplo de recursos existentes atualmente. Mas nem precisamos ir tão longe:
com o consumo médio atual, já exploramos pelo menos duas vezes mais do que o planeta oferece.
PLANEJAMENTO FAMILIAR
De acordo com Alan Weisman, podemos reduzir a quantidade de pessoas que vivem na Terra ao longo de três
gerações sem tomar medidas extremas. "Há países que reduziram o número de habitantes apenas com distribuição
de contraceptivos, educação e planejamento familiar, sem precisar obrigar as famílias a ter menos filhos".
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quantos-seres-humanos-a-terra-seria-capaz-de-suportar
13. Considere o seguinte trecho: “Desenvolvimento também não é garantia de abundância.” A palavra grifada
encontra-se acentuada porque:
a) é uma palavra paroxítona, terminada em ditongo oral.
b) é uma palavra paroxítona terminada em ditongo decrescente nasal.
c) é uma palavra oxítona terminada em a.
d) é uma palavra em que há um hiato oral.
e) é uma palavra oxítona terminada em hiato.
A separação das sílabas de “abundância” deve ser feita assim: a-bun-dân-cia. Dessa forma, tem-se uma
paroxítona, que termina em ditongo oral, pois há duas vogais orais pronunciadas somente pela boca(“ia”).
14. Os dois hiatos das formas verbais devem ser acentuados apenas na alternativa:
a) refluir, intuindo.
b) construindo, destruido.
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c) caida, saiste.
d) instruido, intuir.
e) refluira, destruindo.
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Número de sílabas:
• acentuam-se as paroxítonas terminadas em: i, is, us, um, uns, r, x, n, l, ps, ã(s), ão(s), on(s) e ditongos
seguidos ou não de (s).
✓ biquíni, biquínis, vírus, fórum, fóruns, revólver, ônix, hífen, amável, fórceps, ímã(s), órgão(s), próton, prótons,
família(s).
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Regra do hiato
Serão acentuadas graficamente as letras (i e u) se formarem hiato com a vogal anterior e aparecerem sozinhas ou
seguidas de (s).
Os verbos: crer, dar, ler e ver não recebem mais acentos gráfico.
Esta é uma breve teoria que lhe dará um bom embasamento acerca das regras de acentuação gráfica.
Além deste resumo e com as videoaulas, consulte também uma boa Gramática para agregar em seus estudos.
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1. (G1 - ifsul 2018) Em relação às regras de acentuação, em qual alternativa as palavras obedecem à mesma regra?
a) Silêncio – paraíso – médico.
b) Só – você – pedirá.
c) Só – até – atrás.
d) Últimas – décadas – século.
2. (G1 - ifal 2018) Assinale nas alternativas abaixo aquela em que os vocábulos são acentuados graficamente por serem
paroxítonos.
a) casa, sapo, carro, mesa, relógio.
b) júri, fóssil, hífen, abdômen, oásis.
c) livro, fotografia, cachimbo, lápis, régua.
d) amável, perpétuo, teodiceia, antologia, bênção.
e) história, comentário, ímã, antigo, indústria.
3. (G1 - ifsul 2018) A única palavra que, ao perder o acento, NÃO gera outra palavra existente na língua é
a) prática.
b) ninguém.
c) pedirá.
d) até.
4. (G1 - ifsc 2018) A indústria tecnológica se desenvolveu muito nos últimos anos. Com isso, a quantidade e a qualidade dos
produtos eletrônicos surpreendem cada dia mais os consumidores.
Sabendo-se que as palavras em destaque receberam acentos gráficos por serem proparoxítonas, em qual alternativa há somente
palavras cujos acentos foram empregados com base na mesma regra de acentuação?
5. (G1 - ifal 2017) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por se enquadrarem na mesma regra de
tonicidade.
a) Parâmetro, líquido, álbuns, ênfase, tórax.
b) Biquíni, lágrima, fórum, ágil, íon.
c) Ética, círculo, bíceps, órfão, picolés.
d) Prótese, epígrafe, lápis, néctar, hábito.
e) Parabéns, camelôs, pavê, guaraná, ninguém.
6. (G1 - ifal 2017) Marque, dentre as alternativas abaixo, aquela em que os vocábulos são acentuados graficamente por serem
oxítonos.
a) caí, aí, ímã, ipê, abricó.
b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis.
c) vovô, capilé, Paraná, lápis, régua.
d) amém, amável, filó, porém, além.
e) paletó, avô, pajé, café, jiló.
Ygor não tinha muito dinheiro pra ir à casa de Marcelle, não poderia pegar duas conduções. Teria que seguir uma longa
peregrinação, afinal a S... não disponibilizava ônibus praquelas bandas.
[...]
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Dentro do ônibus, tentava achar um lugar onde pudesse acomodar seus pés tamanho 42 sem pisar nos alheios. Riu
indignadamente ao ver, num ponto, um abrigo com um anúncio que dizia:
“CIDADANIA É USAR O TRANSPORTE DE MASSA: DÊ PREFERÊNCIA AO ÔNIBUS”.
Após um enjoativo fluxo de para e anda, para e anda que durou uma hora e quinze minutos, enfim o ônibus seguia sem
grandes interrupções, e inclusive já se aproximava do destino de Ygor.
DENISSON, Ari. Contos Periféricos. Maceió: Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2016. p. 31.
7. (G1 - ifal 2017) As palavras abaixo, encontradas no texto, foram acentuadas pela mesma razão, exceto
a) pés.
b) é.
c) dê.
d) após.
e) já.
8. (G1 - ifsp 2016) De acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa em que todas as palavras devam
ser acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação do vocábulo sublinhado na placa abaixo.
a) Facil/animo (substantivo)/apendice
b) Ingenuo/varzea/magoa (substantivo)
c) Virus/alcoolatra/unico
d) Alibi/antibiotico/monossilabica
e) Album/maniaco/amidala
No caminho de Montevideo, dirigindo pela rota beira-mar obrigatóriamente voce vai passar pelo porto de Montevideo,
lá existe um mercado muito sofisticado com ótimos restaurantes. Vale [à pena] uma parada para almoçar no El Palenque, um dos
melhores restaurantes do Uruguai para comer carnes, é incrivel lá dentro! Paramos para conhecer, mas não almoçamos no El
Palenque dessa vez, pois estavamos com o almoço marcado na Bodega Bousa e depois a visita a vinicola. Seguimos viagem pela
rota 5 em direção a Bodega Bousa (fique atento as placas, pois voce pode passar despercebido por elas).
(http://cozinhachic.com/diario-de-viagemmontevideo-vinicolas-e-restaurantes).
9. (G1 - utfpr 2016) No texto há algumas palavras com erro de acentuação gráfica. Assinale a alternativa que registra todas elas
com os erros corrigidos.
a) Obrigatoriamente, você, incrível, estávamos, vinícola, você.
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10. (Unicamp 2019) Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto. As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do
léxico.
As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas. Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto - e, despóticas,
ainda exigem acento na sílaba tônica! Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito. É inequívoca a diferença entre o
arruaceiro e o vândalo. Uma coisa é estar na ponta – outra, no vértice. Ser artesão não é nada, perto de ser artífice.
Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice.
(Adaptado de Eduardo Affonso, “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto”. Disponível em www.facebook.com/eduardo22affonso/.)
João Guimarães Rosa. DÃO-LALALÃO (O Devente). NOITES DO SERTÃO. In: CORPO DE BAILE. Ficção Completa - Volume I. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, p.811-2,
1994.
11. (Unb 1998) Assinalando o texto como um todo, julgue os seguintes itens.
não é um sistema, 1nem uma seita, 1nem um monopólio, 1nem uma forma de governo: é o céu, o solo, o povo, a tradição, a
consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que a servem
são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não sublevam, os que não delatam, os que não
emudecem, os que não se acobardam, mas resistem, mas esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a
admiração, o entusiasmo. Porque todos os sentimentos grandes são benignos e residem originariamente no amor. No próprio
patriotismo armado, o mais difícil da vocação, e a sua dignidade, não está no matar, mas no morrer. A guerra, legitimamente, não
pode ser o extermínio, nem a ambição: é simplesmente a defesa. Além desses limites, seria um flagelo bárbaro, que o patriotismo
repudia.
12. (Unb 1997) Observe o texto sob o enfoque gramatical e julgue os itens adiante.
(1) A regra de acentuação de DEEM não pode ser aplicada a nenhuma palavra do texto, mas justifica os acentos de VEEM, TEEM
e ABENÇOO.
(2) As três ocorrências do sinal indicativo de crase, no 1º período do 1º parágrafo, justificam-se por introduzirem complementos
nominais constituídos por substantivos femininos.
(3) A conjunção "nem", repetida (ref. 1), está estabelecendo a coordenação entre termos independentes entre termos
independentes entre si.
(4) Na passagem "a comunhão DA LEI, DA LÍNGUA E DA LIBERDADE", as expressões em destaque podem ser substituídas,
respectivamente, por LEGAL, LINGUÍSTICA e LIVRE, sem mudanças de sentido.
(5) Nos dois últimos períodos do texto, os verbos estão flexionados na voz ativa, indicando que o sujeito é o ser que pratica a ação.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[D]
Na alternativa [D], todas as palavras são acentuadas por serem proparoxítonas: úl-ti-mas, dé-ca-das, sé-cu-lo.
Resposta da questão 2:
[B]
Resposta da questão 3:
[B]
A palavra “prática”, ao perder o acento, gera o verbo “pratica”. O verbo “pedirá”, conjugado no futuro do presente, ao perder o
acento, gera o verbo “pedira”, conjugado no pretérito mais-que-perfeito. A preposição "até", ao perder o acento, gera o verbo
"ate", do verbo "atar" conjugado no presente do subjuntivo.
Resposta da questão 4:
[D]
Resposta da questão 5:
[E]
[A] Incorreta: “parâmetro”, “líquido” e “ênfase” são proparoxítonas, já “tórax” e “álbuns” são paroxítonas.
[B] Incorreta: “lágrima” é proparoxítona e as outras palavras são paroxítonas.
[C] Incorreta: “ética” e “círculo” são proparoxítonas, já “bíceps” e “órfão” são paroxítonas e “picolés” é oxítona.
[D] Incorreta: “prótese”, “epígrafe” e “hábito” são proparoxítonas, já “lápis” e “néctar” são paroxítonas.
[E] Correta: todas as palavras são oxítonas.
Resposta da questão 6:
[E]
De acordo com o novo acordo ortográfico, toda oxítona (palavra cuja sílaba tônica é a última) terminada em “a”, “e” e “o”,
seguidas ou não de “s”. Assim, somente em [E] vemos apenas palavras com a última sílaba tônica, terminadas em “o” e “e”.
Resposta da questão 7:
[D]
Todas as palavras são monossílabos tônicos, exceto “após” que é uma oxítona.
Resposta da questão 8:
[B]
A regra de acentuação da palavra “obrigatório” é que acentuam-se todas as paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
Assim, a única alternativa em que observamos paroxítonas com ditongos crescentes é a [B]: in-gê-nuo, vár-zea e má-goa.
Resposta da questão 9:
[A]
Estão incorretas:
O autor explora ironicamente a regra de acentuação das palavras proparoxítonas, obrigatoriedade da acentuação na
antepenúltima sílaba, para criticar os discursos pernósticos, típicos de quem gosta de usar termos incomuns, que às vezes
desconhece, para aparentar cultura ou status social elevado em relação aos demais. Assim, é correta a opção [D].
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ESTRUTURA DE PALAVRAS
Observe as seguintes palavras:
escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização
Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há
elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, escola e escolar:
partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável -ar.
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a
existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma unidade mínima de
significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.
Radical
Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical –
que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte
da palavra responsável por sua significação principal.
Afixos
Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o
acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas recebem o
nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando,
como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar
mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no radical a que são
acrescentados.
Desinências
Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam.
Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa
(primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara,
amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre
surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e desinências
verbais.
• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma
opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de
morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares;
revólver/revólveres; cruz/cruzes.
• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que
indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos
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(desinência número-pessoais):
cant-á-va-mos cant-á-sse-is
cant:
cant: radical
radical
-sse-
-va-:desinência :desinência
modo-temporal modo-
(caracteriza o temporal
pretérito (caracteriza o
imperfeito do pretérito
indicativo) imperfeito do
subjuntivo)
-
- is: desinência
mos:desinência número-
número-pessoal pessoal
(caracteriza a (caracteriza a
primeira pessoa segunda
do plural) pessoa do
plural)
Vogal temática
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical,
constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os
verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola,
triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de
gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a
desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó,
caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática.
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal
temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.
govern-a- estabelec-
defin-i-ra
va e-sse
imped-i-
atac-a-va cr-e-ra
sse
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realiz-a-
mex-e-rá ag-i-mos
sse
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou
mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra
escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro,
alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.
Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição.
A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação, partimos sempre de um único
radical, enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical.
DERIVAÇÃO
Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente,
chamada primitiva. Observe o quadro abaixo:
Primitiva Derivada
mar marítimo, marinheiro, marujo
terra enterrar, terreiro, aterrar
Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação
de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais,
derivadas.
TIPOS DE DERIVAÇÃO
Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja os exemplos:
crer- descrer
ler- reler
capaz- incapaz
Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe
gramatical. Por exemplo: alfabetização
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No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do
substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.
papel - papelaria
riso - risonho
atual - atualizar
Por exemplo:
feliz - felizmente
Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva.
Exemplos:
Note que a presença de apenas um desses afixos é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua
existem as palavras "desleal", "lealdade" e "infeliz", "felizmente".
Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixoà palavra primitiva.
Considere, por exemplo, o adjetivo "triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer pela junção simultânea do
prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". Note que a presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma
nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras "entriste", nem "tristecer". Exemplos:
Dica: para estabelecer a diferença entre derivação prefixal e sufixal e parassintética, basta retirar o prefixo ou
sufixo da palavra na qual se tem dúvida. Feito isso, observe se a palavra que sobrou existe; caso isso aconteça,
será derivação prefixal e sufixal. Caso contrário, será derivação parassintética.
Derivação Regressiva
Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Exemplos:
comprar (verbo)
compra (substantivo)
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beijar (verbo)
beijo (substantivo)
Saiba que:
Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte
orientação:
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não
ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao
verbo ancorar.
Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome
de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por
derivação regressiva. Veja:
Ou ainda:
Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em
sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo.
Derivação Imprópria
A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua
forma, muda de classe gramatical. Neste processo:
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Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque implicam alterações
na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu significado, o que acaba
caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada "imprópria".
Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois
tipos, apresentados a seguir.
Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética. Exemplos:
Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inalterada a
sonoridade da palavra.
Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos.
Exemplos:
Redução
Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe:
Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na
comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção "Extras" -> Abreviaturas e Siglas)
Hibridismo
Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes. Por exemplo:
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Onomatopeia
Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos
da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres.
Exemplos:
01. (UFSC) Aponte a alternativa cujas palavras são respectivamente formadas por justaposição, aglutinação e
parassíntese:
a) varapau - girassol - enfaixar
b) pontapé - anoitecer - ajoelhar
c) maldizer - petróleo - embora
d) vaivém - pontiagudo - enfurece
e) penugem - plenilúnio – despedaça
Resposta Questão 1
Alternativa D.
- Vaivém – Justaposição: ocorre quando dois radicais unem-se sem que as palavras sofram transformações.
- Pontiagudo – Aglutinação: ocorre quando dois radicais unem-se e um deles sofre alteração.
- Enfurece – Parassíntese: ocorre quando os dois morfemas (prefixo e sufixo) unem-se ao radical
simultaneamente. Perceba que não existe a palavra enfure, da mesma forma que não existe a palavra furece.
Portanto, podemos afirmar que a anexação do prefixo e do sufixo ocorreu ao mesmo tempo.
Resposta Questão 2
Alternativa D.
Feminismo (acréscimo do sufixo -ismo) é uma palavra formada pelo processo de derivação sufixal, assim
como a palavra cruelmente (acréscimo do sufixo -mente).
03. Considerando o processo de formação de palavras, relacione a coluna da direita com a da esquerda:
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a) 3, 4, 2, 5, 1
b) 2, 4, 3, 1, 5
c) 4, 1, 5, 3, 2
d) 2, 4, 3, 5, 1
e) 4, 1, 5, 2, 3
Resposta Questão 3
Alternativa E.
- Alfabetização – sufixação: verbo alfabetizar mais sufixo -ação.
- O feito – Derivação imprópria: verbo no particípio (feito) que, com o acréscimo do artigo o, passou a ser
substantivo.
- Pontapé – composição por justaposição: ocorre quando dois radicais unem-se sem sofrerem
alterações. Ponta + pé.
- Incapaz – Prefixação: palavra primitiva capaz mais prefixo -in.
- Infelizmente – Prefixação e sufixação: Acréscimo de um prefixo -in e de um sufixo -mente, ao mesmo tempo,
na palavra feliz.
04. Assinale a alternativa em que a palavra não é formada por derivação regressiva:
a) comuna
b) âncora
c) boteco
d) corte
e) agito
Resposta Questão 4
Alternativa B.
Derivação regressiva ocorre quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Se o termo
denota ação, o nome será palavra derivada, e o verbo, palavra primitiva. Se o termo denota algum objeto ou
substância, o nome é um substantivo primitivo que deu origem ao verbo. A palavra âncora é um objeto e, nesse
caso, um substantivo primitivo que deu origem ao verbo ancorar.
05. (FFCL-Santo André)
As palavras couve-flor, planalto e aguardente são formadas por:
a) derivação
b) onomatopeia
c) hibridismo
d) composição
e) prefixação
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Resposta Questão 5
Alternativa D.
O processo de composição é aquele que forma uma nova palavra por meio da junção de dois ou mais radicais.
Composição por aglutinação: quando um dos radicais sofre alteração.
Composição por justaposição: quando os radicais, ao se unirem, não sofrem alterações.
06. (UF-Uberlândia)
Em qual dos itens abaixo está presente um caso de derivação parassintética:
a) operaçãozinha
b) conversinha
c) principalmente
d) assustadora
e) obrigadinho
Resposta Questão 6
Alternativa D.
Derivação parassintética é o processo em que acontece simultaneamente a anexação de prefixo e sufixo à
palavra primitiva. Nesse caso, a palavra primitiva é susto.
Resposta Questão 7
Alternativa E.
I. Marítimo e terreiro são formados pelo processo de derivação.
II. Nenhuma das palavras é formada pelo processo de derivação parassintética, uma vez que esse
processo diz respeito a uma palavra que é formada pela anexação simultânea de prefixo e sufixo.
III. Trabalho e choro são formados pelo processo de derivação regressiva: trabalhar – trabalho; chorar – choro.
IV. Apenas infelizmente é formado pelo processo de derivação sufixal.
V. Refazer e desfazer são formados pelo processo de derivação prefixal.
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Resposta Questão 8
Alternativa D.
A alternativa II é a única incorreta, uma vez que coelho, substantivo na frase, continua ocupando a classe
gramatical dos substantivos.
→ Amanhecer, originalmente, é verbo; mas, na frase listada, ela assume papel de substantivo.
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CLASSES GRAMATICAIS
MORFOLOGIA
Os vocábulos da língua portuguesa reúnem-se em classes ou categorias gramaticais. São dez. Seis
chamadas classes variáveis e quatro chamadas classes invariáveis. Deve-se observar que a classificação
morfológica de uma palavra sempre está relacionada com o contexto em que estiver empregada. Bem por isto convém
atentar para o processo de derivação imprópria. São classes variáveis:
SUBSTANTIVO
O "nome" por excelência. Palavra com que se denominam seres, coisas, atos, enfim, tudo quanto o ser humano
percebe. Muitos substantivos expressam ideia de um conjunto de entes. Classificam-se em:
próprios:
aqueles que particularizam um ente no meio de sua espécie.
Exemplos:
Marcelle; Araçatuba; Casa Silva.
comuns:
aqueles que nomeiam todos os elementos de uma mesma espécie.
Exemplos:
homem; cidade, loja.
concretos:
os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes dois sentimentos ou julgamentos
do ser humano.
Exemplos:
Deus; fada; espírito; mesa; pedra.
abstratos:
os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos e sentimentos.
Exemplos:
dor; saudade; beijo; pontapé; chute; resolução; resposta, etc.
coletivos:
aqueles que nomeiam conjuntos.
Exemplos:
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Nota: Há coletivos específicos, como cáfila (conjunto de camelos), e não específicos, como bando (de aves, de
marginais, etc.).
primitivos:
substantivos que dão origem a outros, através dos processos de derivação.
derivados:
são os substantivos formados por processos de derivação, exceto a imprópria.
Os substantivos podem, ainda, ser simples ou compostos.
a) gênero:
Relativamente à flexão de gênero, os substantivos podem ser biformes ou uniformes. Os biformes, também
chamados heterônimos, apresentam formas distintas para masculino ou feminino.
Exemplo:
homem/mulher.
Exemplos:
jacaré macho; jacaré fêmea.
Exemplos:
O/A estudante; O/A motorista etc.
Sobrecomuns:
O gênero só se revela no contexto, independentemente do artigo que os precede.
Exemplos:
O cônjuge (marido ou mulher); o carrasco (homem ou mulher); o caixa (homem ou mulher).
Existem substantivos que, sendo masculinos têm um significado, sendo femininos, têm outro.
Alguns exemplos:
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b) número:
Trata de singular ou plural. A flexão de número não causa problema a usuários da língua com preparo mediano,
entretanto, sempre convém observar certas particularidades. Há, por exemplo, substantivos que só se empregam na
forma de plural; chama-se pluralia tantum: os afazeres; as algemas; os anais; as bodas; as condolências; as custas
(de um evento judicial); Os Estados Unidos; os idos; os parabéns etc.
É conveniente observar o plural dos substantivos compostos, embora haja discordância teórica entre muitos
gramáticos.
1. Nos compostos sempre variam os elementos substantivos, adjetivos e numerais ordinais. Exemplos: couves-flores;
amores-perfeitos; segundas-feiras.
Notas:
1. Se os compostos têm os núcleos unidos por preposição, apenas o primeiro elemento irá para o plural. Exemplos:
pés de moleque; águas-de-colônia; marias-sem-vergonha.
Muitas vezes a preposição está implícita: cavalos-vapor (= cavalos-de-vapor)
2. Se o segundo elemento do composto indicar espécie ou semelhança, apenas o primeiro elemento irá para o plural.
Exemplos: navios-escola; licenças-prêmio; cafés-concerto; canetas-tinteiro; macacos-prego, peixes-boi.
2. Nunca variam compostos formados por verbos, advérbios e preposições.
Exemplos:
Os quero-quero; os leva-e-traz. Os abaixo-assinados; os sem-terra.
c) grau:
Quanto ao grau, os substantivos podem se flexionar no aumentativo ou diminutivo, para expressar ideia de grandeza,
afeto ou menosprezo. Exemplos: casarão, casinha, casebre, pobretão, menininha.
Deve-se observar que, apesar da forma aumentativa ou diminutiva, muitas palavras perderam a noção de grandeza.
Exemplos: portão; cartão; flautim; caderneta e outros.
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ADJETIVO
ADJETIVO
Classe de palavras que servem para caracterizar um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, um estado, uma
condição ou uma origem. Exemplos: homem honesto; moça triste; mulher pobre; cidadão coreano.
Os adjetivos se flexionam em gênero, número e grau. Quanto ao gênero e número, concordam com o substantivo a
que se referem. Relativamente ao grau, é necessário algum cuidado.
Grau comparativo:
a) igualdade:
b) Inferioridade:
c) Superioridade:
Grau superlativo:
Trata de atribuir ao substantivo uma característica elevada ao grau máximo. Pode ser:
- superlativo absoluto analítico: quando se acrescenta um advérbio de intensidade ao adjetivo, sem flexioná-lo.
Exemplo:
Esta garota é muito linda.
- superlativo absoluto sintético: Forma-se com o emprego dos sufixos superlativos.
Exemplo:
Esta garota é lindíssima.
- superlativo relativo de superioridade: Destaca as característica de um ente em relação a um grupo.
Exemplo:
Esta garota é a mais bela da classe. Note-se, ele é a mais bela dentro do grupo: a classe.
- superlativo relativo de inferioridade: Destaca a inferioridade do ente no conjunto em que se insere.
Exemplo:
Esta garota é a menos bela da classe.
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de abdômen abdominal
de abelha apícola
de abutre vulturino
de alma anímico
de aluno discente
de anjo angelical
de ano anual
de aranha aracnídeo
de asno asinino
de astro sideral
de audição ótico
de baço esplênico
de bispo episcopal
de bode hircino
de boi bovino
de cabelo capilar
de cabeça cefálico
de cabra caprino
de carneiro arietino
de chumbo plúmbeo
de chuva pluvial
de cinza cinéreo
de circo circense
de cobre cúprico
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de coelho cunicular
de couro coriáceo
de cão canino
de decoração decorativo
de dedo digital
de dia diário
de elefante elefantino
de enxofre sulfúrico
de escola escolar
de esmeralda esmeraldino
de estrela estelar
de face facial
de falcão falconídeo
de faraó faraônico
de farinha farináceo
de fera ferino
de ferro férreo
de fogo ígneo
de frente frontal
de fábrica fabril
de gado pecuário
de gafanhoto acrídeo
de galinha galináceo
de ganso anserino
de garganta gutural
de gato felino
de gelo glacial
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de gesso gípseo
de governo governamental
de guerra bélico
de hoje hodierno
de idade etário
de ilha insular
de irmão fraterno
de junho junino
de lado lateral
de lago lacustre
de laringe laríngeo
de lebre leporino
de leão leonino
de lobo lupino
de lua lunar
de lágrima lacrimal
de madeira lígneo
de manhã matinal
de mar marítimo
de mestre magistral
de monge monacal
de monstro monstruoso
de morte mortal
de mundo mundial
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de mãe materno
de mês mensal
de nariz nasal
de neve níveo
de noite noturno
de nuca occipital
de olhos ocular
de orelha auricular
de osso ósseo
de ouro áureo
de outono outonal
de ovelha ovino
de pai paterno
de paixão passional
de pato anserino
de peixe písceo
de pombo columbino
de professor docente
de pulmão pulmonar
de páscoa pascal
de pâncreas pancreático
de quadril ciático
de raposa vulpino
de rei real
de rim renal
de rio fluvial
de sangue sanguíneo
de serpente ofídico
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de sol solar
de sonho onírico
de tarde vespertino
de tecido têxtil
de trás traseiro
de tórax torácico
de urso ursino
de vaca vacum
de velho senil
de vento eólico
de verão estival
de virgem virginal
de virilha inguinal
de voz vocal
de víbora viperino
de águia aquilino
de éter etéreo
Os adjetivos compostos flexionam normalmente o último elemento do composto, concordando com o substantivo a
que se referem. Exemplos: Clínicas médico-cirúrgicas; Projetos médico-cirúrgicos.
Quando se referem a cores, sendo formado de palavra que indica cor + substantivo, ficará invariável. Exemplo:
Vestidos amarelo-ouro; blusas amarelo-ouro. Entretanto se se forma com adjetivo, este faz a concordância:
Vestidos amarelo-claros; blusas amarelo-claras.
Nota: Azul-marinho e azul-celeste são formas invariáveis.
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Artigo
ARTIGO
É o determinante de um substantivo, já que este, isolado, tem apenas uma ideia genérica. Desta forma, o artigo serve
para selecionar um referente entre outros da espécie, particularizando-o, tornando-o específico, conhecido,
determinado. Pode também o artigo fazer referência a um ente qualquer, não específico no conjunto. Por isto é que
se dividem os artigos em definidos (o, a) e indefinidos (um, uma). Exemplos: Empreste-me a caneta! (trata-se de uma
caneta já conhecida do emissor e do receptor). Empreste-me uma caneta. (trata-se de qualquer caneta de que o
receptor disponha.
Além desses papéis, o artigo pode:
a) determinar o gênero do substantivo.
Exemplo:
O caixa; A caixa.
Exemplos:
O João está dormindo. A Camila está na casa da avó.
Exemplos:
O Brasil; A Alemanha; O Rio de Janeiro.
Notas:
1. Há nomes locativos que não admitem artigo.
Exemplos:
Roma; Paris; Brasília.
2. Os locativos Minas Gerais, Alagoas e Recife podem ter artigo ou não, indiferentemente.
3. Nos nomes ilustres das Artes, das Ciências e da Religião não se emprega o artigo. Exemplos: Machado de Assis;
Rousseau; Einstein; São Mateus.
4. Não se emprega o artigo antes do nome de Deus e de Jesus, exceto se modificados. Exemplos: O Deus dos
cristãos, O Jesus dos gentios.
5. A palavra ambos é classificada como numeral substantivo.
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NUMERAL
Classe de palavras que expressa noções quantitativas ou de sequência. Podem ser cardinais: 1,2,3,...; ordinais: 1º,
2º, 3º ...; multiplicativos: o dobro, o triplo, o quádruplo... e fracionários: terço, quarto (1/3; 1/4). É conveniente
consultar boas gramáticas, relativamente aos usos dos numerais. Um caso, porém merece destaque:
Na numeração de reis, papas, capítulos, séculos, artigos emprega-se o numeral ordinal até décimo; daí em diante,
passa-se a usar o numeral cardinal.
Exemplos:
Papa João Paulo II (Segundo); Papa João XXIII (vinte e três).
PRONOME
Classe de palavras que podem substituir o nome ou a ele referir-se. O pronome faz referência às pessoas do
discurso, assim, flexiona-se em pessoa e número. Quando um pronome substitui o nome, chama-se pronome
substantivo.
Exemplo:
Ele não está na sala.
Caso o pronome faça referência a um nome expresso, chama-se pronome adjetivo.
Exemplo:
Este José é um problema sério.
Os pronomes classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.
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Se Consigo
Advérbio
Advérbio é a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo e até mesmo, outro advérbio.
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Para entendermos o advérbio e seu emprego, precisamos saber distinguir a noção adverbial da noção adjetiva. Isso
é muito fácil: basta lembrarmos que o adjetivo se relaciona exclusivamente com um nome (ou pronome) e jamais se
relacionará com um verbo.
Observe:
Homem baixo
O adjetivo baixo modifica o substantivo homem.
Falar alto.
O advérbio alto modifica o verbo falar.
O adjetivo atribui uma qualificação a um substantivo. Já o advérbio acrescenta uma circunstância, uma informação a
mais ao sentido apresentado por um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. O advérbio indica as circunstâncias
(de tempo, de lugar, de modo, etc.) em que ocorre o fato verbal.
Locuções Adverbiais
Existem expressões - formadas de duas ou mais palavras, geralmente uma preposição e um substantivo - que
podem funcionar como adjetivos ou como advérbios: chamam-se, respectivamente, locução adjetiva e locução
adverbial.
Alguns exemplos de locuções adverbiais: de manhã, em breve, de repente, à direita, à esquerda.
Exemplos:
Os rapazes de Santos chegaram. (de Santos: locução adjetiva, pois modifica o substantivo rapazes)
Os rapazes chegaram de Santos. (de Santos: locução adverbial, pois modifica o verbo chegaram).
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Conforme a circunstância que acrescenta ao adjetivo, ao verbo ou a outro advérbio, o advérbio — e também
a locução adverbial — pode classificar-se como sendo de:
1. Afirmação: sim, realmente, certamente, etc.
Exemplo:
Sem dúvida, vocês agiram certo.
Exemplo:
Ela é muito inteligente.
Exemplo:
Iremos ali para conversar.
Exemplo:
Paulo chegou cedo hoje.
6. Modo: assim, bem, mal, depressa, devagar etc. e muitos dos vocábulos terminados em -mente.
Exemplo:
Ele estava se sentindo bem.
Exemplo:
Não faremos as atividades.
Advérbios Interrogativos
Quando as palavras onde, como, quanto, quando e por que são usadas em frases interrogativas (diretas ou
indiretas), são chamadas de advérbios interrogativos.
Exemplos:
Onde você mora? (direta)
Não sei como ele conseguiu terminar a corrida. (indireta)
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Locução Adverbial
A locução adverbial é uma expressão formada por mais de uma palavra com o valor de advérbio.
Exemplos:
às vezes, de propósito, de repente, a pé, de vez em quando.
Exemplo:
Jovenildo lê tão devagar quanto você.
- de superioridade: mais + advérbio + (do) que
Exemplo:
Jovenildo lê mais devagar que você.
- de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
Exemplo:
Jovenildo lê menos devagar que você.
b) O grau superlativo pode ser:
- sintético: a presença de sufixo indica grau
Exemplo:
Cheguei cedíssimo.
- analítico: a indicação de aumento de grau é feita por outro advérbio
Exemplo:
Cheguei muito cedo.
Regras de Advérbios:
1. Melhor e pior são comparativos adverbiais quando modificam verbos; são invariáveis.
Exemplo:
Eu jogo futebol melhor que Pedro. (melhor modifica o verbo jogar)
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2. Melhor e pior são comparativos adjetivos quando modificam substantivos e quando vêm depois de um verbo de
ligação: são variáveis.
Exemplos:
Minha filha tirou notas melhores que a sua. (melhores modifica o substantivo notas)
Meu filho é pior aluno que o seu. (pior vem depois do verbo de ligação e modifica o substantivo aluno)
3. Quando há vários advérbios terminados em -mente, usa-se o sufixo apenas no último advérbio.
Exemplos:
Estava trabalhando eficiente e calmamente. (Certo)
Estava trabalhando eficientemente e calmamente. (Errado)
4. Antes de particípios, não se usam as formas sintéticas do comparativo de superioridade (melhor, pior), e sim as
formas analíticas: mais bem, mais mal.
Exemplos:
Aqueles atletas estavam mais bem preparados que os outros.
Esse artigo foi mais mal escrito que aquele.
CONJUNÇÕES
Assim como a preposição, a conjunção é um importante elemento de conexão entre as orações. A conjunção é uma
palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Vejamos a seguir:
Logo, a segunda oração está ligada à primeira por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por meio do
"quando". As palavras "e" e "quando" ligam, portanto, orações.
Conjunções coordenadas
As conjunções coordenativas também conhecidas como conjunções coordenadas, estabelecem uma ligação
entre as orações coordenadas. No entanto, é importante destacar que estas orações não dependem sintaticamente
das outras, assim como também ligam termos que têm a mesma função gramatical.
Locução conjuntiva
Há ainda a locução conjuntiva, que ocorre quando duas ou mais palavras exercem a função de conjunção. Como os
casos de: ainda que, desde que, assim que, uma vez que, antes que, logo que:
As conjunções coordenativas recebem o mesmo nome dos tipos de orações coordenadas sindéticas, a saber:
Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas são os termos que ligam duas orações sintaticamente dependentes. É o contexto da
frase o que determina o tipo de relação estabelecida pela conjunção, portanto o contexto é fundamental. As
conjunções não desempenham função sintática na oração e são ligadas somente pelos conectivos. As conjunções
subordinativas dividem-se em: causais, concessivas, condicionais, comparativas, finais, proporcionais, temporais,
comparativas, consecutivas e integrantes.
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Que (precedido de tão, tal, tanto), De modo que, De maneira Os fatos eram tão
Consecutivas
que inusitados que tentou escapar.
Integrantes que e se. A verdade é que te adoro.
Conjunções Causais
São aquelas que expressam uma oração subordinada que denota causa:
Exemplos:
Conjunções concessivas
São as conjunções que indicam uma oração em que se admite um fato contrário à ação principal, mas incapaz de
impedi-la:
Exemplos:
Conjunções condicionais
Iniciam uma oração subordinada em que é indicada uma hipótese ou uma condição necessária para que seja
realizada ou não o fato principal:
Exemplos:
Conjunções conformativas
São chamadas conjunções conformativas aquelas que iniciam uma oração subordinada em que se exprime a
conformidade de um pensamento com o da oração principal.
Exemplos:
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Conjunções finais
As conjunções finais iniciam uma oração subordinada indicando a finalidade da oração principal.
Exemplos:
Conjunções proporcionais
As conjunções proporcionais iniciam uma oração subordinada em que mencionamos um fato realizado para realizar-
se simultaneamente com o da oração principal.
Exemplos:
Conjunções temporais
As conjunções temporais são aquelas que indicam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo:
Exemplos:
Conjunções comparativas
São aquelas que iniciam uma oração que encerra o segundo integrante de uma comparação, de um confronto.
Exemplo:
Conjunções consecutivas
São conjunções consecutivas aquelas que iniciam uma oração na qual é indicada a consequência do que foi
declarado na oração anterior.
Exemplos:
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Conjunções integrantes
São as conjunções utilizadas para introduzir a oração que atua como sujeito, objeto direto, objeto indireto,
predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração.
Exemplos:
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PREPOSIÇÃO
As preposições são vocábulos relacionais, isto é, estabelecem uma relação semântica entre dois termos. Em cada
caso, elas se impregnam de determinado sentido. Convém saber quais são as preposições e seus possíveis sentidos
relacionais.
As preposições essenciais são aquelas que sempre exercem o papel de preposição. Elas exigem os pronomes
pessoais nas formas oblíquas (mim, ti, etc.)
São elas: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre e trás.
As preposições acidentais não são efetivamente preposições; são palavras de outras classes que podem
eventualmente funcionar como preposições. Elas exigem os pronomes pessoais nas formas retas (eu, tu, etc.)
São elas: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante,
visto, etc.
LOCUÇÕES PREPOSITIVAS
Locuções prepositivas são conjuntos de duas ou mais palavras com valor de preposição. Toda locução prepositiva
termina por preposição.
Eis algumas locuções prepositivas
As preposições podem combinar-se com outras palavras. Quando na junção não há alteração fonética,
há combinação. Caso a preposição sofra redução, há contração.
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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES
Combinação Contração
do (de + o)
ao (a + o) dum (de + um)
aos (a + os) desta (de + esta)
aonde (a + onde) no (em + o)
neste (em + este)
Exemplos:
Chegou a hora do professor discursar. (errado)
Chegou a hora de o professor discursar. (certo)
Observe que o de é parte da expressão hora de.
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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES
VERBOS
Verbo é a palavra variável em tempo, modo, número e pessoa, que pode denotar um fato, um estado ou
um fenômeno. É a palavra que se conjuga.
CONJUGAÇÕES VERBAIS
Os verbos são divididos em três subgrupos, chamados de conjugações:
Radical é a parte do verbo que serve como base do significado. Quando se retiram as terminações -ar, -er, -ir do
infinitivo, obtém-se o radical do verbo. O radical de amar é estud, o radical de vender é beb e o radical de partir
é part.
Observe:
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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES
O verbo é a classe gramatical que apresenta maior número de flexões. Isso implica uma estrutura morfológica mais
complicada que as demais classes.
O verbo flexiona-se em:
• Pessoa - primeira, segunda e terceira
• Número - singular e plural
• Modo - indicativo, subjuntivo e imperativo
• Tempo - presente, pretérito (passado) e futuro
• Voz - ativa, passiva e reflexiva
TEMPO VERBAL
1) PRESENTE: expressa um processo que ocorre no momento da fala:
Exemplo:
Os meninos estão brincando agora.
2) PRETÉRITO PERFEITO: expressa um processo anterior ao momento do discurso, que aconteceu e
terminou, completo no tempo:
Exemplo:
Semana passada, fizemos todas as tarefas de escola.
3) PRETÉRITO IMPERFEITO: expressa um processo anterior ao momento do discurso, que pode ser um hábito
passado ou um fato interrompido.
Exemplo:
Sempre íamos ao shopping quando éramos adolescentes. (hábito passado)
Minha mãe fazia bolos deliciosos, quando acabou o gás. (fato interrompido)
4) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO: expressa um processo anterior a outro processo também passado:
Exemplo:
Manoel já pagara a conta, quando Maria chegou (pretérito mais-que-perfeito simples)
Manoel já havia saído quando meus primos chegaram. (pretérito mais-que-perfeito composto)
5) FUTURO DO PRESENTE: expressa um processo posterior ao momento da fala:
Exemplo:
Amanhã faremos os desenhos.
6) FUTURO DO PRETÉRITO: é o futuro de um fato passado, ou seja, expressa um processo posterior a outro
no passado:
Exemplo:
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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES
Janaína saiu há duas horas: dez minutos depois, seu noivo telefonaria.
AS FORMAS NOMINAIS
São três as formas nominais do verbo: infinitivo, gerúndio e particípio.
Infinitivo
O infinitivo impessoal (sem sujeito) é o próprio verbo: amar, vender, partir.
Exemplo:
Estudar é o maior prazer da vida.
Do infinitivo impessoal, obtém-se o infinito pessoal, acrescentando-se a ele as respectivas desinências número-
pessoais. Usa-se o infinitivo pessoal quando ele tiver sujeito próprio (explícito ou implícito) diferente do sujeito da
oração principal.
Exemplo:
Seria bom trabalharmos juntos.
A conjugação do infinitivo pessoal será estudada abaixo.
Gerúndio
O gerúndio, que exprime o fato enquanto ele ocorre, termina sempre em ndo:
Forma-se o gerúndio acrescentando-se NDO após a vogal temática:
estudando
bebendo
partindo
Particípio
O particípio, que exprime o resultado do fato, normalmente termina em do.
Para os verbos da 1ª conjugação, acrescenta-se ADO. Para os da 2ª e 3ª conjugação, acrescenta-se IDO, ao radical
do verbo, para formar o PARTICÍPIO REGULAR:
estudado
bebido
partido
Observações:
O particípio corresponde a um adjetivo e, assim, pode flexionar-se, em certos casos, em gênero e número.
Exemplos:
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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES
Exemplos:
Exprimido e expresso - formas do verbo exprimir
Extinguido e extinto - formas do verbo extinguir
Em geral, usa-se o particípio regular na voz ativa, com os auxiliares ter e haver, e o particípio irregular, na voz
passiva, com os verbos ser, estar e ficar.
Exemplos:
Ela tinha fritado os bolinhos. (particípio regular - voz ativa)
Os bolinhos foram fritos. (particípio irregular - voz passiva)
Tinham aceitado a recomendação. (particípio regular)
Haviam aceitado a recomendação. (particípio regular)
A recomendação foi aceita. (particípio irregular)
A recomendação estava aceita. (particípio irregular)
Atenção: Alguns verbos como fazer e escrever apresentam apenas o particípio irregular: feito e escrito,
respectivamente.
Na linguagem atual, alguns verbos como pagar, gastar e ganhar são usados apenas no particípio irregular.
Eis alguns particípios regulares e irregulares:
Observação:
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Tome como modelo da primeira conjugação o verbo estudar. Isso quer dizer que são regulares todos os
verbos que não alteram o radical e, em todos os tempos e modos, utilizam as mesmas terminações -
desinências - do verbo estudar.
Serve como paradigma da segunda conjugação o verbo vender e da terceira, o verbo partir.
b) IRREGULARES:
Apresentam alterações no radical e/ou na terminação, afastando-se, assim, do modelo da conjugação.
Exemplos:
1- Irregulares da primeira conjugação: incendiar, ansiar, passear.
c) ANÔMOLOS:
Na sua conjugação, verificam-se vários radicais.
Exemplos:
ser, ir.
d) DEFECTIVOS:
Apresentam "defeito" na conjugação, isto é, não possuem formas para conjugação completa.
Exemplos:
reaver, precaver-se, colorir.
e) ABUNDANTES:
Possuem mais de uma forma para uma mesma pessoa, tempo e modo.
Exemplos:
tu entopes, tu entupes; nós havemos, nós hemos; tu constróis, tu construis.
A abundância do verbo ocorre com maior frequência no particípio de alguns verbos, que, além da forma regular,
apresentam a forma irregular ou abundante.
f) AUXILIARES:
Unem-se a um outro verbo, denominado principal, ampliando-lhe a significação. O conjunto de verbo auxiliar mais
verbo principal é chamado de locução verbal.
Exemplos:
tenho ido; estou estudando; vou dizer.
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Vozes Verbais
Há três vozes verbais:
1. Voz ativa:
o sujeito é o agente - é aquele que executa a ação expressa pelo verbo.
Exemplos:
O menino leu o livro.
O menino comprou um livro.
2. Voz passiva:
o sujeito é o paciente - é o receptor da ação expressa pelo verbo.
Exemplos:
O livro foi lido pelo menino.
Um livro foi comprado pelo menino.
Há dois tipos de voz passiva:
i. voz passiva analítica: formado por verbo auxiliar mais particípio.
Exemplos:
O bolo foi comido pelo menino.
O livro foi comprado pelo aluno.
ii. voz passiva sintética (ou pronominal): é formada pelo verbo na terceira pessoa mais a partícula apassivadora se.
Exemplos:
Comeu-se o bolo. (Sujeito: bolo)
Comprou-se o livro. (Sujeito: livro)
3. Voz reflexiva:
o sujeito é, simultaneamente, agente e paciente - executor e receptor da ação expressa pelo verbo.
Exemplos:
Melissa machucou-se. (Sujeito: Melissa)
Arthur cortou-se. (Sujeito: Arthur)
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MODO INDICATIVO
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MODO SUBJUNTIVO
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MODO IMPERATIVO
Afirmativo Negativo
INFINITIVO
Impessoal Pessoal
Ser amado
Seres amado
Ser amado
Ser amado
Sermos amados
Serdes amados
Serem amados
GERÚNDIO
sendo amado
PARTICÍPIO
amado
MODO INDICATIVO
Lembro-me Lembrava-me
Lembras-te Lembravas-te
Lembra-se Lembrava-se
Lembramo-nos Lembrávamo-nos
Lembrais-vos Lembráveis-vos
Lembram-se Lembravam-se
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MODO SUBJUNTIVO
Lembre-me Lembrasse-me
Lembres-te Lembrasses-te
Lembre-me Lembrasse-se
Lembremo-nos Lembrássemos-nos
Lembreis-vos Lembrásseis-vos
Lembrem-se Lembrassem-se
MODO IMPERATIVO
Afirmativo Negativo
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INFINITIVO
Impessoal Pessoal
Lembrar-me
Lembrares-te
Lembrar-se
Lembrar-se
Lembrarmo-nos
Lembrardes-vos
Lembrarem-se
GERÚNDIO
lembrando-se
PARTICÍPIO
não se usa com pronome enclítico
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Exemplos:
verbos amar, vender e partir
Como já vimos, o presente do subjuntivo é um tempo derivado do presente do indicativo. Se o verbo não possuir a
primeira pessoa do singular do presente do indicativo, não possuirá também o presente do subjuntivo e o imperativo
negativo.
1) VERBOS DA 1ª CONJUGAÇÃO - vogal temática "a": troca-se a desinência "o" pela desinência "e".
(que) eu ame
(que) te ames
Eu amo
(que) ele ame
(que) nós amemos
(que) vós ameis
(que) eles amem
2) VERBOS DA 2ª CONJUGAÇÃO - vogal temática "e": troca-se a desinência "o" pela desinência "a".
(que) eu venda
(que) tu vendas
Eu vendo
(que) ele venda
(que) nós vendamos
(que) vós vendais
(que) eles vendam
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3) VERBOS DA 3ª CONJUGAÇÃO - vogal temática "i": troca-se a desinência "o" pela desinência "a".
(que) eu parta
(que) tu partas
Eu parto
(que) ele parta
(que) nós partamos
(que) vós partais
(que) eles partam
FORMAÇÃO DO IMPERATIVO
O modo imperativo forma-se do presente do indicativo e do presente do subjuntivo.
IMPERATIVO AFIRMATIVO
É derivado dos dois presentes:
• do presente do indicativo são retiradas as segundas pessoas - tu e vós -, eliminado o s:
• do presente do subjuntivo são retiradas as demais pessoas, sem alteração.
Observação:
formas: sê e sede.
Exemplos:
Sê feliz, minha amiga!
IMPERATIVO NEGATIVO
As cinco formas que constituem o imperativo negativo são exatamente iguais às do presente do subjuntivo.
Exemplo
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(que) eu ame
(que) te ames Não ames (tu)
(que) ele ame Não ame (você)
(que) nós amemos Não amemos (nós)
(que) vós ameis Não ameis (vós)
(que) eles amem Não amem (vocês)
2. o futuro do subjuntivo;
3. o imperfeito do subjuntivo.
Exemplos:
verbos falar, ver e partir
Eu falei Eu vi Eu parti
Tu falaste Tu viste Tu partiste
Ele falou Ele viu Ele partiu
Nós falamos Nós vimos Nós partimos
Vós falastes Vós vistes Vós partistes
Eles falaram Eles viram Eles partiram
Ao eliminar a desinência -ste (em negrito, acima) da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtêm-se os temas
desse tempo: fala, vi, parti.
Para formar os três derivados do pretérito perfeito, acrescenta-se a esses temas desinências específicas. Estas (veja
no quadro abaixo) aparecem no pretérito mais-que-perfeito de todos os verbos do idioma.
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Desinências
Tema: fala Tema: vi Tema: parti
específicas
Desinências
Tema: fala Tema: vi Tema: parti
específicas
Desinências
Tema: fala Tema: vi Tema: parti
específicas
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INFINITIVO IMPESSOAL
O infinitivo impessoal não se refere a nenhuma pessoa gramatical. Em outras palavras, não tem sujeito.
O infinitivo impessoal é uma forma verbal primitiva. A partir dele, com o acréscimo de desinências específicas,
derivam-se quatro tempos:
4. infinitivo pessoal
Usa-se o infinitivo impessoal:
i. quando não estiver se referindo a nenhum sujeito.
Exemplo:
É preciso ler muito.
Exemplo:
Essas questões são difíceis de resolver.
Exemplo:
Mário e Pedro deveriam ir ao jogo.
iv. quando for dependente dos verbos deixar, fazer, ouvir, sentir, mandar e tiver um pronome oblíquo como sujeito.
Exemplos:
Mandei-os ler. (Sujeito: os)
Exemplo:
Fazer silêncio!
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ei Eu amarei
ás Tu amarás
á Ele amará
Verbo AMAR
emos Nós amaremos
eis Vós amareis
ão Eles amarão
ia Eu amaria
ias Tu amarias
ia Ele amaria
Verbo AMAR
íamos Nós amaríamos
íeis Vós amaríeis
iam Eles amariam
Observação:
Os verbos DIZER, FAZER E TRAZER - e seus derivados - fazem exceção perdendo o "ZE" nos tempos
futuros do indicativo: DIREI - FAREI - TRAREI.
No infinitivo impessoal, forma-se o pretérito imperfeito do indicativo, a partir do RADICAL do verbo. Para os
verbos da primeira conjugação, acrescentam-se ao tema as desinências -ava, -avas, -ava, -ávamos, -áveis, -avam.
Para os verbos da segunda e terceira conjugação, acrescentam-se ao radical as desinências -ia, -ias, -ia, -íamos, -
íeis, -iam. Essas desinências aparecem no pretérito imperfeito do indicativo de todos os verbos do português. Veja,
como exemplo, os verbos amar (1ª conjugação), vender (2ª conjugação) e partir (3ª conjugação), cujos radicais
são am, vend e part.
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Infinitivo Pessoal
O infinitivo pessoal é a forma verbal do infinitivo usada quando a oração apresenta um sujeito definido.
Do infinitivo impessoal, obtém-se o infinito pessoal, acrescentando-se a ele as respectivas desinências número-
pessoais. Usa-se o infinitivo pessoal quando ele tiver sujeito próprio (explícito ou implícito) diferente do sujeito da
oração principal.
Exemplos:
O aconselhável era trabalharmos mais assiduamente.
O certo é os pais mandarem e os filhos obedecerem.
Observe: quando o infinitivo for regido de preposição (com exceção de a), é permitido o uso de duas formas.
Exemplos:
Viemos aqui para prestigiar os professores.
Viemos aqui para prestigiarmos os professores.
Infinitivo Pessoal
Desinências Amar (1ª conjugação) Vender (2ª conjugação) Partir (3ª conjugação)
Os tempos compostos são formados pelos verbos auxiliares mais o particípio do verbo principal. São os seguintes:
Pretérito perfeito
Pretérito perfeito
Pretérito mais-que-perfeito
Pretérito mais-que-perfeito
Futuro do presente
Futuro
Futuro do pretérito
Exemplo:
Eu tenho estudado.
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: formado pelo imperfeito do indicativo do verbo auxiliar mais o particípio
do verbo principal.
Exemplos:
Eu tinha estudado.
Eu havia estudado.
Futuro do presente: formado pelo futuro do presente simples do verbo auxiliar mais o particípio do verbo principal.
Exemplo:
Eu terei estudado.
Futuro do pretérito: formado pelo futuro do pretérito simples do verbo auxiliar mais o particípio do verbo principal.
Exemplo:
Eu teria estudado.
Pretérito perfeito do subjuntivo: formado pelo presente do subjuntivo do verbo auxiliar mais o particípio do verbo
principal.
Exemplo:
Eu tenha estudado.
Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo: formado pelo imperfeito do subjuntivo do verbo auxiliar mais o particípio
do verbo principal.
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Exemplo:
Eu tivesse estudado.
Futuro do subjuntivo: formado pelo futuro do subjuntivo simples do verbo auxiliar mais o particípio do verbo
principal.
Exemplo:
Eu tiver estudado.
FORMAS RIZOTÔNICAS
Toda forma verbal em que a sílaba tônica está contida no radical é chamada de rizotônica.
Exemplo:
verbo cantar, radical cant: canto
FORMAS ARRIZOTÔNICAS
Toda forma verbal em que a sílaba tônica está fora do radical é chamada de arrizotônica.
Exemplo:
verbo cantar, radical cant: cantamos
eu passei-o
tu passei-as
ele passei-a
passe-ar
nós passe-amos
vós passe-ais
eles passe-iam
Outros exemplos:
cear, recrear, recear, estrear.
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Mediar
Ansiar
Remediar
Incendiar
Rizotônicas Arrizotônicas
eu odeio
odiar tu odeias nós odiamos
ele odeia vós odiais
eles odeiam
Exemplo:
copiar - eu copio
3) Requerer
Não se conjuga como querer.
Exemplo:
Eu requeiro - Eu requeri - Se eu requeresse.
4) Polir
Troca o "o" por "u" nas formas rizotônicas:
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5) Prover
No presente do indicativo e formas derivadas, é conjugado como o verbo ver.
No pretérito perfeito e derivados e também no particípio, é conjugado de acordo com o modelo de 2 a. conjugação
PROVER
Pretérito Perfeito
Provi
Proveste
Proveu
Provemos
Provestes
Proveram
Presente do Indicativo
Eu -------- - --------
Tu -------- - --------
Presente do Subjuntivo - Não existe (pois não há a 1a. pessoa do Presente do Indicativo).
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Pretérito Perfeito
Eu reouve
Tu reouveste
Ele reouve
Nós reouvemos
Vós reouvestes
Eles reouveram
______ ______
colores colore tu
colore _______
colorem _______
8) Aprazer, Prazer
Estes verbos, no Pretérito Perfeito e derivados, mudam o radical.
Exemplos
Isto não me apraz. Apraz a Deus... / Isto não me aprove (Pretérito Perfeito)
Verbos Irregulares
Os verbos a seguir apresentam dificuldades quanto à conjugação. Consulte a listagem abaixo em caso de dúvida.
Dar
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
Negativo não dês, não dê, não demos, não deis, não deem
Formas Nominais
Gerúndio dando
Particípio dado
O verbo circundar é regular, por isso não segue como modelo o verbo dar.
Estar
Indicativo
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Subjuntivo
Imperativo
Negativo não estejas, não estejas, não estejamos, não estejais, não estejam
Formas Nominais
Gerúndio estando
Particípio estado
Por estar conjuga-se sobrestar, mas não obstar e sustar, que são verbos regulares: pres. do indic. (obsto, obstas, obstamos,
obstais, obstam; susto, sustas, susta, sustamos, sustais, sustam), pres. do subj. (obste, obstes, obste, obstemos, obsteis, obstem;
suste, sustes, suste, sustemos, susteis, sustem).
Mobiliar
Indicativo
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Aguar
Indicativo
Subjuntivo
Passear
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
Outros verbos terminados em ear: apear, atear, cear, folhear, frear, gear, enlear,
bloquear, afear, granjear, hastear, lisonjear, semear, titubear, arrear, recrear,
idear, estrear, nomear.
Atenção aos verbos terminados em iar: a maioria é regular. Apenas cinco verbos mudam o i da penúltima sílaba
em ei nas formas rizotônicas. São eles: mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar (note que a letra inicial de cada
verbo forma o nome Mário.
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Odiar
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
Resfolegar
Indicativo
Pretérito mais-que-
resfolegara, resfolegaras, resfolegara, resfolegáramos, resfolegáreis, resfolegaram
perfeito
Subjuntivo
Imperativo
Negativo não resfolgues, não resfolgue, não resfolguemos, não resfolegueis, não resfolguem
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Formas Nominais
Gerúndio resfolegando
Particípio resfolegado
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
Formas Nominais
Gerúndio cabendo
Particípio cabido
Crer
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Indicativo
Pretérito mais-que-
crera, creras, crera, crêramos, crêreis, creram
perfeito
Subjuntivo
Imperativo
Formas Nominais
Gerúndio crendo
Particípio crido
Dizer
Indicativo
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Subjuntivo
Imperativo
Negativo não digas, não diga, não digamos, não digais, não digam
Formas Nominais
Gerúndio dizendo
Particípio dito
Pelo verbo dizer conjugam-se todos os seus derivados: bendizer, condizer, contradizer, desdizer, entredizer,
interdizer, maldizer, predizer, redizer e tresdizer.
Estes verbos da segunda conjugação possuem formas duplas na segunda pessoa do singular do imperativo
afirmativo: dizer, fazer, jazer, prazer e trazer.
Fazer
Indicativo
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Subjuntivo
Imperativo
Negativo não faças, não faça, não façamos, não façais, não façam
Formas Nominais
Gerúndio fazendo
Particípio feito
Por fazer conjugam-se todos os derivados: afazer, benfazer, contrafazer, desfazer, liquefazer,
perfazer, rarefazer, refazer e satisfazer.
Haver
Indicativo
Presente hei, hás, há, havemos (ou hemos), haveis (ou heis), hão
Subjuntivo
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Imperativo
Negativo não hajas, não haja, não hajamos, não hajais, não hajam
Formas Nominais
Gerúndio havendo
Particípio havido
Poder
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
Formas Nominais
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Gerúndio podendo
Particípio podido
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
Formas Nominais
Gerúndio pondo
Particípio posto
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Por pôr conjugam-se: antepor, apor, compor, contrapor, decompor, depor, descompor,
dispor, entrepor, expor, impor, indispor, interpor, justapor, opor, pospor, predispor, prepor,
pressupor, propor, recompor, repor, sobrepor, superpor, supor e transpor.
Prover
Indicativo
Pretérito mais-que-
provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram
perfeito
Subjuntivo
Imperativo
Formas Nominais
Gerúndio provendo
Particípio provido
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O verbo prover só não se conjuga seguindo o verbo ver no pretérito perfeito do indicativo
e seus derivados.
Querer
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
Negativo não queiras, não queira, não queiramos, não queirais, não queiram
Formas Nominais
Gerúndio querendo
Particípio querido
Reaver
Indicativo
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Subjuntivo
Presente não há
Imperativo
Afirmativo reavei
Negativo não há
Formas Nominais
Gerúndio reavendo
Particípio reavido
Requerer
Indicativo
Subjuntivo
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Imperativo
Negativo não requeiras, não requeira, não requeiramos, não requeirais, não requeiram
Formas Nominais
Gerúndio requerendo
Particípio requerido
erbo requerer não segue a conjugação do verbo querer. Requerer só é irregular na primeira pessoa do singular do presente do indicativ
consequentemente, sem seus tempos derivados.
Saber
Indicativo
Pretérito mais-que-
soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam
perfeito
Subjuntivo
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Imperativo
Negativo não saibas, não saiba, não saibamos, não saibais, não saibam
Formas Nominais
Gerúndio sabendo
Particípio sabido
Ser
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
Negativo não sejas, não seja, não sejamos, não sejais, não sejam
Formas Nominais
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Gerúndio sendo
Particípio sido
Ter
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
Formas Nominais
Gerúndio tendo
Particípio tido
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Por ter conjugam-se todos os seus derivados: abster-se, ater-se, conter, deter, entreter,
manter, obter, reter e suster.
Trazer
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
Negativo não tragas, não traga, não tragamos, não tragais, não tragam
Formas Nominais
Gerúndio trazendo
Particípio trazido
Ver
Indicativo
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Subjuntivo
Imperativo
Negativo não vejas, não veja, não vejamos, não vejais, não vejam
Formas Nominais
Gerúndio vendo
Particípio visto
Por ver conjugam-se antever, entrever, prever e rever. Precaver e reaver não são derivados
de ver.
Indicativo
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Subjuntivo
Imperativo
Negativo não agridas, não agrida, não agridamos, não agridais, não agridam
Formas Nominais
Gerúndio agredindo
Particípio agredido
Cobrir
Indicativo
Pretérito mais-que-
cobrira, cobriras, cobrira, cobríramos, cobríreis, cobriram
perfeito
Subjuntivo
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Imperativo
Formas Nominais
Gerúndio cobrindo
Particípio coberto
Ferir
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
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Negativo não firas, não fira, não firamos, não firais, não firam
Formas Nominais
Gerúndio ferindo
Particípio ferido
Por ferir conjugam-se: aderir, advertir, aferir, aspergir, assentir, auferir, compelir, competir,
concernir, conferir, conseguir, consentir, convergir, deferir, desferir, desmentir, despir, diferir,
digerir, discernir, dissentir, divergir, divertir, expelir, gerir, impelir, inerir, inferir, ingerir, inserir,
interferir, investir, mentir, perseguir, preferir, pressentir, preterir, proferir, propelir, prosseguir,
referir, refletir, repelir, repetir, ressentir, revestir, seguir, sentir, servir, sugerir, transferir,
transvestir (ou travestir) e vestir.
Fugir
Indicativo
Subjuntivo
Imperativo
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Negativo não fujas, não fuja, não fujamos, não fujais, não fujam
Formas Nominais
Gerúndio fugindo
Particípio fugido
Por fugir conjugam-se: acudir, bulir, consumir, cuspir, desentupir, entupir, escapulir,
sacudir, subir e sumir.
Vir
Indicativo
Pretérito mais-que-
viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
perfeito
Subjuntivo
Imperativo
Formas Nominais
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Gerúndio vindo
Particípio vindo
Por vir conjugam-se: advir, avir-se, convir, desavir-se, intervir, provir e sobrevir.
Alguns verbos que apresentam irregularidade em tempos primitivos (levando, consequentemente, essas
irregularidades aos tempos derivados):
Frigir
Indicativo
Ouvir
Indicativo
Pedir
Indicativo
Indicativo
Rir
Indicativo
Construir
Indicativo
Indicativo
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Assim se conjugam todos os verbos em uir (exceção para construir, reconstruir e destruir).
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Sabe-se que, dependendo do contexto, algumas palavras podem adquirir sentidos distintos e pertencer a classes
gramaticais diferentes. Na tirinha acima, isso ocorre com a palavra “um”, no primeiro e terceiro balão. Assim, qual
sua classificação morfológica no primeiro e no último quadrinho, respectivamente?
a) Numeral, artigo
b) artigo, artigo
c) numeral, numeral
d) artigo, numeral
e) substantivo, numeral
Questão 02 - (IFMA/2016)
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Para se despedir de suas férias, o personagem da tirinha cita vários termos que evidenciam sua insatisfação em
ter que ir embora.
Assinale a alternativa em que todas as palavras utilizadas pelo personagem, como despedida, pertencem à mesma
classe gramatical.
b) mesma, todos, só
“HÁ EMBUTIDA NAS OBRAS de Aristóteles uma ideia medular, que escapou à percepção de quase todos os seus
leitores e comentaristas, da Antiguidade até hoje. Mesmo aqueles que a perceberam — e foram apenas dois, que
eu saiba, ao longo dos milênios — limitaram-se a anotá-la de passagem, sem lhe atribuir explicitamente uma
importância decisiva para a compreensão da filosofia de Aristóteles. No entanto, ela é a chave mesma dessa
compreensão, se por compreensão se entende o ato de captar a unidade do pensamento de um homem desde
suas próprias intenções e valores, em vez de julgá-lo de fora; ato que implica respeitar cuidadosamente o
inexpresso e o subentendido, em vez de sufocá-lo na idolatria do “texto” coisificado, túmulo do pensamento. A
essa ideia denomino Teoria dos Quatro Discursos. Pode ser resumida em uma frase: o discurso humano é uma
potência única, que se atualiza de quatro maneiras diversas: a poética, a retórica, a dialética e a analítica (lógica).”
CARVALHO, O. de. Aristóteles em nova perspectiva:
Introdução à teoria dos quatro discursos.
Campinas (SP): Vide editorial, 2013, pp.21-2.
Questão 03 - (IFAL/2019)
Pronome é a palavra que ou acompanha ou pode substituir um substantivo. Na frase “ela é a chave mesma dessa
compreensão”, o pronome substitui um substantivo. Indique a opção em que se apresenta o termo do texto
substituído pelo pronome destacado.
a) percepção
b) antiguidade
c) passagem
e) obras de Aristóteles
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Questão 05 - (UFPR/2019)
As bombas que os aliados lançaram sobre a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial conseguiram atingir a
borda inferior do espaço: a ionosfera se enfraqueceu sob a influência da onda expansiva de tantos explosivos.
__________ o efeito tenha sido temporário, chegou a ser sentido nos céus da Inglaterra. __________, os
bombardeios alemães, primeiro os da Luftwaffe (a aviação nazista) e, depois, com os foguetes V1 e V2, mal
deixaram vestígios na atmosfera.
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Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima, na ordem em que aparecem no texto.
a) Embora – No entanto.
e) Porquanto – Contudo.
"Apesar de saberem que animais podem "prever" catástrofes naturais, os cientistas ainda não sabem como
explicar totalmente esse fato".
Nesse segmento, a locução "apesar de" pode ser corretamente substituída por
a) entretanto.
b) já que.
c) não obstante.
d) visto que.
TEXTO III
(....)
1
“Os ruralistas defendem a proposta - o projeto de lei (PL) que muda substancialmente a porcentagem de
autorização para derrubada de vegetação nativa em propriedades privadas na Amazônia - , alegando que a lei, Se
aprovada, vai 5incentivar a adesão dos fazendeiros à legislação ambiental e, dessa forma, garantir a sobrevivência
de metade da biodiversidade amazônica. A verdade, porém, é que, num ecossistema frágil como o amazônico,
ninguém sabe quanto de biodiversidade resistiria se 50% dela fosse 10destruída. conforme a floresta encolhe,
diminuem o volume de chuvas e a capacidade de a vegetação reter água. Com isso, a mata fica cada vez mais
seca e vulnerável à ação do calor e do fogo.”
ARAIA, Eduardo , Projeto de lei pode significar, no prazo de algumas décadas, o fim da Floresta Amazônica. 28/05/2008.
www.terra.com.br/isto é/sumarios. Acesso em 04/08/08.
Com relação ao termo “...Substancialmente “ (l. 2) pode-se afirmar que se trata de:
a) advérbio oracional.
Questão 08 - (IFMA/2016)
FUNDAÇÃO SOS Mata Atlântica. Viva a Mata 2012. Disponível em: <http//
www.sosma.org.br/blog/sos-mata-atlantica-vence-premio-abemd/#dpuf>. Acesso em 21 jul. 2014.
Sobre as palavras verde e azul, contidas na propaganda acima, podemos afirmar que:
d) ambas são empregadas no sentido conotativo, a primeira referindo-se às matas e a segunda a água, rios e
mares;
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[pátina amarelo-suja.
[mordente da pátina...
Em uma peça publicitária recentemente veiculada em jornais impressos, pode-se ler o seguinte: “Se a prática leva
à perfeição, então imagine o sabor de pratos elaborados bilhões e bilhões de vezes.”
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A segunda oração que compõe a referida peça publicitária contém a expressão “pratos elaborados bilhões e
bilhões de vezes”. Em recente declaração à Revista Veja a respeito de seu filho, o presidente Luís Inácio Lula da
Silva fez a seguinte afirmação (Revista Veja Edição 1979 - 25 out. 2006).
"Deve haver um milhão de pais reclamando: por que meu filho não é o Ronaldinho? Porque não pode todo mundo
ser o Ronaldinho.
A respeito das expressões destacadas em negrito nos trechos acima, é linguisticamente adequado afirmar que
a) apenas em “bilhões e bilhões”, em que bilhões é essencialmente advérbio, existe uma indicação precisa de
quantidade.
b) apenas em “um milhão”, em que é milhão essencialmente adjetivo, existe uma indicação precisa de quantidade.
c) em ambas as expressões, que são conjunções coordenativas aditivas, existe uma indicação precisa de
quantidade.
d) em ambas as expressões, que são essencialmente numerais, existe um uso figurado que expressa exagero
intencional.
e) apenas em “bilhões e bilhões”, em que bilhões é essencialmente pronome, existe um uso figurado que
expressa exagero intencional.
Pensando o Brasil
Talvez eu devesse escrever “Pensando no Brasil”, significando duplamente quem, neste país, pensa, e quem
pensa sobre o Brasil. Seja como for, pensamos que vimos tudo, e nos enganamos. Assim, recentemente no Rio
peguei um taxista bem idoso, perto dos 80 anos. Valente, falante, devotamente dirigia seu carro aos trancos, e
discorria sem parar sobre as belezas da cidade e da vida no Brasil.
LUFT, Lya. Pensando o Brasil. Veja, ed. 2370.
Ano 47. N. 17. 23 abr. 2014. p.22.
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GABARITO
01 D
02 A
03 D
04 C
05 A
06 C
07 E
08 D
09 A
10 D
11 B
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PERÍODO SIMPLES
Frase ou sentença
É qualquer expressão escrita ou falada que estabeleça comunicação completa entre duas pessoas. As frases sem
verbo denomina-se frases nominais. Há diferença entre frase e oração: uma oração pode ser frase, desde que
preencha tal requisito: estabelecer comunicação completa entre duas pessoas.
Período
Segmento do texto que inicia com letra maiúscula, tem processo verbal (um ou mais de um) e termina com ponto
final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e, às vezes, com reticências.
Exemplos:
Anda.; Anda?; Anda!; Anda...
Quando o período tem apenas um verbo, diz-se período simples ou oração absoluta. Com mais de um verbo, o
período será composto (por subordinação ou por coordenação).
Oração
Sujeito Predicado
O aluno + lê
Os alunos leem
Note-se que o verbo concorda com o sujeito, em número e pessoa. Isto é sujeito singular tem verbo no singular;
sujeito plural tem verbo no plural. Esta observação é a única segura para se identificar o termo sujeito de uma
oração.
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DETERMINADO
Exemplos:
Ocorreram vários boatos.
Sujeito simples: vários boatos.
Ana, João e Marcelino foram ao shopping.
Sujeito composto: Ana, João e Marcelino.
"Zé Boné, com efeito, regulava de papalvo. / Sem fazer conta de companhia ou conversas, varava..."
Na oração que aparece depois da barra, o sujeito (Zé Boné) está oculto, por vir expresso na oração
precedente.
OCULTO
Indeterminado
• ocorre com verbos na terceira pessoa do plural, sem referência a um agente. Importa apenas o fato em si.
Exemplo: Roubaram meu relógio.
• ocorre com os verbos na terceira pessoa do singular, acompanhados de "se", a que chamamos índice de
indeterminação do sujeito. Neste caso os verbos não têm objeto direto; exceto preposicionado. Uma
observação muito importante. Os verbos, nestes casos, são V.T.I, V.I ou V.L e devem estar na 3ª pessoa do
singular com a partícula “se” a qual denominaremos de índice de indeterminação do sujeito.
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Exemplos:
Vive-se muito bem na Bahia. (verbo intransitivo) 3ª pessoa do singular
Necessita-se de bons estagiários. (verbo transitivo indireto) 3ª pessoa do singular
Ama-se a Deus. (verbo transitivo direto com objeto preposicionado). 3º pessoa do singular
Estava-se feliz. (verbo de ligação) 3ª pessoa do singular
Notas:
1. Quando o verbo tem objeto direto, o "se" é partícula apassivadora e o objeto direto passa a ser sujeito paciente.
2. Oração sem sujeito ocorre com verbos impessoais, os quais permanecem na terceira pessoa do singular, com
exceção dos casos em que o verbo ser indique datas, horas ou distâncias. Os principais verbos impessoais são:
Haver = existir, ocorrer, estar e acontecer.
Exemplos:
Haverá festa hoje ou não?
Houve vários acidentes no último feriado.
Há crianças no parque.
Fazer: quando indica tempo decorrido ou clima.
Exemplos:
Faz quinze anos que viajei com você.
Exemplos:
Verbo ser indicando horas, datas e distância. Esse é o único verbo impessoal que não fica no singular
obrigatoriamente:
São 23h.
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O forma verbal (passar) não pode ser acompanhado da partícula ‘se’ porque não tem sujeito. E isso é muito comum
no nosso cotidiano.
PREDICADO: Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um verbo ou
locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também o predicado. Em termos, tudo o
que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. Veja alguns exemplos:
(predicado) (predicado)
Todo predicado existe um verbo ou uma locução verbal e nós precisamos saber distingui-lo em dois grupos diferentes.
Os verbos nocionais e os verbos não nocionais .
Os verbos nocionais indicam uma ação, acontecimento, fenômeno da natureza. Estes são classificados como
núcleos do predicado: trabalhar, considerar, achar, julgar, pensar, querer, fazer etc.
Os verbos não nocionais indicam um estado e sempre são os verbos de ligação: ser, estar, ficar, parecer,
permanecer, continuar, andar, virar, tornar-se etc.
Para sabermos o que é verbo nocional e não nocional, basta analisarmos o contexto.
Exemplos:
Percebe-se que a forma verbal “andar” denota uma ação, pois há uma circunstância de modo que indica o ‘modo’ como
o sujeito ‘Mário’ anda.
Percebe-se agora que a forma verbal “andar” exprime um estado como verbo não nocional.
No primeiro exemplo temos um caso típico de ‘predicado verbal’ e no segundo, ‘predicado nominal’.
Nos estudos acerca dos predicados, há um assunto muito importante que devemos saber. Os tipos de predicados.
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TIPOS DE PREDICADOS
Nota-se que no primeiro exemplo o predicado é verbal, porque o verbo estudar é uma ação feita pelo sujeito ‘Ana’. No
segundo exemplo, o predicado é nominal, porque o verbo de ligação e o termo ‘cansada’ atribuem um estado em que
o sujeito ‘Ana’ se encontra. Já no terceiro exemplo há uma junção de verbo nocional e não nocional (subentendido)
Logo, temos uma caso de predicado verbo-nominal.
PREDICADO VERBAL:
PREDICADO NOMINAL:
PREDICADO VERBO-NOMINAL:
**Bom, todos os exemplos citados e com a explicação na teoria devem ter ficado bem claros, né? Espero que sim.
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No primeiro caso temos predicado verbo-nominal, pois o termo ‘difícil’ é um atributo dado ao objeto direto (prova)
A prova foi considerada difícil pelos alunos. Percebe-se que o vocábulo ‘difícil’ não está especificando o substantivo
prova e sim sendo considerada “difícil” pelos alunos.
2º: Troque o substantivo “a prova” por um pronome oblíquo correspondente e faça a reescrita.
O que ocorreu agora? O vocábulo (adjetivo) “difícil” ficou (do lado de fora), prova-se que estamos diante de um
predicativo do objeto e o predicado é verbo-nominal.
Outro caso:
A prova difícil foi feita pelos alunos. Percebe-se agora que o vocábulo ‘difícil’ juntou-se ao substantivo (a prova) para
especificá-lo, determina-lo. Temos, portanto, um Adjunto Adnominal.
O que ocorreu agora? O vocábulo (adjetivo) “difícil” acoplou-se ao substantivo para especificá-lo. Temos, portanto um
Adjunto Adnominal e o predicado é VERBAL.
Existem termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes para a compreensão do
enunciado. Ao acrescentar informações novas, esses termos:
- caracterizam o ser;
- determinam os substantivos;
- exprimem circunstância.
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Nevou.
No exemplo acima, temos uma oração de predicado verbal formado por um verbo impessoal. Trata-se de uma oração
sem sujeito. O verbo nevou é suficiente para transmitir a mensagem enunciada. Poderíamos, no entanto, ampliar a
gama de informações contidas nessa frase:
Por Exemplo:
A ideia central continua contida no verbo da oração. Temos, agora, duas noções acessórias, circunstanciais, ligadas
ao processo verbal: o modo como anoiteceu (rapidamente) e o lugar onde anoiteceu (na fazenda). A esses termos
acessórios que indicam circunstâncias relativas ao processo verbal damos o nome de adjuntos adverbiais.
Por Exemplo:
Surgiram termos que ser referem ao substantivo cidade, caracterizando-o, delimitando-lhe o sentido. Trata-se de
termos acessórios que se ligam a um nome, determinando-lhe o sentido. São chamados adjuntos adnominais.
Nessa oração, o sujeito é determinado e simples: Machado de Assis. Há ainda um predicativo do sujeito (brasileiro)
relacionado ao sujeito pelo verbo de ligação (era). Trata-se, pois, de uma oração com predicado nominal. Note que a
frase é capaz de comunicar eficientemente uma informação. Nada nos impede, no entanto, de enriquecer mais um
pouco o conteúdo informativo. Veja: Machado de Assis, o mito da Literatura, era brasileiro.
Agora, além do núcleo do sujeito (Machado de Assis) há um termo que explica, que enfatiza esse núcleo: o mito da
Literatura. Esse termo é chamado de aposto.
ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.).
O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Observe as
frases abaixo:
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Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de intensidade. No primeiro caso, intensifica a forma verbal veem,
que é núcleo do predicado verbal. No segundo, intensifica o adjetivo interessante, que é o núcleo do predicativo do
sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o advérbio bem, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.
Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele expressa, os termos
acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto adverbial de meio e adjunto
adverbial de lugar.
Observação: nem sempre é possível apontar com precisão a circunstância expressa por um adjunto adverbial. Em
alguns casos, as diferentes possibilidades de interpretação dão origem a orações sugestivas.
É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou de intensidade. Na verdade, parece ser
uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso, é fundamental levar em conta
o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais.
Listamos abaixo algumas circunstâncias que o adjunto adverbial pode exprimir. Não deixe de observar os exemplos.
Acréscimo
Por Exemplo:
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Afirmação
Por Exemplo:
Assunto
Por Exemplo:
Causa
Por Exemplo:
Companhia
Por Exemplo:
Concessão
Por Exemplo:
Condição
Por Exemplo:
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Conformidade
Por Exemplo:
Dúvida
Por Exemplo:
Fim, finalidade
Por Exemplo:
Frequência
Instrumento
Intensidade
Limite
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Lugar
Matéria
Meio
Modo
Negação
Preço
Substituição ou troca
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Tempo
ADJUNTO ADNOMINAL
O adjunto adnominal possui função adjetiva na oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções
adjetivas, artigos, pronomes adjetivos e numerais adjetivos. ( Essas classes gramaticais citadas denominamos de
Satélites do substantivo)
Na oração acima, os substantivos político, trabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do sujeito determinado
simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivos agrupam-se os adjuntos
adnominais:
o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de infância são adjuntos adnominais de amigo.
Observe como os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao substantivo a que se referem, sem qualquer
participação do verbo. Isso é facilmente notável quando substituímos um substantivo por um pronome: todos os
adjuntos adnominais que estão ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo nessa substituição.
Por Exemplo:
Ao substituirmos escritor pelo pronome ele, obteremos: Ele deixou uma obra originalíssima.
As palavras o, notável e brasileiro tiveram de acompanhar o substantivo escritor, por se tratar de adjuntos
adnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo pronome a. Veja: O notável escritor
brasileiro deixou-a.
Saiba que:
A percepção de que o adjunto adnominal é sempre parte de um outro termo sintático que tem como núcleo um
substantivo é importante para diferenciá-lo do predicativo do objeto. O predicativo do objeto é um termo que se liga
ao objeto por intermédio de um verbo. Portanto, se substituirmos o núcleo do objeto por um pronome, o predicativo
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permanecerá na oração, pois é um termo que se refere ao objeto, mas não faz parte dele. Observe: Sua atitude
deixou os amigos perplexos.
Nessa oração, perplexos é predicativo do objeto direto (os amigos). Se substituíssemos esse objeto direto por um
pronome pessoal, obteríamos: Sua atitude deixou-os perplexos.
Note que perplexos se refere ao objeto, mas não faz parte dele.
Há um exemplo notável na nossa videoaula acerca dos tipos de predicados. Assista novamente!
É comum confundir o adjunto adnominal na forma de locução adjetiva com complemento nominal. Para evitar que
isso ocorra, considere o seguinte:
A expressão "aos filhos" classifica-se como complemento nominal, pois filhos é paciente de amar, recebe a ação de
amar.
A expressão "de mãe" classifica-se como adjunto adnominal, pois mãe é agente de amar, pratica a ação de amar.
Aposto
Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo melhor.
Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão.
Por Exemplo:
Quarta-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao
termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja:
Obs.: após a eliminação de ontem, o substantivo quarta-feira assume a função de adjunto adverbial de tempo.
Aprecio todos os tipos de música: MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.
Objeto Direto Aposto do Objeto Direto
Obs.: o termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função sintática (inclusive a de aposto).
Por Exemplo:
Classificação do aposto
De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, o aposto pode ser classificado em:
a) Explicativo: A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que
vivem, adquiriu grande destaque no mundo atual.
c) Resumidor ou Recapitulativo: Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base
de um país melhor.
d) Comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
e) Distributivo: Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na prosa.
f) Aposto de Oração: Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.
Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais de pontuação
(vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza um substantivo de sentido genérico, prendendo-se a ele
diretamente ou por meio de uma preposição, sem que haja pausa na entonação da frase:
Por Exemplo:
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Atenção:
Para não confundir o aposto de especificação com adjunto adnominal, observe a seguinte frase: A torcida do
Flamengo é a maior do Brasil.
Nessa oração, o termo em destaque tem a função de adjetivo: flamenguista. É, portanto, um adjunto adnominal.
Agora:
Nessa oração, o termo em destaque tem a função de aposto especificativo. Flamengo é time, portanto é um aposto
especificativo.
BIZU: No primeiro caso: Você pergunta se Flamengo é torcida. A resposta é não, logo é adjunto adnominal.
No segundo caso: Pergunta se Flamengo é time. A resposta é sim, logo é aposto especificativo.
Observações:
1) Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não
havendo pausa, não haverá vírgulas.
2) Às vezes, o aposto pode vir precedido de expressões explicativas do tipo: a saber, isto é, por exemplo, etc.
Por Exemplo: Alguns alunos, a saber, Marcelo, Pedro e Luíza não entraram na sala de aula após o recreio.
4) O aposto que se refere ao objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial pode aparecer precedido de
preposição.
Por Exemplo: Estava deslumbrada com tudo: com a aprovação, com o ingresso na universidade, com
as felicitações.
VOCATIVO
Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração.
Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um
ouvinte real ou hipotético.
Por seu caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso. Veja os exemplos:
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Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam e nomeiam o interlocutor a que se está dirigindo a
palavra.
Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, tais como ó, olá, eh!, etc.
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Por Exemplo:
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ORAÇÕES COORDENADAS
É importante ressaltar que esse tipo de oração pode ou não ser introduzida por uma conjunção ou conectivo (que é a
mesma coisa). As orações que apresentam conjunção (conectivo) são chamadas de orações coordenadas
sindéticas; já as que não possuem conjunção são chamadas de orações coordenadas assindéticas.
De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas, adversativas,
alternativas, conclusivas ou explicativas.
a) Aditivas
Expressam ideia de adição, uma soma de informações. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos
em sequência. As conjunções coordenativas aditivas são: "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas
sindéticas aditivas.
Por Exemplo:
As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só... mas (também), tanto...como, e
semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja:
Ana Maria não só cozinha, mas também (ou como também) é uma excelente apresentadora.
O novo Coronavírus causou graves problemas na sociedade, mas (também) atrapalhou com a economia mundial.
b) Adversativas
Exprimem oposições ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a
conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não
obstante, nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.
Veja os exemplos:
"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar)
O Brasil é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.
Ana, você está nervosa, contudo acalme-se.
Helena gostava de brincar, todavia não cansava.
A seleção brasileira de futebol jogou muito bem, entretanto não conseguiu ser campeã mundial.
Atenção!
- Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção "e". Isso ocorre normalmente em orações coordenadas que
possuem sujeitos diferentes.
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Por Exemplo: Eliane era uma menina estudiosa, mas principalmente esperta.
c) Alternativas
Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela, empregam-se
também os pares: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas.
Exemplos:
d) Conclusivas
Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são: logo, portanto e pois (posposto
ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Introduzem as orações
coordenadas sindéticas conclusivas.
Exemplos:
e) Explicativas
Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que merecem
destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as orações coordenadas
sindéticas explicativas.
Exemplos:
Atenção:
Cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas com as subordinadas adverbiais causais. Observe a diferença
entre elas:
- Orações Coordenadas Explicativas: caracterizam-se por fornecer um motivo, explicando a oração anterior.
Por Exemplo:
Cristina devia estar doente, porque chorava bastante. (O choro da Cristina não poderia ser a causa de sua doença.)
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Por Exemplo:
Luíza está triste porque o namorado foi embora. (A ida do namorado é a causa da tristeza de Luíza.)
A rua está molhada porque choveu. (A chuva é a causa da rua estar molhada.)
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.
O período que apresenta mais de duas orações denominamos período composto. Primeiramente vamos estudar a
orações subordinadas substantivas.
Mas o que são orações subordinadas substantivas? São orações que possuem valores de substantivos. Elas são
divididas em: subjetiva (valor de sujeito), objetiva direta (valor de objeto direto), objetiva indireta (valor de objeto
indireto), completiva nominal (valor de complemento nominal), predicativa (valor de predicativo) e apositiva (valor
de aposto). As conjunções são (QUE/SE) QUE expressa certeza e SE, dúvida.
Foi dito que a aula havia sido adiada. (Foi dito isso)
Obs: - Para identificar uma oração subordinada substantiva subjetiva é preciso observar na oração principal:
1º. Verbo (ser) de ligação (tem que estar na 3ª pessoa do singular) + predicativo do sujeito.
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O sujeito estará na oração subordinada. É o único caso em que o sujeito se encontrará na subordinada.
Existe o macete para classificar as orações subordinadas substantivas. Observe nos exemplos acima o que é feito.
Esse macete serve para todas as orações subordinadas substantivas. As objetivas indiretas e completivas nominais
o termo vai ser (DISSO) o (D) é da preposição se será encontrada antes da conjunção integrante.
Arnaldo disse que vai viajar amanhã cedo. (Arnaldo disse isso)
Wagner não sabe (se) a prova foi mesmo adiada. (Wagner não sabe isso)
OBJETIVAS INDIRETAS:
Funcionam como objeto indireto da oração principal.
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso – em+isso = nisso)
Maria não gosta (de) que a chamem de senhora. (Marta não gosta disso)
COMPLETIVAS NOMINAIS:
Funcionam como complementos nominais, presas por preposição a um nome constituinte da oração principal.
As orações subordinadas objetivas indiretas integram o sentido de um verbo (transitivo indireto), enquanto as
completivas nominais integram o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).
PREDICATIVAS:
Funcionam como predicativo do sujeito da oração principal. Sucedem, normalmente, ao verbo de ligação (ser),
quando o sujeito a ele estiver anteposto.
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A impressão é (de) que não fui bem na prova. Há uma preposição de (realce aí). (A impressão é isso).
Nota:
Há grande problema na decisão da oração predicativa, já que se pode confundir com uma subjetiva. Preferimos
achar que o antecedente do verbo ser lhe seja o sujeito; consequentemente, o termo seguinte é predicativo do
sujeito.
APOSITIVAS:
A única verdade é esta: que todos morreremos. (A única verdade é esta: isso).
Ana tinha um grande sonho: que seu casamento chegasse logo. (Ana tinha um grande sonho: isso).
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O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma
experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio,
anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens
atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em
brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de
neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No
jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto.
Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia
reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de
esperança no “outro lado” das más notícias.
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral
nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adota-boa- noticia-e-que-para.html.
Acessado em 01/03 /2019.)
1. (Unicamp 2020) Considerando a matéria apresentada no jornal, o uso da conjunção adversativa seguido da
expressão “a boa notícia é que” permite ao jornalista
Para responder à(s) questão(ões) a seguir, leia o trecho do livro Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre.
Mas a casa-grande patriarcal não foi apenas fortaleza, capela, escola, oficina, santa casa, harém, convento de moças,
hospedaria. Desempenhou outra função importante na economia brasileira: foi também banco. Dentro das suas
grossas paredes, debaixo dos tijolos ou mosaicos, no chão, enterrava-se dinheiro, guardavam-se joias, ouro, valores.
Às vezes guardavam-se joias nas capelas, enfeitando os santos. Daí Nossas Senhoras sobrecarregadas à baiana de
teteias, balangandãs, corações, cavalinhos, cachorrinhos e correntes de ouro. Os ladrões, naqueles tempos piedosos,
raramente ousavam entrar nas capelas e roubar os santos. É verdade que um roubou o esplendor e outras joias de
São Benedito; mas sob o pretexto, ponderável para a época, de que “negro não devia ter luxo”. Com efeito, chegou a
proibir-se, nos tempos coloniais, o uso de “ornatos de algum luxo” pelos negros.
Por segurança e precaução contra os corsários, contra os excessos demagógicos, contra as tendências comunistas
dos indígenas e dos africanos, os grandes proprietários, nos seus zelos exagerados de privativismo, enterraram
dentro de casa as joias e o ouro do mesmo modo que os mortos queridos. Os dois fortes motivos das casas-grandes
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acabarem sempre mal-assombradas com cadeiras de balanço se balançando sozinhas sobre tijolos soltos que de
manhã ninguém encontra; com barulho de pratos e copos batendo de noite nos aparadores; com almas de senhores
de engenho aparecendo aos parentes ou mesmo estranhos pedindo padres-nossos, ave-marias, gemendo
lamentações, indicando lugares com botijas de dinheiro. Às vezes dinheiro dos outros, de que os senhores
ilicitamente se haviam apoderado. Dinheiro que compadres, viúvas e até escravos lhes tinham entregue para
guardar. Sucedeu muita dessa gente ficar sem os seus valores e acabar na miséria devido à esperteza ou à morte
súbita do depositário. Houve senhores sem escrúpulos que, aceitando valores para guardar, fingiram-se depois de
estranhos e desentendidos: “Você está maluco? Deu-me lá alguma cousa para guardar?”
Muito dinheiro enterrado sumiu-se misteriosamente. Joaquim Nabuco, criado por sua madrinha na casa-grande de
Maçangana, morreu sem saber que destino tomara a ourama para ele reunida pela boa senhora; e provavelmente
enterrada em algum desvão de parede. […] Em várias casas-grandes da Bahia, de Olinda, de Pernambuco se têm
encontrado, em demolições ou escavações, botijas de dinheiro. Na que foi dos Pires d’Ávila ou Pires de Carvalho, na
Bahia, achou-se, num recanto de parede, “verdadeira fortuna em moedas de ouro”. Noutras casas-grandes só se têm
desencavado do chão ossos de escravos, justiçados pelos senhores e mandados enterrar no quintal, ou dentro de
casa, à revelia das autoridades. Conta-se que o visconde de Suaçuna, na sua casa-grande de Pombal, mandou
enterrar no jardim mais de um negro supliciado por ordem de sua justiça patriarcal. Não é de admirar. Eram
senhores, os das casas-grandes, que mandavam matar os próprios filhos. Um desses patriarcas, Pedro Vieira, já avô,
por descobrir que o filho mantinha relações com a mucama de sua predileção, mandou matá-lo pelo irmão mais
velho.
2. (Unifesp 2019) “Os ladrões, naqueles tempos piedosos, raramente ousavam entrar nas capelas e roubar os
santos. É verdade que um roubou o esplendor e outras joias de São Benedito; mas sob o pretexto, ponderável para a
época, de que ‘negro não devia ter luxo’.” (1º parágrafo)
a) condição.
b) ratificação.
c) conclusão.
d) redundância.
e) ressalva.
Eugênio Mira
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Conectados. Essa palavra nunca fez tanto sentido quanto agora. 1Quando se discutia no passado sobre como os
homens agiriam com o advento da aldeia global (...) não se imaginava o quanto esse processo seria rápido e
devastador.
(...) quando McLuhan apresentou o termo, em 1968, 2ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande
responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a internet, que na época não passava de um projeto militar do
governo dos Estados Unidos.
3A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo. Graças a ela temos
acesso a toda informação do mundo à distância de apenas um toque de botão. 4E quando começaram a se
popularizar as redes sociais, 5um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos. Uma ferramenta colaborativa
extrema, que possibilitaria o contato imediato com outras pessoas através de suas afinidades, fossem elas políticas,
religiosas ou mesmo geográficas. Projetos colaborativos, revoluções instantâneas... 6Tudo seria maior e melhor
quando as pessoas se alinhassem na órbita de seus ideais. 7O tempo passou, e essa revolução não se instaurou.
Basta observar as figuras que surgem nos sites de humor e outros assemelhados. Conhecidos como memes (termo
cunhado pelo pesquisador Richard Dawkins, que representaria para nossa memória o mesmo que os genes
representam para o corpo, ou seja, uma parcela mínima de informação), 8essas figuras surgiram com a intenção de
demonstrar, de maneira icônica, algum sentimento ou sensação. 9Ao fazer isso, a tendência de ter uma reação
diversa daquelas expressas pelas tirinhas é cada vez menor. Tudo fica branco e preto. 10Ou se aceita a situação, ou
revolta-se. Sem chance para o debate ou questionamento.
(...)
A situação é ainda mais grave quando um dos poucos entes criativos restantes na internet produz algum comentário
curto, espirituoso ou reflexivo, a respeito de alguma situação atual ou recente... Em minutos pipocam cópias da frase
por todo lugar. 11Copia-se sem o menor bom senso, sem créditos. Pensar e refletir, e depois falar, são coisas do
passado. O importante agora é 12copiar e colar, e depois partilhar. 13As redes sociais desfraldaram um mundo
completamente novo, e o uso que o homem fará dessas ferramentas é o que dirá o nosso futuro cultural. 14Se
enveredarmos pela partilha de ideias, gestando-as em nossas mentes e depois as passando a outros, será uma estufa
mundial a produzir avanços incríveis em todos os campos de conhecimento. Se, no entanto, as redes sociais se
transformarem em uma rede neural de apoio à preguiça de pensar, a humanidade estará fadada ao processo
antinatural de regressão. O advento das redes sociais trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes, os
ídolos e as ideias consumistas mais arraigados, mas aparentemente está levando para longe algo muito mais
humano e essencial na vida em sociedade: o senso crítico. Será uma troca justa?
http://obviousmag.org/archives/2011/09/redes_sociais_e_colaboracao_extrema_O_fim_do_senso_critico-.htm.
Adaptado. Acesso em: 21 fev 2017.
3. (Epcar (Afa) 2018) Observe o emprego da conjunção “e” nos enunciados abaixo, considerando o contexto de onde
foram recortados, e as respectivas análises.
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I. “Ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a
internet...” (ref. 2) – A conjunção é aditiva.
II. “O tempo passou, e essa revolução não se instaurou.” (ref. 7) – A relação estabelecida é de adversidade.
III. “A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo.” (ref. 3) – A
conjunção estabelece uma relação de finalidade.
IV. “...copiar e colar, e depois partilhar.” (ref. 12) – A repetição da conjunção visa enfatizar o automatismo das ações.
a) I e III.
b) III e IV.
c) I e II.
d) II e IV.
O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de reincidência criminal em todo o mundo. No país, a taxa média
de reincidência (amplamente admitida, mas nunca comprovada empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou seja, 7
em cada 10 criminosos voltam a cometer algum tipo de crime após saírem da cadeia.
Alguns perguntariam "Por quê?". E eu pergunto: "Por que não?" O que esperar de um sistema que propõe reabilitar
e reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada oferece, para que essa situação realmente
aconteça? Presídios em estado de depredação total, pouquíssimos programas educacionais e laborais para os
detentos, praticamente nenhum incentivo cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte muitas pessoas)
de que bandido bom é bandido morto (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).
Situação contrária é encontrada na Noruega. Considerada pela ONU, em 2012, o melhor país para se viver (1º no
ranking do IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante Brasil, o 8º país com a menor taxa de
homicídios no mundo, lá o sistema carcerário chega a reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10
presos voltam a cometer crimes; é uma das menores taxas de reincidência do mundo. Em uma prisão em Bastoy,
chamada de ilha paradisíaca, essa reincidência é de cerca de 16% entre os homicidas, estupradores e traficantes que
por ali passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o Reino Unido, 50%. A média europeia é 50%.
A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter seu sistema penal pautado na reabilitação e não na
punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso, não é uma opção, ela é obrigatória.
Dessa forma, qualquer criminoso poderá ser condenado à pena máxima prevista pela legislação do país (21 anos), e,
se o indivíduo não comprovar estar totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais 5
anos, até que sua reintegração seja comprovada.
O presídio é um prédio, em meio a uma floresta, decorado com grafites e quadros nos corredores, e no qual as celas
não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta,
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televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário, quadro para afixar papéis e fotos, além de geladeiras. Encontra-se
lá uma ampla biblioteca, ginásio de esportes, campo de futebol, chalés para os presos receberem os familiares,
estúdio de gravação de música e oficinas de trabalho. Nessas oficinas são oferecidos cursos de formação
profissional, cursos educacionais, e o trabalhador recebe uma pequena remuneração. Para controlar o ócio, oferecer
muitas atividades, de educação, de trabalho e de lazer, é a estratégia.
A prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns dos presos, como estupradores e pedófilos, ficam em
blocos separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é fornecida pela prisão, mas é preparada pelos próprios
detentos, que podem comprar alimentos no mercado interno para abastecer seus refrigeradores.
Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos devem passar por no mínimo dois anos de preparação para o
cargo, em um curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar respeito a todos que ali estão. Partem do
pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros também aprenderão a respeitar.
A diferença do sistema de execução penal norueguês em relação ao sistema da maioria dos países, como o
brasileiro, americano, inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a prisão é a privação da liberdade, e pautado
na reabilitação e não no tratamento cruel e na vingança.
O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar progressos educacionais, laborais e comportamentais, e, dessa
forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade novamente junto à sociedade.
A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a seguinte: enquanto lá os presos saem e praticamente não
cometem crimes, respeitando a população, aqui os presos saem roubando e matando pessoas. Mas essas são
consequências aparentemente colaterais, porque a população manifesta muito mais prazer no massacre contra o
preso produzido dentro dos presídios (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche).
LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do Portal
atualidadesdodireito.com.br. Estou no blogdolfg.com.br.
4. (Espcex (Aman) 2018) Assinale a alternativa que pode substituir corretamente o trecho sublinhado sem alterar-
lhe o sentido:
"... O que esperar de um sistema que propõe reabilitar e reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas
nada oferece, para que essa situação realmente aconteça."
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A PIPOCA
Rubem Alves
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente
com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo
que poderia ter o nome de “culinária literária”. Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha:
cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei
mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é
uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi
como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo – porque a culinária estimula todas essas funções do
pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto,
que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho
mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões
metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo
inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação
metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma
inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético
porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas
dentro de uma panela.
Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são
o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem
alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então,
de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do
candomblé...
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos
graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o
ponto de vista do tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso
aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o
fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com
água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos
começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia
com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam
comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira,
molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que é que isso tem a ver com o candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da
grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da
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pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós:
duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em
outra coisa − voltar a ser crianças!
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho
de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo
fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza
assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem
o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder
um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo,
ansiedade, depressão – sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem
fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora
chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente.
Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí,
sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! − e ela aparece como uma outra
coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do
casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a
ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. “Morre e
transforma-te!” − dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o
que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a
me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a
estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e
desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os
piruás. Mas, no mundo da poesia as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas “piruá” é o nome que
se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: “Fiquei piruá!” Mas
acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo
esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
Ignoram o dito de Jesus: “Quem preservar a sua vida perdê-la-á.” A sua presunção e o seu medo são a dura casca do
milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca
macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás
que não servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser
crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
Disponível em http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp.
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5. (Efomm 2017) Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais
escrito sobre comidas que cozinhado.
a) condição.
b) conclusão.
c) oposição.
d) causalidade.
e) comparação.
6. (Ita 2017) Os dois primeiros quadros da tirinha criam no leitor uma expectativa de desfecho que não se
concretiza, gerando daí o efeito de humor. Nesse contexto, a conjunção e estabelece a relação de
a) conclusão.
b) explicação.
c) oposição.
d) consequência.
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e) alternância.
a) Adição.
b) Explicação.
c) Conclusão.
d) Causa.
e) Conformidade.
8. (Espcex (Aman) 2016) Assinale a alternativa em que está destacada uma oração coordenada explicativa.
Quarto de Despejo
2 de MAIO de 1958. Eu não sou indolente. Há tempos que eu pretendia fazer o meu diario. Mas eu pensava que não
tinha valor e achei que era perder tempo.
...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheço com mais atenção. Quero enviar sorriso
amavel as crianças e aos operarios.
...Recebi intimação para comparecer as 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. A noite os
meus pés doiam tanto que eu não podia andar.
Começou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o José Carlos. A intimação era para ele. O José Carlos tem 9 anos.
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3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem
efeito, porque eu não tenho gordura. Os meninos estão nervosos por não ter o que comer.
6 de MAIO. De manhã não fui buscar agua. Mandei o João carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimação. Eu
estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do
convite do ilustre tenente da 12ª Delegacia.
...o que eu aviso aos pretendentes a política, é que o povo não tolera a fome. É preciso conhecer a fome para saber
descrevê-la.
9 de MAIO. Eu cato papel, mas não gosto. Então eu penso: Faz de conta que estou sonhando.
10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era tão amavel, eu
teria ido na Delegacia na primeira intimação.
(...) O Tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as
pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao país. Pensei: se ele sabe disso,
porque não faz um relatorio e envia para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr Adhemar de
Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) O
Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome tambem é professora. Quem passa fome
aprende a pensar no proximo e nas crianças.
11 de MAIO. Dia das mães. O céu está azul e branco. Parece que até a natureza quer homenagear as mães que
atualmente se sentem infeliz por não realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje não vai chover.
Hoje é o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no
circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar pão amanhã, porque eu só tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei
metade da cabeça de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as
batatas. Os meus filhos estão sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar.
(...) Surgiu a noite. As estrelas estão ocultas. O barraco está cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de
jornal e passar pelas paredes. É assim que os favelados matam mosquitos.
13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a
libertação dos escravos. Nas prisões os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora são mais cultos. E
não nos trata com desprezo.
Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A
chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva para mim ir
lá no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um
pouco. Vou sair. (...) Eu tenho dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada: Viva a mamãe!. A
manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu
mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim:
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“Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu
e não pude catar papel. Agradeço. Carolina”
(...) Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou a pedir comida. E eu
não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para
fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando
comemos.
9. (Epcar (Afa) 2016) Assinale a alternativa abaixo em que os períodos NÃO apresentam relação de causa e
consequência entre si.
a) “O barraco está cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes.”
b) “Quando eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar.”
A gota d’água
Apenas da água doce da Terra pode ser encontrada em locais de fácil acesso. Com o aumento da população
mundial, disputas pelo controle de recursos hídricos devem se intensificar.
Uma das primeiras guerras da história aconteceu há mais de 4,5 mil anos, na Suméria, região onde hoje se
encontra o Iraque. Munidos de espadas, machados de bronze e lanças, o exército da cidade-estado de Lagash
avançou contra o rei de Umma, que desviou as águas do Rio Tigre para construir um canal de irrigação. “Eannatum,
líder de Lagash, foi para a batalha e deixou 60 soldados mortos na margem do canal”, dizia uma inscrição encontrada
por arqueólogos. 3Assim, como outras civilizações que não tinham acesso a recursos hídricos abundantes, a luta pela
água era, literalmente, uma batalha de sobrevivência para os dois povos.
Passados alguns milênios, os conflitos já não são resolvidos apenas pela força. 5Mas a explosão populacional
e a 1crescente demanda por infraestrutura e produção de bens ampliaram ainda mais a necessidade por recursos
naturais. A água doce, antes considerada abundante em boa parte do mundo, se transformou num bem estratégico.
Apesar de ocupar dois terços da superfície terrestre, a água própria para consumo faz parte de uma fatia mínima. De
1,2 bilhão de quilômetros cúbicos de água existentes no planeta, menos de é potável – o que representa cerca de
35 milhões de quilômetros cúbicos. O problema é que deste volume está disponível na forma de geleiras e camadas
de neve e está localizado em aquíferos subterrâneos. Ou seja, de água doce é encontrada em locais de fácil
acesso, como rios e lagos – o equivalente a 1,4 milhão de quilômetros cúbicos.
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Como se não bastasse, essa pequenina porção é degradada a cada dia pela poluição de rios e depósitos
subterrâneos gerados pelo despejo de esgoto não tratado e resíduos industriais. Um relatório divulgado em 2013,
pelo Ministério de Recursos Hídricos da China, indicava que dos lençóis freáticos de 118 cidades do país estavam
poluídos. Com esse cenário, o discurso de que a água poderá se transformar no petróleo do século 21 não é simples
conversa daquele tio alarmista. Como as fronteiras políticas não coincidem com os limites geográficos das 261 bacias
hidrográficas existentes no mundo, litígios pelo controle da água tendem a aumentar. 2“A disputa pela água não
gera necessariamente uma guerra. Mas em regiões com um histórico beligerante, a redução e degradação dos
recursos podem virar um estopim para um conflito”, diz Vanessa Barbosa, autora do livro A Última Gota, da Editora
Planeta, 4que chega às livrarias em outubro. [...]
10. (Uern 2015) A partir das relações de sentido estabelecidas pelos conectores, pode-se afirmar que a conjunção
“mas” em: Mas a explosão populacional [...] (ref. 5) indica
Eram tempos menos duros aqueles vividos na casa de Tia Vicentina, em Madureira, subúrbio do Rio, onde
Paulinho da Viola podia traçar, sem cerimônia, um prato de feijoada - comilança que deu até samba, "No Pagode do
Vavá". Mas como não é dado a saudades (lembre-se: é o passado que vive nele, não o contrário), Paulinho aceitou
de bom grado a sugestão para que o jantar ocorresse em um dos mais requintados italianos do Rio. A escolha pela
alta gastronomia tem seu preço. Assim que o sambista chega à mesa redonda ao lado da porta da cozinha, forma-se
um círculo de garçons, com o maître à frente. [...]
Paulinho conta que cresceu comendo o trivial. Seu pai viveu 88 anos à base de arroz, feijão, bife e batata
frita. De vez em quando, feijoada. Massa, também. "Mas nada muito sofisticado."
Com exceção de algumas dores de coluna, aos 70 anos, goza de plena saúde. O músico credita sua boa forma
ao estilo de vida, como se sabe, não dado a exageros e grandes ansiedades.
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11. (Fgvrj 2015) Ą frente das frases citadas abaixo, está indicado o tipo de circunstância que elas expressam no
texto. A indicação NÃO está correta em:
A garagem de casa
1Com o portão enguiçado, e num 2convite a 3ladrões de livros, a 4garagem de casa lembra uma biblioteca pública
permanentemente aberta para a rua. 5Mas não são 6adeptos de literatura 7os indivíduos que ali se abrigam da
chuva ou do sol a pino de verão. 8Esses desocupados 9matam o tempo jogando porrinha, ou lendo os jornais velhos
que mamãe amontoa num canto, sentados nos degraus do escadote com que ela alcança as prateleiras altas. 10Já
quando fazem o obséquio de me liberar o espaço, de tempos em tempos entro para olhar as estantes onde há de
tudo um pouco, em boa parte remessas de editores estrangeiros que têm apreço pelo meu pai. 11Num reduto de
literatura tão sortida, como bem sabem os habitués de sebos, fascina a perspectiva de por puro acaso dar com um
livro bom. 12Ou by serendipity, como dizem os ingleses quando na caça a um tesouro se tem a felicidade de deparar
com outro bem, mais precioso ainda. Hoje revejo na mesma prateleira velhos conhecidos, algumas dezenas de livros
turcos, ou búlgaros ou húngaros, que papai é capaz de um dia querer destrinchar. Também continua em evidência o
livro do poeta romeno Eminescu, que papai ao menos 13tentou ler, como é fácil inferir das folhas cortadas a
espátula. Há uma edição em alfabeto árabe das Mil e Uma Noites que ele não 14leu, mas cujas ilustrações
15admirou longamente, como denunciam os filetes de cinzas na junção das suas páginas coloridas. Hoje tenho
experiência para saber quantas vezes meu pai 16leu um mesmo livro, posso quase medir quantos minutos ele se
17deteve em cada página. 18E não costumo perder tempo com livros que ele nem sequer 19abriu, entre os quais
uns poucos eleitos que mamãe 20teve o capricho de empilhar numa ponta de prateleira, confiando numa futura
redenção. Muitas vezes a vi de manhãzinha compadecida dos livros estatelados no escritório, com especial carinho
pelos que trazem a foto do autor na capa e que papai despreza: parece disco de cantor de rádio.
(Chico Buarque. O irmão alemão. 1 ed. São Paulo. Companhia das letras. 2014. p. 60-61.
A obra O irmão alemão, último livro de Chico Buarque de Holanda, tem como móvel da narrativa a existência de um
desconhecido irmão alemão, fruto de uma aventura amorosa que o pai dele, Sérgio Buarque de Holanda, tivera com
uma alemã, lá pelo final da década de 30 do século passado. Exatamente quando Hitler ascende ao poder na
Alemanha. Esse fato é real: o jornalista, historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, na época, solteiro,
deixou esse filho na Alemanha. Na família, no entanto, não se falava no assunto. Chico teve, por acaso,
conhecimento dessa aventura do pai em uma reunião na casa de Manuel Bandeira, por comentário feito pelo
próprio Bandeira.
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Foi em torno da pretensa busca desse pretenso irmão que Chico Buarque desenvolveu sua narrativa ficcional, o seu
romance.
Sobre a obra, diz Fernando de Barros e Silva: “o que o leitor tem em mãos [...] não é um relato histórico. Realidade e
ficção estão aqui entranhadas numa narrativa que embaralha sem cessar memória biográfica e ficção”.
12. (Uece 2015) “Mas não são adeptos de literatura os indivíduos que ali se abrigam da chuva ou do sol a pino de
verão.” (ref. 5)
d) à ideia implícita de que os frequentadores de uma biblioteca não são ladrões de livros.
13. (Espcex (Aman) 2013) Leia os versos abaixo e assinale a alternativa que apresenta o mesmo emprego das
vírgulas no primeiro verso.
A frase; e, enfim,”
(Olavo Bilac)
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que
estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. 1São em geral de uma lastimável
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limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, 9só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para
generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e
guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para
que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse,
com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha
procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance das mãos, tenho os autores que
mais amo. (...) 5Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de
fazer. 6Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas
pálidas Recordações. Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro
modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como eu e com os
desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo
menos dignos de indiferença.
7Entretanto, quantas dores, quantas angústias! 2Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem.
Cercam-me dois ou três bacharéis idiotas e um médico mezinheiro, 10repletos de orgulho de suas cartas que sabe
Deus como tiraram. (...) Entretanto, se eu amanhã lhes fosse falar neste livro - que espanto! que sarcasmo! que
crítica desanimadora não fariam. Depois que se foi o doutor Graciliano, excepcionalmente simples e esquecido de
sua carta apergaminhada, nada digo das minhas leituras, não falo das minhas lucubrações intelectuais a ninguém, e
minha mulher, quando me demoro escrevendo pela noite afora, grita-me do quarto:
De forma que não tenho por onde aferir se as minhas Recordações preenchem o fim a que as destino; se a minha
inabilidade literária está prejudicando completamente o seu pensamento. Que tortura! E não é só isso: envergonho-
me por esta ou aquela passagem em que me acho, em que 11me dispo em frente de desconhecidos, como uma
mulher pública... 12Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às
vezes acordo, vem dela, unicamente dela. Quero abandoná-la; mas não posso absolutamente. De manhã, ao almoço,
na coletoria, na botica, jantando, banhando-me, só penso nela. À noite, quando todos em casa se vão recolhendo,
insensivelmente aproximo-me da mesa e escrevo furiosamente. Estou no sexto capítulo e ainda não me preocupei
em fazê-la pública, anunciar e arranjar um bom recebimento dos detentores da opinião nacional. 13Que ela tenha a
sorte que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábil que a
refaça e que diga o que não pude nem soube dizer.
(...) 8Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti lá dentro. Eu que sofri e pensei não o sei
narrar. 4Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, e, sobretudo, pouco
expressiva do que eu de fato tinha sentido.
LIMA BARRETO
Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010.
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14. (Uerj 2013) Na descrição de sua situação e de seus sentimentos, o narrador utiliza diversos recursos coesivos,
dentre eles o da adição. O fragmento do texto que exemplifica o recurso da adição está em:
a) repletos de orgulho de suas cartas que sabe Deus como tiraram. (ref. 10)
c) Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às vezes acordo, vem
dela, (ref. 12)
d) Que ela tenha a sorte que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor
mais hábil (ref. 13)
Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem do discurso
não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, 1a poesia aponta
para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas conversas, nos
jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas.
4Como se ela restituísse, através de um uso específico da língua, a integridade entre nome e coisa − que o tempo e
as culturas do homem civilizado trataram de separar no decorrer da história.
A manifestação do que chamamos de poesia hoje nos sugere mínimos flashbacks de uma possível infância da
linguagem, antes que a representação rompesse seu cordão umbilical, gerando essas duas metades − significante e
significado.
Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em tudo o que se dizia? Quando o nome da
coisa era algo que fazia parte dela, assim como sua cor, seu tamanho, seu peso? Quando os laços entre os sentidos
ainda não se haviam desfeito, então música, poesia, pensamento, dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se
conjugavam em experiências integrais, associadas a utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas, sexuais,
guerreiras?
2Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, projetado sobre um passado pré-babélico, tribal, primitivo.
Ao mesmo tempo, cada novo poema do futuro que o presente alcança cria, com sua ocorrência, um pouco desse
passado.
Lembro-me de ter lido, certa vez, um comentário de Décio Pignatari, em que ele chamava a atenção para o fato de,
tanto em chinês como em tupi, não existir o verbo ser, enquanto verbo de ligação. Assim, o ser das coisas ditas se
manifestaria nelas próprias (substantivos), 5não numa partícula verbal externa a elas, o que faria delas línguas
poéticas por natureza, mais propensas à composição analógica.
3Mais perto do senso comum, podemos atentar para como colocam os índios americanos falando, na maioria dos
filmes de cowboy − eles dizem “maçã vermelha”, “água boa”, “cavalo veloz”; em vez de “a maçã é vermelha”, “essa
água é boa”, “aquele cavalo é veloz”. Essa forma mais sintética, telegráfica, aproxima os nomes da própria existência
− como se a fala não estivesse se referindo àquelas coisas, e sim apresentando-as (ao mesmo tempo em que se
apresenta).
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6No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo nosso
contato direto com elas. 7A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece
uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo.
(...)
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim como os
olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se desapegou da vida. 8Mas temos esses pequenos oásis − os
poemas − contaminando o deserto da referencialidade.
ARNALDO ANTUNES
www.arnaldoantunes.com.br
15. (Uerj 2012) A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de
acesso sensível mais direto entre nós e o mundo. (ref.7)
O vocábulo destacado estabelece uma relação de sentido com o que está enunciado antes.
a) explicação
b) finalidade
c) conformidade
d) simultaneidade
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[A]
A conjunção coordenativa adversativa “mas” estabelece relação de oposição entre orações, como na sequência da
matéria apresentada pelo jornal, em que a repórter, depois da informação de uma agressão brutal a uma mulher,
procura compensar a gravidade da notícia ao anunciar que ela já está livre de perigo e sem necessidade de
intervenções cirúrgicas no rosto. Assim, é correta a opção [A].
Resposta da questão 2:
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[E]
A conjunção subordinativa “mas” introduz um argumento que restringe o que foi dito na oração anterior, ou seja,
apresenta noção de ressalva, podendo ser substituída por porém, todavia, contudo. Assim, é correta a opção [E].
Resposta da questão 3:
[D]
Em [I], “Ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial absoluta, e
sim a internet...” (ref. 2), a conjunção é adversativa.
Em [III], “A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo.” (ref. 3), a
conjunção estabelece uma relação de adição.
Resposta da questão 4:
[E]
“Mas” é uma conjunção coordenada adversativa e “embora”, uma conjunção subordinada adverbial concessiva. Há
diferença sintática entre essas duas conjunções, pois, enquanto a primeira é utilizada para coordenar duas orações,
introduzindo uma oração coordenada sindética adversativa, a segunda estabelece relação de subordinação entre
duas orações. No entanto ambas possuem, como semelhança, a função de gerar oposição de ideias, tendo
importante papel na construção de argumentação.
Resposta da questão 5:
[B]
A locução “por isso”, formada por preposição e pronome demonstrativo, exprime ideia de conclusão, podendo ser
substituída por assim, em vista disso, dessa forma, dessa maneira, entre outras. Assim, é correta a opção [B].
Resposta da questão 6:
[C]
Seria de esperar que a indignação de Calvin, expressa nos dois primeiros quadrinhos, provocasse um
comportamento inverso ao que na verdade acontece. Apesar da critica, o personagem não só continua a assistir a
esse tipo de programas, como admite o seu apreço por eles. Na última fala de Calvin, a conjunção coordenativa “e”
adquire, assim, uma relação de oposição ao que foi afirmado anteriormente, como se afirma em [C].
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Resposta da questão 7:
[C]
A vírgula poderia ser substituída pela conjunção “logo”, indicando que a oração seguinte estabelece uma relação de
conclusão em relação à anterior.
Resposta da questão 8:
[D]
As alternativas [A], [B], [C] e [E] apresentam oração subordinada substantiva objetiva direta, subordinada adjetiva
restritiva, subordinada substantiva objetiva direta e subordinada substantiva subjetiva, respectivamente. Apenas em
[D] existe oração coordenada explicativa.
Resposta da questão 9:
[C]
O fato de a noite surgir, a princípio, pressupõe o aparecimento das estrelas, e não seu ocultamento; por isso os
períodos não apresentam relação de causa e consequência entre si, mas de adversidade.
[C]
“Mas” (ref. 5), no contexto, é uma conjunção adversativa; exprime ideia de oposição. Poderia ser substituída, sem
prejuízo ao sentido, por outras conjunções adversativas, como: todavia, entretanto, no entanto, contudo etc.
[D]
A oração “que cresceu comendo o trivial” funciona como objeto direto da oração principal, “Paulinho conta”. Não há
relação de consequência, apenas de complemento.
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[B]
A conjunção coordenativa adversativa estabelece relação de oposição entre os indivíduos que apenas usam o espaço
para se abrigarem da chuva ou do sol e aqueles que ali vão porque apreciam a leitura. Assim, é correta a opção [B].
[C]
No primeiro verso do excerto do poema, as vírgulas foram usadas para separar orações coordenadas assindéticas, da
mesma forma que na frase “Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas”, transcrita em [C].
[D]
O fragmento do texto que exemplifica o recurso da adição está em [D]. Isaías Caminha, depois de demonstrar
preocupação com o relato público da sua vida atribulada e com a receptividade que a obra viesse a ter por parte do
público, expressa seus maiores desejos: sensibilização das pessoas que desconhecem as dificuldades por que passam
jovens como ele e inspiração para outros escritores, talvez mais hábeis que ele, para descrever as situações que
narrou.
[A]
A conjunção coordenativa “pois” estabelece sentido de explicação à afirmação enunciada anteriormente sobre o
fato da linguagem poética inverter a nossa relação entre palavras e coisas.
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Orações reduzidas:
São aquelas que não são introduzidas por conjunções e que possuem verbos nas suas formas nominais: infinitivo,
gerúndio e particípio. São, assim, diferentes das orações desenvolvidas, que são introduzidas por um pronome ou
conjunção e que são formadas por um verbo no indicativo ou no subjuntivo.
Vamos estudar primeiramente as substantivas reduzidas. Ah! Uma dica legal! As substantivas só se reduzem no
infinitivo. É isso mesmo que você leu. No infinitivo.
SUBJETIVAS:
OBJETIVAS DIRETAS:
OBJETIVAS INDIRETAS:
COMPLETIVAS NOMINAIS:
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PREDICATIVAS:
APOSITIVAS:
ATENÇÃO!
Justapostas – introduzidas pelos advérbios ou pronomes interrogativos (quando, quem, como, quanto, entre
outros):
Não vimos quem invadiu a pista contrária.
Não sei onde podemos encontrá-la novamente.
Não sei quanto custou a minha casa.
Ana não sabe como isso veio parar aqui.
Bons estudos!
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Observe que o pronome relativo (que) relativiza a oração anterior: que substitui encomenda, liga as duas orações e
exerce o papel de objeto direto do verbo “receber”.
Vejamos agora os principais pronomes relativos: que, o qual, os quais, a qual, as quais, quem, cujo, cujos, cuja,
cujas, onde, quanto, quantos, quanta e quantas.
Exemplos: Nestes exemplos, os termos entre parênteses são as funções sintáticas que exercem.
O cantor que (o qual) perdeu o violão foi vaiado. (que, o qual = cantor) – (sujeito)
O livro que (o qual) comprei é muito bom. (que , o qual = livro) – (objeto direto)
O filme a que assisti (ao qual assisti hoje é longo. (a que, ao qual = filme) – (objeto indireto)
O tratamento de que (do qual) tenho necessidade é doloroso. (de que, do qual = tratamento) – (complemento
nominal)
O atleta que (o qual) fui já não existe mais. (que, o qual = atleta) = (predicativo do sujeito)
As ideias por que (nos quais) fui seduzido são revolucionárias. (por que, pelas quais = ideias) – (agente da passiva)
Os lugares em que (nos quais) estivemos são muito aprazíveis. (em que, nos quais = lugares) – (adjunto adverbial)
A vendedora a quem me dirigi é simpática. (a quem = vendedora – objeto indireto) – (objeto indireto)
O humorista a quem muito admiro caiu do palco. ( a quem = humorista – objeto direto preposicionado) – O.D –
preposicionado)
Ela é a musa a quem faço alusão no meu site. ( a quem = musa) – (complemento nominal)
O juiz por quem fomos julgados é velho. (quem = juiz) – (agente da passiva)
O prédio cujos apartamentos estão à venda é bem localizado. (cujos = prédio – ideia de posse) – (adjunto adnominal)
A usina cuja construção está atrasada foi embargada. (cuja = construção da usina) – (complemento nominal)
A cidade onde estamos possui belas praças. (onde = a cidade) – (adjunto adverbial de lugar)
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O primeiro (que) é conjunção integrante e o segundo, pronome relativo, pois retoma o termo exercícios e exerce
função sintática de objeto direto do verbo (dar).
Exemplos:
Nota-se que a oração chegaram cedo restringe o sentido de pessoas, ou seja, nem todas conseguiram ingresso,
apenas aquelas que chegaram cedo.
Nota-se agora que a oração que chegaram cedo explica o sentido de pessoas, ou seja, todas conseguiram o ingresso.
As orações subordinadas adjetivas são reduzidas nas três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.
Exemplos:
Reduzida de infinitivo:
Reduzida de gerúndio:
Reduzida de particípio:
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ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA (SEM VÍRGULAS) – (DELIMITA A IDEIA, RESTRINGE O SENTIDO NO TÃO
SOMENTE, APENAS)
Quanto às regências do pronome relativo, prestem bastante atenção! A preposição é colocada antes do pronome
relativo.
Veja:
Nesse caso, você tem que observar a palavra que vem depois do pronome relativo. No exemplo citado, temos o
verbo assistir que no contexto tem sentido de (ver, presenciar) é Verbo Transitivo Indireto e rege a preposição (a),
logo a preposição tem que ser colocada antes do pronome relativo (que).
Nesse caso, você tem que observar a palavra que vem depois do pronome relativo. No exemplo citado, temos um
nome necessidade que é um substantivo, logo temos uma caso de Complemento Nominal, nome este que rege a
preposição (de) que tem que ser colocado antes do pronome relativo.
Bons estudos!!
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01. Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: PRF Prova: CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal
No que se refere aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, julgue o item a seguir.
A correção gramatical do texto seria mantida, mas seu sentido seria alterado, caso o trecho “que se infiltra
no ambiente no qual dormimos” (ℓ. 18 e 19) fosse isolado por vírgulas.
( ) certo ( ) errado
02. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: MPE-PI Prova: CESPE - 2018 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área
Administrativa
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue o item
a seguir.
A oração “que inspiraram tais cartas” (l. 5 e 6) modifica o sentido apenas do termo “grau” (l.5).
( ) certo ( ) errado
03. Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: SEDUC-PA Prova: CONSULPLAN - 2018 - SEDUC-PA -
Professor Classe I - Português
Oi, coração
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Meu amor.
No Tocantins,
Eu vi um Brasil na TV,
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Um lance lá na capital,
Meu amor.
No Tabariz,
Meu amor.
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Em “Dancei com uma dona infeliz, / Que tem um tufão nos quadris, / Tem um japonês trás de mim,” pode-se
afirmar que a informação apresentada na oração adjetiva explicativa
B) é introduzida por termo que preenche três funções: anafórica, conectiva e sintática.
D) indica uma variedade popular em que o pronome relativo é empregado apenas com função conectiva.
04. Ano: 2015 Banca: CONSULPLAN Órgão: TRE-MG Provas: CONSULPLAN - 2015 - TRE-MG - Técnico
Judiciário - Programação de Sistemas
Eleições no Brasil
As eleições no Brasil são realizadas através do voto direto, secreto e obrigatório. A primeira eleição da qual
existem registros no Brasil, ocorreu em 1532, por meio da qual foi escolhido o representante do Conselho da
Vila de São Vicente.
Atualmente no Brasil ocorrem eleições a cada dois anos, sempre nos anos pares. À exceção do cargo de
senador, que tem mandatos com duração de oito anos, os demais cargos eletivos têm mandatos de quatro
anos. Como as eleições ocorrem a cada dois anos, os cargos eletivos são disputados em dois grupos, da
seguinte forma: eleições federais e estaduais – para os cargos de: Presidente da República (e vice), Senador,
Deputado Federal, Governador (e vice) e Deputado Estadual; eleições municipais – para os cargos de Prefeito
(e vice) e Vereadores.
Os candidatos a qualquer cargo são filiados a algum dos mais de 30 partidos políticos legalizados
existentes no país, cada um com uma ideologia política. Todos os partidos recebem recursos do fundo
partidário, acesso aos meios de comunicação (rádio e TV), e direito ao horário eleitoral durante as
campanhas.
O processo eleitoral é organizado pela Justiça Eleitoral, que é composta pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), cuja sede é em Brasília, pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE), sendo um em cada estado,
território ou Distrito, pelos Juízes Eleitorais e pelas Juntas Eleitorais. Todos estes órgãos são regidos pelo
Código Eleitoral, que estabelece as competências de cada órgão/segmento.
Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 14, o voto é facultativo para os analfabetos, aos maiores de
70 anos e para os maiores de 16 anos e menores de 18 anos. É obrigatório para os cidadãos entre 18 e 70
anos, sendo necessário justificar a ausência em qualquer seção eleitoral, no dia da eleição, sob pena de
multa.
Desde 2000, com o uso das urnas eletrônicas, as eleições brasileiras passaram a ser totalmente
informatizadas, o que permite que atualmente sejam consideradas as eleições mais rápidas e atualizadas do
mundo.
Em “À exceção do cargo de senador, que tem mandatos com duração de oito anos, os demais cargos
eletivos têm mandatos de quatro anos.” (2º§), é correto afirmar que, sintaticamente, o referido período é
composto por oração subordinada
A. adjetiva restritiva.
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B. adjetiva explicativa.
C. substantiva predicativa.
05. Ano: 2012 Banca: CONSULPLAN Órgão: TSE Provas: CONSULPLAN - 2012 - TSE - Técnico Judiciário -
Área Administrativa
O que você está lhe dando, na verdade, é uma licença para ser extravagante. (L. 34-35) Acerca do período
anterior, analise as afirmativas a seguir:
Assinale
06. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Sertãozinho - SP Prova: VUNESP - 2019 - Câmara de
Sertãozinho - SP - Auxiliar Legislativo - Informática
É preciso levar a sério a filha de Marx, Eleanor, quando disse que seu pai “era o mais alegre e divertido de
todos os homens”. Em outubro de 1837, com apenas dezenove anos, o jovem Karl compôs uma peça de
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teatro e um breve romance satírico, inacabados, nos quais ridiculariza e condena as convenções burguesas,
o moralismo filisteu, a aristocracia e o pedantismo intelectual.
Naquele ano, por indicação médica – pois adoecera por excesso de trabalho –, Marx deixou Berlim e
estabeleceu-se, para repousar, em Stralow, uma vila de pescadores. Mas, em vez do descanso, optou por
trabalhar intensamente. Foi nesse momento que escreveu as duas operetas contidas no livrinho que a
Boitempo oferece agora aos leitores brasileiros: Escorpião e Félix e Oulanem.
Essas pequenas obras remetem à atmosfera cultural da Alemanha no período posterior ao Congresso de
Viena, com a rejeição romântica do classicismo e a grande difusão da obra de Laurence Sterne,
principalmente do seu Tristram Shandy. Esse romance, publicado entre 1759 e 1767, cobre de ridículo os
estereótipos literários então dominantes. É dessa fonte literária, além de pitadas de E. T. A. Hoffmann, que o
jovem Karl bebe em seu romance Escorpião e Félix, dissolvendo os lugares comuns narrativos num divertido
desprezo pela lisura formal do romance clássico. Já Oulanem é um drama fantástico em versos, um
suspense gótico. Na criação desse poema-tragédia, ambientado numa aldeia na Itália, o jovem filósofo estava
sob a influência dominante de Goethe e, sob essa luz, delineava sua visão da história e sua ideia de que o
mundo precisava ser completamente revolucionado.
Esse Karl ainda não é o Marx que conhecemos melhor, mas são claros os indícios do futuro filósofo
materialista que despontam.
Os travessões empregados no segundo parágrafo servem ao propósito de isolar uma expressão com função
A) resumitiva.
B) enumerativa.
C) explicativa.
D) recapitulativa.
E) exemplificativa.
07. Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Itaquaquecetuba - SP Prova: VUNESP - 2018 - Câmara
de Itaquaquecetuba - SP - Jornalista
Febre mundial, abacate ficou mais valioso que petróleo e gerou até tráfico
Você pode até não suspeitar, mas o abacate que amadurece na sua fruteira está valendo mais do que
petróleo. Na verdade, vive-se uma verdadeira obsessão mundial por ele. Há mais de uma variação da fruta
fazendo sucesso em cima da torrada dos hipsters¹, na sobremesa das famílias tradicionais, sendo usado
como condimento e indo parar em pratos requintados nos restaurantes.
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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES
Na Nova Zelândia e na Austrália, onde crimes beiram a zero, surgiram verdadeiras redes de tráfico da
fruta. No ano passado, as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em um mercado paralelo.
Já no México, líder mundial na produção, a exportação da fruta já é mais lucrativa do que o petróleo,
com mais de 1 milhão de toneladas saindo do país, de acordo com o próprio governo mexicano.
Mas, por quê? “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engordava. Hoje
acontece uma desmistificação, que é uma fruta saudável”, analisa Jonas Octávio, presidente da Associação
Brasileira dos Produtores de Abacate (ABPA). Segundo ele, além da pegada fitness² que a fruta assumiu, o
público passou a testar também versões salgadas do abacate, como o guacamole.
(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)
No trecho do último parágrafo – “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engordava.”
–, a oração destacada tem a função de
A) retomar a visão anterior que havia do abacate, justificando por que ele é tão comercializado atualmente.
B) exemplificar a visão anterior que havia do abacate, reforçando a ideia de que seu consumo sempre foi bem
visto.
C) comentar a visão anterior que havia do abacate, a qual se mantém atualmente, já que ele engorda as
pessoas.
D) explicar a visão anterior que havia do abacate, que era negativa para a comercialização do produto.
E) enfatizar a visão anterior que havia do abacate, ironizando a ideia de que ele possa ser saudável às
pessoas.
08. Ano: 2019 Banca: FUNRIO Órgão: Prefeitura de Porto de Moz - PA Provas: FUNRIO - 2019 - Prefeitura
de Porto de Moz - PA - Psicólogo
"'Karen Uhlenbeck recebe o Prêmio Abel 2019 por seu trabalho fundamental em análise geométrica e teoria
de calibre, que transformou dramaticamente o cenário matemático', [...]"
(linhas 6 a 9)
09. Ano: 2017 Banca: FUNRIO Órgão: SESAU-RO Provas: FUNRIO - 2017 - SESAU-RO - Técnico em
Informática
TEXTO
Semanas antes do anúncio dos primeiros casos de febre amarela silvestre, em janeiro, a doença já
assustava no Leste de Minas Gerais. Famílias de pequenos municípios choravam seus mortos e doentes em
dezembro sem saber de que mal se tratava. Nunca tinham ouvido falar da doença na região. Macacos
começaram a morrer meses antes. Após a zika, em 2015, e a chicungunha, em 2016, é o terceiro ano
consecutivo sob o jugo de doenças transmitidas por mosquitos. Especialistas dizem que houve falha de
vigilância sanitária e defendem vacinar a população de grandes cidades do Sudeste, principalmente Rio,
Vitória e Belo Horizonte, para conter a propagação da doença.(O Globo, 05/02/2017)
“...para conter a propagação da doença”. Temos aqui uma oração reduzida, que, se desenvolvida em forma
de oração subordinada, teria como forma correta:
10. Ano: 2016 Banca: FUNRIO Órgão: IF-BA Prova: FUNRIO - 2016 - IF-BA - Assistente de Alunos
As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer
cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os
regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. (Manual de Redação da
Presidência da República)
Sobre o trecho transcrito acima é correto afirmar que seu primeiro período tem uma oração
A) subordinada adjetiva.
B) reduzida de infinitivo.
C) subordinada adverbial.
D) coordenada assindética.
E) subordinada substantiva.
GABARITO
01 CERTO
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02 ERRADO
03 B
04 B
05 C
06 C
07 D
08 D
09 C
10 A
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O período que apresenta mais de duas orações denominamos período composto. Agora vamos estudar a orações
subordinadas adverbiais.
Mas o que são orações subordinadas adverbiais? São orações que possuem valores de advérbios. Elas são dividias
em: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, temporais, proporcionais.
EXEMPLOS:
Causais
As orações subordinadas adverbiais causais, exprimem causa ou o motivo sendo as conjunções integrantes
adverbiais: porque, que, como, pois que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, desde que.
Comparativas
Concessivas
As orações subordinadas adverbiais concessivas exprimem permissão sendo as conjunções integrantes adverbiais:
embora, conquanto, por mais que, posto que, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, em que pese.
Condicionais
As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem condição sendo as conjunções integrantes adverbiais: se,
caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que.
Conformativas
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Consecutivas
Finais
As orações subordinadas adverbiais finais exprimem finalidade sendo as conjunções integrantes adverbiais: a fim de
que, para que, que, porque.
Temporais
As orações subordinadas adverbiais temporais exprimem circunstância de tempo sendo as conjunções integrantes
adverbiais: enquanto, quando, desde que, sempre que, assim que, agora que, antes que, depois que, logo que.
Proporcionais
As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem proporção sendo as conjunções integrantes adverbiais:
à proporção que, à medida que, ao passo que, tanto mais, tanto menos, quanto mais, quanto menos.
Orações reduzidas
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Orações reduzidas são orações introduzidas por formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e que não são
acompanhadas por conjunção ou pronome relativo.
Desenvolvida: Quando vivi aqui por dois anos, fui muito feliz.
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1. (UEL) Ele pensava numa nova edição do seu romance pela mesma editora; não poderia, pois, ter rescindido o contrato com
ela."
A oração destacada classifica-se como
a) subordinada adverbial final.
b) subordinada adverbial consecutiva.
c) subordinada adverbial condicional.
d) coordenada sindética explicativa.
e) coordenada sindética conclusiva.
2. No texto: "Caso não criemos novas destinações para o lixo urbano e não modifiquemos nossos hábitos de consumo e
nossas atitudes frente ao problema do lixo, teremos, dentro de bem pouco tempo, uma situação verdadeiramente caótica na
Grande São Paulo," encontram-se:
a) 3 orações; sendo a primeira subordinada causal, a segunda coordenada aditiva e a terceira principal;
b) 5 orações; sendo a primeira subordinada adverbial, a segunda e terceira aditivas, a quarta oração principal e a quinta
oração subordinada adverbial temporal;
c) 3 orações; sendo as duas primeiras subordinadas adverbiais condicionais, coordenadas entre si, e a última, oração
principal;
d) apenas duas orações; uma principal e uma subordinada adverbial causal;
e) todas as alternativas estão erradas.
3. Em qual das orações a seguir, a conjunção coordenativa POIS estabelece uma conclusão?
a) Venha logo, pois sua presença é importante.
b) As matrículas foram encerradas; nada pode ser feito, pois.
c) Fale mais alto, pois a ligação está ruim.
d) Não demore, pois não gosto de ficar sozinha.
e) Choveu, pois as ruas estão molhadas.
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6. (Mackenzie) DOIS VERSOS PARA GRETA GARBO O teu sorriso é imemorial como as Pirâmides e puro como a flor que abriu
na manhã de hoje. (Mário Quintana) Assinale a alternativa correta sobre o texto.
a) O poeta descreveu o sorriso por meio de duas orações subordinadas adverbiais comparativas e uma oração subordinada
adjetiva restritiva.
b) A flor com a qual se compara o sorriso da mulher é toda flor de toda manhã da vida do poeta.
c) O poeta fala da mulher, musa inspiradora, mas não a posiciona como sua interlocutora.
d) Os termos que têm a função sintática de predicativo do sujeito insinuam figuras de um leve erotismo na descrição do
sorriso da mulher.
e) A oração subordinada adjetiva explicativa, que abriu na manhã de hoje, expande o conceito de flor, a que é comparado o
sorriso.
7. (MACK) Guilherme possui a revista. Nesta revista, foram publicados os artigos. Necessito dos artigos da revista. Falei
ontem, por telefone, com o pai de Guilherme. Aponte a alternativa que apresenta a transformação correta dessa sequência
de frases em um período composto por subordinação.
a) Guilherme possui a revista onde foram publicados os artigos que necessito e falei ontem, por telefone, com o pai dele.
b) Guilherme possui a revista, na qual foram publicados os artigos que necessito, e falei ontem, por telefone, com o pai dele.
c) Guilherme possui a revista em que foram publicados os artigos os quais necessito e falei ontem, por telefone, com o pai
dele.
d) Guilherme possui a revista onde foram publicados os artigos os quais necessito, por isso falei ontem, por telefone, com seu
pai.
e) Guilherme, com cujo pai falei ontem, por telefone, possui a revista em que foram publicados os artigos de que necessito.
8. (UEL) Nada o demoveu do propósito DE PRESTAR ASSISTÊNCIA A TODOS AQUELES que a ele se dirigiram. A oração em
destaque no período acima classifica-se como subordinada substantiva
a) objetiva direta.
b) apositiva.
c) objetiva indireta.
d) objetiva indireta.
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e) completiva nominal.
12. (FAAP) "Como não se portavam bem, disse-lhes palavras ásperas, pois é justo que se deem todas as honras ao ilustre
visitante."
A oração grifada é:
a) comparativa
b) substantiva objetiva direta
c) causal
d) conformativa
e) temporal
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e) advérbio
14. (FGVSP) Assinale a alternativa que corresponde à classificação correta da oração grifada:
"O orador encareceu a necessidade de sermos amantes da paz"
a) objetiva direta
b) completiva nominal
c) adverbial final
d) subjetiva
e) apositiva
16. (FFPR) "Certa ocasião, atravessando a rua, foi atropelado por um automóvel."A oração reduzida de gerúndio é:
a) coordenada sindética aditiva
b) subordinada adjetiva restritiva
c) subordinada adverbial temporal
d) subordinada adverbial final
e) subordinada substantiva direta
17. (Coperve-SC) Das orações abaixo, a subordinada substantiva subjetiva está em:
a) O certo será que lhe ensinasse com mais amor.
b) Convém que todos deem a sua contribuição.
c) Ele disse que não pretendia comparecer à reunião.
d) Lembrou-se de que o estudo era difícil.
e) Tenho medo de que o carro não funcione.
18. (UFMG) Na frase: "Se eu te amasse, morreria", classifique as orações pela ordem em que se encontram.
a) subordinada adverbial concessiva, principal
b) subordinada adverbial condicional, principal
c) subordinada adjetiva, coordenada adversativa
d) subordinada substantiva subjetiva, coordenada assindética
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Só os roçados da morte
compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa,
de adubar nem de regar;
as estiagens e as pragas
fazem-nos mais prosperar;
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.
(João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina)
Substituindo-se os dois-pontos por uma conjunção, em "(...) pela colheita: recebe-se (...)", mantém-se o sentido do texto
APENAS em "(...) pela colheita,
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a) apresentar uma síntese das ideias contidas nos quartetos, que funcionam como tese e antítese.
b) opor à satisfação expressa nos quartetos a insatisfação trazida por uma ideia incompleta e pelo conformismo.
c) substituir o conectivo e, assumindo valor aditivo, já que não há oposição entre os quartetos e os tercetos.
d) iniciar um pensamento conclusivo, podendo ser substituído pelo conectivo portanto.
e) introduzir uma ressalva em relação às ideias que foram expressas nos quartetos.
"Tão barato que não conseguimos nem contratar uma holandesa de olhos azuis para este anúncio."
No texto, a orientação semântica introduzida pelo termo nem estabelece uma relação de
a) exclusão
b) negação
c) adição
d) intensidade
e) alternância
Começando com "o livro apresenta alguns defeitos", o sentido da frase não será alterado se continuar com
GABARITO
01 E
02 C
03 B
04 B
05 D
06 A
07 E
08 E
09 A
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10 B
11 C
12 C
13 C
14 B
15 D
16 C
17 B
18 B
19 D
20 E
21 D
22 E
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4) As orações em destaque são substantivas reduzidas de infinitivo. Numere-as , de acordo com o indicado:
(1) subjetiva
(2) objetiva direta
(3) objetiva indireta
(4) completiva nominal
(5) predicativa
(6) apositiva
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Gabarito:
1) E
2) D
3)
b) É útil que se estudem as lições.
c) É preciso que se respeite a velhice.
d) É mister que se previnam os abusos.
e) É indispensável que se cultivem os campos.
4) 3 - 6 - 1 - 5 - 4 -2
5)
a) condicional
b) causal
c) temporal
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d) modal
6)
a) consecutiva
b) modal
c) condicional
d) temporal
e) causal
f) final
g) concessiva
7)
a) Oração subordinada adverbial temporal, reduzida de particípio
b) Oração subordinada adverbial causal, reduzida de particípio.
c) Oração subordinada adverbial concessiva, reduzida de particípio
d) Oração subordinada adverbial condicional, reduzida de particípio.
8) C
9)
a) Espero tomar uma decisão ainda hoje.
Subordinada substantiva objetiva direta, reduzida de infinitivo
b) Ele tinha interesse em marcar mais pontos.
Subordinada substantiva completiva nominal, reduzida de infinitivo
c) Havia muitas pessoas trabalhando no campo.
Subordinada adjetiva restritiva, reduzida de gerúndio
d) Foi o último a sair.
Subordinada adjetiva restritiva, reduzida de infinitivo
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CONCORDÂNCIA NOMINAL
Concordância é o princípio sintático segundo o qual as palavras dependem se harmonizam, nas suas flexões
com as palavras de que dependem. Assim:
Concordância nominal
1. Artigo, adjetivo, numeral e pronome concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.
Exemplo:
Os meus três lindos CÃES de caça morreram envenenados.
2. Quando houver dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, o adjetivo posposto a eles poderá concordar com
o núcleo mais próximo ou ir para o masculino plural.
Exemplos:
Joaquim comprou terno e camisa nova ou novos.
3. Se o adjetivo (adjunto adnominal) estiver anteposto a dois ou mais substantivos a que se refira, concordará com o
núcleo mais próximo.
Exemplos:
belos pássaros e flores.
Vi
belas flores e pássaros.
4. Caso o adjetivo exerça a função sintática de predicativo, prevalecerá o masculino plural, quando os núcleos forem
de gêneros diferentes.
Exemplos:
mortos o boi e a vaca.
Encontrei
mortos a vaca e o boi.
Essas palavras concordam em gênero e número com a palavra a que se referem. Observe atentamente cada
exemplo:
Exemplos:
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Exemplos:
Elas, mesmo empobrecidas, mantêm a dignidade.
Aqueles homens só trabalham.
Falam bastante as minhas irmãs.
As garotas ficaram meio tristes com a notícia.
Seguem, em anexo, as cópias do contrato.
Permaneçam alerta!
6. concordância de possível.
A palavra possível concorda com a expressão intensificadora: o mais, a mais; os mais as mais.
Exemplos:
Vi casas o mais luxuosas possível
Vi casas as mais luxuosas possíveis.
Exemplos:
Água é bom.
Cerveja é necessário.
Mas:
A/Esta água é boa.
A/Esta cerveja é necessária.
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Exemplos:
Chegaram um e outro aluno dedicados.
Nem uma nem outra mulher bonitas aproximou-se de nós.
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1. (Espm 2017) Assinale a opção em que há uma transgres¬são às normas de Concordância (nominal ou
verbal):
a) Já passava do meio-dia e meia, quando mui¬tas competições já tinham sido iniciadas.
b) Valor de bens de candidatos à Prefeitura da Capital superam o declarado à Justiça Eleitoral.
c) Segundo a defesa, é necessário existên¬cia de crime de responsabilidade.
d) Fizeram críticas meio exageradas ao de¬sempenho da política externa.
e) Após confrontos, uso de “burquíni”, mistu¬ra de burca com biquíni, é proibido em 12 cidades francesas.
2. (Uerj 2017) No poema, há marcas de linguagem que remetem tanto à poeta quanto a seus leitores. Uma
dessas marcas, referindo-se unicamente ao leitor, está presente no seguinte verso:
a) como o passado nas pedras nos móveis no rosto (v. 8)
b) das pessoas que conhecemos (v. 9)
c) pense em como do lodo primeiro surgiu esta poltrona este livro (v. 15)
d) à frente de nós à frente deles (v. 17)
3. (Ufu 2015) “Os brasileiros somos assim". Este é, segundo João Candido Portinari, a mensagem da obra de
seu pai, o pintor Candido Portinari, ao povo brasileiro. Segundo ele, o recado nunca chegou de fato ao
destinatário planejado, já que 95% das obras do paulista estão em coleções privadas.
PONTES, Trajano. Portinari ganha portal reformulado na internet. Folha de S. Paulo, São Paulo, fev. 2013.
Disponível em: <http://folha.com/no1233942>. Acesso em: 3 fev. 2015. (Fragmento).
Em “Os brasileiros somos assim”, a ocorrência de sujeito de terceira pessoa do plural e verbo na primeira
pessoa do plural tem a finalidade de
a) popularizar as obras do pintor paulista por meio de uma mensagem produzida em um registro mais
informal.
b) aproximar o emissor da mensagem de um destinatário que utiliza uma variedade linguística socialmente
estigmatizada.
c) expor a dificuldade de comunicação existente entre o emissor da mensagem e os colecionadores de suas
obras.
d) incluir o emissor da mensagem entre os elementos do grupo retratado nas obras do pintor.
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Pegamos os nossos 24.253 km de fronteiras e os esticamos em uma linha reta. Assim, fica possível entender
o que acontece em cada canto desse Brasilzão: ______ invasões de terra, ______ de drogas e cenários de
tirar o fôlego.
(http://super.abril.com.br. Adaptado.)
(1) Mais de 250 municípios decretaram estado de emergência por conta da seca prolongada no Nordeste.
O nível dos açudes está baixo, alguns já tendo secado. Plantações se perderam. Quem tem cisterna ou
reservatório na propriedade está conseguindo garantir qualidade de vida para a família e as criações. Dilma
Rousseff tem reunião, nesta segunda (23), com governadores do Nordeste, e deve tratar da seca e de
medidas que serão tomadas pelo Governo Federal para ajudar a mitigar seus efeitos.
(2) Tempos atrás, durante outra estiagem, fiz um pingue-pongue curto com João Suassuna, engenheiro
agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco. Ele é um dos maiores especialistas na questão
hídrica nordestina. Entrei em contato com ele de novo e refiz as perguntas. Pouco mudou.
(3) Por mais que haja evaporação e açudes sequem, a região possui uma grande quantidade de água,
suficiente para abastecer sua gente. Segundo Suassuna, o problema continua não sendo de falta de recursos
naturais, mas de sua distribuição. O Nordeste brasileiro é detentor do maior volume de água represado em
regiões semiáridas do mundo. São 37 bilhões de metros cúbicos, estocados em cerca de 70 mil represas. A
água existe, todavia o que falta aos nordestinos é uma política coerente de distribuição desses volumes, para
o atendimento de suas necessidades básicas.
(4) O projeto do governo, de transposição do Rio São Francisco, remanescente de uma ideia que surgiu
na época do Império, visa ao abastecimento de cerca de 12 milhões de pessoas no Nordeste Setentrional,
com as águas do Rio São Francisco. Ele foi idealizado para retirar as águas do rio através de dois eixos
(Norte e Leste), abastecer as principais represas nordestinas e, a partir delas, as populações. Hoje, as obras
estão praticamente paralisadas, com alguns trechos dos canais se estragando com o tempo, apresentando
rachaduras.
(5) Muitos se perguntam se ele é a saída para uma distribuição mais justa da água, mas, de fato, o projeto
é desnecessário, tendo em vista os volumes d´água existentes nas principais represas nordestinas. Da forma
como o projeto foi concebido e apresentado à sociedade, com o dimensionamento dos faraônicos canais,
fica clara a intenção das autoridades: será para o benefício do grande capital, principalmente os irrigantes,
carcinicultores [criadores de camarão], industriais e empreiteiras.
(6) A solução do abastecimento urbano foi anunciada pelo próprio Governo Federal, através da Agência
Nacional de Águas (ANA), ao editar, em dezembro de 2006, o Atlas Nordeste de Abastecimento Urbano de
água. Nesse trabalho é possível, com menos da metade dos recursos previstos para a transposição, o
benefício de um número bem maior de pessoas. Ou seja, os projetos apontados pelo Atlas, com custo de
cerca de R$ 3,6 bilhões, têm a real possibilidade de beneficiar 34 milhões de pessoas, em municípios com
mais de 5.000 habitantes.
(7) O meio rural, principalmente para o abastecimento das populações difusas – aquelas mais carentes
em termos de acesso à água –, poderá se valer das tecnologias que estão sendo difundidas pela ASA
(Articulação do Semiárido), através do uso de cisternas rurais, barragens subterrâneas, barreiros, trincheiras,
programa duas águas e uma terra, mandalas etc.
(8) Enquanto isso, o orçamento do projeto de transposição não para de crescer. No governo Sarney, ele
foi dimensionado com um único eixo e tinha um orçamento estimado em cerca de R$ 2,5 bilhões. Na gestão
Fernando Henrique, ganhou mais um eixo e o orçamento pulou para R$ 4,5 bilhões. No governo Lula, saltou
para R$ 6,6 bilhões. E, agora, no governo Dilma, chegou à casa dos R$ 8,3 bilhões. Como se trata de um
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projeto de médio a longo prazo, essa conta chegará facilmente à cifra dos R$ 20 bilhões nos próximos 25 a
30 anos.
I. Quem de nós defendemos que a transposição do Rio São Francisco é a solução para a seca no Nordeste?
II. Quando se mediu a quantidade de água no Nordeste brasileiro, constatou-se que sobra recursos, mas são
mal distribuídos.
III. Os nordestinos continuam a se perguntar: Haverá mesmo soluções para o problema da seca?
IV. O Brasil só alcançará pleno desenvolvimento quando for solucionado todos os problemas que a estiagem
causa.
6. (Unifesp 2013) A lacuna do início do texto deve ser corretamente preenchida com
a) À.
b) Há cerca de.
c) Fazem.
d) Acerca de.
e) A.
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7. (Ifsp 2013) No trecho “a gente pode ter conversas literárias”, substituindo-se o sujeito por outro de
primeira pessoa do plural, no tempo pretérito perfeito, o resultado é o seguinte:
a) podemos ter conversas literárias.
b) podíamos ter conversas literárias.
c) poderíamos ter conversas literárias.
d) pudemos ter conversas literárias.
e) pudéssemos ter conversas literárias.
Ausência
(Canto ao Meio)
9. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: FCC - 2018 - Câmara
Legislativa do Distrito Federal - Inspetor de Polícia Legislativa
A obra de arte genial dribla de algum modo o efeito debilitador da passagem do tempo e adquire o poder de
dizer coisas novas a sucessivas gerações de apreciadores. As grandes obras da ciência, como os tratados
hipocráticos, foram criações que marcaram época, mas que a passagem do tempo reduziu à condição de
peça de antiquário. Com a arte é diferente.
A obra de arte genial transcende sua época. Mas ela é fruto de uma época. O trabalho do artista
inevitavelmente reflete os valores de uma época - ou aquilo que os alemães denominam "zeitgeist", o espírito
definidor de um período histórico particular.
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Duzentos e cinquenta anos nos separam do nascimento de Mozart. Os seus 36 anos de intensa atividade
musical transcorreram no século XVIII. Sua morte, em 1791, praticamente coincide com o desfecho dramático
do século das luzes que foi a Revolução Francesa.
De tempos em tempos, surgem artistas que não se contentam em fazer escolhas dentro dos marcos
definidos pelos adeptos de uma tradição estética − colegas, críticos e o público −, mas almejam ir além e
escolher por si mesmos as regras do fazer criativo.
Em sua formação musical Mozart assimilou desde cedo, sob a rigorosa tutela do pai, a tradição clássica
austríaca que tinha em Joseph Haydn a sua mais consumada expressão. Na juventude, Mozart se empenhou
com extraordinário afinco ao desafio de dominar essa tradição.
Seu reconhecimento definitivo veio do próprio Haydn que, em comentário feito ao pai de Mozart, afirmou:
"seu filho é o maior compositor de que tenho conhecimento". Seria difícil pedir mais.
Mozart não foi um revolucionário, como Beethoven. Ele jamais se propôs a subverter os marcos da tradição
na qual se fez músico. O que é assombroso constatar é que Mozart conquistou a expansão de um potencial
criativo sem que precisasse abdicar de uma estrita adesão ao rigor formal clássico.
Não seria descabido especular que o peso esmagador do seu gênio tenha contribuído para impelir
Beethoven a embarcar na aventura radical da ruptura romântica. Pois se é verdade, como dizia Marx, que "a
tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos", o que dizer de uma
tradição na qual floresce um Mozart?
Como entender a gênese de um gênio da estatura de Mozart? A imagem da criança prodígio, que aos oito
anos arrebatou ao piano as cortes de Londres e Versailles, pode sugerir pistas enganosas - a ideia de dons
sobrenaturais ou talentos geneticamente determinados.
Como pondera o biólogo Edward Wilson, "não existe um gene para tocar bem piano. O que há é uma ampla
conjunção de genes cujos efeitos favorecem destreza manual, criatividade, expressão emotiva, foco,
espectro de atenção e controle de tom, ritmo e timbre. Essa conjunção também torna a criança bem-dotada
propensa a tirar proveito da oportunidade certa na hora certa". Mozart foi um prodígio que se fez gênio. O seu
caminho de criança prodígio a gênio maduro revela o acerto do verso de Hesíodo: "Ante os portais da
excelência, os altos deuses puseram o suor".
O surgimento de um Mozart, em suma, pode ser entendido como o efeito da convergência, estatisticamente
improvável, de um grande número de circunstâncias felizes: excepcional dotação genética; a fortuna de uma
educação exigente numa esplêndida tradição musical; a convivência com modelos inspiradores; um clima
cultural propício e uma energia pessoal vulcânica ligada a um não menos generoso impulso criador.
Acidentes felizes acontecem.
Mozart certamente não tem a profundidade emotiva de Beethoven. Nem por isso, contudo, é menor que ele.
Na obra de Mozart sentimos pulsar a crença na possibilidade de existência de uma ordem cósmica que nos
transcende. Alguma coisa além da nossa capacidade de compreensão, mas que nos é facultado entrever ou
intuir no contato com a música. Que o ânimo luminoso dessa arte esteja conosco na difícil jornada que o
século 21 prenuncia.
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. O elogio do vira-lata. São Paulo: Cia. das Letras, 2018, edição digital.)
As normas de concordância estão respeitadas na frase:
A. Oferece-se, no contato com a música, coisas que estão além da nossa capacidade de compreensão,
mas que conseguimos entrever ou intuir.
B. Pulsam nas músicas compostas por Mozart a crença na possibilidade de existência de uma ordem
cósmica capaz de nos transcender.
C. Sabe-se que a destreza manual, a criatividade e a expressão emotiva podem ser favorecidas por
alguns genes, desde que estejam agrupados de determinada maneira.
D. Ecoa, na análise a respeito do patamar de genialidade alcançado por Mozart, os sábios versos do
poeta Hesíodo.
E. Há crianças, como o prodigioso Mozart, cujas habilidades especiais e determinadas conjunções as
torna mais aptas a aproveitar a oportunidade certa.
10. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: Câmara de Fortaleza - CE Prova: FCC - 2019 - Câmara de Fortaleza - CE -
Revisor
Está correta a redação do seguinte comentário:
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C. Observam-se que há pessoas as quais criam novos significados para o envelhecimento, desafiando
as convenções sociais.
D. Já não se enxerga em certas pessoas próximas dos 70 anos, as típicas consequências negativas
associadas ao processo de envelhecer.
E. Construir um projeto de vida ao qual desse significado permanente à existência são objetivos da
maioria das pessoas.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[B]
Na alternativa [B], há uma transgres¬são às normas de concordância verbal. Considerando que o verbo da
oração (“superam”) deve concordar com o núcleo do sujeito (“valor”), ele deveria estar no singular
(“supera”). Assim, o correto seria: “Valor de bens de candidatos à Prefeitura da Capital supera o declarado à
Justiça Eleitoral”.
Resposta da questão 2:
[C]
No verso “pense em como do lodo primeiro surgiu esta poltrona este livro” (v. 15), a poeta faz uso do verbo
na segunda pessoa, “pense”, criando uma marca de diálogo com seu interlocutor: o leitor.
Resposta da questão 3:
[D]
Na expressão “Os brasileiros somos assim”, a concordância entre sujeito e verbo do predicado não
acontece segundo os preceitos da gramática normativa: os brasileiros são assim. A expressão estabelece
uma concordância ideológica (silepse de pessoa) de maneira a incluir o emissor da mensagem entre os
elementos do grupo retratado nas obras do pintor, como se afirma em [D].
Resposta da questão 4:
[B]
O termo “invasões” exerce função de sujeito na oração que se encontra em ordem inversa, exigindo
concordância com o termo verbal que o antecede, o que não acontece em [A], [C], [D] e [E], que se encontram
na terceira pessoa do singular. Apenas em [B], o verbo haver, no sentido de existir, é impessoal, o que exige
esse tipo de concordância. Também o termo adequado para designar comércio ilegal e clandestino é
“tráfico” e não “tráfego”, que significa fluxo ou movimento. Assim, é correta apenas a alternativa [B].
Resposta da questão 5:
[C]
Os itens [I], [II] e [IV] apresentam frases com desvios às normas padrão da língua. Para se adaptarem a essas
normas, deveriam ser substituídos por:
[I] Quem de nós defende que a transposição do Rio São Francisco é a solução para a seca no Nordeste?
[II] Quando se mediu a quantidade de água no Nordeste brasileiro, constatou-se que sobram recursos, mas
são mal distribuídos.
[IV] O Brasil só alcançará pleno desenvolvimento quando forem solucionados todos os problemas que a
estiagem causa.
Resposta da questão 6:
[B]
É correta a opção [B], pois, no contexto, o verbo impessoal haver é usado para indicar tempo decorrido,
podendo ser substituído por fazer na terceira pessoa do singular, por se tratar também de um verbo
impessoal: faz dois meses.
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Resposta da questão 7:
[D]
O pretérito perfeito do indicativo indica ação ou estado passado que ocorreu em determinado momento do
passado, sem continuidade. Assim, o trecho “a gente pode ter conversas literárias”, com sujeito em primeira
pessoa do plural, é o transcrito na opção [D].
Resposta da questão 8:
[E]
O pronome pessoal oblíquo deve apresentar-se no plural para concordar com o nome a que se refere: “elas”.
Por exercer função de objeto indireto, o termo adequado é “lhes”, como se transcreve em [E].
9. C
10. B
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CONCORDÂNCIA VERBAL
Concordância verbal
É regra geral que o verbo sempre concorde com o sujeito da oração. Entretanto, há casos especiais, além de
orações que não apresentam sujeito, as orações sem sujeito.
Casos especiais
1. Havendo índice de indeterminação do sujeito o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular, sem exceção.
Exemplos:
Vive-se bem.
Precisa-se de bons políticos.
Era-se feliz na Polônia.
Ama-se a DEUS..
Quando a partícula se é apassivadora, o verbo concorda necessariamente com o sujeito paciente.
Exemplos:
Vende-se um carro.
Vendem-se dois carros.
Havendo pronome relativo que, o verbo concorda com o termo que o antecede; com o pronome quem, o
verbo deverá, de preferência, manter-se na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Não fui eu que falei isto.
Não fui eu quem falou isto.
Quando ocorre a expressão um (uma) das que, o verbo poderá ficar no singular ou no plural
Exemplos:
Ele é um dos que atribui/atribuem culpa ao colega.
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Quando o verbo está anteposto ao sujeito composto, pode concordar com o núcleo mais próximo.
Exemplo:
Chegaram/Chegou Paula e Luíza
Nota:
Caso o verbo esteja posposto ao sujeito composto, deverá ir para o plural, incondicionalmente.
Quando o sujeito é composto de pessoas gramaticais diferentes, irá para a primeira pessoa do plural, se entre elas
houver eu. Se houver tu, o verbo irá para a segunda pessoa do plural.
Exemplos:
Ela, teu irmão e eu falaremos com o chefe.
Teu irmão, tu e ela falareis com o chefe.
Com o verbo parecer, seguido de infinitivo, havendo sujeito plural pode-se construir como segue:
As estrelas parece brilharem.
As estrelas parecem brilhar.
Exemplos:
Suas esperanças é o filho.
O filho é suas esperanças.
b) plural prevalece sobre o singular.
Exemplo:
A cama são folhas de jornal velho.
c) pronome reto sempre prevalece.
Exemplo:
Aqui o chefe somos nós.
d) Nas expressões indicativas de insuficiência, suficiência ou excesso, o verbo ser fica no singular.
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Exemplos:
Um é pouco.
Dois é bom.
Três é demais.
É bom lembrar os principais verbos impessoais: haver = existir, ocorrer, estar; fazer = tempo decorrido ou
clima; bastar e chegar, quando empregados no imperativo etc. Tais verbos não se flexionam no plural: permanecem
na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Havia muitas árvores no jardim. (Não pode ser haviam)
Sempre houve acidentes nas rodovias. (Não pode ser houveram)
Na festa havia duzentas pessoas. (Não pode ser haviam)
Faz dois meses que não o encontro. (Não pode ser fazem)
Aqui fazverões maravilhosos. (Não pode ser fazem)
Basta! Chega de barulho!
Nota:
O mesmo ocorre com verbos que expressam fenômenos meteorológicos, como chover, nevar e outros. Se eles
indicarem o agente do processo ou forem empregados figuradamente, concordam com seu sujeito.
Exemplos:
Chovem grandes tempestades.
Amanhecem dias venturosos.
Chovem rosas sobre a noiva!
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Muita gente que ouve a expressão “políticas linguísticas” pela primeira vez pensa em algo 1solene, formal,
oficial, em leis e portarias, em autoridades oficiais, e pode ficar se perguntando o que seriam leis sobre
línguas. De fato, há leis sobre línguas, mas as 2políticas linguísticas também podem ser menos 3formais – e
nem passar por leis propriamente ditas. Em quase todos os casos, figuram no cotidiano, 4pois envolvem não
só a gestão da linguagem, mas também as práticas de linguagem, e as crenças e valores que circulam a
respeito 5delas. Tome, por exemplo, a situação do 6cidadão das classes confortáveis brasileiras, que quer
que a escola ensine a norma culta da língua portuguesa. 7Ele folga em saber que se vai exigir isso dos
candidatos às vagas para o ensino superior, mas nem sempre observa ou exige o mesmo padrão culto, por
exemplo, na ata de condomínio, que ele aprova como está, 8desapegada da ortografia e das regras de
concordância verbais e nominais 9preconizadas pela gramática normativa. Ele acha ótimo que a escola dos
filhos faça 10baterias de exercícios para fixar as normas ortográficas, mas pouco se incomoda com os
problemas de redação nos enunciados das tarefas dirigidas às crianças ou nos textos de comunicação da
escola dirigidos à comunidade escolar. Essas são políticas linguísticas. 11Afinal, onde há gente, há grupos
de pessoas que falam línguas. Em cada um desses grupos, há decisões, 12tácitas ou explícitas, sobre como
proceder, sobre o que é aceitável ou não, e por aí afora. Vamos chamar essas escolhas – 13assim como 14as
discussões que levam até 15elas e as ações que delas resultam – de políticas. Esses grupos, pequenos ou
grandes, de pessoas tratam com outros grupos, que por sua vez usam línguas e têm as suas políticas
internas. Vivendo imersos em linguagem e tendo constantemente que lidar com outros indivíduos e outros
grupos mediante o uso da linguagem, não surpreende que os recursos de linguagem lá pelas tantas se
tornem, eles próprios, tema de política e objetos de políticas explícitas. Como 16esses recursos podem ou
devem se apresentar? Que funções eles podem ou devem ter? Quem pode ou deve ter acesso a 17eles?
Muito do que fazemos, 18portanto, diz respeito às políticas linguísticas.
1. (Ufrgs 2017) Se a expressão políticas linguísticas (ref. 2) fosse para o singular, quantas outras alterações
seriam necessárias no período para manter-se a concordância?
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
2. (Espcex (Aman) 2013) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do período abaixo.
“Informaram aos candidatos que, ___________, seguiam a comunicação oficial, o resultado e a indicação do
local do exame médico, e que estariam inteiramente à ________ disposição para verificação.”
a) anexo – vossa
b) anexos – sua
c) anexo – sua
d) anexas – vossa
e) anexos – vossa
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3. (Enem PPL 2013) — Ora dizeis, não é verdade? Pois o Sr. Lúcio queria esse cravo, mas vós lho não
podíeis dar, porque o velho militar não tirava os olhos de vós; ora, conversando com o Sr. Lúcio, acordastes
ambos que ele iria esperar um instante no jardim...
MACEDO, J. M. A moreninha. Disponível em: www.dominiopublico.com.br. Acesso em: 17 abr. 2010
(fragmento).
O trecho faz parte do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Nessa parte do romance, há um
diálogo entre dois personagens. A fala transcrita revela um falante que utiliza uma linguagem
a) informal, com estruturas e léxico coloquiais.
b) regional, com termos característicos de uma região.
c) técnica, com termos de áreas específicas.
d) culta, com domínio da norma padrão.
e) lírica, com expressões e termos empregados em sentido figurado.
(http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_texto_s.htm)
Texto II
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, recebeu um grupo de 50 manifestantes, que foram de ônibus a
Brasília reclamar sobre a demora para receber os recursos do governo federal. (...)
Em nota divulgada ontem no site do Ministério da Cultura, Ana de Hollanda disse que o ministério
"reconhece, valoriza e tem claro [sic] a necessidade da continuidade" do trabalho dos Pontos de Cultura. A
nota, no entanto, não aponta quando o problema deve ser resolvido.
Considerando-se as informações apresentadas nos textos, é correto afirmar que o motivo da inclusão do
“sic”, no Texto II, é apontar uma falha de
a) concordância nominal, já que o adjetivo “claro” deveria estar no feminino para concordar com o
substantivo “necessidade”.
b) regência nominal, pois o “a”, antes do substantivo “necessidade”, deveria receber acento grave para
indicar a ocorrência de crase.
c) pontuação, uma vez que se omitiu a vírgula obrigatória para separar as orações coordenadas presentes
nesse período.
d) acentuação gráfica, já que o verbo “ter”, presente na expressão “tem claro”, deveria receber acento
circunflexo.
e) coesão textual, pois, nessa construção, é obrigatória a inclusão do conectivo “que” para ligar a oração
principal à oração subordinada.
Um jovem novelista visita o cemitério de sua terra e fica particularmente interessado numa sepultura singela
a que a superstição popular 9atribui poderes milagrosos. Vem-lhe então o desejo de, 6através da magia da
ficção, trazer de volta à vida aquela morta obscura. 11Sai à procura de habitantes mais antigos e a eles
pergunta: “Quem foi Antônia Weber?” Alguns nada sabem. Outros contam o pouco de que 10se lembram.
Um teuto-brasileiro sessentão (Floriano já começava a visualizar as personagens, a inventar a intriga), ao
ouvir o nome da defunta, fica perturbado e fecha-se num mutismo ressentido. 12“Aqui há drama”, diz o
escritor para si próprio. 13E conclui: “Este homem talvez tenha amado Antônia Weber...”. Ao cabo de várias
tentativas, consegue arrancar dele 7uma história fragmentada, cheia de reticências que, entretanto, o
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novelista vai preenchendo com trechos de depoimentos de terceiros. Por fim, de posse de várias peças do
quebra- cabeça, põe-se a armá-lo e o resultado é o romance duma tal Antônia Weber, natural de Hannover e
que emigrou com os pais para o Brasil e estabeleceu-se em Santa Fé, onde...
Mas qual! – exclamou Floriano, parando à sombra dum plátano e passando o lenço pela testa úmida. Ia cair
de novo nos alçapões que seu temperamento lhe armava. 14Os críticos não negavam mérito a seus
romances, mas afirmavam que em suas histórias ........ o cheiro do suor humano e da terra: achavam que,
quanto à forma, eram tecnicamente bem escritas; quanto ao conteúdo, porém, tendiam mais para o artifício
que para a arte, fugindo sempre ao drama essencial. Pouco lhe importaria o que outros pensassem se ele
próprio não estivesse de acordo com essas restrições. Chegara à conclusão de que, embora a perícia não
devesse ser menosprezada, para fazer bom vinho era necessário antes de mais nada ter uvas, e uvas de boa
qualidade. No caso do romance a uva era o tema – o tema legítimo, isto é, algo que o autor pelo menos
tivesse sentido, se não propriamente vivido.
Adaptado de: VERISSIMO, Erico. O tempo e o vento: o retrato. v. 2. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
p. 331-333.
5. (Ufrgs 2012) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das referências 1, 2 e 3, nesta
ordem.
a) do qual – meia – faltavam
b) da qual – meio – faltava
c) da qual – meio – faltavam
d) do qual – meio – faltavam
e) da qual – meia – faltava
Eu tinha 15 anos, havia tomado bomba, era virgem e não via, diante da minha incompetência para com o sexo
oposto, a mais remota possibilidade de reverter a situação.
Em algum momento entre a oitava série e o primeiro colegial, todos os meus colegas haviam adotado roupas
diferentes, gírias, trejeitos ao falar e ao gesticular, mas eu continuava igual – era como se houvesse faltado
na aula em que os estilos foram distribuídos e estivesse condenado a viver para sempre numa espécie de
limbo social, feito de incertezas, celibato e moletom.
O mundo, antes um lugar com regras claras e uma razoável meritocracia, havia perdido o sentido: os bons
meninos não ganhavam uma coroa de louros – nem ao menos, vá lá, uma loura coroa –, era preciso acordar
às 6h15 para estudar química orgânica e os adultos ainda queriam me convencer de que aquela era a melhor
fase da vida.
Claro, observando-os, era óbvia a razão da nostalgia: seres de calças bege e pager no cinto, que gastavam
seus dias em papinhos de elevador, sem ambições maiores do que um carro novo, um requeijão com menos
colesterol, o nome na moldura de funcionário do mês e ingressos para o Holiday on Ice no fim de semana.
Em busca de algum consolo, me esforçava para bater o recorde jamaicano de consumo de maconha, mas,
em vez de ter abertas as portas da percepção – ou o que quer que fizesse com que meus amigos se
divertissem e passassem meia hora rachando o bico, sei lá, de um amendoim –, só via ainda mais
escancaradas as portas da minha inadequação. Foi então, meus caros, que eu vi a luz - e a luz veio na forma
de um livro; "Trinta anos de mim mesmo", do Millôr Fernandes.
A primeira página que eu abri trazia um quadrado em branco, com a seguinte legenda: "Uma gaivota branca,
trepada sobre um iglu branco, em cima de um monte branco. No céu, nuvens brancas esvoaçam e à direita
aparecem duas árvores brancas com as flores brancas da primavera". Logo adiante estava "O abridor de
latas", "Pela primeira vez no Brasil um conto inteiramente em câmera lenta" – narrando um piquenique de
tartarugas que durava uns 1.500 anos. Mais pra frente, esta quadra: "Essa pressa leviana/ Demonstra o
incompetente/ Por que fazer o mundo em sete dias/ Se tinha a eternidade pela frente?".
Lendo aquelas páginas, que reuniam o trabalho jornalístico do Millôr entre 1943 e 1973, compreendi que não
estava sozinho em meu estranhamento: a vida era mesmo absurda, mas a resposta mais lógica para a falta
de sentido não era o desespero, e sim o riso. Percebi, como se não bastasse, que se agregasse alguma graça
aos meus resmungos poderia fazer daquele incômodo uma profissão. Dos 19 anos até hoje, jamais paguei
uma conta de luz de outra forma.
Uma pena nunca ter conhecido o Millôr pessoalmente, não ter podido apertar sua mão e agradecer-lhe por
haver me sussurrado ao ouvido, quando eu mais precisava escutar, a única verdade que há debaixo do céu:
se Deus não existe, então tudo é divertido.
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6. (Insper 2012) Embora se utilize de um registro linguístico coloquial na passagem “se divertissem e
passassem meia hora rachando o bico”, o cronista estabelece, no termo destacado, a concordância nominal
de acordo com as regras gramaticais. Assinale a alternativa em que o uso da palavra “meia” ou ”meio” NÃO
está de acordo com a norma culta da língua.
a) É meio-dia e meia.
b) Eu estou meia cansada.
c) As frutas estão meio caras.
d) Acolheu-me com palavras meio ríspidas.
e) Não me venha com meias palavras.
7. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: IPHAN Provas: CESPE - 2018 - IPHAN - Conhecimentos Básicos - Cargos
de Nível Médio
Vanessa Fernandes Correa e Mauro Sérgio Procópio Calliari. As transformações da cidade contemporânea.
In: Preservando o patrimônio histórico – um manual para gestores municipais. São Paulo (com adaptações).
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1BBB, julgue o próximo item.
Sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do texto, o primeiro parágrafo poderia ser reescrito da
seguinte maneira: São a velocidade das transformações que caracterizam, principalmente, a sociedade
contemporânea.
( ) Certo ( ) Errado
8. Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Iguape - SP Prova: VUNESP - 2015 - Prefeitura de Iguape -
SP - Auxiliar de Serviços Gerais
Assinale a frase correta de acordo com a norma culta.
A. Os esportes preferidos dos meus amigo é o futebol.
B. Os esportes preferido do meu amigos são o futebol.
C. O esporte preferido dos meus amigos é o futebol.
D. O esporte preferidos do meu amigo são o futebol.
9. Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Iguape - SP Prova: VUNESP - 2015 - Prefeitura de Iguape -
SP - Auxiliar de Serviços Gerais
A. sua … eles
B. dela … você
C. minha … eu
D. nossa … nós
10. Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Iguape - SP Prova: VUNESP - 2015 - Prefeitura de Iguape -
SP - Auxiliar de Serviços Gerais
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A. novo... feito
B. novos... feitos
C. nova... feita
D. novas... feitas
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
No período em que a expressão aparece (“De fato, há leis sobre línguas, mas as políticas linguísticas também
podem ser menos formais – e nem passar por leis propriamente ditas”), caso ela fosse para o singular,
haveria 3 outras alterações, a saber: De fato, há leis sobre línguas, mas a política linguística também pode
ser menos formal – e nem passar por leis propriamente ditas.
O artigo anterior ao substantivo seria afetado, assim como o verbo e o adjetivo.
Resposta da questão 2:
[B]
O sujeito composto da oração “a comunicação oficial, o resultado e a indicação do local do exame médico”
apresenta três núcleos (“comunicação”, “resultado” e “indicação”), sendo que um deles pertence ao gênero
masculino o que obriga à concordância do adjetivo com o plural masculino (“anexos”). O pronome
possessivo relaciona-se com o termo “candidatos”, por isso é adequado o uso da terceira pessoa do plural
(“sua”). Assim, é correta a opção [B].
Resposta da questão 3:
[D]
A concordância entre o sujeito (vós) e o verbo (podíeis), o emprego do objeto direto e indireto a partir da
contração entre “lhe” e “o” e a colocação pronominal seguindo o padrão da Gramática Normativa indicam
que a linguagem empregada seja culta – como bem defendiam os autores românticos ao retratar a elite do
país.
Resposta da questão 4:
[A]
A inclusão de “sic” no texto divulgado na Folha de São Paulo remete a responsabilidade da falha gramatical
à autora da nota divulgada no site do Ministério da Cultura e isenta o jornalista que reportou a notícia. Assim,
o motivo da inclusão do “sic” é apontar uma falha de concordância nominal, já que o adjetivo “claro” deveria
estar no feminino para concordar com o substantivo “necessidade”, como se afirma em [A].
Resposta da questão 5:
[B]
Completando as lacunas, tem-se o seguinte resultado: “Havia naquele cemitério uma sepultura em torno da
qual a imaginação popular tecera lendas” (concordando em gênero com “uma sepultura”); “com uma
inscrição já meio apagada” (“meio”, quando advérbio de intensidade, não se flexiona); “mas afirmavam que
em suas histórias faltava o cheiro do suor humano e da terra” (a verbo “faltar” fica no singular, concordando
com “cheiro”).
Resposta da questão 6:
[B]
Na frase “se divertissem e passassem meia hora rachando o bico”, o termo destacado é um adjetivo,
relacionado com o substantivo “hora”. O mesmo acontece em [A] e [E], com o adjetivo concordando com os
substantivos “hora” (elíptico) e “palavras”, respectivamente. Em [C] e [D] também são respeitadas as regras
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de concordância, pois o termo “meio” exerce função de advérbio, relacionado com os adjetivos “caras” e
“ríspidas”, portanto, deve permanecer invariável. A opção que apresenta desvio do padrão recomendado é
[B], pois o termo “meia” está flexionado indevidamente por se tratar de um advérbio ligado ao adjetivo
“cansada”. O correto seria eu estou meio cansada.
7. ERRADO
8. C
9. B
10.D
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas devem
ser observadas, sobretudo, na linguagem escrita.
Dicas:
Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer próclise, depois mesóclise e em
último caso, ênclise.
A próclise (chefe), Mesóclise (gerente), Ênclise (funcionário) O que quer dizer isso?
**Primeiramente pense sempre na Próclise. Há fator de próclise? Sim! Então próclise nela. HO verbo está no futuro
do presente ou no futuro de pretérito do indicativo? Sim! Então Mesóclise nela. Caso ocorra fator de próclise mesmo
nos tempos futuros (presente e do pretérito) a preferência é próclise. Por isso que é o chefe. Ele manda. A mesóclise
é a segunda opção fazendo o papel de gerente. Por último usaremos a ênclise, pois não podemos começar orações
com pronome oblíquo.
Próclise
É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São elas:
b) Advérbios.
c) Conjunções subordinativas.
d) Pronomes relativos.
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e) Pronomes indefinidos.
f) Pronomes demonstrativos.
Mesóclise
É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada:
1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos não
estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.
Exemplos:
Ênclise
É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem possíveis:
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Dicas:
O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra atrativa.
Exemplos:
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b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxiliar.
Dicas:
Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que
não haja palavra atrativa antes dele.
a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo
principal.
Exemplos:
b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo
principal.
Exemplos:
Observações importantes:
Emprego de o, a, os, as
Chame-o agora.
Deixei-a mais tranquila.
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.
Exemplos:
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3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as alteram-se para
no, na, nos, nas.
Exemplos:
Chamem-no agora.
Põe-na sobre a mesa.
4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos: mo, to, lho, no-lo, vo-lo, formas em desuso, podem
ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise.
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(SANT’ANNA, Affonso Romano de. Tempo de delicadeza. Porto Alegre: L&PM, 2009
1. (G1 - epcar (Cpcar) 2020) Assinale a alternativa em que a alteração proposta para o termo em destaque está de
acordo com a norma padrão da Língua.
a) “Estou (...) há quatro meses tentando falar com alguém no ‘hotmail’...” (ref. 19) - Estou têm quatro meses tentando
falar com alguém no hotmail...
b) “Permita-me, eventual e concreto leitor...” (ref. 21) – Me permita, eventual e concreto leitor...
c) “...a gente não consegue usá-los sem pedir socorro a alguém?” (ref. 6) - A gente não os consegue usar sem pedir
socorro a alguém?
d) “Será necessária uma medida provisória do presidente...” (ref. 10) - Do presidente, será necessário uma medida
provisória.
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2. (Unesp 2020) Constituem exemplos de linguagem formal e de linguagem coloquial, respectivamente, as seguintes
falas:
a) “Ah, estou morrendo de pena...” e “Ainda vou trabalhar a noite inteira no Iraque, meu rapaz.”
b) “Me adianta essa, vai...” e “É cedo para mim.”
c) “O importante é trabalhar com o que a gente gosta.” e “Posso lhe dar um emprego bem melhor...”
d) “É cedo para mim.” e “Posso lhe dar um emprego bem melhor...”
e) “Posso lhe dar um emprego bem melhor...” e “Me adianta essa, vai...”
Assinale a alternativa cuja descrição gramatical dos termos sublinhados está correta.
a) Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural. Em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª
pessoa do plural.
b) Ambos são pronomes pessoais oblíquos referentes à 1ª pessoa do plural.
c) Em I, “nos” é pronome reto da 3ª pessoa do plural. Em II, “nos” é pronome reto da 1ª pessoa do plural.
d) Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural. Em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª
pessoa do plural.
e) Ambos são pronomes pessoais retos referentes à 1ª pessoa do plural.
O elefante
Fabrico um elefante
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira
tirado a velhos móveis
talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão,
de paina, de doçura.
A cola vai fixar
suas orelhas pensas.
A tromba se enovela,
é a parte mais feliz
de sua arquitetura.
a fugitiva imagem,
o passo desastrado
mas faminto e tocante.
Mas faminto de seres
e situações patéticas,
de encontros ao luar
no mais profundo oceano,
sob a raiz das árvores
ou no seio das conchas,
de luzes que não cegam
e brilham através
dos troncos mais espessos.
Esse passo que vai
sem esmagar as plantas
no campo de batalha,
à procura de sítios,
segredos, episódios
não contados em livro,
de que apenas o vento,
as folhas, a formiga
reconhecem o talhe,
mas que os homens ignoram,
pois só ousam mostrar-se
sob a paz das cortinas
à pálpebra cerrada.
E já tarde da noite
volta meu elefante,
mas volta fatigado,
as patas vacilantes
se desmancham no pó.
Ele não encontrou
o de que carecia,
o de que carecemos,
eu e meu elefante,
em que amo disfarçar-me.
Exausto de pesquisa,
caiu-lhe o vasto engenho
como simples papel.
A cola se dissolve
e todo o seu conteúdo
de perdão, de carícia,
de pluma, de algodão,
jorra sobre o tapete,
qual mito desmontado.
Amanhã recomeço.
ANDRADE, Carlos Drummond de. O ElefanteO. 9ª ed. - São Paulo: Editora Record, 1983.
4. (Ime 2019) Observe os vocábulos destacados em negrito nos versos 39 a 44 do poema, transcritos abaixo:
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Sobre esses vocábulos, de acordo com a gramática normativa, considere as seguintes afirmações:
I. o primeiro “o” é um artigo definido e o segundo é uma forma pronominal oblíqua, assim como a forma “lo” em
“deixá-lo”.
II. a colocação do segundo “o” junto ao advérbio de negação aproxima-se do registro mais utilizado no português
falado no Brasil.
III. “o” e “lo” nos versos “mas não o querem ver” e “deixá-lo ir sozinho” são formas pronominais que garantem a
coesão referencial anafórica.
5. (G1 - ifsul 2019) Acerca do texto, nas orações: “se as eleições fossem ontem” e em “quem você teria votado e se
arrependido”, é INCORRETO afirmar que:
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Dar-te-ei
6. (G1 - cps 2018) Há, nessa música, uma construção gramatical chamada de mesóclise – “dar-te-ei” – de pouco uso
na linguagem escrita e quase extinto o uso na falada. Essa construção, chamada de colocação pronominal, é uma
das três posições possíveis – de acordo com a gramática normativa.
Baseando-se no que foi apresentado, assinale a alternativa que apresenta uma relação correta – de acordo com a
gramática normativa – entre colocação pronominal e o seu uso na frase.
7. Ano: 2016 Banca: COPEVE-UFMS Órgão: UFMS Prova: COPEVE-UFMS - 2016 - UFMS - Assistente em
Administração
Magnífico Reitor da Universidade Pedagógica (UP) de Moçambique, Prof. Doutor Rogério José Uthui, respeitosamente,
dirigimo-nos à Reitoria, primeiro, para renovar os nossos agradecimentos pela confiança e autonomia concedida, o
que, sem dúvida, permitiu-nos, ao longo destes quase seis meses de estudos, em diversos cursos, que o lecionamento
decorresse da melhor forma possível e fosse satisfatório. Lamentavelmente, os deveres e direitos dos estudantes e
docentes não estão a ser alcançados e gostaríamos que o magnífico reitor soubesse que da nossa parte não falta
empenho ao trabalho, dedicação e cumprimento nas soluções em relação ao que nos pedem. [...] Por Estudantes de
Engenharia UP-Beira
(Disponível em www.verdade.co.mz/vozes/37-hora-da-verdade/53960-carta-aberta-ao-magnifico-reitor-da-universidade-pedagogicapor-estudantes,
acesso em 01/05/2016)
A. No trecho “em relação ao que nos pedem” (2º parágrafo), a próclise é facultativa.
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B. A colocação pronominal realizada nas formas verbais “dirigimo-nos” e “permitiu-nos” configura exemplos
de ênclise. (1º parágrafo)
C. O emprego do verbo “soubesse” (2º parágrafo), conjugado no pretérito imperfeito do modo subjuntivo,
denota possibilidade ou desejo de que o destinatário saiba a respeito da dedicação, do empenho e do
trabalho dos emissores representados pelo autor da carta.
D. O trecho “para renovar os nossos agradecimentos” (1º parágrafo) poderia ser substituído por “a fim de
renovar os nossos agradecimentos”, sem que se perdesse o tom de formalidade da carta que é dirigida à
autoridade máxima da universidade.
E. Em “dirigimo-nos à Reitoria” (1º parágrafo), o emprego do acento grave, indicativo de crase, leva em
conta a regência do verbo pronominal que o antecede.
8. Ano: 2015 Banca: COPEVE-UFMS Órgão: UFMS Provas: COPEVE-UFMS - 2015 - UFMS - Assistente em
Administração
Analise as frase abaixo extraídas da Revista Língua Portuguesa, nº 36, maio 2012.
I. Já disseram-lhe a verdade.
Com relação à colocação pronominal, estão corretas as formas a serem usadas na linguagem escrita:
A. I, IV e V.
B. II, IV e VI.
C. IV, V e VI.
D. I, III e V.
E. II, IV e V.
9. Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Auxiliar Legislativo - Auxiliar Operacional
Retrato
a minha face?
(Cecília Meirelles)
A. a – o – lhe
B. as – o – lhes
C. lhe – o – lhe
D. lhe – lhe – os
E. a – lhe – lhes
10. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: TRF - 3ª REGIÃO Prova: FCC - 2019 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário -
Área Judiciária
[Gravado na pele]
Dizem que a tatuagem data do paleolítico, quando era usada por povos nativos da Ásia. Além da beleza das formas
e cores, há algo de simbólico nessas inscrições corporais. Os índios pintam o corpo em cerimônias, festas e rituais de
guerra. Os marinheiros, cujas pátrias são os portos e os oceanos, ostentam em sua pele símbolos que evocam a breve
permanência em terra firme e a longa travessia marítima: âncoras, ilhas, mapas, peixes, pássaros, bússolas.
Antes de ser uma febre no Brasil, a tatuagem inspirou uma música de Chico Buarque e Ruy Guerra. Quero ficar
no teu corpo feito tatuagem, diz a letra dessa belíssima canção.
Para um observador parado à beira-mar, um observador que teme o sol forte e protege a cabeça com um chapéu,
cada tatuagem é uma descoberta, uma viagem do olhar. Jovens e velhos exibem tatuagens; uso o verbo exibir porque
talvez haja uma ponta de exibicionismo nessa arte antiga de fazer da pele uma pintura para toda a vida.
Numa única manhã ensolarada, sob meu chapéu, vi tatuagens de vários tipos e tamanhos, li nomes próprios,
adjetivos, bilhetes, e até mesmo uma mensagem cifrada, cuja revelação será sempre adiada: Amanhã saberás o
segredo...
(Adaptado de: HATOUM, Milton. Um solitário à espreita. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 122)
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Resposta da questão 1:
[C]
[A] Incorreta: o verbo “ter” deve manter-se impessoal e, assim, assumir a forma “tem”.
[B] Incorreta: em início de período, é necessário utilizar a ênclise.
[D] Incorreta: deve-se manter a concordância com a palavra “necessária”.
Resposta da questão 2:
[E]
As frases transcritas em [E] constituem exemplos de linguagem formal e de linguagem coloquial, respectivamente, já
que a primeira obedece às normas da gramática normativa e a segunda, “Me adianta essa, vai...”, pela situação de
próclise do pronome em início de oração é típica da fala do cotidiano.
Resposta da questão 3:
[D]
[A] Incorreto. Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural; o acréscimo de “n” ocorre em função de
o verbo terminar em som nasal. Já em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural.
[B] Incorreto. Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural; o acréscimo de “n” ocorre em função de
o verbo terminar em som nasal. Já em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural.
[C] Incorreto. Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural; o acréscimo de “n” ocorre em função de
o verbo terminar em som nasal. Já em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural.
[D] Correto.
[E] Incorreto. Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural; o acréscimo de “n” ocorre em função de
o verbo terminar em som nasal. Já em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural.
Resposta da questão 4:
[D]
Apenas o item II é incorreto, pois a situação de próclise do pronome no verso “mas não o querem ver” decorre da
atração por palavra negativa e não por característica do português falado no Brasil. Assim, é correta a opção [D].
Resposta da questão 5:
[C]
[C] Incorreta: na ênclise, o pronome aparece depois do verbo e não antes (próclise).
Resposta da questão 6:
[C]
[A] Incorreta: em “faça-me” o pronome está depois do verbo e, portanto, temos o uso da ênclise.
[B] Incorreta: em “te darei” o pronome está antes do verbo e, portanto, temos o uso da próclise.
[D] Incorreta: a forma correta seria “cantá-la-ei”.
[E] Incorreta: em “me procurou”, o pronome está antes do verbo e, portanto, temos o uso da próclise.
7. A
8. E
9. C
10. A
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REGÊNCIA NOMINAL
Regência nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos
regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.
No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime
dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes
cognatos. Observe o exemplo.
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição "a".Veja:
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os
atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você
conhece.
Substantivos
Adjetivos
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Advérbios
Longe de
Perto de
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Exemplos
Vejamos alguns exemplos e frases com regência nominal: Vamos nessa?
Amor
Tenho amor à Língua Portuguesa.
Os pais incutiram-lhe o amor do estudo.
Marcela morria de amores pelo Xavier. (Machado de Assis)
Tenha amor a seus livros.
Ansioso
Olhos “ansiosos de” novas paisagens. (Luís Jardim)
Estava “ansioso por” vê-la.(Camilo Castelo Branco)
Estou “ansioso para” comprar o curso Gramática com Marcelo Marques.
Acessível a
Exemplo: O preço da carne está acessível a todos.
Acostumado a, com
Exemplos:
Exemplos:
Agradável a
Exemplo: Sou agradável a minha filha. (Crase facultativa diante de pronome possessivo adjetivo).
Alheio a, de
Exemplos:
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Apto a, para
Exemplos:
Aversão a, por
Exemplos:
Benefício a
Exemplos:
Compatível com
Contrário a
Exemplos:
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Descontente com
Essencial para
Fanático por
Imune a, de
Exemplos:
Inofensivo a, para
Exemplos:
Junto a, de
Exemplos:
Comprei a casa junto a minha mãe. (Crase facultativa antes de pronome possessivo adjetivo)
Tayná estava junto de Lorenzo, quando ganhou na loteria.
Livre de
Simpatia a, por
Exemplo:
Tendência a, para
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(<https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/21/opinion/1537548764_065506.html?id_externo_rsoc=FB_BR_CM>.)
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima, na ordem em que aparecem no texto.
a) com que – que – sob aquilo.
b) onde – quanto ao que – sob o que.
c) em que – que – sobre que.
d) com o qual – com o qual – sobre o que.
e) que – onde – sobre o qual.
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3. (Unitau 1995) Na frase "Permitam-me fazer uma confissão: para mim o esforço no sentido de obter...", o
autor empregou o pronome "mim" no lugar de "eu", porque
a) a preposição "para" rege o verbo "obter".
b) a preposição "para" rege o pronome oblíquo átono "mim".
c) a preposição "para" é regida pelo verbo "permitam".
d) o autor errou; o certo é usar "eu".
e) a preposição "para" rege o pronome oblíquo tônico "mim".
(Veríssimo, L.F. "Ortopterofobia". In: COMÉDIA DA VIDA PÚBLICA . Porto Alegre: L&PM, 1995. p.237)
5. (Ufrgs 1996) Assinale a alternativa que apresenta a palavra que exige a preposição "de" (parágrafo 7).
a) medo (parágrafo. 2)
b) tem (parágrafo. 2)
c) nada (parágrafo. 3)
d) pausa (parágrafo. 5)
e) nem (parágrafo. 7)
6. (G1 1996) Assinale a letra correspondente à alternativa que completa adequadamente as lacunas dos
períodos a seguir:
Não ____ queriam próximo ____ menores porque sabiam que ele poderia _____ a castigos.
a) ( ) lhe - aos - submeter-lhes
b) ( ) o - com os - submeter-lhes
c) ( ) lhe - pelos - submetê-los
d) ( ) o - aos - submetê-los
e) ( ) o - pelos - submetê-los
7. (Ita 1996) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas das frases a seguir:
I - Saíram daqui______ pouco, mas voltarão daqui______ pouco, pois moram apenas______dois quilômetros
de distância.
II- _______foram suas amigas? _______ estarão agora?
a) há - a - a - Aonde - Onde
b) há - há - à - Onde - Onde
c) há - a - a - Aonde - Aonde
d) a - a - à - Para onde - Por onde
e) a - há - há - Por onde - Aonde
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As lacunas das frases acima devem ser completadas, respectivamente, pelos pronomes:
a) contigo - consigo - no - ti e mim.
b) com você - contigo - lhe - ela e mim.
c) contigo - contigo - lhe - você e eu.
d) consigo - contigo - lhe - mim e tu.
e) consigo - com você - no - ti e você.
11. (G1 1996) Escolha a preposição adequada para ligar o termo regido ao regente:
12. (G1 1996) Complete adequadamente as frases com as preposições exigidas pela regência dos nomes
destacados:
1 Uma recente pesquisa americana, concluída em 1985, busca apreender as reações e os sentimentos
dos homens após vinte anos de emancipação feminina, para daí projetar a provável tendência futura da vida
entre os sexos. O livro COMO OS HOMENS SE SENTEM, do jornalista Anthony Astrachan, aposta numa
"revolução masculina irreversível, que teria se iniciado na década de 70, impulsionada por dez anos de
avanço feminino. O autor faz uma minuciosa análise das consequências, para o homem, da entrada da
mulher nos vários setores da sociedade: indústria, serviços, exército, mundo empresarial e profissões
liberais. Ele conclui que a revolução feminina efetivamente gerou reformulações profundas nos papéis
sociais e na identidade masculina, às custas de um alto preço efetivo e emocional.
2 Às reações negativas dos homens, desencadeadas pelas transformações no equilíbrio de poder entre
os sexos, Astrachan oferece uma curiosa explicação: "É possível que os homens tenham reivindicado a
liderança há muito tempo, e a tenham mantido através dos tempos para compensar a sua incapacidade de
gerar filhos." Mas, observa o autor, ao mesmo tempo que o homem luta para não abandonar a fantasia do
poder, continuando a lidar com a mulher emancipada a partir de antigos e conhecidos padrões, ao colocá-la
no lugar de mãe, amante, esposa ou irmã e negar-lhe a competência profissional, tem aumentado o número
de homens que incorporaram outras atitudes. O fenômeno apontaria para um homem realmente novo, capaz
de usufruir e contribuir para uma síntese positiva entre os sexos.
3 Não tão otimista, a escritora e filósofa Elisabeth Badinter não vê ainda configurado um "novo
homem". Para o homem, abordar o terreno feminino é "desvirilizante", ao passo que a mulher se valorizou ao
adentrar o mundo masculino. Sem dúvida, segundo ela, a evolução maior depende da recolocação dos
homens, mas esse projeto "é ainda um fenômeno muito marginal e se dá apenas numa minoria sofisticada".
4 Para a realidade brasileira, essas questões assumem diferentes contornos, matizadas por uma crise
que, no limite, torna perigosas as prospecções. Poucos são os que se arriscam: "O homem está sendo
obrigado a se adaptar à crise permanente com uma revolução permanente", diz o escritor Sérgio Sant'Anna.
Ele vê, ainda, mudanças na família e nas relações do homem com a paternidade, mas sente que, no
momento, "as pessoas estão muito inseguras, desprotegidas e tendem a voltar a padrões conservadores".
Mas adverte: "Essa não é uma transformação que se dê ao nível ideológico e intelectual; os que a fizeram se
deram mal. Ela supõe crises emocionais profundas."
5 A feminista Rose Marie Muraro, embora admita um retrocesso violento aos comportamentos
machistas e convencionais na década de 80, prevê a vitória inconteste dos comportamentos libertários.
Quanto à luta feminista, ela reconhece que os homens tiveram pouco tempo para incorporar as
transformações da década de 70. Acreditando que a definição virá na próxima década, Rose finaliza: "Hoje a
mulher não é mais a imagem do desejo alheio, (...) mas é sujeito de seu próprio desejo." Mas tudo isso não
esconde uma mágoa: "(...) Tive um câncer e uma úlcera ao viver o mundo masculino, sendo mulher no setor
público. Tive de me masculinizar, pois lá quem não mata, morre."
6 Sem rancores, mas não menos inquieta, a psicanalista Suely Rolnik assume toda sua crença na
potência criativa do desejo humano: "O que eu vejo hoje é uma aliança entre homem e mulher. É uma história
nascente de cumplicidade entre o homem e a mulher."
(Yudith Rosenbaum, Revista LEIA, nº128, 1989, p. 36-38, com adaptações.)
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15. (Cesgranrio 1992) "O homem está sendo obrigado A se adaptar À crise permanente..."(40.parágrafo).
Assinale a opção cujas lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por A (preposição) e À (preposição
e artigo), tal como na frase anterior.
a) A crise a obriga a comprar sempre_______ prazo, fazendo-a voltar________ loja para quitar as prestações.
b) Mesmo sem_______ ajuda financeira dos pais, minha amiga vem-se dedicando_______ dança.
c) Ontem_______ médica custou_______ atender-me.
d) Só______ noite decidimos faltar_______ reunião do dia seguinte.
e) Já comecei_______ ter problemas mas não estou disposto_______ desistir da luta.
16. (Uel 1994) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
Nosso amigo pleiteia um dos melhores cargos ...... se tem em mira na cidade.
a) a que
b) que
c) de que
d) no qual
e) do qual
17. (Uel 1994) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
A condição ...... não abrimos mão é que ...... todos se assegurem as mesmas vantagens.
a) em que - por
b) pela qual - com
c) da qual - a
d) que - em
e) com que - entre
19. (G1 1996) Complete com a preposição adequada para ligar o termo regido ao regente:
Gabarito:
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Resposta da questão 1:
[D]
A primeira lacuna deve ser preenchida com os pronomes relativos “que” ou “o qual” acompanhados da
preposição “com” exigida para formação do adjunto adverbial de modo da oração: o exibicionismo
desavergonhado (com que) com o qual são manifestadas em público essas posturas desumanas. Na
segunda, acontece o mesmo processo com os pronomes relativos “que” ou “o qual” e a preposição “com”: o
desenfreio (com que) com o qual se assedia. Como o substantivo “consenso” exige regência da preposição
“sobre”, o consenso social sobre o que é tolerável dizer, é correta apenas a opção [D].
Resposta da questão 2:
[E]
Resposta da questão 3:
[E]
Resposta da questão 4:
[A]
Resposta da questão 5:
[A]
Resposta da questão 6:
[D]
Resposta da questão 7:
[A]
Resposta da questão 8:
1) à
2) ao
3) com - para com
4) pela
Resposta da questão 9:
1) em
2) com
3) às
4) contra
5) sobre
3) para
4) de
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REGÊNCIA VERBAL
Regência é o estudo que trata das relações entre os termos de uma oração, verificando se um termo pede ou não
complemento. A regência estabelece uma relação entre um tempo principal (termo regente) e seu complemento
(termo regido).
Quando o termo regente é um nome, trata-se de regência nominal. Quando o termo regente é um verbo, trata-se
de regência verbal.
1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição “a” e não pela preposição “em”.
Exemplos:
Vou ao teatro.
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
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Dicas:
Estes verbos não são pronominais, portanto, determinadas construções são consideradas erradas quando
Exemplos:
6- Preferir - este verbo exige dois complementos, sendo que um é usado sem preposição, e o outro com a
preposição “a”.
Obs: Por questão de paralelismo sintático, não ocorre crase na sentença: Prefiro Língua Portuguesa a Matemática
pelo fato de não ocorrer determinante (artigo) antes do objeto direto Língua Portuguesa, logo não ocorre crase no
objeto indireto Matemática. Se fosse assim: “Prefiro a Língua Portuguesa à Matemática aí sim ocorreria crase.
Beleza?
Dicas:
Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais,
1 - Aspirar
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2 - Assistir
3 - Esquecer/lembrar
4 - Visar
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5 - Querer
6 - Proceder
7 - Pagar/ perdoar
a - se tem por complemento uma palavra que denote algo: não exige preposição.
b - se tem por complemento uma palavra que denote pessoa: é regido pela preposição “a”.
8 - Informar
1 - objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições “de” ou “sobre”).
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9 - Implicar
b - no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e um indireto com a
preposição “em”.
10 - Custar
b - no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição.
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02. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Cerquilho - SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de
Cerquilho - SP - Almoxarife
A leitura é benéfica ________ todas as pessoas. Entretanto muitas _______ não terem tempo para ler. É
preciso _______ a fazerem um esforço.
As lacunas das frases devem ser preenchidas, de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, por
A. de … alegam … incentivar-lhes
B. a … alegam … incentivá-las
C. em … alega … incentivar-lhes
D. com … alega … incentivá-las
E. por … alegam … incentivar-lhes
03. Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Assessor
Jurídico Legislativo
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Distribuição justa
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos participantes e da
lisura do processo do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: a desigualdade
observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao
contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma profunda falta de equidade nas
condições iniciais de vida, da privação de direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero
ou religiosa?
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um risco comum, a
todos, passa a exercer um papel mais decisivo na definição de seu futuro do que qualquer outra coisa ou
escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um mínimo de equidade nas condições iniciais e na
capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia o jogo distributivo e envenena os valores da
convivência. A igualdade de oportunidades está na origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens
precisam ter a oportunidade de desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas
possíveis na vida prática e eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
A. A menos que houvessem mais oportunidades para que cada indivíduo desenvolva seu talento, não
ocorrerá justiça no processo.
B. Aos sonhos e aspirações das crianças e dos jovens devem corresponder sua realização, para que
não se frustrem seu desenvolvimento.
C. Por mais que se esforcem, tem gente que não consegue obter sucesso em face dos vícios e da falta
de oportunidade que o determinam.
D. O autor do texto está convicto sobre o papel que desempenha no futuro de cada indivíduo as
condições de seu nascimento.
E. Argumenta-se no texto que a equidade de oportunidades é um fator determinante para uma justa
distribuição das riquezas.
04. Ano: 2020 Banca: VUNESP Órgão: EBSERH Prova: VUNESP - 2020 - EBSERH - Assistente
Administrativo
Suponha que a foto e o texto a seguir façam parte de um informativo turístico.
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Os interessados _________ conhecer a Ilha Fiscal devem se dirigir ao centro histórico da cidade, onde está o
Espaço Cultural da Marinha, _______ qual partem as embarcações que conduzem os turistas à Ilha para uma
visita monitorada, _________ duração é de, aproximadamente, duas horas.
Para que o texto esteja redigido em conformidade com a norma-padrão, as lacunas devem ser preenchidas,
respectivamente, por:
A. a … no … com a qual a
B. a … ao … cuja
C. com … do … onde
D. em … do … cuja
E. em … no … com a qual a
05. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-DF Prova: CESPE - 2020 - SEFAZ-DF - Auditor Fiscal
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No trecho “os investidores reconhecem cada vez mais o impacto, para a sociedade, das empresas nas quais
investem” (l. 35 a 37), a substituição de “nas quais” por aonde prejudicaria a correção gramatical do texto.
( ) Certo ( ) Errado
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06. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-DF Prova: CESPE - 2020 - SEFAZ-DF - Auditor Fiscal
Dada a regência do verbo tender, é facultativo o emprego do sinal indicativo de crase no vocábulo “a” em
“tendem a ser menos efetivas” (l.45).
( ) Certo ( ) Errado
07. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Salvador - BA Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador -
BA - Professor - Português
Analise as afirmativas abaixo sobre regência verbal.
1 – Está correta quanto à regência verbal a seguinte frase: “Os alunos obedeceram às instruções da prova e
responderam ao questionário”.
2 – As duas frases a seguir, mantendo o mesmo sentido, estão corretas quanto à regência: “A enfermeira
assistiu o médico na operação” / “A enfermeira assistiu ao médico na operação”.
3 – “Banhou-se, barbeou-se e foi-se embora.” Nesta frase, temos exemplo de verbo pronominal.
4 – Na frase “Feijoada, o prato que todos os brasileiros gostam”, o verbo “gostar” é transitivo direto e, por
isso, não é precedido de preposição.
09. Ano: 2010 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: ACAFE - 2010 - PC-SC - Agente de Polícia
A. O delegado que me referi a pouco, chegará às dezoito horas, abrirá a delegacia e procederá a leitura
dos pareceres.
B. A contribuição de Gláuber Rocha de que lhe falei chama-se “Deus e o Diabo na Terra do Sol”.
C. Temos intenção de encaminhar os processos à diretoria assim que os pareceres tiverem sido
submetidos a apreciação do chefe do posto de saúde.
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D. Os carros, de cujos donos eram traficantes, foram revistados, embora ninguém conhecesse o
traficante que o fazendeiro negociava.
10. Ano: 2010 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Provas: ACAFE - 2010 - PC-SC - Escrivão de Polícia Civil
Assinale a alternativa correta que preenche as lacunas da frase a seguir.
“O vereador que reside ______ Rua Miguel Deodoro corre o risco de ter seu _________ _______ assim que o
processo chegar _______ mãos do Presidente.
A. à - mandado caçado - as
B. à - mandato caçado - às
C. na - mandado cassado - as
D. na - mandato cassado – às
11. Ano: 2016 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2016 - TJ-MG - Estágio -
Serviço Social
[...]
Entrevistador – Como você vê o papel do escritor em um país como o Brasil?
*João Antônio – Para mim, o escritor, enquanto escreve, é exclusivamente um escritor – operário da palavra
queimando olhos e criando corcunda sobre o papel e a máquina. Pronto o livro, o autor brasileiro não deve
fugir à realidade de que é um vendedor, como um vendedor de cebolas ou batatas. Mas com uma diferença, é
claro: no Brasil o livro não é considerado como produto de primeira necessidade, como os cereais. Também
por isso, há de se sair a campo e de se divulgar o que se sabe fazer. Efetivamente, é mais do que um camelô
de sua área: conversa sobre a obra, mas o ideal é que ouça muito o seu parceiro, o leitor. Que jamais se
estabeleça um clima formal, doutoral, beletrístico, mas de debate, discussão, questionamento, amizade. Se o
escritor se enclausura numa torre, se atende apenas à onda geral da feira de vaidades que é a chamada vida
literária, jamais poderá sentir a realidade de seu público.
(ANTÔNIO, João. Malagueta, Perus e Bacanaço. São Paulo: Ática, 1998. Fragmento.)
*João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), escritor paulista, é considerado um dos melhores contistas
brasileiros do século XX.
Acerca dos mecanismos de regência, responsáveis pela estruturação lógico-sintática dos enunciados
linguísticos, identifique o trecho em que o “a” em destaque NÃO estabelece uma relação de regência entre
dois termos.
A. “[...] Também por isso, há de se sair a campo [...]”
B. “[...] um camelô de sua área: conversa sobre a obra, [...]”
C. “[...] não deve fugir à realidade de que é um vendedor [...]”
D. “[...] se atende apenas à onda geral da feira de vaidades [...]”
12. Ano: 2019 Banca: IDECAN Órgão: IF-AM Prova: IDECAN - 2019 - IF-AM - Bibliotecário Documentalista
13. Ano: 2016 Banca: IDECAN Órgão: Prefeitura de Simonésia - MG Provas: IDECAN - 2016 - Prefeitura de
Simonésia - MG - Assistente de Recursos Humanos
No exato momento em que no dia 6 de agosto de 2016 às 20 horas se inaugurarão os Jogos Olímpicos no
Rio de Janeiro, há 71 anos, no mesmo dia 6 de agosto de 1945 e na mesma hora correspondendo às 8h15 da
manhã, será recordada, em Hiroshima no Japão, a nefasta data do lançamento da bomba atômica sobre a
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cidade. Vitimou 242.437 pessoas entre as que morreram na hora e as que posteriormente vieram a falecer em
consequência da radiação nuclear.
O imperador Hirohito reconheceu, no texto de rendição no dia 14 de agosto, que se “tratava de uma arma
que levaria à total extinção da civilização humana”. Dias após, ao aduzir, numa declaração ao povo, as razões
da rendição, a principal delas era que a bomba atômica “provocaria a morte de todo o povo japonês”. Em sua
sabedoria ancestral tinha razão.
A humanidade estremeceu. De repente deu-se conta de que, segundo o cosmólogo Carl Sagan, criamos
para nós próprios o princípio de autodestruição. Não disse outra coisa Jean-Paul Sartre: “os seres humanos
se apropriaram dos instrumentos de sua própria exterminação”. O grande historiador inglês, Arnold
Toynbee, o último a escrever 12 tomos sobre a história das civilizações, aterrado, deixou escrito em suas
memórias (Experiências 1969): “Vivi para ver o fim da história humana tornar-se uma possibilidade intra-
histórica, capaz de ser traduzida em fato, não por um ato de Deus mas do homem”. O grande naturalista
francês Thódore Monod disse enfaticamente: “somos capazes de uma conduta insensata e demente; pode-se
a partir de agora temer tudo, tudo mesmo, inclusive a aniquilação da raça humana” (E se a aventura humana
vier a falhar, 2000).
Com efeito, de pouco valeu o estarrecimento, pois continuaram a desenvolver armas nucleares mais
potentes ainda, capazes de erradicar toda a vida do planeta e pôr um fim à espécie humana.
Atualmente há nove países detentores de armas nucleares que, conjuntamente, somam mais ou menos
17.000. E sabemos que nenhuma segurança é total. Os desastres de Tree Islands nos USA, de Chernobyl na
Ucrânia e de Fukushima no Japão nos dão uma amostra convincente.
Pela primeira vez um Presidente norte-americano, Obama, visitou há dias, Hiroshima. Apenas lamentou o
fato e disse: “a morte caiu do céu e o mundo mudou... começou o nosso despertar moral”. Mas não teve a
coragem de pedir perdão ao povo japonês pelas cenas apocalípticas que lá ocorreram.
Vigora uma vasta discussão mundial sobre como avaliar tal gesto bélico. Muitos pragmaticamente
afirmam que foi a forma encontrada de levar o Japão à rendição e poupar milhares de vidas de ambos os
lados. Outros consideram o uso desta arma letal, na versão oficial japonesa, como “um ato ilegal de
hostilidade consoante as regras do direito internacional”. Outros vão mais longe e afirmam tratar-se de um
“crime de guerra” e até de “um terrorismo de Estado”.
Hoje estamos inclinados a dizer que foi um ato criminoso anti-vida, de nenhuma forma justificável, pois,
pensando em termos ecológicos, a bomba matou muito mais do que pessoas, mas todas as formas de vida
vegetal, animal e orgânica, além da destruição total dos bens culturais. Geralmente as guerras são feitas de
exércitos contra exércitos, de aviões contra aviões, de navios contra navios. Aqui não. Tratou-se de uma
“totaler Krieg” (guerra total) no estilo nazista de matar tudo o que se move, envenenar águas, poluir os ares e
dizimar as bases físico-químicas que sustentam a vida. Porque Albert Einstein tinha consciência desta
barbaridade se negou a participar no projeto da bomba atômica e a condenou, veementemente, junto com
Bertrand Russel.
Ao lado de outras ameaças letais que pesam sobre o sistema-vida e o sistema-Terra, este nuclear
continua sendo uma dos mais amedrontadores, verdadeira espada de Dâmocles colocada sobre a cabeça da
humanidade. Quem poderá conter a irracionalidade da Coréia do Norte de deslanchar um ataque nuclear
avassaladora?
Há uma proposta profundamente humanitária que nos vem de São Paulo, da Associação dos
Sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki (chamados de hibakusha, presume-se que haja uns 118 no Brasil),
animada pelo militante contra a energia nuclear Chico Whitaker que no dia 6 de agosto, no momento da
abertura dos Jogos Olímpicos, faça-se um minuto de silêncio pensando nas vítimas de Hiroshima. Mas não
só. Também voltando nossas mentes para a violência contra as mulheres, os refugiados, os negros e pobres
que são sistematicamente dizimados (só no Brasil em 2015 60 mil jovens negros), os indígenas, os
quilombolas e os sem-terra e sem-teto, em fim, todas as vítimas da voracidade de nosso sistema de
acumulação.
O prefeito de Hiroshima, nesse sentido, já encaminhou carta ao Comité Organizador dos Jogos no Rio de
Janeiro. Esperamos que ele se sensibilize e promova esse grito silencioso contra as guerras de todo tipo e
pela paz entre todos os povos.
(Leonardo Boff. Disponível em: http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2016/ 06/11/a-bomba-atomica-e-
os-jogos-olimpicos/.)
“Com efeito, de pouco valeu o estarrecimento, pois continuaram a desenvolver armas nucleares mais
potentes ainda, capazes de erradicar toda a vida do planeta e pôr um fim à espécie humana.” (4º§) Sobre o
fragmento anterior, assinale a afirmativa correta.
A. Ao substituir o trecho “espécie humana” por “planeta Terra” deve-se substituir “à” por “o”.
B. “Pôr” é gramaticalmente classificado como preposição enquanto “mais” trata-se de um advérbio.
C. Em “a desenvolver” e em “toda a vida”, o termo “a” em ambos os casos classifica-se como
preposição.
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D. “pois continuaram a desenvolver armas nucleares mais potentes ainda,” trata-se de uma explicação
do trecho “pouco valeu o estarrecimento”.
14. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Candeias - BA Prova: IBFC - 2019 - Prefeitura de
Candeias - BA - Farmacêutico
Leia com atenção o fragmento adaptado do livro “O homem e seus símbolos” de Carl Gustav Jung para
responder à questão a seguir.
O homem utiliza a palavra escrita ou falada para expressar o que deseja transmitir. Sua linguagem é cheia
de símbolos, mas ele também, muitas vezes, faz uso de sinais ou imagens não estritamente descritivos.
Alguns são simples abreviações ou uma série de iniciais como ONU, UNICEF ou UNESCO; outros são marcas
comerciais conhecidas, nomes de remédios patenteados, divisas e insígnias. Apesar de não terem nenhum
sentido intrínseco, alcançaram, pelo seu uso generalizado ou por intenção deliberada, significação
reconhecida. Não são símbolos: são sinais e servem, apenas, para indicar os objetos a que estão ligados.
O que chamamos símbolo é um termo, um nome ou mesmo uma imagem que nos pode ser familiar na
vida diária, embora possua conotações especiais além do seu significado evidente e convencional. Implica
alguma coisa vaga, desconhecida ou oculta para nós. (...) Existem (...) objetos tais como a roda e a cruz,
conhecidos no mundo inteiro, mas que possuem, sob certas condições, um significado simbólico.
O que simbolizam exatamente ainda é motivo de controversas suposições.
Assim, uma palavra ou uma imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado
manifesto e imediato. Esta palavra ou esta imagem têm um aspecto “inconsciente” mais amplo, que nunca é
precisamente definido ou de todo explicado. E nem podemos ter esperanças de defini-la ou explicá-la.
Quando a mente explora um símbolo, é conduzida a ideias que estão fora do alcance da nossa razão. A
imagem de uma roda pode levar nossos pensamentos ao conceito de um sol “divino’’ mas, neste ponto,
nossa razão vai confessar a sua incompetência: o homem é incapaz de descrever um ser “divino”. Quando,
com toda a nossa limitação intelectual, chamamos alguma coisa de “divina”, estamos dando-lhe apenas um
nome, que poderá estar baseado em uma crença, mas nunca em uma evidência concreta.
Por existirem inúmeras coisas fora do alcance da compreensão humana é que frequentemente utilizamos
termos simbólicos como representação de conceitos que não podemos definir ou compreender
integralmente. Esta é uma das razões por que todas as religiões empregam uma linguagem simbólica e se
exprimem através de imagens. Mas este uso consciente que fazemos de símbolos é apenas um aspecto de
um fato psicológico de grande importância: o homem também produz símbolos, inconsciente e
espontaneamente, na forma de sonhos.
Leia o trecho abaixo extraído do texto lido e assinale a alternativa que preenche respectivamente as lacunas,
preservando o seu sentido original e respeitando a Gramática Normativa da Língua Portuguesa.
“__________ a mente explora um símbolo, é conduzida __________estão fora do alcance da nossa razão. A
imagem de uma roda pode levar nossos pensamentos ___________ um sol ‘divino’ mas, neste ponto, nossa
razão vai a sua incompetência: o homem é incapaz de descrever um ser “divino”.
A. No momento que/ às ideias que/ à ideia de.
B. No momento a que/ as ideias que/ a idealização de.
C. No momento em que/ à ideias que/ à uma ideia de.
D. O momento em que/ a ideias de que/ às idealizações.
15. Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: SEDUC-MT Prova: IBFC - 2017 - SEDUC-MT - Professor de Educação
Básica - Língua Portuguesa
Nas línguas, a regência verbal ocorre quando o termo regente é um verbo (Cereja & Cochar, 2009).
Entretanto, há verbos que admitem mais de uma regência. Considerando-se a variedade padrão da língua,
assinale a alternativa CORRETA.
A. Os atletas aspiravam o ar da montanha (VTD/OD) // O vereador recém eleito aspirava a um alto cargo
(VTI/OI)
B. Perdoei os inimigos. (VTD/OD) // Perdoei à dívida. (VTI/ OI)
C. Visou ao alvo e atirou (VTI/OI) // Aquele homem sem escrúpulos só visava uma posição de destaque.
(VTD/ OD)
D. Felipe desobedeceu seu superior. (VTD/OD) // O rapaz desobedeceu às leis de trânsito. (VTI/OI)
E. A mãe agradava ao flho choroso. (VTI/OI) // Suas palavras agradaram o público. (VTD/OD)
GABARITO
01 E
02 B
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03 E
04 D
05 CERTO
06 ERRADO
07 B
08 D
09 B
10 D
11 B
12 D
13 D
14 A
15 A
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CRASE
Crase é a fusão de duas vogais da mesma natureza. Assinalamos com um acento grave ( ` ) a crase do a com
outro a.
Exemplo:
No exemplo acima, não houve a fusão porque se encontraram duas vogais diferentes a + o = ao.
Se, no entanto, no lugar do substantivo masculino, colocarmos um substantivo feminino, haverá o encontro de duas
vogais iguais (preposição a + artigo a) e ocorrerá a fusão delas.
Exemplo:
carro à gasolina.
A crase pode ser fusão:
• da preposição a + o artigo feminino a / as: Eu fui à praia.
• da preposição a + o pronome demonstrativo a / as (= aquela / aquelas): Sua blusa é igual à minha.
• da preposição a + a vogal a inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:
Os alunos não se referiram àqueles exercícios.
• da preposição a + a do pronome relativo a qual: a cidade à qual me refiro fica perto de Porto Seguro.
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Exemplo:
Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte método prático:
• Troque a palavra feminina por uma masculina e observe o que ocorre. Se antes da masculina, aparecer
ao(s), coloque o sinal de crase. Se antes da masculina, aparecer apenas a(s) ou o(s), não coloque o sinal de
crase.
Exemplos:
Pedro e Maria irão à escola hoje. (Pedro e Maria não irão ao show hoje.)
Leonardo fez elogios a algumas mulheres. (Leonardo fez elogios a alguns homens.)
Exemplo:
Andei a cavalo.
b) antes de verbo.
Exemplo:
Estou apto a começar.
c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona.
Exemplo:
Dirigiu-se à senhora Hilda com carinho.
d) antes de pronomes em geral.
Exemplo:
Não me referia a ela. Falava a qualquer pessoa.
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Exemplo:
Estamos frente a frente.
f) antes dos nomes de cidade.
Exemplo:
Fiz uma viagem a Roma.
Se o nome da cidade vier determinado, ocorrerá a crase: Fiz uma viagem à Roma
antiga.
Exemplo:
Não vou a festas de desconhecidos.
Exemplo:
Correr a toda a velocidade.
Exemplo:
Cheguei às três horas.
b) na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta.
Exemplo:
Usam sapatos à (moda de) Elvis Presley.
c) nas expressões adverbiais femininas.
Exemplos:
Cheguei à noite (tempo).
Fiquei à vontade (modo).
Ficou à esquerda (lugar).
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d) nas locuções conjuntivas (à medida que, à proporção que) e prepositivas (à procura de, à beira de etc.)
constituídas de palavras femininas.
Exemplos:
Estou à procura de amor e tranquilidade.
À medida que estudo, aprendo mais.
Casos Facultativos
Antes de pronome possessivo, é facultativo o uso do artigo. Portanto, é facultativo também o uso do acento grave.
Exemplos:
Não escrevi a (à) tua irmã.
Refiro-me a (ou à) minha mãe.
Acentuamos o a antes de nomes próprios de pessoas femininas quando se trata de pessoas íntimas.
Exemplo:
Refiro-me à Juliana (amiga, namorada, esposa, irmã etc.)
Se, porém, não se mantém um relacionamento de intimidade com Juliana, deve-se escrever:
Exemplo:
Refiro-me a Juliana. (alguém que se chama Juliana)
Se a preposição até vier seguida de um nome feminino que aceite o artigo a, poderá ou não ocorrer a crase. Isto
porque essa preposição pode ser empregada sozinha (até) ou em locução com a preposição a (até a):
Exemplos:
Cheguei até a muralha
Cheguei até à muralha.
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CASOS ESPECIAIS
Exemplos:
Eles voltaram a casa cedo e exaustos.
Voltei à casa de meus avós.
Exemplos:
Os marinheiros já voltaram a terra.
Eles foram à terra dos seus antepassados.
Exemplo:
Os pais observavam os filhos a distância.
Se, porém, a distância vier determinada, ocorre a crase:
Exemplo:
Os pais observavam os filhos à distância de dez metros.
Exemplos:
Achei a pessoa a quem procuravas. (o pronome relativo quem quando retoma ‘pessoa’ vem sempre
precedido da preposição ‘a’).
Compreendo a situação a cuja gravidade você se referiu.
Antes dos relativos qual ou quais ocorrerá crase, se o masculino correspondente for ao qual, aos quais:
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Exemplos:
Esta é a festa à qual me referi. (Este é o filme ao qual me referi.)
Estas são as festas à quais me referi. (Estes são os filmes aos quais me referi.)
Sempre que o termo regente exigir a preposição a e vier seguido dos pronomes demonstrativos aquele, aquela,
aqueles, aquelas e aquilo haverá crase da preposição a com o a inicial desses pronomes:
Exemplos:
Falei àquele amigo.
Aspiro a isto e àquilo.
Dirijo-me àquela moça linda.
Fez referência àquelas obras literárias.
Exemplos:
Houve um palpite anterior ao que você deu. Houve uma sugestão anterior à que você deu.
Comprarei esta calça, não a que você escolheu. (Comprarei este terno, não o que você escolheu.)
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EXERCÍCIOS - PONTUAÇÃO
01. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: FCC - 2019 - SABESP - Estagiário - Ensino Superior
1. A World Wide Web, ou www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da
internet. A ideia foi do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos. Naquela época, a internet já
operava havia duas décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente
para troca de informações entre pesquisadores da área acadêmica.
2. “A www transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, afirma Fabio Kon,
professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo. “A rede trouxe muitas
coisas boas e já não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela proporciona. Mas, por outro lado,
ela amplifica alguns fenômenos negativos e indesejados que já existiam na sociedade.”
3. Nas comemorações dos 30 anos da web, Berners-Lee expressou preocupação com o rumo que vem
tomando a internet. Em carta aberta, listou três áreas que, para ele, prejudicam a web: intenções maliciosas;
projetos duvidosos, entre eles modelos de negócios que recompensam cliques; e consequências negativas
não intencionais da rede, com destaque para discussões agressivas e polarizadas.
4. “Precisamos de um novo contrato para a web”, declarou Berners-Lee em uma conferência sobre
tecnologia da internet. “Algumas questões de regulamentação têm que envolver governos. Outras
claramente incluem as empresas. Se você for provedor de acesso, precisa se comprometer a entregar
neutralidade de rede. Se for uma companhia de rede social, precisa garantir que as pessoas tenham controle
sobre seus dados.”
5. “Desde sua origem, a internet se propôs a ser plural e de acesso amplo”, ressalta a advogada Cíntia
Rosa Pereira de Lima, líder do grupo de pesquisa Observatório do Marco Civil da Internet no Brasil.
6. A pesquisadora assinala também alguns problemas decorrentes das mudanças geradas pela internet.
“Percebo que, com a proliferação das redes sociais, as pessoas passaram a se preocupar mais com a
quantidade de relacionamentos, desconsiderando a qualidade deles”.
7. Um dos pioneiros da internet no país, o engenheiro Demi Getschko admite que a rede enfrenta
problemas, mas defende que o que vemos nela, conforme já expresso pelo matemático Vint Cerf, um de seus
fundadores, é a representação daquilo que existe no mundo real. “A maioria das pessoas envolvidas com ela
é bem-intencionada, mas existe uma ânsia de participar, de falar sem pensar, que com o tempo, esperamos,
vai assentar. Tenho dúvidas sobre a eficiência de normatizações para corrigir os excessos na rede. Como ela
não tem fronteiras, qualquer legislação local tende a falhar.”
(Adaptado de: VASCONCELOS, Yuri. Disponível em: revistapesquisa.fapesp.br)
A pontuação se mantém correta no seguinte segmento adaptado do texto:
A. Um dos pioneiros, da internet no país admite que, a rede mundial de computadores enfrenta
problemas.
B. Naquela época, a internet já operava, havia duas décadas mas, de forma bem diferente.
C. Existe uma ânsia, de participar do processo, de falar, sem pensar que, com o tempo esperamos: vai
assentar.
D. Algumas questões de regulamentação, envolvem governos; outras claramente, incluem as empresas.
E. A rede trouxe muitas coisas boas, e já não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela
proporciona.
02. Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Assistente Legislativo - Assistente
Administrativo
Novas formas de vida?
Uma forma radical de mudar as leis da vida é produzir seres completamente inorgânicos. Os exemplos
mais óbvios são programas de computador e vírus de computador que podem sofrer evolução independente.
O campo da programação genética é hoje um dos mais interessantes no mundo da ciência da
computação. Esta tenta emular os métodos da evolução genética. Muitos programadores sonham em criar
um programa capaz de aprender e evoluir de maneira totalmente independente de seu criador. Nesse caso, o
programador seria um primum mobile, um primeiro motor, mas sua criação estaria livre para evoluir em
direções que nem seu criador nem qualquer outro humano jamais poderiam ter imaginado.
Um protótipo de tal programa já existe – chama-se vírus de computador. Conforme se espalha pela
internet, o vírus se replica milhões e milhões de vezes, o tempo todo sendo perseguido por programas de
antivírus predatórios e competindo com outros vírus por um lugar no ciberespaço. Um dia, quando o vírus se
replica, um erro ocorre – uma mutação computadorizada. Talvez a mutação ocorra porque o engenheiro
humano programou o vírus para, ocasionalmente, cometer erros aleatórios de replicação. Talvez a mutação
se deva a um erro aleatório. Se, por acidente, o vírus modificado for melhor para escapar de programas
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antivírus sem perder sua capacidade de invadir outros computadores, vai se espalhar pelo ciberespaço. Com
o passar do tempo, o ciberespaço estará cheio de novos vírus que ninguém produziu e que passam por uma
evolução inorgânica.
Essas são criaturas vivas? Depende do que entendemos por “criaturas vivas”. Mas elas certamente foram
criadas a partir de um novo processo evolutivo, completamente independente das leis e limitações da
evolução orgânica.
(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens, Uma breve história da humanidade.Trad. Janaína Marcoantonio.
Porto Alegre: L&PM, 38. ed,, 2018, p. 419-420).
A pontuação está inteiramente adequada no seguinte enunciado:
A. Vista como forma radical, de evolução inorgânica, a propagação de vírus, é um fato da computação.
B. Ao falar do conceito de vida, o autor do texto, previne que seria preciso alargá-lo, tendo em vista: o
que a ciência tem evoluído.
C. Pergunta-se se seria possível chamar também de vida, essas novas formas mutantes, de vírus de
computador?
D. O autor do texto inteira-nos, do desenvolvimento de certos vírus, que constituem um processo que se
dá, inteiramente à margem do nosso controle.
E. Não deixa de ser assustadora a possibilidade de que nós, criaturas orgânicas, sejamos capazes de, a
certa altura, concorrermos para uma evolução inorgânica.
03. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Provas: FGV - 2019 - MPE-RJ - Oficial do Ministério Público
Texto 5
“No Paquistão, quando sou proibida de ir à escola, compreendo o quão importante é a educação. A educação
é o poder das mulheres. (....) Nós percebemos a importância de nossa voz quando somos silenciados”. É
assim que a pequena notável enxerga o horizonte e – por meio das novas tecnologias – pôde fazer ecoar sua
voz.
Educação é um ato político, e se é na sociedade (seja física ou digital) o nascedouro de faíscas de
perspectivas para um mundo mais igualitário, a escola deve ser o seu maior berçário.
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o que diz a própria... Mônica. A de carne e osso. Mônica Spada e Sousa é, hoje, diretora executiva da
Mauricio de Sousa Produções.
Com a Mônica, as tirinhas viraram gibi para valer. A primeira revista da baixinha surgiu em 1970. Com uma
tiragem de 200 mil exemplares, era o maior número de impressões para um personagem nacional.
(Ingrid Luísa, “O plano realmente infalível de Mauricio de Sousa”. Superinteressante, junho de 2019)
Assinale a alternativa em que se emprega a vírgula para separar uma informação explicativa.
A. Com uma tiragem de 200 mil exemplares, era o maior número de impressões para um personagem
nacional.
B. ... inspirado em um galotinho da infância de Mauricio, em Mogi das Cruzes, que também trocava as
letras.
C. Seus personagens eram todos homens – à exceção de Maria Cebolinha, que era apenas um bebê.
D. Nos anos 1960, as mulheres queriam alguém que as representasse, que comandasse e reagisse.
E. Nos quadrinhos, a menina se tornaria a nêmesis baixinha, gorducha e dentuça do Cebolinha.
05. (ESPM-SP) Assinale a alternativa cuja pontuação esteja correta:
a) Mas, o fim da prisão dos consumidores com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco
sobre problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas e a
corrupção dos agentes do Estado.
b) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados repercutiu pouco
sobre problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais; a violência, o contrabando de armas e a
corrupção dos agentes do Estado.
c) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco
sobre problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais; a violência, o contrabando de armas e a
corrupção, dos agentes do Estado.
d) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco
sobre problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas e a
corrupção dos agentes do Estado.
e) Mas o fim da prisão dos consumidores com programas de tratamento para viciados repercutiu pouco,
sobre problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas, e a
corrupção dos agentes do Estado.
06. (Unisinos-RS) Ocorre pontuação inaceitável em:
a) Doutor, ainda que mal pergunte, que negócio é esse?
b) Se queres distrair-te, ouve cantores italianos.
c) Bento era entre todos os empregados, o mais fiel.
d) Perdoo-te; espero, porém, que não reincidas no erro.
e) Não creias naqueles que não acreditam em ninguém.
07. (UFRJ) Marco Túlio Cícero, tão famoso quanto Demóstenes na área da retórica, sempre dizia: Prefiro a
virtude do medíocre ao talento do velhaco. Nesse período está faltando um sinal de pontuação:
a) vírgula
b) ponto e vírgula
c) ponto de exclamação
d) aspas
e) reticência
08. Pref. de Guarulhos-SP/FGV-SP) Assinale a alternativa em que a frase deve ter duas vírgulas.
a) A pessoa que sonha realiza.
b) Sempre lutei com dignidade ele me disse.
c) João no mercado continuava procurando emprego.
d) Todos sabem que ela voltou.
09. A frase “Lucila, esteve aqui.ontem à noite.” apresenta um erro de pontuação porque:
a) Não se separa sujeito e predicado por vírgula.
b) É necessário separa o adjunto adverbial de lugar do restante da oração.
c) O verbo, em muitas situações, deve aparecer entre vírgulas.
d) É necessário, para que a frase fique clara, que o termo “à noite” venha separado por vírgulas.
e) nda.
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10. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: MPE-CE Provas: CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial -
Administração
Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item seguinte.
É facultativo o emprego da vírgula presente na afirmação atribuída a Voltaire, no primeiro período do texto.
( ) Certo ( ) Errado
11. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: MPE-CE Provas: CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial -
Administração
Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o próximo item.
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No trecho “quase uma em cada dez pessoas no mundo” (l.5), a inserção de uma vírgula logo após “pessoas”
prejudicaria a correção gramatical do texto.
( ) Certo ( ) Errado
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12. Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: CESGRANRIO - 2018 - LIQUIGÁS - Conferente I
Texto I
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13. Ano: 2010 Banca: FUNCAB Órgão: SESAP-RN Prova: FUNCAB - 2010 - SESAP-RN - Técnico de
Enfermagem - Prova X
Seguem, abaixo, frases de filósofos e de poetas de diferentes épocas que fazem reflexão sobre o tema
SAÚDE. Leia-as para responder à questão que se segue.
1. “Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da
doença; em caso contrário, abstém-te de o ajudar.” ( Sócrates)
2. “Esta é a mais dolorosa de todas as doenças humanas: dispor de todo o conhecimento e ainda não ter
nenhum poder de ação.” (Heródoto)
3. “Para a saúde da mente e do corpo, os homens deveriam enxergar com seus próprios olhos, falar sem
megafone, caminhar com seus próprios pés em vez de andar sobre rodas, trabalhar e lutar com seus
próprios braços, sem artefatos ou máquinas.” (John Ruskin)
4. “Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde,
por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por nem viver no
presente e no passado. vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.”
(Buda)
Na frase 3, o termo “Para a saúde da mente e do corpo,(...) “vem marcado por vírgula. A opção que justifica
corretamente o emprego da vírgula, nessa situação linguística é:
14. Ano: 2019 Banca: FUNRIO Órgão: Prefeitura de Porto de Moz - PA Prova: FUNRIO - 2019 - Prefeitura de
Porto de Moz - PA - Agente Administrativo
Acerca da pontuação do Texto, é correto afirmar que a vírgula utilizada na linha 4 foi empregada pelo autor
para:
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15. Ano: 2019 Banca: FUNRIO Órgão: Prefeitura de Porto de Moz - PA Provas: FUNRIO - 2019 - Prefeitura de
Porto de Moz - PA - Psicólogo
GABARITO
01 E
02 E
03 E
04 C
05 D
06 C
07 D
08 C
09 A
10 ERRADO
11 CERTO
12 E
13 E
14 E
15 A
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PONTUAÇÃO
Exemplo:
Quando a oração se dispõe em ordem direta, seus termos imediatos não são separados por vírgula. Logo, não se
usa vírgula entre o sujeito e o predicado, entre o verbo e seu complemento, e entre o nome e seu complemento ou
adjunto.
Todavia, quando há uma alteração na sequência dos termos, ocorre ordem indireta.
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Exemplo:
Eliane, esposa amada, faz bem a mim.
b) expressões explicativas.
Exemplo:
Ana Paula disse tudo, ou seja, o que sabia.
Exemplo:
Todos trabalhavam; Cubas, porém, estava muito doente.
d) adjuntos adverbiais intercalados: o posicionamento mais comum do adjunto adverbial é no fim da frase.
Quando o adjunto adverbial é deslocado para o início ou para o interior da oração, ele passa a ser separado por
vírgulas. (Para alguns gramáticos, o adjunto adverbial deslocado de pequena extensão a vírgula é facultativa e de
grande extensão, é obrigatória).
Exemplo:
A família, naquele dia, comprou uma casa.
Contudo, se o adjunto adverbial intercalado for um simples advérbio, não se usa vírgula.
Exemplo:
Ele sempre acorda cedo.
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Exemplo:
Naquela tarde, a aula estava muito legal com poucos alunos..
Exemplo:
Hoje estamos passando por grandes dificuldades.
Exemplo:
Esta guloseima, já a comi em alguma ocasião.
Exemplo:
São Paulo, 14 de abril de 1985
Exemplo:
Virgínia prefere pizza e eu, churrasco.
Exemplo:
Meninos, venham tomar café!
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Exemplo:
Aquele professor nos transmitia esperança, confiança, paz.
Contudo, se os termos coordenados estiverem ligados pelas conjunções e, ou, nem, não se usa a vírgula.
Exemplo:
Aquele professor nos transmitia esperança, confiança e (ou) paz.
1.Entre o sujeito e o seu verbo quando juntos, ainda que um preceda ao outro.
Exemplo:
2. Entre o verbo e o(s) seu(s) complemento(s) quando juntos, ainda que um preceda ao outro.
Exemplo:
3. Entre o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e o seu complemento quando estão juntos.
Exemplo:
Não havia mais dúvidas de que a vida dele era uma questão de dias.
Exemplo:
A casa e todos os bens de nossos avós foram doados para abrigos de idosos.
Exemplo:
ATENÇÃO!
Quando a oração adjetiva restritiva é de certa extensão, é lícito empregar a vírgula ao final dela.
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Exemplo:
“As famílias que se estabeleceram naquelas encostas meridionais das longas serranias chamadas
pelos antigos Montes Marianos, conservaram por mais tempo os hábitos erradios dos povos pastores.” (M. Said Ali
– Gramática Secundária da Língua Portuguesa)
6. Entre oração principal e a oração subordinada substantiva, salvo a oração subordinada substantiva apositiva.
Exemplo:
O deputado disse que o Brasil certamente passará por uma crise financeira em breve.
Observação importante:
Exemplo:
PONTO E VÍRGULA
1. Indica uma pausa maior que a vírgula e menor que a do ponto.
Exemplo:
“Depois Iracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta
farpada.” (José de Alencar)
2. Separa partes de um período das quais uma pelo menos contenha vírgula.
Exemplo:
Edson comprou um carro; Lúcia, casas.
Exemplo:
Solicitamos o material abaixo relacionado:
- caderno 200 folhas;
- caneta preta;
- lápis;
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- borracha;
- papel sulfite.
Exemplo:
Os policiais, naquela noite, surpreenderam os culpados; o delegado, tranquilamente, assistia a tudo na TV.
Exemplo:
Primeiro, tentei me convencer de que não eram verdadeiras as acusações, a boataria e as fofocas; depois,
acreditei em tudo e esqueci que aquilo que sentia valia mais do que me diziam os supostos amigos; por
último, a solidão.
PONTO
1. Assinala o fim de um período.
Exemplo:
Ele partiu. Vanderlei saiu de casa tarde, voltou somente por volta de três horas da manhã.
Exemplos:
Art. 5º
Sr.
Exemplos:
O documento preconiza: "O Estado tem que ser árbitro".
2. Enumeração explicativa.
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Exemplo:
A nova legislação foi elaborada com dois objetivos básicos: racionalizar a remuneração e facilitar a
renovação de quadros.
Exemplos:
Mas há uma outra estratégia: a antecipação de programas a serem lançados pelo governo.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
1. Em interrogação direta.
Exemplo:
Quem saiu?
Exemplo:
Será que ela conseguirá?...
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
1. Quando há entonação exclamativa.
Exemplo:
Todo o mistério ver aberto ao meu olhar!.” (Olavo Bilac)
2. Combinado.
Exemplo:
Você!? Você!! Você!!!
RETICÊNCIAS
Indicam interrupção de pensamento.
Exemplo:
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“No seu tempo, dizia o cônego, o pároco era um rapaz franzino, acanhado, cheio de espinhas carnais...” (Eça
Queiroz)
Às vezes as reticências aparecem combinadas com o ponto de exclamação ou com o ponto de interrogação.
Exemplo:
ASPAS
1. Isolam citações.
Exemplo:
"Domingo iremos ao estádio", disse Pedro Paulo.
Exemplos:
O "show" será sexta-feira.
Amanhã "vou estourar a boca do balão" na balada.
O "Jornal do Brasil" noticia fatos relevantes.
Exemplos:
Um desses “oficiais” defensores da legalidade era o Capitão Virgulino Ferreira, o Lampião. (Raquel de
Queiroz)
Você está "simplesmente linda".
Observação:
Quando se isola algo dentro de um texto já com aspas duplas ("), usamos as aspas simples (')
PARÊNTESES
Servem para isolar passagens que fogem da sequência lógica do enunciado. Desta forma são usados para:
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Exemplo:
"Creio que seria capaz (talvez seja presunção) de aguentar com relativa indiferença uma hecatombe." (Paulo
Mendes Campos)
Exemplo:
"O trabalho de lê-las (a caligrafia do amigo é impenetrável), resumi-las..." (Cyro dos Anjos)
Exemplo:
"O governo de Londres congelou os bens públicos e privados da Argentina na Grã-Bretanha (no valor de 1
bilhão e quinhentos milhões de dólares) e enviou para as Ilhas Falkland (Malvinas para os argentinos)... "
(Jornal do Brasil)
COLCHETES
Empregam-se para isolar construções que já contêm parênteses.
Exemplo:
A quantia [R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais)] era demasiadamente alta para ele.
TRAVESSÃO
1. Indica mudança de interlocutor:
Exemplos:
- Quem virá aqui hoje?
- Ninguém, filha, passarei o dia sozinho.
Exemplos:
Além disso - concorda comigo o Senador - não podemos.
Os dirigentes de VAN - afirma o jornal - devem ser...
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EXERCÍCIOS - PONTUAÇÃO
01. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: FCC - 2019 - SABESP - Estagiário - Ensino Superior
1. A World Wide Web, ou www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da internet. A
ideia foi do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos. Naquela época, a internet já operava havia duas
décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente para troca de informações
entre pesquisadores da área acadêmica.
2. “A www transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, afirma Fabio Kon, professor do
Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo. “A rede trouxe muitas coisas boas e já não
conseguimos mais viver sem as comodidades que ela proporciona. Mas, por outro lado, ela amplifica alguns fenômenos
negativos e indesejados que já existiam na sociedade.”
3. Nas comemorações dos 30 anos da web, Berners-Lee expressou preocupação com o rumo que vem tomando a
internet. Em carta aberta, listou três áreas que, para ele, prejudicam a web: intenções maliciosas; projetos duvidosos,
entre eles modelos de negócios que recompensam cliques; e consequências negativas não intencionais da rede, com
destaque para discussões agressivas e polarizadas.
4. “Precisamos de um novo contrato para a web”, declarou Berners-Lee em uma conferência sobre tecnologia da
internet. “Algumas questões de regulamentação têm que envolver governos. Outras claramente incluem as empresas.
Se você for provedor de acesso, precisa se comprometer a entregar neutralidade de rede. Se for uma companhia de
rede social, precisa garantir que as pessoas tenham controle sobre seus dados.”
5. “Desde sua origem, a internet se propôs a ser plural e de acesso amplo”, ressalta a advogada Cíntia Rosa Pereira
de Lima, líder do grupo de pesquisa Observatório do Marco Civil da Internet no Brasil.
6. A pesquisadora assinala também alguns problemas decorrentes das mudanças geradas pela internet. “Percebo
que, com a proliferação das redes sociais, as pessoas passaram a se preocupar mais com a quantidade de
relacionamentos, desconsiderando a qualidade deles”.
7. Um dos pioneiros da internet no país, o engenheiro Demi Getschko admite que a rede enfrenta problemas, mas
defende que o que vemos nela, conforme já expresso pelo matemático Vint Cerf, um de seus fundadores, é a
representação daquilo que existe no mundo real. “A maioria das pessoas envolvidas com ela é bem-intencionada, mas
existe uma ânsia de participar, de falar sem pensar, que com o tempo, esperamos, vai assentar. Tenho dúvidas sobre
a eficiência de normatizações para corrigir os excessos na rede. Como ela não tem fronteiras, qualquer legislação local
tende a falhar.”
A. Um dos pioneiros, da internet no país admite que, a rede mundial de computadores enfrenta problemas.
B. Naquela época, a internet já operava, havia duas décadas mas, de forma bem diferente.
C. Existe uma ânsia, de participar do processo, de falar, sem pensar que, com o tempo esperamos: vai
assentar.
D. Algumas questões de regulamentação, envolvem governos; outras claramente, incluem as empresas.
E. A rede trouxe muitas coisas boas, e já não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela
proporciona.
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02. Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Assistente Legislativo - Assistente
Administrativo
Uma forma radical de mudar as leis da vida é produzir seres completamente inorgânicos. Os exemplos mais óbvios
são programas de computador e vírus de computador que podem sofrer evolução independente.
O campo da programação genética é hoje um dos mais interessantes no mundo da ciência da computação. Esta
tenta emular os métodos da evolução genética. Muitos programadores sonham em criar um programa capaz de
aprender e evoluir de maneira totalmente independente de seu criador. Nesse caso, o programador seria um primum
mobile, um primeiro motor, mas sua criação estaria livre para evoluir em direções que nem seu criador nem qualquer
outro humano jamais poderiam ter imaginado.
Um protótipo de tal programa já existe – chama-se vírus de computador. Conforme se espalha pela internet, o vírus
se replica milhões e milhões de vezes, o tempo todo sendo perseguido por programas de antivírus predatórios e
competindo com outros vírus por um lugar no ciberespaço. Um dia, quando o vírus se replica, um erro ocorre – uma
mutação computadorizada. Talvez a mutação ocorra porque o engenheiro humano programou o vírus para,
ocasionalmente, cometer erros aleatórios de replicação. Talvez a mutação se deva a um erro aleatório. Se, por
acidente, o vírus modificado for melhor para escapar de programas antivírus sem perder sua capacidade de invadir
outros computadores, vai se espalhar pelo ciberespaço. Com o passar do tempo, o ciberespaço estará cheio de novos
vírus que ninguém produziu e que passam por uma evolução inorgânica.
Essas são criaturas vivas? Depende do que entendemos por “criaturas vivas”. Mas elas certamente foram criadas
a partir de um novo processo evolutivo, completamente independente das leis e limitações da evolução orgânica.
(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens, Uma breve história da humanidade.Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 38. ed,, 2018,
p. 419-420).
A. Vista como forma radical, de evolução inorgânica, a propagação de vírus, é um fato da computação.
B. Ao falar do conceito de vida, o autor do texto, previne que seria preciso alargá-lo, tendo em vista: o que a
ciência tem evoluído.
C. Pergunta-se se seria possível chamar também de vida, essas novas formas mutantes, de vírus de
computador?
D. O autor do texto inteira-nos, do desenvolvimento de certos vírus, que constituem um processo que se dá,
inteiramente à margem do nosso controle.
E. Não deixa de ser assustadora a possibilidade de que nós, criaturas orgânicas, sejamos capazes de, a
certa altura, concorrermos para uma evolução inorgânica.
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03. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Provas: FGV - 2019 - MPE-RJ - Oficial do Ministério Público
Texto 5
“No Paquistão, quando sou proibida de ir à escola, compreendo o quão importante é a educação. A educação é o poder
das mulheres. (....) Nós percebemos a importância de nossa voz quando somos silenciados”. É assim que a pequena
notável enxerga o horizonte e – por meio das novas tecnologias – pôde fazer ecoar sua voz.
Educação é um ato político, e se é na sociedade (seja física ou digital) o nascedouro de faíscas de perspectivas para
um mundo mais igualitário, a escola deve ser o seu maior berçário.
04. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de
Campinas - SP - Engenheiro Civil
O impacto da Mônica
Depois de Bidu e Franjinha, o leque de personagens de Mauricio de Sousa cresceu, com Horácio, Piteco, Titi e
Jeremias. Em 1960, nascia o Cebolinha, inspirado em um galotinho da infância de Mauricio, em Mogi das Cruzes, que
também trocava as letras.
O primeiro problema? Seus personagens eram todos homens – à exceção de Maria Cebolinha, que era apenas um
bebê. Pegou mal. Um de seus colegas na Folha chegou a dizer: “Você parece misógino...”. Mauricio foi procurar no
dicionário o que a palavra significava. Não gostou do que leu.
E encontrou solução dentro de casa: Mônica, uma de suas filhas. Nos quadrinhos, a menina se tornaria a nêmesis
baixinha, gorducha e dentuça do Cebolinha. E ela chegou se impondo: “A Mônica é uma menina que, já naquela época,
nasceu empoderada. Nos anos 1960, as mulheres queriam alguém que as representasse, que comandasse e reagisse.
A Mônica virou a dona da rua a pedido dos próprios leitores.” É o que diz a própria... Mônica. A de carne e osso. Mônica
Spada e Sousa é, hoje, diretora executiva da Mauricio de Sousa Produções.
Com a Mônica, as tirinhas viraram gibi para valer. A primeira revista da baixinha surgiu em 1970. Com uma tiragem
de 200 mil exemplares, era o maior número de impressões para um personagem nacional.
(Ingrid Luísa, “O plano realmente infalível de Mauricio de Sousa”. Superinteressante, junho de 2019)
Assinale a alternativa em que se emprega a vírgula para separar uma informação explicativa.
A. Com uma tiragem de 200 mil exemplares, era o maior número de impressões para um personagem
nacional.
B. ... inspirado em um galotinho da infância de Mauricio, em Mogi das Cruzes, que também trocava as
letras.
C. Seus personagens eram todos homens – à exceção de Maria Cebolinha, que era apenas um bebê.
D. Nos anos 1960, as mulheres queriam alguém que as representasse, que comandasse e reagisse.
E. Nos quadrinhos, a menina se tornaria a nêmesis baixinha, gorducha e dentuça do Cebolinha.
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a) Mas, o fim da prisão dos consumidores com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco sobre
problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas e a corrupção dos
agentes do Estado.
b) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados repercutiu pouco sobre
problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais; a violência, o contrabando de armas e a corrupção dos
agentes do Estado.
c) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco sobre
problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais; a violência, o contrabando de armas e a corrupção, dos
agentes do Estado.
d) Mas o fim da prisão dos consumidores, com programas de tratamento para viciados, repercutiu pouco sobre
problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas e a corrupção dos
agentes do Estado.
e) Mas o fim da prisão dos consumidores com programas de tratamento para viciados repercutiu pouco, sobre
problemas graves associados ao mercado de drogas ilegais: a violência, o contrabando de armas, e a corrupção dos
agentes do Estado.
07. (UFRJ) Marco Túlio Cícero, tão famoso quanto Demóstenes na área da retórica, sempre dizia: Prefiro a virtude do
medíocre ao talento do velhaco. Nesse período está faltando um sinal de pontuação:
a) vírgula
b) ponto e vírgula
c) ponto de exclamação
d) aspas
e) reticência
08. Pref. de Guarulhos-SP/FGV-SP) Assinale a alternativa em que a frase deve ter duas vírgulas.
09. A frase “Lucila, esteve aqui.ontem à noite.” apresenta um erro de pontuação porque:
10. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: MPE-CE Provas: CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial -
Administração
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Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item seguinte.
É facultativo o emprego da vírgula presente na afirmação atribuída a Voltaire, no primeiro período do texto.
( ) Certo ( ) Errado
11. Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: MPE-CE Provas: CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial -
Administração
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Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o próximo item.
No trecho “quase uma em cada dez pessoas no mundo” (l.5), a inserção de uma vírgula logo após “pessoas”
prejudicaria a correção gramatical do texto.
( ) Certo ( ) Errado
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12. Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: CESGRANRIO - 2018 - LIQUIGÁS - Conferente I
Texto I
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13. Ano: 2010 Banca: FUNCAB Órgão: SESAP-RN Prova: FUNCAB - 2010 - SESAP-RN - Técnico de Enfermagem
- Prova X
Seguem, abaixo, frases de filósofos e de poetas de diferentes épocas que fazem reflexão sobre o tema SAÚDE. Leia-
as para responder à questão que se segue.
1. “Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença; em caso
contrário, abstém-te de o ajudar.” ( Sócrates)
2. “Esta é a mais dolorosa de todas as doenças humanas: dispor de todo o conhecimento e ainda não ter nenhum
poder de ação.” (Heródoto)
3. “Para a saúde da mente e do corpo, os homens deveriam enxergar com seus próprios olhos, falar sem megafone,
caminhar com seus próprios pés em vez de andar sobre rodas, trabalhar e lutar com seus próprios braços, sem artefatos
ou máquinas.” (John Ruskin)
4. “Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde, por
pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por nem viver no presente e no
passado. vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.” (Buda)
Na frase 3, o termo “Para a saúde da mente e do corpo,(...) “vem marcado por vírgula. A opção que justifica
corretamente o emprego da vírgula, nessa situação linguística é:
14. Ano: 2019 Banca: FUNRIO Órgão: Prefeitura de Porto de Moz - PA Prova: FUNRIO - 2019 - Prefeitura de Porto
de Moz - PA - Agente Administrativo
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Acerca da pontuação do Texto, é correto afirmar que a vírgula utilizada na linha 4 foi empregada pelo autor para:
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15. Ano: 2019 Banca: FUNRIO Órgão: Prefeitura de Porto de Moz - PA Provas: FUNRIO - 2019 - Prefeitura de
Porto de Moz - PA - Psicólogo
GABARITO
01 E
02 E
03 E
04 C
05 D
06 C
07 D
08 C
09 A
10 ERRADO
11 CERTO
12 E
13 E
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14 E
15 A
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A compreensão de um texto é a análise e decodificação do que está realmente escrito, seja das frases ou das ideias presentes,
ou seja, as informações estão dentro do texto.
Já a interpretação de texto, está ligada às conclusões que podemos chegar ao conectar as ideias do texto com a realidade. É o
entendimento subjetivo que o leitor teve sobre o texto, ou seja, as informações estão fora do texto. Aqui o aluno precisa de
muita bagagem de leitura.
É possível compreender um texto sem interpretá-lo, porém não é possível interpretá-lo sem compreendê-lo.
É a análise do que está escrito no texto, a É o que podemos concluir sobre o que está escrito no
compreensão das frases e ideias presentes. É texto. É o modo como interpretamos o conteúdo. É
O que é algo mais objetivo algo mais subjetivo
Trabalha com a objetividade, com as frases e Trabalha com a subjetividade, com o que você
Análise palavras que estão escritas no texto. entendeu sobre o texto.
A compreensão de texto significa decodificá-lo para entender o que foi dito. É a análise objetiva e a assimilação das palavras e
ideias presentes no texto.
As expressões que geralmente se relacionam com a compreensão são as que você verá na lista abaixo: Estas expressões
costumamos denominá-las de “comando de questão”. São estes comandos que vão dar direcionamento ao aluno para saber se
a questão é de interpretação ou compreensão.
Segundo o texto…
No texto…
O autor sugere…
Percebe-se o direcionamento que o comando dá a você? Tudo está dentro do texto, logo você terá a sabedoria de que estes
comandos o leva para a compreensão de texto. Julgo como questões “fáceis ou médias”.
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A interpretação do texto é o que podemos concluir sobre ele, após estabelecer conexões entre o que está escrito e a realidade.
São as conclusões que podemos tirar com base nas ideias do autor. Essa análise ocorre de modo subjetivo e está relacionada
com a dedução do leitor.
Na interpretação de texto, as expressões geralmente utilizadas são as que você verá na lista abaixo. Estas expressões
costumamos denominá-las de “comando de questão”. São estes comandos que vão dar direcionamento ao aluno para saber se
a questão é de interpretação ou compreensão.
Depreende-se do texto...
Seguem aqui umas dicas valiosíssimas para que nunca mais você erre questões de interpretação ou compreensão de textos.
Extrapolação: ocorre quando fazemos associações que estão além dos limites do texto, quando acrescentamos
Redução: ocorre quando nos restringimos à significação de uma palavra ou passagem do texto. É o contrário da
extrapolação. A redução consiste em privilegiarmos um elemento que é verdad eiro, mas não é suficiente diante
Contradição: ocorre quando, por uma leitura desatenta, pela não percepção de algumas relações, pela
incompreensão de um raciocínio, pelo esquecimento de uma ideia dita anteriormente ou pela perda de uma
passagem no desenvolvimento do texto, chega-se a uma conclusão contrária à que o texto propõe.
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Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Campinas - SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Campinas - SP - Engenheiro
Civil
A força do movimento feminista é uma característica da década atual. As passeatas e manifestações em defesa das mulheres
e contra a violência sexual, o coro unido do “Não é não”, a dissonância política são demonstrações inequívocas disso. De certa
maneira, ecoam movimentos contestadores que surgiram desde 2008, como os protestos do acampamento “Occupy Wall
Street” nos Estados Unidos, as grandes manifestações na Índia contra o estupro e as passeatas gigantescas na Argentina em defesa
do direito ao aborto.
No campo intelectual, pesquisadoras mundo afora se debruçaram na busca por respostas a questões complexas: que resultados
as antigas feministas conseguiram e quão adequados eles foram para as necessidades das mulheres? Que mudanças foram
trazidas globalmente para alterar relações injustas de gênero? O poder masculino na esfera pública ruiu na mesma velocidade
que na esfera particular ou se transferiu de um polo para outro?
Não são poucos os estudos a apontar que os avanços na igualdade de gênero têm andado de mãos dadas com o crescimento
da desigualdade socioeconômica pelo mundo.
A britânica Susan Watkins, editora da revista New Left Review, publicou um longo ensaio em que analisa as principais conquistas
do feminismo global nos últimos 25 anos. Disse que, sem dúvida, o maior ganho foi um notável avanço de conhecimento, com a
expansão da coleta de dados, estudos de campo e análise comparativa.
“A mudança social concreta atribuível à agenda feminista global, entretanto, tem sido menor e está em grande parte
concentrada no topo da pirâmide social. O mais significativo tem sido o aumento de mulheres jovens no ensino superior, em parte
devido à expansão dos sistemas universitários na China, no Oriente Médio e na América Latina. No plano político, a proporção
total de mulheres nos parlamentos nacionais aumentou de 12% em 1997 para 24% em 2017, com alguns dos maiores aumentos
na América Latina (53% na Bolívia); a eficiência com que essas gestões femininas representam os interesses das mulheres, uma
vez eleitas, é outra questão”, analisou.
De acordo com o texto, um aspecto negativo em relação ao atendimento das pautas feministas é o fato de que
A. as antigas feministas tratavam de temas obscuros, o que levava ao enfraquecimento dos protestos.
B. as relações injustas de gênero mantiveram-se inalteradas ao longo dos tempos, apesar das manifestações.
C. o poder feminino decorre do conhecimento, mas os resultados de sua aplicação geram incertezas.
D. a mudança social está concentrada no topo da pirâmide social, portanto um escopo mais restrito.
E. o poder masculino se desfez na esfera pública, mas sua força na esfera particular ainda é preocupante.
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Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: AL-AP Prova: FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Assessor Jurídico Legislativo
Distribuição justa
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos participantes e da lisura do processo do
qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos,
esforços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma
profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de direitos elementares ou da discriminação racial, sexual,
de gênero ou religiosa?
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um risco comum, a todos, passa a exercer
um papel mais decisivo na definição de seu futuro do que qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta
de um mínimo de equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia o jogo distributivo
e envenena os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está na origem da emancipação das pessoas. Crianças e
jovens precisam ter a oportunidade de desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na vida prática
e eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)
A. a capacitação natural para a vida leva a tornar vicioso o jogo distributivo das riquezas disponíveis em cada ocasião.
B. as escolhas nas quais se faz justiça aos talentos das crianças e dos jovens tornam-se possíveis com a equidade
das condições iniciais.
C. a condição familiar de origem não tem peso determinante no desenvolvimento das qualidades pessoais de uma
criança.
D. as aspirações e os sonhos das crianças e dos jovens só se formularão quando tiverem alcançado alguma
possibilidade de realização.
E. a dotação injusta de talentos individuais faz com que não haja equidade ao final do processo de distribuição das
riquezas.
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01. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SEGEP-MA Prova: FCC - 2018 - SEGEP-MA - Analista Executivo -
Programador de Sistemas
A propósito dos modismos jornalísticos: na ânsia de surpreender o leitor, houve a voga de colher opiniões de figuras
públicas sobre assuntos que fugiam às suas especialidades. Botar o cirurgião célebre, por exemplo, para falar de arte
cinematográfica, ou o jogador de futebol para comentar uma portaria do Banco Central. Quem vamos ouvir sobre este
assunto? − perguntava-se nas redações, em sôfrega procura pelo enfoque “original”. Logo se destacaram, no picadeiro
midiático, umas tantas figuras sempre prontas a deitar falação sobre o que quer que fosse. A tal ponto que um dia, na
revista em que trabalhava, resolveu-se juntar os falastrões numa só matéria, onde se expusessem ao ridículo. O que
se viu foi um economista palpitando sobre balé e um bailarino a discursar sobre finanças. Deu a maior confusão,
naturalmente. Mas a matéria deixou exposto um modismo jornalístico inaceitável.
(Adaptado de: WERNECK, Humberto. Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago Editorial, 2011, p. 102-103)
Um segmento do texto manterá seu sentido básico caso ocorra a transformação operada em:
02. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: FCC - 2018 - Câmara
Legislativa do Distrito Federal - Inspetor de Polícia Legislativa
− Regras e restrições que devem ser respeitadas no trabalho de criação são estabelecidas por uma tradição estética.
− O artista exerce sua criatividade dentro dos limites que as regras e restrições de uma tradição estética impõem.
As principais ideias das afirmações acima estão articuladas com correção e coerência em:
A. A despeito de haver regras e restrições de uma tradição estética a serem respeitadas no trabalho de
criação, o artista, o qual deve lhes internalizar, pode exercer sua criatividade, desde que contido pelos
limites que lhe impõe tal tradição.
B. Ao passo que uma tradição estética estabelece regras e restrições que devem ser respeitadas pelo
artista, no trabalho de criação, o qual lhes internaliza, podendo exercer sua criatividade dentro de tais
limites.
C. Uma vez que o artista internaliza as regras e restrições impostas por uma tradição estética, a qual deve
ser respeitada, o artista exerce sua criatividade dentro dos limites que lhes impõem.
D. As regras e restrições que se estabelece em uma tradição estética devem ser respeitadas no trabalho de
criação. Desde que as internalizem, o artista passa a exercer sua criatividade, ainda que delimitada pelas
restrições impostas.
E. Uma tradição estética estabelece regras e restrições que devem ser respeitadas no trabalho de criação.
À medida que as internaliza, o artista exerce sua criatividade dentro dos limites impostos por elas
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03. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: FCC - 2018 - Câmara
Legislativa do Distrito Federal - Inspetor de Polícia Legislativa
A. O percurso de Mozart rumo à originalidade, apesar de seu talento instrumental precoce, foi pautado por
muito estudo e dedicação.
B. Ocupa lugar de destaque os concertos para piano, escritos por Mozart entre 1767 e 1791.
C. À medida que Mozart se alçava a plenitude do seu poder criador, ao mesmo tempo eleva-se os concertos
para piano.
D. Mesmo contando com vasto talento precoce e, em boa medida inato, Mozart nem por isso, deixou de
dedicar muito tempo ao estudo da música.
E. A publicação de certos concertos de Mozart, à época em que foi escrito, foi negado, pela suposta
dificuldade e falta de apelo ao grande público.
04. Ano: 2015 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de Patos de Minas - MG Prova: CONSULPLAN - 2015
- Prefeitura de Patos de Minas - MG - Professor de Educação Básica - Língua Portuguesa
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice dos outros (e a nossa
própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não
consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto de apoquentar. Mas não.
Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os tubos. Ou contando uma história que não acaba
nunca, ou pior: contando uma história que não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria
ser crime inafiançável ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor
interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos, ok. Pedir conselho,
ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos alugando os ouvidos alheios com as
mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é
capaz de diversificar suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça para trocar todos os
ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai experimentar antes de
sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de onde conhece aquele rapaz
que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qualquer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constrangido em negar. Não exija
uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local
que você visitou é realmente incrível, mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe
e para aqueles que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar, dançar, tocar violão) na
frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
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Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te esnoba, apenas com quem
possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga
que sempre chega atrasada, o atraso dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu
vai cortar esse cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de
confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com pessoas que não te
conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até
o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo. Coitado. Prive‐o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar
de você.
O uso do pronome demonstrativo “esse”, na frase: “Prive‐o desse infortúnio.” (10º§), se justifica por
05. Ano: 2015 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de Patos de Minas - MG Provas: CONSULPLAN -
2015 - Prefeitura de Patos de Minas - MG - Agente de Administração
Era abril quando mais de 1.3 mil pessoas haviam morrido na travessia do Mar Mediterrâneo para a Europa, um
número recorde, e o filósofo e escritor italiano Umberto Eco foi questionado pelo jornal português Expresso como via
a tragédia. “A Europa irá mudar de cor, tal como os Estados Unidos”, disse. Eco se referia à previsão de que, até 2050,
os brancos deixarão de ser a maioria da população americana. “Esse é um processo que demorará muito tempo e
custará muito sangue.” Diante da atual crise de migrantes e refugiados pela qual passa o continente, que recebeu 350
mil estrangeiros até agosto, o diagnóstico de Eco não poderia ter sido mais preciso. Na semana passada, enquanto
cidadãos de diversos países receberam os refugiados com mensagens de boas vindas, alimentos e roupas, as
autoridades da União Europeia se curvaram à gravidade da situação, e decidiram abrir as fronteiras para acolher 160
mil pessoas e dividi‐las entre os 22 países do bloco. A maioria vai para Alemanha, França e Espanha. O processo
continua sangrento – ao menos 2,5 mil pessoas já desapareceram no Mediterrâneo –, mas pode ser o propulsor de
uma nova Europa, talvez mais solidária e certamente mais colorida.
Cada vez mais, a economia do continente precisa de mão‐de‐obra jovem para continuar avançando e, sobretudo,
reduzir a pressão sobre o sistema de aposentadorias e pensões. Por isso, além das óbvias razões humanitárias,
receber os refugiados é uma questão prática. Nos cálculos da Comissão Europeia, cada mulher tem, em média, 1,5
filho hoje. O mesmo relatório concluiu que, nos próximos anos, a “população europeia se tornará cada vez mais
grisalha”. Na Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce, o fator de equilíbrio que tem feito a
população crescer é justamente o saldo positivo da chegada de imigrantes.
A recente onda de solidariedade começou em Berlim, que suspendeu a Convenção de Dublin e permitiu que
refugiados sírios pedissem asilo diretamente à Alemanha, mesmo que esse não fosse o primeiro país aonde chegaram.
Mais do que isso, num esforço para ajudá‐los a conseguir emprego e torná‐los produtivos, o governo de Angela Merkel
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prometeu aumentar a oferta de cursos intensivos de alemão e programas de treinamento a pessoas em busca de asilo.
Com capacidade para receber meio milhão de refugiados por ano (em 2015, já foram 450 mil), o país deve empregar
6 bilhões de euros nessa crise.
Enquanto a Europa desperta para a nova realidade, em que a miscigenação ganha importância, a religião
permanece como um dos principais entraves para a integração. Ainda que não existam dados consolidados sobre o
tema, as nações que mais exportam migrantes, Síria e Afeganistão, são de maioria muçulmana e representantes de
países como Hungria, Bulgária e Chipre já disseram preferir os cristãos aos muçulmanos com o argumento de que
aqueles se adaptariam melhor aos costumes locais. Indiferente às críticas sobre discriminação, a Áustria foi além. Em
fevereiro, o governo austríaco, que tem sido dos mais refratários em relação aos migrantes, aprovou uma lei que regula
a prática do islamismo no país. Os muçulmanos de lá tiveram seus feriados religiosos reconhecidos, mas só podem
realizar suas atividades de culto em alemão e as mesquitas não podem receber financiamento estrangeiro. A regra não
serve para outras religiões. Para os austríacos, ela ajuda na integração dos estrangeiros e evita a radicalização. Para
os contrários à lei, o resultado é justamente o oposto. “Por que um muçulmano se torna fundamentalista na França?”,
pergunta Umberto Eco. “Acha que isso aconteceria se vivesse num apartamento perto de Notre Dame?”
“Na Alemanha, onde, desde 1972, morre mais gente do que nasce,...” (2º§). “Onde” está empregado
corretamente no trecho anterior. Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao seu emprego.
06. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Cerquilho - SP Provas: VUNESP - 2019 - Prefeitura de
Cerquilho - SP - Agente de Controle de Endemias
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A. A Ruivinha chegou, e todos passaram a reparar nela, pois era tão linda que até brilhava.
B. A personagem dos quadrinhos constatou que sua beleza era notada apenas longe da Ruivinha.
C. Ao comparar-se com a Ruivinha, a personagem dos quadrinhos sentiu-se insignificante e feia.
D. Tomada pela inveja, a personagem dos quadrinhos desdenhou a beleza da Ruivinha para o amigo.
E. Ao ver a Ruivinha, a personagem dos quadrinhos ficou curiosa para saber o segredo de sua beleza.
07. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Cerquilho - SP Provas: VUNESP - 2019 - Prefeitura de
Cerquilho - SP - Agente de Controle de Endemias
O que violência, democracia e educação têm a ver umas com as outras? Tudo! A maneira como enxergamos o
problema da violência em nossas casas, escolas, ruas e até mesmo a violência empregada pelo Estado tem tudo a ver
com democracia, isto é, quanto mais amedrontados, expostos e sem confiança nas instituições estamos, mais nos
sentimos impelidos a buscar justiça a qualquer custo, acreditando em teorias que trocam liberdade por segurança. Do
mesmo modo, quanto menos esperança temos no debate democrático, mais propensos à violência estamos.
Uma educação comprometida com a pluralidade é um instrumento democrático por excelência. Veja bem: não
estamos falando de qualquer educação, mas sim de um ensino comprometido com a qualidade (todo mundo tem de
aprender e bem) e com valores democráticos (todo mundo tem de respeitar uns aos outros). Uma educação que ensina
as crianças desde pequenas a dialogar, ao mesmo tempo em que lhes garante aprendizagem, é o coração de uma
nação crítica, de instituições fortes e valorização da diversidade.
A. educação.
B. valores democráticos.
C. todo mundo.
D. crianças.
E. instituições fortes.
08. Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Campo Belo -
MG Prova: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Campo Belo - MG - Motorista -
Transporte Escolar
TEXTO I
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Fumar era normal. As pessoas acendiam o primeiro cigarro logo ao acordar, e repetiam o gesto dezenas de vezes
durante o dia, em absolutamente todos os lugares: lojas, restaurantes, escritórios, consultórios, aviões (tinha gente que
fumava até no chuveiro). Ficar sem cigarro, nem pensar - tanto que ir sozinho comprar um maço para o pai ou a mãe,
na padaria da esquina, era um rito de passagem para muitas crianças. O cigarro estava na TV, nos filmes, na música,
na propaganda (nos EUA, ficou famoso um anúncio que dizia: “Os médicos preferem Camel”). 30% a 40% da
população, dependendo do país, fumava.
O cigarro foi, em termos absolutos, a coisa mais viciante que a humanidade já inventou. Hoje ele é execrado, com
razão, e cenários assim são difíceis até de imaginar. Olhamos para trás e nos surpreendemos ao perceber como as
pessoas se deixavam escravizar, aos bilhões, por algo tão nocivo. Enquanto fazemos isso, porém, vamos sendo
dominados por um vício ainda mais onipresente: o smartphone.
Quatro bilhões de pessoas, ou 51,9% da população global, têm um, de acordo com uma estimativa da empresa sueca
Ericsson. E o pegam em média 221 vezes por dia, segundo uma pesquisa feita pela consultoria inglesa Tecmark. O
número de toques diários no aparelho é ainda mais impressionante: são 2.600, segundo a empresa de pesquisa Dscout
Research. O smartphone já vicia mais gente, e de forma mais intensa, do que o cigarro.
Vivemos grudados em nossos smartphones porque eles são úteis e divertidos. Mas o que pouca gente sabe é o
seguinte: por trás dos ícones coloridos e apps de nomes engraçadinhos, as gigantes da tecnologia fazem um esforço
consciente para nos manipular, usando recursos da psicologia, da neurologia e até dos cassinos. “O smartphone é tão
viciante quanto uma máquina caça-níqueis”, diz o americano Tristan Harris. E o caça-níqueis, destaca ele, é o jogo que
mais causa dependência: vicia três a quatro vezes mais rápido que outros tipos de aposta.
Harris trabalhou quase cinco anos no Google, primeiro como programador e depois como “especialista em ética de
design”: a pessoa encarregada de garantir que os apps e serviços do Google não fossem manipulativos ou viciantes.
Em 2016, saiu da empresa para criar uma ONG, que se chama Center for Human Technology e reúne programadores
alarmados com o impacto da indústria da tecnologia. “Estamos colocando toda a humanidade no maior experimento
psicológico já feito, sem nenhum controle.”
“A internet é a maior máquina de persuasão e vício já construída”, diz o programador Aza Raskin. Você provavelmente
nunca ouviu falar dele, mas Raskin é famoso no Vale do Silício. Isso porque, em 2006, ele inventou o que viria a se
tornar um dos elementos mais fundamentais (e viciantes) dos smartphones: a “rolagem infinita”. Sabe quando você vai
descendo pela tela e o conteúdo nunca termina, pois vai aparecendo mais? Trata-se da rolagem infinita, que torna mais
prático o uso do smartphone - mas também mexe com a sua cabeça.
“Se você não dá tempo para o seu cérebro acompanhar os seus impulsos, simplesmente continua rolando para baixo”,
diz Raskin. Ele não imaginava o poder viciante de sua criação, e hoje se arrepende dela - tanto que é um dos
fundadores do Center for Human Technology. “A pergunta que nós nos fazemos no Vale do Silício é: estamos
programando apps ou pessoas?”, diz. “Só Deus sabe o que estamos fazendo com o cérebro das crianças”, afirmou
Sean Parker, um dos fundadores e primeiro CEO do Facebook, num debate em 2018. “Nós exploramos uma
vulnerabilidade da psicologia humana. Eu, Mark (Zuckerberg), Kevin Systrom (criador do Instagram), todos nós
entendemos isso, conscientemente, e fizemos mesmo assim”, afirmou.
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Você deve estar pensando: será que não tem um certo exagero nisso? Afinal, você não controla o uso que faz do
smartphone, e pode tranquilamente deixá-lo de lado, certo? Mais ou menos. Primeiro, você provavelmente é bem mais
dependente dele do que imagina. Segundo, na prática é difícil conter o uso do celular. Foi o que constatou uma pesquisa
feita pela consultoria Deloitte com 2 mil brasileiros. 30% das pessoas disseram que têm problemas com o uso excessivo
do smartphone, como dificuldade de concentração ou insônia, e 32% já tentaram maneirar - sem sucesso. Uma
pesquisa do Hospital Samaritano de São Paulo revelou que oito em cada dez motoristas usam celular enquanto dirigem,
embora 93% deles reconheçam que isso é perigoso.
É por isso que boa parte das pessoas está sempre com a cara enterrada na tela, mesmo nos momentos mais impróprios
para isso: atravessando a rua, na praia, num show, etc. “Está havendo um sequestro da atenção, da consciência, da
perspectiva de você se conectar com o mundo à sua volta. Uma epidemia da distração”, diz o psicólogo Cristiano
Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica do Hospital das Clínicas (USP).
Estudos mostram que o uso excessivo de smartphone está ligado ao aumento das taxas de ansiedade, depressão e
déficit de atenção, inclusive com alterações na estrutura do cérebro. Os sintomas começam a se manifestar quando a
pessoa gasta mais de três horas por dia no celular, e nós já passamos disso: o brasileiro gasta em média 3h10 diárias
nessa atividade.
Disponível em:<encurtador.com.br/jkpvG>.
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Nas alternativas a seguir, a palavra destacada se refere, do ponto de vista sintático, à palavra ou locução entre
colchetes, exceto em:
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09. Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-CE Prova: CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico
Ministerial
Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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10. Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-CE Prova: CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico
Ministerial
Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
A substituição da conjunção “porque” (l.3) pela locução de modo que preservaria os sentidos originais do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
11. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Angra dos Reis - RJ Prova: FGV - 2019 - Prefeitura de Angra
dos Reis - RJ - Docente I - Educação Infantil e do 1º ao 5º ano de escolaridade
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12. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: IBGE Provas: FGV - 2019 - IBGE - Agente Censitário Operacional
Texto 3
Em uma carta de um jesuíta espanhol sobre o Brasil de 1500, aparecia o seguinte texto:
“Assim, chegamos a uma aldeia onde achamos os gentios todos embriagados, porque aqui tem uma maneira de vinho
de raízes que embriaga muito, e quando eles estão assim bêbados ficam tão brutos e feros que não perdoam a
nenhuma pessoa, e, quando não podem mais, põem fogo na casa onde estão os estrangeiros”.
“Assim, chegamos a uma aldeia onde (1) achamos os gentios todos embriagados, porque aqui tem uma maneira de
vinho de raízes que embriaga muito, e quando eles estão assim bêbados ficam tão brutos e feros que não perdoam a
nenhuma pessoa, e, quando não podem mais, põem fogo na casa onde (2) estão os estrangeiros”.
Nesse segmento do texto 3 há uma série de palavras que se referem a palavras anteriores; a referência indicada abaixo
que é inadequada é:
13. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: IBGE Provas: FGV - 2019 - IBGE - Agente Censitário Operacional
Texto 3
Em uma carta de um jesuíta espanhol sobre o Brasil de 1500, aparecia o seguinte texto:
“Assim, chegamos a uma aldeia onde achamos os gentios todos embriagados, porque aqui tem uma maneira de vinho
de raízes que embriaga muito, e quando eles estão assim bêbados ficam tão brutos e feros que não perdoam a
nenhuma pessoa, e, quando não podem mais, põem fogo na casa onde estão os estrangeiros”.
Muitas vezes podemos trocar de posição algumas palavras do texto sem que se altere o seu significado; a troca de
posição abaixo que modifica o sentido original do texto é:
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14. Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: ACAFE - 2014 - PC-SC - Agente de Polícia
Assinale a frase que está escrita de acordo com as normas da língua portuguesa padrão.
A. Anotem aí, depois da SC 403, do Aeroporto serrano e da ponte HL, o próximo contrato a ser rescindido
com esta construtora é o aeroporto de Florianópolis que não por acaso eles também ganharam a
concorrência.
B. Também deve ser divulgado os prazos estabelecidos para a conclusão dos serviços.
C. O pior que esta construtora financia campanhas políticas o qual pode causar ainda muitos problemas
para o povo e até mesmo para os políticos que ganham dinheiro com as constantes artimanhas desta
construtora fajuta.
D. Pense, reflete e toma a melhor atitude que mesmo desagradando alguns, favoreça a maioria e o povo.
E. Para o presidente do sindicato patronal, uma negociação para reajuste salarial deve ser feita entre os
sindicatos patronal e laboral, e não da forma como está sendo conduzida.
15. Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Suzano - SP Prova: VUNESP - 2015 - Prefeitura de
Suzano - SP - Professor de Educação Básica - 30 horas
Tenho dormido muito mal. Meu prédio é tombado, metido a joia arquitetônica da cidade e não pode ter aquele layout
externo grotesco dos ares-condicionados pendurados pra fora (na real, acho bom). Até tentei fazer uma gambiarra e
deixar o split na área de serviço, com sua boca quente de dragão do bem voltada para uma janela escancarada.
Contudo, a patuscada só faria sentido se o serviço pudesse ser executado nas paredes do meu quarto e do escritório.
Resposta negativa: “é tudo viga, dona". Daí tentei na parede central da sala e... não pode, todos os canos do lavabo
passam por ali. Em suma: tenho dormido muito mal. E, dada a loucura de dormir em sofrimento, sonhado coisas
espetaculares.
Noite passada sonhei que eu tinha uns 16 anos (e era uma espécie de Lolitinha safada e alcoólatra, e não a
adolescente nerd e careta que fui) e, por alguma razão divina, mamãe, preocupada com meus ataques sonâmbulos e
constantes ao bar da casa (detalhe: nem eu bebo, nem a casa dos meus pais tinha um bar), contratou dois psicanalistas
para me ajudar.
Eles vinham à noite e eram lindos, jovens e surfistas. Me atendiam sem camisa, com uma bermuda de motivos
havaianos e a gente enchia a lata de vodca Absolut de pera bem gelada e ficava falando sobre Freud e mergulho no
Caribe. Eu deitava entre os dois e eles me ensinavam “como me libertar das amarras familiares e da prova de física
ótica" enquanto faziam carinho só com a ponta dos dedos na minha barriga. Obrigada, aquecimento global. Foi mal,
urso polar, mas a coisa tá mesmo pegando fogo.
Observe o emprego dos dois pontos e das aspas nos trechos em destaque – Resposta negativa: “é tudo viga, dona".
Daí tentei na parede central da sala e... não pode, todos os canos do lavabo passam por ali. Em suma: tenho
dormido muito mal.
De acordo com a norma-padrão, deve-se afirmar que
A. no primeiro trecho os dois pontos sinalizam uma citação direta de discurso, sendo esta marcada pelas
aspas.
B. em ambos os trechos os dois pontos sinalizam a introdução de uma frase sintetizando ideias da autora,
que serão apresentadas.
C. as aspas sinalizam uma frase de caráter explicativo, pontuação essa necessária em ambos os trechos
após dois pontos.
D. no segundo trecho os dois pontos introduzem uma fala da narradora, fala essa que deveria estar entre
aspas.
E. em ambos os trechos os dois pontos poderiam ser substituídos por travessão, tendo em vista que
introduzem a fala da narradora.
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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES
16. Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: SPTrans Prova: VUNESP - 2012 - SPTrans - Técnico - Processos
Administrativos Júnior – Administração Geral
Assinale a alternativa em que o emprego da vírgula e o do sinal de dois pontos se dão pelos mesmos motivos de
seus empregos no primeiro parágrafo do texto.
A. Numa entrevista recente, a atriz destacou sua preferência culinária: salmão grelhado.
B. Quando foi entrevistada, a atriz declarou: não consigo viver sem o carinho do público.
C. Durante a entrevista, a atriz citou Pessoa: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena".
D. A entrevista da atriz, no programa noturno, teve de tudo: música, dança e gargalhadas.
E. Para ceder a entrevista, a atriz fez suas exigências: um local paradisíaco e tranquilo.
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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES
17. Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: CESGRANRIO - 2015 - LIQUIGÁS - Ajudante
de Carga e Descarga I
No trecho do Texto II “não deve mudar no futuro, ou seja, a água como um todo não vai acabar” (l. 4-5), a expressão
em destaque foi utilizada para
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GRAMÁTICA com MARCELO MARQUES
GABARITO
01 C
02 E
03 A
04 C
05 C
06 C
07 D
08 C
09 CORRETO
10 ERRADO
11 E
12 B
13 E
14 E
15 A
16 A
17 E
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